Priorado de Sião

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Priorado de Sião

#73611 | zea | 22 set 2004 11:58

Caros confrades,
Sem querer vir aqui discutir ficção e romance policial, digam-se só se alguém já tinha ouvido falar no tal Priorado de Sião? Existiu a partir de 1090 ou foi invenção de um fantasioso em 1956? As declarações feitas pela Opus Dei negam terminantemente a sua existência desde a Idade Média.
Insiro aqui esta pergunta, dado que se trata fundamentalmente do tema genealogia ,mas deixo bem clara a minha opinião sobre o livro Código da Vinci. Acho-o comercial e sem escrúpulos, não chegando aos calcanhares da Agatha Christie e ficando a quilómetros de distância de Umberto Eco. Porém, capaz de nos entreter do príncipio ao fim.
Cumprimentos a todos.
Maria José

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RE: Priorado de Sião

#73613 | Luís_MCS_Froes | 22 set 2004 12:06 | In reply to: #73611

Caríssima Maria José,

Ora nem mais!
Já li o livro e também acho que, devido a um enredo bem construído, o livro se torna viciante.
Mas é preciso não esquecer a mensagem que comporta, uma mensagem de ataque à Igreja Católica, no geral, e à Opus Dei, no particular.
Está repleto de incoerências, de falsidades e de fantasias.
A crer no que diz, também eu sou descendente de Jesus Cristo! (lol lol lol)

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73614 | Luís_MCS_Froes | 22 set 2004 12:08 | In reply to: #73611

Aliás, devo dizer que o livro é praticamente uma cópia de um outro livro, "O Sangue de Cristo e o Santo Graal", mais antigo e que também já tive a oportunidade de ler.

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RE: Priorado de Sião

#73620 | coelho | 22 set 2004 13:39 | In reply to: #73611

Caros confrades,

também li "O Código Da Vinci" e, ficando espantado e incredulo relativamente a muito do que lá se diz, li em seguida o "O Codigo Da Vinci Descodificado".

Realmente, a história está bem construida, mas a História está muito mal tratada. Em matéria de rigor histórico, fica a anos-luz dos romances de Umberto Eco.

O "Código Da Vinci Descodificado" também não é grande coisa, mas já dá para perceber o quão pantanosa é a temática.

Tenho a mesma dúvida que a Maria José, mas realmente inclino-me a pensar que o Priorado de Sião é fantasia, já que não vejo qualquer credibilidade nos tais "dossiês secretos" ...

Cumprimentos,
Coelho

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RE: Rennes-le-Château e o Priorado de Sião

#73621 | camisao65 | 22 set 2004 13:43 | In reply to: #73614

Caro Luis Froes,


Compilado de um trabalho de Bernardo Sanchez da Motta, que podem ver na totalidade em bmottapontoplanetaclixpontopt

"Rennes-le-Château e o Priorado de Sião

O MISTÉRIO DE RENNES-LE-CHÂTEAU



No primeiro dia de Julho de 1885 uma pequena aldeia no sul de França recebeu um novo pároco. Essa aldeia, situada na região do Languedoc, logo acima dos Pirinéus, chama-se Rennes-le-Château. O novo pároco, François-Bérenger Saunière era nessa altura jovem, com 33 anos, e aparentemente desadequado para uma paróquia tão despovoada e inerte como esta. Pode-se observar um mapa desta região do sul de França para se localizar Rennes-le-Château. A aldeia fica no topo da serra, a quarenta quilómetros da cidade medieval de Carcassonne.
Tendo concluído o seminário, foi ainda padre em Alet e Le Clat antes de ser mandado para Rennes-le-Château. Naquela altura haveria 298 pessoas na aldeia e aparentemente era um local de exílio para uma pessoa da sua idade, que possivelmente ambicionava uma vida mais cosmopolita e mas activa. Havia contudo o conforto de estar perto da sua aldeia natal, Montazels, e portanto não se sentiria tão isolado. Além disso, a mudança era uma melhoria na sua condição, pois no seu cargo anterior, em Le Clat, estivera em pior situação: isolado não só geograficamente mas também culturalmente, pois a aldeia dedicava-se na totalidade à criação do carneiro. Rennes-le-Château, pelo contrário, era uma aldeia com um passado importante.
Pouco tempo após a sua chegada, a 4 de Outubro de 1885, antes das eleições, Saunière proclamou um discurso fortemente monárquico, o que desagradou a hierarquia eclesiástica, que lhe retirou o salário. Devido à sua forte atitude antirepublicana, foi mandado pelo bispo de Carcassonne como professor para o seminário de Narbonne, de 1 de Dezembro de 1885 a Julho de 1886. Quando regressou, teve que viver durante uns tempos da bondade dos habitantes da aldeia, e porque não podia habitar no presbitério devido ao seu estado de degradação teve que alugar um quarto a uma arrendatária de nome Alexandrine Dénarnaud. Uma vez obtido o perdão dos seus superiores, Saunière recuperou o seu salário, e entre 1885 e 1891 terá recebido perto de 900 francos por ano, que não dando para fazer fortuna era com certeza superior ao que seria de esperar do salário de um pároco rural em finais do século XIX. Tendo em consideração que ele muito possivelmente beneficiaria de ajudas e contribuições dos habitantes da aldeia, deveria viver sem grandes preocupações. Nestes primeiros tempos empregou como criada e governanta uma rapariga nova, Marie Dénarnaud, que era filha da sua arrendatária Alexandrine Dénarnaud.
Perto de Rennes-le-Château estava a paróquia de Rennes-le-Bains, da qual era padre Henri Boudet. Saunière e Boudet viriam a ser grandes amigos, e visitavam-se com frequência. Pouco depois da sua chegada à aldeia, Saunière interessou-se pela ideia de restaurar a igreja da paróquia, consagrada a Sta. Maria Madalena em 1059. Este edifício remontava ao tempo dos Carolíngios (século VIII ou IX), e fora construída sobre as fundações de uma estrutura visigótica ainda mais antiga, datada do séc. VI. É fácil imaginar o estado em que estaria esta igreja e também se compreende a urgência que Saunière teria em recuperá-la. Boudet poderá ter encorajado Saunière a iniciar a restauração do edifício em 1891, estimando-se o investimento necessário para as reparações urgentes na casa dos 2800 francos em moeda da altura. Diz-se que Boudet não só encorajou como também financiou a reconstrução da igreja. Talvez seja mais provável que Boudet tenha ajudado a arranjar patrocinadores para a reconstrução.
Em 1886, ainda sem salário, Saunière começou a tarefa de reconstrução, investindo ele próprio 518 francos que somou a fundos municipais. Não se sabe qual a origem dessa quantia, tendo Saunière admitido que a tinha retirado de uma dádiva da condessa de Chambord, a mulher austríaca de Henri, conde de Chambord, pretendente ao trono de França pelo ramo Bourbon. O conde de Chambord era neto do rei Carlos X (irmão de Luís XVI, que foi decapitado durante a Revolução Francesa em 1793). Saunière já se havia demonstrado politicamente a favor dos Bourbons quando discursou a 4 de Outubro de 1885, fazendo talvez sentido que ele afirmasse ser a condessa de Chambord a benfeitora. Esta dádiva figura em cartas justificativas que Saunière apresentaria muitos anos mais tarde a uma Comissão de Inquérito encarregada de tirar a limpo a sua contabilidade. Não há provas concretas desta doação e não se entende à partida por que razão estaria a condessa interessada em patrocinar a obra do padre. Outra versão mais convincente estabelece que o padre anterior a Saunière na paróquia de Rennes-le-Château tinha guardado um pequeno depósito monetário proveniente de uma doação de uma paroquiana. Saunière poderá ter usado este dinheiro, que não foi gasto pelo seu antecessor.

Os PERGAMINHOS

Na igreja, começou por efectuar apenas as alterações essenciais. Durante estes primeiros trabalhos, decorridos por volta de 1886-87, Saunière tentou remover o altar-mor da igreja, peça composta por uma pedra que descansava sobre dois pilares. Segundo se diz, um estava em bruto e o outro esculpido.
O pilar esculpido encontra-se hoje em dia no museu da Associação Terre de Rhedae, localizado ao lado da igreja. Existe também uma reprodução colocada no exterior, debaixo de uma estátua da Virgem Maria de Lourdes. Diz-se que após a remoção da pedra, Saunière deparou-se com uma situação intrigante: a coluna esculpida era oca e ocultava quatro pergaminhos guardados em tubos de madeira selados. Outra versão desta descoberta diz que os pergaminhos estavam numa espécie de garrafa dentro de um balaústre de madeira e não no pilar do altar. Diz-se também que no outro pilar, o que não estava esculpido, ele encontrou alguns ossos, provavelmente relíquias de santos. Estes últimos detalhes sobre os pilares têm que ser falsos, uma vez que o pilar que sobreviveu até hoje é maciço e não há razão para supor que o outro não o fosse. Em relação ao pilar que se diz que estava em estado bruto, pouco ou nada pode ser confirmado visto que o seu paradeiro é desconhecido. Ao que parece a versão do balaústre de madeira é a mais correcta, porque este ainda existe (encontra-se no museu da Associação Terre de Rhedae) e possui uma cavidade oculta à qual se podia aceder fazendo deslizar uma tampa.
Apesar de toda a polémica sobre este assunto ter sido aumentada por causa da hipotética descoberta destes não menos hipotéticos documentos, a verdade é que simplesmente não há nada de credível que suporte esta descoberta. Muitos livros e artigos foram escritos com base na existência dos ditos documentos e há bastantes teorias (pouco sólidas) sobre eles. O que existe hoje em dia é uma cópia de dois textos, que se diz fazerem parte do grupo dos quatro pergaminhos, mas tudo aponta para que sejam apenas o resultado de uma farsa que teve um sucesso incrível, para além das expectativas dos seus criadores. O número e conteúdo dos pergaminhos continua a ser um assunto controverso. Uma análise cuidada deste assunto pode ser lida na página respectiva.
Durante estes primeiros trabalhos de restauração da igreja de Sta. Maria Madalena, Saunière levantou um bloco de pedra que estava colocado com a face para baixo em frente ao altar, recorrendo à ajuda de dois trabalhadores. Estes teriam notado imediatamente que se tratava de uma sepultura. Segundo a tradição oral da aldeia, Saunière mandou-os imediatamente embora, exigindo não ser perturbado e proibindo a entrada de quem quer que fosse na igreja. Nesse dia terá trabalhado até tarde, e mesmo noite a dentro, no interior da igreja. Teria comunicado pouco tempo depois a descoberta aos seus superiores imediatos, ao seu amigo Henri Boudet e ao padre Gélis, da freguesia vizinha de Coustaussa. Não se sabe ao certo o que estaria debaixo do bloco, que terá sido esculpido no século VII ou VIII, mas provavelmente cobria uma câmara funerária que continha esqueletos. É perfeitamente possível que ocultasse uma câmara com restos mortais e até pequenos tesouros de antigos senhores da região. De facto, Saunière ofereceu a alguns amigos moedas de ouro, um cálice e até jóias visigóticas! Contudo, isto não será sinal da posse de uma grande fortuna. Devido aos trabalhos de restauração, ele poderá ter posto a descoberto alguns destes pequenos tesouros. Este bloco de pedra, conhecido como "la Dalle des Chevaliers", ou seja, "a Laje dos Cavaleiros", está agora no museu da Associação Terre de Rhedae.

