Manuel Silva Mendes um "anarquista/tauista"
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Manuel Silva Mendes um "anarquista/tauista"
Sabe algum colega da genealogia de Manuel da Silva Mendes (1867, S. Miguel das Aves - 1931, Macau) ?
Foi um estranho, lirico, e muito interessante famalicense.
Pedro da Silveira classificou-o de « banqueiro anarquista »
Advogado, agitador politico, propagandista do anarquismo (autor de « Socialismo Libertàrio ou Anarquismo »), mas grande amigo do abade de Antas o deputado monàrquico Santos Viegas, e apesar de tudo, Presidente da associaçào dos Bombeiros voluntàrios de Famalicào.
Passando-se depois para Macau, tornou-se entào um especialista do Tauismo, critico de arte (o museu Luis de Camoes, em Macau foi fundado a partir do seu espolio particular), amigo do poeta Camilo Pessanha, e de Joaquim Paço d’Arcos, acabou por ser reitor do Liceu de Macau, Presidente do Leal Senado de Macau, e Administrador do Concelho.
Nasceu em S. Miguel das Aves (entào VN Famalicào, hoje S . Tirso), filho de José da Silva Mendes da mesma freguesia (lugar do Romào, ex-freguesia de Romào) e de Rosa da Silva Pinheiro, de Delàes (VN Famalicào).
Casou em Coimbra em 1901, com Helena Berta Augusta Domeke, alemà (de Berlim)
Nào sei se teve descendencia.
Bibliografia activa:
Socialismo Libertàrio ou Anarquismo (1896)
Lao-Tsé e a sua doutrina segundo o Tao-Te-King (1908)
Excertos de filosofia taoista (1930)
Colectânea de artigos in « Noticias de Macau » (1949-50)
Macau : Impressoes e Recordaçoes (1979)
Agradeço qualquer ajuda para indentificar a ascendencia (e descendencia?) desse estranho autor.
C. Silva
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RE: Manuel Silva Mendes um "anarquista/tauista"
Caro Carlos Silva,
Estive a folhear o 4º vol. da “História dos Portugueses no Extremo Oriente” (Macau e Timor no Período Republicano, 1910-1955), Direcção de A. H. de Oliveira Marques, 2003, Fundação Oriente, Lisboa, mas nada encontrei sobre essa fascinante personalidade. Talvez no catálogo da Fundação exista alguma coisa publicada, mas desconheço.
Este seu tópico, com referência ao Taoísmo, fez-me lembrar um episódio que se passou comigo, há uns anos, em Pequim.
Fora incumbido pela minha filha mais velha, então estudante de filosofia, de lhe comprar, justamente, o Tao-Te-King, de Lao-Tse, em versão chinesa.
Informado previamente no hotel sobre o local onde poderia encontrar livrarias, dirigi-me à rua Liu-Li-Tchang, não longe da praça Tian-An-Men.
Existiam nesta pitoresca artéria lojas que mercadeavam os mais variados artigos, casas de chá, hotéis para chineses, antiquários e… livrarias.
Estas eram espaços de dimensões consideráveis, distribuídos por salas que comunicavam umas com as outras, repletas de prateleira do chão ao tecto. A imagem que retenho é a de milhares de lombadas de livros monotonamente cinzentos guardados por funcionárias igualmente vestidas de cinzento a quem tentei explicar o que ali me levava. Inútil falar inglês, muito menos francês, porque a única língua que ali se fala é o mandarim ou dialectos locais. Assim, fui abordando as ditas funcionárias tentando pronunciar da maneira mais verosímil o nome do autor que procurava. A resposta era invariavelmente a mesma: um encolher de ombros de incompreensão e, a partir daí era como se nem ali estivesse. A sensação de solidão era dolorosa…
Isto foi-se sucedendo em várias livrarias até que na última topei com um casalinho jovem, com ar de estudantes. Dirigi-me a eles e perguntei-lhes se falavam inglês; ambos sorriram de orelha a orelha e responderam: Yesssss! Aliviado, contei-lhes o que me levava ali e as dificuldades que estava a ter para levar a cabo a minha missão. Em resposta ao meu longo discurso recebi novo e sorridente yessss! Desconcertado, percebi então que a única palavra inglesa que ambos conheciam era… Yesss.
