Fernando Pessoa
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Fernando Pessoa
Atenção:Existe longa geração dos três casamentos de Sancho Pessoa da Cunha,com processos de judaísmo no Santo Ofício.
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RE: Fernando Pessoa
Caro Conde,
Existe de facto, e tenho em meu poder um estudo do Tenente Coronel Armando de Sacadura Falcão, que prova isso mesmo.
Cumprimentos
Luís Camizão
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RE: Fernando Pessoa
Caro Confrade;
Recomendo-lhe a leitura de "A Carta de Armas de João de Mello Pestana Travassos" publicada há algumas décadas na Revista Armas e Troféus que fala destes e da sua ascendência.
Cumprimentos.
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João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Confrade
Fiquei muito interessado neste tópico. Suponho que Sancho seja avoengo de Fernando Pessoa? Mas o que terá a CBA passada em 3 VI 1745 ao meu antepassado em epígrafe a ver com esse assunto? Dela são oriundas as armas usadas pelo 1º barão de Salvaterra de Magos e seus descendentes, visto os Roquettes não terem armas próprias em Portugal. Será que a sua alusão nos abre portas a um ilustre parentesco, por via judaizante, com o genial poeta? Procurei a CBA em questão no AHG de Sanches de Baena e infelizmente nada encontrei. Como refere uma tão grande antiguidade da revista que a publicou, talvez que a tenha scannerizada e possa enviar-ma, ou pelo menos fazer o favor de resumir o seu conteudo relevante para este assunto. Suponho que conste de Freire, Serra, Mello e Pestana, esquartelados, com timbre de Freire? Realmente, nunca me ocupei com esse assunto, mas interessa-me saber se o ramo de Óbidos da minha família está ligado aos judeus tristemente perseguidos em Portugal. Acharia engraçado encontrar finalmente uma costela judaica.
Melhores Cumprimentos
Alexandre Roquette
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Confrade:
Algumas explicações:
Efectivamente a Carta de Armas que refere é "inédita" e está na posse do Senhor Paulo de Sequeira Nunes,descendente destes,dos Sousa Araujo Camisão e parente dos Pessoas.Trata-se efectivamente das armas que usam os Roquettes.
O senhor Luis de Paiva Raposo Ferros do Estoril,(casado com a Senhora Condessa de Felgueiras)tem muita e muita coisa desta ascendência e da dos Roquettes.Recomendo vivamente que o contacte.Mora na Quinta da Carreira.Não me parece que por aqui vá aos Pessoas.Só por coincidirem na genealogia dos donos da carta é que se fala disso.Mas para o Senhor Artur Camizão é que ela tem muito interesse.Foi republicada na obra "Ensaios e Documentos",editora Pedro Ferreira.Disponha sempre.
Cumprimentos.
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Confrade,
Além do Senhor Artur Camizão, meu primo, também eu estou interessado nesse tema.
Grato pela informação prestada
Cumprimentos
Luís Filipe De Araújo Camizão
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Confrade:
Já agora também o aviso de que o Dr.Miguel Corte-Real tem uma tese de Mestrado com as Famílias nobres do Algarve,muito interessante para si.Pode contactá-lo na Univ.Lusíada.
Cumprimentos.
P.S.-Não me arranja as primeiras gerações do 2º casamento do Sancho? Só para confirmar.Muito grato.
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caríssimo Confrade
Muito obrigado pelas suas indicações. Vou tentar o contacto com o Paulo de Sequeira Nunes e com o Luís Raposo Ferros.
Melhores cumprimentos
Artur João
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Confrade:
Esse Dr.Miguel Corte-Real é donde e como é possível contactá-lo?
Cumprimentos
Gonçalo Calheiros
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Alexandre,
Se o teu problema é falta de costelas judaicas, tenho bastantes ( e germânicas, ainda por cima), podendo portanto ceder-te algumas. Dado o meu infecto sangue negociá-las-ei por preço elevado, naturalmente.
Shalom!
