Correia Montez Bulhões Menezes/Viseu séc.XVI/XVII

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Correia Montez Bulhões Menezes/Viseu séc.XVI/XVII

#72820 | victorferreira | 10 set 2004 11:47

Caros confrades,

Procuro informações sobre famílias que de alguma forma possam estar relacionadas a esta (s),
- CORREIA MONTEZ DE BULHÕES E MENEZES
a nascer ou a se relacionar com Viseu, o seu termo ou as terras do seu actual distrito (lá casar, ou para lá ir viver, ou lá ir morrer, ou possuir por lá bens, ou ser por lá padrinho de algum sacramento) nos séculos XVI e XVII.

Suspeito que o Montez possa vir de outra zona do país.
Nas suas origens supõe-se que estejam também as famílias "Paiva Homem" e "Nunes da Costa", esta última parece ser de Viseu, mas a primeira de origem desconhecida.


Por último, na sua origem também estará Pero Fernandes de Torres, mestre das obras d'el rei (Filipe III de Espanha). Foi moço de câmara do dito rei e escrivão do contrato das obras antes de mestre, e que esteve aprox. 10 anos às voltas com as obras do Convento de Cristo em Tomar. Não consegui nenhuma informação sobre este personagem sob o ponto de vista das suas origens. Português? Espanhol? De apelido "Fonseca" conforme se depreende do filho herdeiro (e que passou a netos)? Como foi homem que andou por vários sítios do país, será de Tomar? De Torres Vedras ou Torres Novas e o Torres é toponímico? Ou de Torres é alcunha, por ser o homem que as construía ...? Porque não passou aos filhos?

Grato pela colaboração.
Victor Ferreira

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RE: Correia Montez Bulhões Menezes/Viseu séc.XVI/X

#73159 | victorferreira | 15 set 2004 10:02 | In reply to: #72820

Na perspectiva de uma passagem pelo ADV, renovo o pedido de informações sobre famílias de Viseu e arredores com onomástica semelhante ou de alguma forma relacionados com os títulos "Correia Bulhões" e "Montezes de Viseu" na Pedatura Lusitana.

Em particular quanto às origens de um dos seus elementos, Jorge Montez da Fonseca (oo 20/10/1614, +1622, Viseu):
- o pai, Pero Fernandes de Torres (o Mestre das Obras de 1597 a 1616);
- e os (supostos) avós maternos (mãe Izabel Montez da Costa, +1623, Viseu): Marcos de Paiva Homem e Felipa Nunes da Costa.
Cumprimentos
Victor Ferreira

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RE: Correia Montez Bulhões Menezes/Viseu séc.XVI/X

#73214 | victorferreira | 15 set 2004 21:23 | In reply to: #73159

Renovo o pedido.
(agora, na hora das mensagens,
que é para ver se aparece na página de rosto ... ).
Victor Ferreira

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Correia Montez Bulhões Menezes/Viseu séc.XVI/XVII

#116806 | fabioal | 18 apr 2006 16:11 | In reply to: #72820

Olá Victor,

Meu nome é Fábio e moro no Brasil. Podemos dialogar sobre a questão da Família "Correia de Bulhões"? Talvez, possamos chegar a alguma conclusão juntos...

A começar pelos 02 irmãos Antônio e Gabriel "Correia de Bulhões" que passaram ao Brasil.

Resumo: CARTA RÉGIA do rei D. Filipe II ao vice rei de Portugal, marquês de Alenquer, [D. Diogo da Silva e Mendonça], ordenando que se remeta ao Conselho da Fazenda a petição e papéis do proprietário do ofício de Almoxarife da Fazenda Real da capitania de Pernambuco, Gabriel Correia de Bulhões e se tome as informações necessárias para a concessão da licença de renúncia do dito ofício.Anexo: 1 doc.Obs.: m. est. Capitania: Capitania De Pernambuco
Local de Emissão: Pardo Data de Emissão: 1618, fevereiro, 26 Fonte: Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco

Resumo: CARTA RÉGIA (capítulo) do rei [D. Filipe II] ao [conselheiro do Conselho da Fazenda], Luís da Silva, em resposta as consultas a respeito da renúncia de Gabriel Correia de Bulhões do ofício de Almoxarife da Fazenda, e outra acerca dos vereadores e do procurador da Câmara da vila de [Cacto] Verde. Capitania: Capitania De Pernambuco Local de Emissão: Madrid
Data de Emissão: 1618, agosto, 29 Fonte: Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco

(...)

