Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

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Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61281 | JBdeS | 27 mar 2004 09:48

Qual deveria ser a regra a seguir quanto ao modo como os palácios, solares e quintas são conhecidos?
Deveriam ter o nome de quem os construiu ou do último dono (particular, pois muitos pertencem a organismos do Estado)?
Existem palácios como o Grilo em Lisboa e o Freixo no Porto, entre muitos outros, em que o problema não se põe.
Já quanto às casas que são conhecidas pelo nome dos proprietários, em especial os solares do Norte, penso ser uma questão mais complexa e é um tema que me parece não ter sido debatido até agora e que, até certo ponto, ao estudarmos a história de uma família e suas casas e morgadios é importante.

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61283 | Vasco Jácome | 27 mar 2004 10:48 | In reply to: #61281

Caro José Berquó de Seabra

No Norte, as Casas senhoriais tem nome próprio. Só serão conhecidas pelos nomes dos donos os dois extremos de idade: as antigas medievais, conhecidas pela respectiva linhagem (Azevedos, Vasconcelos, Pinheiros) e talvez alguns urbanos, da burguesia do séc. XVIII e principalmente XIX.

Cumprimentos,
Vasco Jácome

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61284 | JBdeS | 27 mar 2004 11:02 | In reply to: #61283

Caro Vasco Jácome,

De facto é assim que deveria ser sempre, e há diversos casos semelhantes no Sul.
Cito-lhe um caso directamente ligado à minha família, a actual sede do Partido Socialista, casa construída pelo meu Tetravô, 1o. Marquês de Viana, em terras do morgadio do Conde da Cunha, na época em que foi combinado o casamento do filho do primeiro com a filha do Conde da Cunha e que sempre foi Palácio do Rato para as pessoas da época e que, a partir de uma determinada altura, passou a ser Palácio Kruss e depois Praia e Monforte. É um mero exemplo, como o Palácio Foz, que foi Palácio Sucena (quando foi casino e cinema), tendo sido construído pelos Castello-Melhor.
No Norte existem também solares com nome próprio, como o Solar de Nossa Senhora de Aurora e que é conhecido pelo Solar dos Condes
Aurora. Existem também Casas como a dos Rangel, por exemplo, que pertencem desde sempre aos Araújo. É a este tipo de "confusão" que me refiro e que penso que deveria haver um processo de mais fácil identificação.

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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#61411 | Maria Teresa | 28 mar 2004 22:59 | In reply to: #61284

Exmo. Senhor:

Só posso falar do Norte, mais propriamente do Minho, mas as Casas Senhoriais (mormente os solares) têm todos um nome próprio, que se mantem independentemente do seu dono e que normalmente toma o nome de um santo ou do lugar em que se situa.
Acontece, de facto, que, por vezes, a casa é conhecida pelo nome da família ou, ainda mais vulgar, que a família seja conhecida pelo nome da casa (ou do título que, especialmente no que se refere aos títulos recentes, corresponde ao nome da casa).
Esse é, por exemplo, o caso dos Aurora. Trata-se de uma família que é dona do Solar de Nossa Senhora de Aurora, família essa com um membro a quem foi concedido o título de Conde de Aurora pelo Rei D. Carlos I (se não estou em erro) e que, na verdade, se chama Coutinho.
Se um dia alienassem aquela casa, ela teria igualmente o nome de Nossa Senhora de Aurora, mesmo que o seu dono fosse o Sr. Silva, ou o Sr. Costa, do mesmo modo que o título de Conde de Aurora se manteria naquela família, de nome Coutinho, independentemente de serem ou não proprietários da dita casa.
Espero ter contribuído um pouco para esclarecer as suas dúvidas.
Com os melhores cumprimentos,

Maria Teresa de Antas de Barros

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#61421 | Abreu Coutinho | 28 mar 2004 23:36 | In reply to: #61411

Cara Maria Teresa

Subscrevo em absoluto com a sua esclarecedora exposição. Continuarei no Minho; mais propriamente na Ribeira-Lima a indicar mais exemplos de Casas que tiveram e terão sempre o mesmo nome independentemente do apelido dos seus actuais e futuros proprietários.

- Casa das Pereiras
- Casa de Pomarchão
- Casa do Outeiro
- Casa da Fonte da Bouça
- Casa do Paço de Victorino
- Casa do Ante-Paço
- Casa da Freiria
- Casa de Abbades
- Casa de Cortegaça
- Casa do Paço de Lanheses
- Casa de Sabadão
- Casa do Arribam
- Torre de Refoios
- Casa da Anta
- etc................

Cumprimentos,

João de Abreu Coutinho

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#61422 | Maria Teresa | 28 mar 2004 23:53 | In reply to: #61421

Meu Caro Confrade (se me permite a ousadia):

Muito me apraz saber que me soube explicar convenientemente (apesar da minha profunda ignorância na matéria).
Agradeço o seu "apoio".
Os meus melhores cumprimentos
Maria Teresa de Antas de Barros

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#61429 | zamot | 29 mar 2004 08:18 | In reply to: #61422

Palacio da Brejoeira

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#61433 | JBdeS | 29 mar 2004 08:44 | In reply to: #61429

Acrescento Casa de Bertiandos em Bertiandos e Casa da Barca em Ponte da Barca(embora em relação a esta haja uma pequena confusão), pois a verdadeira Casa da Barca é dos Brandão de Mello (também conhecida por Casa Nobre).
Mas penso que o problema a que me referi se aplica mais ao Centro e Sul do País.

José Berquó de Seabra

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#61435 | JBdeS | 29 mar 2004 09:35 | In reply to: #61433

O Paço de Calheiros será uma excepção?

José Berquó de Seabra

P.S. Peço desculpa por não ter agradecido as esclarecedoras intervenções anteriores.

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#61443 | Maria Teresa | 29 mar 2004 11:37 | In reply to: #61435

Mais ou menos, mas não propriamente.
O Paço de Calheiros chama-se Calheiros, situa-se na freguesia de Calheiros, pertence ao Conde de Calheiros que, por acaso, tem por apelido Calheiros (Calheiros e Menezes, creio eu).
Mais uma vez, a casa tem nome próprio inalterável independentemente do seu proprietário.
Se, eventualmente, acontecesse que o Sr. Conde de Calheiros se desfizesse daquela casa, esta manteria o nome de Paço de Calheiros, assim como o Sr. Conde se manteria Conde de Calheiros, por ser um título 'pessoal'.
Vendo bem, creio que tb ñ é uma excepção, a diferença é que, neste caso, tudo coincide.
Os meus cumprimentos,
Maria Teresa de Antas de Barros

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#61495 | Vasco Jácome | 29 mar 2004 22:54 | In reply to: #61284

Caro José Berquó de Seabra

Esse fenómeno será realmente mais lisboeta do que outra coisa, pois aí, tenho ideia que esses palácios tiveram uma rotatividade de donos muito grande, mesmo entre famílias da Nobreza, o que levou também à rotatividade dos nomes.
Fora dessa zona, as Casas, depois de vendidas normalmente não vão parar a quem lhes mude o nome! Embora se possam encontrar sempre algumas excepções, como o Palácio do Raio que antes de ser dos Raio de Carvalho, foi fundado por João Duarte de Faria. Mas lá está: são casas da Burguesia e que começaram a ser vendidas muito cedo, ao contrário das da Nobreza, muitas delas vinculadas e que estiveram nas famílias dos fundadores durante séculos.