Alexandre Katzenstein
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Frankenstein
Alexandre
Aceito de bom grado, reconhecidamente, e desde já proponho a troca de uma pouca de adn Katzenstein por outra de Castelhano. Costela por costela. Como sabes, este meu tipo de sangue está em alta actualmente, no quadro do mercado ibérico deste novo 1578 que infelizmente vivemos, pelo que espero que saibas reconhecer o alto valor do que te ofereço em escambo.
"Desgraciadamente"
Alexandre Castelhano
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Confrade
Obrigado pela sua explicação. Fiquei no entanto com algumas dúvidas, que passo a expor de maneira a verificarmos se entendi completamente:
a) Paulo de Sequeira Nunes, actual proprietário do original da CBA em epígrafe, descende simultaneamente do agraciado, dos Sousa Araújo Camisão, e dos Pessoas da família do Poeta. É portanto meu parente por Mello Travassos.
b) Paulo de Sequeira Nunes descende de João de Mello Pestana Travassos, avô materno do João de Mello Travassos que consta aqui no Genea (http://www.geneall.net/pessoas/pes_show.php?id=45646) via Sousa Araújo Camisão, descendentes estes últimos também, mas por outro lado, de Sancho Pessoa, ancestral do Poeta.
c) Os restantes descendentes de João de Mello Pestana Travassos, FCA, entre os quais me incluo, não descendem, como poderia ter parecido, de Sancho Pessoa, nem têem parentesco com o grande escritor, ou costela judaica conhecida por estes Pessoas.
e) Os Sousa Araújo Camisão, penso que da família de dois confrades aqui do fórum GP, são parentes dos descendentes de João de Mello Pestana Travasssos, por também dele descenderem e de sua mulher D. Teresa Inácia Henriques Travassos. Será assim?
Quanto ao texto da CBA, pedi-lo-hei então em fotocópia seguindo a sua sugestão, mas duvido que adiante mais ancestrais nesse ramo aos que meu Avô sabia e eu mesmo forneci há anos a António de Mattos e Silva para elaboração do ANP.
Cumprimentos
Portuguez
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RE: Frankenstein
Caro Castelhano,
Embora sensibilizado com a oferta, não me parece que as costelas que me propões se possam comparar àquelas que sugeri para barganha. Estão as castelhanas efectivamente em alta, mas há para elas muito mercado - tal como para a inteligência artificial e a estupidez natural - e não terás decerto dificuldade em transaccioná-las. Se pretendes adn askenazi em troca, sugiro-te um passeio até Tel-Aviv ou New York.
Finalmente, deduzo do título que deste à tua "postagem" que eu seja aparentado com o famoso Conde do mesmo nome, natural da Transilvânia. Pois não só não sou, como não tenho pretensões ao uso desse título, que ignoro se foi renovado na sua descendência (essa é que deve ter um riquíssimo adn, atendendo ao alimento preferido do avô).
Shalom y buenas noches
Alexandre K. (tetraneto de Julius-Juda Katzenstein, de Cassel)
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RE: Frankenstein
Caro Alexandre Julius Juda Katzenstein
Como referiste aqui em post anterior, com a tua habitual hombridade, que dispões de sangue de infecta nação, e dada a homofonia dos sobrenomes em causa, pareceu-me bastante natural o meu engano entre a nobre casa vampiresca da Transilvânia e a de Hesse-Cassel.
Dada no entanto a tua recusa de escambar estes nossos respectivos adns resta-me dirigir ao nosso querido primo da Casa do Poço que, embora igualmente abrigado contigo sob o pálio paroquial, não deixará como de costume de dar o devido valor ao nobre sangue Castelhano, podendo utilizá-lo utilmente nas suas deslocações anuais a banhos no cálido mediterrâneo catalão. Mas terá ele algum sangue valioso e de assaz infecta nação para troca adequada? Relembro que até o o Avô Murabodes já foi cristianizado, aqui no Genea. Caso negativo, é com muito prazer que lho ofereço a título gratuito, à experiência, pelo prazo de 30 dias, podendo devolvê-lo sem custos ou encargos caso se não dê por satisfeito com a aquisição depois de melhor conhecer o produto.