Eu tinha visto um outro Antônio Correia de Bulhões no Rio de Janeiro, por meio dos Anais da Biblioteca Nacional do Brasil - Ouvidor. Assim, portanto, Bacharel em Coimbra, onde deve haver o registro do nome do PAI...

Ora, isso nos trás um grande problema, pois Felipe de Bulhões da Cunha, tentando ao habilitar-se a Ordem de Cristo:

Resumo: REQUERIMENTO (cópia) de Filipe de Bulhões da Cunha ao rei [D. João IV], pedindo dispensa das certidões na elaboração do auto de justificação em que se concede ao suplicante, os serviços prestados pelo seu avô, Antônio de Bulhões, na guerra contra os holandeses. Capitania: Capitania De Pernambuco Local de Emissão: Pernambuco Data de Emissão: post. 1640
Fonte: Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco
(...)

Neste documento, ONDE SE PODE VER O MANUSCRITO "ON LINE", ele cita que ele e sua irmã eram herdeiros universais de seu avô Antônio de Bulhões, por morte de seu outro irmão homônimo Antônio de Bulhões.

Neste outro documento, um bisneto era Senhor do Engenho São João Batista, o que prova as alegações de que tenha herdado o referido Engenho:

Resumo: CONSULTA do Conselho Ultramarino ao rei D. Pedro II, sobre o requerimento de Filipe de Bulhões, morador e proprietário do Engenho São João Batista na freguesia de Jaboatão, pedindo provisão para não servir nas Câmaras da capitania de Pernambuco.Anexo: 1 doc. Capitania: Capitania De Pernambuco Local de Emissão: Lisboa Data de Emissão: 1698, janeiro, 7
Fonte: Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco

Sabemos que Gabriel Correia de Bulhões estava em Pernambuco, pelo que vimos acima. Sabemos que o avô de Felipe de Bulhões da Cunha se chamava Antônio de Bulhões...

Borges afirma que eram irmãos, Gabriel e Antônio Correia de Bulhões, naturais de Viseu, onde Gaio e Alão dizem a mesma coisa, mas o casamento e a residência de Antônio Correia de Bulhões não confere... Se formos ao casamento, na Família Amaral, a coisa piora mais ainda...

Há algo de estranho, pois, pelo requerimento de Felipe de Bulhões a Ordem de Cristo, seu irmão Antônio de Bulhões era falecido... Nada disso se encaixa!

O avô de Felipe de Bulhões, chamado Antônio Correia de Bulhões, casou com Maria Feio ou Maria Ferrão (Castelo Branco) e era irmão de Gabriel Correia de Bulhões. Isso nós sabemos por Borges da Fonseca - Nobiliarquia Pernambucana...

Segundo o depoimento do próprio Felipe de Bulhões e conforme BORGES DA FONSECA, deste Antônio Correia de Bulhões e de seu irmão houve só um único descendente... só existe um único filho ZACARIAS DE BULHÕES (filho do Antônio e pai do Felipe) - Senhor do Engenho São João Batista!!!

Este Zacarias de Bulhões casou com uma filha de Pedro da Cunha de Andrade, gerando os "Bulhões da Cunha"...:))))))

Assim, não haveria como existir este Antônio Correia de Bulhões, Ouvidor, no Rio de Janeiro!!!

Além disso, não existe outro ramo Bulhões em Pernambuco... Ademais, o único neto de nome Antônio de Bulhões morreu jovem na Guerra Holandesa, conforme testemunho do próprio Felipe!!!

Temos um probleminha...:)))))

Gabriel Correia de Bulhões não deixou geração e Antônio Correia de Bulhões deixou filho único Zacarias de Bulhões - Sucessão no Engenho São João Batista.

