Nomes de familias de Ílhavo no Litoral Português

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Nomes de familias de Ílhavo no Litoral Português

#71816 | tonho | 27 ago 2004 02:11

Amigos,
Os COLONIZADORES da AREIA na NET
Se navegarmos um pouco pela Internet é possível encontrar dezenas de páginas que referem o esforço colonizador dos nossos antepassados. Procurou-se aqui reunir um conjunto de retalhos de páginas locais que referem a sua instalação ao longo do litoral nos séculos XVIII e XIX e algumas das suas embarcações:

Começavam a instalar-se em Matosinhos as primeiras famílias de pescadores oriundas de Ílhavo, de Ovar e da Póvoa, assim como as primeiras indústrias de salga de peixe e que durante mais de um século vão ser as suas actividades predominantes.

A Costa Nova do Prado deve a sua origem à abertura da nova barra de 1808, pois os proprietários Ilhavenses que possuíam "companhas", ou seja a arte da xávega com aqueles barcos em "meia-lua" em S. Jacinto, ali para a Senhora das Areias, viram-se obrigados a deslocar-se mais para Sul. Escolheram um local que ficasse na direcção de Ílhavo, em frente da Gafanha da Gramata, que possuía um enorme prado verdejante. Daí, a Costa Nova do Prado.

Além dos palheiros, habitações temporárias destes pescadores, que gradativamente ali se foram sedentarizando, outros se foram construindo; pertenciam na sua maioria a indivíduos abastados dos diversos lugares do interior - Mira, Cantanhede, Coimbra, etc. - que só temporariamente os habitavam, durante o período de férias, de Maio a Setembro. Algumas outras povoações próximas de Aveiro, Gafanha, Murtosa, Ílhavo e sobretudo esta última, contribuíram também significativamente com elementos populacionais que posteriormente, se vieram a radicar em Palheiros de Mira.

É que, de acordo com alguns documentos, sobre as raízes da freguesia, suspeita-se que entre 1770 e 1780 um grupo de pescadores, naturais de Ílhavo, construíram palhotas feitas de junco. E por se terem estabelecido na cava de uma duna, a povoação passou a chamar-se "Cova".

Foi no entanto no ano de 1760, com a chegada dos pescadores de Ilhavo à Pederneira e com a introdução por estes da pesca com «artes» ou «redes grandes», que a pesca se desenvolveu como indústria. Durante o século XVIII, os Ilhavenses foram-se fixando temporariamente durante alguns meses na denominada então «Costa da Senhora da Nazaré» até à sua fixação permanente. É desde essa altura que se conhece a designa de «Nazaré». Os pescadores de Ílhavo dedicavam-se à pesca do peixe miúdo lançando redes, ao passo que os da Pederneira se dedicavam à pesca do peixe grosso com anzol, devido à riqueza em peixe nos mares da Pederneira. Constituíram uma colónia tão numerosa, que ultrapassava em número a própria população local. A fixação destes está relacionada com a pesca de sardinha exercida por meio de redes de arrastar para a terra trazida por eles mesmos.
Para os bairros lisboetas de Alfama e Madragoa, este então designado por "Mocambo" vieram os de Ovar, Ílhavo, Murtosa e Pardilhó. Eles dedicaram-se à faina do mar enquanto elas vendiam o peixe ao mesmo tempo que enchiam a cidade com os seus pregões tão característicos. Tornaram-se conhecidas por "varinas" as peixeiras "ovarinas que vieram para Lisboa. Esta gente formou ainda "colónias" em Almada, Trafaria e Costa da Caparica.
A Costa de Caparica foi, quase até aos nossos dias, uma terra essencialmente piscatória e as primeiras habitações, cobertas ainda por colmo, foram construídas pelos pioneiros oriundos tanto do Algarve como de Ílhavo, no século XVIII. O monumento mais antigo é a chamada Casa da Coroa, a qual possui o brasão de D. João VI na sua fachada e, segundo reza a história, este rei de Portugal terá comido, juntamente com os pescadores locais, uma caldeirada de peixe acabado de pescar,
sendo esta, ainda nos nossos dias, uma das especialidades da região.

Os pescadores que exploravam as águas do rio Sado, da costa marítima adjacente e do alto, residiam quase todos em Setúbal, e alguns viviam a bordo das embarcações, como acontecia com os pescadores "ílhavos" que haviam emigrado para esta cidade em grande número.
Também os pequenos "varinos", tripulados por "ílhavos", actuavam junto à costa próxima dos bancos da barra e em todo o rio Sado, onde pescavam as espécies características da região.
nos 107 "varinos" pescavam 214 "tripulantes".

Varino (1880)


Embarcação de carga dos finais do século passado. Extremamente elegante e belamente decorado, era descendente da enviada que os ílhavos deixaram no Tejo. Tinha o aspecto de uma grande bateira de duas proas, com a de vante muito acentuada e dentada encimada por uma cabeleira ou borla. Armava um estai e pano latino num mastro muito inclinado para trás.
Barco de Riba-Tejo

Inicialmente era utilizada na pesca, mas gradualmente serviu como embarcação de carga e cabotagem ao longo das povoações ribeirinhas. O casco lembra a muleta do Seixal, com a proa muito pronunciada e dentada. O mastro muito inclinado para a proa armava um longo latino bastardo. As espadelas laterais ajudavam muito nas manobras e navegação nos canais e esteiros do rio. De notar o leme do tipo das embarcações de Ílhavo.
Barco de Ílhavo

De cor totalmente negra e sem decoração esta embarcação de Ílhavo é parecida com o Moliceiro. Tem um comprimento entre os 14 e 15 metros e é normalmente tripulada por três ou quatro homens. Além do moliço, é empregue em trabalhos na ria e na pesca. O leme e a propulsão com vela e vara assemelham ainda mais este barco com o Moliceiro.

Praias de brancas e finas areias e de mar azul que também é céu. Costa de Caparica de finas e douradas areias numa imensidão onde o olhar se espraia tranquilamente. Fonte da Telha e Lagoa de Albufeira onde sobrevivem os últimos pescadores das "artes" e das "meias-luas" oriundos de tão díspares regiões, como sejam Ílhavo, Costa Alentejana e Algarve. Aldeia do Meco, percursora do naturismo de ímpar beleza. Sesimbra, Troia, Melides, Santo André, Sines.

Ataíde de Oliveira, numa das suas obras, afirmou a ideia de que a população de Olhão seria de origem exclusiva ou predominantemente nortenha.
Os primeiros habitantes do sítio de Olhão, seriam oriundos do distrito de Aveiro, talvez da freguesia de Ovar e Ílhavo porque em nenhuma praia algarvia se encontram pescadores mais audazes e com melhores disposições para a faina do mar e que se possam aproximar dos pecadores de Olhão.


A página Ilhavo dos Ilhavos dá-vos a seguinte informação:

O Concelho de Ilhavo é formado por um espaço de terra muito antigo, onde se encontra a cidade e outro, com menos de mil anos, tirado ao mar pela natureza e entre os quais coabitam os canais de Mira e de Ilhavo.
Por tradição e dados antropológicos existentes, tudo leva a crer que o espaço da Cidade foi ocupada antes do nascimento de Cristo, primeiro por fenícios e depois pré-helénos. Na zona nova, o primeiro espaço a ser ocupado a sul da Barra actual foi, na beira mar, a Praia da Costa Nova do Prado pelos pescadores de Ilhavo tendo, no inicio do sec XIX, os seus abrigos de pesca formado o embrião da bela estância balneária hoje existente. O espaço entre os dois canais, que era formado por dunas de areia e designado por Agafanha, deu origem a várias povoações das quais a Gafanha da Nazaré é hoje cidade.
Da cidade de Ilhavo conhecem-se documentos escritos desde o sec XI e o seu povo, muito individualista, teimoso, com espirito de liderança, dotado para as artes, e gosto pelos espaços largos, que a dado momento foi designado por «ILHAVOS», desde cedo se dedicou ao trabalho da terra e do mar dedicando-se ao alto mar, à participação incógnita nos descobrimentos e, ainda na Idade Média, à pesca do bacalhau, saindo nessa altura da Ria de Aveiro cerca de setenta navios para os mares da Terra Nova. A apetência dos nossa antepassados para as fainas marítimas era tão grande que, já no século XIII, criaram uma associação profissional, para pescadores e marinheiros, com o nome de «Confraria de Sta Maria de Sá».
No fim do Sec XVI a Ria fechou trazendo a fome e a doença, o rei Filipe I perdeu quase todos os navios portugueses na «INVENCIVEL ARMADA» e os Corsários Ingleses e Franceses acabaram com a pesca do fiel amigo. Nessa altura os Ilhavos, seguidos algum tempo depois por outros povos da Ria, pegaram nas suas canoas de tábua, que em praias de areia dourada facilmente entravam e saiam para o mar e partiram ao logo da costa estabelecendo novas povoações, entrando pelos Rios Tejo e Sado e cruzando-se muitas vezes com os locais. Assim nasceram e cresceram Matosinhos, a Afurada, Mira, Cova da Gala, Costa de Lavos, Leirosa, Praia de Vieira de Leiria, Nazaré, Cascais, Costa da Caparica, Sto André, Aldeia da Meia Praia, Fuzeta, Olhão, Monte Gordo e Isla Cristina.
O aparecimento da diáspora de Ilhavos é referida por muitos escritores nacionais e regionais, sendo de referir o primeiro capitulo das «VIAGENS NA MINHA TERRA» de Almeida Garrett.
Os Ilhavos eram um povo muito arreigado às suas tradições, costumes e cultura ancestrail que difundiram ao longo da costa por eles colonizada, de qualquer modo as muitas e grandes sangrias que aconteceram ao longo dos séculos foram sempre colmatadas por novos colonos, vindos da Gândara, do Norte do Pais e de Espanha que facilmente se adaptaram ao viver do Vila de então.
Ao mesmo tempo e principalmente a partir do sec XIX, muitos Ilhavos partiram à aventura rumo ao outro lado do Atlântico onde, nas Américas, particularmente nos Estados Unidos e Brasil, criaram uma nova diáspora onde ainda hoje é possível encontrar, em grande numero, nomes e alcunhas tradicionais de Ilhavo.
Em 1824 foi construída nos arrabaldes da Vila de então a fábrica de Porcelana da Vista Alegre, que, ao longo de cerca de dois séculos, constituiu um autentico núcleo de arqueologia industrial e tem levado longe o nome de Portugal com peças de arte de rara beleza saídas das mãos dos nossos ceramistas e pintores.
Em meados do Sec XIX Portugal voltou à pesca do bacalhau e, um pouco por toda a costa, a nossa diáspora abraçou novamente a Pesca Longínqua e, no fim desse século, quando a barra artificial da Ria começou a ficar segura os Ilhavos voltaram ao oceano em força, sendo de Ilhavo a maior parte dos comandantes dos navios de pesca e comerciais Portugueses. Nessa altura as Gafanhas começaram a encher-se de novos colonos que vinham para lavar, secar e acondicionar o bacalhau.
È esta Cidade que hoje temos, ponteada de belezas naturais e de um património particular, religioso e estadual de que todos nos devemos orgulhamos.

