os Camaras donatários de S. Miguel ?

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os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37126 | ElidaPricila | 04 mar 2003 18:50

Prezado JMM,

Se possivel, gostaria de saber aonde posso ter maiores informacoes do assunto do sobrenome camara. Fiquei muito interassada no que voce escreveu sobre os mesmos.
Antecipadamente agradeco, fico no aguardo.
Elida Pricila.

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37178 | JMM | 05 mar 2003 14:27 | In reply to: #37126

Cara Elida,
Não sei a que texto meu se refere, possivelmente a uns comentários num tópico lançado por Luís de Medeiros, há algum tempo, em que também interveio João do Amaral Frazão.
Creio que a melhor bibliografia acerca dos Câmaras, capitães dos Donatários da ilha de S. Miguel, depois condes de Vila Franca e, mais tarde, condes da Ribeira Grande (que estão aqui, na BD do Genea), será uma obra do séc. XVI, "Saudades da Terra", do Dr. Gaspar Fructuoso, códice que permaneceu inédito até ao séc. XX, e que se encontra publicado em várias edições parcelares e completas, pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada.
Depois, há o 1º vol. das "Genealogias de S. Miguel e Santa Maria", de Rodrigo Rodrigues, de publicação recente (aqui referido, na Livraria do Guarda-Mór).
Além disso, qualquer obra genealógica que se dedique a famílias portuguesas, nomeadamente insulares, dará, com maior ou menor precisão e rigor, informações mais ou menos completas sobre estes Câmaras, descendentes de Rui Gonçalves da Câmara, 3º capitão do Donatário de S. Miguel (séc. XV), o qual era fº segundo de João Gonçalves Zarco, 1º capitão do Donatário do Funchal, Madeira.
Esse Rui Glz da Câmara, ao contrário do que, erradamente, se diz, aqui na BD do Genea, não foi capitão do Donatário da ilha de Santa Maria, mas, como referi, da de S. Miguel, cujos direitos comprou a João Soares de Albergaria, esse sim, 2º capitão do Donatário das duas ilhas, que manteve a de Santa Maria, capitania que seguiu na sua descendência - os Soares de Sousa, linha extinta em meados do séc. XVII, mas representada por outros ramos dela descendentes, nomeadamente pela família Soares de Albergaria (Soares de Sousa Ferreira Borges de Albergaria), que, no séc. XIX, se fixou "definitivamente" em S. Miguel.
Jorge de Mello-Manoel

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37191 | Cascais | 05 mar 2003 16:33 | In reply to: #37178

Exm.º Senhor

Dr. Jorge de Mello-Manoel

Sobre um trabalho que estou a realizar, sobre este tema, gostava de o abordar particularmente.
Se fizer o favor, agradeço que me contacte para j.d.29@clix.pt

Os melhores cumprimentos,
José Duarte Valado Arnaud

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37260 | JMM | 06 mar 2003 18:48 | In reply to: #37126

Cara Elida,
Depois de lhe ter enviado a msg de ontem, verifiquei que o Genea já corrigira a indicação de que Rui Gonçalves da Câmara foi capitão do Donatário da ilha de S. Miguel. Pena é que a indicação dos filhos tenha erros, nomeadamente o fº segundo, que era ANTÃO e não António, c.c. D. Catarina Ferreira da Cunha e pais de Rui Pereira da Câmara, solt. e sg., e de D. Mécia Pereira da Câmara, sucessora no morgado da Ribeirinha, que c. c. Dom Gomes de Mello Manoel, mas cuja ligação não está feita, aqui, na BD do Genea.
Além disso, o filho 3º, Pedro Rodrigues da Câmara não tem ficha própria, nem se lhe dá a numerosa descendência que teve e que poderá ser, por exº, consultada na obra de Rodrigo Rodrigues, que ontem mencionei.
Cumprimentos,
Jorge de Mello Manoel

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37306 | Cascais | 07 mar 2003 11:50 | In reply to: #37126

Minha Senhora

Se quiser contactar-me faça-o aqui, através do fórum, para o meu e-mail não vale a pena, como não a conheço nem sequer vou abrir as suas mensagens, espero que me compreenda.

Respeitosos cumprimentos,
JDVA

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37419 | ElidaPricila | 09 mar 2003 14:58 | In reply to: #37260

Prezado Jorge,
Continuo agradecendo a sua atenção.

1) Quanto à obra de Rodrigo Rodrigues já solicitei informações de valor em reais a livraria do GUARDA-MOR. Nao teria informações detalharas em algum site?

