1º grau de afinidade ilícita
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1º grau de afinidade ilícita
Caros confrades,
Pesquisando nos paroquais de Bezerros, em Pernambuco, deparei-me com o seguinte registro, do meu ramo familiar:
" Aos doze de Novembro de mil oito centos / cinquenta e seis, em caza da rezidencia de João / Capistrano Torres Galindo, depois de procla / mados juxta Tridentino, sem impedimen / tos, perante mim, e as testemunhas: = Joa / quim Lins d'Araujo e João Lopes do Nasci / mento, receberão-se em matrimonio por / palavras do presente: = Eufrazio Justini / anno de Brito, filho legitimo de João Paulo / da Rocha e de Maria Dornelles Pessoa, ja / falecidos, com Maria Angelica Paula / de Jesus, filha legitima de Antonio Ferrei / ra e de Craulina Maria. O Nubente é na / tural da freguesia de Limoeiro do'onde / veio de menor idade para Pedras bran / cas, e A Nubente é natural da Freguezia / de Sancto Antão d'onde veio de menor i / dade para as mesmas Pedras brancas, / Freguezia de São José dos Bezerros, e fo / rão dispenços no primeiro grao de Affini / dade illicita em linha recta, em que se / achavão ligados, e lhes dei as Bençãos Nu / pciaes, do que para constar fiz este termo / e me assigno. Vigario Encommendado / Frei Lourenço da Immaculada Conceição / e Silva Pregador e Guardiam "
Assim, fico em dúvida: o que significaria esse primeiro grau de afinidade?
Quanto à nubente, nada mais sei sobre a ascendência.
O nubente pertence ao meu ramo familiar dos Pessoas. Abaixo, trago o batismo, bem como a ascendência dos pais:
Batismo:
" Eufrazio de hú mez de nascido, filho legitimo de João / Paulo e Maria Dornellas, moradores nesta Freguezia / de licença Parochial baptizou solemnemente o Pe. / Fr. Antonio do Bom Sucesso aos dezoito de ma / io de mil oito centos vinte oito. Forão P.P. Estevão / da Roxa e sua molher Rita Maria de q fiz este / assento que assignei. / O Vgro. José Fran.co. de Moura Px.co "
Os pais se chamavam: João Paulo Estevão de Brito da Rocha e Maria Dornelas Pessoa. Os avós paternos eram: Estevão da Rocha e Joaquina Bernarda de Brito (irmã do Capitão Inácio Joaquim de Brito, que tomou parte da Revolução Pernambucana de 1817 e, preso na Bahia, testemunhou contra outros revolucionários). Avós maternos (presumo): Francisco Ferreira de Abreu e Maria Dornelas Pessoa.
Não encontro qualquer acendente de Maria Angélica Paula de Jesus nesse ramo. Logo, não sei de quem viria essa dispensa em 1º grau. Alguém saberia explicar?
Agradeço desde já por qualquer ajuda.
Atenciosamente,
João Brianti
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Caro João,
Compartilharei a minha leitura com o confrade. Veja se está de acordo:
Pela contagem canônica de graus de parentesco, o parentesco de 1º grau em linha reta é o vínculo existente entre pais e filhos.
Por se tratar de vínculo de afinidade, é um vínculo entre afins de 1º grau em linha reta, a saber, sogros, noras, sogras e genros.
O que se quer dizer por afinidade ilícita provavelmente é afinidade por cópula ilícita.
Concluo, portanto, que o noivo manteve em algum momento anterior ao casamento relações sexuais com a mãe da noiva.
Também é possível que o noivo tivesse dormido com uma filha da noiva, mas não sei se ela era viúva ou mais velha do que ele.
Outra possibilidade é ter sido a noiva que dormiu com o pai do noivo ou com um filho do noivo. Seria bem menos provável em 1856, mas não impossível.
Cumprimentos,
Filipe
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Caro Filipe,
Já suspeitava dessa situação. Eu não encontro o batismo da noiva, logo, não sei quando deve ter nascido. Quanto ao casal, não encontro filhos nas décadas de 1850 e 1860, ao menos na localidade em que casaram (onde toda essa família estava, por muitos possuírem, nela, fazendas e engenhos).
Quanto ao pai, João Paulo de Brito da Rocha, deve ter nascido por volta de 1800, e já era falecido no ano de 1851, quando aparecem escravos dos órfãos dele. A esposa dele, Maria Dornelas Pessoa, faleceu aos 23.07.1853, com cinquenta anos de idade.
É um ramo mais afastado do meu, mas aparentado, por serem primos do meu 5º avô Tertuliano Ribeiro Pessoa, ligados à mesma família do Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, líder da Revolução de 1817, e de Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, "Ditador de Pernambuco" durante a referida revolução.
Alguns registros indicam que os tios-avós dele ainda tinham filhos na década de 1810, como se pode ver abaixo:
" Luiza de idade de trez mezes, filha legitima do Capitão / Ignacio Joaquim de Brito e D. Joana de Moura Pes / soa, naturaes e moradores desta Freguezia de licença / minha e baptizou Solemnemente o P. Lourenço de Bar / ros Passos na filial do Engenho Eixo aos oito de Ju / nho de mil oito centos e dezoito. Forão P.P. o Capitão / Mor Christovão d'Olanda Cavalcante e sua mulher / D. Paula Cavalcante moradores no seu Engenho Novo / de q. fiz este assento que assignei. O Vigr.o. Joze Fran.co. de Moura Px.co. "
Observação: o pai era, na verdade, de Ipojuca e, a mãe, de Igarassu. As naturalidades estão incorretas.
Agradeço pela ajuda.
Atenciosamente,
João Brianti
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Padrasto (viuvo) com enteada
ou
Madrasta (viuva) com enteado
ou
Genro com sogra (viuva)
ou
Nora com sogro (viuvo)
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O parentesco entre cunhados também é de 1º grau de afinidade.
A relação ilícita pode ter sido entre um dos noivos com um irmão/irmã do outro.
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Caro confrade,
O assento menciona relação ilícita entre afins em 1º grau na linha reta. Se fossem cunhados, acredito que seriam afins em 1º grau na linha lateral ou transversal.
Cumprimentos,
Filipe
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