Abreus, do Visconde de Midões
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Abreus, do Visconde de Midões
O objectivo desta intervenção é propor uma solução para o entroncamento dos Abreus, ascendentes do Visconde de Midões, nos «Abreus de Lourosa», que têm como origem Roque Fernandes de Abreu «o Pequeno», n. cerca de 1500 e f. em Lourosa em 1572.
Começa por haver um Roque Fernandes de Abreu, n. em Travanca de Lagos cerca de 1590, referido como «Sargento de uma companhia de Avô em 1628 e Capitão de Ordenanças», casado com Ana Afonso de Abranches (ou da Costa), n. de Anseriz – filha esta de Manuel Dias Pinto da Fonseca e de sua mulher Maria Afonso de Abranches – que viveram em Anseriz «de suas fazendas e tratos honestos, gente honrada, dos principais da terra», e que são os ascendentes conhecidos dos Abreus da família do Visconde de Midões.
Daí para trás... mistério.
Os pais de Roque Fernandes de Abreu estão expressos de forma sucinta – como é hábito nessa altura – nas inquirições «de genere» de seu filho Nicolau Antunes, n. em Anseriz em 1611, que tomou Ordens Menores em 1629 e de Evangelho em 1635 (AUC, Ordenações sacerdotais, Caixa 1587), e são António Gonçalves e Ana Francisca, moradores em Travanca de Lagos onde eram «gente muito principal e limpa».
António Gonçalves e Ana Francisca, nascidos cerca de 1560, serão portanto da 3ª geração de Abreus, contando que «o Pequeno» representa a 1ª geração. Um deles deverá ser neto deste Roque original.
Está fora de questão que o ramo de Travanca seja natural, ilegítimo ou assim. Nem o tal Roque seria capitão, nem ele e sua mulher seriam «dos melhores da terra», nem os pais seriam «gente muito principal». Trata-se de um ramo perfeitamente legítimo dos Abreus e reconhecido como tal.
Qualquer dos nomes dos pais do Roque é sugestivo, seja António GONÇALVES, seja Ana FRANCISCA.
Quanto aos GONÇALVES, temos à cabeça o casamento de João Fernandes de Abreu (filho do Pequeno) com Isabel Gonçalves de Figueiredo, da Quinta da Costa, com larga geração. Quanto a FRANCISCA, há por ex. uma Ana Francisca de Abreu, bisneta de Roque «o Pequeno» e n. em Vila Pouca em 1583. Pode haver mais.
Depois de compulsar todos os elementos de que disponho – e são bastantes! – inclino-me para a primeira hipótese. António Gonçalves deverá ser de facto ANTÓNIO GONÇALVES DE ABREU, nascido em Oliveira do Hospital, filho daqueles pais, e que vai casar a Travanca – mesmo ao lado – com Ana Francisca, daí resultando a linha de que tratamos.
Sucede que este casal – João Fernandes de Abreu e Isabel Gonçalves de Figueiredo – teve de facto um filho António. Com o nome de ANTÓNIO FERNANDES, tomou Ordens Menores em 1581 (AUC – Ordenações do bispado de Coimbra – 5º Piso, 3ª Secção, Caixa 5). Terá nascido assim cerca de 1560, e não consta que se tivesse ordenado; nada impede que tivesse mudado o apelido, o que era frequente – até para se distinguir dos irmãos – quando casou.
Teríamos assim a seguinte configuração:
1 – JOÃO FERNANDES DE ABREU, n. de Lourosa e f. em Oliveira do Hospital a 31-08-1604 com testamento, casou com ISABEL GONÇALVES DE FIGUEIREDO, herdeira da casa de Oliveira do Hospital e da Quinta da Costa em Nogueira do Cravo. Viveram em Oliveira do Hospital onde eram «dos principais da terra», e tiveram pelo menos nove filhos, confirmados documentalmente:
2 – Domingos Fernandes de Abreu, certamente o primogénito, f. a 27-10-1632, que casou em Vila Cova do Alva a 10-07-1583 com Ana Madeira da Costa, com geração em Oliveira do Hospital, senhores da Quinta da Costa.
2 – António Fernandes, que tomou Ordens Menores a 16-07-1581 e poderá ser o nosso ANTÓNIO GONÇALVES DE ABREU, apelidos aliás usados por sua irmã Isabel, abaixo.
2 – Francisco Fernandes de Abreu, que casou em Sandomil a 17-10-1593 com Maria João Garcia, com geração em Sandomil.
2 – Roque Fernandes de Abreu, f. a 03-10-1621, «pessoa das principais da vila e seus arredores», que casou em Seia a 13-01-1591 com Maria Ferreira, com geração em Oliveira do Hospital.
2 – Revº Doutor João Fernandes de Abreu, opositor na Universidade e colegial de S. Paulo em Coimbra, Juiz em S. João do Bispo. Foi instituidor de um vínculo «em que deixou uma fazenda em Sandomil a seu irmão Francisco Fernandes de Abreu, e para o administrar chamou seu irmão Domingos Fernandes de Abreu, na descendência do qual se conserva».
2 – Isabel Gonçalves de Abreu, que casou com Pedro Anes Afonso, n. Lourosa, onde instituíram um vínculo e tiveram geração.
2 – Maria Fernandes de Abreu, que casou com Ambrósio Marques, n. de Folhadosa onde viveram como «gente honrada e nobre, das principais», com geração.
3 – Catarina João Fernandes de Abreu, que casou em Sandomil a 12-02-1602 com Mateus Garcia, daí natural – de quem foi 2ª mulher – «lavradores, dos principais da terra», com geração em Oliveira do Hospital.