2) Mencionei na mensagem anterior sobre o sobrenome “Alves”. Caso você saberia se antigamente este sobrenome era comum. Pois tenho visto na BD do Genea, nomes de pessoas sem se quer o pai e/ou a mãe ter o sobrenome, e sempre é “João Alves” .

3) Quanto às alterações mencionadas de Antão, não poderíamos solicitar as alterações no BD do Genea?

3) Na verdade estou a procurar por Miguel Alves de Melo Câmara, natural do Rio Grande do Norte, viveu em Quixeramobim – CE falecendo em 1867, c.c. Maria Joaquina de Melo Câmara. Aqui no Brasil temos uma obra de Fernando Câmara “Algo de minha família” que segundo o mesmo nao encontrou antecedentes relacionados com Miguel. Nas pesquisas dele, chegou a encontrar alguns mais sem relacionamento – a)Manuel Raposo da Câmara, português, morgado da ilha de São Miguel onde possuía vinhedos e olivais, onde viveu em Natal-RN, em 1718. b) Ten. Miguel Raposo, em 1738 c) Cap. Antonio Raposo c.c. Tereza falecendo em 1790.

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37429 | Genea Portugal | 09 mar 2003 16:48 | In reply to: #37260

Jorge de Mello Manoel,

Talvez valha a pena lembrar uma vez mais que os dados que constam são os que foram transcritos das fontes impressas e, na circunstância, do Nobiliário de Felgueiras Gayo, em que chama António e não Antão.

Quanto ao resto da descendência: como está bem explícito no texto de apresentação do site, pretendemos transcrever a informação genealógica contida nas fontes de referência, que é um trabalho que leva muito tempo a completar.

Entre várias outras tarefas, estamos há dois anos e meio a avançar na transcrição de algumas obras genealógicas, conciliando informações, entre as quais os doze volumes do Nobiliário de Felgueiras Gayo, do qual já consta do site muita informação ali recolhida. Chegará o momento de ficar completo.

Até lá, só há uma solução: navegar pelos registos que estão disponíveis. São 177.600 neste momento. Ámanhã serão mais.

As sugestões de correcções que nos enviam entram por ordem e não são alteradas por insistências que nos cheguem posteriormente.
Importa, além, do mais, ter presente que este site não é um repositório de informações enviadas por quem nos consulta nem está vocacionado para editar os trabalhos de quem o queira fazer (há na net quem o faça, mas não é o caso do Genea Portugal).

Em primeiro lugar estamos a tratar da transcrição de fontes impressas e conformação de dados das diversas fontes. Nessa medida, agradecemos a colaboração que queiram prestar, atendendo a que se trata de uma colaboração. Mas obviamente não se trata de um direito de quem sugira correcções e actualizações, que mande os dados e que quer vê-los publicados e logo. Até porque a verificação dos dados enviados, e a da sua posterior edição, é nossa responsabilidade, exclusivamente.

Cumprimentos
Genea Portugal

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37446 | Cascais | 10 mar 2003 08:02 | In reply to: #37306

Alão de Moraes, in P.L., vol. III, pág. 147, diz o seguinte:

§ - 12.º

Capitães da ilha de S. Miguel

2- Rui Gonçalves da Câmara (360), f.º 2º do cap. João Glz. Zarco, foi cap. da ilha de S.Miguel e o 1º desta família, a qual capitania lhe comprou seu pai a Gonçalo Velho (Nota – 1), Estribeiro-mor del-Rei D. Afonso V, que lha tinha dado o Infante D. Henrique, ainda que o Dr. Gaspar Frutuoso diz que este mesmo Rui Gonçalves a comprara a João Soares de Albergaria, sobrinho do dito Gonçalo Velho (361).
C.c. D.Maria de Bettencourt, f.ª de Maciot de Bettencourt, que havia sido Sr. da Canária, s.g.
Teve ilegítimos:
3- João Roiz da Câmara.
3- Antão Roiz da Câmara, Mulato, no § - 15.º
3- Pêro Roiz da Câmara, no § - 16.º
3- D. Brites da Câmara (362), mr. De Francisco da Cunha, f.º de Pêro de Albuquerque, o Azeite.

(360) Fez seu tít.º, 21 de Out. de 1497, e foi 21 anos capitão.
(361) Por 600 mil reis.
(362) Havida em Brites Gonçalves, mr. casada. Consta dos livros das legitimações del-Rei D. Manuel I, que a legitimou (liv. 1, fls. 263, ano 1496).

