Família Figueiredo Tenreiro Aranha, do Pará (Brasil)

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Família Figueiredo Tenreiro Aranha, do Pará (Brasil)

#209 | 2910 | 22 set 2000 23:31

Gostava de saber a ascendência ou de onde era natural em Portugal, Bento de Figueiredo Tenreiro, estabelecido no Pará, casado em 1710, capitão-mor de Guamá e provedor da fazenda Real. Este teve por filho Raimundo de Figueiredo Tenreiro, casado em 1739, com Teresa Joaquina Aranha, filha do capitão-mor do Pará, Manuel Guedes Aranha (descendente dos povoadores de Belém do Pará). Teve por filho Bento de Figueiredo Tenreiro, n.em Barcelos(Pará) a 4/9/1769, famoso poeta da arcádia brasileira,com obra publicada, alferes de milícias, director dos índios de Oeiras, capitão de caçadores, escrivão da mesa grande do Pará. Foi seu filho João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, fundador da cidade de Figueiredo no Brasil.Espero pela "dica" dos genealogistas brasileiros e Portugueses.

Obrigado

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RE: Família Figueiredo Tenreiro Aranha, do Pará (Brasil)

#487 | linhagens | 11 ott 2000 17:36 | In reply to: #209

Talvez encontre alguma coisa no Arquivo Histórico-Militar, ou na Torre do Tombo (na Chancelaria, nas mercês, nas habiliações,
etc...).

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RE: Família Figueiredo Tenreiro Aranha, do Pará (Brasil)

#1240 | 2910 | 08 dic 2000 23:46 | In reply to: #209

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RE: Família Figueiredo Tenreiro Aranha, do Pará (Brasil)

#1949 | 2910 | 27 gen 2001 01:03 | In reply to: #209

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RE: Família Figueiredo Tenreiro Aranha, do Pará (Brasil)

#8381 | 2910 | 29 ago 2001 16:08 | In reply to: #209

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RE: Família Figueiredo Tenreiro Aranha, do Pará (Brasil)

#10233 | 2910 | 04 ott 2001 13:27 | In reply to: #8381

Será que algum genealogista brasileiro pode fazer luz sobre este assunto.

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RE: Família Figueiredo Tenreiro Aranha, do Pará (Brasil)

#10664 | 2910 | 10 ott 2001 18:35 | In reply to: #209

Está aí algum genealogista brasileiro ?

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Genealogia do Poeta Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha

#260659 | rmpt | 18 ago 2010 17:07 | In reply to: #10664

FIGUEIREDO TENREIRO


1-Manuel Tenreiro de Figueiredo, (deve ser dos Figueiredo Tenreiro, de Carapito) casou com Violante Carreiro. Foram moradores em Viseu na Rua Direita à Pedra de Gonçalinho em 1649 e em Ranhados em 1658. Filhos nascidos em Viseu:

2-Bento de Figueiredo Tenreiro, que segue

2-Manuel, bapt. a 1/11/1649, sendo padrinho o cónego Lourenço de Mello.

2-Filipa, bapt. a 21/11/1658, sendo padrinhos D. Filipa, mulher do Dr. Luís Gomes de Figueiredo e seu filho Francisco Gomes de Loureiro

2-Bento de Figueiredo Tenreiro, bapt. a 15/11/1648 na freg. de S. Pedro de Viseu, casou na ilha da Madeira, cidade do Funchal a 5/6/1668 com D. Francisca de Andrade, onde foram moradores. Filho:

3-António de Figueiredo Tenreiro, natural da cidade do Funchal, freg. da Sé, ilha da Madeira. Casou com D. Inês de Sousa, natural de S. Luís do Maranhão, filha de António de Sousa Soeiro, natural da cidade de Lisboa (Santa Madalena) e de Maria Correia Pestana, natural da dita cidade de S. Luís do Maranhão. Filho:

4-Bento de Figueiredo Tenreiro, bapt. na Sé da cidade de S. Luís do Maranhão. Foi capitão e um “homem de negócios morador na cidade do Belém do Grã Para”. Capitão Mór da Villa de Gurupá, e Provedor da Fazenda Real no Pará. Filho:

5-Raimundo de Figueiredo Tenreiro, casou com D. Teresa Joaquina Aranha, filha de Manuel Guedes Aranha. Filho:

6-Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha, n.em Barcelos(Pará) a 4/9/1769, famoso poeta da arcádia brasileira com obra publicada. Foi alferes de milícias, director dos índios de Oeiras, capitão de caçadores, escrivão da mesa grande do Pará. Filho:

7-João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, fundador da cidade de Figueiredo





BIOGRAPHIA

de Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha.