Cumprimentos,
Vasco Jácome

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#61515 | JBdeS | 30 mar 2004 11:28 | In reply to: #61495

Caro Vasco Jácome,

Penso que tem toda a razão.
Isto passa-se no Sul, mas nas casas de cidade, pois as quintas têm nomes. Assim como também se muda a pedra de armas da casa, quando se muda de família, o que não sei se deveria ou não ser feito. Confesso-lhe que não tenho opinião formada sobre o assunto.
Conheço também casos no Centro. Eu mesmo herdei um pequeno solar em Goes conhecido pela Casa de Bacelar, quando um meu antepassado Bacelar se limitou a casar com a dona da casa, uma Senhora Correia de Lacerda. Ao tentar chamar-lhe Correia de Lacerda, nome que teve até cerca de 1820, deparei com protestos de todos, desde o Turismo da região às Câmaras Municipais. Ficou por resolver.
Salve-se o Norte, de que muito gosto.

Quando referi duas casas minhotas, esqueci-me de uma que bem conheci no tempo do Avô dos actuais donos, a Casa do Feital, um lindo solar, muito elegante, e que penso estar ligada hoje em dia ao Marido de uma Irmã sua.

Cumprimentos

José Berquó de Seabra

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#61522 | JBdeS | 30 mar 2004 14:35 | In reply to: #61515

Só por curiosidade eis uma lista de Casas e Solares do Norte com nomes das famílias:

Solas dos Pitas - Caminha
Paço dos Marqueses de Ponte de Lima- Ponte de Lima
Palácio do Visconde da Carreira - Viana do Castelo
Solar dos Costa Barros - Viana do Castelo
Casa dos Coimbras - Braga
Casa dos Paivas - Braga
Casa dos Maciéis Aranhas - Campo da Vinha
Falcões - Campo da Vinha
Sás Sotomaiores - Campo da Vinha
Viscondes de São Lázaro - Braga
Solar dos Arrochelas - Guimarães
Solar dos Pinheiros - Barcelos
Paço dos Duques de Barcelos Barcelos
Solar dos Aborins - Quintães
Solar dos Azevedo - Lama
Matos Graça - Barcelos
Solar dos Carneiros - Póvoa do Varzim
Casa dos Lemos - Mesão Frio
Solar dos Monizes Sarmentos - Vinhais
Solar dos Sarmentos Pimentéis - Vinhais
Casa dos Pizarros - Vilar da Maçada
Pinto Pimentéis - Vilar da Maçada
Mirandas - Macedo de Cavaleiros
Teixeiras de Macedo - Macedo de Cavaleiros
Guedes de Murça - Vila Meã
Teixeiras Vahias - Vila Meã
Correias Leitões - Poiares
Silveiras - Canelas
Canavarros - Nuzedo
Viscondes de Vilarinho de São Romão - Vilarinho
de São Romão
Barões das Lajes- Vilarinho de São Romão
Sousas Tavares - Vilarinho de São Romão
Baratas - Vilarinho de São Romão
Baronesa de Alverca - Mirandela
Macedos de Vasconcelos - Mirandela
Visconde de Santa Marta - Vila Pouca de Aguiar
Gomes de Carvalho - Vila Pouca de Aguiar
Morais - Vila Pouca de Aguiar
Ferreiras Botelho - Vila Pouca de Aguiar
Pinto Bacelares - Vilar de Ossos
Viscondes de Montalegre - Vilar de Ossos
Sousas Pereiras Coutinhos - Vilar de Perdizes
Lemos e Sousa - Viseu
Almeidas e Vasconcelos - Viseu
Vilhegas Ortiz- Vizeu
Sousas Valentes - Viseu
Pinhos e Azevedos - Viseu
Bandeiras da Gama - Viseu
Cardosos de Sequeira - Viseu
Silva Mendes - Viseu
Loureiros Cardosos - Viseu
Chaves de Araújo - Viseu
Figueiredos - Viseu
Melos de Castro e Abreu - Viseu
Pessanhas - Viseu
Condes de Prime - Viseu
Loureiros - Viseu
Pinheiros de Aragão - Lamego
Guedes - Lamego
Osórios de Aragões - Lamego
Távoras - Vouzela
Rebelos Cardoso - Vouzela
Girões - Vouzela
Solar dos Cunhas - S. Pedro do Sul
Marqueses de Reriz - S. Pedro do Sul
Condes da Lapa - S. Pedro do Sul
Gouveias Osórios - Vila da Ponte
Solar dos Paes - Anadia
Soares de Albergaria - Cinfães
Almeidas Figueiredos - Trevões
Palácio dos Melos - Trevões
Solar dos Caiados - Trevões
Casa dos Abreus - Fornos de Algodres
Beltrões de Seabra - Santiago de Cassurrães, etc...
No Porto,
Ferreirinha
Guedes
Condes de Azevedo
Condessa de Resende (anteriormente dos Viscondes de Beire)
Forbes
Viscondes de Pereira Machado
Rangéis
Correias (Pintos de Miranda Montenegro)
Balsemões
Visconde de Fragozela
Viscondes da Trindade

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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#61524 | camisao65 | 30 mar 2004 15:17 | In reply to: #61522

Por curiosidade, alguns em Lisboa:

- Palácio Lázaro Leitão
- Palácio Ribeira Grande
- Palácio Burnay
- Palácio do Conde da Ponte
- Palácio dos Condes de Aveiras

Cumprimentos

Luis Camizão

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#61540 | coelho | 30 mar 2004 19:00 | In reply to: #61284

Penso que há um contraste curioso entre por exemplo os palácios de Lisboa e os solares do Minho. Em Lisboa, raros devem ser os palácios que ainda se mantêm na propriedade de descendentes dos seus construtores (isto em percentagem; em número absoluto acredito que ainda sejam alguns). Por vezes, estes palácios foram vendidos bem cedo, a outras famílias nobres, originando a mudança dos nomes.

No Minho, pelo contrário, muitos dos principais solares mantiveram-se na mesma família durante séculos e até hoje.

