Venda de manuscritos e genealogias

Caros confrades
Tivemos recentemente notícia da venda de manuscritos, a respeito de um livro de actas camarárias de um município do norte do país. Ciclicamente aparecem à venda, aqui e ali manuscritos, alguns de valor familiar, outros local e regional e até nacional.
Naturalmente, os papéis, como as fotografias e os livros, podem ser vendidos, doados, destruídos pelos seus proprietários.
Mas é pena se que estropiem arquivos, fundos e séries documentais, como o que está a acontecer neste preciso momento com o arquivo dos Condes de Castelo de Paiva. Está a ser vendido aos «bocados» pela bestnet leilões.
Como historiador local tal arquivo é de uma riqueza que não se avalia pelo preço exorbitante que alguns documentos alcançam nas licitações - comprados ou por alfarrabistas desejosos de ganhar o dobro com o que ganharam ou coleccionadores que vão aferrolhar aqueles papéis em cofres ou caixas em sua casa para sempre.
Vi ser licitado um conjunto de documentos sobre o Morgadio de Cinfães e sobre a quinta da Fervença - que estudo há anos, sem poder rebater ou sequer que a leiloeira me informasse sobre o licitante (ou o informasse a respeito do meu interesse no estudo de tal acervo!).
É realmente triste, primeiro que estes arquivos não sejam entregues a instituições públicas para a sua salvaguarda e disponibilização. Mas é mais triste ainda que acabem na voracidade comercial de alguns abutres ...
Desculpem o desabafo que é também um aviso.
Cumprimentos a tod@s,

Nuno Resende

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