Nota - 1:
Sobre a compra desta capitania Alão de Moraes engana-se redondamente, o Dr. Gaspar Frutuoso, o maior conhecedor das genealogias destas ilhas estava correctíssimo, como se pode ver pela confirmação desta compra, que a Infanta D. Beatriz, em nome do donatário, D. Diogo, Duque de Viseu, seu filho menor, apresentou:

“Eu, Infanta D. Beatriz, tutor e curador do Senhor Duque, meu filho: Faço saber a quantos esta minha carta virem e o conhecimento dela pertencer, por qualquer guisa que seja, que Rui da Câmara, fidalgo desta da sua casa, veio a mim e me disse que sua tenção era, pelo sentir e serviço do dito Senhor e honra e proveito seu, comprar a João Soares, cavaleiro da Casa do dito Senhor, a capitania da ilha de São Miguel, e a aproveitar e povoar em tal que se fizesse em ela muito proveito, dando-lhe Eu consentimento à dita compra e fazendo-lhe alguma mercê na sucessão dela depois do seu falecimento, porquanto ele ao presente não tinha filho lídimo a quem directamente a sucessão da dita ilha, por seu falecimento, viesse: e visto por mim seu requerimento, considerando como a dita ilha, desde o começo da sua povoação até ao presente, é mal aproveitada e pouco povoada, e considerando quanto será serviço e proveito do dito Senhor e bem destes reinos e naturais deles a dita ilha ser melhor aproveitada e povoada pelas muitas mercadorias que dela poderão vir, havendo respeito à disposição do dito Rui Gonçalves que por todas as razões é muito bem disposto para fazer povoar a dita ilha e a reger e governar assim em justiça e fazer aproveitar, que os proveitos, em cima tocados, se verão em breve e havendo assim por serviço do dito Senhor e querendo fazer mercê ao dito Rui Gonçalves, pelos serviços que tem feito ao Infante, meu Senhor, que Deus haja, e pelo muito dinheiro que por ela dá e na povoação dela se espera que despenda, me aprouve dar consentimento à dita venda, e ora o dito Rui Gonçalves me trouxe uma escritura pública por que mostra o dito João Soares, com procuração de Beatriz Godins, sua mulher lhe fazer a venda da capitania da dita ilha, etc...”

O Dr. Gaspar Frutuoso, in “Saudades da Terra” diz o seguinte:
“João Soares de Albergaria, ........ com sua mulher Beatriz Godiz, muito enferma, em cuja a cura fazendo muitos custos, lhe foi necessário vender uma das ditas ilhas (Santa Maria ou São Miguel) e tendo, para isso, procuração de sua mulher, lhe comprou Rui Gonçalves da Câmara esta ilha de S. Miguel, que então estava mais erma que a de Santa Maria, uns dizem que por 600 mil réis, outros que por 700 mil réis e 100 mil réis de sócos, mas o certo é, que lha comprou por 2000 cruzados em dinheiro de contado e 4000 arrobas de açúcar, que naquele tempo devia ser boa fazenda, pois por tanto se vendia uma ilha tão grande como é esta”. Isto a, 12 de Maio de 1474, ver; livro 3º fls. 317 v.º Registo da Câmara Municipal de Ponta Delgada.

Alão de Moraes, no mesmo, vol. III, págs. 150 e 151.

§ - 15.º

3- Antão Roiz da Câmara, f.º 2º do cap. Rui Glz. da Câmara, n.º 2, § - 12.º, chamaram-lhe o Mulato, parece que pelo ser (372). Está enterrado em Viana, Foz do Lima, aonde morreu.
C.c. D. Catarina Ferreira, f.ª de Álvaro Ferreira e de Brites (373) Pereira, f.ª de Fernão Roiz, Escrivão dos Órfãos de Évora; e teve:
4- Rui Pereira da Câmara, arribou ao Reino, indo por cap. de Çofala.
Morreu solt. e deixou natural: D. Maria da Câmara, mr. de Fernão Botelho de Macedo.
4- D. Mécia Pereira, mr. de D. Gomes de Melo, trinchante do Infante D. Luís (tít.º dos Figueiredos).
Teve ilegítimos:
4- D. Guiomar da Câmara, mr. de Paulo Gago, na ilha de S. Miguel; e foram pais de: Rui Gago da Câmara.
4- D. Mécia (é Maria) da Câmara, (casou em S. Miguel, com João Nunes Velho, filho de Duarte Nunes Velho, cavaleiro do hábito de Santiago e de sua I mulher D. Isabel Fernandes); e parece que tiveram (tiveram mesmo): a D. Doroteia (de Melo), mr. de Brás Soares (de Sousa, 5º Cap. do donatário).