A "MISSÃO" DE SAUNIÈRE

Em 1891, quatro anos depois da remoção do altar-mor da igreja, decidiu aproveitar o pilar esculpido e colocou-o no exterior, debaixo de uma estátua da Virgem de Lourdes. Ao fazê-lo, mandou gravar uma inscrição que ainda hoje é suficientemente legível: "Mission 1891". A razão desta inscrição pode ser a seguinte: a 21 de Junho de 1891 ele inaugurou a estátua da virgem de Lourdes na ocasião da comunhão de 24 crianças da aldeia, cerimónia que teve a participação do missionário diocesano Ferrafiat. Assim estaria explicada a referência a "Mission" e ao ano "1891", que seria o corrente. Por outro lado, há quem veja esta inscrição como um marco deixado por Saunière para a posteridade, assinalando o ano de 1891 como o ano do início da sua "missão". Que missão seria esta? Não se sabe, mas estará certamente relacionada com as várias vagas de restaurações e construções que Saunière empreendeu em Rennes-le-Château.
Ao criar o conjunto da estátua e pilar, Saunière encomendou ainda algumas peças de pedra para completar o altar da Virgem. Uma destas peças, que está ainda hoje localizada sobre a reprodução do pilar e debaixo da estátua, tem a seguinte inscrição: "Pénitence! Pénitence!". Estas palavras poderão ser compreendidas se tivermos em conta que Saunière viveu num período repleto de revelações e visões. A alusão a "penitência" poderá estar relacionada com a aparição da Virgem em Lourdes. A Virgem Maria terá pronunciado as seguintes palavras: "Baisez la terre en pénitence pour les pécheurs" ("Beijai a terra em penitência pelos pecadores"). Devido ao facto da inscrição estar gravada na pedra colocada abaixo da estátua da Virgem de Lourdes, poderá parecer evidente que esteja relacionada com esta aparição, mas há que ter em conta outra que também gerou o fervor popular: outra aparição da Virgem levantou a paixão popular, em 1846, em La Salette, Grenoble. Esta visão, mais tarde desmistificada pela Igreja, foi muito respeitada e venerada pelos Integralistas, apoiantes da restauração monárquica. Saunière, lembre-se, era um deles.
A reprodução da coluna esculpida foi encomendada pela Associação Terre de Rhedae para substituir o pilar original, que se encontrava no exterior da Igreja desde o tempo de Saunière. A reprodução ajusta-se fielmente ao conjunto coluna e estátua concebido por Saunière.
O mistério
A vida de Saunière mudou radicalmente em 1891, o mesmo ano da inscrição "Mission" no pilar. Alguns autores têm situado neste ano importante a hipotética descoberta dos pergaminhos. Antes de prosseguir, nunca é demais lembrar que este texto introdutório é composto por uma série de relatos, na sua maioria deturpados, que na totalidade praticamente não fornecem factos concretos e verificáveis. Assim, o que aqui se apresenta é apenas o relato tradicional. Se se preferir, esta introdução consiste na mitologia moderna que surgiu em torno de Rennes-le-Château e da vida do seu padre mais polémico.
Diz-se que foi neste ano que os pergaminhos foram descobertos. Ora algo tem que estar mal contado, quando é facto comprovado que o novo altar foi colocado em 1887, e se diz que os pergaminhos surgiram durante as obras de remoção do altar velho. O mais certo é que algo foi descoberto durante as primeiras obras (1886-1887), não necessariamente os pergaminhos, e que a mudança na vida de Saunière, visível através das suas obras e de actos tão marcantes como a gravação da inscrição no pilar, tenha provocado a associação fácil do ano de 1891 à descoberta na igreja.
Seguindo novamente os típicos rumores, diz-se que quando o achado chegou ao conhecimento geral, o presidente da câmara local exigiu que o padre lhe entregasse os pergaminhos. Saunière terá recusado terminantemente entregar o que ele tinha encontrado antes de uma cuidadosa tradução por parte da Igreja. Concordou contudo em entregar-lhe cópias dos documentos. Seja como for, estas hipotéticas cópias teriam uma vida curta, pois na primeira década deste século um incêndio devastou a câmara municipal, levando consigo todo o arquivo. Saunière divulgou oficialmente a descoberta apenas ao bispo seu superior, o bispo de Carcassonne, Félix-Arsène Billard. Pouco tempo depois, assim que o bispo tomou conhecimento dos factos, Saunière terá sido mandado para Paris, despesas pagas pelo bispo, com a ordem de se apresentar a algumas autoridades da igreja levando consigo os pergaminhos.
Esta viagem a Paris dificilmente poderá ter ocorrido. Saunière anotava tudo no seu diário e parece certo que ele não terá saído da região durante a maioria da sua vida. Nem a viagem nem a sua razão de ser (levar os pergaminhos a autoridades da Igreja em Paris) estão provadas. Diz-se que de entre as autoridades eclesiásticas que o receberam destacava-se o abade Bueil, que dirigia naquela altura o seminário Saint-Sulpice em Paris, e o seu sobrinho Emile Hoffet, que com pouco mais que vinte anos já tinha construído uma reputação intelectual e cultural impressionante para a sua idade, contando-se entre os seus estudos a linguística, a paleografia e a criptografia. Mostrando-se interessado em ingressar na vida religiosa, diz-se que Hoffet dava-se igualmente com grupos esotéricos e conhecia bem o meio das sociedades dedicadas ao oculto, que eram abundantes naquela altura. Através destes conhecimentos, Saunière terá sido introduzido de chofre num meio cultural onde se encontravam escritores como Stéphane Mallarmé e o compositor Claude Debussy, por exemplo. Conheceu também Emma Calvé, personagem pouco conhecida hoje em dia, mas que no final do século passado era uma diva famosa como Maria Callas. Emma Calvé pertencia a esta cultura esotérica e estava envolvida com vários ocultistas influentes.
Diz-se então que saunière terá passado várias semanas em Paris, devido à calorosa recepção de que terá sido alvo por parte do círculo de amigos de Hoffet. O resultado dos hipotéticos encontros com os seus superiores eclesiásticos é um mistério. Há rumores de que Saunière se tornou amante de Emma Calvé, que se dizia estar "obcecada" pelo padre. Diz-se que eles mantiveram uma grande amizade por muito tempo, e que a cantora o ia visitar frequemente a Rennes-le-Château. Saunière ter-lhe-ia oferecido o segundo pilar que sustinha o velho altar-mor para a cantora colocar no seu castelo de Cabrières. Nada disto está comprovado, e a relação entre os dois não possui provas incontestáveis.
Durante a sua hipotética estadia em Paris, Saunière teria visitado o Louvre e adquirido cópias de três obras de arte. Uma delas seria um retrato do papa Celestino V de autor desconhecido. As mais significativas seriam as cópias de um quadro de David Teniers (não se sabe se do pai se do filho) e de um quadro, este o mais famoso, de Nicolas Poussin, Les Bergers d'Arcadie ("Os pastores da Arcádia"). A ligação de Poussin com o mistério de Rennes é relativamente frágil, mas interessante de investigar. Até há bem pouco tempo, perto de Rennes-le-Château, em Arques, existia uma sepultura igual à pintada por Poussin. A sepultura era local de atracção de numerosos investigadores por conta própria, que com a intenção de se aproximarem mais da estrutura, invadiam propriedade alheia. O dono dos terrenos decidiu pôr fim à persistente entrada de desconhecidos tomando uma medida drástica: a destruição da sepultura. Este assunto será explorado num capítulo apresentado mais adiante.
Outro facto difícil de explicar é o da profanação do sepulcro de Marie de Négri-d'Ables, mulher do marquês de Hautpoul de Blanchefort. Saunière terá remexido esta sepultura aquando das obras que mandou efectuar no cemitério. Este sepulcro, que estava localizado no cemitério de Rennes, junto à igreja, tinha sido desenhado e construído um século antes pelo padre Antoine Bigou, o mesmo que se diz ter sido o autor de dois dos pergaminhos atrás mencionados. Na pedra sepulcral, Bigou mandou gravar uma inscrição aparentemente normal, apesar de conter erros de soletração e de espaçamento, mas que curiosamente constitui um anagrama perfeito para a descodificação do segundo texto que se diz que Saunière descobriu. Não se sabe se Bigou é responsável pelos erros na inscrição ou se eles foram introduzidos por outra pessoa. Muito possivelmente, os erros poderiam ter sido feitos pelo artesão que gravou a inscrição, visto que naqueles tempos eram quase todos analfabetos, tendo-se aceitado a pedra com os erros devido ao custo considerável da encomenda. Esta explicação, sendo a mais simples, poderá mais facilmente corresponder à verdade. A população diz que Saunière profanou a pedra, rasurando a inscrição de modo a dificultar a sua leitura. Contudo, o texto sobreviveu graças a um trabalho histórico e arqueológico anterior a Saunière, onde a pedra aparece catalogada e desenhada.
Com a ajuda de Marie Dénarnaud, a sua governanta, empreendeu longos passeios pelos arredores da aldeia recolhendo e coleccionando pedras aparentemente sem interesse ou valor. Usou grande parte dessas pedras na construção de uma pequena gruta no jardim da igreja. Dedicava-se também, com a ajuda da sua governanta, a escavar o cemitério e os arredores, possivelmente em busca de sepulturas senhoriais.
Alguns anos depois do início das obras de recuperação, Saunière deu início à sua dedicação à filatelia e à troca de cartas. Correspondeu-se com frequência com desconhecidos não só em França mas na Alemanha, Suíça, Itália, Áustria e Espanha. Acumulou selos sem valor e efectuou estranhas transacções monetárias com vários bancos. Diz-se que Saunière terá recebido uma visita de um representante de um banco que teria ido à aldeia só com o objectivo de tratar de negócios com ele. As despesas de Saunière estavam a avolumar-se e só em correio já gastava muito mais que aquilo que um salário de padre poderia permitir. No ano de 1896, os seus gastos tinham subido de escala e nunca parariam de aumentar até à última década da sua vida. Contudo, não se deve pensar que o padre gastou tudo em seu proveito. Foi ele que empreendeu a construção de uma estrada decente, que liga Rennes-le-Château à rede viária da região, tendo também introduzido "confortos modernos" para a altura como a água corrente. Realizou também despesas mais extravagantes como a construção da Torre Magdala, com vista para a montanha.
Saunière construiu também uma casa de três pisos, de luxo fora do comum para a bolsa de um padre, à qual chamou Villa Béthanie, onde ele nunca viveu, que era usada principalmente para receber convidados. O propósito desta obra, segundo Saunière, era a de proporcionar uma casa de retiro para os padres reformados da região. Os factos mais estranhos encontram-se porém relacionados com a restauração e redecoração da igreja. No pórtico da entrada foi colocada a seguinte inscrição:

