Oliveira Cercal - Cadaval, século XVII

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Oliveira Cercal - Cadaval, século XVII

#25627 | Ricardo de Oliveira | 25 ago 2002 12:50

Prezados colegas

Origem dos Oliveira Cercal

Encontrei a origem portuguesa de uma das mais antigas e importantes famílias de Santa Catarina, com trezentos anos de poder político no Brasil Meridional. Esta grande descoberta genealógica foi encontrada no seguinte documento : Livro das recepções dos irmãos da Venerável Ordem 3ª da Penitência de Paranaguá. 1744-1794. Círculo de Estudos Bandeirantes. Pontifícia Universidade Católica, Curitiba.

Manoel de Oliveira Cercal, filho de Manoel de Oliveira Lopes e de Teodora (?) Francisca. Não se lembra do nome do avô paterno. O pai era natural da paragem do Cercal, termo de Cadaval e a mãe natural de Caldas.

Temos dois Oliveira Cercal na região, presumíveis irmãos :
Manoel de Oliveira Cercal, licenciado e cirurgião em Paranaguá, tinha 62 anos em 1747, testemunha em um processo (JP 916- Arquivo do Paraná. DEAP). Deve ter nascido por volta de 1685 no Cercal, Cadaval.
Antonio de Oliveira Cercal, Capitão-Mor no Rio de São Francisco do Sul, tinha 80 anos em 1757, no inventário do Padre Antonio Ferreira da Cruz (1° Cível de Curitba). Deve ter nascido por volta de 1677 no Cercal, Cadaval.
Uma importante conexão foi reencontrada. Mesmo dez gerações depois, os que partiram para construir o Império não se esquecem das suas distantes terras de origem.
Não está microfilmado. Deve estar na Torre do Tombo ?

Melhores cumprimentos e bom domingo a todos

Ricardo Costa de Oliveira
Curitiba

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Oliveira Cercal, Norte de Santa Catarina

#25820 | Ricardo de Oliveira | 01 set 2002 14:54 | In reply to: #25627

A decisão de passar para o Brasil foi a decisão de se tornar um genearca de toda uma nova estrutura genealógica. Eu e o meu primo Antonio Roberto Nascimento estamos construindo essas genealogias. São muitos milhares de descendentes. Aqui desenvolvemos apenas algumas linhas de descendentes dos Oliveira do Cercal-Cadaval.

Descendentes de Antonio de Oliveira Cercal, Capitão-Mor do Rio de São Francisco do Sul de 1726 a 1733.

2 Manoel de Oliveira Cercal, Juiz Ordinário em São Francisco do Sul em 1740, c.c. Maria Fernandes do Rosário, falecida em 21/4/1801 com mais de 90 anos.
2-1 João de Oliveira Cercal, com 30 anos em 1770, Vereador em São Francisco do Sul c.c. Ana Vieira da Costa
2-1-1 Antonio de Oliveira Cercal c.c Ana Maria de Miranda, filha do Capitão Amaro de Miranda Coutinho, o moço, com Margarida Tavares de Siqueira
2-1-1-1 José Antonio de Oliveira Cercal c.c. Cesarina Maria de Jesus, neta do Capitão-Mor de SFS Francisco Fernandes Dias (1734-1818)
2-1-1-1-1 José Antonio de Oliveira (1838-1920), Coronel, Juiz, grande proprietário e comerciante em SFS c.c Emília Nóbrega, neta do último Capitão-Mor de SFS, Antonio de Carvalho Bueno
2-1-1-1-1-1 Olímpio Nóbrega de Oliveira
2-1-1-1-1-1-1 Plácido Olímpio de Oliveira, Prefeito de Joinville, Secretario de Justiça, Deputado, Governador-Interventor de Santa Catarina em 1933
2-1-1-1-1-2 Teresa Oliveira c.c. Dr. Abdon Batista, político mais influente no Norte de SC de 1880-1920. Foi Deputado, Senador, Governador de Santa Catarina
2-1-1-1-1-2-1 América de Oliveira Batista c.c. Marinho de Souza Lobo, Prefeito de Joinville, Deputado Desembargador em SC.
2-1-1-1-1-3 Cesarina Adelina de Oliveira (1869-1951) c.c. João Gomes de Oliveira, Capitão, Vereador (meus bisavós – RCO)
2-1-1-1-1-4 Alfredo Nóbrega de Oliveira, Deputado, c.c. Alexina de Sousa Lobo