Nasceu na Villa de Barcellos, antiga cabeça de Comarca do Rio Negro, no dia 4 de Setembro de 1769. A sua ascendencia é uma das mais honestas e distinctas do Pará. Seu Pai, Raimundo de Figueiredo Tenreiro, era filho de Bento de Figueiredo Tenreiro, Capitão Mór da Villa de Gurupá, e Provedor da Fazenda Real no Pará: e sua mãi, D. Theresa Joaquina Aranha, era filha do Capitão-Mór da mesma Provincia Manoel Guedes Aranha, descendente de Bento Maciel Parente, Governador e Capitão General do Estado do Maranhão e Gram-Pará , e Donatario do Cabo do Norte.
Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha perdeu seu pai na primeira infancia; e apenas completos sete annos de sua idade ficou tambem sem mãi. Em sua orphandade foi entregue aos cuidados de um tutor, que apezar de o fazer aprender as primeiras letras, não soube reconhecer os talentos de seu pupillo, para os applicar convenientemente; antes o conduziu á solidão da roça, a que Tenreiro não se podia accomodar.
Tocando a idade de doze annos, sentiu mais vivo o seu desejo de se entregar ao estudo das BelIas Lettras; e com este designio procurou o amparo de seu padrinho o Arcipreste e Vigario GeraI José Monteiro de Noronha, que applaudindo e favorecendo este de¬signio de seu afilhado, e de acordo com o Juiz d'Orphãos, o mandou estudar no Convento de S. Antonio, onde completos os seus estu¬dos preparatorios, se passou para as aulas maiores dos Padres Mercenarios, sob a direcção do Padre Mestre Fr. João da Veiga, cu¬nhado do Vigario Geral Noronha; e ahi aproveitou muito, desenvolvendo pasmosamente os seus talentos.
Aos 19 annos de sua idade, Tenreiro Aranha apromptava-se a ir completar os seus estudos na Universidade de Coimbra; mas foi embaraçado neste seu projecto pela falta de meios que lhe causara um sequestro da Fazenda Real sobre os bens herdados de seu avô. Removido do seu proposito, elle se deixou captivar do amor, que em sua alma acenderão os encantos e virtudes de D. Rozalina Espinoza, filha de um official militar vindo de Portugal para servir na Provincia do Pará, e com elIa se casou.
Tomado este novo estado figurou-se-lhe a vida retirada mais conveniente e aprasivel, e assim foi viver em uma fazenda dentro da jurisdição da Cidade, onde em socego se deu mais afincadamente ao estudo das Bellas-Lettras, e aos cuidados ruraes.
Tendo conhecimento o Governador e Capitão General, Martinho de Souza e Albuquerque, das boas qualidades de Tenreiro Ara¬nha, não soffreu que permanecesse em retiro quem podia ser mais util á Patria nos empregos publicos; por isso com a patente de Al¬feres de Milicias o nomeou Director d'Oeiras, Villa de Indios. Ten¬reiro obedeceu logo a este convite e deliberação da primeira auctoridade de sua Patria. De sua excellente direcção resultou um geral contentamento dos indigenas dessa Villa, augmentando-se sensivel¬mente os productos de seu trabalho, e o numero da população, pelo incremento de muitos Indios, que attrahidos das selvas por suas maneiras conciliadoras vierão engrossar o rebanho de Christo, ao qual Tenreiro consagrava tambem particulares cuidados.
D. Francisco de Souza Coutinho, que succedera no Governo.da Provincia a Martinho de Souza, e que segundo as suas informações ao Gabinete de Lisboa esperava uma lei que abolisse o Directorio dos Indios, satisfeito do comportamento de Tenreiro Aranha no regimen economico da Directoria de Oeiras; e do desinteresse que assaz o extremara de muitos Directores ambiciosos e desabridos, não quiz que Tenreiro se achasse ainda Director, quando chegasse a mencionada Lei, para não ser confundido com os outros que serião então demittidos: e afim de mostrar-lhe que os seus merecimentos lhe occupavão a attenção, elevou-o ao pôsto de Capitão de Caçadores do seu mesmo regimento, e conferiu-lhe o logar de Escrivão da Abertura da Alfandega do Pará.