Por essas razões os nossos nomes tradicionais estão dispersos pelo litoral português e Américas.


E os nossos NOMES E ALCUNHAS TRADICIONAIS são:

Abades
Abadessas
Abogões
Abreus
Adões
Adoncas
Adunos
Aflitas
Afonsas
Agras
Agualuzas
Airosas
Alamiças
Alegres
Alegrêtes
Almas
Alões
Altos
Amadores
Amâncias
Anadias
Ançâs
Anchões
Andorinhas
Andrades
Angejas
Argaus
Arrôjas
Arrombas
Aspoínas
Aveiros
Azeiteiros
Badálas
Bagões
Bailicas
Bairradas
Baixinhos
Baixos
Balacós
Balbinas
Balcões
Balseiros
Bancas
Barateiros
Bardajonas
Bárras
Barreiras
Barreirinhas
Barrêtas
Barris
Barrócas
Barrumas
Bastiões
Batatas
Bateis
Beatas
Begias
Beijinhas
Belas
Bernardas
Bestas
Besurnos
Bezêrros
Bicancas
Bicas
Bichinhas
Bigões
Bilelas
Bingres
Bios
Biscaias
Bispos
Bitaras
Bitólas
Bixirões
Bixões
Bizarros
Bôdas
Boias
Bólinas
Bonitos
Borrachas
Borralhos
Borrões
Botas
Boticas
Brancos
Brazes
Brilhantas
Brincas
Brizidas
Bucacas
Bufas
Bujões
Bulés
Burricas
Burroãs
Bustracas
Búzios
Cabêlas
Cabões
Caçadas
Caçaluças
Cachins
Cacias
Caçôas
Caçólas
Cadaôlas
Cadengos
Cadêtas
Caganitas
Cagões
Cagulas
Caiados
Caícos
Caipiras
Caixinhas
Caixotes
Cajeiras
Calatrós
Calceteiras
Calcinhas
Calélas
Calistos
Calões
Calvas
Camaradas
Camarõas
Camones
Campanhãs
Campanudas
Campinos
Campontas
Canastreiras
Cangas
Canhas
Canhólas
Canitos
Canussas
Capelas
Capelôas
Capitoas
Capotes
Capuchos
Caquinhas
Caracinhas
Caracôlas
Caralhotas
Caramonetes
Carapaus
Caravelas
Cardantas
Cardósas
Carecas
Carlótas
Carólas
Carolinos
Carranchas
Carrapatos
Carrapichanas
Carrilos
Cartaxas
Carvalhas
Casais
Cascais
Cascas
Caseiros
Casqueiras
Cassanas
Castanhas
Castelos
Catarinos
Catões
Catracegos
Catralvas
Catrapoilos
Catres
Catrinas
Catulas
Caveiras
Cavilhas
Caxeiras
Cêdas
Ceguinhos
Celestinos
Cercagatas
Chambras
Chanças
Chapeleiros
Chapéus de Ferro
Charlins
Charrocos
Charutos
Cherrovias
Chibantas
Chichárras
Chimpônas
Choisas
Choncádoncas
Chuvas
Ciganas
Claros
Côdeas
Codins
Códres
Coitadas
Coitos
Comuas
Cónegos
Cordoeiros
Corujos
Coutos
Covas
Coveiras
Cravos
Crioulos
Cristianos
Crócas
Crósses
Cruas
Cubitas
Curados
Curas
Cutêtos
Damas
Deusas
Dônanas
Durões
Ervilhas
Escaldas
Escarumbas
Escudeiras
Esmeradas
Espigas
Esporêtos
Ésses
Estrumentas
Facas
Fachadas
Facões
Fadoanhas
Fardocas
Farinheiras
Faustinos
Favas
Fazendas
Felícios
Félix
Felizardas
Fênas
Fermentas
Ferragundas
Ferreiros
Fés
Firmezas
Fitas
Flávias
Fontões
Fortes Homens
Fortunatas
Frades
Fradinhos
Fragatas
Fragozos
Franjôas
Fufas
Furões
Gabrielas
Gafanhões
Gágas
Gaguinhas
Gaios
Gaitas
Gaiteiros
Gaivorinhas
Gaivotas
Galantas
Galinheiras
Ganilhos
Garoipas
Gateiras
Gatos Bravos
Gazilas
Gerovias
Gestas
Ghinchas
Gordinhos
Gordos
Graças
Gralhas
Grandes
Gravatos
Grêgos
Grilas
Gueiras
Guerras
Guimárias
Guinas
Imaginários
Jacobinas
Jacós
Jalecas
Janicas
Janótas
Janrinhos
Jaquinas
Jétos
Labrêgos
Labrinchas
Labriscas
Lalos
Lalos
Lamarões
Lanchas
Laráxas
Laricos
Larindos
Larunchos
Lás
Lãs
Lãs Brancas
Laus
Lavados
Lavancas
Lavradores
Lavrares
Lebres
Leites
Lérias
Lés
Limeiras
Linguiças
Loretos
Loureiros
Lúcias
Luzios
Machados
Madaís
Madalenas
Madeiras
Maganos
Magros
Maias
Malácas
Malaquias
Málhas
Malócas
Maltas
Malucas
Mamilos
Manêtas
Mangônas
Mangueiras
Manicas
Manos
Manquinhos
Manulos
Marácas
Maranos
Marçalos
Marcelas
Marcílios
Marianas
Marieiros
Marmelas
Marnotos
Marqueses
Martas
Marucas
Marujos
Mascatos
Masmárras
Mastragos
Mateiros
Matias
Matrôcos
Mauricios
Mazôrras
Melões
Melos
Menícios
Messias
Metranos
Micaelas
Mimósas
Miôtos
Mirões
Môchos
Modestas
Moiras
Moitas
Moleiros
Mónicas
Morgados
Mudas
Namorados
Nascas
Negócios
Netos
Nichos
Ninas
Nitos
Nôchos
Noias
Nordestes
Nôros
Nortes
Núcias
Nunos
Pachachos
Pachônas
Paciências
Padeiros
Padinhas
Padres
Pagônas
Paiés
Paiões
Pairufas
Paixões
Palhaceiras
Palhoas
Palos
Panelas
Pápas
Papoilas
Paquicas
Paradas
Paradelas
Parcópios
Pardais
Pardálas
Parôlas
Paroleiros
Parracás
Parrachos
Pascoais
Páscoas
Pastoras
Patacões
Patacos
Patanécas
Patas
Patélas
Patoilos
Patos
Patrões
Patuleias
Pauseiros
Pauzinhos
Pecilios
Pecuchas
Pedras
Pedreiros
Pedreiros
Peixes
Peixinhos
Peixotos
Peladas
Peles
Pelicas
Penas
Peneireiros
Penicheiras
Pequenos
Peraltas
Pericões
Pernicas
Perpétuas
Perqueixas
Perulas
Pessôas
Pestaltiras
Petingas Pessegálas
Piãs
Picados
Picoitos
Piedades
Pinas
Pincarinhas
Pinguêlos
Pinheiros
Pintas
Pintas Cristos
Pintassilgos
Piôlhas
Piôrras
Pios
Pirros
Piscas
Pissoquinhas
Pistolas
Pitatos
Pités
Planetas
Pólas
Ponceleôas
Ponchas
Porrazanas
Porrazanas
Possidónios
Praias
Prantas
Pratas
Prazeres
Prêtas
Prinas
Prioras
Purezos
Quelinas
Quêquês
Quininhas
Quintaneiros
Quintas
Quinteles
Quintinos
Rabaçais
Rabitos
Rabões
Rabudos
Rádios
Radolas
Rafeiros
Rainhas
Ramalheiras
Ramalhetes
Ramísias
Ramisotes
Ranhósas
Rapôsos
Ratinhos
Ratólas
Ratos
Razoilos
Rebôchos
Rebolas
Reçoeiros
Redondos
Reepôlhas
Regalados
Reis
Relvas
Rendidas
Rés
Ribas
Ribeiras
Ricócas
Rigueiras
Rinhórias
Rios
Ritos
Robalos
Rões
Rôlas
Roldões
Rolinhas
Romeiras
Rôncas
Rosalinos
Rosquilhas
Roxeiros
Rufias
Ruivos
Russos
Sachaleiras
Sacramentos
Salgadas
Salgueiros
Salsas
Saltas
Saltinhas
Saltõas
Saltões
Salvadorinos
Samagaios
Sanduns
Santanas
Santiagos
São Marcos
Sapatas
Saraivas
Saramagos
Sarricos
Semiôas
Sênos
Serafinas
Serênas
Serradeiros
Serralheiros
Serranos
Serrões
Silvas
Sôlhas
Sônas
Sucos
Suspiros
Tamanqueiros
Tanôcos
Tanoeiros
Tarrincas
Tascas
Teigas
Teles
Temidos
Tendeiros
Torrões
Touregas
Trambelhas
Trancadas
Tranquinas
Travões
Trigas
Trincos
Trólarós
Tronchos
Trovisqueiras
Tunas
Tupetes
Vagos
Vagueiras
Valentes
Valêtas
Vareiros
Varinas
Vassouras
Veigas
Velázias
Velhas
Venâncios
Verdades
Vermelhos
Vianesas
Vicências
Vidas
Vieiras
Vilelas
Vilões
Vinagres
Vinhateiros
Vinhos
Vintens
Vintoitos
Violantes
Violas
Vizinhos
Xanatas
Xassas
Xinas
Xizes
Xóxas
Zagalos
Zanas
Zezôas
Zucas

Cumprimentos,

Angeja

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Portugu

#71821 | A. Varela Remígio | 27 ago 2004 10:51 | In reply to: #71816

Caro Senhor Angeja


O recuo das águas ocorrido ao longo dos séculos XVII e XVIII pôs a descoberto toda a zona de areal desde o Promontório do Sítio da Nossa Senhora da Nazaré às frandas da Serra das Percarias, originando o crescente desenvolvimento da "Praia". Primeiro instalações de pesca, em seguida foram construídas cabanas dos pescadores e progressivamente infraestruturas naturais de uma zona de banhos e todo o equipamento urbano de uma vila, uma vez se demonstrar ser seguro habitar tal zona anteriormente submersa pelo bravo mar, isto já no final do século XVIII e XIX.

Com o assoreamento, houve não só um êxodo de zonas piscatórias, como de rurais e também dos núcleos urbanos do Concelho da Perderneira, Pederneira e Sítio da Nossa Senhora da Nazaré, que "baixaram" à Praia, incluindo os pescadores já existentes nestes núcleos.