Haverá alguma diferença cultural entre norte e sul que justifique isto?

Coelho

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#61541 | JBdeS | 30 mar 2004 19:07 | In reply to: #61540

Caro Coelho,

Não será em todos os casos com certeza, mas penso que a nobreza de corte se dividia entre as casas de campo, algumas entre herdades, e o palácio na cidade. Há que ter também em conta as invasões francesas, que implicaram no exílio para o Brasil e o final dos morgadios.
Penso que no Norte, embora cada família tivesse vários solares, a dispersão era menor.

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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#61546 | Vasco Jácome | 30 mar 2004 19:36 | In reply to: #61515

Caro José Berquó de Seabra

De facto, tenho uma prima casada com o, ou um dos, donos do Feital

http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=11451

Cumprimentos,
Vasco Jácome

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#61547 | JBdeS | 30 mar 2004 19:42 | In reply to: #61541

Já agora em Lisboa um palácio com um lindo nome, Flor da Murta, que hoje em dia é conhecido por nomes vários.
E insisto no Rato...

JBdeS

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#61551 | Vasco Jácome | 30 mar 2004 20:31 | In reply to: #61522

Caro José Berquó de Seabra

Atenção que aqui misturam-se Casas com nome próprio, embora mais conhecidas pelos nomes da família, como a dos Maciel Aranha, na realidade Casa do Gato Bravo; Matos Graça – Casa do Bemfeito, e casos idênticos ao já falado da Aurora, que é a situação dos donos terem título sobre a Casa e depois esse título se sobrepor ao nome da própria família. Caso dos Carreira, Vilarinho de S. Romão, etc.

Cumprimentos,
Vasco Jácome

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#61553 | Maria Teresa | 30 mar 2004 21:00 | In reply to: #61541

Exmo. Senhor,

Penso que, em termos gerais, concordo consigo.
Claro que que também há outros factores, como o facto de parte da nobreza da corte (e longe de mim querer generalizar), não fazer parte da Antiga Nobreza Portuguesa, ainda da época da primeira dinastia, que se foi fixando mais pelo Norte, talvez mais pelo Minho.
E depois porque os membros da Corte estariam sempre mais sujeitos aos favores e desfavores reais (ora veja-se o caso do Marquês de Pombal, ou dos Távoras e do seu famoso processo).
Para além de esta ser até hoje uma zona do país de índole mais conservadora e mais ligada aos seus antepassados.
E, claro, não podemos esquecer de um factor essencial para que uma família possa manter as suas casas: a possibilidade económica para poder mantê-las.
No caso do Minho, as famílias mativeram-se terratenentes até muito tarde, sendo que, nessa altura, a produção agrícola e o arrendamento rural eram bastante rentáveis, pelo que (até cerca dos anos 40/60 do sec. XX) as famílias donas de terras destinadas à produção agrícola mantiveram sempre um estatuto económico elevado.
Mas, como disse, não quero generalizar.
Certo é que, seja qual for a razão, é no Minho (até mais no Alto Minho) que as casas se mantêm por mais tempo nos seus proprietários originais (salvaguardando, é claro, os casos em que mudam de família por causa do casamento. Ex. X casa com Y, filha única, que herda a casa de sua família. Os descendentes de ambos serão já membros da família X).
Cumprimentos,
MTAB

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#61567 | JBdeS | 30 mar 2004 22:10 | In reply to: #61551

Caro Vasco Jácome,

Obrigado mais uma vez pelo esclarecimento.
Na lista que achei demasiado extensa e cortei a meio, vi que havia casas que deveriam ser conhecidas por outros nomes. E, sem pretender ofender ninguém, acho Casa do Gato Bravo mais bonito do que Maciel Aranha, com todo o respeito por esta Família.
Assim como reparei no que me disse das casas burguesas, neste caso de famílias que viriam a ser nobres, mas cuja origem era burguesa.
Há uma casa no Porto cujo nome me é muito engraçado, a Casa dos Fidalgos da Fábrica, e muitas outras. Como deve ter reparado, eu defendo o mesmo nas casas do Sul, um nome, independentemente da família. Dá importância à Casa e, não que a família precise necessariamente também a esta.

Peço desculpa por tê-lo confundido com um cunhado do LG de L. Conheci o Feital no tempo em que passava férias, e foram muitas, em Bertiandos.

Cumprimentos

José Berquó de Seabra

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#61569 | JBdeS | 30 mar 2004 22:21 | In reply to: #61553

Cara MTAB,

Tem toda a razão na sua análise à "economia" das terras e casas do Minho. Sempre me espantou a quantidade de solares que uma família tinha, quer por se encontrarem a caminho de terras e onde pudessem pernoitar, quer por herança, sendo normal cada filho ter a sua casa.
Quando me refiro à nobreza de corte, e não quero também generalizar, referia-me às grandes Casas, cuja origem é antiga, remontando às Casas Reais, pelo menos de Portugal e do que hoje é Espanha, para depois subir mais atrás.
É claro que é uma minoria, mas os palácios em Lisboa e arredores, ou grandes casas, são também uma minoria. Esqueci, o que lamento e pelo que peço desculpa, a pequena nobreza lisboeta com cargos na corte e que no fundo constituía com certeza a maioria. Mas penso que esta não tinha palácios dignos desse nome, pelo menos até ao século XIX , em que há uma mistura de burgueses ricos, com títulos recentes e cargos na corte.
O certo é que no Minho as casas principais continuam na posse dos seus senhores, e no Sul estão quase todas nas mãos de organismos do Estado ou embaixadas, o que se pode compreender, não deixando de ser lamentável.
Em Itália souberam dividir os grandes palácios em apartamentos, mantendo o traçado original.
Para nós agora é tarde.

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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#61577 | rgc | 30 mar 2004 23:15 | In reply to: #61569