TERRIBILIS EST LOCUS ISTE

tradução é simples: "Este lugar é terrível". A frase parece estranha e desadequada para uma igreja, mas possui um significado simples baseado num episódio do Antigo Testamento. Porém, uma série de entusiastas do misterioso apressaram-se a ver nesta frase algo de demoníaco. No interior da igreja, a decoração é fora do comum: ao entrar, o visitante é surpreendido pela estátua do demónio Asmodeu, o guardião dos tesouros escondidos (uma antiga lenda judaica atribui-lhe a construção do Templo de Salomão). Uma divisão secreta foi adicionada à sacristia e Saunière encheu a igreja de esculturas e vitrais. Nas paredes da igreja, mandou colocar as várias estações da Via Sacra (as estações da Via Sacra representam os vários momentos da paixão e morte de Cristo). Practicamente todas as estátuas e baixos-relevos provêm da casa Giscard, de Toulouse, onde Saunière também adquiriu a Via Sacra.
Segundo muitos entusiastas a Via Sacra apresenta uma série de inconsistências, algumas óbvias, outras subtis. Eis as duas principais características consideradas como peculiares: na oitava estação, há uma criança vestida com uma capa escocesa; na décima quarta, onde está retratado o episódio de Jesus a ser levado para o túmulo, o céu está pintado num tom escuro, nocturno, como se sugerisse que Jesus tinha sido enterrado à noite. Tem-se especulado que, se Saunière tivesse podido escolher detalhes da Via Sacra como este, ele estaria a querer sugerir que a cena se passaria muito depois do enterro, estando nesse caso Jesus a ser transportado para fora do túmulo. Contudo, é perigoso e insensato especular deste modo apenas com base em simples pinturas, que eram de fabrico comum na região e cujo fabricante vendia para uma série de clientes através de catálogos, o que evidencia de certa forma uma produção uniformizada (o que não invalida que a casa Giscard fizesse produtos por medida).
Além de efectuar estranhas redecorações como estas, Saunière dedicava-se a gastar o seu dinheiro de modo extravagante: construiu um jardim zoológico e uma biblioteca; diz-se que coleccionava tecidos e mármore antigo bem como porcelana rara, e que pouco antes da sua morte tencionava construir uma torre forrada de livros, da qual ele pregaria para a população. Esta também não era negligenciada por ele, sendo frequente a participação dos seus paroquianos em banquetes e festas suas. A sua governanta comprava muitos dos seus vestidos em Paris e usava-os na missa de Domingo. Eram frequentes as visitas ilustres que ele recebia: Emma Calvé, é claro, Andrée Brugière, o maçon Henri-Charles-Etienne Dujardin-Beaumetz, e o Marquês du Bourg de Bozas, conhecido pelos seus conhecimentos nos meios esotéricos. Porém, o mais ilustre visitante que se diz que Saunière recebia era o arquiduque Johann von Habsburg, primo do imperador da Áustria, Franz Josef. Não parece verosímil que tão ilustre personagem procurasse o padre de Rennes. Contudo, existem relatos suficientes de alguns aldeões contemporâneos de Saunière para dar alguma credibilidade à hipótese de que um Habsburgo terá visitado Saunière, não necessariamente o arquiduque Johann.
Todos estes visitantes, e também os menos ilustres, como alguns padres da região, ficavam instalados na Villa Béthanie, não olhando Saunière a quaisquer despesas para zelar pelo conforto dos seus convidados. Muitos entusiastas deste mistério disseram, sem o provar, que Saunière e o arquiduque Johann teriam ambos aberto contas bancárias no mesmo dia, tendo sido efectuada uma transferência considerável de dinheiro para a conta do padre. Não se deve dar muito crédito a esta afirmação quase fantasiosa. Porém, Saunière tinha de facto várias contas bancárias, com a evidente função de tentar dissimular aos seus superiores a riqueza fora do comum que possuiu durante muitos anos. Ao contrário do que se diz, Saunière viveu os seus últimos dias com alguma dificuldade económica, o que se justifica facilmente quando analisado o rol de despesas ao qual que se dedicou durante décadas. Diz-se que Saunière viajava com frequência, raramente revelando os seus destinos a quem não pertencesse ao seu restrito círculo de amigos.
A morte do superior de Saunière, o bispo de Carcassonne, veio colocá-lo em maus lençóis, pois as autoridades eclesiásticas fartaram-se de fechar os olhos às suas extravagâncias e aproveitaram a nomeação do novo bispo em 1901, Paul-Félix Beurain de Beauséjour, para tentar colocá-lo na ordem. Este mandou-lhe um aviso e pediu-lhe justificações. Saunière recusou-se a prestá-las, assumindo um comportamento insolente e ignorando a autoridade do bispo. Foram-lhe exigidas explicações sobre a sua riqueza, e em 1909 o bispo ordenou a sua transferência para a paróquia de Coustouge. Saunière recusou tudo isto, e o novo padre de Rennes-le-Château, o padre Marty, teve que dar a missa numa igreja deserta, pois toda a população estava a ouvir Saunière na Villa Béthanie. O novo bispo, esgotadas que estavam as tentativas de controlar o padre, recorreu a um tribunal eclesiástico, acusando Saunière de vender missas ilicitamente. Hoje em dia já são bem conhecidos os documentos que provam que Saunière se dedicava à venda de missas em larga escala, ou seja, Saunière recebia os dividendos de intenções de missas que legalmente não poderia rezar (mais que três intenções por dia). Se ele apenas recebesse pedidos de missas vindos de outras aldeias, poderia fazer algum dinheiro com esta actividade, mas ele recebia-os de todo o país, e inclusive do estrangeiro, acolhendo várias centenas e mesmo milhares de pedidos por ano. O que torna este facto surpreendente é que não se encontra uma razão válida para tanta gente encomendar missas a Saunière. O que tinha ele ou a igreja dele de tão especial?
Devido à falta de provas, a sua pena foi leve: mandaram-no para um retiro forçado de dez dias num convento e obrigaram-no a apresentar contas ao bispo. Saunière, porém, apelou para o Vaticano com a ajuda do seu advogado, o Doutor Huguet, de Agen, que era doutorado em direito canónico. Este seu amigo empreendeu várias viagens a Roma, de modo a resolver o seu caso litigioso, sempre com despesas pagas pelo padre. A pena de retiro foi finalmente cumprida a 5 de Maio de 1911. Devido a irregularidades na prestação de contas ao bispo, Saunière foi de novo condenado por desvio de fundos a uma suspensão de três meses, que continuaria ad aeternum até que ele devolvesse o dinheiro supostamente desviado. Graças aos esforços de Huguet e à falta de provas, o Vaticano anulou a pena imposta. O bispo contra-recorreu e o destino de Saunière ficou irremediavelmente decidido a 11 de Abril de 1915: ele nunca mais seria padre de Rennes-le-Château. Nunca se conseguiu provar a posse de dinheiro ilegal, pois Saunière não tinha nada em seu nome. Todas as suas propriedades tinham sido compradas em nome de Marie Dénarnaud, e Saunière, furioso com alguns abusos por parte do bispado de Carcassonne, ameaçou o bispo com um processo civil por difamação. Porém, nunca o concretizou.
A 17 de Janeiro de 1917, com 65 anos de idade, Saunière sofreu um derrame cerebral, ficando imediatamente de cama e num estado de saúde muito precário. A data 17 de Janeiro é curiosa, visto ser a mesma data que estava inscrita na pedra tumular da marquesa de Hautpoul de Blanchefort. Este dia também coincide no calendário religioso com a festa de Saint Sulpice, nome do seminário onde se diz que Saunière terá confiado os pergaminhos ao abade Bueil e a Emile Hoffet. Foi dito em vários livros sobre o mistério que existia uma nota de encomenda de um caixão feita por Marie Dénarnaud para o seu patrão, datada de 12 de Janeiro, mas trata-se claramente de um erro de leitura, porque a verdadeira factura está datada de 12 de Junho de 1917. A fraca legibilidade da palavra "juin" levou a que, por entusiasmo, muitos lessem "janvier". Claro que histórias destas, onde a governanta de Saunière surge a encomendar um caixão antes da morte do seu patrão, inflamam os espíritos atreitos a lendas e a mistérios policiais.
Enquanto jazia no seu leito de morte, foi chamado o padre Jean Rivière, da aldeia vizinha de Espéraza, para ouvir Saunière em confissão e administrar-lhe a extrema unção. O padre apressou-se a chegar ao quarto do doente, ficando a sós com ele. Testemunhas oculares contaram que ele saiu do quarto pouco tempo depois, com um ar visivelmente chocado. Gerou-se mais tarde o boato de que o padre Jean Rivière "nunca mais sorriu". Haverá aqui certamente imenso exagero... Diz-se que o padre Rivière se recusou a administrar-lhe o último sacramento, tendo-se depreendido logicamente que essa decisão estaria associada à confissão que Saunière lhe teria feito. Note-se que até os piores criminosos, se arrependidos, podem receber a absolvição se assim o desejarem. Adicionalmente, se Saunière não tivesse sido absolvido, isso seria equivalente a uma excomunhão, e o padre nunca teria tido direito a uma sepultura cristã. Ora é bem sabido que Saunière foi enterrado sob todos os preceitos religiosos a que qualquer cristão, para mais um sacerdote, tem direito.
No dia 22 de Janeiro, Saunière morria depois de alguns dias de cama. Diz-se que na manhã seguinte o seu corpo foi colocado na vertical numa poltrona no terraço da Torre Magdala, vestido com uma indumentária exótica, cheia de pingentes com franjas coloridas. As pessoas que compareceram à cerimónia seriam desconhecidos, talvez pertencentes ao seu círculo de amigos íntimos, e que passando em frente ao morto teriam arrancando franjas dos pingentes para levar consigo. Parece que aqui também ocorreram adulterações posteriores aos relatos dos locais, porque o que se dizia na aldeia é que Saunière foi exposto à população num caixão, como é normal, e que estaria envolvido num manto encarnado, com os ditos pingentes. Muitas mulheres da aldeia teriam arrancado alguns pingentes do manto para ficarem com uma recordação do padre, que tinham em alta estima. Saunière foi a enterrar no dia 24 de Janeiro, e foi colocado numa sepultura no exterior da igreja, que tinha sido preparada por ele durante os trabalhos de recuperação da igreja e do cemitério. Marie seria enterrada muitos anos mais tarde (em 1953) à sua esquerda.
O seu testamento foi lido no meio de grande apreensão e expectativa, mas veio-se a saber que ele não tinha um tostão. Antes de morrer, Saunière tinha transferido a pouca fortuna que ainda possuia e todos os bens que tinha em seu nome para Marie Dénarnaud, como agradecimento pela sua companhia e fidelidade ao longo de 32 anos ao seu serviço. Muitas das propriedades que se pensava que eram legalmente dele tinham estado desde sempre em nome de Marie. Depois da morte de Saunière em 1917, Marie viveu confortavelmente na Villa Béthanie até 1946, tendo nesse ano vendido a casa a Noël Corbu. Após a Segunda Grande Guerra, o governo francês, com a instalação do novo franco e a extinção do velho, exigiu declarações de rendimentos para efectuar trocas de francos velhos por novos. O objectivo era controlar os que fugiam aos impostos e os especuladores que tinham enriquecido com a Guerra. Sem vontade de fornecer explicações para a sua riqueza, Marie viu-se sem um tostão de um dia para o outro. Há relatos de que ela chegou a queimar maços de notas velhas no jardim. Desde essa altura, durante os seus últimos sete anos de vida, Marie viveu austeramente com os rendimentos da venda da Villa Béthanie. Tinha prometido ao comprador, Noël Corbu, que lhe revelaria um segredo que lhe daria poder e riqueza, mas em 29 de Janeiro de 1953 sofreu um derrame cerebral repentino, ficando logo de cama, sem conseguir articular uma só palavra. Morreu pouco tempo depois, com 85 anos de idade, levando consigo qualquer segredo que ainda guardasse.
Corbu abriu na propriedade um hotel-restaurante, mas o negócio nunca correu muito bem e agora que Marie estava morta, a sua ambição de conhecer os segredos tornou-se impossível de concretizar. Devido ao fracasso do negócio, Noël Corbu vendeu a propriedade a Henri Buthion, um ocultista de Lyon, que efectuou a compra no último trimestre de 1964. Apesar de Henri Buthion ter continuado a explorar a Villa Béthanie como hotel durante alguns anos, hoje em dia ele já não exerce esta actividade, tendo vendido a propriedade em 1994 à Associação Terre de Rhedae.
Noël Corbu, que foi o responsável por relançar o interesse por Rennes-le-Château nesta segunda metade de século, teve um fim de vida trágico: morreu num sinistro desastre de automóvel em circunstâncias nunca bem esclarecidas. É hoje incontestável que Corbu enfeitou e adicionou elementos espúrios à história do padre Saunière, tendo amplificado bastante os boatos e as declarações dos aldeões. Esta distorção efectuada por Corbu teve um fim claramente visível: a rentabilização do seu negócio. Tratou-se de uma óbvia jogada de marketing que possuiu o seu sucesso relativo, porque durante várias temporadas o seu hotel-restaurante teve sempre uma clientela regular, mesmo em época baixa.
Este é o resumo do mito que surgiu em torno dos acontecimentos de Rennes-le-Château e da vida de François-Bérenger Saunière. Durante toda a narrativa, teve-se o cuidado de apoiar as declarações mais bombásticas com alguns factos históricos, aproveitando-se aqui e ali a oportunidade de refutar algumas das mentiras que se escreveram sobre Rennes. Contudo, o assunto não se esgota aqui, pois esta história só levanta perguntas e não responde a nenhuma. E o que é mais impressionante é que esta versão "romanceada" continua a fazer sucesso pelo mundo fora, mesmo apesar de tantos factos já terem sido comprovados e tantas teorias fantasiosas já terem sido refutadas.