Os primeiros pescadores vindos de fora a juntarem-se aos pescadores da Pederneira e a ocuparem arraiais na nova "Praia" da Pederneira são sim originários de Ílhavo, mas também da Freguesia de Buarcos, Concelho da Figueira da Foz, sendo seguidos por outros originários dos concelhos vizinhos, como Aveiro e Vagos.

Agradecia que me indicasse referências bibliográficas sobre essa data tão precisa da chegada de pescadores vindos de Ílhavo ao Concelho da Pederneira (1760), uma vez que em 1700 já existiam aqui cabanas de pescadores. Na década de 1750-1760 é que aparecem as primeiras habitações de pedra e cal, certa de quinze. Os primeiros nascimentos acontecem apenas em 1793.

Agradecia também referências sobre a designação daquela vila de Nazaré, uma vez que o concelho apenas mudou de nome de Pederneira para Nazaré no primeiro quartel do séc. XX.


Melhores Cumprimentos

André Varela Remígio

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Português

#71829 | magalp | 27 ago 2004 11:55 | In reply to: #71816

Caro A. Angeja

Venho seguindo com atenção as suas muito interessantes dissertações sobre Ílhavo no encantador e tão diversificado distrito de Aveiro.
Com curiosidade, procurei e achei na sua longa lista de apelidos e/ou alcunhas dois bem antigos que conheço na actualidade – Teiga e Torrão.
Pois conheci um cavalheiro destas famílias, Ângelo Teiga Torrão, muito conhecedor das suas raízes familiares, bem como dos velhos usos e costumes da Gafanha. Dizia que uma grande parte das gentes do seu concelho, bem como da sua família, eram homens de mar, quer pescadores costeiros, quer de alto (dos bacalhoeiros de 6 meses no mar e 6 meses em terra…), quer ainda mareantes, capitães e marinheiros na Marinha Mercante e mesmo na de Guerra, nesta em menor percentagem. Referia, com algum humor e muito bairrismo, que se na Gafanha se criavam homens do mar, já na vizinha Murtosa “produzia” padres, frades, bispos e arcebispos!
Referia-me também o fenómeno da emigração; esta um tanto selectiva, tendo como principal destino os E.U. e Canadá, onde manteriam algum afastamento das colónias açorianas…

Detive-me também nas “artes” e “meias-luas”, lembrando o aturado estudo do Arq.º Octávio Filgueiras sobre as origens das embarcações de Aveiro, distinguindo perfeitamente os “moliceiros” da Ria, das outras embarcações de alto, capazes de navegar centenas de milhas fora! Defendia este erudito arquitecto, as origens nórdicas das embarcações do litoral aveirense, ao contrário de outros que apontam para a Fenícia.
Não me lembro agora do título da obra do Arqº Octávio Filgueiras, esse estudioso do nosso litoral de norte a sul, que tão bem conheceu, historiou e criticou os estudos costeiros e oceanográficos de Dom Carlos, de Américo Thomaz, Mário Ruivo, Rosa Coutinho, entre outros.

Os meus agradecimentos por este seu valioso contributo em “Regiões”, pela lembrança desta que na verdade tanta influência teve na História da Marinha Mercante e Pesqueira Portuguesa, hoje em tão triste decadência mercê de outros contos que não são para aqui chamados.

Muitos cumprimentos,
M. Magalhães

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Portugu

#71864 | tonho | 27 ago 2004 23:31 | In reply to: #71821

Caros Amigos,
Em primeiro lugar o meu hobby é «História de Ilhavo» e «Pesca do Bacalhau na Idade média e descobrimentos», quanto ao resto só fixo os documentos que necessito para ajudar justificar novos dados que vou encontrando.
Sobre os povos da Ria que fizeram a colonização os vários autores que tenho lido dizem que os primeiros foram os Ilhavos mas há também os de Ovar, de qualquer modo VARINOS são pescadores que utilizam barcos de fundo plano para varar na praia ; quanto ao pessoal de Vagos só começaram a pescar com xavega no fim do seculo XX. Quanto ao nome VAGOS é tipico de Ilhavo e ainda hoje existem alguns cá e por outros lados da mesma familia. É possivel que na Idade média houvesse povos de outras zonas a pescar ao longo da costa e julgo mesmo que os algarvios dos descobrimentos não eram de lá, mas nos sec XVII, XVIII e XIX os pescadores que andavam ao longo da costa eram quase todos da Ria de Aveiro porque os piratas eimpediam os nossos navios de se deslocarem ao bacalhau e para o norte da Europa a maior parte dos navios desapareceram na «Invencivel Armada e a Ria fechou obrigando os nossos pescadores a habituarem-se a novo tipo de pesca.
Quanto ao que sei da Nazaré tenho-o lido de autores vossos mas vocês não são os unicos com ligações aos povos da Ria e barcos dos nossos há por todo o lado até Vila Real de Santo António.
Quanto a semos pescadores ou lavradores basta ler o primeiro capitulo das «Viagens na Minha Terra» de Garret:

Que viaje à roda do seu quarto quem está à beira dos Alpes, (1) de inverno, em Turim, que é quase tão frio como S. Petersburgo — entende-se. Mas com este clima, com esse ar que Deus nos deu, onde a laranjeira cresce na horta, e o mato é de murta, o próprio Xavier de Maistre, que aqui escrevesse, ao menos ia até o quintal.
Eu muitas vezes, nestas sufocadas noites de estio, viajo até a minha janela para ver uma nesguita de Tejo que está no fim da rua, e me enganar com uns verdes de árvores que ali vegetam sua laboriosa infância nos entulhos do Cais do Sodré. E nunca escrevi estas minhas viagens nem as suas impressões pois tinham muito que ver! Foi sempre ambiciosa a minha pena: pobre e soberba, quer assunto mais largo. Pois hei de dar-lho. Vou nada menos que a Santarém: e protesto que de quanto vir e ouvir, de quanto eu pensar e sentir se há de fazer crônica.
Era uma idéia vaga; mais desejo que tenção, que eu tinha há muito de ir conhecer as ricas várzeas desse Ribatejo, e saudar em seu alto cume a mais histórica e monumental das nossas vilas. Abalam-me as instâncias de um amigo, decidem-me as tonteiras de um jornal, que por mexeriquice quis encabeçar em desígnio político determinado a minha visita. (2).
Pois por isso mesmo vou: pronunciei-me.
São 17 deste mês de julho, ano da graça de 1843, uma Segunda feira, dia sem nota e de boa estréia. Seis horas da manhã a dar em S. Paulo, e eu a caminhar para o Terreiro do Paço. Chego muito a horas, envergonhei os mais madrugadores dos meus companheiros de viagem, que todos se prezam de mais matutinos homens que eu. Já vou quase no fim da praça quando oiço o rodar grave mas pressuroso de uma carroça d’ancien régime: é o nosso chefe e comandante, o capitão da empresa, o Sr. C. da T. que chega em estado.
Também são chegados os outros companheiros; o sino dá o último rebate. Partimos.
Numa regata(3) de vapores o nosso barco não ganhava decerto o prêmio. E se, no andar do progresso, se chegarem a instituir alguns ístmicos ou olímpicos para esse gênero de carreiras — e se para elas houver algum Píndaro ansioso de correr, em estrofes e antiestrofes, atrás do vencedor que vai coroar de seus hinos imortais — não cabe nem um triste minguado epodo a este cansado corredor de Vila Nova. É um barco sério e sisudo que se não mete nessas andanças.
Assim vamos de todo o nosso vagar contemplando este majestoso e pitoresco anfiteatro de Lisboa oriental, que é, vista de fora, a mais bela e grandiosa parte da cidade, a mais característica, e onde, aqui e ali, algumas raras feições se percebem, ou mais exatamente se adivinham, da nossa velha e boa Lisboa das crônicas. Da Fundição para baixo tudo é prosaico e burguês, chato, vulgar e sensabor com um período da Dedução Cronológica, aqui e ali assoprado numa tentativa ao grandioso do mau gosto, como alguma oitava menos rasteira do Oriente.
Assim o povo, que tem sempre o melhor gosto e mais puro que essa escuma descorada que anda ao de cima das populações, e que se chama a si mesma por excelência a Sociedade, os seus passeios favoritos são a Madre de Deus e o Beato e Xabregas e Marvila e as hortas de Chelas. A um lado a imensa majestade do Tejo em sua maior extensão e poder, que ali mais parece um pequeno mar mediterrâneo; do outro a frescura das hortas e a sombra das árvores, palácios, mosteiros, sítios consagrados a recordações grandes ou queridas. Que outra saída tem Lisboa que se compare em beleza com esta? Tirado Belém, nenhuma. E ainda assim, Belém é mais árido.
Já saudamos Alhandra, a toireira; Vila Franca, a que foi de Xira, e depois da restauração, e depois outra vez de Xira, quando a tal restauração caiu, como a todas as restaurações sempre sucede e há de suceder, em ódio e execração tal que nem uma pobre vila a quis para sobrenome.
A questão não era de restaurar nem de não restaurar, mas de se livrar a gente de um governo de patuscos, que é o mais odioso e engulhoso dos governos possíveis.
É a reflexão com que um dos nossos companheiros de viagem acudiu ao princípio de ponderação que ia involuntariamente fazendo a respeito de Vila Franca.
Mas eu não tenho ódio nenhum a Vila Franca, nem a esse famoso círio que lá foi fazer a monarquia. Era uma coisa que estava na ordem das coisas, e que por força havia de suceder. Este necessário e inevitável reviramento por que vai passando o mundo, há de levar muito tempo, há de ser contrastado por muita reação antes de completar-se...
No entretanto, vamos acender os nossos charutos, e deixe-mos os precintos aristocráticos da ré; à proa, que é país de cigarro livre.
Não me lembra que Lorde Byron celebrasse nunca o prazer de fumar a bordo. É notável o esquecimento no poeta mais embarcadiço, mais marujo que ainda houve, e que até cantou o enjôo, a mais prosaica e nauseante das misérias da vida! Pois num dia destes, sentir na face e nos cabelos a brisa refrigerante que passou por cima da água enquanto se aspiram molemente as narcóticas exalações de um bom cigarro de Havana, é uma das poucas coisas sinceramente boas que há no mundo.
Fumemos!
Aqui está um campino fumando gravemente o seu cigarro de papel, que me vai emprestar lume.
— Dou-lho eu, senhor... — acode cortesmente outra figura mui diversa, cujas feições, trajo e modos singularmente contrastam com os do moçarabe ribatejano.
Acenderam-se os charutos, e atentamos mais devagar na companhia que estávamos.
Era um efeito notável e interessante o grupo a que nos tínhamos chegado, e destacava pitorescamente do resto dos passageiros, mistura híbrida de trajos e feições descaracterizadas e vulgares — que abunda nos arredores de uma grande cidade marítima e comercial. Não assim este grupo mais separado com que fomos topar. Constava ele de uns doze homens, cinco eram desses famosos atletas da Alhandra, que vão todos os domingos colher o pulverem olympicum na praça de Santana, e que, à voz soberana e irresistível de: unha, à unha, à cernelha!... correm a arcar com mais generosos , não mais possantes, animais que eles, ao som das imensas palmas, e a troco dos raros pintos por que se manifesta o sempre clamoroso e sempre vazio entusiasmo das multidões. Voltavam à sua terra os meus cinco lutadores ainda em trajo de praça, ainda esmurrados e cheios de glória da contenda da véspera. Mas ao pé destes cinco e de altercação com eles — já direi por quê — estavam seis ou sete homens que em tudo pareciam seus antípodas.
Em vez do calção amarelo e da jaqueta de ramagens que caracterizavam o homem do forcado, estes vestiam o amplo saiote grego dos varinos, e o tabardo arrequifado siciliano de pano de varas. O campino, assim como o saloio, tem o cunho da raça africana; estes são da família pelasga: feições regulares e móveis, a forma ágil.
Ora os homens do Norte estavam disputando com os homens do Sul: a questão fora interrompida com a nossa chegada à proa do barco. Mas um dos ílhavos — bela e poética figura de homem — voltando-se para nós, disse naquele seu tom acentuado.
— Ora aqui está quem há de decidir: vejam os senhores. Eles, por agarrar um toiro, cuidam que são mais que ninguém, que não há quem lhes chegue. E os senhores, a serem cá de Lisboa, hão de dizer que sim. Mas nós...
— Nenhum de nós é de Lisboa: só este senhor que aqui vem agora.
Era o C. da T. que chegava.
— Este conheço eu; este é dos nossos (bradou um homem de forcado, assim que o viu). Isto é um fidalgo como se quer. Nunca o vi numa ferra, isso é verdade; mas aqui de Valada a Almerim ninguém corre mais do que ele por sol e chuva, e há de saber o que é um boi de lei, e o que é lidar com gado.
· Pois oiçamos lá a questão.
— Não é questão — tornou o ílhavo — mas se este senhor fidalgo anda por Almeirim, para Almeirim vamos nós, que era uma charneca outro dia, e hoje é um jardim, benza-o Deus! mas não foram os campinos que o fizeram, foi a nossa gente que o sachou e plantou, e o fez o que é, e fez terra das areias da charneca.
· Lá isso é verdade.
— Não, não é! Que está forte habilidade fazer dar trigo aos nateiros do Tejo, que é como quem semeia em manteiga. É uma lavoura que a faz Deus por sua mão, regar e adubar e tudo: e o que Deus não faz, não fazem eles, que nem sabem ter mão nesses mouchões com o plantio das árvores: só lá por cima é que algumas têm metido, e é bem pouco para o rio que é, e as ricas terras que lhes levam as enchentes. Mas nos , pé no barco, pé na terra, tão depressa estamos a sachar o milho na charneca, como vimos por aí abaixo com a vara no peito, e o saveiro a pegar na areia por não haver água... mas sempre labutando pela vida...
— A força é que se fala — tornou o campino para estabelecer a questão em terreno que lhe convinha. — A força é que se fala: um homem do campo que se deita ali à cernelha de um toiro que uma companhia inteira de varinos lhe não pegava, com perdão dos senhores, pelo rabo!...
E reforçou o argumento com uma gargalhada triunfante. que achou eco nos interessados circunstantes que já se tinham apinhado a ouvir os debates.
Os ílhavos ficaram um tanto abatidos; sem perderem a consciência de sua superioridade, mas acanhados pela algazarra.
Parecia a esquerda de um parlamento quando vê sumir-se no burburinho acintoso das turbas ministeriais, as melhores frases e as mais fortes razões dos seus oradores.
Mas o orador ílhavo não era homem de se dar assim por derrotado. Olhou para os seus, como quem os consultava e animava, com um gesto expressivo, e voltando-se a nós, com a direita estendida aos seus antagonistas:
— Então agora como é e força, quero eu saber, e estes senhores que digam, qual é que tem mais força, se é um toiro ou se é o mar.
· Essa agora!...
· Queríamos saber.
· É o mar.
— Pois nós que brigamos com o mar, oito a dez dias a fio numa tormenta, de Aveiro a Lisboa, e estes que brigam uma tarde com um toiro, qual é o que tem mais força?
Os campinos ficaram cabisbaixos; o público imparcial aplaudiu por esta vez a oposição, e o Vouga triunfou do Tejo.