Deste filho único, nasceram somente 03 filhos, onde apenas Jerônima da Cunha cc Gonçalo Novo de Brito deixaram geração (especificada em Borges da Fonseca), pois Antônio de Bulhões da Cunha morreu jovem e sem geração e Felipe de Bulhões da Cunha não teve sucessão em seu matrimônio.

Isto é o que está nos documentos que citei, com os acréscimos corretíssimos de Borges da Fonseca, este último no tocante à descendência em Pernambuco...:)))))

De onde saiu este Antônio Correia de Bulhões do Rio de Janeiro, ligado a Família "MONTEZ" e "AMARAL"?

Aliás, Alão e Gaio informam que os irmãos ANTÔNIO E GABRIEL CORREIA DE BULHÕES casaram-se com duas irmãs!!! Quem seriam?

Segundo Alão, seguido por Gaio, os dois irmãos Antônio e Gabriel Correia de Bulhões vieram para Pernambuco. Dizem que se casaram com duas irmãs.
Pela Nobiliarquia Pernambucana - Borges da Fonseca, Antônio de Bulhões, patriarca da Família Bulhões de Pernambuco, teria se casado com Maria Feio, filha de Bento Luiz de Figueiroa e Maria Feio, naturais do Porto, recebendo em dote o Engenhos São João Batista na Freguesia de Santo Amaro de Jaboatão.

Apesar de Borges não nos ter ofertado com a descendência completa desta Família, consegui levantar os descendentes pela "Petição ao Hábito de Cristo" de Felipe de Bulhões da Cunha neto de Antônio de Bulhões - Senhor do Engenhos São João Batista. Em terras deste Engenho surge o atual Município de Jaboatão da Muribeca/PE, palco da histórica derrota dos Holandeses.

Até este ponto, tudo está bem definido. No entanto, surge um pequeno problema... Na Relação de Senhores de Engenho de 1608, Diogo de Campos Moreno cita, nesta Freguesia, um NOME de Senhor de Engenho: MARIA FERRÃO, a qual acredito, por exclusão, seja a nossa querida MARIA FEIO.

Assim, surgem duas questões:
1) qual seria a cônjuge correta MARIA FEIO OU MARIA FERRÃO? Em qualquer caso, parece vir dos Castelos Branco!!!????

2) qual seria a outra irmã de MARIA FEIO OU MARIA FERRÃO casada com o outro irmão GABRIEL CORREIA DE BULHÕES?

Aguardo seus comentários...
Abçs
Fábio

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RE: Correia Montez Bulhões Menezes/Viseu séc.XVI/XVII

#116840 | victorferreira | 18 apr 2006 23:28 | In reply to: #116806

Meu caro Fábio,
Você presenteou-me com uma resenha de dados e questões pertinentes sobre este (pelo menos à primeira vista) valente imbróglio.
Não tive tempo para o 'digerir'. Vai ficar para o fim de semana.
Mas só uma ou duas notas breves.
- os Correia de Bulhões davam-se com uns 'Ferrão de Castelo Branco', uma família de Viseu por essa época, pelo que o apelido de Maria Feio/Ferrão podia conter também o Castelo Branco. Uma filha de Helena Correia do Amaral, e portanto sobrinha de António e Gabriel, teve como padrinho um Francisco Ferrão de Castelo Branco;
- Alão diz que os dois irmãos foram para o Brasil, mas não me parece que diga qualquer coisa sobre Pernambuco ou sobre qualquer outra capitania.
Vou ler com mais atenção e devolvo-lhe no fim de semana.
Obrigadop

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Correia Bulhões Ramo no Brasil

#117461 | victorferreira | 27 apr 2006 10:10 | In reply to: #116806

Caro Fábio,
Veja nesta página uma clarificação do "quem é quem" no mundo dos Bulhões e diga-me o que pensa:
(...) na correcção Vol I, p. 453, linha 24, que começa po "Gabriel Correa ..."
Cumprimentos. VF

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RE: Correia Bulhões Ramo no Brasil

#117476 | fabioal | 27 apr 2006 14:26 | In reply to: #117461

Caro Victor,

Não entendi????? Você se refere a página de CORREÇÃO de onde?
Minha Edição do Alão é da Carvalhos de Basto/1997.