2-2 Manoel de Oliveira Cercal, falecido em 1801 com 50 anos, c.c. Maria Escolástica da Conceição
2-2-1 Joaquim José de Oliveira Cercal, Tenente Coronel c.c. Maria Teresa Lopes de Azevedo
2-2-1-1 Alexandre Ernesto de Oliveira, Deputado c.c. Maria Virgínia da Graça, neta do último Capitão-Mor de SFS, Antonio de Carvalho Bueno.
2-2-1-1-1 Teresa Ernestina de Oliveira c.c. Mário de Sousa Lobo, Deputado
2-2-1-1-1-1 Rodrigo de Oliveira Lobo, Deputado, Senador c.c. Jaci Macedo
2-2-1-1-1-1-1 Marisa Lobo c.c. Coronel Pedro Ivo Figueiredo de Campos, Prefeito de Joinville, Governador de Santa Catarina (1986-1990)

Abraços

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RE: Oliveira Cercal - Cadaval, século XVII

#30410 | Ricardo de Oliveira | 11 nov 2002 14:08 | In reply to: #25627

Transcrevo informações solicitadas ao nosso colega João Almiro sobre esta família na freguesia do Cercal, Cadaval, a quem muito agradeço.

Caro Ricardo

Estive na T.T. a ver os Oliveira Cercal e não consegui grandes novidades. O primeiro livro da freguesia do Cercal que existe é referente às datas 1701 até 1741. Assim foi-me impossível encontrar os baptismos do António e do Manuel.

Vi os baptismos e casamentos destas datas. Os baptismos não referem os avós, mas mesmo assim vi todo o livro imaginando que o Manuel de Oliveira Lopes pudesse ser padrinho de algum baptismo ou casamento – não tive sucesso.

Encontrei vários assentos de gente com o apelido Oliveira, mas não consegui entroncar nos seus.

Por fim vi os óbitos, um por um na esperança de encontrar os óbitos do Manuel e mulher, mas não os encontrei.

Finalmente encontrei um assento de óbito dos seus.

Folhas 108 vº « Aos 12-02-1709 faleceu neste lugar do Cercal hum menino por nome João, filho de Manuel de Oliveira e de s/m Theodozia Francisca, morreu com os sacramentos da confissão e da …(?)… e foi sepultado no adro da Igreja Matriz deste lugar do que fiz este assento. O Cura (a) Braz de Faria Leitão»

Tendo este João morrido com o sacramento da confissão devia ter mais de 12 anos.

Afinal o nome correcto é Theodozia.

Foi o que consegui.

Abraços

J. Almiro

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RE: Oliveira Cercal - Cadaval, século XVII

#71508 | Ricardo de Oliveira | 20 ago 2004 13:10 | In reply to: #25627

Sesmaria da Cachoeira. A família Oliveira Cercal já tinha terras no que seria o Município de Joinville (pelo menos desde o início do século XIX).

"Nós abaixo assinados herdeiros da sesmaria do Rio Cachoeira sita no Município de Joinville concedida em 1806 a Antonio de Oliveira Cercal e que nos pertencia por herança de nossos pais e avós Antonio de Oliveira Cercal e sua mulher Ana Maria de Miranda, declaramos que temos verdadeiro conhecimento que foi esta sesmaria vendida ao Sr. Luís Leôncio Aubé como procurador de SS. AA. RR. Os Senhores Príncipes e Snrª Princesa de Joinville por nós e nossos pais pela quantia de duzentos mil réis preço em que foi avaliada a dita sesmaria no inventário do falecido Antonio de Oliveira Cercal, cuja quantia foi recebida em moeda corrente do Império e como se extraviaram os títulos de terras particulares menos os dos herdeiros Zeferino e Joaquim, fazemos esta declaração para em todo tempo e em qualquer lugar os procuradores das ditas AA. RR. apresentarem esta declaração como legítimos possuidores da dita sesmaria".

E por verdade pedimos ao Snr. João Ricardo Pereira que por nós assinasse

Rio de São Francisco 28 de julho de 1872

Herdeiros de José Antonio de Oliveira =

Francisco Xavier da Conceição de Oliveira

José Antonio de Oliveira

Crispim Antonio Fernandes de Oliveira

Por minha mulher Maria Andreza de Oliveira

João Ricardo Pereira

Rita Adelina de Oliveira

Ana Cezarina de Oliveira Nóbrega

Secretaria da Agricultura de SC. Microfilme PCT-197. Príncipes de Joinville.


