«Glória», de Vasco Pulido Valente

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«Glória», de Vasco Pulido Valente

#55769 | MSPAGraça | 20 gen 2004 16:13

Caros Confrades

«Glória» é um dos últimos trabalhos do historiador Vasco Pulido Valente. Retrata as aventuras e desventuras de José Cardoso Vieira de Castro, político e orador português de meados do século XIX.

Segundo o Autor, Vieira de Castro lançou-se como dirigente estudantil, onde conseguiu alguma notoriedade, mais pelo barulho que causou, do que por qualidades realmente demonstradas. Escreveu para alguns dos mais importantes periódicos do País, ora assinando o seu nome, ora com pseudónimos. Privou com Camilo e defendeu ferozmente Ana Plácido. Foi Deputado da Nação, tendo por referências Almeida Garrett e José Estevão, oradores brilhantes do primeiro constitucionalismo português. Provocou escândalo, levando à queda de governos. Conseguiu alguma glória, mais por acasos de discursos exaltados, do que por qualidade própria. Andou por Coimbra, Porto e Lisboa; buscou fortuna no Brasil; manteve o sonho de acabar os seus dias no seu «O Ermo» (Fafe); passou por Moreira da Maia; acabou desterrado em Luanda, por ter matado a mulher, com quem provavelmente casara por dinheiro.

«Glória» é um trabalho notável, de um historiador brilhante, que nos ajuda a compreender uma época e a descobrir histórias de algumas personagens da nossa genealogia. Por personagens secundários, encontramos um João de Almeida Garrett (sobrinho do Escritor e Político) ou os irmãos Sousa da Silva Alcoforado (da Casa do Poço das Patas, no Porto); Loulé, Fontes, Saldanha e outros grandes também por aqui passam; sem esquecer os Reis Dom Pedro V e Dom Luís I e o Imperador Dom Pedro II do Brasil.

Fica mais uma dica...

Melhores cumprimentos

Manuel Azevedo Graça

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RE: «Glória», de Vasco Pulido Valente

#55771 | JCC | 20 gen 2004 16:50 | In reply to: #55769

Caro Manuel Azevedo Graça

Estou 100% de acordo consigo. Li, no verão passado, este livro e deliciei-me com esta forma de apresentar um período tão vivo da nossa história.

É notável a ideia de ler a história através da vida dos seus participantes, contrariando a ideia estabelecida de que os individuos não são significativos e que tudo acontece por causa da dilética e da luta de classes.

Cumprimentos

João Cordovil Cardoso

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