casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
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casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Olá a Todos!
A medida que tenho pesquisado mais a minha familia paterna, reparo em que quase a totalidade dos casamentos são consaguineos. Tendo em conta que isso era algo que se fazia nas familias nobres e nós não pertencermos a nenhuma,tanto qt sei, gostaria de saber se alguém me poderia indicar uma razão pra algo tão estranho!!!!!!!!?????????
Desde já agradeço a atenção
Marco Santiago
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Caro Marco Santiago,
A minha curta experiência leva-me a dizer que nem só as familias nobres tinham este costume.
Era muito comum também em familias de origem judaica que levavam a consaguinidade quase ao limite, casavam tios com sobrinhas, primos direitos, etc. Nestes casos, inclusivamente, raro era o casamento que saísse do clã familiar ou familias próximas.
Mas não só as familias nobres e as de origem judaica seguiam esta tradição, já encontrei em alguns costados casamentos entre parentes próximos e que não se referiam a nenhum dos grupos anteriores.
Cada caso é um caso.
Cumprimentos cordiais
Juca Tagilde
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Caro Confrade:
Pode haver uma razão bastante prosaica: a dificuldade de comunicações eventualmente agravada por determinadas particularidades geográficas; um dos meus bisavós (http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=116881), natural de Loriga (Seia), aldeia situada num vale da Serra da Estrela, apresenta uma consanguinidade verdadeiramente assustadora na respectiva árvore de costados. É claro que a conjugação de diversos factores (geográficos, sociais, culturais, religiosos) pode acentuar o fenómeno.
Não sei se existem estudos sistemáticos acerca desta questão que me parece interessantíssima; empiricamente e fundamentalmente pelo que observo nos meus costados e nas genealogias que conheço, os factores sociais e geográficos parecem produzir efeitos muito semelhantes, quer actuando em conjunto, quer actuando precisamente em camadas sociais opostas (restringindo a escolha do cônjuge a um número limitado de linhagens, nuns casos por preconceito, noutros por dificuldades de comunicação).
Onde tenho observado menos consanguinidade, como era de esperar, é em camadas socialmente intermédias, com alguma mobilidade geográfica (profissões liberais, militares, etc.). A sedentarização e/ou a ascensão social, a partir de determinado patamar, tende a "introduzir consanguinidade" na descendência...
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira B
Era o que eu suspeitava. A minha familia paterna sempre foi muito religiosa, associando isso a outras coisas...
Muito obrigado
Marco Santiago
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Caro Marco Santiago
Não tem nada de estranho. Os casamentos faziam-se dentro do mesmo nível social, nobre ou não, judeu ou não, etc. Dependia das "vagas" existentes na altura. Aliás, muitas dispensas de casamento eram pedidas "por não haver fora da família pessoa da mesma condição" disponível para casar. Alguns casamentos feitos em meios diferentes, levavam à expulsão de casa, a não serem incluidos nos testamentos, etc. Ainda no Sec XVII muitos eram feitos por contrato, sendo certos dotes feitos, por exemplo, para o filho ou filha de N. casar com filha ou filho de N. (ainda pos nascerem). E depois era o que se via! E olhe que pessoas nobres no Louriçal, há mais do que pensa!
Cumpriemntos
Mnauel da S8ilva Rolão
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Peço desculpa pela pressa
Cumprimentos
Manuel da Silva Rolão
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Caro Manuel Rolão
Eu não disse se havia poucas ou muitas pessoas nobres no Louriçal, simplesmente porque não sei. Além de que não é o foco da minha atenção.
Vejo que têm um bom conhecimento do Louriçal e da sua genealogia. Poderei contar com a sua ajuda?
Se para tal se disponibilizar, veja neste forúm "Familia Santiago de Louriçal do Campo" fiz umas actualizações e tenho outras para breve.
Cumprimentos
Marco Santiago
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Caro Marco Santiago
Tenho visto os seus elementos. só que por enquanto nada tenho que os possa completar, pelo que não tenho dito nada. Conto voltar à TT para concluir algumas ligações de famílias do Louriçal do Campo às da Soalheira, entre elas a dos Santiago e completar a ligação destes aos Furtado do Amaral de Mendonça, de Alpedrinha. Mas assim que tenha algo de concreto, dir-lhe-ei.
Cumprimetos
Manuel da Silva Rolão
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Caro Marco Santiago,
Não se surpreenda! Também os meus antepassados da Beira Baixa têm um grau crescente de consanguinedade que vai aumentando conforme se avança para gerações mais antigas.
Normalmente é uma simples questão matemática. Em localidades isoladas e com pouca população (caso das aldeias do interior) isso torna-se bastante evidente:
A cada geração que se avança o número de antepassados duplica e em poucas gerações se chega a números na casa de centenas ou milhares. À mesma altura, o universo de população da zona vai sendo cada vez mais reduzido, ou seja: mais antepassados e menos população e poucos casos de casamentos fora da região... é certo que surgirão muitos "cromos repetidos", passe a expressão!
Nalguns casos a consaguinedade é conhecida e é mencionada no registo de casamento, mas muitas das vezes descobrem-se consanguinedades mais distantes que os próprios nubentes desconheciam.
No concelho da Sertã, de onde vem a grande maioria dos meus antepassados, tenho diversos indivíduos que são meus antepassados 3, 4 ou até 5 vezes.
À parte deste fenómeno (que no limite se traduz em todos sermos parentes uns dos outros - algures no passado!), existem casos claros de endogamia de alguns grupos sociais já mencionados (nobreza, cristãos-novos, pescadores) ou causada por interesses económicos (ex: para evitar fracionar propriedades...).
Cumprimentos,
JValdeira
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Caro JValdeira
Neste momento o ascendente mais antigo nasceu em 1826!!!!!!!!!!! só de hoje até essa data a endogamia é enorme.
Cumprimentos
Marco Santiago
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Caro Manuel Rolão
Primeiro que tudo, muito obrigado pela atenção que me dispensa. Nesse caso vou acrescentar aqui na forúm dados, mesmo não tendo a certeza de ligação á minha familia, que pode ser que lhe digam alguma coisa.
Veja essas actualizações em "Familia Santiago, de Louriçal do Campo"
Cumprimentos
Marco Santiago
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RE: casamento consaguineo na minha familia-Beira Baixa
Olá mais uma vez,
Existe um livro "Malpica do tejo, terra pobre, povo nobre" onde é, de algum modo, abordada esta temática. Efectivamente, em Malpica do Tejo, os casamentos consaguíneos são mais que muitos, o que segundo o autor, está relacionado com o isolamento desta localidade, sobretudo visível no modo como os seus naturais se identificam com o seu grupo (isto dava pano para mangas). Realmente nunca perdi muito tempo a pensar nisto (a minha mão não casou lá), mas estranhava o facto de não ter o volume de primos que seria de esperar (ou seja, só possuo laços de parentesco com metada da aldeia, não com toda...).
Cumprimentos
Susana Carvalhos
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