(372) Foi legitimado por el-Rei D. Manuel (Liv. 1 das legitimações deste Rei, fls. 198), no ano de 1499); e sua mãe se chamava Maria Roiz, solteira; e ele era baço.
(373) Aliás, D. Maria de Freitas, sua 2ª mr.

§ 16.º

3- Pêro Roiz da Câmara, f.º 3º B. Do cap. Rui Glz. Da Câmara, n.º 2, § - 12.º (374).
Casou com D. Margarida de Bettencourt, f.ª de Gaspar de Bettencourt, cap. das ilhas dos Açores (Nota – 2), de quem teve:
4- Manuel da Câmara, morreu solt. na Índia; s.g.
4- João Roiz da Câmara, c.c. D. Helena Cabeça, f.ª de João Roiz Cabeça, um homem honrado da Ilha da Madeira (375), a qual D. Helena o Dr. Gaspar Frutuoso faz f.ª do Contador Martim Vaz Bulhão; e teve dela (geração).
4- Henrique de Bettencourt (da Câmara), que casou com D. Simoa (Vaz) de Sousa, f.ª de Baltazar Vaz de Sousa e de (D. Leonor Manoel, filha de Domingos Manoel de Mello); e teve (3 filhos): Rui Gonçalves da Câmara, que c.c. D. Luísa (de Viveiros), f.ª de Jerónimo Jorge (e de sua mr. D. Beatriz de Viveiros, filha de Gaspar de Viveiros e de sua mr. D. Isabel Castanho), c.g.; Manuel da Câmara, que c.c. D. Maria Gago, f.ª de Rui Gago da Câmara e de sua mr. Isabel Botelho, c.g.; D. Margarida da Câmara, mr. de Cristóvão Dias, de Ponta Delgada.
4- Rui Gonçalves da Câmara.
4- Simão da Câmara, grande Teólogo, que morreu solt. em Lisboa.
4- Francisco de Sá (da Câmara).
4- D. Francisca da Câmara, 2ª mr. de D. António de Sousa.
4- D. Maria (da Câmara) que morreu solt.

(374) Foi legitimado por el-Rei D. Manuel (Liv. das legitimações deste Rei, fls. 203), no ano de 1496, sua mãe se chamava Isabel Álvares, que era casada quando o teve.
(375) Aliás da ilha de São Miguel.

Nota - 2:
Alão de Moraes ao afirmar que: “D. Margarida de Bettencourt, f.ª de Gaspar de Bettencourt, cap. das ilhas dos Açores”, engana-se novamente, pois Gaspar de Bettencourt, não foi cap. das ilhas dos Açores, aliás esse cargo nunca existiu.
Sobre este tema, ver; “Capitães dos Donatários” de Francisco de Athayde M. de Faria e Maia.

Alão de Moraes, Felgueiras Gayo, assim com todos os outros genealogistas não insulares, cometem diversos erros e omissões quando tratam das ilhas. Para a época é admissível.


José Duarte Valado Arnaud

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#37487 | JMM | 10 mar 2003 18:31 | In reply to: #37429