Caros Confrades
Se me permitem e desculpem a repetição, se por ventura já aqui foi referido alguma coisa que digo,porque não pude ler ainda as mensagens do tópico, mas refiro o estudo de Matos Sequeira- "PALÁCIOS E SOLARES pORTUGUESES "NA OBRA EM FASCÍCULOS TEMÁTICOS DA lELLO &iRMÃO -PORTO- já antigos, mas que se refere a solares e outras casas familiares ESPALHADOS pelas províncias portuguessas,muitos deles não referenciados em obras especiais desta matéria e de todos conhecida, como por ex: o solar dos Cabritas, em Porches; o dos Palermos, em Loulé; o dos Pessanhas e dos Sarreas Garffias, em Quelfes; o dos Pachecos, de Alvor; os dos Bivares em Portimão, os dos Gaviões( suponho ser Galvões) que se ligaram aos Figueiredo Mascarenhas, em Estômbar, e muitos em Tavira e Silves, embora o autor não os particularize, mas certamente haverá confrades que o farão, bem assim para boas casas do Alentejo em Moura, Serpa, Campo Maior, Alter do Chão e outras que houve em Messejana, Em Almodôvar,em Santiago do Cacém, Ferreira Do Alentejo: as dos Velhos da Costa,a dos Guerreiros Leitões de Aguiar, Afonsecas Pessanha, Maldonados,condes do Bracial, etc. etc.Isto vai de modo aleatório. Muito pode ser respigado noutros tópicos como ainda hoje li -no tópico- Guerreiro Camacho, com referências a Santa Luzia, por exemplo. Seria útil uma recolha a mais exaustiva possível sobre este assunto e de tanto que existe e que devia ser conhecido.Nos INVENTÁRIOS ARTÍSTICOS DE pORTUGAL, da Academia de Belas Artes se podem recolher dados preciosos sobre esta matéria e até de pedras-de-armas.
Cumprimentos.
Peço desculpa se estou a repetir alguma coisa já aqui dita, mas é-me impossível agora ler durante muito tempo e esse descanso aproveito para escrever alguma coisa.
Cumprimentos.
Rafael Carvalho

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61578 | rgc | 30 mar 2004 23:19 | In reply to: #61577

Ressalvo, TÓPICO- Família Brito Camacho
RC

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#61598 | JBdeS | 31 mar 2004 08:11 | In reply to: #61578

Penso que para ser justo, devo referir também o terramoto de 1755, que além de ter destruído muitos palácios de Lisboa e arredores, alterou também até certo ponto a estrutura da casa senhorial urbana no Sul.

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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#61610 | JC | 31 mar 2004 12:47 | In reply to: #61522

Caro Confrade José Berquó de Seabra

Reparei que na lista que apresentou de Casas e Solares do Norte com nomes das famílias inclui o solar do Loureiro em Viseu.
Aqui a família que aí viveu do séc. XII ao XIX é que tomou o nome do local e não foi a casa que ficou conhecida pelo nome dos seus proprietários.
Os proprietários mais antigos que se conhecem da do Loureiro é Daganel e D. Sancha Gonçalves no séc. XII e só mais tarde é que aparecem os seus descendentes já a usar o nome Loureiro.
Isto acontece com muitos apelidos que tomam o nome do local onde vivem ou onde têm as suas casas.
Cumprimentos,
José de Castro Canelas

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#61615 | Maria Teresa | 31 mar 2004 13:24 | In reply to: #61598

Claro que sim.
Muito desse património nunca mais foi 'resposto', como é o caso do próprio Paço Real.
E passamos a ver as famosas casas pombalinas que tão bem caracterizam a capital e que, no entanto, são tão raras no resto do país. (As originais, claro está).
Guimarães, todavia, (onde eu moro), também tem um grande número de casas urbanas de estilo pombalino que ainda hoje se mantêm exactamente iguais, muitas delas por fora e por dentro.

Na maior parte do país o modelo de casa urbana (não os palácios) só começou a assentar verdadeiramente mais pela segunda metade séc. XIX. Como é exemplo o Porto, ou até o Largo de Camões, em Ponte de Lima.
São as belas e graciosas diferenças de Norte a Sul que tão bem caracterizam o nosso pequeno mas grandioso país!

Cumprimentos
Maria Teresa de Antas de Barros

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#61630 | avbc | 31 mar 2004 16:48 | In reply to: #61547

Exmo Senhor José Berquó de Seabra

Aproveito para esclarecer, dada a sua insistência na casa do Largo do Rato, que esta sempre foi conhecida como palácio do Rato.
O marquês da Praia na sua obra «Apontamentos Histórico-Genealógicos» é assim que a nomeia, não porque fosse o nome da casa em si mas porque, por facilidade, se lhe deu o nome do largo onde se situava, primitivamente Largo do Chafariz do Rato.
Sinceramente nunca ouvi ninguém chamá-lo palácio Praia o que é diferente de dizer qualquer coisa como «aquela era a casa dos Praias», até porque não existe ninguém vivo que se lembre de quando lá moravam os marqueses de Viana.
Quanto aos proprietários, segundo o marquês, o palácio passou das mãos dos marqueses de Viana para as do barão de Quintela que o modernizou, restaurou (encontrava-se em franco estado de degradação)e decorou. Depois (não sei se terá entretanto sido propriedade da família Kruss) foi adquirido na década de 70 do séc. XIX pelo visconde de Monforte para sua casa de Lisboa.
Do visconde passa para as mãos de sua filha que casa com o futuro Marquês da Praia e Monforte e é na década de 80/90 do século XIX que o palácio adquire o aspecto que tem hoje, principalmente a nível decorativo(dizem que uma das razões que o levou a ser alugado e depois comprado pelo PS é que Mário Soares ficou apaixonado pela sala de baile).
Posso dar outro exemplo. A casa dos marqueses de Sabugosa (que sempre esteve na posse da família) não se chama palácio Sabugosa, ou César de Meneses, mas sim Santo Amaro, porque é a zona onde se encontra.
Enfim, penso que, por facilidade de denominação, a maioria destas casas, não tendo nenhum nome específico, foi adquirindo o dos seus últimos proprietários.
Os meus cumprimentos,

A. Vasco B. Coutinho

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#61632 | JBdeS | 31 mar 2004 17:33 | In reply to: #61630

Caro A. Vasco B. Coutinho,

Todos na família conhecemos a casa como Rato, mas houve alturas em que, e tenho livros que mencionam o facto, teve o nome dos proprietários. Rato é o nome do morgadio onde o palácio foi construído, morgadio do Conde da Cunha, viúvo de uma Farrobo, pais da 2a Marquesa de Viana. Por herança e dívidas entre esta e o Tio Farrobo, ele tomou posse de casa, depois dos móveis e quadros terem sido retirados para Belém e do leilão do recheio, fazendo obras e alugando-o ao banqueiro Kruss, que o habitou, subalugando várias salas, cerca de 15 anos. É então que entra na posse dos Praia e Monforte.
Os meus comentários não se referem à família Praia e Monforte e não estou habilitado, apesar das 25 aguarelas que o Marquês de Viana mandou pintar das salas da casa e que estão na posse da minha Mãe, a saber quais as características originais e alterações posteriores. A razão da minha intervenção prende-se, como já afirmei, com uma casa que tinha um nome e deixou de o ter, nome esse que corresponde a um morgadio que dá o nome àquela zona de Lisboa. É essa a razão do meu "desabafo", mas alegra-me que confirme que na sua Família o conheciam também como Rato.