Tenreiro Aranha não deixou no exercício destes seus novos encargos de merecer de mais a mais o honroso conceito do seu Governador; mas por fim foi victima de insidiosas maquinações e negras calumnias, movidas por occasião da discordia, que rebentara entre o Governador, o Bispo D. Manoel d'Almeida de Carvalho, e o Juiz de Fóra Luiz Joaquim Frota de Almeida, de quem era fiel e extremoso amigo. O seu officio da Alfandega foi logo transferido para ou¬tro individuo, que com lisonjerias soubera armar a graça do Governador. Recolheu-se de novo Tenreiro Aranha á solidão do campo, até que o Conde dos Arcos, investido no governo, e inteirado da injustiça, que se lhe fizera, o chamou para o emprego de Escrivão da Mesa grande do Pará, que lhe foi confirmado vitalicio pelo Príncipe Regente D. João.
Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha falleceu no dia 11 de Novembro de 1811.
Cabia agora annunciar os diversos talentos deste honrado Paraense pela mesma ordem, com que elle os manifestou em seus escriptos; mas a falta de noticias exactas faz com que sejamos par¬cos em tal materia; contentando-nos de annunciar unicamente o que tem chegado á nosso conhecimento, e que de certo basta para accreditar a memoria de Tenreiro Aranha como de um distincto literato.
Da suas obras, umas se imprimirão avulsas, outras de todo se tem perdido. Passarão pelo prélo uma Ode Horaciana ao Gover¬nador e Capitão General Martinho de Souza e Albuquerque, onde a gratidão de mãos dadas com a verdade, expressou louvores em sublime phrase: e uma Oração feita por occasião do nascimento da Sra. D. Maria Isabel, Infanta de Portugal, que foi recitada na residencia do Juiz de Fóra Luiz Joaquim Frota de Almeida. Nesta Oração brilhão os liberaes sentimentos de que já era possuido naquelIe tempo o illustre Paraense. Querendo elle mostrar as vantagens das monarchias justas, fundadas na equidade e na razão, dirigidas por leis, e consagradas pela religião, diz assim: – Rastejão, e imitão de algum modo a força, a unidade, a ordem, e aquella acção rapida, poderosa e simplicissima, com que o Ente Supremo, desde o alto de seu Throno Magestoso, rege e modera o Universo. – Depois continuando o mesmo pensamento diz assim: seja para sempre detestado o sceptro da tyrannia; seja banido e desterrado para os confins desses barbaros climas, onde desconhecida ainda a dignidade do homem, perpetua a ignorancia o seu jugo infame sobre milhões de escravos –.
Das Poesias manuscritas, Dramas, Cantatas, Idilios, Sonetos, etc; só escaparão á voracidade do descuido uma Ode Pindarica ao Governador do Rio Negro Manoel da Gama Lobo de Almeida; e um Soneto á Mamaluca Maria Barbara, mulher de um soldado do regimento de Macapá, cruelmente assassinada no caminho da Fonte do Marco; por não querer adulterar, e é o seguinte :

SONETO.

Se acaso aqui topares caminhante,
Meu frio corpo já cadaver feito,
Leva piedoso com sentido aspeito
Esta nova ao esposo afflicto errante.

Diz-lhe como de ferro penetrante
Me viste por fiel cravado o peito,
Lacerado, insepulto, e já sujeito
O tronco feio ao corvo altivolante

Que d'um monstro inhumano, lhe declara,
A mão cruel me trata desta sorte,
Porêm que alivio busque á dor amara;

Lembrando-se que teve uma consorte;
Que por honra da fé, que lhe jurara,
A' mancha conjugal prefere a morte,

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