"...na correcção Vol I, p. 453, linha 24" de onde?
Abçs
Fábio

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RE: Correia Bulhões Ramo no Brasil

#117532 | victorferreira | 28 apr 2006 09:02 | In reply to: #117476

Do site que lhe indiquei na minha mensagem, que é uma 'errata' ao Ascendências Viseenses, do nosso comum correspondente Abranches de Soveral. Ande com o cursor na página até encontrar a observação a que me refiro, ou faça "Seleccionar tudo">"Localizar">e escreva "Bulhões" ou "Jaboatão", p.ex. e vai ter directamente ao texto.
Cumprimentos. VF.

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RE: Correia Bulhões Ramo no Brasil

#117557 | fabioal | 28 apr 2006 17:03 | In reply to: #117532

Victor,

Exatamente o que o Manuel Abranches de Soveral escreveu nas correções das "Ascendências Visienses".
Vou continuar tentando descobrir com quem casou Gabriel Correia de Bulhões e se houve mais filhos, pois a Nobiliarquia Pernambucana sequer mencionava descendência para ele.
O MAS esteve na Universidade de Coimbra e confirmou a ascendência de Antônio Correia de Bulhões - Ouvidor.
Você chegou a ler os documentos que te indiquei no site do Projeto Resgate de Pernambuco? Os Manuscritos?

Abçs
Fábio

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RE: Correia Bulhões Ramo no Brasil

#117590 | victorferreira | 28 apr 2006 23:22 | In reply to: #117557

A gestão deste site apagou a minha referência ao site do MAS.
Peça por favor o meu endereço ao moderador para que possamos trocar essa informação 'offline'.
Estive no site dos documentos brasileiros. Muito grato pela indicação.
Pena que alguns documentos não estejam reproduzidos de forma a serem legíveis (ou então é a minha ligação que fica aquém do que é necessário ...).
Mas como já lhe disse, ainda não tive tempo para explorar essa 'mina' como ela merece.
Tenho mais alguma informação sobre a continuação e história dessa família, caso esteja interessado. A conexão ainda não está estabelecida mas um ancestral meu é muito provavelmente aparentado desses de que andamos a falar (tem os mesmos apelidos e viveu na mesma época).
Cumprimentos. VF

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Correias Bulhões, os transatlânticos

#117779 | victorferreira | 01 mag 2006 18:30 | In reply to: #116806

Juntando a alguns dados de Alão os seus, os do Manuel Soveral e ainda com outros levantados por mim, mesmo que ainda incompleto, acho que podemos formar o seguinte quadro, onde parece que se encaixam todos, com um grau razoável de plausibilidade:

1 António Correia de Bulhões [I] C.O.C. e Juiz dos Órfãos de Viseu, c.c. Isabel do Amaral, tiveram entre outros;

2.1. Gabriel Coreia de Bulhões c.c. N.? co-herdeira com a sua irmã (esposa do seu cunhado António Correia de Bulhões [II]) do engenho São João Baptista na freguesia de Stº. Amaro de Jaboatão, filha de Bento Luís de Figueiroa e sua mulher D. Maria Feio. Tiveram pelo menos:
2.1.1. António Correia de Bulhões [III], que se matriculou em Coimbra em 1632, fez o bacharelato em 1640 e a formatura em 1641; é ouvidor geral no Rio em 1642, e deve ser o que é referido no primeiro livro do Senado de Olinda em 1648, como C.O.C.;
2.1.2. N.? (filha), acerca de quem GCB, “estante no Brasil” (sic), em dois documentos sucessivos de Outubro e Novembro1649 faz promessas de ofícios de justiça, fazenda ou guerra e de comenda da OC com hábito e pensão, para a pessoa que casar com uma sua filha.