Na onda de paranóia levantada pelo best seller "O Código Da Vinci" do escritor americano Dan Brown, o leitor menos acostumado a estas andanças poderá sentir-se facilmente confuso. Certamente, serão poucos aqueles que reconhecerão, nas esguias tiradas literárias de Dan Brown, os contornos do Mistério de Rennes-le-Château. Contudo, quase todas as "teorias" usadas por Dan Brown já existiam antes. Já tinham sido avançadas por autores como Henry Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh, os primeiros a relacionar o embuste da "linhagem sagrada" inventada por Pierre Plantard e Phillipe de Chérisey com a tese da "descendência" de Jesus e Maria Madalena. Contudo, Dan Brown não se ficou pela escrita de um romance baseado na obra do trio britânico. Ele introduziu mais algumas teses da feminista Margaret Starbird, adepta fervorosa do "culto da Deusa" e do "divino feminino", que ela insiste em ver por todo o lado. E juntou ainda umas pitadas do duo Lynn Picknett e Clive Prince, os primeiros a falar em "códigos Da Vinci".
O que poderiamos esperar desta verdadeira "sopa de pedra" pseudo-histórica e pseudo-factual? Seguramente, esperaríamos uma indigestão, não fora o ardiloso estilo policial da escrita de Dan Brown, que aliado ao fascínio da temática, tornaram o "Código Da Vinci" no livro sensação de 2004 (aqui em Portugal, porque o livro fez sensação no resto do mundo logo a partir de 2003). Mas Dan Brown tem uma desculpa boa: ele escreveu um romance, e não precisa de se justificar nem de fundamentar as teses que coloca na boca dos personagens "eruditos" do seu romance. É tudo ficção, não é? Será?
Dan Brown deixa a questão em aberto, mas sugere logo uma resposta, ao colocar nas primeiras páginas do seu romance uma referência suspeita e dúbia à veracidade das obras de arte, dos rituais e das organizações mencionadas no enredo. Ele fala verdade? De certa forma pode-se dizer que sim: Leonardo da Vinci existiu, o quadro da "Última Ceia" também, o Opus Dei é uma organização real, e por acaso, até existe um Prieuré de Sion (doravante, usaremos esta expressão por ser a original, mas outras expressões comuns são "Monastério de Sião" - expressão que nos chega da tradução brasileira da obra do trio britânico "The Holy Blood and The Holy Grail" - ou "Priorado de Sião"). Mas o Prieuré de Sion é algo totalmente diferente daquilo que Dan Brown nos quer "revelar". Por isso, o romance começa logo mal com aquela pequena, mas grave e pesada, palavra "FACTO: (...)".
Porque é que não nos iremos debruçar sobre o romance de Dan Brown? Porque é menos perigoso. Porque é um romance. Porque muitas pessoas insistem que um romance é sempre inofensivo. Porque muitas pessoas nunca leram o site de Dan Brown e não conhecem ainda as propostas revolucionárias do autor americano para a reforma do Cristianismo. Por isso, iremos incidir o presente estudo na obra panfletária de Simon Cox, que escreveu um belo livro intitulado "O Código Da Vinci Descodificado - O Guia Não Autorizado dos Factos por Detrás da Ficção". Dan Brown não passará por pessoa culta ou informada aos olhos do leitor sensato. Mas Simon Cox vence Dan Brown no que toca a um medíocre conhecimento dos temas tratados. Simon Cox, com este seu livro, dá-nos um belo exemplo de que quando não conhecemos um determinado assunto, nos devemos abster de o comentar, quanto mais de escrever uma obra que pretende ser "séria" e "verídica". Por isto tudo, a obra de Simon Cox é ainda mais perigosa. Apresentada como uma resenha de factos históricos que pretende contar a "verdade" escondida no romance, o que o livro faz é fornecer ao leitor menos informado um molhe de informações parciais, adulteradas, inventadas, deturpadas, e tratadas de forma profundamente medíocre, de forma a convencê-lo que, no fundo, Dan Brown está a contar-nos "verdades", a revelar-nos "segredos" no seu romance. O leitor incauto e menos informado não tem forma de se dar conta da extensão e da profundidade do embuste que constitui esta obra de Simon Cox.
E foi assim que tomámos a decisão de nos atirarmos de frente contra esta obra, que como veremos, é verdadeiramente uma obra de "ficção". Foi com alguma relutância que comprámos o livrito de Simon Cox, "O Código Da Vinci Descodificado - O Guia Não Autorizado dos Factos por Detrás da Ficção". Da primeira vez que folheámos este livro numa livraria em Lisboa, e depois de verificarmos as imbecilidades que lá constavam ao virar de cada página, recolocámos o livro na posição em que o tínhamos encontrado. Simplesmente, não achámos que valesse a pena gastar dinheiro com aquele lixo e perder tempo a lê-lo. Contudo, em virtude de alguns confrontos internéticos, fomos forçados a comprar o livro e a refutá-lo. Pasme-se: começaram a chover acusações, dizendo que tínhamos sido "desmascarados", porque tinha surgido o livro de Simon Cox que "provava" que tudo o que dizíamos era mentira. Invariavelmente, um certo tipo de público não permite sequer a existência de uma posição apologética, em favor do rigor histórico e doutrinal, se esta se afirmar católica. Para um certo tipo de público, só os ateus e os agnósticos se podem pronunciar sobre estes temas. A falácia é auto-evidente. Risca-se do confronto argumentativo as poucas pessoas que estão em condições de o fazer, e as poucas que podem falar com conhecimento de causa.
Contudo, estes ataques não nos desanimam, bem pelo contrário! Pegaremos nos tópicos do livro, e refutaremos as parvoíces que por lá andam. Esperemos que este exercício seja proveitoso e didáctico para quem nos lê. Aquilo que mais desejávamos era que o leitor se desse conta da iniquidade desta iniciativa de Simon Cox, e do perigo que ela contém! É que este livro pretende mesmo ser "a verdade por detrás dos factos", mas o que ele é, de facto, é uma ajuda fundamental na solidificação das "teses" falseadas veiculadas por Dan Brown.
Apenas uma nota antes de principiarmos: o leitor vai dar-se conta, repetidas vezes, do uso por parte de Simon Cox de expressões como "pensa-se", "crê-se", "diz-se", "julga-se". O uso de verbos conjugados na forma reflexa é uma velha artimanha, que os seus percursores Henry Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh usaram até à exaustão. Nunca se sabe de quem falam eles, ou seja, nunca se sabe quem "pensa", quem "crê", quem "diz", ou quem "julga". Se calhar, o mais certo é... ninguém!


Ankh

Diz Simon Cox:
"Representada como uma cruz laçada ou em arco fechado, pensa-se que simboliza a correia de uma sandália ou a membrana protectora de um pénis"
Não parece possível, mas isto está lá escrito!
Nem me vou pronunciar sobre os significados que Simon Cox tira do Ankh. São puras imbecilidades. O Ankh é um símbolo solar. É mais uma das múltiplas formas do símbolo milenar da cruz. Esta forma particular traz um círculo sobreposto. Este círculo representa a esfera solar. A cruz, por sua vez, é um antiquíssimo símbolo do Axis Mundi, ou "Eixo do Mundo". Representa a intersecção do eixo vertical que liga os vários estados de existência (o "Eixo do Mundo") com o eixo horizontal, que representa a expansão de um determinado estado de existência. Para mais referências, consultar a obra de René Guénon, Le symbolisme de la Croix.
Simon Cox, porém, divaga:
"...muitos egiptólogos acreditaram tratar-se da primeira hipótese, se considerarmos que morrer por pisar descalço um escorpião era um perigo bem real"
Perigo bem real é o de acreditar nestes disparates… Mas Simon Cox não desiste, e bate na eterna tecla do "sagrado feminino":
"Contudo, alguns têm teorizado que ankh pode, de facto, representar os órgãos reprodutores femininos, o que será lógico, dadas as suas qualidades geradoras de vida"
Ninguém duvida que os órgãos reprodutores femininos geram vida, o que é de duvidar é a conveniência com que Simon Cox começa este artigo, ao descrever que o símbolo do Ankh simboliza a "vida". Que conveniente, porque se ele dissesse que o Ankh era uma cruz solar, o que é de facto, então já não poderia fazer a tão intencionada ponte associativa com o "divino feminino".
Os "muitos raios de sol que terminam em símbolos ankh", são obviamente, a confirmação do que aqui foi dito acerca do carácter solar deste símbolo.
Quando o autor divaga do "divino" até ao "mágico", demonstra mais uma vez desconhecer a diferença substancial entre o que é o sagrado e o que é a magia. O uso do Ankh como amuleto protector é, obviamente, um uso "infantil" do símbolo, que só se poderia tornar popular entre o povo, nas camadas menos instruídas, ou em períodos históricos em que se tivesse perdido o significado original do Ankh.