Desanimado, mas não me querendo dar por vencido, voltei à patética pronúncia de Lao-Tse e Tao-Te-King temendo que os dois me dessem o tratamento já recebido das empregadas.
Mas não! Fizeram um esforço notável e, ao cabo de alguns minutos, conduziram-me a uma sala e apontaram, triunfantes, para uma das tais lombadas cinzentas dando a entender que era aquilo que eu procurava.
Recolhi o livro, paguei-o, e em animado diálogo com os meus jovens amigos, yesss para aqui, yesss para acolá, despedindo-nos na maior cordialidade.
Ainda hoje estamos para saber se se trata, na verdade, da obra do celebrado filósofo chinês…
Os melhores cumprimentos do
António Maria Fevereiro
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RE: Manuel Silva Mendes um "anarquista/tauista"
Caro António Maria Fevereiro,
Caso nào se possa descubrir a ascendencia do Manuel Silva Mendes, essa pode talvez ser a oportunidade para solicitar algum colega sinologo, amigo de sinologos ou de chineses, no sentido de saber a verdade.
Apesar de sentir interesse pela civilizaçào Chinesa nào posso ajudar (sobre civilizaçào Famalicense nào hesite!).
melhores cumprimentos
Carlos Silva
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RE: Manuel Silva Mendes um "anarquista/tauista"
Caro António Maria Fevereiro,
no que diz respeito à bibliografia passiva, para mim dificil de consultar, sei do seguinte:
- "Silva Mendes e o Taoismo : Perspectivas sobre o Tau-Te-Ching" Carlos Miguel Botào Alves. Revista de Cultura. 1991, Macau
- "Manuel da Silva Mendes : Historiador do Socialismo Libertàrio" Antonio Aresta. Revista de Cultura. 1991 Macau
- Dicionario Cronologico de Autores Portugueses. 3° volume. Europa-América. 1994 Sintra
- "Aspectos de Vila Nova : a Justiça" Vasco césar de Carvalho. 1947, Vila Nova de Famalicào
tirada da Antologia de autores famalicenses (VNF 1998)
melhores cumprimentos
C. Silva
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RE: Manuel Silva Mendes um "anarquista/tauista"
Meu Caro Carlos Paulo:
Julgo perceber que não tem acesso fácil aos "Aspectos de Vila Nova".
O que por lá consta não responde à sua pergunta mas, mesmo assim, transcrevo:
- Pag. 219:
"Bacharel Manoel da Silva Mendes, de S. Miguel de Aves - tinha banca de Advogado em Janeiro de 1896, e ainda em 1898"
- Pag. 226:
"Bacharel Manuel da Silva Mendes - publicou os livros:
- 'Socialismo libertario ou Anachismo (História e Doutrina)' Coimbra, Francisco França Amado, 1896.
- 'Guilherme Tell-tradução portuguesa em verso solto do drama de Schiller' que foi impresso em 1898 pela Tip. Minerva de Gaspar Pinto de Sousa & Irmão, quando teve as oficinas na Rua de Santo António.
Foi Presidente de Direcção da Associação dos Bombeiros Voluntários, desde 30 de Janeiro a 31 de Dezembro de 1898. Deixando Famalicão seguiu para Macau, onde continuou a ser Advogado, mas também professor de liceu" .
E mais não diz.
Um grande abraço,
João
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RE: Manuel Silva Mendes um "anarquista/tauista"
Caro Joào,
Obrigado pela atençào, e como sempre, pela precisào.
Tinha de facto esquecido este inesperado "Guilherme Tell" de 1898 que em nada reduz a complexidade (ou riqueza) da personalidade aqui (re)tratada.
