Família Rodrigues de Sá, fundadores da cidade de Caruaru , Pernambuco-Brasil
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Família Rodrigues de Sá, fundadores da cidade de Caruaru , Pernambuco-Brasil
Caros confrades:
Estou a escrever um pequeno histórico da origem da cidade de Caruaru e encontro em vários historiadores a menção à família RODRIGUES DE SÁ, como de origem portuguesa, mas nada sobre de qual Distrito, Concelho ou freguesia.
Texto adaptado extraído do livro:
Ocupação Humana do Agreste Pernambucano...
de Josué Euzébio Ferreira, editado em 2001.
A Sesmaria dos Rodrigues de Sá
Foi dentro da possibilidade de pessoas solicitarem terras ao governo que a família Rodrigues de Sá, liderada por uma autoridade eclesiástica e, sendo o membro mais ilustre entre eles, o Cônego Simão Rodrigues de Sá, provavelmente, depois de discussão dentro da própria família, resolveu formalizar o pedido, conforme o texto que nas entrelinhas demonstra que não é, de fato, a petição original, mas trata-se de uma interpretação encontrada nas fontes consultadas.
“... o cônego Simão Rodrigues de Sá, sem perda de tempo, antes que outros o fizessem, redige e encabeça pedido daquelas terras no centro – Agreste da Capitania, usando o artifício de praxe – ter gados e não ter terras para situá-los, querer cultivar a terra pedida, para maior lucro e rendimento da Fazenda Real etc. Petição feita seguem-se pela ordem, suas assinaturas: cônego Simão Rodrigues de Sá, padre Antônio Rodrigues, Simão Rodrigues, alferes João Rodrigues de Sá, alferes Francisco Rodrigues de Sá, Miguel Forte Velho, Eusébio de Oliveira Monteiro, Maria Rodrigues de Sá, Eugênia Rodrigues de Sá e Cristino Rodrigues de Sá.” (BARBALHO, Op. cit.,Vol.5, p.36).
De acordo com o que já foi dito, a história desse lugar teve seu início, justamente quando em 02 de junho de 1681, o presidente da Província de Pernambuco o Sr. Aires de Souza de Castro assinou a carta de doação de uma enorme sesmaria, em nome dos dez nomes citados no texto acima.
As mesmas fontes dão conta que, aqueles Rodrigues eram de origem portuguesa e em meados do século XVII, alguns membros moravam na cidade do Recife, na rua das Calçadas, no Bairro São José, nas proximidades do Forte das Cinco Pontas, onde ali próximo havia uma grande movimentação de compra e venda de gado (BARBALHO, 1982, vol.5, p.35).
Pesquisas outras indicam que dos 10 sesmeiros:
1. Duas pessoas eram ligadas à Igreja Católica: o Cônego Simão Rodrigues de Sá e o Padre Antônio Rodrigues de Sá;
2. Outros dois eram militares de patente: os Alferes Francisco e João Rodrigues de Sá;
3. Sobre Simão Rodrigues e Cristino Rodrigues de Sá, as fontes não revelaram nenhuma informação sobre suas atividades.
4. Sobre as duas mulheres da família que aparecem no documento: Maria e Eugênia Rodrigues de Sá não encontrei informações sobre o que faziam, se eram casadas, se tinham filhos etc.
5. Por fim, não há registos sobre a ligação de Eusébio de Oliveira Monteiro e de Miguel Forte Velho com a família Rodrigues.
Pelos escritos até o momento a respeito da história de Caruaru só aparece o nome de Simão Rodrigues, o homônimo e sobrinho do Cônego, como o primeiro e vir morar na região e assim, pode-se concluir que este foi o único da família que veio tomar posse das terras, embora oficialmente dez pessoas fossem os proprietários. Assim portanto, não há dúvidas de que foi Simão Rodrigues quem fundou a Fazenda Caruaru, de onde originou-se a cidade.