Qua Deus te Guarde
Alexandre Portuguez
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Gonçalo,
Será o Dr. Miguel Corte-Real, tio do Carlos Castro e Lemos de que já em tempos falámos? Não lhe conheço essa veia, mas também não o conheço bem. Aqui fica a pista.
Um abraço
Alexandre
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RE: Frankenstein
Caro Portuguez,
Vejamos pois que retorquirá o meu primo de debaixo do pálio - arcebispal e não paroquial, note-se. Quer-me parecer que não recusará, pois julgo que nunca considerará em excesso costeletas dessa proveniência.
Santas Noites
Alexandre Steinthal (de Berta Blueme Steinthal, minha tetravó, que também atravessou o Mar Vermelho)
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Alexandre,
O Miguel Corte-Real aqui falado chama-se Miguel Maria Telles Moniz Corte-Real e defendeu uma tese de Mestrado sobre os Fidalgos de Cota de Armas do Algarve, que será publicada no inicio do ano.
Abraço
Lourenço
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RE: Frankenstein
Caro Alexandre Julius Juda Katzenstein
Como referiste aqui em post anterior, com a tua habitual hombridade, que dispões de sangue de infecta nação, e dada a homofonia dos sobrenomes em causa, pareceu-me bastante natural o meu engano entre a nobre casa vampiresca da Transilvânia e a de Hesse-Cassel.
Dada no entanto a tua recusa de escambar estes nossos respectivos adns resta-me dirigir ao nosso querido primo da Casa do Poço que, embora igualmente abrigado contigo sob o pálio paroquial, não deixará como de costume de dar o devido valor ao nobre sangue Castelhano, podendo utilizá-lo utilmente nas suas deslocações anuais a banhos no cálido mediterrâneo catalão. Mas terá ele algum sangue valioso e de assaz infecta nação para troca adequada? Relembro que até o o Avô Murabodes já foi cristianizado, aqui no Genea. Caso negativo, é com muito prazer que lho ofereço a título gratuito, à experiência, pelo prazo de 30 dias, podendo devolvê-lo sem custos ou encargos caso se não dê por satisfeito com a aquisição depois de melhor conhecer o produto.
Qua Deus te Guarde
Alexandre Portuguez
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Pálio Primacial das Hespanhas
Caro Alexandre Steinthal
Agradeço a rectificação. Realmente convenci-me que o pálio era paroquial em Valdigem, e não primacial e arquiepiscopal da cidade dos Primazes das Hespanhas, conhecida Roma Portuguesa (esta é para o nosso Vasco Briteiros). Isso realmente traz outro luzimento á procissão, perdão, á questão.
Eclesiásticas Noutes (tendes cama de dossel?)
Alexandre Teixeira Pinto Guedes da Fonseca, a par do Poço
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Confrade:
Os Sequeira Nunes descendem do General Matias José Nunes,se bem me lembro Ministro da Guerra,e da mulher(Sousa Pereira Araujo Camisão+Sequeira)esta descendente:
a)Dos Barões de Paulo Cordeiro e do célebre capitalista miguelista do mesmo nome,cuja representação têm.
b)Dos Mellos Pestana Travassos,cuja CBA possuem.
c)Têm parentesco com os Pessoas, quer por via dos Araujos Camisões quer pelo casamento com um Olímpio Pessoa,como verá pelo texto do artigo.Não são descendentes directos do Sancho,mas o Olímpio creio que sim.
Cumprimrentos.
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro confrade:
É assistente em História na Universidade Lusíada.
Cumprimentos.
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Alexandre
Foi efectivamente o que pensei,embora não lhe conhecendo a mínima inclinação para isso.No entanto...