Cumprimentos

José Berquó de Seabra

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#61633 | JBdeS | 31 mar 2004 17:42 | In reply to: #61610

Caro José de Castro Canelas,

Obrigado pelo seu esclarecimento. No fundo, é impossível existir uma regra quanto às casas e seus nomes. Não pretendi conseguir nada com as minhas intervenções, mas tenho pena que o património (antigo ou actual) não faça parte do património "cultural" das famílias.
Fala-me nos Loureiro, também em Viseu, contra-parentes meus, Almeida Loureiro e Vasconcellos,
viveram de 1790 a 1850 na Casa dos Avelar, que, ao procurar identificá-la, verifiquei que não consta de nenhum livro sobre os solares da região. Penso ter sido um dos solares dos Pessanha, mas porquê Avelar? É confuso.

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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#61640 | avbc | 31 mar 2004 18:57 | In reply to: #61632

Caro José Berquó de Seabra,

Nunca me passaria pela cabeça que os seus comentários acerca do palácio do Rato visassem a minha família!
Se fui mal entendido peço desculpa, escrevi a mensagem um pouco à pressa.
Obrigado pelas suas informações.
Já agora,também eu me interessei em tempos por esta casa e fui ao ponto de solicitar uma visita aos actuais proprietários. Na altura ainda o PS não era governo e a casa encontrava-se num estado lastimável. Alegrei-me quando este, depois de ter ganho as eleições, a começou a restaurar, embora não com total fidelidade.
Segundo se dizia a casa no tempo dos marqueses de Viana era fabulosa, parece que um dos melhores conjuntos de salas de recepção de Lisboa.
Devo dizer que ainda hoje subsiste alguma da decoração feita pelo conde de Farrobo mas que a grande maioria é toda dos finais do séc. XIX (existe uma horrível sala chinesa que é apresentada como a jóia da coroa!).
Os estuques, segundo li não sei onde, são da autoria de um tal Pita, muito em voga na época.
Se quiser, quando estiver em Portugal, posso enviar-lhe uma cópia do texto que mencionei pois tem algumas fotografias de interiores nos anos 50.
Seria interessante fazer um estudo da evolução da casa e saber se, por exemplo, o edifício da clç Bento da Rocha Cabral, onde se situa a capela do Rato (vê, não se perdeu tudo) já existiria na altura dos marqueses de Viana.
Também vi um interessante projecto de integração do palácio depois da demolição do casario da rua de S. Bento, devido ao qual a casa apresenta o desenquadramento actual.
Mais uma vez obrigado.
Cumprimentos,

A. Vasco Borges Coutinho

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#61644 | coelho | 31 mar 2004 19:17 | In reply to: #61615

Caros JBdeS e MTAB,

penso que o principal exemplo de um palácio lisboeta de uma grande família portuguesa ainda na posse dessa família é o Palácio Fronteira. Há mais algum caso comparável? Todos os outros grandes palácios estão transformados em museus, bancos, escritórios da administração pública, instituições de ensino, etc.

A decadência das famílias que construiram esses palácios poderá estar ligada à própria decadência do país (relativamente a outros paises europeus) nos séculos XIX e XX.

Ainda subsistem algumas fachadas de palácios setencentistas de menores dimensões (Alfama, Bairro Alto, e ao longo da rua que vai da Baixa para o Belém, cujo nome não me ocorre). Muitos deles estão completamente descaracterizados.

Quanto aos solares do Minho, acho que os factores económicos ligados à posse da terra, já referidos, explicam alguma coisa, mas julgo que há também um empenho maior em conservá-los. Há pouco tempo, falando com os proprietárias de uma casa nobre perto de Guimarães, dizem-me eles que estas casas são um peso enorme (o que bem compreendo, porque tenho também uma casa para conservar), mas que fazem todos os esforços para as manter, por causa da tradição. Se receberam a casa dos seus antepassados, querem-na passar aos seus filhos e descendentes. Por vezes chegam a fazer um pseudo-morgadio para viabilizar a continuação da casa.

Contaram-me também que têm constatado que pessoas de outras regiões, nomeadamente de Lisboa, não percebem muito bem que uma casa possa merecer tantos sacrifícios ...

Cumprimentos,
Coelho

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#61645 | zamot | 31 mar 2004 19:31 | In reply to: #61644

Caros Amigos

Parte do Palacio Ficalho em Lisboa ainda está na posse da familia (a outra parte foi vendida ao Soares & Mendonça), bem como o Solar dos Mellos em Serpa.


JTMB

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#61655 | Abreu Coutinho | 31 mar 2004 22:03 | In reply to: #61644

Caro Coelho

Concordo em absoluto consigo.

Cumprimentos,

João de Abreu Coutinho

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#61657 | victória | 31 mar 2004 22:29 | In reply to: #61429

Por aqui se refeir o Palácio da Brejoeira, em Pinheiros, Monção, não posso deixar de acrescentar as outras casas de Monção (excluem-se as capelas brasonadas:

Casa dos Condes de S. Martinho, Vila - Monção
Casa dos Almadas, Vila - Monção
Casa do Curro, Vila - Monção
Casa dos Moscosos, Vila - Monção
Casa de Rodas, Vila - Monção
Casa de S. Pedro, Vila - Monção
Casa da Quinta da Poça, Vila - Monção
Casa da Q.ta da Lavandeira, Vila - Monção

Casa da Porteleira - Badim, Monção
Quinta do Paço - Barbeita, Monção
Casa do Sopegal - Cambezes, Monção
Quinta do Carregal - Cambezes, Monção
Casa do Hospital - Ceivães, Monção
Quinta dos Abreus - Ceivães, Monção
Quinta do Verdeal - Lapela, Monção
Casa de Serrade - Mazedo, Monção
Casa da Quinta de S.to Antão - MEssegães, Monção
Quinta da Torre - Moreira, Monção
Quinta da Lombra - Moreira, Monção
Quinta de Vila Novas - Pias, Monção
Quinta de Samarão - Pias, Monção
Casa do Eido - Riba de Mouro, Monção
Casa de Ladreda - Tangil, Monção
Casa do Pedral - Tangil, Monção
Quinta da Sobreira - Troviscoso, Monção
Quinta dos Cordeiros - Troviscoso, Monção
Quinta da Pedra - Troviscoso, Monção
Casa do Mesio - Valadares, Monção
Casa do Rosal- Valadares, Monção
Casa da Q.ta da Amiosa - Valadares, Monção
Casa de S. Sibrão - Valadares, Monção

cumprimentos,
Eduardo Domingues

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61664 | JBdeS | 31 mar 2004 23:46 | In reply to: #61640

Caro A. Vasco Borges Coutinho,

Terei o maior interesse em ver os retratos de que fala, assim como terei todo o prazer em lhe mostrar a planta da casa, construída sobre um Palácio do Rato, que era mais um pequeno pavilhão, e da capela, que mais tarde, veio a ser uma capela independente.
A capela da Casa até por volta de 1853 foi a do Jardim das Amoreiras, pelo qual se ia directamente por um passadiço, segundo cartas da minha antepassada Maria Domingas Manoel, perigoso e estreito. Coisas curiosas.