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A FAMÍLIA DOS VIEIRA DE MELO
Antônio Vieira de Mello – Tudo indica que em 1648 foi vereador na Câmara de Olinda e era casado com Maria Muniz e tiveram um filho, Bernardo Vieira de Mello;
Bernardo Vieira de Mello – Casou-se com Maria Bezerra Alves Camello, de cujo matrimônio nasceram Bernardo Vieira de Mello (não aparece a expressão “filho”) e Antonio Vieira de Mello (não aparece o nome de “neto”);
Antônio Vieira de Mello (o neto) – Casado, mas não existem registros sobre sua esposa. Tiveram os filhos: Antônio Vieira de Mello (bisneto), Alexandre Muniz de Mello e Josefa Maria do Ó;
Josefa Maria do Ó – Desposou Christovão Pinto de Almeida (este era português, mas não existem indicações de onde veio), com quem fundou o Sítio Altinho e ergueu a Capela de Nossa Senhora do Ó, originando aquele Município. Tiveram os filhos: Bernardo Vieira de Almeida (em 1736), José Vieira de Mello (em 1737), Josefa Maria do Ó (em 1738), Ana Francisca Xavier (em 1739) e ANTÔNIA THEREZA DE JESUS (em 1740). Está última, irá se unir à família dos RODRIGUES DE SÁ.
A FAMÍLIA DOS RODRIGUES DE SÁ
As notícias sobre os primeiros Rodrigues de Sá nos vêm através dos historiadores Pereira da Costa (1953 – Vol. V) e de Nelson Barbalho (1982, Vol. 5, p.35). Não dispomos de estudos sobre a árvore genealógica dessa família, apenas que descendiam de portugueses e moravam no Recife, no Bairro de São José, na rua das Calçadas, perto do Forte das Cinco Pontas.
Simão Rodrigues de Sá (sobrinho) – foi o pioneiro na região do vale médio do rio Ipojuca e fundador da Fazenda Caruaru, provavelmente, nos últimos anos do século XVII e/ou início do XVIII. “Casou-se com uma moça das redondezas (da fazenda) integrante da família AQUINO DURO”, desse matrimônio surgiu Simão Rodrigues Duro e este uniu-se aos Vieira de Mello.
Simão Rodrigues Duro – Segundo as fontes, já não era tão jovem quando em 1754, casou-se com Antônia Thereza de Jesus, que tinha 14 anos e tiveram três filhos: Joaquina Rodrigues de Jesus (1754), José Rodrigues de Jesus (1756) e Maria da Conceição Rodrigues de Jesus (1759).
Joaquina Rodrigues de Jesus – Em 1766 casou com Manoel da Silva Nunes, descendentes dos fundadores da cidade de Bezerros e tiveram uma filha: Maria do Rosário Nunes, nascida em 1768, que no início da década seguinte ficou órfã.
Joaquina Rodrigues de Jesus – Casou, em segundo matrimônio, com o agricultor João Pereira Bezerra, com quem teve vários problemas de relacionamento com a enteada e com os cunhados.
JOSÉ RODRIGUES DE JESUS – Casou-se com Maria do Rosário Nunes, sua sobrinha, em 1781 e tiveram um filho: Manoel Rodrigues de Jesus, com sucessão.
Por fim o pedido aos confrades é: Quem tem alguma indicação da origem dessa família em Portugal?
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Caro Moisés,
Achei muito esclarecedora sua mensagem - e também achei-la importantíssima, dado que muitos ignoram essas histórias locais.
Eu sou de Caruaru também e queria perguntar-lhe umas coisas para, caso possível, que o senhor responda-me.
Primeira coisa que gostaria de notar é que o Cônego Simão Rodrigues de Sá, que liderou essa petição de sesmaria em 1681, tinha uma filha natural (bastarda) chamada Eugênia de Sá, que também foi uma das sesmeiras originais de Caruaru. Essa filha casou-se e deixou sucessão.
Josué Euzébio Ferreira diz que a família era residente no Recife, mais especificamente na rua das Calçadas. Na verdade, ele cita o historiador caruaruense Nelson Barbalho, no quinto volume da "Cronologia Pernambucana". Creio que eles eram residentes no Recife e em Olinda na época que receberam a sesmaria, pois depois disso, existem evidências que comprovam que a família era residente em Natal, no Rio Grande do Norte.
1º, preciso provar a filiação de Dona Eugênia de Sá. Segundo o historiador potiguar João Felipe da Trindade, D. Eugênia de Sá era casada com o Capitão Manoel de Mello de Albuquerque, natural de Olinda, que mudou-se para Natal, sendo ele filho ilegítimo de João Velho Barreto. Eugênia era filha natural do Cônego & Dr. Simão Rodrigues de Sá, "que depois de a ter se ordenou presbítero, e foi arcediago da Sé de Olinda, e morreu sendo vigário colado do Rio Grande", segundo as palavras de Dom Domingos Lorêto Couto. Ou seja, ele teve essa filha antes de entrar no seminário para ser padre.
"O padre Simão Rodrigues de Sá já paroquiava Natal em julho de 1706. Veio a falecer antes de maio de 1708. Manoel de Melo de Albuquerque já estava em Natal em 1709 e tratado por capitão, foi como se sabe um dos grandes inimigos do capitão-mor Ferreira Freire", disse Câmara Cascudo.