Do ponto de vista genealogico o apelido composto "Silva Mendes" naquela area geografica palpita-me um pouco, como tambem nào me é estranho o apelido Pinheiro em Delàes.
Mas certo é que com a frequentaçào assidua do registos daquela area todos os apelidos acabam por "palpitar".
No entanto, no que diz respeito aos Silvas Mendes creio ter identificado em certa altura, se a memoria nào me é infiel, o "casal fundador", uns desses tais "genearcas" que, por acaso, se acham repetidamente na genealogia de varias familias com frequencia superior à media, fenomeno interessante, e me parece um pouco estudado.
Um desses tais casais de antepassados que acabam por gozar, por via das trocas de informaçào na rede internet, uma forma de micro-celebridade, no pequeno mundo da genealogia regional, sem ter feito pouco mais do que ter filhos, e boa descendencia.
Neste caso, estou para ver se tambem produziram o "seu grande homem"!!!
Grande abraço
C.P.
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Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Caros colegas,
vejo que Manuel da Silva Mendes teve dois irmàos com Inquiriçào de genere :
Antonio José da Silva Mendes (1887- S. Miguel das Aves) Processo n° 13288
José da Silva Mendes (1899- S. Miguel das Aves) Processo n° 5358
ambos filhos de José da Silva Mendes e Rosa da Silva Pinheiro.
Algum colega se importa de consultar no Arquivo Distrital para esclarecer um pouco a genealogia desse autor.
Desde ja agradeço.
Melhores cumprimentos.
Carlos Silva
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RE: Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Digo que o proceso n° 5358 é de Joào da Silva Mendes (em vez de José) (1899)
C.S.
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RE: Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Carlos Silva
IG nº 5358 de 1889 de João da Silva Mendes
Nesta inquirição consta o seguimte assento de baptismo: Aos 30/1/1879 na Igreja Paroquial de S. Miguel das Aves baptizou o Rev. João José Garcia, coadjutor desta freguesia a João que nasceu nesta fregª a 28/1/1879, filho legítimo de José da Silva Mendes, tamanqueiro, natural desta freguesia e de Rosa da Silva Pinheiro, empregada no governo doméstico, natural da freguesia de Salvador de Delães, recebidos nesta freguesia e moradores no lugar de Romão. Neto paterno de José da Silva Mendes, lavrador e de Maria Rosa de Paiva, natural desta mesma freguesia e neto materno de Manuel António da Silva Pinheiro e de Joaquina Maria d'Azevedo, ambos naturais da freguesia de Salvador de Delães. Padrinhos: António Carneiro, casado, tamanqueiro e Margarida Rosa, empregada no governo doméstico, ambos moradores no lugar da Ponte.
Assento de casamento dos pais: Aos 25/2/1865 nesta Igreja de S. Miguel das Aves, concelho de V. N. de Famalicão casaram José da Silva Mendes e Rosa da Silva Pinheiro, ele de 23 anos, solteiro, tamanqueiro, filho legítimo de José da Silva Mendes e de Maria Rosa de Paiva e ela de 25 anos, solteira, lavradeira, natural da freguesia de Delães, filha legítima de Manuel António da Silva Pinheiro e de Joaquina Maria. Testemunhas: Manuel Fernandes da Silva Guimarães, proprietário, casado e António da Silva Mendes, viúvo, lavrador, ambos desta fregª. Assina o encomendado Manuel Pereira de Miranda.
Uma testemunha, pelo menos, diz que os avós maternos do inquirido são lavradores proprietários.
IG nº 13288 de 1887 de António José da Siva Mendes
Nesta inquirição o assento de baptismo diz que nasceu a 29/6/1866 e que foi baptizado no mesmo dia. Os pais e avós aparecem com os nomes iguais, apenas acrescenta que o avô materno é natural da freguesia de S. Mateus anexa à de Delães. Foram padrinhos: António da Silva Mendes, viúvo da freguesia de Romão e Joaquina Maria de Azevedo, vendeira, casada, natural da freguesia de Delães. Assina o Abade Manuel Joaquim da Mata.