Conheço bem o António Praia, só que não é Vasco, pelo que não deve ser o mesmo. Aquele a que me refiro vive nos Açores.

Cumprimentos

José Berquó de Seabra

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#61666 | JBdeS | 01 apr 2004 00:04 | In reply to: #61644

Caro Coelho,

Tem toda a razão, a Casa no Norte tem uma importância e implica sacrifícios impensáveis no Sul. Fronteira é um belo exemplo. Tem o dos Lafões, dos Vila Flor, dos Figueira e, como muito bem disse o meu amigo Zé Tomaz de Mello Breyner, dos Ficalho. Mas poucos mais.
Eu mesmo herdei um solar em Goes, que só me dá despesas e problemas, isolado apesar de ter uma linda vista, dos séculos XVII e XVIII que até uma Tia já de idade que lá vive não sair do que sempre foi a sua casa, nada farei. Mas custa manter uma casa, ainda por cima não vivendo nela.
Conheço alguns casais de ingleses que compraram solares perto de Ponte de Lima, vivendo em Londres, limitando-se a passar um fim-de-semana por mês neles. Claro que com o aeroporto no Porto e as autoestradas tudo se torna mais perto. No fundo é uma lição para nós. Solares que mantêm a traça, trocando o terreiro pelo relvado com piscina e court de ténis, que, se bem que não característico, não destoa assim tanto.

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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#61685 | Maria Teresa | 01 apr 2004 13:10 | In reply to: #61666

É verdade! E depois também há o Turismo de Habitação que, pelo menos cá em cima, é muito usual. Eu, particularmente, não conseguiria adaptar-me a receber pessoas desconhecidas, mas creio que é uma boa solução para quem quer manter a sua casa e não tem meios para o fazer.
Aliás, é assim que na Ribeira Lima muitas pessoas conseguiram manter as suas casas e, consequentemente, manter o património da terra e a paisagem característica do Minho.

Com o que eu não posso concordar de forma alguma é com os restauros de placa de cimento, com paredes de betão armado, portas e janelas de PVC e essas modernices que se vêm nessa zona.
Apesar de ser originária do Alto Minho, certo é que moro em Guimarães - conhecida como o bastião do Vale do Ave e dos novos ricos industriais do têxtil e do calçado - onde é proibido sequer mudar as telhas originais da casa, fará usar placa ou PVC.
É, de facto, uma cidade exemplar no que se refere à conservação do património!

Os meus cumprimentos,
MTAB

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#61703 | vbriteiros | 01 apr 2004 16:25 | In reply to: #61522

Caro José Berquó de Seabra.
Mas quanto à "Casa dos Coimbras" em Braga, tem somente uma fachada com pedras "bonitas" , muito longe da "Velha Casa dos Coimbras". Veja~se a Ilustração Portuguesa ,II Série de 2.8.1906 e a Casa era totalmente diferente.
A última frase do texto que acompanhava as gravuras era: ..... que sucederam nos bens e no desprezo por este venerando solar.
Em 1922 a Casa ainda não tinha sido construida ( e não reconstruida), segundo carta manuscrita de que guardo dópia.
Pelo menos conseguiram um belo efeito.
Cumprimentos
Vasco Briteiros

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#61723 | JBdeS | 01 apr 2004 19:47 | In reply to: #61703

Caro Vasco Briteiros,

Penso que da lista há casas que já devem ter caído e muitas devem estar em ruínas.
Sou um grande admirador das casas do Norte, e embora não goste de ver certos solares com drogarias e farmácias no andar térreo, às vezes pergunto-me se não é uma maneira de conseguir viver em cima e conservar o que resta.
Tenho uma amiga que tem uma casa muito bonita em Ponte da Barca e que a restaurou ao longo de 20 anos, a Casa da Barca, com uma fachada e um enquadramento lindíssimos. E há solares em Braga e Viseu que nunca deixo de visitar.
Mas há restauros que às vezes estragam e tenho visto muito cimento.

Cumprimentos

José Berquó de Seabra

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#61725 | Abreu Coutinho | 01 apr 2004 20:04 | In reply to: #61685

Cara Maria Teresa

É de facto, Guimarães um verdadeiro exemplo, notável na conservação do seu património; como a autarquia conseguiu restituir a beleza das suas construções medievais e fazer uma simbiose perfeita com a vida quotidiana no burgo antigo.

Em tempos visitei em passeio a pé a cidade-berço e fiquei espantado como toda esta reconstrução, parecia que tudo (materiais e o bom gosto) se conjugavam numa harmonia de eleição. Também deparei com um esforço tremendo de entendimento entre técnicos camarários e arquitectos mas sem este tipo de trabalho não há resultado concludente como este que se refere.

Não queria alongar mais com este meu reparo mas, Maria Teresa assim dá gosto morar numa cidade como Guimarães; e é claro que continua a viver no nosso Minho.

Os meus cumprimentos,

João de Abreu Coutinho

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#61728 | Maria Teresa | 01 apr 2004 20:27 | In reply to: #61725

Exmo. Senhor

Confesso, antes de mais, que, de facto, tenho muito gosto nesta minha terra, na qual também tenho origens (pois que é a terra de minha mãe) e que, aliás, nunca vivi no Alto Minho.
No entanto, não deixa de ser esse o 'mundo' com o qual mais me identifico e que considero o meu.
Na verdade, já desde o tempo de meu avô paterno que estamos radicados (mais ou menos) em Guimarães, mas o que vale são as origens e, nesse sentido, eu mantenho-me courense...

Os meus cumprimentos,
Maria Teresa de Antas de Barros

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#61732 | vbriteiros | 01 apr 2004 21:51 | In reply to: #61723

Caro José Berquó de Seabra.
Estou de acordo consigo e é melhor construir mesmo como caso citado do que perder tudo como a Casa da Fábrica no Porto. Prometeram a reconstrução noutro local, que nunca mais foi levada a efeito. Que destino terá levado aquela cantaria!
Cumprimentos
Vasco Briteiros

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61752 | Ricardo de Oliveira | 02 apr 2004 01:51 | In reply to: #61281

Caro José Berquó de Seabra

Há a Casa dos Costa Barros em Viana do Castelo. Parece que a família tem a residência desde 1765 e hoje é um hotel. Será que eles teriam parentesco com os Costa Barros do Rio de Janeiro, meus antepassados e seus parentes ?

Melhores Cumprimentos
Ricardo Costa de Oliveira

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#61773 | JBdeS | 02 apr 2004 12:33 | In reply to: #61752

Caro Ricardo Costa de Oliveira,

Vou tentar saber se os Costa Barros são os mesmos.