2.2. António Correia de Bulhões [II]. C.O.C., e combatente na guerra contra os Holandeses. Em Junho de 1622 foi padrinho do seu sobrinho, e futuro Juiz dos Órfãos de Viseu, João Correia de Bulhões, filho de sua irmã Helena. C.c N.?, a outra filha de Bento Luís de Figueiroa e sua mulher D. Maria Feio (Soveral dá-a na referida errata como chamando-se igualmente Maria Feio, como a sua mãe). Tiveram:
2.2.1. Zacarias de Bulhões, referido em genealogia publicada na net (“De Andradas por fêmea”) como ‘filho de António de Bulhões, de Viseu”, que casa com D. Jerónima da Cunha, filha do coronel Pedro da Cunha de Andrade e de sua segunda mulher D. Cosma Fróis. Parece ser quem sucedeu no engenho. Tiveram pelo menos:
2.2.1.1. Jerónima da Cunha, c.c. Gonçalo Novo de Brito. Tiveram, pelo menos:
2.2.1.1.1. Capitão Filipe de Bulhões da Cunha
2.2.1.3. António de Bulhões [IV] da Cunha, que parece ter falecido (na guerra com os Holandeses?) ficando seus irmãos na posse do engenho;
2.2.1.3. Filipe de Bulhões da Cunha, casado mas sem descendentes, C.O.C., na petição do qual o confrade Fábio levantou os dados que permitiram esta sugestão de resenha. Sucedeu-lhe no engenho o seu sobrinho homónimo, filho de sua irmã Jerónima.

2.3. Inocêncio Correia [de Bulhões], que é citado em Alão como morto no Brasil sem descendência.

O que acha deste resumo?

'Pontas soltas':
- Há um quinto António Correia de Bulhões [e Vasconcelos] [V] (2.4.5.3), filho do Juíz dos Órfãos João Correia de Bulhões (2.4.5.), o tal de que ACB [II] (o 2.2.) foi padrinho;
- E ainda um sexto António Correia de Bulhões [VI], que a 7.3.1714 recebe um alvará de moradia de moço fidalgo, e no mesmo dia o de fidalgo escudeiro. Não parece ser o [V], que por essa altura já era pároco em Carvalhais, S. Pedro do Sul. Mas pode ser um sobrinho do padre, filho de um seu irmão João (2.4.5.4.);
- Os nomes das irmãs, herdeiras do Engenho. Ainda não li o texto da oferta de cargos e comendas de GCB a pretendentes para a sua filha (2.1.2.). Mas provavelmente constará lá o nome da mãe da jovem, para além do da própria. Na carta de Ouvidor Geral do ACB [III] (2.1.1.), que também ainda não li, também pode constar o nome da mãe (embora menos provável).

Venham daí os seus comentários.
E com os melhores cumprimentos, VF.

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... e mais uns CBs

#117781 | victorferreira | 01 mag 2006 18:49 | In reply to: #116806

Perdão mas precipitei-me. Há mais.
Acrescento:
- onde se lê "2.2.1.3. António de Bulhões [IV] da Cunha", leia-se "2.2.1.2. ...";
- outra 'ponta solta' é o paradeiro do Inocêncio: o que fez, como morreu, ficou de facto sem descendência?
- parece haver mais um documento no AHU sobre GCB, qualquer coisa como um 'pedido de satisfação dos seus serviços feitos no Brasil';
- e mais duas pessoas documentadas com nomes afins, mas quase dois séculos posteriores:
1. um José Correia Rangel de Bulhões, alferes, que pede mercê da Ordem de Cristo (cerca de 1830);
2. e um João António Correia de Bulhões, tenente-coronel, que cerca de 1827 pede mercê 'da insígnia' de C.O.C.
Qual o parentesco destes últimos com os anteriores? Já ouviu falar deles?

Novamente cumprimentos, VF

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Fábio p/ Vitor - Correias Bulhões

#117801 | fabioal | 01 mag 2006 20:41 | In reply to: #117779

Victor,

Apenas algumas considerações:

1) Pedro da Cunha de Andrade cc 1º Ana de Holanda cc 2º Cosma Fróes - SubTítulo "Andrades da Ilha da Madeira" - Felgueiras Gaio;

2) na Relação de Senhores de Engenhos de Pernambuco no Livro que dá Razão do Estado do Brasil - Diogo de Campos Moreno - de 1608 - encontramos nesta Freguesia de Santo Amaro de Jaboatão o nome de MARIA FERRÃO (uma possível CASTELO BRANCO);

Talvez, na verdade, o nome da esposa de Bento Luiz de Figueiroa seja Maria Ferrão. Ela faleceu após esta data de 1608, onde deveria, nesta data, ser ainda Senhora do referido Engenho.