Caro "Genea",
Agradeço as V. observações. Tinha-me esquecido de que, nos casos em questão, V. apenas se reportam ao Gayo e aceito perfeitamente que não puderam, ainda, completar, corrigir e actualizar esses dados.
Sobre este assunto, o nosso interlocutor José Duarte Valado Arnaud já aqui deu, entretanto, um contributo interessante, lançando, na sua msg, o que se diz na "Pedatura Lusitana", embora continuem a verificar-se erros (confesso que nem me lembrava do que lá se dizia sobre estes 1ºs Câmaras). De qualquer modo, o que já está publicado no 1º vol. do Rodrigo Rodrigues já será bastante para "pôr os pontos em alguns iis"...
Tenho, efectivamente, inserido alguns dados, através da V. "porta" das "sugestões / correcções", quando para tal tenho oportunidade, por exº em casos em que vejo que há notórias falhas, ou mesmo erros, em fichas já existentes na V. BD. E, quanto a isso, tenho verificado que, em alguns casos, essas informações são tidas em conta com alguma brevidade, pelo que, em outros casos, insisti, repetindo o envio de dados, julgando que estes talvez se tivessem perdido. (Verifiquei, hoje, por exº, que já corrigiram, enfim, a data do fal. da 2ª condessa da Silvã e já lhe acrescentaram mais alguns ascendentes maternos, embora sem as datas que indiquei; por outro lado, já ligaram uma das filhas dos 1ºs condes [D. Mª Inácia] à ficha que dela já existia, embora tenha ficado repetida e sem a data de nascimento correcta; não foi, porém corrigido o notório erro de designação do título dos Praias, que não é, nem nada tem a ver com "vila da Praia" !... Outro item que me tem intrigado e, até - confesso-o -, irritado, é o facto de uma D. Ana Rufina, srª de Melo e antepassada dos Mello Breyner, estar na BD com os apelidos "Gago da Câmara": acho isso quase uma "enormidade", desculpem-me a franqueza...
Claro que V. não estão propriamente à espera das minhas intromissões na V. base de dados e têm o V. plano de trabalho. Faço-o apenas porque tenho pouca disponibilidade para V. enviar notícias genealógicas completas - até porque muitos dos dados que possuo não estão, sequer, sistematizados e com a devida indicação das fontes documentais, que apenas constam das minhas fichas de recolha - e porque me sinto "irresistivelmente tentado" a completar ou corrigir informações que encontro, quando consulto a V. BD...
Bem, mas estas considerações não cabem neste tópico e esta msg está a ficar demasiado longa e sem interesse geral.
Cumprimentos,
Jorge de Mello-Manoel

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#37557 | Genea Portugal | 11 mar 2003 17:21 | In reply to: #37487

Jorge de Mello-Manoel,

Nunca nos reportamos "apenas" a uma fonte como facilmente verificará através de uma navegação pelo site. Entre as obras de referência, temos dado prioridade à transcrição de Felgueiras Gayo pelo simples facto de atingir o século XIX, ao contrário da Alão de Morais, que termina no século XVII. Mas são já inúmeras as referências que aqui encontra à Pedatura Lusitana.

Os dados que nos enviam através do link de sugestões de correcções vão sendo publicados com a brevidade que nos é possivel. Insistimos, por isso, que não sejam enviadas informações repetidas.

Quanto ao título de visconde de Vila da Praia. É como "Vila da Praia" que se referem Sanches de Baena e Albano da Silveira Pinto na "Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal". Também assim o título é nomeado por Domingos de Araújo Affonso e Ruy Dique Travassos Valdez no "Livro de Oiro da Nobreza". E do mesmo modo Afonso Eduardo Martins Zúquete na "Nobreza de Portugal e Brasil". E não se esgotam aqui as referências ao título de "Vila da Praia". Apesar disto, e em face da sua informação, não pomos de parte a eventualidade de todos estarem errados e o erro se estar a repetir e eternizar. Não seria o primeiro caso e não será certamente o último. Temos, no Genea Portugal, dado um importante contributo para corrigir situações desse tipo. Já o fizémos e continuaremos a fazer, sempre que se justifique. Mas não basta dizer-nos que está errado para corrigirmos. É indispensável fundamentar a correcção que nos propõe. E é tão fácil, neste caso. Bastará consultar a mercê da concessão do título por D. Maria II que se encontra na Torre do Tombo.

No que respeita ao apelido "Gago da Camara" incluído no nome de D. Ana Rufina. É assim que a nomeia Fernando de Castro da Silva Canedo na "Descendência Portuguesa de El-Rei D. João II" de onde foi extraída a informação que disponibilizámos no Genea Portugal, como está bem explícito na página desta senhora. Profundo conhecedor da sociedade portuguesa e das famílias que a compõem, não terá escapado à atenção do autor a composição dos dois apelidos finais, Gago da Camara, que ele seguramente relacionaria com famílias dos Açores. Mas, se ainda assim publicou no seu livro o nome tal como aqui apresentamos, baseou-se seguramente em fontes a que teve acesso. Provavelmente, assentos paroquiais, uma vez que são indicados no seu trabalho, as datas e locais onde se registaram nascimentos, casamentos e mortes da esmagadora maioria das pessoas aí tratadas.

Adjectivar de "enormidade" é, concordará, injusto e desajustado. Não só porque está a dar por adquirido tratar-se de um erro sem ter tido acesso à obra e às fontes que a sustentam, como, pode tratar-se de uma hipotética má interpretação de um documento manuscrito ou de uma gralha de quem compôs tipograficamente o livro. Mas, concordará, um eventual erro na indicação de uma longa série de apelidos num trabalho com a qualidade e quantidade de informação dos três volumes da Descendência Portuguesa de El-Rei D. João II não é exactamente uma "enormidade"...