Fontes: https://putegi.blogspot.com/2012/12/o-vigario-simao-rodrigues-de-sa-pai.html. Existem alguns livros que citam isso também, escutei dizer, mas nunca tive acesso a tais livros.
2º, preciso provar e sustentar que essa família foi dada como residente em Natal em documentos oficiais do governo (não apenas os eclesiásticos). Veja, a sesmaria de Caruaru, dada em 1681, não existe mais em sua carta original - existem duas cópias, da qual Nelson Barbalho teve o acesso, que são incompletas. Essas cópias incluem lacunas onde ficava a residência do Cônego Simão Rodrigues e seus parentes - então, eu pergunto-me, de onde será que Nelson Barbalho tirou a residência deles? Certamente, Nelson não cita a fonte no quinto volume.
O sítio abaixo é o site oficial onde você pode procurar por todas as sesmarias luso-brasileiras (no caso, estou enviando o URL específico da página da sesmaria de Caruaru):
http://www.silb.cchla.ufrn.br/sesmaria/PE%200355
Lá, consta claramente que não foi indicado a área de residência do Cônego Simão Rodrigues NESSA SESMARIA. Em 1706, ele recebeu mais outras 3 sesmarias, desta vez no Rio Grande do Norte: uma na Serra do Sabugi, outra na cidade de Natal, outra no Rio Salgado. Na sesmaria que ele recebeu de Natal, ele consta que "foi descobridor das terras" e que havia lá construído residência, que possuía gado cavalar e vacum em abundância.
Então, dito isto, é possível inferir que: talvez a família fosse realmente de Olinda/Recife. Com o tempo, eles conseguiram influência para obter a Sesmaria de Caruaru, mas depois eles também investiram no Rio Grande do Norte. Na verdade, a maior parte da família iria fixar-se por lá ou por Olinda.
Apenas uma parte, especificamente de Simão Rodrigues de Sá (Sobrinho), que segundo Nelson Barbalho, sem citar fonte no quinto volume, diz que casou-se com uma mulher da família Aquino Duro (que a tradição popular conserva que era d. Maria Sinhá, mas talvez fosse apelido).
Desta união, nasceu Joaquina Rodrigues de Jesus (c.c. Manoel da Silva Nunes), Maria da Conceição Rodrigues de Jesus (c.c. ?; sem informação sobre sucessão) e José Rodrigues de Jesus.
Note que no sítio SILB, eles dizem que o Cônego Simão recebeu ainda sesmarias no Rio Camagaribe (RN), na Serra Negra (RN) e num local ilegível (em RN), duas em 1717 e outra em 1736. Ora, isso não é possível: pois ele faleceu antes de 1708, segundo o historiador e geneálogo Câmara Cascudo (mas novamente, não se mostra a fonte primária de onde Cascudo tirou essa informação), então, talvez Cascudo tenha errado nessa questão.
Agora, vão minhas perguntas:
O senhor saberia dizer os nomes dos netos e bisnetos de José Rodrigues de Jesus? Ou talvez se sua irmã Maria da Conceição casou-se? Dizem muitos que José Rodrigues tem vários descendentes espalhados em Caruaru, mas desconheço a procedência dessa afirmação.
Eu andei pesquisando recentemente sobre esse tópico, que para mim, representa a história e a continuidade cultural da minha querida Princesa do Agreste, a Capital do Forró, e com as informações que consegui recuperar com livros de Ronaldo de Souto Maior, Josué e Nelson Barbalho assim como alguns sítios pela internet, escrevi a página da Wikipédia dele.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Rodrigues_de_Jesus
Pergunto também se o senhor fez algum progresso nessa pesquisa. Pergunto isso porque sua postagem original foi em 2017, imagino que, passados 4 anos, o senhor tenha conquistado mais alguma informação. E por último, onde o senhor conseguiu essas informações da família Vieira de Mello? Gostaria muito que o confrade pudesse compartilhar também mais informações dessa antiga e nobre família, já que é tão difícil localizar mais dados sobre esta pela internet afora.
Diz-se que José Rodrigues de Jesus morreu em 1820 na idade de 64 anos, tendo nascido em 1756.
Pergunto-me onde está localizada sua tumba e se é possível visitá-la.
De qualquer modo, grato pela mensagem acima.
In Corde Jesu,
Renan Germano. Caruaru, Véspera de São Pedro, 28.06.2021.
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