Quanto aos nascimentos tardios era normal a situação acontecer porque os pescadores iam-se movimentando com os barcos ou deixavam-nos no local de pesca e regressavam a Ilhavo a pé até que um dia acabavam por ficar. Acontecia também muitas vezes os palheiros ( nome que damos cá às cabanas) ardiam e eles também mudavam de local por essa razão.

Cumprimentos,

Angeja

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Português

#71865 | tonho | 27 ago 2004 23:56 | In reply to: #71829

Amigo Magalhães,
O estudo aturado do Engenheiro Felgueiras é uma BURRICE com todas as letras. Há em Portugal algumas embarcações de origem Viking nos rios do minho e o rabelo do douro e, já agora, o dory da pesca do bacalhau, que têm casco trincado e são construidos sem cavernas levando umas guias que mais tarde são reforçados. Quanto ao resto das embarcações tradicionais são quase todas mediterrânicas, havendo em Esposende uma jangada e as «canoas de tabuas» da Ria de Aveiro, estas também de construção mediterranica.

Tenho um texto sobre as nossas barcas de que há exemplares pela costa nacional desde Matosinhos ao Algarve. Aí vai o texto:



Barcas dos Ilhavos


Se dermos uma volta ao longo do litoral português, desde Matosinhos até Vila Real de Santo António, podemos encontrar diversas embarcações tradicionais semelhantes às que nos habituámos a ver na Ria de Aveiro de proa e ré curvas e elevadas, fundos planos ou ligeiramente arqueados
Todas essas embarcações tiveram a sua origem aqui, na nossa Ria e foram divulgadas, ao longo de grande parte da costa portuguesa, pelos nossos antepassados – os Ilhavos. Até agora eu, assim como outras pessoas que têm procurado perceber a evolução dessas embarcações, porque em Ur, na Mesoptâmia, foi encontrada uma embarcação em prata, semelhante aos nossos barcos do mar/meias luas, também apontei a origem dos nossos navios lagunares, do barco do mar e das pequenas bateiras, para as chamadas «canoas de tábuas mésoptâmicas», de qualquer modo coloquei sempre algumas reticências no pensamento porque, quando cá chegaram os povos que constituem a nossa origem tradicional, a Ria era um amplo e fundo golfo que ia até Lamas do Vouga, Águeda e Fermentelos e só no inicio da nacionalidade, por razões que deixo para os geólogos, se iniciou a formação deste grande lago que temos perante nós, hoje ligado artificialmente ao oceano, pois os nossos antepassados assim o quiseram. Se consultarmos um documento de 1088, em que o Conde Sesnando doa a Ermida de Cristovão, pode confirmar-se que a Ilhavo de então e a dita ermida ainda se encontrava na linha de costa ( in ripa maris).
Claro que os nossos antepassados longínquos vieram até cá em navios semelhantes ao que se vê no brasão da cidade, com uma vela redonda e remos, tendo junto à popa uma ou duas espadelas laterais com as quais os govenavam. Se olharmos para a imagem referida vemos que, já naquele tempo, as extremidades eram elevadas e, pelo que se sabe, esses navios não tinham muita quilha para poderem varar mais facilmente na praia.
Os séculos foram passando e as velhas embarcações foram-se mantendo com formas muito semelhantes e, mesmo quando os povos da Ria tomaram contacto com os navios trincados do norte, nos quais Normandos e Bretões vinham carregar sal à nossa região, nunca eles adoptaram esse novo tipo de construção, continuando no mar com o mesmo tipo de embarcação de origem Mediterrãnica.
No sec XIII, segundo alguns dados, aa espadelas referidas deram lugar a um leme(«governalho» como diz Fernão de Oliveira) manobrado por um xarolo semelhante aos das nossas embarcações lacustres e nos primeiros descobrimentos foram mesmo utilizadas simples barcas (barcha e barinel) em viagens oceânicas, semelhantes àquela que foi achada junto à ponte da Barra e que deram, mais tarde, origem ás caravelas e naus dos descobrimentos que, ainda na primeira viagem para a Índia, eram pouco mais que barcas de maior calado (cerca de vinte e cinco metros) com castelos. O movimento da nossa Ria era de tal modo importante nessa altura que um Juiz de Fora de Aveiro, em 1551, referiu, em carta ao rei D. João III, a existência de setenta embarcações de certo porte, entre navios, caravelas e naus, indicando mesmo os nomes de donos e mestres, lconfirmando que a pesca do bacalhau, o comercio para o norte da Europa e até o tráfego de escravos continuavam de vento em popa.
Mas a Ria já estava a passar momentos difíceis e o cabedelo, onde mais tarde iriam nascer S.Jacinto, a Costa Nova e a Vagueira, corria rapidamente a caminho de Mira começando a dificultar a entrada de navios e reduzindo os fundos.
Esta situação foi uma das razões que levou os povos da Ria de Aveiro a abandonarem a pesca longínqua do bacalhau, pois a barra criava grandes problemas e dentro da ria era difícil conduzir os veleiros daquele tempo, com casco bojudo, calando bastante água e de velas redondas, ao longo do Canal de Mira até à zona central onde estavam instalados os locais de armazenamento e comércio. De qualquer modo e apesar de não haver dados da utilização do porto de Mira ( hoje Portomar), que se foi mantendo aberto ao longo dos séculos, a importação do fiel amigo, o comercio de sal e outros produtos continuou-se a fazer-se apesar de parecer ter sofrido uma certa redução, proporcional ao aumento das dificuldades.
Com as dificuldades referidas, com a subida dos fundos da Ria, a apetência dos Ilhavos para a navegação marítima, a necessidade de descarregar navios ainda no mar e de continuar a pescar, tornou-se necessário repensar o tipo de embarcações utilizadas e, possivelmente, foi nesse momento que começaram a surgir os navios de fundo plano, proas e rés arqueadas e altas, que navegavam em águas baixas e facilmente varavam na praia, atravessando muitas vezes as altas ondas do litoral. Tudo leva a pensar que a «Ilhava» teria sido uma dessas primeiras barcas pois, segundo Manuel de Castelo Branco, ela ainda tinha no seu fundo plano um resto da coluna dorsal das embarcações anteriores - uma «tábua de quilha». Foi com essas embarcações que os nossos antepassados foram partindo ao longo da costa e deram origem a muitas outras de águas interiores e costeira, hoje tradicionais, em que poderemos incluir na Ria o mercantel/saleiro e o moliceiro, no oceano o barco do mar/ meia lua, no Mondego a barca serrana, no Tejo o varino antigo, a enviada, a culé e praieira e uma serie de pequenas embarcações, existentes em águas interiores, que na nossa Ria se chamam genericamente bateiras e noutros locais também se designam de outro modo, como por exemplo os saveiros do Tejo e Sado. Numa peregrinação que fiz pelos locais escolhidos pelos Ilhavos para instalarem as suas novas povoações, encontrei ainda muitas bateiras no Mondego, no Tejo, no Sado, na Lagoa de Santo André e em Olhão.
Hoje gostava ainda tecer algumas palavras sobre o aparecimento do moliceiro, que me parece um navio relativamente recente e possivelmente nascido no norte da Ria, mas como tenho muito mais duvidas que aquelas que quero deixar sobre a assunto, resta-me uma pergunta e uma malandrice:
Terão nascido as nossas barcas na Mesoptâmia, no Mediterrâneo ou são simplesmente o resultado da necessidade dos Ilhavos se adaptarem à evolução da Ria?
«Varino» era o homem que utilizava embarcações de «varas» ou daquelas que «varam» na praia?