Pelo nome creio que será Fijó
Cumprimentos
Gonçalo
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RE: Pálio Primacial das Hespanhas
Ó Guedes da Fonseca,
Andamos a confundir o Barão de Frankenstein com o Conde Drácula! A nossa Nobiliarquia anda pelas ruas da amargura! Talvez algum dos nossos amigos confrades mais entendidos na matéria nos possa esclarecer se há alguma ligação entre estes dois títulos!
De debaixo do pálio
Guedes (por via da minha tetravó Maria Isabel de Bourbon da Silva Guedes, da Casa da Aveleda - haverá alguma ligação contigo? Creio que também seriam Fonseca)
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RE: João de Mello Pestana Travassos, FCA
Caro Confrade
Obrigado. A minha última dúvida, ou curiosidade, é saber se os Sequeira Nunes descendem de João de Mello por Sousa Pereira Araújo, ou por Sequeira.
Cumptos.
Portuguez
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Vampirismo Nobiliárquico
Primo Guedes da Aveleda
A propósito de citares que a nossa nobiliarquia anda pelas ruas da amargura (a tua certamente que não)confesso humildemente que sempre pensei que Frankenstein fosse o sobrenome de família dos condes Drácula. A minha perspectiva da nossa nobiliarquia transilvana é como sabes apenas histórica, social e antropológica, e nada me interessou nunca aprofundar o estudo do vampirismo nobiliárquico que naquele território agora romeno tantas paixões continua extemporaneamente suscitando, ao que leio por aqui. Ceausescu, imagino, mail'a sua Elena, seriam descendentes infernais daquele nobre adn sugador dos melhores sangues em extinção, explicando-se assim mais visivelmente a patologia que tanto os distinguiu enquanto agarrados ao poder herdado dos antigos voivodas. Se eu fosse mais novo, ou tivesse mais tempo, diante do que vejo noutros tópicos, acho que me daria agora ao trabalho de escrever novas "Lettres Persannes", ou pelo menos uma renovada "Campanha Alegre". Para esta última são precisas dois, como sabes, e caso aceites ser Ramalhal figura, aí no Porto, eu ponderarei ser José Maria, cá em Lisboa. O Vanitas!
Alexandre da Pérsia
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RE: Vampirismo Nobiliárquico
Caro Cambizes,
Proponho encontro em Isphahan ou Shiraz para melhor debatermos a questão vampiresca. Já reli umas coisas, mas ainda não passei das sanguessugas em matéria hemofágica (um bocado de snobismo greco-etimológico também não fica nada mal em terras da Transilvânia). Importante também a ter em conta é a coloração do alimento, pois tons demasiado purpúreos (nada a ver com Bispos-Conde) não estão muito em voga, sendo antes preferidos os que se aproximam do "midnight blue", versão liberal britânica do portuguesíssimo "à noite todos os gatos são pardos" e ao qual eu juntaria, citando e adaptando Eric Arthur Blair, a.k.a. George Orwell, "só que uns são mais pardos que outros".
Vanitas à parte, está aceite o desafio, e amanhão, por canal particular tentarei esboçar uma primeira tentativa de aproximação ao vetusto e vexatório assunto.
Saúda-te
Xerxes
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Cartas da Pérsia
Xerxes, Irmão e Primo
Proponho a alteração do local do nosso encontro para a diáfana Ormuz, ilha ainda portuguesa pela memória e pelo sangue de casta rubra azul e parda de nosso maiores, aonde os felicíssimos e esforçados Portugueses daquele tempo montaram belas e ricamente ajaezadas cavalgaduras de variegadas cores com luxo oriental, espairecendo-se ao depois em longas horas de sagrado repouso e nirvana, mansamente abrigados do tórrido sol e dos seus próprios ardores por sobre sedosos jardins tapetados e floridos, de femininos e inebriantes perfumes subtis, cultivados docemente por sussurrantes braços esgazeados de veladas mulheres do rútilo Nascente.
