Roiz=Rodrigues?

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Roiz=Rodrigues?

#51517 | jvaldeira | 11 nov 2003 23:40

Apesar de ambos existirem enquanto apelido, Roiz aparece mencionado como abreviatura de Rodrigues, tal como Miz para Martins ou Alvz para Alvares. No entanto, no último caso a abreviatura tornou-se frequentemente ela própria em apelido (Alves).
E no caso de Roiz? São dois apelidos diferentes? Se sim como distinguir?
Obrigado
JValdeira

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51520 | ftalmeida | 12 nov 2003 00:02 | In reply to: #51517

Caro Jorge Valdeira,

Não me parece que se possa distinguir. Conheço um caso que do mesmo Roiz provenieram dois ramos, um que manteve o Roiz pelo menos por mais duas gerações e outro que logo adoptou o Rodrigues.
A minha percepção é que percentualmente, poucos Roiz sobreviveram e, mesmo nos Roiz actuais, parte proveio de Ruiz, de Espanhóis, como conheço casos na Madeira e em Cabo Verde, onde só o de primeira geração ficou Ruiz.

Cumprimentos,
Francisco Tavares de Almeida

P.S.- Se por acaso o Manuel Marreiros de Arez habilitado em Tânger permitir resolver o problema do Artur Camisão, que é também meu, ficar-lhe-ei eternamente agradecido.
FTA

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51522 | abivar | 12 nov 2003 00:11 | In reply to: #51517

Caro JValdeira:

É frequente encontrar a mesma pessoa designada alternadamente por Roiz (às vezes Ruiz) e Rodrigues ou Rodriguez, mesmo em assinaturas do próprio; também já encontrei alternância entre Rodrigo e Rui.

Comos melhores cumprimentos,

António Bivar

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51528 | MSPAGraça | 12 nov 2003 09:45 | In reply to: #51522

Caro Senhor
António Bivar

Acredito ser explicação para essa alternância de que fala, a tentativa de erudição de um nome, após a sua latinização. Sabemos que Rodrigo é uma forma erudita de Rui, assim como Fernando o é de Fernão, e que nos textos e inscrições latinas estes nomes se transformam em Rodericus e Ferdinandus.

São, também, conhecidos alguns exemplos de senhores que, porque subiram na escala social, deixaram de assinar Rui ou Fernão, para assinarem Rodrigo ou Fernando. Veja-se o exemplo do 1.º Conde da Feira, que de Rui Fernandes Pereira passou a Rodrigo Pereira (Zúquete, na NPB). Aconteceu fenómeno semelhante com um Bispo de Lamego, fundador do Morgado do Poço, em Lamego.

Melhores cumprimentos

Manuel Azevedo Graça

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51531 | abivar | 12 nov 2003 10:25 | In reply to: #51528

Caro Confrade:

Não há dúvida que assim é; sempre achei curioso esse fenómeno do abandono do patronímico e adopção da versão erudita do nome com o acrecento do "Dom" nos que ascendiam à grandeza. Também temos o caso de Martim Vaz de Castelo Branco que passou a D. Martinho de Castelo Branco (1º Conde de Vila Nova de Portimão), e, na questão do abandono do patronímico, os Menezes dos Condes de Viana que abandonaram o "Telles" e mesmo D. Inês de Castro, que, como observava maliciosamente o Dr. João das Regras, era "apenas" Inês Peres de Castro antes de se tornar amante do Infante D. Pedro...

Já em sectores menos "elevados" da sociedade, talvez se possa considerar estas abreviaturas como apenas isso mesmo: formas apressadas de assinar, referir alguém, etc. Tenho, por exemplo, um antepassado que é referido num assento em que figura como testemunha como "Rodrigo Gomes de Puga", mas assina simplesmente "Rui Gomes".

Com os melhores cumprimentos,

António Bivar

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51550 | MSPAGraça | 12 nov 2003 13:59 | In reply to: #51531

Caro Confrade

Muito obrigado pelas achegas, que confirmam a ideia que há já muito venho matutando...

Acrescento, ainda, que um trisavô meu, no século XIX, que alguma documentação oficial trata como Manuel Álvares Pereira de Sampayo, aparece a assinar muitas vezes o patronímico abreviado em Alves. O Senhor não seria da primeira nobreza do Reino, mas era FCCR por sucessão de seus maiores, mantinha a varonia de Vasco Pires de Sampayo, era um dos notáveis de Trás-os-Montes e ligava-se por laços familiares a quase todas as grandes Casas do Norte do País...