Procure na Net uma página com um mapa e um texto meu : MAPA DA COLONIZAÇÃO DOS ILHAVOS. Pode ver os nossos pontos de colonização e a distribuição das embarcações.
Quanto aos costumes da Gafanha só têm cento e poucos anos(antes eram quase desabitadas)e são uma cópia dos custumes ancestrais de Ilhavo misturados com costumes dos Minhotos que vieram para a Gafanha lavar bacalhau.

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#71884 | A. Varela Remígio | 28 ago 2004 08:58 | In reply to: #71864

Caro António Angeja

Lamento que não tenha as referências bibliográficas que fundamentem algumas das suas afirmações, uma vez que são completamente contrárias às que disponho e ser-me-iam muito úteis num confronto de opiniões a fim de encontrar uma ideia mais próxima da realidade.

Sem querer beliscar o seu bairrismo, tomo a liberdade de precisar algumas das suas afirmações.

A Vila e Concelho da Nazaré, assim denominada, apenas existe desde 1912, altura em que a Vila, a Freguesia e o Concelho da Pederneira mudaram de nome.

O Concelho da Pederneira já em 1285 tinha Foral dado por El Rei D. Dinis, hoje na gaveta II Maço II nº 36 SS dos Forais Antigos da Torre do Tombo, embora haja referências a um foral anterior, hoje desaparecido. Em 1195, a Pederneira já era Paróquia.

A Vila da Pederneira era, e é mas como Nazaré, constituída por três núcleos urbanos completamente distintos, o lugar da Pederneira, o Sítio da Nossa Senhora da Nazaré e a Praia.

O lugar da Pederneira situa-se no cimo de uma elevação e era onde estavam instaladas todas as instituições públicas de um sede de concelho, como a Câmara, o Tribunal, ..., para além de ser o porto mais importante daquela zona. Com o progressivo desenvolvimento dos outros dois núcleos, este foi perdendo importância.

Situado num planalto, o Sítio da Nossa Senhora da Nazaré fazia parte dos terrenos do Pinhal de Leiria e depois do Milagre, ainda no reinado d'El Rei D. Afonso Henriques, foi construída a primeira capela. A partir deste momento, nasceu um núcleo urbano que foi crescendo centrado nos romeiro, com a construção de pensões, casas de pasto, estabelecimentos, etc.

Nos séculos XVII e XVIII, dá-se o desassoreamento daquele espaço anteriormente coberto pelo mar, nascendo assim a Praia entre a Pederneira e o Sítio.

Sendo a Vila da Pederneira habitada desde a fundação da nacionalidade, não faz qualquer sentido dizer que foi "colonizada" no séc. XVII ou no XVIII.

Com o aparecimento da Praia, os pescadores residentes na Pederneira e no Sítio, construiam cabanas (nome que damos aos palheiros) para o apoio na faina do mar. Simultâneamente, pescadores de outras zonas piscatórias, principalmente a norte, foram também fixando-se nos terrenos.

Vieram gente de Aveiro, Ílhavo, Vagos, Coimbrão, S. Pedro, Ericeira, mas também de zonas rurais como Santarém, Alcobaça, Aljubarrota, Leiria, Montemor-o-Velho, Tomar, Rio Maior, Famalicão, Cela, Matieira de Leiria, etc.

Apenas na década de 1750-60, é que começaram a ser construídas as primeiras casas de pedra e cal nesta nova zona ganha ao mar e apenas em 1793 nasce a primeira criança:

3.6.1793 Maria filha de João Carreira e de Maria do Carmo.

Já na altura do Foral d' El Rei D. Dinis, havia pescadores, sendo-lhes referido o primeiro capítulo, dada a possível importãncia desta actividade já na altura naquele concelho. Passo a transcrever:

««Moços Pescadores

Outrossy foy comcordadoãtre os sobre ditos que os moços que quiserem seer pescadores escrvã sse primeiro no livro do almoxarife do dito moesteiro pra se poder sabr quando comaçã apescar por que os taaes seram esentos os primeiros dous annos de pagare dizima ao moesteiro do pescado que matare aa linha E se ho mataremcom redes pagarão dizima como os outros pescadores.»»

Por aqui vemos também que já no séc. XIII, os pescadores da Pederneira pescavam com redes e não o começaram a fazer com influência dos "ilhavos", em lugar do anzol.

Quanto ao apelido Vagos, trata-se de um toponímico, isto é um apelido de origem geográfica. Quando alguém emigrava, era tratado frequentemente por X de Y, sendo Y o lugar de origem. Este nome por que era tratado, facilmente e muito frequentemente era transformado em apelido e passado à sua sucessão.

Por isso, não faz qualquer sentido falar numa família Vagos, mas sim em várias familias com o mesmo apelido, o Vagos, sem qualquer ligação familiar entre elas, apenas com a coincidência de terem tido orifem em pessoas vindas deste lugar.

O que se passa com o apelido vagos, passar-se-á muito possivelmente com o seu apelido Angeja, como lhe foi explicado em tópico próprio.

Admiro-lhe o seu entusiasmo na defesa da sua terra, o que falta tão frequentemente aos portugueses, mas não permitirei que o faça às custas da história quase milenar da Nazaré.

Sempre ao seu dispôr

André Varela Remígio
a.v.remigio(arroba)sapo.pt

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Portugu

#71885 | tonho | 28 ago 2004 10:56 | In reply to: #71884

Amigo Remigio,
Diz bem.....o concelho da Nazaré não existia e, antigamente, a povoação era Pederneira no cimo da elevação........ e aquilo que digo baseia-se em diversas coisas escritas de vários autores incluindo Raul Brandão no seu livro «OS PESCADORES» e até a página da Nazaré. Quanto à palavra «COLONIZAR» não quer dizer que não existissem já pessoas no local, simplesmente aqueles que chegaram, em grande numero, exerceram a sua influencia(foi essa a acção dos portugueses no mundo durante as descobertas).
Sei que sou bairrista, ou melhor, procuro que Ilhavo se preocupe e procure o seu rico passado, de qualquer modo, tudo o que tenho referido é pura e simplesmente com base em textos escritos por outros com nome a nivel nacional e também indicios existentes.
Também Ilhavo recebeu muitas influencias de pessoas de outras paragens, incluindo de Espanha, e temos na nossa linguagem tradicional termos utilizados na Galiza e mesmo alguns nomes espanhois, mas essa influencia, tirando os Gafanhões, não foram em grandes grupos.
Conheço rasoavelmente a Nazaré e, um dia destes, terei que passar aí para ver se o Director do Museu já mandou para o lixo o «MOLICEIRO PARA RIR» que não é igual aos de cá e não tenho duvidas que os «ILHAVOS» só pararam aí porque apareceu a lingua de areia como aconteceu na serra da Arrábida pois de outra maneira teriam procurado outro local como aconteceu com outros.
Amigo,
Não tenha duvida que os nossos antepassados, os Ilhavos, exerceram e cruzaram, com todos os seu defeito e qualidades, uma enorme influencia em todo o litoral português com praias de areia, em todos os parametros culturais e isso chama-se, por muito que lhe custe, ........... COLONIZAR.
Quanto aos seus nomes resultantes da toponimia não tenho duvida que tal aconteceu num passado mais distante, mas não queira justificar tudo da mesma maneira e VAGOS é nome antigo e uma das origens é aqui em Ilhavo, incluindo muitos daqueles que aparecem na GENEALOGY. Mais ainda........ a povoação de VAGOS no sec XI ainda estava junto ao mar e, lá para o sec XVI, havia alguns mapas que lhe chamavam LAGOS. Como vê as coisas não são muitas vezes lineares.
Por exemplo o meu nome - ANGEJA - parece ter origem grega e significava «estuário» e se formos à evolução da Ria de Aveiro, ela, antes da nacionalidade, não existia e o Rio Vouga desaguava num golfo na zona da povoação designada por Angeja. Penso que o o meu nome vem daí mas encontei ainda no sec XVII, num documento, uma pessoa que era Angeia (igual à pronuncia em grego).
Também lhe digo que aquilo que se encontra escrito nem sempre é a verdade e muitos dos narradores incluem a sua propria verdade ou a que interessa aos senhores e ao regimen.
Por exemplo: daquilo que eu ia lendo tinha ideia que a arte de pesca com o nome de XAVEGA tinha vindo de França com um individuo que se instalou em Ovar no sec XVIII. A partir daí aceitei que os Ilhavos pescavam nos seculos anteriores com outras redes em que se incluia a chincha, o chinchorro a tarrafa, etc mas um dia ao folhear a cópia de um documento do tempo de D. João I sobre VINTENAS DE MAR li que «os pescadores das sardinheiras e ENCHAVEGAS eram obrigados a remar nas tais vintenas». Continuei a procurar e conclui que os nossos pescadores do sec XVIII chamavam à rede do francês NOVA ARTE.

Sempre ao dispor mesmo que seja com pontos de vista diferente.

Angeja

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Português

#71898 | matsantiago | 28 ago 2004 21:11 | In reply to: #71816

Caro Angeja

Será que me podia dar alguma informação sobre os Santiagos que mencionou.

Deste já grato pela atenção

Marco Santiago

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Português

#71901 | tonho | 28 ago 2004 22:03 | In reply to: #71898

Amigo Marco,
Em Ilhavo há hoje cerca de 20 familias Santiago e em Aveiro outras tantas. Se for à GEANOLOGY irá encontrar milhares de SANTIAGOS nos USA e Austrália. Santiago é um dos nossos nomes tipicos mas é muito possivel que tenha cá entrado do exterior, por isso qual a razão porque pensou que poderia o seu nome ter origem junto à Ria de Aveiro.