Por ali, por aquela Ilha dos Amores, passou nosso onomástico Avô Alexandre Magno a caminho da conquista terrestre das plagas indianas, depois santificadas divinamente pelos inefáveis passos de Jesus Cristo, o que decerto inspirará outrossim nossa busca de Argonautas, como antes a São Tomé buscou o Gama em Meliapor, e outro Gama ao Prestes em Abissínia, ao som de sonhos premonitórios de um alvorecer mais glorioso ainda para nossas Casas, Fé e Impérios.
Dado o sol ardente na chave e pérola do Golfo Pérsico, não vos esqueça trazer o pálio do Poço para o mandarmos assentar por sobre o palanquim ao dorso de nossos elefantes e camelos, e cristianizarmos assim mais sobranceiramente o gentio que ousar resistir ás armas do bom senso em nosso poder.
Sauda seu Irmão, e Primo
Cambises I
(que foi casado com a princesa Mandana, filha de Astíages, sendo pais de Ciro, o Grande - Cambises II diz o Diccº que foi "bárbaro e desequilibrado", fruto dalguma mésalliance subjugada aos sentidos, decerto.)
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RE: Cartas da Pérsia
Cáraças Cumpanheiros!
Vomeçês estão cá com uma verborreia...
Quão erudita é a vossa prosa!
Acho q. vou retirar-me pela esquerda baixa (Vila Gaya)e rumar ao Médio Oriente, onde entre o Tigre e o Eufrates tentarei (furiosamente) encontrar avoengos que ombreiem com os vossos. Mesmo q. sejam comuns a Sadham ou Tarik Aziz, tão mal quistos no momento...
Pago bem por umas viejas costeletas, castellanas y leonesas... Não torço o nariz a estremenhas, andaluces, bascas, navarras, asturianas ou catalanas...
E, como galaico-douriense q. sou, considero o pôrco, o melhor amigo do homem, na mesa...
E por falar em mesa... por estas e por outras é q. não nos convidam para o "Templo da Sabedoria"...
Se calhar até tem razão... por cert que iríamos para lá por os cotovelos em cima da mesa, bocejar, arrotar (etc.) e palitar os dentes...
Manolo Vaca-Pinta (ex-Murabodes)
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RE: Cartas da Pérsia
Estimado Cambises I,
Embora esteja a aprontar minhas naus para finalmente submeter os assomadiços helenos, já falei com o nosso primo Afonso (o terríbil), o qual, mui digna e gentilmente nos propõe outra das suas conquistas para o nosso encontro: a Pérola, mais propriamente a Praia de D. Paula, onde encantos como os que referes nos não faltarão, e não teremos de temer a concorrência do Veloso, após o susto que este apanhou da última vez que na costa se aventurou. Recomenda-nos no entanto o Afonso, depois de ter falado com o Vasco, que façamos larga curva para poente no Atlântico Sul, isto com dois diversos propósitos: o de evitarmos o gigante dos crespos cabelos e dos dentes amarêlos, e o de aportarmos a umas terras que por ali terão dito ao Senhor D. Manuel existirem, aproveitando para reabastecer as naus com aguardente de cana, pois os tonéis de bagaço de minhota proveniência se encontram esgotados desde que deixámos S. Vicente. Diz-me também o Diogo (Garcia) que na dele (ilha) não falta também aquilo que procuras em Ormuz. Está umas léguas a este de Mombaça, aonde nos espera piloto experimentado.
Mando-te esta missiva por Pêro Vaz, que fez tirocínio com o heleno Feidípedes, e assim certo estou que breve arribará a essas plagas.
Saúda-te
Xerxes Lusitanizado
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RE: Cartas da Pérsia
Primo Cambises I,
Chegam-me novas da Lusitana Pátria que me deixam desassossegado. A nestas fazer fé, reinará grande alvoroço após a descoberta de raros papiros que só se consegue ler à luz do dia, dadas as trevas que por lá imperam. Ao que me diz meu fiel correio, é enorme o tilintar das espadas e grande o frenezim dos espadachins. Alguns terão clamado à invasão do Paço, outros citam o de Alfarrobeira, me parecendo contudo que em vão o fazem. Mais papiros terão hoje visto a luz do dia, mas ainda se não terá decifrado seu misterioso conteúdo. Aguardo me aquietes assim que deles tiveres novas.