Cumprimentos
José Berquó de Seabra

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#61779 | avbc | 02 apr 2004 14:13 | In reply to: #61664

Caro José Berquó de Seabra,

Quando voltar a Portugal pedirei ao moderador o seu email e terei muito gosto em lhe enviar as fotografias. Tenho também uma da capela do Rato em 1910. É pena que esta esteja hoje também totalmente modificada. É curioso como ao abrigo da reforma litúrgica se destruiram literalmente um enorme número de Igrejas e capelas em Portugal. Cá em Roma não é assim...

Quanto ao António Praia podem ser dois, já que eu e o meu pai somos conhecidos por Vasco. Tem o António Eduardo, filho do 3º Marquês e primo direito do meu pai e tem o António filho do anterior. Ambos estão relacionados com os Açores. O nosso ramo ficou mais ligado ao Alentejo.
Já agora, em tempos deixei aqui no forum um pedido de esclerecimento sobre este ramo da família. Será que não me pode ajudar? Interessava-me a descendência.
Desde já agradeço.

Cumprimentos,

A. Vasco Borges Coutinho

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#61802 | JBdeS | 02 apr 2004 19:21 | In reply to: #61779

Caro Vasco Borges Coutinho,

Tenho todo o gosto em lhe dizer o que sei do ramo dos Açores. Não é muito, mas sou amigo de sempre da família da Mulher do António (Filho)
e conheço alguns irmãos e as suas ligações.
Se o Vasco quiser, o Moderador dá-lhe o meu email, e poderei pô-lo ao corrente do que sei
e mesmo perguntar o que for necessário "a quem de direito".

Cumprimentos

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61827 | Ricardo de Oliveira | 03 apr 2004 04:18 | In reply to: #61773

Caro José

Obrigado
Recoloquei a linha dos Costa Barros em outro tópico para ver se ajuda.

Cumprimentos do primo

Ricardo

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#61851 | Torres de Belver | 03 apr 2004 21:50 | In reply to: #61666

Caro Sr José e confrades,

Perdão pela familiaridade unicamente motivada pela procura de o agradar, como já me tem pedido...

Estas linhas para concordar com a dificuldade, que se verifica tambem aqui em França, tanto para manter as casas quanto mais vivas e "genuinas".
Há cada vez mais procura para autenticidade e alma... mas é sempre tão difícil conseguir realizar este "tour-de-force" !
O turismo de habitação é uma das melhores opções para quem tem gosto -- e espírito --para isso. Mais algo que devemos aos nossos amigos do norte.

Com os meus melhores cumprimentos,

Philippe

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61853 | JBdeS | 03 apr 2004 21:59 | In reply to: #61851

O meu Caro Philippe é sempre simpático nas suas intervenções, mas peço-lhe que me trate por José. Não é a primeira vez que trocamos mensagens, mais je vous prie de laisser tomber le monsieur.

Os meus melhores cumprimentos
José

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61856 | Torres de Belver | 03 apr 2004 22:23 | In reply to: #61685

Cara Sra Maria Teresa,

Permita-me, se faz favor, de dar este meu parecer quanto à receber pessoas desconhecidas em casa...
Sem ter o prazer de conhecê-la, supongo que tenha talvêz mais aptidões para receber gente desconhecida em sua própria casa, que certos proprietários de turismo de habitação de que ouvi falar. Pois este seu receio, embora sendo totalmente legítimo, indica um empenho não sempre partilhado por todos eles! Felizmente a maioria dos hóspedes não se deixam enganar e acabam sempre por reconher, encorajar e mediatizar o acolhimento verdadeiro e sincéro. E ainda em Portugal sabe-se receber maravilhosamente, o que bem se sabe no estrangeiro (é um francês que lhe diz)!

Temos todos o dever de proteger o precioso património artístico português, é o mínimo que devemos aos nossos maiores e filhos.

Com os meus melhores cumprimentos e votos de um santo dia de Ramos,

Philippe

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#61858 | Torres de Belver | 03 apr 2004 22:38 | In reply to: #61853

Se lhe assegurar que me cústa tratar pessoas que respeito déste modo, prometerá não (muito) rir-se de mim ?
Pois fui educado, não sempre bem mas à antiga, e sigo tratando ambos meus pais e tios de você... mas agradêço muito a sua simpatia (e paciência!) comigo. Merci également pour ces mots en Français : je laisserai donc dé-fi-ni-ti-ve-ment tomber mes vieilles formules de politesses lusitaniennes, avec vous. Je m'y engage.

Um seu grato criado,

Philippe

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#61859 | valedezebro | 03 apr 2004 23:26 | In reply to: #61858

Cher Monsieur
Après tant d'années de culture "américaine" au Portugal c'est vraiement fantastique d'entendre de nouveau le français .
Si vous voulez faire un tout petit homme heureux,il faut seulement de parler en français car on peut penser que l'Europe existe, que nous en faisons partie et on peut songer,en entendant.....Ferré, Brel(il est français de Bruxelles..)....Je vous remmercie
Vasco Maria

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#61860 | Benedita Vasconcelos | 03 apr 2004 23:53 | In reply to: #61522

Sousa Valente em Viseu?
onde?
Perfeitamente atónita uma filha,neta e bisneta de republicanos ,revilharistas e maçons viseenses

Maria Benedita

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#61950 | Torres de Belver | 04 apr 2004 23:25 | In reply to: #61859

Bonsoir, cher confrade Vasco Maria,

Vous comprendrez sans doute, qu'à l'instar de notre respecté confrade José Berquó de Seabra, je vous prie de m'appeller Philippe, laissant également tomber ce "Monsieur" si formel.

Votre bienveillance me touche beaucoup, tout comme votre attachement à cette langue française avec laquelle je rêve que le Portugal finira par se réconcillier.

Bien que je comprenne que l'Anglais ait remplacé l'enseignement du Français, comme première langue, j'avoue avoir du mal à ne plus l'entendre comme c'était le cas au temps où mon père faisait ses études dans la Lisbonne de la fin des années 50 / début des années 60...
Je comprends également que beaucoup l'associent à cette triste époque, ce satané idiome qui sonnait si mal avec ses nasales bizarres en "en" "in" "an"...
Il demeure que je n'envisage pas ce Portugal -- sans lequel je ne serais encore moins que rien -- totalement dépourvu de la langue de Molière.
Imagineriez-vous ce pays sans l'apport de Gênes, de l'Angleterre, de la Saxe, des Pays Bas, de l'Espagne, du Maroc, du Brésil, de l'Afrique, de ses juifs, des Wisigoths, de l'Eglise de Rome, etc, etc ? Qu'en serait-il de son génie ?

