D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
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D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Caríssimos:
Interessava-me obter dados sobre a família deste prelado, morto na Baía em 1624. Tanto quanto consegui apurar, era natural de Lamego e filho de Damião Botelho e Joana Teixeira. Viveu depois em Évora. E sobrinhos-netos seus estão em Lisboa no fim do séc. XVII.
Grato pela ajuda
Marcos Sousa Guedes
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Caro Marcos Sousa Guedes,
Possivelmente já tem conhecimento, mas D. Marcos Teixra de Mendonça, foi doutorado pela Universidade de Coimbra em Direito Canónico, foi colegial de S. Pedro em 1604, Cónego doutoral em Évora, inquisidor, tendo sido nomeado Bispo da Baía em 1624.
Ainda foi comandante da defesa da Baía, em 1623, (substituíndo o Governador, preso)quando de uma tentativa de invasão holandesa.
Fonte:
Câmara Municipal de Lamego, 18/10/2002
Cumprimentos
Luis Camizão
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Caro Luís Camizão:
De facto já tinha encontrado alguns dados sobre a sua vida e, principalmente, sobre essa sua actuação na Baía. Não sei(mas também ainda só tive oportunidade de espreitar o Felgueiras Gayo) é se a família dele será conhecida, para além dos pais que indiquei, e que encontro numa habilitação FSO de um neto de uma sua meia-irmã, Lançarote Leitão, em 1666. Este, por sua vez, foi padrinho no mesmo ano de 1666 de uma filha de uma Tomásia de Mendonça (irmã de um capitão Luiz Teixeira Botelho), que mais directamente me interessam. Parentes, a julgar pela coincidência dos apelidos Mendonça, Teixeira e Botelho. Mas mais ainda não sei.
Obrigado pela sua ajuda, e cumprimentos!
Marcos Sousa Guedes
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RE: D. Marcos Teixeira, e família Vale Coutinho
Encontro no F.Gayo uma referência a este prelado, embora não muito esclarecedora. Assim, no título Botelhos, § 73, refere uma Isabel Botelho, filha de Luís Botelho de Sequeira (este no § 32.12 do mesmo título) que casou com Pedro Proença da Fonseca, filho de Gonçalo do Vale Coutinho e de D. Isabel Botelho de Proença, e tio do bispo do Brasil D. Marcos Teixeira.
Este Gonçalo do Vale Coutinho, no entanto, não aparece, depois, nos Vale Coutinho referidos no título de Vales - e que se encontram aqui no GENEA. (peço desculpa mais ainda não sei como pôr aqui o link... :-) ).
Grato por qualquer ajuda
Marcos Sousa Guedes
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Caro Marcos Sousa Guedes,
dado que consultou o processo desse Lançarote Leitão (1666), poder-me-ia revelar a ascendência dele tal como vem no processo?
Desde já muito obrigado,
Luís
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Caro Luís,
Por sorte encontrei as minhas notas e aqui vai:
O processo de habilitação a FSO do doutor Lançarote Leytão de Noronha é muito sucinto, pois que o habilitando era irmão inteiro do doutor Bento de Beja de Noronha, deputado da Inquisição de Évora, pelo que a sua admissão foi quase imediata; dele consta, no entanto, a identificação dos seus pais e avós: era filho do desembargador António de Beja de Noronha e de sua mulher D. Isabel de Mendonça Teixeira, esta natural de Évora, neto paterno do desembargador Lançarote Leytão e de D. Catarina de Castelbranco, e materno de Ascenso Rodrigues Mattoso e de D. Maria Monteira.
Está igualmente no ANTT o processo de habilitação, conduzido em 1661, desse seu irmão Bento de Beja de Noronha, mais tarde deputado da Inquisição de Évora, e nele encontram-se novas e importantes referências familiares: as testemunhas inquiridas em Évora declaram ter sido aquela Maria Monteira (a avó materna dos dois habilitandos) irmã, ou sobrinha, de D. Marcos Teixeira, “bispo que foi do Brasil”.
Outros pormenores referidos pelas testemunhas são:
(a) Ascenso Rodrigues Mattoso (avô materno) era julgador delrey e morreu ao serviço delrey;
(b) D. Isabel de Mendonça (mãe do habilitando) vivia em casa de D. Marcos Teixeira de onde saiu para casar;
(c) a mesma D. Isabel tinha, àquela data, três irmãs religiosas em S. Francisco, em Évora (declaração de Soror Maria da Trindade, de 74 anos de idade, daquele mesmo convento).
