Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
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Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Procuro informações sobre a família Saldanha, que viveu na Golegã no séc. XVIII. Os dados de que disponho são:
Eugénia Maria de Saldanha (casou em 1750) e Manuel de Saldanha e Sousa (casou em 1742), filhos de João de Saldanha e Francisca de Sousa.
Antecipadamente grato,
Jorge Veiga Testos
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Jorge Veiga Testos,
Um filho de João e Francisca, Manuel de Saldanha e Sousa teve Carta de Brasão de Armas (Saldanha) e um filho deste e de s.m. D. Luisa Maria Joaquina, João de Saldanha da Silva teve també CBA de Saldanha e Silva (1795). Vêm ambas no Archivo Heraldico do Visconde de Sanches de Baena.
Estes Saldanhas ligaram-se a Moncadas.
Cumprimentos
Lourenço Correia de Matos
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Jorge Veiga Testos,
Num manuscrito da autoria de Diamantino Eugénio Montarroio, datado de 3 de Julho de 1909, que possuo, o primeiro Saldanha da Golegã mencionado é João de Saldanha, lavrador naquela vila, que a certa altura explorou também uma estalagem. Era homem de muito boa reputação no dizer de Montarroio e casou com
Francisca de Souza. Tiveram vários filhos, tendo todos seguido a carreira eclesiástica, excepto Manuel de Saldanha, que foi Capitão-Mor da Golegã. Foi filho deste João de Saldanha,"que foi a Coimbra e lhe chamavam Doutor, o qual casou com D. Helena de Almeida, de quem não teve descendência.Em segundas núpcias casou com uma prima D. Francisca de Saldanha. Deste casamento houve filhos, entre os quais Manoel de Saldanha, que casou com D. Francisca, natural de Lisboa. São a este João de Saldanha e seu filho Manuel que são concedidas as armas mencionadas por Sanches de Baena. Diz ainda este manuscrito que Manoel herdou quase toda a casa do pai, que valia oitocentos mil cruzados " o que n'aquelle tempo representava uma grande fortuna". Houve ainda de João de Saldanha e sua mulher D. Francisca: D. Francisca Antónia de Saldanha que casou com o Desembargador José Maria de Vasconcellos Mascarenhas, avós paternos de meu avô paterno. Mais diz Eugénio Montarroio que houve D. Eugénia que casou com um homem de apelido Marreca, que foi Juiz de Direito na Comarca da Golegã. Destes houve José Marreca, Alfredo Marreca, célebre toureiro a cavalo, António Marreca, que foi Capitão no Regimento de Infantaria nº 11, D. Emília Marreca, D. Graça Marreca e outra filha ainda. Houve ainda uma filha Maria Cândida de Saldanha, protagonista de um atribulado incidente que vem mencionado no testamento do pai. Faleceu o Dr. João de Saldanha na Vila da Chamusca e foi conduzido para a Golegâ acompanhado de todas as Irmandades daquela Vila e esperado pelas outras Irmandades da Golegã junto ao Tejo e assim levado para a capela do seu palácio, onde foi sepultado. Este palácio pertence hoje ( 9 de Julho de 1909 ) a Manuel Mendes da Veiga, que lhe foi vendido por António Marreca, herdeiro duma parte dos bens do avô João de Saldanha.
Com os melhores cumprimentos, espero que estes elementos lhe sirvam de alguma coisa.
Norberto Infante Pedroso
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Jorge Veiga Testos,
faço uma rectificação à minha anterior mensagem: onde se lê: "São a este João de Saldanha e seu filho Manoel que são concedidas as armas..." deve ler-se pai Manoel, e não filho.
Norberto Infante Pedroso
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Norberto Infante Pedroso
O palácio (?) que refere, penso que seja a Quinta do Salvador, antiga casa dos Saldanhas, aqui na Golegã, e que hoje pertence a uma bisneta de Manoel Mendes Veiga, que refere, chamada Maria Mercedes Tavares Veiga Maltez.
É primo do Zé e do António Pedroso?
Cumprimentos,
José Coimbra de Castro Canelas
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Norberto Infante Pedroso
O palácio (?) que refere, penso que seja a Quinta do Salvador, antiga casa dos Saldanhas, aqui na Golegã, e que hoje pertence a uma bisneta de Manoel Mendes Veiga, que refere, chamada Maria Mercedes Tavares Veiga Maltez.
É primo do Zé e do António Pedroso?
