Veleiros/vapores
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Veleiros/vapores
Meu trisavô deve ter vindo para o Brasil antes de 1859, já que este é o ano de nascimento de seu primeiro filho aqui no estado de Pernambuco. Nesse período já existiam vapores ou a viagem seria feita ainda em veleiros? Não consegui encontrar seu nome nas listagens do Projeto Imigrantes, já que os registros são posteriores a 1882. Agradeço qualquer esclarecimento.
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RE: Veleiros/vapores
Uma vez que ninguém quer ou pode responder, digo-lhe eu o q. sei acerca disso.
Antes do mais chamo a sua atenção para o tópico "Farewell Queen Mum" c/ data de 09.04.2002 - 20.50, onde são referidos os S/S, navios a vapor no ano de 1832. Os vapores faziam então só navegação de cabotagem, mas penso que podendo atravessar o difícil Golfo da Biscaya que igualmente poderiam atravessar o Atlântico, de Lisboa ao Rio, com facilidade.
Penso que foi por 1840 que os primeiros vapores aportaram à costa brasileira, coexistindo com os então muito aperfeiçoados veleiros, de maior capacidadee mais numerosos.
Se aina estiver interessado nisso, posso arranjar-lhe datas mais precisas do acontecimento.
cmptos,
M. Magalhães
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RE: Veleiros/vapores
O primeiro navio a vapor da armada portuguesa foi o Mindelo,construído em Inglaterra em 1845.
É tudo o que sei
Beijinhos
Maria
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RE: Veleiros/vapores
De um artigo pubicado no “Arquivo de Ponte de Lima-1984” intitulado “Adeus, Não-Até à Volta!” de autoria de minha tia D. Maria Emília Sena de Vasconcelos, extraí o seguinte trecho:
................
“Nos meados do século XIX existe uma carreira marítima regular ente Lisboa e o Rio de Janeiro – a Companhia Luso-Brasileira, com agentes em Lisboa (Guimarães & Cª, no Cais de Sodré, 14-A) e no Porto (na rua da Reboleira, 60). Aliás entre estas duas cidades fazia igualmente carreiras com o vapor “Duque do Porto”, capitaneado por António Albano Porto.
Entre Lisboa e o Rio de Janeiro circulavam na altura “dois novos grandes vapores”, o D. Maria II (de 1534 toneladas, construido em 1853 e comandado pelo 2.° tenente da Armada António Francisco Ribeiro Guimarães) e o D. Pedro II (de 1.663 toneladas, construído em 1854 e comandado pelo 1.° tenente da Armada Joaquim Viegas do Ó) - ambos os transportes “movidos pela força de 300 cavalos” ...
No trajecto Porto-Lisboa custava cada passagem na 1.ª câmara 10.000 réis; na 2.ª 7.500 réis; no convés 2.400 réis. Para a travessia Atlântica (com os preços calculados em libras esterlinas, a 4.500 réis cada) desembolsavam os ocupantes respectivamente: até à Madeira, £ 7, 6 e 14.400 réis; até S. Vicente 15, 13 e 24.000 réis; até Pernambuco 21, 19 e 31.500 réis; até à Baía 27, 24 e 36.000 réis; até ao Rio de Janeiro 32 e meia, 28 e meia e oito. (Preços estes em beliches de 2 ou 4 camas, que poderiam ser ocupados por uma só pessoa, desde que pagasse também os demais lugares - com o desconto de 20%;
e que incluiam o tratamento da roupa, serviço de mesa com vinho de pasto - ou outro, com acréscimo por conta própria, e o frete grátis até 20 pés cúbicos de bagagem para quem estivesse nas 1.ª e 2.ª câmaras. Quanto às crianças, nada se cobrava às que tivessem menos de 3 anos. Quanto à duração da viagem... essa não me aparece apontada em qualquer notícia. Por certo ainda então dependeria muito da complacência dos elementos ...
Na mesma época a Companhia Franco-Americana Gauthier Frères (seus agentes em Lisboa: H. Dubeux, na rua dos Capelistas, 23, e A. J. e Chambica, no Cais do Sodré, 6) faz a carreira Havre-Rio de Janeiro, dali partindo a 22 de cada mês, e de Lisboa 24 horas depois de ali chegar. Nela eram utilizados os paquetes Cadiz, Lyonnais e Franc- Comtois de 2.000 toneladas e com a força de 500 cavalos cada.