Sempre ao dispor,

Angeja

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Português

#71915 | matsantiago | 29 ago 2004 10:38 | In reply to: #71901

Caro Angeja

Sinceramente, ao que eu sei,que é nada, sobre os meus mais antigos antepassados, eles podemn ter vindo de qq lugar.

Se souber de alguma familia Santiago que se tenha deslocado para Castelo Branco é possivel que essa informação me interesse.

Em todo o caso, se quiser pode ir ao meu tópico neste forúm "Familia Santiado de Louriçal do Campo"

cumprimentos

Marco Santiago

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Português

#71946 | S.João de Rei | 30 ago 2004 12:16 | In reply to: #71816

Caro Angeja

As nossas “estradas do Atlântico Norte” foram realmente de uma importância fabulosa, nas descobertas e fixações da nossa raça. A história verdadeira penso que ainda tem muito que contar.
Interesso-me especialmente pelos meus ancestrais Algarvios, que pelo menos desde o século XV são dos primeiros pioneiros nessa grande Aventura.
À partida, as principais rotas dos “descobridores” Portugueses” teriam tido origem no Algarve, com inicio nomeadamente em Tavira e Lagos ...O norte de África até ao cabo da Boa Esperança como “zona exprimental”, daí para os Açores e América do Norte, posteriormente para o Brasil, sem me referir ao Oriente, com uma política militar e comercial, sendo a que nos interessa neste tópico a saga do Atlântico Norte, com uma característica fundamentalmente comercial.
Penso que no seu regresso a Portugal, estes mareantes passaram a contar com o Ílhavo/Aveiro e Viana do Castelo desenvolvendo aí a cultura da navegação oceânica ...
A genealogia como sempre dá-nos as pistas preciosas, nomeadamente, os familiares que me estão ligados:
Vilalobos do Algarve, com vários registros de desembarque na Florida, desde os primeiros anos do século XVI. Dão origem a um ramo nortenho, eventualmente Viana. O do Brasil não sei se descende deste ramo nortenho e os alentejanos de Montemor o Novo. Penso que também existem registros nos Açores. O famoso Gil Eanes era Gil Eanes de Vilalobos.
Lançarote de Freitas (da Ilha), Canárias e norte de África até à Guiné, comerciante por excelência.
Corte Real do Algarve, com um percurso semelhante, se bem com muito mais descendência. Há pouco tempo trocava impressões com um Corte Real, de Marco de Canavezes, que me falava que tinha os seus costados até ao século XVI, o último identificado em Aveiro ... a nossa rota marítima!
Entre outros:
Os Fagundes de Viana do Castelo, com toda a sua epopeia colonizadora e mercantil na Terra Nova, certamente descenderão dos Fagundes do Algarve, com relações de parentesco com os Corte Reais no século XV.
Enfim uma conversa a não terminar mais!

Cumprimentos,

José de Azevedo Coutinho

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Portugu

#71950 | fernando pontes | 30 ago 2004 14:04 | In reply to: #71864

Caro Angeja,

Sou de Vila do Conde, e estou interessado em pesquisar famílias de apelido Ribeiro Pontes, Fangueiro e Arteiro (principalmente).

Neste momento está a decorrer na Cripta da Igreja de Nosso Senhor dos Navegantes, nas Caxinas - Vila do Conde uma exposição (até dia 5/9) sobre os pescadores de Vila do Conde na pesca do bacalhau na Terra Nova. Na exposição aparece uma série de nomes de pescadores moradores em Vila do Conde.

A minha questão é a seguinte: o Sr. não me pode arranjar essa lista? Esta listagem está no Museu de Ilhavo.

Presumo que muitos mais nomes existirá, já que a exposição é só de um determinado momento (fins do séc. XIX). E os livros das matriculas estão (todas) no Museu de Ilhavo.

Se me conseguir ajudar, agradeço desde já.


Cumprimentos,


fernando pontes

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#71985 | tonho | 30 ago 2004 22:10 | In reply to: #71946

Caro Amigo Coutinho,
É possivel que tenha razão.....mas tem sido na Ria de Aveiro que têm sido encontrados achados de navios do sec XIV e XV(já vamos em 5) e até um Astrolábio. Quanto a Lagos ainda não vi nada daquela época(há mais recentes....). Vocês e os Alentejanos continuam com os vossos sobreiros(arderam alguns, agora, nos incendios) enquanto os nossos desapareceram pois eram necessários para a construção das cavernas dos navios. Mais...... faltava tanta madeira que D. João III não deixava que as crianças comessem os pinhões.
A vossa Escola de Sagres é uma mentirinha do regimen( leia Luis de Albuquerque, Quirino da Fonseca e Pinheiro Marques) e possivelmente o infante D. Henrique foi poucas vezes ao Algarve.
Não se sabe de onde seria Gil Eanes e segundo a Monografia de Olhão era do norte e, possivel(digo eu), recebeu alguma prenda depois da descoberta aí em Vilalobos(o Zurara era um contador de histórias dos senhores de modo a enterrar o Infante D. Pedro).
Aveiro e Ilhavo perdeu grande parte da população desde D. João I até ao fim dos descobrimentos.
Diogo Cão era de Montemor o Velho, João de Aveiro era da Ria de Aveiro, João Gomes também, o primeiro técnico de construção naval e estratega do mar (Fernão de Oliveira nascido em 1507)era de Aveiro. Há dois documentos do sec XIX a dizer que foram os homens de Aveiro a descobrir a Terra Nova.
Segundo Viterbo não se sabe a origem da maior parte dos participantes nas descobertas e em muitos casos diz MORAVA e poucas vezes NASCEU.

Mais.......Ilhavo no sec XIV já tinha uma associação de navegadores - Confraria de Sta Maria de Sá.
Não sabemos se os Ilhavos chegaram ao Algarve antes do Sec XVII mas o Marquês de Pombal veio cá buscar pescadores porque os Algarvios só faziam agricultura e exploração de sal.
Infelizmente há pouca história sobre a participação do norte nas descobertas porque com a morte do Infante D. Pedro grande parte daquilo que se tinha feito foi calado e o fraco irmão(infante D. henrique) ficou com homens e e bagagens daquele grande homem ao lado de um Rei muito fraco -D.AfonsoV. É interessante que o Henriquinho desde que morreu D. Pedro parece que~deixou de trabalhar nas descobertas.

Amigo.......as descobertas foram feitas por homens do povo que sabiam navegar e a sua escola foi o mar que já faziam, há muitos séculos, até ao norte da Europa e para apesca do bacalhau. A Ria de Aveiro tinha em 1552 setenta navios (mais que a maioria dos portos portugueses) não pense que eles apareceram cá por arte de mágica só naquele momento.

Os «Ilhavos» foram ALTIEIROS(navegadores do mar alto) até a barra de Aveiro encerrar e os navios desaparecerem com a pirataria, no apoio às esquadras da India, e na Invencivel Armada. Com a barra fechada fizeram-se novos barcos redondos e fundo planos para navegarem ao longo da costa e desembarcarem na areia desenvolvendo novos povoados e criando outros. Só votaram a ter barra segura no fim do sec XIX e pouco depois os arrais e mestres da pesca costeira se transformaram em capitães e, dentro de pouco tempo, os nossos capitães comandavam 80% das frotas de pesca e comercio. Como vê, de um modo ou de outro o mar foi sempre um parceiro que tratámos por tu porque apesar de levar vidas não é o papão que muitos dizem ser.


Possivelmente o futuro irá trazer novos dados á história dos descobrimentos.

Cumprimentos,

Angeja

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#72057 | tonho | 31 ago 2004 20:32 | In reply to: #71985

Amigo Coutinho,
Estive a dar uma volta aos servidores do Infante D. Henrique e encontrei 4(quatro) GIL EANES. Qual deles será o de Lagos?
Também vi que o Infante gostava muito de fidalgos com cadastro e não vi os tais professores de marinhagem de que a História do Regimen e Zurara falam.

Cumprimentos,

Angeja

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#72101 | S.João de Rei | 01 set 2004 11:27 | In reply to: #72057

Caro Amigo Angeja

Fico deliciado com o seu Portuguesismo, independente de regionalista, mas ... só lhe fica bem defender a sua “dama”. A sua frontalidade e determinação também é saudável, apesar de eventualmente uns pequenos atropelos, derivados sem dúvida à “velocidade” e paixão que impõe ao seu trabalho!
A defesa dos valores das Gentes, de trabalho, sacrifício e abnegação tem o meu incondicional apoio, enfim o “Nobre Povo” que canta o nosso Camões. Infelizmente em fase de extermínio, no que toca às qualidades, que são as únicas que importa.
Há meia dúzia de anos, pedi ajuda, junto à ponte do Ílhavo a um antigo Pescador (Mestre), que com a sua bateira, ainda “ia”às enguias à noite, um homem formidável, que durante uma semana fez das tripas coração para me ajudar, nunca me tendo deixado “ficar na mão”. Nas conversas ao fim do dia/jantar, ouvia-lhes as histórias da faina do mar, da pesca do bacalhau etc. Passados tempos passei por lá e ofereci-lhes, meias de lã fortíssimas para calçarem por baixo das botas de borracha, no tempo de frio ... foi um sucesso!
Dizia-me esse Amigo que infelizmente esqueci o nome: - Antigamente os barcos eram feitos de madeira e os Homens de ferro, hoje os barcos são feitos de ferro e os Homens de madeira.
Contribuições como a sua são importantíssimas para identificação de uma nova descrição da História.
A Genealogia se bem que em tempos mais idos, dados os condicionamentos ao acesso e desenvolvimento, da escrita e literatura que existiam, se reduzia invariavelmente a pessoas relacionadas com o poder, não deixa de ser a grande aferição e sustentação de teses históricas, muitas vezes postas de lado pelos historiadores, até pelo trabalho de “sapa” a que obriga a investigação.
Um abraço,

JACoutinho

PS. O Gil Eanes de Vilalobos(1434,Bojador), é o natural de Lagos nomeado escudeiro em 1460, com expedições à costa Africana de 1433 a 1445. Os outros três estão referenciados com cargos de Criado/Escrivão – Alenquer; Cavaleiro/Escrivão – Lisboa; Galinheiro/Recebedor – Casével (Ribatejo).
Gil Eanes, seria um nome comum na época, eventualmente, se o mesmo não tivesse tido ascendência Vilalobos, poderia adoptar este apelido da mulher ...?

