Manuel Fernandes Cascais, Capitão-Mor de Oliveira de Frades
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Manuel Fernandes Cascais, Capitão-Mor de Oliveira de Frades
Sou 10º neto de João Ribeiro e Maria João, casados em Campia aos 17.01.1707.
Um dos filhos desse casamento foi o Capitão Manuel Ribeiro Lopes, F.S.O., lavrador abastado com renda de 200 mil réis (década de 1730), casado com Maria Ribeiro (filha de Domingos André e de Cecília Ribeiro) e pais, dentre outros, de Inocência Maria de São José, casada aos 13.05.1753 com o Capitão Manuel Fernandes Cascais, que então foi viver em Campia. Manuel Fernandes Cascais foi Sargento-Mor das Ordenanças de Oliveira de Frades aos 14.05.1781 e, por fim, Capitão-Mor aos 29.03.1792.
Dentre outros filhos de Manuel Fernandes Cascais e Inocência Maria de São José, nasceu Manuel Ribeiro da Silva Fernandes Cascais, casado aos 10.05.1784 com Quitéria Joaquina Soares de Sousa e Melo, filha do Capitão-Mor António Soares da Fonseca e Albergaria, bacharel, C.O.C. e F.S.O., e de Rosa Maria de Sousa de Menezes e Vasconcelos de Seixas. Esse Manuel Ribeiro da Silva Fernandes Cascais foi Sargento-Mor das Ordenanças de Oliveira de Frades aos 28.06.1792 e Capitão-Mor em 1831.
Por pertencerem ao meu ramo familiar (tendo em vista que descendo de uma irmã do Capitão Manuel Ribeiro Lopes, cujo ramo apresenta muitos familiares, notários e comissários do Santo Ofício), gostaria de saber mais sobre estes "Fernandes Cascais". Parece-me que teriam origem em Ribeiradio, descendentes de um certo Capitão Pedro Cascais.
Agradeço desde já por qualquer ajuda.
Atenciosamente,
João Brianti
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Manuel Fernandes Cascais, Capitão-Mor de Oliveira de Frades
Caro João Brianti,
Eu descendo do capitão Pedro Cascais, que julgo que seja antepassado do Manuel Fernandes Cascais que casa em Campia. Os poucos dados que tenho são que o capitão era filho de outro Pedro Cascais e de sua mulher julgo que Maria Fernandes (o registo do casamento do filho tem tinta trespassada). O capitão casa em Ribeiradio (c. Oliveira de Frades) em 29 de Julho de 1688 com Maria Fernandes Nogueira, filha de Simão Fernandes e de Isabel Fernandes (casados em Ribeiradio em 2 de JUnho de 1658 e ele falecido em 17 de Fevereiro de 1709 em Ribeiradio), np de Diogo Fernandes e de Ana Dias e nm de João Domingos e de Maria Fernandes.
O capitão Pedro Cascais morre em 4 de Março de 1712 em Soutomaior, freg. de Ribeiradio com testamento. Eu descendo da filha Catarina Fernandes que é baptizada em 10 de Março de 1706 e casa em 26 de NOvembro de 1735 em Ribeiradio com António João, natural de São João de Loure. TÊm uma filha Maria Francisca NOgueira que casa em 2 de Novembro de 1760 em Ribeiradio com Manuel Coelho Pereira, de Silvalde, concelho de Espinho, com geração que permaneceu nessa freguesia e de que descendo.
Não sei mais nada destes Cascais, mas parecem ser uma família interessante. Quem sabe ainda existe alguma casa deles em Oliveira de Frades, ou capela.
Cumprimentos,
Tiago
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Caro Tiago Mendes,
O Capitão-Mor Manuel Fernandes Cascais, casado com Inocência Maria de São José, era filho de outro Manuel Fernandes Cascais (nascido na freguesia de Ribeiradio) e de uma Mariana Correia (natural da Vila de Oliveira de Frades). Suponho que pudesse ser neto desse Capitão Pedro Cascais e de Maria Fernandes Nogueira, hipótese que logo verificarei.
Apesar desse ramo ser colateral meu, tenho diretamente muito antepassados em Ribeiradio, inclusive com nomes semelhantes aos de Maria Fernandes Nogueira. Em maior parte, vêm pela minha 8ª avó Maria João, casada com o Capitão Gonçalo Francisco Martins, de Antelas, pais de Maria Francisca Martins, casada com o Capitão António Diogo Lopes de Arêde, de Passos, em Pinheiro de Lafões, os quais foram meus 7º's avós.
Por outro ramo, tenho uma 7ª avó chamada Luzia da Silva, de Ribeiradio, mas viveu em Carrazedo (Cedrim) por lá ter casado com um Domingos Ribeiro, e foram avós maternos do meu 5º avô José Duarte da Silva, casado com Joana Maria Coelho de Araújo, filha de António de Araújo de Melo e Mendonça e de Custódia Maria Josefa. Por parte dessa Luzia da Silva, ela era neta materna de um certo Pedro da Silva (falecido aos 26.02.1711) e de uma Maria Coutinho, ambos de Ribeiradio, embora ainda não saiba as filiações e não avance muito, quando comparado aos outros ramos de Luzia da Silva, por não ter encontrado o casamento e os batismos de ambos, de modo que creio na possibilidade de algum deles não ter nascido em Ribeiradio, embora lá tenham morado e os filhos nascido.