Ricardo Costa de Oliveira

19/8/2004

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RE: Oliveira Cercal - Cadaval, século XVII

#71509 | Ricardo de Oliveira | 20 ago 2004 13:36 | In reply to: #71508

Artigo saído hoje na Gazeta do Povo - Curitiba, de autoria do meu primo Fernando Andrade de Oliveira.

Os alemães de Joinville

Muito justa a comemoração dos 180 anos da imigração alemã para o Brasil, iniciada em 1824 e continuada durante o século XVIII, quando recebemos milhares desses imigrantes acompanhados, em menor número, por suíços e outros europeus, encaminhados principalmente para as então denominadas províncias do Sul. Eram homens com diferentes graus de instrução e qualificações profissionais, que, pelas dificuldades de vida em seus países, vinham com suas famílias em busca de paz, liberdade e trabalho rentável, trazendo algum dinheiro e suportando penosas viagens de quase dois meses. No dia 9 de março de 1851 desembarcaram da barca Colon, no porto catarinense de São Francisco, 118 desses imigrantes vindos de Hamburgo, Alemanha. Completaram a viagem navegando pelo Rio Cachoeira e caminhando por uma picada, até alcançarem as terras que lhes foram prometidas, demarcadas nas oito léguas quadradas da Colônia Dona Francisca. Assim chamada por integrar o dote matrimonial que a Princesa Francisca Carolina, filha de D.Pedro I, havia recebido pelo casamento com Francisco Fernando Luiz Maria, Príncipe de Joinville e filho de Luiz Felipe, Rei da França.

Cumpria-se, então, o contrato firmado em 1849 pelo Príncipe com a Sociedade Hamburguesa de Colonização, organizada exatamente para trazer e localizar colonos europeus, garantindo-lhes a subsistência enquanto viajavam, depois amparo por certo tempo, cobrando deles imposto anual, devendo a Sociedade "abrir estradas, caminhos e construir igrejas e benfeitorias". Consta que os imigrantes ainda eram atraídos por falsos anúncios de um paradisíaco país tropical, com amplas possibilidades de sucesso, etc. Porém, chegavam nas margens pantanosas do rio, sofriam para vencer as florestas e os mosquitos e suportar a umidade e o calor, embora o clima fosse temperado por invernos com dias frios e até geadas. Tudo superaram, dedicados à agricultura ou aos empreendimentos urbanos na cidade de Joinville, que fundaram. Em dez anos foram construídos alguns quilômetros de estradas de rodagem que se aproximavam da Serra do Mar e de Curitiba. Essa rede rodoviária foi sendo ampliada, mas até meados do século passado as melhores rodovias estavam apenas macadamizadas. A ferrovia era o único meio de transporte terrestre entre Curitiba e Joinville, durando a viagem 12 horas! Pois se ia para o Oeste, até Rio Negro e de lá se voltava por um dos dois ramais, ainda existentes: um chegava a São Francisco, passando por Joinville, outro alcançava Paranaguá, via Curitiba. Não obstante, Joinville crescia e progredia. Do espírito associativo dos alemães cedo nasceram as sociedades esportivas, de ginástica, caça e tiro, recreativas, religiosas, culturais. Por vocação ainda geraram estabelecimentos de variado comércio e inúmeras indústrias, com muitas fábricas de grande porte, afamadas no país. As primeiras escolas e igrejas nasceram juntas, com o ensino difundido entre instituições públicas e particulares. Freqüentei o excelente Ginásio, depois Colégio Bom Jesus, da Professora Ana Harger, com excelentes mestres, alguns contratados em outros estados. A energia elétrica, de fontes hidráulicas locais, era suficiente para todos os usos, tendo a concessionária federal Empresa Sul Brasileira de Eletricidade – Empresul – também instalado uma rede de telefones automáticos, ainda inexistentes em cidades como Curitiba.