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#72158 | josemariaferreira | 01 set 2004 22:23 | In reply to: #71816

Caro Angeja

É muito interessante a lista de apelidos e alcunhas que nos apresenta com origem em Ílhavo. Parabéns pelo seu trabalho exaustivo sobre este tema, o qual terá levado certamente muitas e muitas horas de pesquisa e estudo.
Verifico contudo que nessa lista não inclui Paionas, não será este também um apelido/alcunha dessa região? A razão da minha pergunta prende-se com o facto de ter constatado através de documentos do séc. XVI a presença de individuos assim denominados na minha terra, que fica situada no interior alentejano. Além deste também são referidos outros como; Coimbrãs, Torredanos, Vagos, Serranos, Beirões e Vilões.
Sobre este último apelido, já me confirmou noutro tópico como sendo original de Ilhavo e que a sua presença no sul do país deveu-se ao exôdo provocado pelo assoreamento da barra desta mesma localidade no séc. XVIII. No entanto constatei já individuos deste apelido, no séc. XVI a viver em Alcoutim, pelo que terá certamente essa fixação acontecido anteriormente.
Uma nota, não seriam os paiões e paionas naturais do Paião, que fica no concelho da Figueira da Foz e por conseguinte relativamente próximo de Íhavo? É que na minha terra surgem nessa época muito indivíduos dessa região inclusivé de Monte Mór-o-Velho.

Cumprimentos
Zé Maria

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#72168 | tonho | 02 set 2004 00:24 | In reply to: #72158

Amigo Zé Maria,
Sobre a lista de nomes de Ilhavo quero-lhe dizer que ela já existe há muito tempo, possivelmente com mais de 100 anos e não têm por essa razão alguns nomes existente na atualidade nas Gafanhas, como por exemplo Ribaus, Gandarinhos, Vilarinhos e outros, vindos do norte de Portugal para ajudarem no tratamento do bacalhau e transformarem as areias em terrenos de cultivo. Por exemplo a lista em causa é quase toda no feminino e por exemplo não aparece a alcunha PALHOA das mulheres da minha familia, que ainda não se perdeu. Nestes nomes julgo existirem uma certa quantidade de nomes que julgo serem espanhois/Galegos/Catalães???? (Santiago, Brás, Pascoal, Palos etc) que eu enconto algumas vezes na GENEALOGY com origem na América Central.
Os nossos problemas com a barra começaram no fim do Sec XVI e no sec XVII há documentos que referem a partida de pessoas da região da Ria. É possivel que antes dessa altura já existissem pescadores a deslocarem-se para sul, de qualquer modo não tenho dados satisfatórios( tenho uns 20 documentos que referem Ilhavo, desde o sec XI a XVI, mas não me dizem nada de muito palpável) além daquilo que aparece escrito em algumas monografias de povoações algarvias. Quanto aos nomes da Figueira da Foz lembro que os Ilhavos colonizaram as praias da Gala e Leirosa a partir do sec XVIII e o Paião fica no interior a poucos Km delas. Lembro também que antigamente no nosso país havia muito movimento de população para a Agricultura e de acordo com as zonas de origem tinham nomes como por exemplo os Ratinhos, os Gaibeus, etc .

Cumprimentos,

Angeja

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#72171 | tonho | 02 set 2004 01:46 | In reply to: #72101

Amigo Coutinho,
Se ler a «Monografia do Concelho de Olhão» de Ataide Oliveira, pag 50-51 vê que o referido senhor diz que Gil Eanes era de Quelfes/Olhão e falam mesmo na origem pelasga/Ilhavo.
Sobre tudo aquilo que lhe disse pode ter a certeza que tenho sempre por base documentos, uns coevos, outros mais tardios e se não ponho muitas duvidas num documento coevo, já o faço a um texto de um cronista ou outro de seculos mais tarde que procuro sempre confirmar com outras fontes.
Quanto à nossa História, não tenha duvida que ela terá de receber as coisas recentemente descobertas que a alteram(ex: verdadeiros pais de Afonso Henriques, a recusa dos cruzados em ajdarem na conquista de LX) e outras de que há conhecimento mas que alguns não gostam que se saiba(ex:os 10 anos de regencia do infante D. Pedro). Apesar dessas e muitas outras acções de cosmética pode ter a certeza que continuaremos a ter uma bela história e muito mais humana porque os herois são humanos com qualidades e vicios como o Infante D.Henrique.
Quanto a Camões não esqueça que aquilo é um poema épico, que por acaso me dá grande prazer ler, mas é um simples poema que não conta toda a história da Viagem à India (quem comandou a esquadra ....o Pedro ou o Vasco? pois o Vasco só foi Gama depois do Pedro falecer durante a Viagem.......Como é que os portugueses não encontraram na India os cristãos seguidores de S. Tomé?......Porque é que D.Manuel não cnfiava no Vasco depois de chegar da India e não lhe queria dar as benesses prometidas à familia).
Quanto aos marinheiros de Ilhavo, com navios de ferro ou madeira, com vela ou a motor, muitos de nós continuam a navegar um pouco por todo o mundo, ou será que quer voltar à pedra lascada e à piroga.
Finalmente não estou interessado em ser historiador nem escritor, mas quero que os Ilhavenses se interessem pelos muitos séculos de passado antes da pesca do bacalhau sec XX e sejam procurados novos dados e artefactos que nos digam como os antepassados viveram, coisas pelas quais os politicos da nossa terra estão pouco interessados porque julgam que não dão votos nem lucro fácil.

Cumprimentos,

Angeja

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#72180 | S.João de Rei | 02 set 2004 09:33 | In reply to: #72171

Caro Angeja

Está enganado quanto à sua opinião do “dito” do seu conterrâneo que “Antigamente os barcos eram feitos de madeira e os Homens de ferro, hoje os barcos são feitos de ferro e os Homens de madeira”. Quando afirma “Quanto aos marinheiros de Ilhavo, com navios de ferro ou madeira, com vela ou a motor, muitos de nós continuam a navegar um pouco por todo o mundo, ou será que quer voltar à pedra lascada e à piroga”.
O que me foi dado ver (1997), é que os filhos “jovens” (até 30 anos!) eram uns drogados, parasitas, ranhosos. Enfim escória, que dificilmente uma sociedade equilibrada promoveria ou manteria viva. Além desses encontrei muitos mais espécimes na sua região e não só, infelizmente claro que em todo Portugal, e em todos os países em que se apercebe do êxito do sistema. E se não é esse modelo de “jovem” é o do atrevidote arrivista, de preferência com um “canudo”, que lhe dá mais “segurança” e muito mais importância.
O grande Homem, que me refiro, tinha uma pequena “casa de comidas”, além da actividade piscatória, recebia com alegria e nobreza os ditos cujos “jovens” que alimentava do seu bolso, além de velhos pescadores e marinheiros, abandonados à sua triste sorte, pelo país (instituições) e pelas respectivas famílias.

Cumprimentos,

JAC

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#72187 | josemariaferreira | 02 set 2004 12:09 | In reply to: #72168

Caro Angeja

Na minha anterior mensagem esqueci-me de referir os apelidos Voga e Vogado( faz-me lembrar o Vouga!) que apareceram também naquela época na minha terra.
Este último apelido, passados dois séculos, aparece nos descendentes dos Vogados, já com a grafia Bogado, aqui fica bem patente a mudança entre o V e o B que se acentua entre o falar das pessoas do norte e sul de Portugal.
Ainda sobre os Paiões, os mais notáveis filólogos desconhecem a origem etimológica daquele apelido/topónimo. Será que está em Ilhavo a sua origem?
Senão vejamos! Paio deriva do latim Pelágio, que significa filho/homem do mar, logo Paiões derivaria de Pelagiones que significaria grandes filhos/ homens do mar, ou seja hérois do mar. Só assim se compreenderá a existência desde os tempos primórdios de paiões em Ilhavo, isto é de marinheiros, heróis do mar que dali partiram pelo Mundo fora. Na minha terra ainda se usa a expressão " homem do mar" aquele que faz uma grande oferta ou acto valioso".
Com toda esta seborreia genealogica, pergunto não serão as primórdias gentes de Ílhavo descendentes dos Gregos!? Haverá porventura nessa terra vestígios dessa civilização, o seu apelido, como diz, parece ter ainda raízes gregas.

Cumprimentos

Zé Maria

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#72192 | A. Varela Remígio | 02 set 2004 12:56 | In reply to: #71885

Caro António Angeja

Tenho o livro que referiu de Raúl Brandão e quando tiver oportunidade, dar-lhe-ei uma vista de olhos.

Quanto ao apelido Vagos, mantenho a minha opinião, Vagos é um apelido de origem toponímica com origem em alguém que terá migrado deste local para outro. Como curioso da Genealogia, nem amador sou, limito-me a ouvir atentamente ilustres e reconhecidos genealogistas que trataram deste e outros apelidos em situação semelhante.

Quanto ao seu apelido Angeja, passar-se-á exactamente a mesma coisa e a sua explicação é repuxadíssima e de dificil aceitação. Não percebi a relação entre os gregos e Ílhavo.

Se quer saber verdadeiramente a origem do seu apelido Angeja, faça o estudo genealogico deste seu apelido e verá que possivelmente desaparecerá em meia dúzia de gerações.

cumprimentos

André Varela Remígio

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#72787 | tonho | 09 set 2004 23:50 | In reply to: #72180

Amigo JAC,
Toxicodependentes há em todo o lado e Ilhavo não poderia fugir ao problema. Mas parece-me que o Sr também tem alguma dificuldade em relacionar-se com «CANUDOS», de qualquer modo este país nunca será nada se não der emprego a todos os «CANUDOS» que tem e se não se der ao trabalho de fazer muito mais. Todos os países que apostaram na profissionalização da sua população têm conseguido facilmente passar este Portugalzito de UM MILHÃO DE ANALFABETOS. A nova vaga da minha familia é toda formada tanto aqui como nos Estados Unidos da América e todos nós trabalhamos. Quanto a marinheiros também tenho alguns marinheiros com canudo (hoje capitães) na familia e os novos ainda trabalham por exemplo um este ano fazia cargas para os Açores e foi agora pela 2º vez para o bacalhau. Os problemas deste país são o resultado de um conjunto pessoas formadas com baixas notas que se encostam á politica e não têm experiencia de NADA.
Em Ilhavo(cidade) conheço diversos antigos pescadores, claro com as suas dificuldades, mas que vivem normalmente. Quanto ás Gafanhas já conheci a situação mas agora tenho pouca informação, de qualquer modo, lembro-me de pescadores a fazerem na Ria muito dinheiro que gastavam de qualquer modo e os filhos andavam andrajosos e descalços.

Cumprimentos

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#72792 | JCouceiro | 10 set 2004 00:27 | In reply to: #71946

Meu caro Zé,

Quanto aos Vilalobos, não te esqueças do ramo de Aveiro, pois lá constam já no último quartel de XVI, gente que vivia nobremente, e aparecem também em Mogofores no primeiro quartel de XVII, igualmente gente principal.