Também aqui, para corrigir, é necessário fundamentar. A consulta dos registos paroquiais (do casamento, do óbito ou do baptismo dos filhos) pode ajudar a esclarecer-nos os apelidos que D. Ana Rufina usou em vida.

Cumprimentos
Genea Portugal

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#37623 | JMM | 12 mar 2003 17:55 | In reply to: #37557

Caro "Genea",
Não quero, obviamente, entrar em qualquer tipo de polémica (já bastarão aquelas que valham a pena), nem me considero "casmurro", mas... sou teimoso, principalmente quando acho que tenho razão...
No que respeita ao título dos Praias, creiam-me, estou seguro de que alguém confundiu essa designação com a vila da Praia, da ilha Terceira (depois Praia da Vitória, hoje cidade), com a vila da Praia, da ilha Graciosa, ou, mesmo, com a de Cabo Verde. Não é inédito, pois as confusões em relação às ilhas sempre foram – e continuam a ser ! – frequentes entre os "continentais".
Não sei se terão sido Sanches de Baena e Silveira Pinto os primeiros, mas o que é certo é que todos os outros repetiram o erro (!), o que, como V. referem, também não é inédito. Qualquer micaelense (força de expressão, claro está) – e não é preciso ser genealogista ou investigador – sabe que o título foi inicialmente "da Praia" e depois "da Praia e Monforte" (ou "da Praia e de Monforte"), até porque se trata de uma questão de bom senso e Duarte Borges nada tinha a ver com a ilha Terceira.
Além disso, conheço várias referências documentais e, mesmo, as próprias assinaturas dos 1ºs viscondes: sempre "da Praia" (poderei enviar-vos reproduções, logo que para tal tenha oportunidade).

Rodrigo Rodrigues, por exº, ao referir-se ao pai do 1º visconde e ao próprio, diz:
"8 - António Pedro Borges da Câmara de Medeiros (...), herdeiro dos vínculos do pai e também da casa de Jesus-Maria-José, na Praia, perto de Vila Franca [do Campo], que pertencia à família de sua mãe (...)"
e
"9 – Duarte Borges da Câmara de Medeiros, 1º visconde da Praia, por decreto de 7.5.1845 (...), senhor e administrador da Casa da Praia, de Jesus-Maria-José e dos demais vínculos administrados pelos seus antepassados. (...)" ("Geneal. de S. Miguel e Santa Maria", vol. 1º, Ponta Delgada: Soc. Afonso Chaves, 1998, p. 236-237)

O próprio 3º Marquês da Praia e de Monforte, António Borges Coutinho de Medeiros Sousa Dias da Câmara (1895-1969), no trabalho que publicou - Apontamentos histórico-genealógicos sobre a família Borges-Coutinho de Medeiros e Dias: Condes-Viscondes da Praia, Viscondes de Monforte, Marqueses da Praia e de Monforte / compilados pelo III Marquês, Lisboa: [s. n.], 1950 (imp. 1951) -, nunca se refere senão à designação "da Praia", quando menciona o seu Bisavô (o 1º visconde) e o seu Avô (o 2º visconde da Praia [carta de 30 Set. 1875, que transcreve na p. 116] e 1º conde da Praia e de Monforte, depois 1º marquês da Praia e de Monforte [carta de 6 Fev. 1890, que transcreve na p. 115]). Embora não publique o texto do decreto de concessão do 1º título, chega a transcrever aquela carta de 1875, onde consta:

- "Querendo honrar a memória do falecido Duarte Borges da Camara Medeiros, Visconde da Praia, Par do Reino (...)",

bem como o alvará do foro de fidalgo cavaleiro ao 2º marquês (Duarte), onde consta:

- "(...) e neto do Visconde da Praia, Duarte Borges da Camara e Medeiros (...)"

Não quero alongar-me em citações, por falta de tempo e para não sobrecarregar ainda mais esta msg (e também para não me tornar aborrecido !). Lembro, porém, ainda, o "Álbum açoriano", publicado por altura da Visita Régia de 1901 (uma "promoção" dos Açores no contexto nacional), onde até se reproduzem retratos dos 1ºs viscondes da Praia, com textos panegíricos:
Album Açoriano / plano e direcção de António Baptista; editores Oliveira & Baptista. - [Lisboa: s. n., 1903] (Typ. e Photogravura do Annuario Commercial de Portugal). - 618 p.