Asmodeus

Asmodeus é, de facto, quem está retratado numa escultura na igreja de Santa Maria Madalena, em Rennes-le-Château. E Asmodeus é também o guardião dos tesouros escondidos. Existe, é verdade, uma lenda que o associa à construção do Templo de Salomão. Agora, quando Simon Cox fala, com tanta segurança, no "guardião demónio" dos documentos do Priorado de Sião, já estamos no reino da fantasia!
Para quem não esteja ainda inteirado dos contornos do mistério de Rennes-le-Château, a frase final do processo de "descodificação" do texto forjado por Phillipe de Chérisey (o suposto "pergaminho" achado pelo padre Saunière em Rennes-le-Château) é:
bergere pas de tentation que poussin teniers gardent la clef pax par la croix et ce cheval de dieu j'acheve ce demon gardien a midi pommes bleues
Daqui vemos de onde Simon Cox tirou o «demónio guardião», só que ele omite que o texto em causa é um texto forjado, e faz parte de uma das mais bem conseguidas e populares fraudes pseudo-esotéricas do século XX. Os "Dossiers Secrets", depositados nos anos sessenta na Biblioteca Nacional em Paris são textos panfletários, contendo genealogias inventadas, relevos de pedras tumulares que não existem, cartas e textos forjados, enfim, uma panóplia de mentiras destinadas a dar credibilidade às teses de Pierre Plantard e do seu Prieuré de Sion.
Mas o melhor disparate é reservado por Simon Cox para o fim. Vejamos:
"Este demónio é também venerado pelos Cátaros como o «Rei do Mundo»"
Bom, por onde começar? Em primeiro lugar, os Cátaros odiavam tudo o que era deste mundo, que eles consideravam como criação do Demiurgo, uma entidade sub-divina que tinha formado o Mundo para aprisionar as almas. Assim, o Rex Mundi era para os Cátaros a entidade malvada que tinha condenado as almas à pena da vida terrena. Por isso, até uma criança perceberia que os Cátaros nunca poderiam "venerar" este Rex Mundi.
Mas há ainda uma questão importante: nos falsos pergaminhos cozinhados por Phillipe de Chérisey, feitos de um excerto latino do Evangelho de S. João, há umas letras adicionadas ao texto (grosso modo de sete em sete letras), que fazem parte do grupo de letras que devem ser "descodificadas" para produzir a frase acima transcrita. Parte dessas letras formam as palavras "rex mundi", numa clara intenção de Phillipe de Chérisey em querer associar o texto por ele forjado aos Cátaros. A associação do demónio Asmodeus ao Rex Mundi é abusiva, e bastante vaga, sinal da confusão de Simon Cox, e da sua credulidade face aos falsos "pergaminhos" do Prieuré de Sion.


Bieil, Irmã Sandrine

A origem do nome desta personagem está correctamente apontada por Simon Cox. O actual secretário da nova versão pós-Plantard do Prieuré de Sion é um membro de uma associação sindical francesa, e chama-se Gino Sandri. É daqui que vem o "Sandrine". Bieil vem, de facto, do abade Bieil, do Seminário de Saint-Sulpice em Paris no século XIX. Diz-se, mas não é verdade, que Bérenger Saunière, o padre de Rennes-le-Château, visitou o abade Bieil, levando-lhe os pergaminhos encontrados durante as obras de restauro da sua igreja. Mas como vimos, esses pergaminhos nunca existiram. O texto dos pergaminhos foi inventado por Phillipe de Chérisey, partindo de um excerto latino antigo do Envagelho de S. João, retirado da monumental obra de Dom Cabrol, "Archéologie Chrétienne et Liturgie". Por isso, o padre Saunière nunca descobriu esses pergaminhos, porque foram inventados cinquenta anos depois da sua morte pelo Marquês de Chérisey. Adicionalmente, não há qualquer registo ou prova de que Saunière terá atravessado toda a França para ir a Paris. Naquele tempo, tais viagens eram dispendiosas, e seriam feitas apenas em casos excepcionais. Não há qualquer documento, e a vida de Saunière está bem documentada em virtude da sua abundante correspondência e do número elevado de bens que este adquiria, que ateste que o padre Saunière tenha estado em Paris. A sua estadia em Paris com o abade Bieil é, por isso, totalmente fantasiosa, bem como o envolvimento do jovem oblato Emile Hoffet na tradução dos ditos pergaminhos. Todavia, Emile Hoffet é uma personagem real. Sigamos o historiador René Descadeillas, de Carcassonne:
"Alsaciano, nascido em Schiltigheim a 11 de Maio de 1873 sob o regime alemão. O seu pai era provavelmente luterano porque a sua família gerou vários pastores; mas a sua mãe, Sophie Feisthammel, era católica. Ela conseguiu que o seu filho fosse baptizado em Paris. O que sucedeu em 1884, ano no qual ele começou a sua instrução na "Maîtrise" de Monmartre. Ele continuou os seus estudos no Noviciado ou Pequeno Seminário de Notre-Dame de Sion, em Meurthe-et-Moselle, onde os Oblatos de Maria preparavam os jovens que deveriam seguir uma vocação religiosa nesta congregação. Entrou no noviciado em Saint-Gerlach (Holanda, província de Limbourg) e tomou o hábito a 14 de Agosto de 1892. Recebeu a oblação perpétua em Liège a 15 de Agosto de 1894 e foi nesta cidade que ele foi ordenado padre a 10 de Junho de 1898.
A sua vida foi de missionário, na Córsega, depois no sul e no norte de França; exerceu como professor no Noviciado de Notre-Dame-des-Lumières no Vaucluse, passou um ano em Roma de 1903 a 1904, e entre 1905 e 1908 dirigiu a revista Petites Annales que pertencia à Ordem.
Estava em Paris em 1914. Mas a congregação estava dispersa, os religiosos ocupavam todos um domicílio particular. Ele residia no nº. 7 da Rue Blanche. Esta rua encontrava-se na paróquia da Trinité, e deram-lhe em 1919 poderes para esta igreja, onde ele celebrou o culto durante numerosos anos. Mas em 1923, a ordem voltou a reinstalar-se em França criando uma casa em Paris. O Padre Hoffet retirou-se para esta casa em 1945. Morreu em Março de 1946 aos 73 anos.
Ele escreveu bastante sobre assuntos de história religiosa, nomeadamente em revistas. Para além destes artigos, ele assinou apenas duas brochuras. Mas ele era notório pelos seus conhecimentos em linguística e ele mantinha relações com sumidades, nomeadamente altos especialistas e professores da Sorbonne. Deixou um maço de notas em grego, em hebreu, em sânscrito, sem ordem. Pensou-se que elas teriam sido enviadas para os arquivos da casa mãe, em Roma, como é costume com o trabalho dos padres defuntos, mas infelizmente nunca se encontrou nada.
Em todo o caso, religiosos que conheceram e se deram com o Padre Hoffet afirmam que ele nunca se ocupou dos Merovíngios e que é impossível que o tenham vindo consultar em 1892, porque foi neste ano que ele terminou a sua Retórica e que ele tomou solenemente o seu hábito como noviço na Holanda.
De tudo o que se fala nos papéis Lobineau, dois factos apenas são exactos: ele morou no nº. 7 da Rue Blanche e ele teve a reputação de ser um sábio em linguística. O resto não passa de pura invenção."
- René Descadeillas, "Mythologie du Trésor de Rennes", pp. 83-84.