Em 1623, Relação de Senhores de Engenho de José Israel da Costa, o engenho aparece na propriedade de Antônio de Bulhões cc Maria Feio, avô do Felipe de Bulhões da Cunha e pai de Zacarias de Bulhões - sem problemas daqui para frente, pois está tudo correto.

3) nas Denunciações/Confissões de Pernambuco - 1593 a 1595 - aparece com Senhor do Engenho de Santo Amaro um BELCHIOR LUÍS, que depoentes apontam ser filho de um sombreiro de Lisboa.

Levando em conta possíveis erros de paleografia no translado dos respectivos documentos, poderíamos ter uma abreviação:

Bo. = Bento = Belchior
Fo. = Ferrão = Feio

Como não tenho acesso aos originais, fico na dúvida!!!

Borges da Fonseca - Nobiliarquia Pernambucana - afirma que era Bento Luiz de Figueiroa e Maria Feio, onde tiveram:
F1) Gonçalo Feio cc Macia de Lemos;
F2) Maria Feio cc Antônio de Bulhões, filho de Antônio Correia de Bulhões;

Por Pereira da Costa, sabemos:

"...o Engenho moeu pela primeira vez em 3 de outubro de 1587. Gaspar Alves de Pugas, porém, ficou com uma sorte de terras com 2.400 braçasde extensão sôbre 600 de largura, na qual tinha levantado o engenho S. João Batista, que trabalhara já era 1575, cuja propriedade vendeu a Pedro Dias da Fonseca, em1584, e depois êste a Bento Luis de Figueiroa e sua mulher d. Maria Feio, por escritura pública lavrada em 4 de maio de 1593. Casando-se uma filha de Bento Luís, de nome d. Maria Feio, com Antônio de Bulhões, receberam êstes em dote o referido engenho S. João Batista, o qual permanecendo por muitos anos em poder da família Bulhões, veio a tomar esta denominação, que ainda hoje conserva. Antônio de Bulhões era natural da cidade de Viseu, em Portugal, cavalheiro da Ordem de Cristo, (e ainda vivia em 1648 ? - um homônimo!), porquanto do primeiro livro das vereações da Câmara do Senado de Olinda, constava que em dezembro daquele ano fôra ele um dos eleitores para o pelouro que se fez em 30 do referido mês. Sua mulher, porém, nascera em Olinda, de cujo consórcio, entre outros filhos (Borges diz que não houve - ?), nasceu Zacarias de Bulhões, que se casou com Jerônima da Cunha, filha do coronel Pedro da Cunha de Andrade e de sua segunda consorte, d. Cosma Fróis, e sucedeu a seus pais na propriedade do engenhoS. João Batista."
Fonte: Anais Pernambucanos - Pereira da Costa

Pelos dados de Pereira da Costa, Bento (ou Belchior?) Luiz de Figueiroa faleceu antes de 1608, onde a viúva Maria Feio teria feito Testamento, nos seguintes termos:

Pagina 139 do volume 2 do ano 1598
"Neste ano foi criada a paróquia de Santo Amaro de Jaboatão, pelo bispo do Brasil D. Fr. Antônio Barreiros, como consta do seu respectivo arquivo. A fundação da sua igreja matriz veio, naturalmente, dessa época, unia vez que, Bento Luis de Figueiroa, senhor do engenho S. João Batista, depois Bulhões, que doou o terreno necessário para a construção do templo, concorrendo para este fim com avultados donativos, e tendo feito mesmo o seu competente patrimônio canônico, já não existia em 1609, quando a 12 de novembro faleceu a sua viúva D. Maria Feio, e foi sepultada na capela-mor da igreja matriz de Santo Amaro, que, assim, vinha a sua fundação de época anterior. Sobre a sua sepultura prescreve o seguinte a referida D. Maria Feio no seu testamento, aberto no dia do seu falecimento: "Declaro que quando Deus me levarpara si, meu corpo seja enterrado na capela do bem-aventurado Santo Amaro matriz desta freguesia em sepultura onde outrem não fosse enterrado, porque sem misturade outros ossos, se possam os meus trasladar à sepultura que temos no convento de São Francisco da Vila do Recife onde está enterrado Bento Luis de Figueiroa que Deus tem, e êste lugar que elejo na capela maior de Santo Amaro se me deve dar com boavontade, por nós sermos os doadores da terra em que se fez a dita igreja, e pelo que nela temos despendido o dito meu marido e eu; pela qual cova e sepultura deixo sedêem quatro mil réis de esmola para a fábrica da dita matriz que os meus testameneiros pagarão do melhor da minha fazenda que deixo".
Fonte: Anais Pernambucanos - Pereira da Costa