3 – Ana Fernandes de Abreu, f. a 20-01-1631, que casou com Pedro Fernandes, «das Carvalhas, que veio de Tourais». Viveram em Oliveira do Hospital, com geração.
Quem quiser contribuir para a discussão... faça favor.
Eduardo Osório
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RE: Abreus, do Visconde de Midões
Caro Eduardo,
Sou um dos descendentes da casa dos viscondes de Midoes (o segundo visconde Cesar foi meu quarto-avo) e estou agradecido pelo seu estudo a respeito dos Abreus dos Viscondes de Midoes.
abracos,
aristides mendes
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Casas do 1º Visconde de Midões
Caro Eduardo Osório,
Tenho andado à procura das casas que pertenceram a Roque Ribeiro de Abreu Castello-Branco Abranches, 1º Visconde de Midões, mas até agora sem muito sucesso. Considerado o maior latifundiário da Beira, sei que teve casas nos Concelhos do Carregal do Sal e de Arganil, pelo menos. Tem alguma ideia que casas poderão ser?
Desde já muito obrigada,
Cumprimentos,
Maria Mascarenhas
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RE: Abreus, do Visconde de Midões
Caro Eduardo Osório,
Ainda não tinha tido oportunidade de lhe dar os parabéns pela sua excelente obra "Raízes da Beira". Tenho família em Travanca de Lagos e interesso-me pela História e Genealogia, particularmente pela história de Travanca de Lagos. O seu livro veio abrir-me novos horizontes, sendo uma fonte espantosa para quem pretenda conhecer um pouco mais da historia da sua terra. Em relação aos Abreus de Travanca de lagos tem as gerações que se foram fixarando na Terra?
Atenciosamente,
João Duarte
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RE: Casas do 1º Visconde de Midões
Cara Maria Mascarenhas,
O visconde de Midões teve pelo menos duas casas: A casa do Ribeirinho, em Midões, e a casa do Aido, em Cabanas. Estão ambas publicadas no meu livro "Raízes da Beira", vol, I, pag. 175/76 e 187. Está sepultado na sua capela de Travanca de São Tomé, do lado direito da capela-mor.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Abreus, do Visconde de Midões
Caro João Duarte,
Agradeço a sua mensagem, que vem provar que o projecto do livro atingiu o seu maior objectivo: divulgar a genealogia, mas também a região e o seu património.
Não disponho das linhas descendentes das famílias que publiquei - a não ser naturalmente da minha própria - a partir de cerca de 1800 para cá, porque não era possível.
Terá de ser cada pessoa interessada a recuar nos seus antepassados, de forma a eventualmente os entroncar nos ramos publicados.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Abreus, do Visconde de Midões
Caro Eduardo Osório,
So agora dei conta deste seu 'post' antigo, já ultrapassado com a saída da sua obra Raízes da Beira em 2006.
No entanto, tendo constatado que no seu tópico ''Roque Fernandes de Abreu, de Lourosa'' em 2003 (http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=41728#lista), não vinha qualquer António Fernandes como filho de JOÃO FERNANDES DE ABREU e de ISABEL GONÇALVES DE FIGUEIREDO e que posteriormente no título ''Abreus, de Lourosa'' na sua excelente obra Raízes da Beira, Vol I, pág. 194, vem acrescentado o filho ANTÓNIO GONÇALVES DE ABREU, que, com cautela, se indentifica como o filho António Fernandes que teve ordens menores, gostaria de perguntar o seguinte:
1- em 2003 quando escreveu o post no Geneall já tinha conhecimento do António Fernandes com ordens menores, e neste caso não o incluíu por haver dúvidas na sua filiação ?
2- de 2006 para cá encontrou mais algum facto relevante que possa levantar as cautelas na associação dos dois Antónios e permita solidificar a solução que aqui deixou e serviu de base ao que vem nas RB ?
Com os melhores cumprimentos,
Ângelo da Fonseca
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RE: Abreus, do Visconde de Midões
Caro Ângelo da Fonseca,
A informação de ordens menores de António Fernandes em 1581 foi obtida no fundo que designei "AUC – Ordenações do bispado de Coimbra, 5º piso". É constituído por cinco ou seis caixas com listas de ordinandos, contendo o tipo de ordem, naturalidade, nome do pai e data. Tudo do final do sec. XVI ou dos primeiros anos do sec. XVII.
Não posso garantir o ano em que consegui a informação, embora seja certamente posterior a 2003, porque só bastante depois de investigar as ordenações em geral é que "descobri" aquela secção no AUC.
Não disponho até agora de qualquer informação adicional relativamente às propostas que apresento no livro,
Cumprimentos
Eduardo Osório
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RE: Abreus, do Visconde de Midões
Caro Eduardo Osório,
Agradeço-lhe desde jáa pronta resposta e mais uma vez felicito-o pela sua obra.
Cumprimentos
João Duarte
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RE: Casas do 1º Visconde de Midões
Caro Eduardo Osório,
Muito obrigada pela informação. Vou adquirir o seu livro. Do que tenho lido, o Visconde de Midões terá tido também uma casa em Travanca de São Tomé. Será essa a razão pela qual está sepultado na Capela existente no local?
Cumprimentos,
Maria Mascarenhas
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RE: Casas do 1º Visconde de Midões
Cara Maria Mascarenhas,
É provável que lá tivesse propriedades e uma casa também. Contacte aqui no fórum o José Caldeira, que participou na organização do arquivo dele.
Cumprimentos
Eduardo Osório
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