Joinville também se destacou como cidade das bicicletas, usadas pelos felizes moradores, geralmente donos de suas casas, grandes ou pequenas, todas bem cuidadas, encortinadas, com jardins e quintais, muitas flores, árvores e outras plantas que forneciam frutas e hortaliças. Com gosto e habilidade, dominavam as máquinas e manejavam ferramentas para fazer e consertar coisas, mesmo nas oficinas domésticas. O poder público atuava com seus serviços tradicionais. A prefeitura estava perto, construindo e conservando ruas e pontes, cuidando do abastecimento de água e do esgoto, que ainda corria por valetas, sem parecer insalubre, pois nas águas correntes nadavam peixinhos... O governo estadual oferecia bom ensino nos grupos escolares, o posto de saúde, ampliando vagarosamente a rede rodoviária, enquanto o federal marcava presença pela coletoria arrecadadora de tributos, mas também pelo correio, com o quartel do exército e a benemérita campanha contra a malária. Mas não havia caixa econômica que financiasse a construção da casa própria, nem os benefícios da previdência pública e as garantias da legislação trabalhista. Aliás, patrões e empregados se davam bem, identificados pela origem comum, valorização do trabalho, fé religiosa e até porque muitos daqueles procediam das mais modestas atividades ou profissões, enquanto os empregados ou autônomos sabiam que, com esforço e competência poderiam ser igualmente bem sucedidos. Pobreza? Quase invisível. Mendigos? Sim, sempre há, lembro-me de três, quatro, possivelmente mais alguns.

Os fatos acontecidos nas circunstâncias expostas, citados de memória, repetiam-se em muitas outras cidades brasileiras que receberam imigrantes europeus de várias nacionalidades, em condições semelhantes. Por experiência própria e também transmitida por seus antepassados, tinham consciência da necessidade do trabalho para viverem com certo conforto, e da poupança para sobreviverem nos rigorosos invernos de todos os anos, nas guerras sem fim, nas crises políticas e ante os governos despóticos. Aqui, em paz e liberdade, viveram e venceram, atuando com perseverança, competência e honestidade, para merecerem a proteção divina. Demonstração exemplar do inigualável poder criativo e de progresso inerente à iniciativa privada. Permanece minha admiração por Joinville e pelos joinvilenses, sem esquecer os estimados parentes e demais amigos com quem mantive feliz convivência durante 18 anos. (Sobre a fundação da cidade v. A Colônia Dona Francisca no Sul do Brasil, de Theodor Rodowicz-Oswiecimsky, 1853, reed. em 1992, ed. DAUFSC, História de Santa Catarina, de Oswaldo R. Cabral, ed. Lunardelli, p. 227 ss. e Santa Catarina, 100 anos, de Celestino Sachet e Sérgio Sachet, Século Catarinense, vol. I, p. 95 ss.).

Fernando Andrade de Oliveira, aposentado como procurador da República e professor titular da Universidade Federal do Paraná.
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Os nossos alemães, os do Brasil e que se tornariam brasileiros, eram melhores do que os alemães na África. Exatamente do outro lado do Atlântico estava a Namíbia. Há cem anos atrás o Império Alemão promoveu o primeiro grande genocídio do século XX ao massacrar dezenas de milhares de pessoas da tribo Herero, fato reconhecido na semana passada pelas autoridades alemãs. Era a barbárie européia em ação na África. No Brasil já existiam as idéias de um Candido Mariano da Silva Rondon, herói dos sertões e da Paz !

Ricardo Costa de Oliveira

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RE: Oliveira Cercal - Cadaval, século XVII

#220485 | Nil | 05 feb 2009 18:32 | In reply to: #25627

Sabe algo dos Araujo, que residia no morro correnteza perto dos Oliveira Cercal Cubatão - Jlle-SC?

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Oliveira Cercal - Cadaval, século XVII

#414691 | AOALEX46 | 15 mag 2019 18:00 | In reply to: #25627

Prezado Prof. Ricardo Costa de Oliveira
1) Solicito confirmar se pode-se aceitar como boa inferência que os pais do Capitão Mor Antônio de Oliveira Cercal (1675-1755) sejam mesmo Manoel de Oliveira Lopes e Teodora (?) Francisca de acordo com o texto publicado.
2) Pergunto se sua descoberta tem co-autoria, pois já li gente gabando-se de ter feito descoberta com a mesma descrição e narrativa usada por vc nesta postagem.
Abraço
AO
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Oliveira Cercal - Cadaval, século XVII

#441232 | natcercal | 31 mag 2022 18:12 | In reply to: #25627

Tem alguma notícia de algum deles terem morado em Portugal?

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