Assim, supondo que estas informações sejam válidas e combinando-as com Alão, a esposa de Gabriel Correia de Bulhões também seria filha deste casal, pois eram dois irmãos casados com duas irmãs.

No entanto, incomoda-me muito aparecer uma MARIA FERRÃO em lugar de MARIA FEIO na Relação de Senhores de Engenho de 1608 de Diogo de Campos Moreno - "Livro que Dá Razão do Estado do Brasil" nesta Freguesia de Santo Amaro de Jaboatão.

Pode ser que o Engenho em si tivesse sido vendido a terceiros... e esteja na propriedade de outra pessoa..., mas como poderá ser do Antônio de Bulhões pelo casamento? Teria que ter vindo da viúva, aliás única mulher citada na Relação neste Distrito de Santo Amaro de Jaboatão!!!

Posso imaginar que Borges da Fonseca - Nobiliarquia Pernambucana, na verdade, não soubesse o nome da esposa de Bento Luiz de Figueiroa e imaginou ser o mesmo da filha, Maria Feio cc Antônio de Bulhões. No entanto, acho que era MARIA FERRÃO (Castelo Branco)...?????

Ambrosio de Siqueria - Livro de Receitas e Despesas do Brasil de 1605
"No ditto ano de 1586 foi criada a VIGAIRARIA de Santo Amaro, que é 04 léguas desta Vila; vende o Vigário dela 35$ e o tesoureiro 5$."

Assim, já existia uma Igreja de Santo Amaro desde 1586. Aliás, fato que se harmoniza com as informações da Inquisição de 1593 a 1595.

Segundo um depoente, morador antigo, o Engenho de Santo Amaro pertencia a um certo BELCHIOR LUÍS, em 1587, onde, talvez, o paleográfo do Livro da Inquisição tenha acertado ou errado no prenome, pois vimos que pode ser BENTO LUÍS (DE FIGUEIROA).

Bom, de qualquer maneira, a IGREJA DE SANTO AMARO JÁ EXISTIA na época da Inquisição. Assim, esta doação deve ter ocorrido bem antes do que diz Pereira da Costa, pois fez uma inferência para a data da doação.

Existiam, pelos Mapa de Vingboons, do início da Guerra Holandesas, dois Engenhos muito próximos: ENGENHO DE SANTO AMARO e o ENGENHO SÃO JOÃO BATISTA.

Pereira da Costa faz alusão a uma mudança de sentido no povoamento para justificar a Igreja Matriz ser em Santo Amaro. Ora, a IGREJA MATRIZ DE SANTO AMARO já existia em 1587...

Assim, a formação da Vila de Santo Amaro de Jaboatão não tem origem no Engenho São João Batista, mas sim no próprio Engenho Santo Amaro, o qual pertencia ao tal BELCHIOR LUÍS em 1587.

Nos Livros da Inquisição, não se faz menção ao Engenho São João Batista, mas, como vimos, ele existiu também e ficava bem próximo do Engenho Santo Amaro.

Segundo o depoente, este Belchior Luís = Bº Luís = Bento Luís (?), já falecido na Inquisição, se dizia ser filho de um SOMBREIRO DE LISBOA.