Os inquiridores encontraram, finalmente, três testemunhas que fornecem mais indicações:
(1) o capitão de infantaria Baltasar Leytão Rebello, cidadão e sargento-mor da cidade de Lamego, residente em Évora e com 75 anos de idade; declarou ter conhecido muito bem Maria Monteira, avó do habilitando, e que ela era na verdade meia-irmã do dito bispo, pois que a sua mãe, Joana Teixeira, casara com Gaspar Monteiro e com Damião Botelho (deste nascera D. Marcos Teixeira), acrescentando serem todos cristãos-velhos e pessoas de muita qualidade;
(2) António de Gouveia Castelbranco, que declarou ter conhecido Maria Monteira, que fora meia irmã de D. Marcos Teixeira;
(3) Maria Rodrigues, a “Murroa”, lavandeira, moradora na Sé, com 60 anos pouco mais ou menos, declarou ter conhecido muito bem Maria Monteira, avó do habilitando, que casou muito moça e depois de casada foi para Lisboa; que ela era meia irmã do bispo D. Marcos Teixeira de Mendonça; que sempre ouvira dizer que a mãe de ambos, Joana Teixeira, tinha casado duas vezes, a primeira com um fulano Monteiro; que sabia tudo isto por se ter criado desde os dois anos de idade em casa de Joana Teixeira de Mendonça, filha da primeira Joana Teixeira e irmã inteira do dito bispo.
Os inquiridores, perante estes depoimentos, elaboraram um relatório em que concluíam:
(a) que há outras testemunhas interrogadas que se não escreve para não repetir;
(b) que “faltam pessoas antigas na cidade” que possam dar mais informação;
(c) que Maria Monteira fora moça para Lisboa e deixara pouca memória;
(d) que Maria Monteira fora meia-irmã do dito bispo D. Marcos Teixeira;
(e) que é de dar muito crédito à testemunha Baltasar Leytão, porque “he pessoa de bom juízo e foi casado segunda vez com uma sobrinha do bispo, por nome Marinha Teixeira, e tem mais razão de saber a sua genealogia”;
(f) que a testemunha António de Gouveia Castelbranco foi vizinho e pode-se dar crédito;
(g) que a testemunha Murroa é digna de crédito por se ter criado em casa de uma irmã do dito bispo.
É-lhes ordenada, no entanto, a continuação da inquirição junto daquelas três testemunhas mais relevantes, agora para apurar a limpeza de sangue daquele Gaspar Monteiro, bisavô do habilitando; em resultado, são unânimes em afirmar que Gaspar Monteiro era cristão velho, acrescentando ainda António de Gouveia Castelbranco que conhecera muito bem, igualmente, Gaspar Monteiro o novo, irmão inteiro de Maria Monteira, e acrescentando a Murroa, por seu lado, que a dita Maria Monteira teve notícia da morte de sua mãe Joana Teixeira e veio buscar a sua irmã Joana Teixeira a nova, levando-a também para Lisboa.
É isto o que guardei; deve haver dados sobre o lado paterno, mas não tomei nota.
Melhores cumprimentos,
Marcos Sousa Guedes
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Caro Marcos Sousa Guedes,
muito obrigado pela rápida resposta.
Pena que não tenha mais informação do lado do avô paterno, o também desembargador Lançarote Leitão.
Os melhores cumprimentos,
Luís
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Em tempo: Interessa-me o lado de Lançarote Leitão, avô paterno, por ser gente de Coimbra, em cuja região se situa a minha investigação. Veja aqui:
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=320020
Cumprimentos,
Luís
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Caro Luís,
Entretanto vi também esse tópico que agora me indicou. Eu talvez tenha possibilidade de passar na TT na próxima semana ou na seguinte, e vejo o que constar deste processo sobre esse Lançarote Leitão. Quando tiver deixo-lhe aqui.
Cumprimentos,
Marcos
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Isso seria excelente. Muitíssimo obrigado!
Luís
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RE: D. Marcos Teixeira de Mendonça, bispo da Baía
Caro Marcos,
nunca chegou a rever o processo em questão, e os dados sobre o Lançarote Leitão?
Se tiver oportunidade de tirar algum dado, por mínimo que seja, poderá ser-me útil.
Cumprimentos,
Luís
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