Mas, claro, V. têm razão, ao referirem que a solução será a verificação do texto do decreto de concessão (quem sabe se, até aí, não teria havido confusão ?!...). Não o posso fazer, obviamente, mas não ponho de parte a hipótese de com isso incomodar algum dos meus Colegas da Torre do Tombo...

E agora, a 18ª srª de Melo (e como isto já vai longe do objectivo deste tópico !).
Longe de mim desprestigiar, de qualquer forma, a obra de Silva Canedo !!!
Nunca considerei, sequer, a hipótese do "apêndice Gago da Câmara", dado àquela Srª, constar da obra, que é, efectivamente, referenciada como V. fonte. Sempre pensei que se tratasse de uma V. gralha, um erro de introdução de dados, uma qualquer distração de "copy/paste", um daqueles "mistérios informáticos", com que às vezes nos deparamos (quase sempre com origem humana, como é óbvio) e que há apenas que corrigir, quando detectados.
Não conheço essa obra, que me parece, porém, interessantíssima: apenas a folheei, há tempos, não me lembro se na Ferin, ou no Fernando Santos, de Braga.
Mas se é o Autor que assim lhe chama, então deve ter-se equivocado, ou, atrevo-me a dizer, não reparou no erro tipográfico, na revisão! È que não acredito que em algum dos registos, fontes originais, ou, mesmo, secundárias, que Silva Canedo tenha consultado, D. Ana Rufina surja com aqueles apelidos ! Não conheço qualquer dessas fontes, nem tenciono investigar, pois é assunto que está completamente fora do meu interesse directo, mas creio que é apenas – e novamente ! - uma questão de bom senso:
- a que propósito é que uma srª "da principal nobreza do Reino" e em cujos costados não há rasto deles, iria usar esses apelidos – e logo a conjugação "Gago da Câmara" – de uma família que, nessa época, andava "perdida" pelos sertões brasileiros ou pelas terras de África, à espera que morressem, sem descendência, uns velhos primos morgados, na (um pouco menos) longínqua ilha de S. Miguel ?!
E com esta ironia, não vejam qualquer tipo de desprestígio, em relação aos meus remotos parentes "Gago da Câmara": é de minha autoria a notícia que deles se dá no "Anuário" de 1985 (recorrendo, obviamente, a diversas fontes), todos eles descendem de uma meia-irmã de uma minha "avózinha" do séc. 16 e, até, alguns são meus Amigos...
Poderá não ser o melhor exº, mas em João Baptista de Almeida Fraga, "Melo na História e na Genealogia: a antiga vila de Melo e a extinta freguesia de Nabainhos...", Lisboa: [s. n.], 1993, p. 122-123 (principalmente), nada consta sobre esses apelidos, para D. Ana Rufina.
Desculpem-me, mas não acredito que Silva Canedo tenha conscientemente nomeado assim a 18ª srª de Melo ! Foi por isso que usei a expressão "enormidade", que concordo possa ser considerada exagerada.
Se alguma susceptibilidade feri, aqui me penitencio: não o fiz intencionalmente, nem me move qualquer tipo de animosidade contra quem quer que seja !
Pode ser que estes tão pequenos pormenores (que demasiada argumentação já geraram) originem a verificação e subsequente correcção dessas duas gralhas (insisto em assim chamar-lhes...), contribuindo, de uma forma ínfima, é certo, para melhorar ainda mais a boa qualidade da V. base de dados.
Agradeço a V. atenção e paciência e renovo os meus cumprimentos,
Jorge de Mello-Manoel

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#37625 | JMM | 12 mar 2003 18:27 | In reply to: #37419

Cara Elida,
Em resposta rápida a esta sua msg:
1) Aconselho-a a aguardar a resposta da Livraria do Guarda-Mór.
2) Bastará V. consultar aqui a ficha da base de dados do Genea, referente ao apelido "Alves" (em Índices / Famílias portuguesas).
3) A resposta já foi dada, neste mesmo tópico, pelo Genea Portugal (msg de 09-03-2003).
3) [sic, i. e. 4)] Sugiro-lhe a consulta de:

Câmaras daquém e dalém mar /Augusto de Atayde, Hugo Moreira, Eduardo Bezerra Neto. - Fortaleza: Imp. Universitária da Univ. Federal do Ceará, 1997

bem como um artigo idêntico, publ. in "Revista do Instituto do Ceará", tomo CX, 1996.

Cumprimentos,
Jorge de Mello-Manoel

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37631 | Genea Portugal | 12 mar 2003 19:43 | In reply to: #37623

Caro Jorge de Mello-Manoel,

Deixe-nos dar-lhe notícias sobre a evolução destes dois "casos".