Culto da Deusa

Este é um dos capítulos mais criativos do livro de Simon Cox. Tudo isto vem, claro está, da imaginação fértil de Margaret Starbird, que se acha uma autoridade no "sagrado feminino". Diz Simon Cox:
"N'O Código Da Vinci, também se torna claro que a figura de Maria Madalena representa e simboliza a deusa original e a sua subsequente veneração"
Bem, mais correcto seria dizer que Dan Brown "quer tornar claro que a figura de Maria Madalena, etc, etc...".
"o culto da Deusa é a mais antiga das religiões mundiais"
Esta é para rir. Mas, infelizmente, são poucas as pessoas que acham isto matéria de riso. Ora vejamos, a teoria em voga é a da omnipresença do "progresso". Ou seja, toda a gente concorda, hoje em dia, que antigamente os homens e as mulheres eram mentecaptos, quase animais, e que faziam estátuas gordas porque veneravam "deusas". Esta "infantilização" dos nossos antepassados faz falta a muita gente, que se quer ver hoje em dia como "civilizada", "instruída", enfim, "evoluída".
Na prática, o que sucedeu foi o seguinte: qualquer povo com tradição que se preze, e que conceba uma divindade todo-poderosa, terá que a conceber como "una", ou seja, toda a doutrina tende a unificar a multiplicidade do mundo manifestado na unidade do Princípio originador. Este axioma metafísico, o da Unidade do Princípio, está presente em toda a cultura com um mínimo de metafísica. Assim, existiram sempre, em qualquer cultura antiga, pessoas instruídas encarregadas de preservar e ensinar as doutrinas da sua cultura, que teriam quase sempre alguns rudimentos, senão mesmo conhecimentos profundos, de Metafísica. Por isso, seriam perfeitamente capazes de discernir a unidade na multiplicidade do mundo que os rodeava. E Deus, para qualquer mente inteligente que se preze, não é macho nem fêmea. Pelo simples facto de que Deus não tem sexo. Não tem género. Daqui, todos os disparates sobre "deusas" caem por terra. A devoção popular, por pura superstição, a "deusas" não implica que essa mesma devoção fosse praticada pelas camadas inteligentes e cultas da população, que saberiam certamente que o Princípio ao qual se chama "Deus" não tem sexo.
"...onde a religião Hindu levou o culto da deusa a uma plataforma espiritual mais elevada"
Sim, mas sucede que o hinduísmo não é uma "religião", mas sim uma doutrina metafísica, como explica René Guénon. Mais uma vez, a mania de alguns ocidentais modernos em etiquetar com conceitos puramente ocidentais realidades que nada têm a ver com as nossas. O Hinduísmo, apesar de ter "deusas" e "deuses" (que equivalem um pouco ao papel dos "anjos" do catolicismo, no sentido em que são entidades supra-humanas, e infra-divinas), é uma doutrina essencialmente fundada na unidade de Brahma. A multiplicidade de "deuses" não permite que se apelide, como tantos fazem, o Hinduísmo de "politeísmo". Toda a multiplicidade do panteão hindu se funde na unidade de Brahma. Por isso, o papel desempenhado por "deusas" e "deuses" no hinduísmo é um papel menor, face ao Eterno e Uno Brahma.
"Na verdade, foi apenas em anos recentes que a Igreja Cristã elegeu mulheres sacerdotes, mostrando quão completa fora a subjugação da mulher pela doutrina judaico-cristã"
Estas palavras escritas por um feminista convicto deveriam fazer sorrir qualquer pessoa, mas hoje em dia, surpreendentemente, são bem poucos os que sorririam. Simon Cox demonstra, simplesmente, uma gritante ignorância da natureza do sacerdócio cristão.
"Também no Islão parece que a supressão do feminino teve lugar, com alguns investigadores teorizando que as origens da suprema divindade islâmica, Allah, reside na deusa Al-lat a qual foi associada com a Kaaba em Meca, um altar pré-muçulmano que foi usurpado para a fé islâmica pelo próprio Maomé"
A quantidade de asneiras neste parágrafo apresenta uma elevadíssima densidade! Comecemos pela "supressão do feminino" no Islão, que só pode vir do preconceito de Simon Cox imaginar o islamismo pelos olhos de Bin Laden e das mulheres de burka! Simon Cox confunde o fanatismo islâmico com o próprio Islão, e imaginando-o como algo onde o feminino foi "suprimido", esquece-se dos milhões de mulheres muçulmanas, profundamente devotas, espalhadas por esse mundo fora. Depois, temos de novo "alguns" investigadores "teorizando" sobre as origens de Allah. Repetimos: Allah não tem sexo, nem masculino nem feminino. Há certamente confusão entre o papel de shekinah (lugar de manifestação ou presença divina) da pedra Kaaba, em Meca, e a própria divindade Allah. O carácter de qualquer shekinah vem do facto de, sendo um lugar neste mundo da manifestação de Deus, esse lugar ser feito com uma base "substancial", usando um termo aristotélico. A presença da "essência" divina necessita do suporte "substancial" de um lugar, de um ser, ou de um objecto material em concreto. A Kaaba, em Meca, é um desses "lugares sagrados" que servem de ponte para o divino. O lugar da presença de Deus não pode ser confundido com o próprio Deus. A deusa Al-lat não pode ser a origem de Allah. Tal afirmação é absurda. De um ponto de vista estritamente doutrinal, Deus é a origem d'Ele próprio.
Adicionalmente, Simon Cox demonstra mais uma vez como são feitos os seus preconceitos: Maomé não usurpou o lugar da Kaaba, porque a reutilização de lugares sagrados nada tem a ver com "roubo" ou "usurpação", mas sim com uma profunda compreensão da sacralidade do espaço. Há lugares mais adequados ao sagrado, e lugares menos adequados. Tal observação serve também para aqueles que dizem que o cristianismo usurpou templos pagãos. O cristianismo apenas reutilizou, rejuvenescendo-os, lugares que já serviam para o sagrado, e que evidenciavam por tal uma predisposição natural desses lugares para esse tipo de funções.
A confusão que Simon Cox faz de assuntos que não compreende é gritante:
"No Egipto, Ísis foi vista como a derradeira personificação do feminino, com um certo número de outras divindades superiores..."
Ou seja, Simon Cox entende, e bem que Ísis representa um papel feminino preponderante, mas depois adiciona à equação um "certo número" de outras divindades das quais ele não percebe nem uma vírgula quem são nem o que estão lá a fazer...
Mas a bestialidade mor está reservada para o final do artigo:
"No Concílio de Éfeso em 342 d.C., uma reunião de bispos cristãos decidiu que a Virgem Maria deveria ser conhecida como Theotokos, ou «Mãe de Deus», colocando-a assim no papel da deusa"
É o cúmulo! Maria, mãe de Cristo, não é deusa coisa nenhuma, nem nunca ocuparia um papel de deusa. Ela é a Mãe de Deus, pessoa fundamental para que a divindade pudesse assumir forma humana. Maria não é Deus, nem nenhum tipo de divindade. É, isso sim, Co-Redentora pelo seu papel único na Redenção, ao dar à luz o Filho de Deus. Simon Cox teoriza, como já o haviam feito os seus predecessores, que a Igreja "conspirou" para colocar Maria, Mãe de Deus, no lugar da "deusa" Maria Madalena. Um perfeito disparate...
No fundo, o que parece escapar a tanta gente que adora estas teorias é que a Virgem Maria fica sempre posta de parte. Onde fica ela? Para onde vai? Para que serve Maria, mãe de Jesus, no esquema teórico destes nossos "renovadores" do cristianismo, se a "deusa" Maria Madalena aparece como a figura feminina principal? Dá para ver claramente em tudo isto uma intenção "renovadora" que pretende lançar o cristianismo para as urtigas...
"... embora fossem cuidadosos em não lhe conceder os habituais atributos de fertilidade associados com as figuras da deusa"
Aqui, Simon Cox está em puro delírio, talvez gerado por químicos alucinogéneos. Os bispos foram "cuidadosos", diz Simon Cox... O autor parece ter provas de que, debruçados uns sobre os outros numa roda conspiratória, os bispos retiraram em comum acordo os atributos de fertilidade a Maria (o que não deixa de ser irónico, porque isto destrói a tese de Simon Cox - uma Maria estéril não poderia ter gerado Jesus sem deixar de o ser, pelo que negar a fertilidade a Maria é uma perfeita asneira). Mas Simon Cox sabe o que está a fazer! Está a usar a psique hodierna e a ideia que esta faz da classe sacerdotal: os bispos, esses malandros, odeiam a fertilidade porque são celibatários sapudos, e possuem apetites sexuais perversos... Tudo isto é medonho, e medonhamente induzido no leitor incauto, a pouco e pouco, palavra a palavra...
"... embora na Igreja Católica Romana, Maria seja vista como mãe submissa e uma figura complacente..."
O que Simon Cox desconhece é que esse carácter submisso e complacente de Maria, corresponde doutrinalmente com exactidão ao papel passivo daquela que serviu de suporte à manifestação terrena de Deus. Um papel análogo (à parte das devidas mudanças de contexto e de domínio descritivo) ao da Prakriti hindu, a Substância Universal, que serve de suporte a Purusha, a Essência Universal. Sucede que o "fiat voluntas Tua" de Maria é a concordância plena da Mãe de Deus com os desígnios transcendentes que lhe foram conferidos por Deus, e sob outro ponto de vista, a concordância plena do catolicismo com as restantes formas tradicionais espalhadas por esse mundo fora.
A submissão de Maria não é um tipo doentio de escravidão de uma mulher ao "machismo" de um Deus masculino, como muitos vêem, mas sim a constatação e aceitação por parte de Maria do papel incrível que ela iria desempenhar, e a aceitação do plano divino é o gesto mais natural, puro e desinteressado do ser finito perante a omnipotência do divino transcendente.
"Na Europa Medieval, muitos milhares de mulheres foram queimadas vivas por práticas de bruxaria. Esta cruzada contra o feminino reprimiu, mais uma vez, o desenvolvimento do poder e da independência femininos, e subjugou o culto da deusa que estava a ganhar ímpeto"
Bem, ao menos Simon Cox já desceu o valor dos milhões de Dan Brown para um valor de milhares de mulheres queimadas. Menos mal, no que trata à verdade dos números! É inegável que muitas mulheres poderão ter sido condenadas injustamente por bruxaria. Daí a negar que houve (e que há) verdadeiras bruxas, vai um grande salto! A bruxa não é, como dão a entender estes nossos amigos, uma lutadora pelos direitos das mulheres! Mas Simon Cox não pára aqui, nesta sua "cruzada" para ilibar a bruxaria: ele acha mesmo que as bruxas estavam a colocar em marcha o "desenvolvimento do poder e da independência femininos", o que mostra claramente o feminismo descarado de Simon Cox, e da sua impressionante ignorância face à bruxaria... Faz pensar que Simon Cox deveria passar um dia com uma bruxa a sério, para ele ver o que é o "poder" e a "independência" que ele tanto defende. Não deixa de ser notório que este senhor julgue que a bruxaria era o "culto da deusa" sob disfarce, seja lá o que isso for, esse fantasioso "culto da deusa", que só ele, Dan Brown, e Margaret Starbird é que poderiam ter tido o atrevimento e a ignorância de propagar como algo de real.
Eis senão quando, e ao mudar de capítulo, surge aquilo que já fazia falta! O Wicca! Sim, esse neopaganismo bruxesco que faz furor nos Estados Unidos da América (obviamente), e que pretende ser um tipo de "renascimento pagão". Em tempos, tivemos o desprazer de tentar explicar a um moderno "bruxo", um americano adepto do "Wicca", que a bruxaria não era coisa boa, e que pior do que isso, era perfeitamente imbecil tentar reavivar o "paganismo" porque tudo não passava de uma amálgama de ideias velhas e mal compreendidas. Um pouco à semelhança dos neo-celtas, que julgam poder reavivar os cultos celtas, apesar de nenhum celta ter sobrevivido para explicar em que é que consistiam estes cultos. Os celtas, para piorar, escreviam em casca de carvalho, e nada sobrou para evidenciar como seriam os seus cultos ou as suas doutrinas. Mas os modernos fãs dos celtas crêem poder praticar "espiritualidade celta" em condições de tão patética ignorância e falta descarada de informação genuína sobre esses cultos. O "Wicca" é um disparate semelhante. Funciona um pouco como um "protestantismo de Pã", no sentido em que é uma versão "magia branca", ou seja, edulcorada e "espiritualmente correcta", da adoração de Pã propagandeada pelo mago negro Aleister Crowley.
É especialmente inapropriada a expressão "ressurgimento da religião Wicca" usada por Simon Cox, o que é uma mentira detestável, porque só ressurge o que antes existiu, e o Wicca é uma invenção americana do século XX.
Há muita gente hoje em dia a associar a espiritualidade celta à bruxaria (mesmo à chamada "magia branca") e a um neo-paganismo, quando são coisas que não têm nada a ver. Tudo isto é misturado, numa perpétua e insolúvel confusão entre o domínio "mágico" e o domínio "espiritual" como se tais domínios fossem idênticos.
"... e hoje em dia, o culto da deusa está de novo a gozar um renascimento."
O que é isto senão um convite descarado de Simon Cox: "Sigamos Dan Brown! Adoremos a Deusa!"?
"Desde tempos antigos, a deusa foi associada com a Lua"
Desta vez, Cox não anda longe. O seu termo vago "a deusa" é contrabalançado pela justeza da sua afirmação de que a Lua tem um carácter feminino, e que por isso, muitas deusas da antiguidade são associadas correctamente à Lua. Contudo, logo a seguir encontramos mais um parágrafo panfletário a esta nova religião da Deusa:
"Actualmente, a veneração e a compreensão da energia e da espiritualidade da deusa estão, de novo, em evidência (...). A deusa pode, na verdade, reivindicar a sua posição como a divindade original e a mais antiga"
Depois de uma frase "de seita" como esta (da seita da Deusa, obviamente), como pode Simon Cox intitular este seu livro de "a verdade por detrás dos factos"? É chocante! Esse último parágrafo poderia ter sido retirado de um cartaz qualquer de uma seita lunática e pseudo-esotérica, a propagandear cultos estranhos celebrados em florestas por pessoas sem roupa. Sim, porque para estes lunáticos, "energia" é, obviamente, "sexo"!


Dossiers Secretos

Bom, este é, sem dúvida, o artigo mais falso de todo o livro.
Os Dossiers Secrets, uma amálgama de textos falsos depositados ao longo de vários anos na Biblioteca Nacional em Paris por Pierre Plantard e a sua claque de seguidores, não são para ser levados a sério. É incrível o tempo que Simon Cox perde a explicar os detalhes da organização do Prieuré de Sion, quando tudo não passa de uma invenção de Pierre Plantard! Diz Simon Cox:
"Os Dossiers Secretos são, em geral, vistos como os arquivos secretos do Priorado de Sião"
De novo, a referência vaga: "...são, em geral, vistos como...". Mas são vistos por quem? Só se for por quem não sabe o que está a dizer! Os Dossiers Secrets constituem uma amálgama de documentos, na sua maioria forjados ou copiados de outras fontes, que foram depositados na Biblioteca Nacional, em Paris, entre 1964 e 1969. Fazem parte

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RE: Continuação...