Merci, à nouveau, pour votre amabilité ainsi qu'aux autres confrades pour leur indulgence, mon intervention n'ayant aucun rapport avec le passionnant thème lancé par J.B. de S.
Je nourris aussi une passion pour la chanson française des années 60/70, en plus de celle pour votre art du chant (j'ai découvert deux interprêtes que j'ai trouvé extraordinaires : Maria Lourdes Resende et Francisco José).

Recevez, cher Vasco Maria, mes plus cordiales salutations,
Philippe


PS: je vais tenter ceci pour voir à me faire pardonner d'abuser de la sorte (bien que la plupart des habitués de ce forum soient francophones) :

Caro confrade Vasco Maria,

Julgo que aceiterá este meu pedido para que me vehna chamar por Philippe, assim como o nosso caro José Berquó de Seabra o fêz, abandonando o "Monsieur" tão formal.
Agradêço a sua simpatia comigo, e o seu aprêço com a língua francêsa acerca da qual faço votos com que Portugal acaberá por fazer as pazes em breve...
Acho legítimo que o ensino do Inglês tenha ocupado o lugar do Francês, mas confesso que custa-me não ouví-lo falar como antigamente, quando o meu pai estudava na Lisboa dos anos 55/60.
Compreendo tambem que haja muita gente que associe o raio désta língua (de sons nasais tão desagradáveis como "ã" "euns" etc) à esta triste época.
Mesmo assim, é-me impossível imaginar este país (sem o qual seria ainda menos do pouco que sou) sem a língua de Moliére.
Poderiam imaginar o que seria do génio português sem a contribuição dos genoveses, ingleses, saxonos, holandeses, espanhóis, marroquinos, brasileiros, africanos, judeus, wisigodos, da Igreja católica, etc, etc ?

Mais uma vêz obrigado pela sua simpatia, e pela paciência dos demais confrades comigo, relativamente a ésta intervenção sem relação com a procura lançada pelo J.B. de S.
Mais uma coisa : tambem sou louco pela canção francêsa (e brasileira) dos anos 60/70, sem esquecer a arte portuguêsa do canto (descubrí ultimamente dois intérpretes extraordinários : a Maria de Lourdes Resende e o Francisco José).

Aceite, caro Vasco Maria, os meus melhores cumprimentos,

Philippe

[qualquer correcção ortográfica o gramatical será agradecida!]

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RE: Nomes de Palácios e Casas Senhoriais

#62018 | Maria Teresa | 05 apr 2004 19:38 | In reply to: #61856

Exmo. Senhor:

Antes de mais, agradeço sinceramente as suas palavras tão amáveis.
Por outro lado, não posso deixar de manifestar a minha plena concordância consigo quando diz que "Temos todos o dever de proteger o precioso património artístico português, é o mínimo que devemos aos nossos maiores e filhos."
A esse respeito permita-me que cite uma frase de meu pai: "Eu não sou dono de nada. Limito-me a administrar as coisas que serão dos meus filhos."

Creio, aliás, que é essencial para a evolução cultural de um povo ter sempre presente a memória dos seus antepassados e de tudo o que nos legaram. Caso contrário dificilmente teremos algo de verdadeiramente importante para deixar às gerações que virão.

O património, nomeadamente os solares e palácios de que se vem falando, não valem só por serem maiores, mais bonitos e mais imponentes que as outras casas.
Nem a sua importância se restringe ao seio da família que é sua proprietária, vai muito mais além. É uma forma de manter as origens, as raízes e a cultura de todos nós.
E é também nesse sentido que o Turismo de Habitação se vem tornando uma mais valia: porque dá a conhecer o nosso património a todos que o queiram visitar (tal como as Pousadas de Portugal).

Ao que acresce - é claro - o factor económico, sempre presente, aliás, nesta nossa sociedade de consumo. Na verdade, é o Turismo de Habitação constituiu uma forma essencial de desenvolvimento do turismo (e dos restantes sectores com ele relacionados) na região do Alto Minho.

Em último lugar, desculpo-me pelo facto de não me poder despedir em francês, mas pertenço já à nova geração de influência "televisiva" e, portanto, um tanto americanizada (ainda que, in casu, o não seja culturalmente) e que se limita a dominar a língua inglesa...

Os meus melhores cumprimentos e sinceros votos de uma Santa Páscoa,
Maria Teresa de Antas de Barros

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#62074 | Torres de Belver | 07 apr 2004 01:23 | In reply to: #62018

Cara Sra Antas de Barros,

Perdão por responder-lhe com tal atrazo e désta forma desajeitada, mas confesso ficar confuso diante de tanta simpatía... duvidando merecer as suas delicadas atenções.

Francamente, acho que sou eu quem tem muita sorte de lidar com tais confrades (digo assim para evitar mais cerimónias e louvores).
Também agradeço o que entendo ser mera sinceridade. Acho que, hoje em dia, nada o compra...

Tal como a filosofía que seu pai lhe transmitíu : o amor por certos valores fundamentais. Valores de uma certa civilização europeia.
Como a harmonia, acima de tudo.
É o que me insinou o último filme do mestre Manoel de Oliveira ("Um filme falado" com Leonor Silveira, Irene Papas, Catherine Deneuve, John Malkhovitch...) que acabei de ver ontém à noite.

Em prol da defesa dos valores que prezamos -- de que esta época está precisando cada vêz mais -- espero voltar a ter o prazer de entrar novamento em contaco consigo (assim como os demais confrades que o desejam, claro).

No que diz respeito à língua francêsa, não deve de haver qualquer obrigação nem superioridade em usá-la. Prazer, gosto, ou qualquer tipo de graça talvêz, nada mais.
Um idioma é pouco mais do que um vehículo, como a televisão ou internet. E também não escapei à ambos impérios : os da tv e do famigerado tío Sam, por ter nascido em 1968...
Mais uma razão para pedir-lhe que me chame por Philippe, se não quizer que lhe chame eu de... Vossa Mercê.

Com os meus votos de uma santa Páscoa para sí e todos os seus familiares,

very truly yours,

Philippe
Philippe Martins

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#62079 | artur41 | 07 apr 2004 05:50 | In reply to: #61773

Caro Zé,


Tenho andado a fazer "serão" para recuperar algum tempo que perdi nos dias que estive no Algarve. Aproveitei para arrumar alguns livros e documentos.

Sabes, lembrei-me da Casa do Picôto (Arouca), ainda pertença de familiares meus, que ostenta o brasão dos "Araújo e Sousa". A pedra de armas foi retirada da Casa da Quinta do Castello e Fonte de S. João, em Fermedo!
Quando nos encontrarmos, novamente, levo-te a fotografia da dita "pedra".


Um abraço

Artur


Um abraço

Artur

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