Aproveitámos a nossa peregrinação semanal à Torre do Tombo para consultar os documentos que esclarecessem de vez a designação do título e o mome da 18ª senhora de Melo.

O decreto de D. Maria II refere exactamente como diz: Visconde da Praia. Enganaram-se todos os genealogistas que referiram o título como Vila da Praia. Vamos fazer a correcção no site, esperando que as obras que se publiquem de hoje em diante levem em conta este seu contributo para o apuramento da verdade.

Quanto à 18ª senhora de Melo, consultámos o registo de casamento e através dele não é possivel desmentir liminarmente a informação de Canedo.

Ficamos, no entanto, a saber duas coisas: primeiro, não foi nesta fonte que o autor se baseou para lhe atribuir o nome com que a identifica na sua obra. De facto, nem o nome da noiva nem o do noivo coincidem. Segundo: o apelido Camara não consta deste assento.

Pedro de Mello Breyner (assim identificado em Canedo) é referido no assento como Pedro de Mello Breyner e Menezes. A noiva é referida como Ana Rufina de Melo Sousa Lacerda de Tavares Barros Cardoso Gago Godinho da Gama.

São estes os nomes com que iremos identificar as páginas no Genea Portugal, mantendo em notas os nomes referidos no DDJ.

Cumprimentos,
Genea Portugal

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37635 | JMM | 12 mar 2003 20:21 | In reply to: #37631

Óptimo.
Obrigado pela atenção, tempo dispendido (afinal, bem empregue) e resolução do assunto !
Afinal, D. Ana Rufina sempre usava "Gago"... E facilmente se compreende alguma gralha com o "da Gama".
Parabéns pelo sucesso da verificação.
Cumprimentos, JMM

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37716 | ElidaPricila | 14 mar 2003 11:01 | In reply to: #37625

Prezado Joge,

Antes de tudo, parabéns pela sua insistência e sabedoria, não sei se posso expressar meus sentimentos, mas adorei, amei, as suas palavras convictas, é bom saber que estou em boas mãos, ou melhor, espero continuar em boas mãos.

- Quanto a Eduardo Bezerra Neto, estou com o livro; Os "Câmaras" - Suas Origens e Fixação no Ceara, 1986. E é justamente Eduardo que expõe a ligação de Manuel Raposo da Câmara à família dos governantes dos Açores mais ou menos assim: “O fato de ser senhor de um morgado fornece suficiente evidencia para se ligar Manuel Raposo da Câmara à família dos governantes do Arquipélago dos Açores.”

Quanto a "Alves" nao consegui ver muita relacao com o que estou procurando, mas continuarei pesquisando.

Tentarei encontar a "Revista do Instituto do Ceará.

Mais uma vez agradeço a atenção.
Elida Pricila.

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#37744 | aburma | 14 mar 2003 17:17 | In reply to: #37446

Caro Primo do Canto,

É sempre um prazer ter a oportunidade de ler a sua vasta ilustração em matéria açoreana.

Bem verdade o que refere sobre os erros e omissões acerca das ilhas, aliás já aqui mencionados pelo nosso prezado confrade Jorge de Mello-Manuel. Ainda um destes dias ouvi um locutor de rádio referir-se à "ilha de Ponta Delgada"!

Um abraço

Alexandre do Canto

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RE: os Camaras donatários de S. Miguel ?

#38008 | JMM | 18 mar 2003 13:36 | In reply to: #37716

Elida Pricila.
Não será, certamente, sabedoria, foi, quanto muito, uma questão de "bom senso".
O Autor que cita, depois desse trabalho, que não conheço, terá melhorado os seus conhecimentos, pelos contactos com os Dr.s Hugo Moreira e Augusto de Atayde, e o opúsculo que citei há dias está muito mais conforme.
A frase que cita é demonstrativa de uma evidente ignorância desses assuntos, pois lá pelo facto de Manuel Raposo da Câmara ser administrador de vínculos, isso não o ligaria obrigatoriamente aos detentores de poder: podia instituir vínculos quem quisesse, se para tal tivesse bens. Por outro lado, os Câmaras, capitães dos Donatários de S. Miguel, não eram "governantes do Arquipélago dos Açores ", mas sim e apenas da ilha de S. Miguel.
No que respeita ao apelido patronímico "Alves", receio bem não ter, então, percebido qual seria a sua dúvida.
Cumprimentos,
Jorge de Mello-Manoel

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