#73623 | camisao65 | 22 set 2004 13:46 | In reply to: #73614

muito da sua importância como testemunho fidedigno e original. Temos a certeza de que o leitor não dará por mal empregue o seu tempo na leitura deste extenso mas revelador trecho de René Descadeillas:
"Em 1965, apareceu na região um personagem que não estávamos acostumados a encontrar. Era um jornalista, o senhor de Sède. Ele vinha de Paris. Era conhecido por ter, dois anos mais cedo, publicado na editora Julliard um livro, «Les Templiers Sont Parmi Nous», onde ele se tinha esforçado por demonstrar que os Templários, prevendo a interdição da sua ordem, teríam escondido os seus imensos bens no castelo de Gisors, no Vexin. Numa tarde de Março de 1966, ele chegou a Carcassonne depois de uma paragem em Villarzel-du-Razès onde lhe teriam negado, dizia ele, o acesso à biblioteca do falecido padre Courtauly.
De que vinha ele à procura?
Segundo ele, o padre Courtauly, falecido em 1964, possuia obras raras, nomeadamente uma obra de Stüblein, «Pierres gravées du Languedoc», indispensável a quem quer que tentasse penetrar no mistério de Rennes. Uma olhada na «Bibliographie de l'Aude», do padre Sabarthès: a obra em questão não figurava nem sob a assinatura de Stüblein, nem sob qualquer outra. Que livro seria este?
O senhor de Sède possuia também fotocópias de dois documentos estranhos pela sua disposição e pela sua grafia: eram reproduções dos «pergaminhos» descobertos pelo padre Saunière aquando da demolição do altar-mor da sua igreja. Onde teria ele obtido os originais? Outro segredo. Aparentemente, o autor desta série de disparates tinha tentado imitar uma escrita da Idade Média. Mas a contrefacção era tão grosseira e tão inapropriada que um estudante de primeiro ano não a teria aceite sem exame. Foram submetidos à perspicácia do arquivista departamental cuja opinião foi prontamente sabida.
O senhor de Sède procurava ainda duas publicações recentes:
MÉTRAUX Maurice, «Les Blanquefort et les origines vikings, dites normandes, de la Guyenne sous la Féodalité», Bordeaux, Imp. Samie, 21, Rue Teulère, 1964, brochura de 24 páginas com gravuras,
e
LOBINEAU Henry, «Généalogie des rois mérovingiens et origine des diverses familles françaises et étrangères de souche mérovingienne, d'après l'abbé Pichon, le docteur Hervé et les parchemins de l'abbé Saunière, de Rennes-le-Château (Aude)», in-fólio de 45 páginas, ilustrações a cores, esgotado, multigrafado, Genève, edição do autor, 22, Place du Mollard.
Feita a verificação, estas duas obras figuravam no «Catalogue Général de la Librairie Française» do ano 1964, na secção «Histoire» e na página 508.
Enfim, pensámos, eis algo de inédito sobre a história de Rennes! Como explicar que até ao presente ninguém tinha conhecimento destes livros?
Faltava encontrá-los.
Pedimos o Métraux ao seu editor, em Bordeaux, o Lobineau à Biblioteca Universitária de Genève, o Stüblein às Bibliotecas Universitárias de Toulouse e Montpellier.
As respostas chegaram depressa.
A tipografia Samie, em Bordeaux, apenas conseguiu obter a morada do senhor Métraux em Sullens, perto de Lausanne. Em Genève, ninguém conhecia o Lobineau nem na Biblioteca Universitária, nem na Biblioteca Municipal. Identicamente, nem em Montpellier nem em Toulouse alguém tinha ouvido falar do Stüblein.
Um facto mais grave, a Biblioteca Universitária de Genève afirmava que não existia nenhum Lobineau em Genève, nem no número 22 da Place du Mollard nem em lado nenhum. A Place du Mollard, contando apenas 11 números, nunca poderia ter uma morada no número 22. A morada inscrita no «Catalogue Général de la Libraries Française» era então falsa.
Pouco a pouco, as trevas começaram a aclarar. Em 1964, a Biblioteca Nacional, em Paris, tinha recebido por Depósito Legal a obra de Lobineau, cuja página de título indicava que ela tinha sido composta a partir do ano 1956.
Um estudante que trabalhava numa tese de história na Biblioteca Nacional aceitou examiná-la e dar-nos conta do seu conteúdo. Ele fez-nos chegar uma análise detalhada fazendo notar que a falta deste documento nas nossas bibliotecas de província não era causa para manchar a sua reputação.
Não obstante, valia a pena ir vê-las de mais perto.
Em Paris, pudemos dar-nos conta de que se tratava de uma obra, não impressa mas multigrafada. Nela encontrámos lado a lado:
um conjunto de tábuas genealógicas assinadas algumas por Henri Lobineau, outras por um antigo vigário de Sainte-Clotilde, todas dedicadas à descendência dos reis merovíngios desde Clóvis e contando no total 26 páginas;
uma brochura atribuida a um certo Antoine l'Ermite, contendo uma relação fantasiosa da vida de Béranger Saunière;
uma outra pequena brochura composta de pranchas fotocopiadas representando lápides funerárias, um mapa do Razès, o extracto de um pretenso testamento e depositado no notário Captier, em Espéraza, em 1644, que teria sido dado ao autor pelo padre Courtauly; este teria retirado tudo da obra «Pierres gravées du Languedoc» por Stüblein, impressa em Limoux em 1884;
uma brochura assinada com o nome de Madeleine Blancassal, «Les descendants mérovingiens ou l'Énigme du Razès Wisigoth», traduzida do alemão por Walter Celse Nazaire, com tábuas genealógicas de Henri Lobineau, brochura relatando ainda uma vez mais a vida do padre Saunière.
A obra do senhor Métraux estava, soubemos do seu autor, depositada na Biblioteca Universitária de Bordeaux, que no-la enviou. Decepção: este pequeno trabalho, de uma leitura agradável, referia-se a Blanquefort, bonita capital de cantão da Gironde, e nada tinha a ver com Rennes-le-Château.
Faltavam as «Pierres gravées du Languedoc», por Stüblein, do qual os papéis Lobineau nos davam um aperitivo. A obra permaneceu impossível de encontrar. Não voltámos a pensar no assunto e possivelmente nos teríamos esquecido dela se, no início de Setembro de 1966, o padre de Rennes-les-Bains não tivesse recebido de Paris, em sobrescrito lacrado, de um «termalista desconhecido», uma pequena brochura contendo fotocópias de gravuras parecidas às que figuravam no Lobineau com, à guisa de prefácio, algumas palavras do padre Courtauly. Este declarava em resumo «com o objectivo de ser útil aos pesquisadores» ter extraido da obra de Stüblein as gravuras que diziam respeito a Rennes-le-Château e a Rennes-les-Bains. A estranheza desta bruchura, a sua total falta de autenticidade, os propósitos atribuídos ao padre defunto e incapaz de protestar, reforçaram ainda mais a suspeição que tinhamos sobre esta literatura.
Não basta ter dúvidas. É preciso justificá-las. Este foi o ponto de partida de uma longa busca que só se tornou eficaz com o aparecimento da obra que o senhor de Sède tinha anunciado: «L'Or de Rennes ou la Vie insolite de Béranger Saunière, curé de Rennes-le-Château», editada pela Julliard em Outubro de 1967 (esta obra seria reeditada no ano seguinte, em 1968, numa edição de luxo distribuida pelo «Cercle du Nouveau Livre», e depois numa colecção de bolso, pelas Editions J'ai Lu, sob o título «Le Trésor maudit de Rennes-le-Château» [N.T.: segundo Henry Lincoln, em «Holy Blood, Holy Grail» foi a leitura deste livro durante um verão passado no sul de França que o fez despertar para este assunto]). Era conforme à ideia que tinhamos daquilo que sabiamos sobre a documentação do autor.
Em linhas gerais, este quer provar que o padre Saunière descobriu um segredo ciosamente guardado desde o fundo dos tempos: a sobrevivência de um rebento do rei merovíngio Dagobert II que teria dissimulado em Rennes tesouros imensos com o objectivo de reconquistar a Aquitânia, tarefa que ele não pôde empreender por causa da sua morte prematura. O padre foi autorizado a usufruir do maná real, com a condição de guardar o segredo. Mas este sucesso providencial levou-o a efectuar despesas excessivas, a espojar-se num luxo dispendioso, até ao dia em que, enfim satisfeito, ele dispôs os marcos necessários para que depois dele outros tivessem acesso ao esconderijo. Ele morreu no entretanto, sonhando fundar uma nova religião da qual ele seria o chefe.
Para apoiar as suas afirmações, o autor oferece a reprodução de documentos escondidos na igreja, de monumentos inexistentes ou falsamente reproduzidos, de vias sacras pretensamente codificadas ou cifradas, polvilhadas de sinais misteriosos, uma documentação desconhecida de todo o mundo e cuja autenticidade seria bem difícil demonstrar pois que ele não diferencia nem a origem nem o destino, que se abriga sob nomes hipotéticos e que nem sequer sabemos quem a fez chegar há nove anos atrás ao Depósito Legal, na Biblioteca Nacional...
Adicionalmente, das pessoas citadas em referência, postas em causa ou invocadas como testemunhas, muitas não pronunciaram as palavras que lhes atribuem, nem fizeram os gestos que lhes atribuem.
(...)
As «Pierres gravées du Languedoc» são então um mito e, não hesitamos em afirmá-lo, a pequena brochura de extractos fotocopiados imputada ao padre Courtauly que nunca se interessou por arqueologia, é uma falsificação. Como são falsas as reproduções que ela contém: pedras ou lajes contendo sinais cabalísticos, a cabeça esculpida do presbitério de Rennes-les-Bains travestida em Dagobert, os quadrados mágicos ou ditos mágicos e «tutti quanti».
Mas porquê utilizar o nome do padre Courtauly? Porquê escolher este padre de preferência a outro qualquer? Porquê misturá-lo nestas efabulações, neste esoterismo primário? Prestar-se-ia a uma exploração ultrajosa dos seus feitos e gestos? Nada que se pareça: o padre Courtauly permaneceu toda a sua vida o bom e modesto padre de aldeia que ele sempre quis ser, não tendo outra preocupação senão as suas ovelhas e as suas homilias dominicais.
Nascido em Villarzel-du-Razès a 31 de Maio de 1890, ele fez os seus estudos em Saint Stanislas, em Carcassonne. Ele não tinha ainda terminado o seu serviço militar quando a guerra ecoldiu. Tendo entrado no Grande Seminário após o final das hostilidades, ele foi ordenado padre a 26 de Junho de 1921. Depois de ter exercido durante dois anos no Pequeno Seminário de Castelnaudary como professor, tornou-se cura de Orsans. No seguimento, foi chamado sucessivamente a Villar-St-Anselme, em 1933, a Montmaur em 1940, a Soupex em 1945, a Ladern em 1957. Foi nesta localidade que chegou ao fim o seu ministério. Reformado por razões de saúde na sua aldeia natal a 24 de Agosto de 1961, ele morreu a 11 de Novembro de 1964, com a idade de 71 anos (Arquivos Diocesanos).
Como teria este bom e velho padre acabado por ter o seu nome associado a estas efabulações aberrantes? Por que surpreendente concurso de circunstâncias? Ainda nos perguntaríamos se não tivessemos sabido que nos seus últimos anos de vida, quando ele estava a banhos em Rennes-les-Bains, ele encontrava frequentemente uma curiosa personagem que começava a ser costume ver a rodar por estas paragens desde o final dos anos cinquenta. Ele morava em Paris. Não tinha ligações à região nem relações conhecidas. Era um indivíduo difícil de definir, apagado, secreto, cauteloso, não desprovido de uma eloquência que aqueles que o interpelaram diziam ser imbatível. Ele não seguia um tratamento médico regular. Assim questionava-se sobre as razões das suas aparições repetidas, porque ele vinha mesmo no Inverno. Igualmente, conjecturava-se sobre o interesse que despertavam nele as curiosidades naturais ou arqueológicas, porque não se tratava de um intelectual. Ele intrigava as gentes pela estranheza das suas atitudes: ele ia, calcorreando a região, inquirindo sobre a origem das propriedades, deitando de preferência o olho a matagais ou terras abandonadas que não interessavam a ninguém. Que queria ele fazer? Desbravar estas terras desoladas e nelas lançar a charrua? Vocação bem tardia: ele já não era novo.... «Passe encore de bâtir...»
As suas idas e vindas, as questões que ele colocava a uns e a outros não podiam ficar sem eco. Tinham-no por um maníaco e alguns possivelmente riam mesmo dele sem suspeitarem de que o homem usava todos os estratagemas para constituir um dossier onde os acontecimentos banais, os pequenos factos tomavam proporções inesperadas, onde reflexões sem interesse, apreciações precipitadamente feitas, palavras no ar adquiriam tanto mais relevo quanto ele as colocava na boca de pessoas respeitáveis e estimadas pela sua sabedoria, mas talvez enfraquecidas pela idade. Ele não temia em atribuir-lhes declarações que ele gravava num gravador de cassetes onde é possível, como se sabe, a quem quer que seja debitar uma história qualquer. Assim atribuiu ele ao padre Courtauly propósitos extravagantes que não concordam nem com a vida nem com o carácter deste padre. Neste ponto, aqueles que conheceram e privaram com o padre são formais.
Posto isto, damo-nos conta, pelo próprio jogo das concordâncias, que a mesma personagem era o autor dos papéis Lobineau. Provavelmente estaremos perante um paranóico porque ele próprio inscreveu o seu nome em bom lugar na pretensa descendência do rei Dagobert II." - René Descadeillas, "Mythologie du Trésor de Rennes", pág. 67 a 70, e 75 a 76.
Edificante, este relato em primeira mão de René Descadeillas! Apenas alguns comentários breves, porque o relato fala por si: quando Descadeillas fala de "papéis Lobineau", ele está a referir-se precisamente aos nossos Dossiers Secrets. Como podemos constatar, e a parte final do trecho é suficientemente clara nesse ponto, Descadeillas refere-se a Pierre Plantard, que pelos vistos fez bastante "trabalho de campo", neste caso no Sul de França, na região de Rennes, antes de se pôr a inventar as suas efabulações. Não pode existir qualquer espécie de dúvida: Plantard é o autor dos Dossiers Secrets!