Um abraço

Zé Couceiro da Costa

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#72862 | S.João de Rei | 10 set 2004 20:17 | In reply to: #72792

Meu Caro Zé

Prazer em encontrar-te !
Acompanhei também as intervenções sobre os Rolão, teus parentes e que pelo que se vê tem trajectórias familiares Atlânticas semelhantes, curiosíssimo.
Penso que seria muito importante e necessário, a criação de uma Comissão de Genealogistas, Historiadores e Antropólogos, estrategicamente situados, nos “vértices dos triângulos “ do nosso Atlântico, nomeadamente Viana, Ílhavo/Aveiro, Lagos, Tavira, Madeira, Açores, Brasil (Belém/S.Luís/Recife/Rio/S.Paulo/Curitiba), EUA (Florida/Massachusetts) e Canadá, de forma a “descobrir” realmente, quase tudo !
Obrigado pela “dica” dos Vilalobos.
Até breve se Deus quiser.
Um abraço,

Zé Azevedo Coutinho

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#72863 | S.João de Rei | 10 set 2004 20:18 | In reply to: #72787

Caro Angeja

Em Portugal existe mais ou menos 1 milhão de (canudos) Licenciados, para 1 milhão de Analfabetos, tire daí as ilações que achar necessárias.
Terminei este assunto.

Cumprimentos,

José de Azevedo Coutinho

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Português

#72874 | tonho | 10 set 2004 23:10 | In reply to: #72863

OK...... tiremos o CANUDO da história.......... apesar de pensar que precisamos de acabar com os ANALFABETOS e fazer perto de 2 milhões de canudos para acompanhar os outros paises desenvolvidos.

Angeja

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#72878 | tonho | 11 set 2004 00:02 | In reply to: #72192

Amigo Remigeo,
De genealogia nem amador sou....... e sei um pouco de historia por teimosia.
mas sobre o nome VAGOS resolvi ir contá-los à lista telefónica e....... interessante ....... em Vagos - 00(zero), em Ilhavo - 11(onze) e em Aveiro - 00(zero).
Quanto ao meu nome junto envio aquilo que sei:

"Angeja vem de Ayyeios - palavra grega que se lê Angeios e quer dizer estuário ou lugar onde espraiam as águas".




----- Original Message -----
From: "Ruy Car....."
To:
Sent: Wednesday, February 04, 2004 5:38 PM
Subject: Ilhavo ancestors and Julia Leite

> Hi, Antonio.
>
> I understand that you were once in contact with a
> woman named Julia Leite concerning her ancestry in
> Ilhavo. I have some information for her from a
> marriage database I have been preparing, but I have
> received no responses for a few months to the email
> address I had for her. Have you been in recent
> contact with her? If so, could you pass my email
> address to her?
>
> If you have Ilhavo ancestors yourself, then I would
> be happy to give you information from my database. So
> far it includes marriages from 1737 to 1850, and it
> will eventually go back to 1708. Perhaps we will
> turn out to be cousins.
>
> Ruy Car.......

Retirei parte do nome do informador pois deixei de o contactar e por isso não lhe pedi para me autorizar a passar a informação.

Cumprimentos

Angeja

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RE: Nomes de familias de ILHAVO no Litoral Portugu

#72881 | tonho | 11 set 2004 00:26 | In reply to: #72192

Amigo Remigio,
Cá volto para dizer que numa consulta à GENEALOGY vi 107 VAGOS nos USA vivos e a maioria em Massachusett.

Cumprimentos


Angeja

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#72887 | A. Varela Remígio | 11 set 2004 01:49 | In reply to: #72878

Caro António Angeja

O meu caro amigo não leu o que aqui foi escrito ou então não quer mesmo perceber. Se nem amador é, agradecia que lesse bem o que escrevo desta vez.

Repetindo-me uma vez mais, o apelido "Vagos" é um toponímico, isto é deriva de um lugar, neste caso possivelmente o Concelho de Vagos ou uma destas suas Freguesias, Vagos, Santo António de Vagos ou Santo André de Vagos.

Muito vulgarmente, uma pessoa vinda de fora, era chamada com o local de origem junto do nome, por exemplo o João Santos de Vagos ou mesmo apenas João Vagos. Muitas vezes era assim mesmo que aparecia nos registos paroquiais, sendo facilmente este nome transmitido aos seus descendentes, preterindo o próprio apelido familiar.

Como é óbvio, se "Vagos" é um apelido adoptado por pessoas oriundas de Vagos mas que migraram para outras paragens, não haverá ninguém com este apelido em Vagos.

Daí haver possivelmente várias famílias Vagos sem qualquer relação familiar entreelas, apenas com a coincid~encia de todas elas terem origem numa pessoa oriunda do memso lugar, Vagos.

Com o seu apelido Angeja, passar-se-á possivelmente o mesmo. Alguém oriundo de Angeja terá passado a residir em Aveiro e passado a ser chamado "Angeja" no lugar do seu apelido.

Como referiu, o nome da Vila de "Angeja vem de Ayyeios - palavra grega que se lê Angeios e quer dizer estuário ou lugar onde espraiam as águas".

Agora, quem lhe disse que o estuário é referente às margens junto de Aveiro e não às margens junto de Angeja?

Se quer saber verdadeiramente a origem do seu apelido, deveria estudar genealogicamente e verá que este seu apelido Angeja não durará mais que 6 gerações seguidas. Prepare-se para ter umas desilusões.

A título de curiosidade, poderá consultar a genealogia da família Pinto Basto e verá que o apelido originário da família é Pinto e o Basto foi acrescentado posteriormente.

Peço desculpa por desiludi-lo, mas espero sinceramente que tenha sido mais explícito desta vez.

Cumprimentos

André Varela Remígio
a.v.remigio(arroba)sapo.pt

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#72889 | tonho | 11 set 2004 10:04 | In reply to: #72887

Amigo Remigio,
Não tenho duvidas sobre a origem toponimica de muitos nomes, incluindo o meu, quanto ao seu desaparecimento o futuro o dirá, de qualquer modo, agora, a tendência é para aumentar.

Quando falei em Aveiro, ao falar do Estuário do Vouga, foi simplesmente porque há muita gente que desconhece a evolução da Ria e porque Angeja se encontra no limite do concelho de Aveiro, já no de Albergaria. Por acaso, ainda hoje, considero que o Vouga desagua na Ria de Aveiro, como outros rios de menor dimensão.

Quanto aos Pinto Basto não tenho duvidas sobre o que diz, só ainda não percebi a razão porque eles instalaram cá a fábrica, quando eram donos de uma frota de navios e a nova Barra de Aveiro era, naquele tempo, muito perigosa e mesmo o caulino que cá existe é muito pigmentado improprio para porcelana, acabando por aparecer mais tarde na zona de Ovar.

Quanto á genealogia, como Ílhavo é uma terra de simples povo trabalhador e só cá há 3 casas brasonadas, ela só me vai servindo para a companhar a recolha de dados históricos.

O tempo não dá para tudo e como nos meus tempos livres tenho vários burrinhos, tenho que os ir tocando todos e como hoje, infelizmente, estamos a passar por uma cultura light dirigida para os VOTOS, há poucos voluntários para trabalharem sem contrapartidas, coisa que ainda vou fazendo por simples prazer remando contra a tal cultura LIGHT.

Cumprimentos,

Angeja

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RE: Nomes de familias de Ílhavo no Litoral Português

#197049 | Marcondes | 19 mag 2008 15:23 | In reply to: #71816

Caro António Angeja,

Existe no Brasil uma marca de faiança chamada VIMARGE, da qual nada se sabe. Outro dia foi descoberta uma peça muito semelhante às peças que esta cerâmica faz mas contendo uma marca desconhecida. Esta marca desconhecida contém um brasão com coroa mural igual ao de Ílhavo, porém sem as vieiras e, no lugar delas as letras F S P. e, no lugar do listel, duas palavras que estão borradas não dando para perceber quais seriam.

Poderia Vimarge ser o nome de alguma família de Ílhavo?? Ou seria uma sigla??

A idéia seria que o fundador desta fábrica fosse um emigrante de Ílhavo que colocou o brasão da sua cidade natal em sua fábrica.

Com meus cumprimentos,

Washington Marcondes Ferreira
Campinas SP Brasil

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RE: Nomes de familias de Ílhavo no Litoral Português

#288324 | kk1357 | 01 ott 2011 18:34 | In reply to: #197049

Caro Angega

Meu nome é Marcia Abreu e estou a procurar meus familiares procedentes de S Salvador ,em Ilhavo...O nome do meu assunto no Forum é "Vale Ílhavo. Manuel Simões de Abreu que foi para Brasil c. 1921" ..

Tenho feito varias pesquisas no Forum e , esse Tópico me chamou a atenção ,pois se trata de familias de Ilhavo, então se o confrade puder me orientar agradeceria

Com meus cumprimentos,

Marcia Abreu

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RE: Nomes de familias de Ílhavo no Litoral Português

#288332 | HRC1947 | 01 ott 2011 20:37 | In reply to: #288324

Cara Márcia Guimarães Abreu;


Penso que você fez um bom trabalho de pesquisa.

Agora só nos resta esperar, e que o Snr. Angega , = Autor TONHO = nos responda, pois este Confrade tem muitas

potencialidades em conhecimentos etc.


Boa Sorte, e fico no aguardo aqui no m/ Portugal,mais concretamente na Cidade Lusa-Atenas.


Boa Sorte

Ana Simões

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RE: Nomes de familias de Ílhavo no Litoral Português

#288413 | HRC1947 | 03 ott 2011 09:07 | In reply to: #288332

Confrade ANGEGA;


Saudações Genealógicas;


Se lhe for possível, por favor, dê uma ajuda à n/ compatriota Márcia Gumarães Abreu, brasileira,descendente de Avós

Portugueses, que eram de Vale de ILHAVO.


Ficamos na esperança da n/ mensagem ser atendida....


Os m/ cumprimentos

Ana Simões -- Portugal

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Nomes de familias de Ílhavo no Litoral Português

#435957 | carlosfidalgo | 29 ago 2021 13:24 | In reply to: #71816

Boa tarde a todos.
Pelo que noto este tópico já não apresenta qualquer consideração desde 2004.
Nesse sentido, e tendo em conta a temática discutida, venho divulgar a existência de um trabalho sobre a presença do ílhavos na Pederneira (actual Nazaré).
Trata-se de um trabalho de pesquisa baseado nos registos paroquiais (em particular os óbitos), mas também em alguns estudos genealógicos.
Talvez por isso, não inclua todos os apelidos abaixo descritos, mas inclui todos os que foram encontrados desde 1609 a 1852.
Neste estudo, aparecem os nomes, os locais de naturalidade, locais de passagem e alguns exemplos de famílias que ainda mantém os apelidos dos seus antepassados oriundos da região de Ílhavo.

Aqui fica o link do trabalho, esperando que se possa continuar esta apaixonante temática, posto que, s.m.o., existe ainda muito por esclarecer quando à dimensão da migração dos ílhavos ao longo do litoral, e mesmo para o interior, como Muge, entre outras paragens.

https://pedradoporto.com/autores-nazarenos/

Com os meus mais cordiais cumprimentos

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