Saúda-te
Xerxes
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RE: Cartas da Pérsia
Primo Cambizes I,
Estás parco! Pois devo dizer-te que já circunstanciado relato me chegou e fiquei em maior sossego. O autor do papiro apenas se apoquentava com questões de honrarias, estando pois a Pátria a são e salvo. Achei sábias e prudentes as palavras do Secretário de Estado, bem como ajuízada a abstenção do das Pirâmides. A derradeira intervenção colocou em perspectiva a relativa importância dos assuntos para a felicidade da Pátria. Lembro-me do nosso amigo Sá (o de Miranda):
"Não me temo inda de Castela
Donde guerra inda não sôa
Mas temo-me em Lisboa
Que ao cheiro desta canela
O Reino nos despovoa".
Embora sabendo que te temes em Castela, também te sei temente em Lisboa.
Saúda-te
Xerxes
Post Scriptum (esta ensinou-me o capelão das minhas armadas, home mui versado em latim): Quando zarpais?
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RE: Cartas da Pérsia - Novos Títulos
Xerxes, Irmão e Primo
Todas três, as novas que me enviásteis chegaram agora juntamente a nossa egrégia Mão, dizendo meu fiel escriba terem sido alvo no caminho de numerosas vicissitudes, e embustes, os seus fiéis e arriscados portadores. Como referísteis, a paz de nosso Império e o bom nome de nosso Ceptro têm sido gravemente perturbados por antigos erros prováveis de nobres Conselheiros desta Corte, erros de que só agora se veio a falar publicamente, embora de há muito sussurrados a meia-voz pelas salas e átrios das antecâmaras deste Paço.
Sugerem alguns da prosélita Milícia restauradora de nosso Absoluto Poder que remediemos essas falhas, algumas inocentes, outras talvez não, ordenando ao Mordomo-Mór novos títulos que poupem os cofres almoedados da Imperial e Real Fazenda, ameaçados, si vera est fama o que sobre eles as novas de ontem propalaram, por alguns desses súbditos de identidade em dúvida, que ameaçam recorrer á Casa do Desembargo para defender usufrutos nem sempre legítimos que lhes foram reconhecidos. Mas tal desmando nunca ainda se vira ante os degraus do trono de nossos Augustos Avós, de impoluta memória, o que nos deixa perplexos, e antes desejosos de partir para guerra distante aos Infiéis de nossa Santa Fé, guerra aonde os mesmos cavaleiros ensejem vir a merecer digno acrescentamento a seus nomes, e casas.
Sugestões acrisoladas de que algumas antigas titulações usadas nesta Coroa, e seus Domínios, depois de devolvidas aos seus legítimos representantes, sejam agora acrescentadas de outras, novas, frescas e luzidias, a algumas entidades de hoje como os Também-Quero-Ser-Ou-Não-Brinco-Mais e O-Meu-Pai-É-Mais-Grande-Que-O-Teu, são como soe:
- Príncipe do Real Erário Ameaçado;
- Duque do Já Agora Tem Que Ser;
- Marquês do Juro Que Não Sabíamos;
- Conde do Não Tornamos Mais;
- Visconde do Quem Dera Que Fosse;
- Barão do Real Perdão;
- Alcaide-Mór do Sei Lá Porquê;
- Senhor do Parecer Judicial;
- Cavaleiro dos Direitos da Personalidade.
Finalmente, ao Comendador Que Se Há-de Fazer, aparentado ao Chanceler Isto Já Não Tem Remédio, o título de Rico Homem do Daqui Não Saio Ninguém Me Tira.