Melhores cumprimentos

Manuel Azevedo Graça

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51591 | victória | 12 nov 2003 22:51 | In reply to: #51531

António

Deixe-me adivinhar... esse Rodrigo Gomes de Puga era de Monção e o 'de Puga' aparece apenas e só nesta geração vindo do nada?

Aceite um abraço

Eduardo Domingues

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51595 | abivar | 13 nov 2003 00:46 | In reply to: #51591

Caro Eduardo:

O Rodrigo Gomes de Puga é este:

http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=179715

casado com Ana de Paços em S. João de Sá, Monção, em 1609, mas o malandro do Padre não diz quem eram os pais dos noivos... A filha Ana Gomes de Puga casa com Gaspar da Rocha Brandão cuja filiação também desconheço, apesar de haver um homónimo no Gayo, cuja ligação com este não sei estabelecer. Se sabe de outro Rodrigo Gomes de Puga em Monção gostava de saber mais dados; talvez me dê mais pistas, mas pelo que diz desconfio que será mais recente, pois deste não sei se o "Puga" apareceu na geração dele ou não, uma vez que desconheço aascendência...

Um abraço,

António

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51619 | magalp | 13 nov 2003 13:17 | In reply to: #51528

Caro Manuel Azevedo Graça

Referindo esse Morgado do Poço, em Lamego, é por certo outro que não o Morgado da Casa do Poço e Barrozo, igualmente em Lamego, frequesia da Sé.
Deste, creio saber alguma coisa, pois o meu Avô paterno, foi o último a nascer naquela multi-secular Casa, neto materno que foi do último Morgado.

Foi o 1º senhor do Poço, Martim de Carvalho Rebello (de Figueiredo), Alcaide-mor das vilas e castelos de de Longroiva e Penedono, FCR, Contador da Fazenda na Comarca de Lamego, c. c. D. Ignez Dias de Basto.
Destes, foram filhos:

- D. Ruy (ou Rodrgo) de Carvalho, clérigo que foi Bispo de Miranda. S.g.
- D. Henrique de Carvalho, Abbade Comendatário de Refóios. S.g.
- Diogo Lopes Teixeira Rebello de Carvalho, FCR, que sucedeu mo morgado do Poço e de Barrozo; senhor de Ferreirim, Taipa e Calvilhe, c.c. D. Joanna Teixeira Cabral (sendo esta a 1ª senhora cujas armas foram acrescentadas pelo seu filho Álvaro, cerca de 1600). Era filha do Dr. Francisco Teixeira, Desembargador em Lamego e de s. mer. D. Brites Cabral.
Diogo Lopes de Carvalho, morre em 1578, em Álcacer Quibir, sucedendo-lhe Álvaro Teixeira de Carvalho Rebello, FCR, morgado do Poço, Barrozo e Prado, herdeiro de toda a casa de seu Pai (bem como das muitas dívidas contraidas pelo desastre de Álcacer-Quibir), c.c. D. Mécia de Carvalho, sua prima.

Este velho morgado é hoje representado, pelo meu simpático primo António de Carvalho, senhor do Paço de Gominhães e antigo cantor lírico q. experimentou algum sucesso no "Scalla" de Milão!

Na verdade não sei quando nem por quem foi instituído.

cmptos.
Manuel Maria Magalhães

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RE: Roiz=Rodrigues?

#51654 | MSPAGraça | 14 nov 2003 09:01 | In reply to: #51619

Caro Manuel Maria Magalhães

Realmente refiro-me ao Morgado da Casa do Poço, defronte da Sé de Lamego... O Bispo não seria de Lamego, mas sim o 1.º ou 2.º Bispo de Miranda, Dom Rodrigo de Carvalho, que se chamou anteriormente Ruy de Carvalho. Agora não tenho certeza se a instituição do Morgadio não terá sido pelo clérigo, senhor de posses e poder. Está para sair um pequeno estudo meu, em que trato a origem desta Casa (da qual também descendo, pelos Pereira Leitão, das Casas de Santa Cruz e Vale de Abraham, em Lamego), e as suas relações com a Casa do Cão (também conhecida por Casa dos Saavedra, em São João da Pesqueira). É uma pequenina coisa, feita há já alguns anos... sairá na Revista «Douro - Estudos & Documentos», sendo uma estreia em trabalhos desta natureza.

Um abraço

Manuel AG

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