Cumprimentos,
José Coimbra de Castro Canelas
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro José Canelas,
Deve ser filho do Engº Canelas, de quem fui "vizinho" por ter tido, em tempos recuados, a única fábrica próxima da dele, no Infantado. Admiro-o muito porque foi um extraordinário empreendedor numa "terra" chamada Portugal onde os verdadeiros pioneiros são quase sempre neutralizados, mais tarde ou mais cedo.
Sou efectivamente filho do irmão mais novo do pai do José Norberto e do António, que como sabe recentemente sofreram um rude golpe na Chamusca. A pequena parte agrícola que ali conservo felizmente foi poupada por ser parte do Paúl da Trava, à beira do rio.
Sempre ao seu dispor,
Melhores cumprimentos,
Norberto Pedroso
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Norberto Pedroso
Venho confirmar-lhe que o meu Pai, que faleceu recentemente, era José Canelas. Não sabia que tinham sido "vizinhos" na VM.
Estive há dias com o seu primo António e mais tarde com o Zé, por altura do tremendo fogo que lhes destruiu praticamente tudo.
Fico contente por saber que não foi afectado. Nós também escapámos, em Talasnas, pois o fogo apesar de ter estado muito perto não nos afectou.
Coloco-me também ao seu dispor para o que necessitar,
Os melhores cumprimentos,
Zé de Castro Canelas
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Norberto Pedroso,
Pedia-lhe o favor de consultar dois tópicos que em tempos coloquei aqui no fórum sobre famílias da Chamusca:
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=26770
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=26166
Toda a ajuda será bem vinda.
Cumprimentos,
Lourenço Correia de Matos
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Lourenço Correia de Matos,
Talvez tenha alguma coisa dispersa em relação com os tópicos que referiu, mas peço-lhe que me dê algum tempo para verificar, uma vez que vou andar por fora alguns dias. Fiquei muito satisfeito por me ter contactado porque andava há algum tempo a pensar falar-lhe. Descendo pelo lado materno da família Quadros Corte-Real com grande dispersão no Distrito de Aveiro. Dá-me no entanto a impressão que um dos ramos desta família, que imagino deve conhecer muito bem, de algum tempo a esta parte parece dedicar-se a "eliminar" parentes. Lógicamente com os elementos ainda limitados de que disponho não lhe devo adiantar mais, a não ser que me queira contactar para o e-mail nipedroso@mail.telepac.pt. Aliás conto ir ao ADA na próxima 2ª feira para começar a tentar esclarecer este assunto.
Melhores cumprimentos
Norberto Pedroso
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Norberto Infante Pedroso,
Só agora vi a sua mensagem e agradeço as preciosas informações que me enviou.
João de Saldanha, nascido a 17 de Maio de 1705 na Golegã, filho de Manuel Gonçalves (natural da Sabacheira) e de D. Gregória de Saldanha (natural de Sta. Madalena de Abiul), casou a 9 de Maio de 1725 com D. Francisca de Sousa, filha de Francisco Duarte (natural da Azinhaga e falecido em 1737) e sua mulher Francisca de Sousa (natural da Golegã e falecida em 1749). Do casal João de Saldanha e Francisca de Sousa, conhecço os seguintes filhos: Eugénia Maria de Saldanha (casada em 1750 com António Duarte), o Capitão-mor Manuel de Saldanha e Sousa, casado com D. Luísa Maria Joaquina da Silva e os Padres António de Sousa e Saldanha e João de Saldanha. O Capitão-mor Manuel de Saldanha e Sousa e seu filho Bacharel João de Saldanha da Silva receberam Carta de Brasão de Armas por seu pai e avô, respectivamente, o acima citado João de Saldanha ter já recebido Carta de Brasão, mas que se tinha perdido com o terramoto de 1755.
Interessa-me saber mais informações sobre este primeiro João de Saldanha, casado com Francisca de Sousa, pois descendo de sua filha Eugénia, casada com António Duarte.
Os melhores cumprimentos,
Jorge Veiga Testos
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Jorge Veiga Testos,
Fico satisfeito por ter aproveitado alguma coisa do que lhe enviei. O manuscrito donde retirei as transcrições, que está em meu poder, suponho terá sido elaborado por altura das partilhas que meu avô Norberto de Vasconcellos Mascarenhas Pedroso fez com a irmã, Emilia, Viscondessa de Santa Margarida.
Fiquei curioso por mencionar na sua mensagem que João de Saldanha,casado com Francisca de Sousa, terá tido carta de Brasão perdida no terramoto. Tem alguma referência documental a esta carta ou cópia?.