Amparai prestes de vossa Justiça e Saber, e confortai de vosso inesgotável Poder, e Aliança, trazendo o Norte a vosso desditoso e indeciso Cambises.
Sauda seu Irmão, e Primo
Graças a Deus Sou Só Eu I
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RE: Cartas da Pérsia - Novos Títulos
Meu Caro Alexandre,
Magnifico!!
Grande abraço,
Lourenço
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RE: Cartas da Pérsia - Novos Títulos
Primo Sois Só Vós,
Pois bem avisado estais dos perigos e guerras esforçadas que diante de nós erguem a fronte. E também as memórias gloriosas daqueles Reis que foram dilatando a Fé, o Império e as terras viciosas sentiram o ultraje que perpassa a Lusitana Corte. Peço-vos dai-me uma fúria grande e sonorosa, de tuba canora e belicosa, que de mim se apodere e me dê força para pôr fim a tam grande desvario. Vereis amor da pátria não movido de prémio vil, mas alto e quase eterno. Deixo, Deuses, atrás a fama antiga que com a gente de Rómulo alcançaram, quando com Viriato, na inimiga Guerra Romana, tanto se afamaram. Isto dizendo, manda os diligentes Ministros amostrar as armaduras: vem arneses e peitos reluzentes, malhas finas e lâminas seguras, escudos de pinturas diferentes, pelouros, espingardas de aço puras, arcos e sagitíferas aljavas, partazanas agudas e chuças bravas.
Depois de tuas sentenças vociferares, abrimos as asas ao sereno e sossegado vento, e do porto amado nos partimos. E, como é já no mar costume usado, a vela desfraldando o céu ferimos, dizendo "boa viagem".
Ali o mui grande reino está de Congo, por nós já convertido à fé de Cristo, por onde o Zaire passa, claro e longo, rio pelos antigos nunca visto. E de lá ouço nos chegam perigos novos, de honras há muito dos homens olvidadas, e que leio vós delas também sabeis, e grato fico que me aviseis. Pois já de Delfos me sussurram, que não dará dous giros a Lua sem que novo infortúnio se erga, na mesma louca e sequiosa turba, clamando pelo dote do gentio, por de neto de um seu servo descenderem. Contar-te longamente as perigosas cousas do mar (e também do rio), que os homens não entendem, súbitas trovoadas temerosas, relâmpagos que o ar em fogo acendem, negros chuveiros, noutes tenebrosas, bramidos de trovões que o mundo fendem, não menos é trabalho que grande erro, ainda que tivesse a voz de ferro. Quando uma noite estando descuidados, na cortadora proa vigiando, uma nuvem que os ares escurece, sobre nossas cabeças aparece. Tão temerosa vinha e carregada, que pôs nos corações um grande medo; bramindo, o negro mar de longe brada, como se desse em vão nalgum rochedo. E de rompante uma figura se nos mostra no ar, robusta e válida, de disforme e grandíssima estatura; o rosto carregado, a barba esquálida, os olhos encovados, e a postura medonha e má, e a cor terrena e pálida; cheios de terra e crespos os cabelos, a boca negra, os dentes amarelos. Pois logo ali vos digo lhe doei, o que no Congo havia auferido, p'ra ele e sua descendência, ficou p'ra sempre prometido. Se acaso topardes com semelhantes feições e tamanha exuberância capilar, dum seu neto, estou certo, se tratará, e dele serão as ditas honras. Como bem dissesteis havemos de poupar a Real Fazenda, que já de Vera Cruz o ouro escasseia, e da Índia nem restos de canela emergem. E mais digo que antes que à Casa do Desembargo recorram, temos nós que sobre eles lançar Devassa e aos demais editar Alçada.
Concluo estas pobres linhas desejando que o mensageiro não caia nas mesmas vicissitudes e embustes que aos outros tristemente sucederam, e que célere seja na entrega desta missiva-
Saúda-vos vosso meridional e impulsivo prymo (creio que a impulsão me vem deste "y", se bem me entendeis)
Alexandre Vaz
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