Abçs
Fábio

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Gabriel, "homem dos sete instrumentos"

#137277 | victorferreira | 14 dic 2006 20:43 | In reply to: #116806

Caro Fábio,
Não sei se já conhecia, mas veja esta pequena jóia de história que me veio cair nas mãos:

20 de Outubro de 1649
OC L 40, fls 318 e 318vº

// Gavriel de bulhões (apostila?)
de promessa de v.te mil reis

1 El Rei como governador e perpétuo administrador que sou do mestra-
2 do cavalaria e ordem de nosso senhor Jesus Cristo faço saber que tendo Resptº aos
3 serviços de gavriel de Bulhões estante no Brasil e filho de António Correia fei-
4 tos naquele estado por espaço de trinta e seis anos ate o de quarenta e sin-
5 co asi no exercício do cargo de feitor e almoxarife da fazenda Real de que
6 foi proprietário onze anos pernãobuco fizerão digo como nos apres-
7 tos das armadas que por vezes subirão daquelle porto por jornadas que se fizerão
8 ao sertão e no carguo de pagador geral do exército e adayal da mesma
9 capitania e enquanto agente delle e o governador das armas mathias de
10 albuquerque se não retirarão pª a banda do Sul depois de os enemigos
11 se apoderarem da campanha assestir a tudo o que se ofereceu com a (prª) cria-
12 dos escravos com grande dispêndio de sua fazenda até de todo perder
13 a muita que possuía por não ficar com os olandeses e passandose com sua
14 família à bahia de todos os santos adonde o governador o ocupou
15 no cargo de provedor mor das fazendas de sua Mgtade e dos defuntos e ausen-
16 tes dando delle e dos grandes recebimentos de muita quantia de mil cruza-
17 dos que entraram em suas mãos geral satisfação e na ocasião em que
18 o conde de nasau com poderosa armada no ano seiscentos e trinta e oito
19 foi sitiar a cidade do salvador lhe deu uma bala de artelharia em casa
20 que o tratou muito mal e contudo por meio de sua boa desposição e conselho e pela
21 larga experiência que tinha de cousas da guerra se lhe atribuiu muita
22 parte do bom sucesso que as armas portuguesas então tiveram resistin-
23 do ao inimigo de maneira que com perda considerável a obrigaram a retirar
24 hei por bem de lhe mandar fazer mercê de promessa de vinte mil rs de pensão em uma
25 das com.das que se houver de pensionar da ordem de Xto para os ter com o hábito
26 della a pessoa que casar com huma de suas filhas nomea-
27 da por elle e pª cazamento de outra hum (?) de ofício de justiça fazenda ou guerra
28 que caiba na qualidade da pessoa com quem cazar e para sua guarda e mi-
29 nha lembrança lhe mandei passar a presente a(postila) que lhe farei inteiramente
30 cumprir e guardar como se nelle contém pelo que toca somente a pensão
31 em comenda e hábito de Cristo e valerá como carta posto q seu efeito
32 haja de durar mais de um ano sem embargo de qualquer provisão
33 ou regimento em contrário e (?) sendo passado pela chancelaria da ordem nico-
34 lau de carvalho o fez em Lxª aos vinte de Outubro de seiscentos e quaren-
35 ta e nove anos Mel prª de Castro o fiz escrever Rey //

- se dúvidas houvesse quanto à identidade, têm resposta na filiação referida logo no princípio;
- fica-se ainda sem saber quem eram as filhas, mas pelo menos sabe-se que eram duas.
- e fica-se (pelo menos eu fico) a conhecer o papel insuspeitado do nosso Gabriel nas guerras contra os holandeses, em Pernambuco e na Bahia (com tantas casas onde acertar e logo o balázio havia de calhar na dele ...) afora todas as outras actividades aqui tão minuciosamente citadas. Um homem de facto notável.
Cumprimentos e um Santo Natal, para si e para os seus.
VF

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RE: Fábio p/ Vitor - Correias Bulhões

#222201 | Alexsandro79 | 26 feb 2009 12:56 | In reply to: #117801

Sou descendente de Antônio Paes de Bulhões, filho de Manoel Vieira da Costa e Maria Paes de bulhões. Esses Bulhões seriam os mesmos do debate de agora?

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