Agradeço pela resposta.
Atenciosamente,
João Brianti
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Caro João Brianti,
Infelizmente não tenho mais dados sobre esta família Cascais, e a qualidade dos paroquiais na altura levou-me a não pesquisar mais. Tenho ainda um outro ramo em Ribeiradio, mas que também nunca investiguei. Começa com João Lopes casado com Maria Luísa e moradores em Quintans, freguesia de Ribeiradio. A filha Ana Maria casa com António Fernandes, natural do lugar de Travanca na freguesia de Oliveira de Frades e são pais de MAria Joaquina baptizada em Travanca em 22 de Julho de 1794, casada na mesma freguesia em 11 de Julho de 1815 com Manuel da Costa Barreiro, sendo meus quintos avós. O filho vai viver depois para Molelos, no concelho de Tondela, uma região que conheço melhor em termos de registos.
Com tempo irei regressar a estudar estes ramos de Ribeiradio.
Muito obrigado,
Tiago
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Caro Tiago Mendes,
Após esse tempo, devo informar que encontrei o casamento de Manuel Fernandes Cascais (pai do Capitão-Mor) em Oliveira de Frades, ocorrido aos 26.11.1720.
Nele, consta ser filho do Capitão Pedro Cascais e de Maria Fernandes, de Souto Maior, em Ribeiradio.
Casou-se com Mariana Tavares [Correia], natural de Lourizela, termo de Couto de Esteves, e moradora em Oliveira de Frades, na casa do seu tio, António Correia. Consta que era filha dos falecidos Manuel Correia e Antónia de Bastos.
Foram testemunhas o Pároco Manuel de Oliveira Jordão, o Padre Domingos Correia da Silva e Manuel Pinto Botelho, Escrivão da Câmara de Oliveira de Frades.
É interessante que esses Correia podem ser relacionados à um ramo que tenho em Pinheiro de Lafões. Em um dos casamentos dessa família, consta como testemunha o Padre Miguel Dias Correia (foi depois viver no termo de Guarda, deixando uma filha ilegítima em Pinheiro de Lafões), irmão do meu 8º avô Domingos Dias Correia, lavrador abastado em Couço, Pinheiro de Lafões, com escravos. Esse Domingos Dias Correia foi casado com Maria Jerónima, filha de Jerónimo Fernandes [Couceiro?], o qual também foi pai de Manuel Fernandes Couceiro, casado com uma Joana Francisca Pereira de Lima que era dos Tavares do Correio-Mor de Aveiro.
Um dos filhos de Domingos Dias Correia foi o Padre Nicolau Dias Carreiro, tio do meu 6º avô Nicolau Dias Carreiro, seu homônimo. Esse Nicolau se casou com Antónia Maria Lopes [de Arêde], filha do Capitão António Diogo Lopes de Arêde (que tinha um filho homônimo Padre e Doutor em Cânones), de Passos, em Pinheiro de Lafões, bem como neta materna do Capitão Gonçalo Francisco Martins, de Antelas, lá fundador da Capela de São Gonçalo (creio que, depois, passou à Casa do Alferes, como a atual Capela de Nossa Senhora da Boa Morte), assim como pai do Padre Manuel Francisco Martins, Notário do Santo Ofício.
Um dos filhos de Nicolau Dias Carreiro foi o Dr. José Anastácio Carreiro, médico formado na Universidade de Coimbra. Outro foi o meu 5º avô, que se casou com uma filha de António Rodrigues Ribeiro, de Ral, sobrinho de um pároco homônimo que foi Comissário do Santo Ofício. Esse António Rodrigues Ribeiro era sobrinho-neto do dito Capitão Manuel Ribeiro Lopes, Familiar do Santo Ofício e sogro do Capitão-Mor Manuel Fernandes Cascais. Ademais, António Rodrigues Ribeiro era neto materno do Alferes Domingos Lopes da Silva, de Cambarinho, em Campia, o qual era irmão do Capitão António da Silva Lopes. O sogro de António era Manuel João da Costa, de Souto de Lafões, sobrinho do Padre José Rodrigues Ferreira, Comissário do Santo Ofício, bem como da esposa do Alferes Manuel Lopes da Costa Bandeira. Portanto, acabava por ser primo em 1º grau do Sargento-Mor José Bandeira Lopes de Gouveia, por sua vez avô do conhecido General Luís Bandeira Coelho de Melo.
Todos interligados...
Noto que esse ramo familiar contava com muitos comissários, notários e familiares do Santo Ofício. Isso me trouxe muitos dados que não conseguiria apenas nos paroquiais. Contudo, não encontro muita documentação acerca dos emprazamentos (sei que tiveram alguns) e capelas que fundaram.
Atenciosamente,
João Brianti
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Caro João Brianti,
Nesse caso fica esclarecida a ligação dos Fernandes Cascais ao capitão Pedro Cascais. É um nome bastante invulgar, confesso que tenho alguma curiosidade na origem. Hei-de voltar a tentar subir nesse ramo.
Relativamente a prazos, infelizmente desconheço os mosteiros que teriam propriedades na região. Será que Santa Cruz de Coimbra aqui teria alguns bens? Tenho encontrado prazos essencialmente na documentação monástica.
Muito obrigado,
Tiago
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