Melhores cumprimentos,
Norberto Pedroso
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Norberto Pedroso,
No processo de justificação de Nobreza de Manuel de Saldanha e Sousa (Maço 31, doc 32 - ANTT)é dito que seu pai, João de Saldanha, usava brasão de Armas, "mas tudo se queimou no incêndio do lamentável terramoto do primeiro de Novembro de 1755". As testemunhas Paulo José Cabral, procurador da Casa do Ilmo. Monsenhor D. José de Noronha, Alexandre José de sousa Aragão, morador no Colégio dos Nobres, certificam essa afirmação. Segundo percebi, os documentos estavam na casa de Pedro Alexandre Ferreira Dinis, procurador da Exma. Casa de Valença e arderam nos incêndios que se seguiram ao terramoto de 1755.
Melhores cumprimentos,
Jorge Veiga Testos
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RE: Saldanhas, da Golegã (séc. XVIII)
Caro Jorge Veiga Testos,
Muito lhe agradeço os pormenores relativos à justificação de nobreza de João de Saldanha, que desconhecia para além das citações no Sanches de Baena e outros. Não sei portanto se da referida justificação se pode inferir que a concessão desse brasão se devia a feitos e lustre de antepassados ou se, como gosto muito de imaginar, se deveu antes ao trabalho esforçado e honesto que permitiu a João de Saldanha ocupar uma posição de destaque na também nobre vila da Golegã. Parece-me contudo inegável que vários dos seus descendentes muito fizeram, como é sabido, para acrescentar justificação à nobreza de João de Saldanha, que sem dúvida a teve de carácter.Assim, acho que temos ambos motivos para legítimo orgulho nas gotas de sangue que dele nos vieram. Junto agora um pormenor curioso, que provavelmente conhecerá. O neto, Dr. João de Saldanha, encomendou um serviço "das Indias" na China, possivelmente no limiar do Sec. XVIII para XIX,do qual restam, ao que sei, bastantes peças na posse de descendentes da bisneta Emilia Belard da Fonseca, já que na do irmão desta, e meu avô Norberto, apenas sei de um prato que estará hoje ainda na casa que é do José Norberto e António na Chamusca.Esse serviço não ostentava brasão, como era habitual, mas sim o apelido em francês "Saldagne" exactamente a mesma grafia com que o Dr. João de Saldanha assinou a primeira página de um dicionário de francês para italiano, impresso em 1803, que tenho comigo há muitos anos e que também estava na Chamusca.
Depois de tudo isto não resisto a transcrever na íntegra o que consta do manuscrito que já referi neste tópico, da autoria de Diamantino Eugénio Montarroio e oferecido ao já aqui mencionado meu avô Norberto de Vasconcellos Mascarenhas Pedroso em 1909, em relação com João de Saldanha:
"Saldanhas
João de Saldanha, hortelão na Villa da Golegã, era casado com Francisca de Sousa. Nos seus principios adquiriu alguns vintens e arrendou uma horta, na qual trabalhava e por sua mão vendia a hortaliça. Chegou a sua boa fortuna a ajudal'o, e talvez por ser bom homem, segundo constava e affirmava quem o conheceu, e quem com ele teve algum commmercio, confessando ser honrado nos seus negócios. Chegou a comprar umas casas, onde estabeleceu uma estalagem, a qual annos depois vendeu a uma mulher de quem a estalagem recebeu o nome seu appelido de Branca e ainda se chama hoje, 1840, a estalagem da Branca. Vivendo pois o tal Saldanha na sua estalagem, succedeu dar à luz a mulher um filho, albergando-se ali um negociante de Ovar, chamado António José, por muitas vezes de passagem pª Lisboa, e João de Saldanha estimou a boa vinda d'aquele passageiro, e logo o convidou para seu Compadre o que o passageiro acceitou, e poz ao afilhado o nome de António. Este António foi depois ecclesiástico e vigário da vara da Golegã. O dito Compadre, conhecendo a bondade de João de Saldanha e querendo ajudal'o, arrendou algumas terras e quintas n'aquelle campo em seu nome e entregou a João de Saldanha pª as administrar, e dando-lhe elle boas contas, o Compadre cedia de todos os interesses a favor de João de Saldanha, dizendo-lhe que eram pª seu afilhado e assim foi enriquecendo, e tendo muitos filhos, uns foram frades, e outros clerigos e o que ficou secular foi Manuel de Saldanha, que depois foi Capitão-Mor da Golegã..."
Como se vê disto, a ser verdade, caro parente, houve um tempo em que se ganhava lustre e brasão por ter honra e viver do trabalho ( e ter alguma sorte...).
Melhores cumprimentos
Norberto Pedroso
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