Os avós maternos constam, nesta inquirição, como sendo negociantes.
Cumprimentos
Maria de Lourdes Santarém
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RE: Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Prezada Maria de Lourdes Santarém,
agradeço o seu contributo, assim como a amabilidade.
Bem haja.
Melhores cumprimentos
Carlos Silva
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RE: Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Caro Carlos Silva
Na obra "Famílias Macaenses" de Jorge Forjaz, vol. III, págs. 797-798, vem a descendência de Manuel da Silva Mendes, que passo a resumir:
1 - Manuel da Silva Mendes, nasc. em Negrelos, conc. de Santo Tirso, a 30/11/1876 - fal. em Macau, Sé a 30/12/1931. Casou em Coimbra com a alemã atrás citada e tiveram apenas uma filha:
2 - Maria Helena Manuela Donke da Silva Mendes, nascida em Macau onde casou com o general João Carlos Guedes Quinhones de Portugal da Silveira, nat. de Faro, Algarve.
Deste casamento houve duas filhas, ambas sem geração. Uma delas:
3 - Maria Helena da Silva Mendes Guedes Quinhones de Portugal da Silveira, nasc. a 15/11/1924 em Macau e fal. a 23/06/1989 em Lisboa casou com Augusto Eduardo Pujol Figueiredo de Barros.
Assim, a descendência de Manuel da Silva Mendes parou nas suas netas.
João Nobre de Oliveira
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RE: Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Caro João Nobre de Oliveira,
Obrigado pelo muito interessante contributo.
cumprimentos
Carlos Silva
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RE: Manuel Silva Mendes um "anarquista/tauista"
Caro Carlos Silva:
Há equívoco no "Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Famalicão". Posso até dizer que nunca pertenceu a nenhum órgão directivo desta Associação. Consulte o "Livro do Centenário" dessa Associação e verá que lá não consta.
Seria da outra corporação de bombeiros (famalicenses)?
Em Famalicão é "PECADO MORTAL" confundir as duas corporações de bombeiros.
Melhores cumprimentos
José Luiz Folhadela
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RE: Manuel Silva Mendes presidente de Bombeiros
Caro José Luiz Folhadela,
Suponho que foi entào presidente da outra corporaçào de bombeiros.
Segundo Vasco César de Carvalho foi entre 30 de janeiro e 31 de dezembro de 1898.
Melhores cumprimentos
Carlos Silva
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RE: Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Gostaria de informar que Manuel da Silva Mendes teve um filho fora do casamento de nome Lindolfo da Silva Mendes.
Lindolfo da Silva Mendes teve tres filhos
Manuel da Silva Mendes- já falecido
Armando Madureira da Silva Mendes nascido em 2 do Outubro de 1931
Emilio da Silva Mendes falecido com doze anos de idade
Sou a filha mais velha de Armando Madureira da Silva Mendes
Nasci em 1958
Gostaria de completar melhor a minha arvore genealogica.
Cumprimentos
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RE: Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Lindolfo da Silva Mendes, filho de Felismina Rosa de Jesus e de Manuel da Silva Mendes, ambos de Delães.
Nasceu em 11 de Janeiro de 1899 e faleceu em 1963 no Porto.
Procuro informações sobre Felismina Rosa de Jesus de Delães.
Cumprimentos
Anjos Mendes
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RE: Ajuda no Arq. Distrital de Braga
Procuro informações sobre Felismina Rosa de Jesus e seu filho Lindolfo da Silva Mendes, data de nascimento de Felismina entre 1867 e 1870 e morreu no Porto entre 1940 e 1941, teve um filho de nome Lindolfo da Silva Mendes em 11 de Janeiro de 1899 e morreu em 1963 também no Porto, julgo que ambos são naturais de Delães.
Cumprimentos
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