A partir de 1850 igualmente a venerável Royal Mail Steam Packet Company (fundada em 1839, e primeiro em serviço da Inglaterra para a Índia) passou a fazer carreiras para o Brasil (que cerca de vinte anos depois se estenderiam até à Argentina). Como agentes em Lisboa tem primeiro Artur Van Zeller, na rua da Emenda 27, e no Porto W. A. Tait, na rua dos Ingleses 52. A 9 de cada mês largava de Southampton um dos seus barcos para essa travessia (a menos de cair essa data num domingo). A 13 ou 14 atracavam em Lisboa, seguindo no dia mediato para a Madeira, Tenerife, S. Vicente e por fim o Brasil.
Antes do prolongamento da viagem até à Argentina, já no entanto do Brasil se facultava o seu prosseguimento para Montevideu e Buenos Aires de combinação com transportes marítimos daquelas paragens. As passagens em sentido inverso, aliás, tanto nesta Companhia como na anterior, sofrem um aumento de 20 ou 25% sobre as da ida. “
etc.
Cumprimentos
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Veleiros/vapores
Prezado Senhor J.Castro,
Agradeço sua colaboração que nos dá uma visão bem interessante do assunto. Certamente será útil não só para mim, como para muitos que têm as mesmas dúvidas que eu.
Agradeço mais uma vez sua atenção.
Clizete Marques S.M.Araújo
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RE: Veleiros/vapores
Senhor ou Senhora M. Magalhães,
Muito estou aprendendo nesta lista e certamente todos os principiantes, como eu, na busca dos seus antepassados temos muito a aprender com os veteranos desta lista que têm muito a nos transmitir generosamente e gratuitamente.
Agradeço sua atenção.
Clizete M.S.Mónteiro de Araújo
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RE: Veleiros/vapores
Maria!
Bons olhos leiam a sua escrita!
Como vai a Contessina Mathylde?
Não há duvida. Os que referi de 1832 e 1833 pertenciam à Home Fleet, andando por cá por uma cortesia do governo de SM britânica. Mas creio bem que a marinha mercante andava então mais avançada e terá tido s/s, steam sheeps, antes da marinha de guerra. Muito versado na matéria é no nosso primo Francisco Sequeira Cabral, irmão do António Carlos. Para publicação em obra verdadeiramente espantosa. Infelizmente não quer nada com a internet, sequer com PC.s.
Saudades
Manuel Maria
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RE: Veleiros/vapores
Caro J. Castro e Mello Trovisqueira
Respondi à minha querida antes de ler o belo e esclarecedor texto da senhora sua tia. Pela mostra, parece-me ser uma concorrente de Francisco Pereira Cabral. Será que se conhecem?
Este, é nascido e criado no Porto, desde 1927.
Aproveito para dizer q. tenho sempre gosto em o ler.
cmptos.
Manuel Maria Magalhães
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RE: Veleiros/vapores
Corriga-se bem pronto - "á minha querida prima"
que muito respeito.
MM
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RE: Veleiros/vapores
Caro Manuel Maria de Magalhães:
Com também gosto de velharias, vou juntando as que me aparecem, e divulgando-as como posso e me deixam. E aprendo consigo.
Muito obrigado pelas suas amáveis palavras.
Não tenho o prazer de conhece o Sr. Francisco Pereira Cabral. E também não sei se minha tia o conhece. Vive em Viana e é da "classe" de 1912! Grande regionalista (nasceu em Lisboa, mas é Cidadã de Mérito de Viana do Castelo desde 1996), interessa-se por tudo o que respeita a minhotos... . Quando estiver com ela abordarei o assunto (o e-mail também aqui não funciona...).
Melhores cumprimentos.
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Veleiros/vapores
Olá Manuel Maria
Espero que tudo melhor consigo.
A Matildinha está a "medrar".Tem olhos azuis e nesta altura está parecida com a Mãe.
Foi por acaso que dei a informação do VAPOR,pois estava a informatisar o discurso na homenagem do centenário da morte do meu tio bisavô Frederico Augusto Oom, e o primeiro navio em que ele embarcou foi o vapor Mindelo da Armada.
Beijinhos
Maria
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RE: Veleiros/vapores
Boa noite.
Sou novata nestas pesquisas. Tento encontrar lugares onde seja possível pesquisar sobre os navios de imigrantes para o Brasil nos anos 30 saindo do Porto de Leixões.
Toda a ajuda é bem vinda.
Obrigado pela atenção.
Maria
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