Geometria Sagrada

Quando Simon Cox diz...
"A geometria sagrada foi considerada para lá da compreensão do homem mortal"
...gostaríamos de saber que homem então é que a teria usado! Depois, vem a asneira crassa que se destaca neste artigo:
"Um exemplo clássico de geometria sagrada ainda em uso é a Cabala, um sistema religioso e filosófico que diz possuir o conhecimento do divino. Cabala é a palavra hebraica que significa "receber" e diz-se que foi originalmente "recebida" por alguns escolhidos, uma espécie de linguagem secreta ou escondida conhecida apenas por alguns iniciados."
Bem, por onde começar? Tanta asneira... A Cabala não é geometria sagrada. A palavra Cabala, em hebraico, significa literalmente "tradição". Claro que a tradição é algo que se "recebe", mas a tradução de Simon Cox é, no mínimo, criativa. Porque a palavra hebraica em questão é um substantivo, e Cox dá-nos um verbo.
A Cabala diz respeito às enumerações divinas, e ao seu papel no processo criativo, na Formação. Trata-se de um corpo de ensinamentos muito antigo, que assistiu a um rejuvenescimento nas comunidades judaicas de corrente sefardita, estabelecidas na Península Ibérica durante a Idade Média. Nomes como o de Isaac Luria estão associados indiscutivelmente com o estudo da Cabala. Duas importantes obras cabalísticas são o Sepher Yetzirah ou o"Livro da Formação", e o Zohar, ou o "Livro do Esplendor". A Cabala recorre ao símbolo gráfico da "árvore dos zéfiros" ou "árvore sefirótica", que contém as esferas Kether ("Coroa"), Hochmah ("Sabedoria"), Binah ("Inteligência"), Hesed ("Misericórdia" ou "Clemência"), Geburah ("Severidade" ou "Rigor"), Tifereth ("Beleza"), Netzah ("Vitória"), Hod ("Esplendor"), Yesod ("Fundamento"), e Malcuth ("Reino"). São as enumerações de Deus, sendo que a palavra "zéfiro" vem de "sepher" em hebreu quer dizer "contar", e equivale ao árabe "çifr", que deu o termo "cifra". Representam o processo formativo da Criação, como emergente do intelecto divino. Por isso, nada disto tem a ver com "geometria sagrada", a não ser talvez de forma tangencial, no sentido em que a geometria sagrada pode representar o carácter sagrado da estrutura da Criação, mas a associação é claramente tangencial, e Simon Cox revela um profundo desconhecimento da Cabala.
"Como «simbologista», Langdon é um perito na matéria"
Ou seja, vamos lá todos levar a sério o que diz a personagem Langdon, porque se trata de um professor de Simbologia em Harvard! O que é curioso é que tal disciplina não existe em Harvard, e se existisse, uma pessoa tão incrivelmente ignorante como este personagem Langdon nunca lá seria professor. A ignorância de Langdon espelha a do próprio Dan Brown, e consequentemente, a de Simon Cox. A função do personagem Langdon no romance é tão somente a de emprestar credibilidade aos disparates que saem da boca dele, e que provêm da mente delirante de Dan Brown e dos autores em que este se baseou para as teorias do seu romance.


Gnómon em St.-Sulpice

O artigo até que começa bem, com Simon Cox a apresentar, para variar, alguns factos verídicos, mas de repente surge-nos esta imbecilidade:
"Os relógios solares têm sido usados para calcular o tempo há milénios: os antigos egípcios sabiam que se uma estaca fosse verticalmente enfiada no chão, a sombra lançada pelo sol ao meio-dia variaria de comprimento com o passar do tempo"
Bravo! Brilhante dedução! Apenas queria acrescentar um pequeníssimo pormenor: qualquer pessoa que espete um pau no chão consegue constatar o "fenómeno", não apenas os "antigos egípcios"... A ciência está em conseguir obter as horas com o recurso ao gnómon! A imbecilidade é gritante...


Heréticos

Diz Cox:
"A teoria em si mesma pode ser vista como uma heresia dos dias modernos à luz dos tradicionais ensinamentos cristãos"
É verdade! Só que Simon Cox fala como se ser uma heresia fosse uma coisa boa, numa total perversão e inversão do significado das palavras.
"Sendo um assunto específico do romance, os heréticos são descritos a Sophie como aqueles que escolheram seguir a história original de Cristo, enquanto homem mortal, em vez da figura divina esboçada no Concílio de Niceia"
Há muita coisa que não bate certo na argumentação deste senhor. A heresia é, como diz adiante, e bem, Simon Cox, "a posse de opiniões que contradizem a ortodoxia". Até aqui tudo bem, só que Simon Cox omite o significado de "ortodoxia", que me parece fundamental: "ortodoxia" ("orthos"+"doxos") é literalmente "opinião correcta". Por isso, a heresia surge como fundamentalmente um erro, porque é a posse de uma opinião antagónica à "opinião correcta", ou seja, a heresia é uma "opinião incorrecta". Mas, segundo Simon Cox e Dan Brown, os heréticos "escolheram seguir a história original de Cristo". Isto não bate certo! A história original de Cristo deverá ser, para qualquer pessoa racional, a história correcta! Por isso, um herético nunca seguiria a história correcta, mas sim a história incorrecta.
O cerne da questão está que, para Dan Brown e Simon Cox, a "história correcta" é a de que Jesus era mortal, e que foi Constantino que decidiu, no Concílio de Niceia, elevar Jesus a divindade. Já vimos noutro lado que esta "teoria" é pura asneira. Nem é preciso ir procurar pistas da divindade de Jesus na história dos primeiros séculos do cristianismo antes do Concílio de Niceia em 325 d.C.. Basta ler os evangelhos canónicos para encontrarmos S. Tomé a exclamar: "Meu Senhor e meu Deus"; e para nos darmos conta de que já no tempo de Jesus este era visto como Deus pelos seus seguidores. A tese dos nossos amigos cai assim, bem facilmente, por terra. Dentro da Igreja, a "opinião correcta" era, e sempre foi, a do Jesus, Filho de Deus. Assim, somos levados logicamente a concluir que a "tese errada" é a tese de Dan Brown, e que esta tese é, de facto e literalmente, uma "tese herética".
Simon Cox segue uma táctica recorrente: menciona as perseguições da Igreja Católica (nomeadamente a Cruzada Albigense), que foram naturalmente acontecimentos horrorosos, para dar a ideia de que a Igreja estava assim a perseguir os "heréticos" como os detentores da verdade sobre Jesus. O que é infame. Os heréticos arianos, cátaros, e todos os outros, eram pessoas que possuíam opiniões erradas sobre a doutrina. Claro que isso não legitima o assassinato dessas pessoas, nem tão pouco a sua perseguição física (se bem que o "combate doutrinal" num domínio puramente intelectual seja totalmente legítimo), mas daí a querer afirmar que essas perseguições tinham como razão a tentativa de esconder a verdade sobre Jesus vai um grande e temerário salto em direcção à asneira.


«Hieros Gamos»

Entrámos no terreno de Margaret Starbird, a moderna "teórica do sagrado feminino". Todas as teorias de Margaret Starbird cairiam por terra se ela tivesse um mínimo de conhecimentos doutrinários. Não digo que a dita senhora não conheça bem as escrituras, nem tenha lido os comentadores destas, o que julgo ter acontecido, mas o conhecimento puramente "livresco" desta senhora impede-a de compreender alguns detalhes doutrinários que são fundamentais para evitar as asneiras em que ela se vê cair nas suas conclusões.
Em primeiro lugar, e antes de qualquer consideração sobre o que escreveu Simon Cox, há que explicar a diferença entre o que se entendia, no tempo de Platão, por "Pequenos Mistérios" e "Grandes Mistérios". Os primeiros dizem respeito à obtenção da plenitude do estado humano individual, e os segundos dizem respeito à obtenção dos estados superiores do ser. No primeiro caso, e usando linguagem metafísica, temos a extensão "horizontal" do estado humano até ao seu máximo (uma extensão realizada no sentido que os hindus chamam de "rajas", uma das três gunas hindus, que significa uma força de "expansão"); no segundo caso, temos a obtenção dos estados superiores do ser, subindo ao longo do eixo "vertical" da existência, uma operação realizada no sentido "sattwa", a primeira das três gunas hindus, que é a do sentido "ascendente"; o sentido "tamas" é também seguido ao longo do eixo "vertical" da existência, mas no sentido "infernal", ou seja, literalmente, "descendente". Mas, para obtermos uma ideia nítida do que queremos dizer com "pequenos" e "grandes mistérios", sigamos a exposição de René Guénon:
"Nous avons fait allusion à diverses reprises, dans ce qui précède, à la distinction des «grands mystères» et des «petits mystères», désignations empruntées à l'antiquité grecque, mais qui sont en réalité susceptibles d'une application tout à fait générale; il nous faut maintenant y insister un peu plus, afin de bien préciser comment cette distinction doit être entendue. Ce qu'il faut bien comprendre avant tout, c'est qu'il n'y a pas là des genres d'initiation différentes, mais des stades ou des degrés d'une même initiation, si l'on envisage celle-ci comme devant constituer un ensemble complet et être poursuivie jusqu'à son terme ultime; en principe, les «petits mystères» ne sont donc qu'une préparation aux «grands mystères», puisque leur terme lui-même n'est encore qu'une étape de la voie initiatique. (...)
"Les «petits mystères» comprennent tout ce qui se rapporte au développement des possibilités de l'état humain envisagé dans son intégralité; ils aboutissent donc à ce qui est désigné traditionellement comme la restauration de l'«état primordial». Les «grands mystères» concernent proprement la réalisation des états supra-humains: prenant l'être au point où l'ont laissé les «petits mystères», et qui est le centre du domaine de l'individualité humaine, ils le conduisent au delà de ce domains, et à travers les états supra-individuels, mais encore conditionnés, jusqu'à l'état inconditionné qui seul est le véritable but, et qui est désigné comme la «Délivrance finale» ou comme l'«Identité Suprême». Pour caractériser respectivement ces deux phases, on peut, en applicant le symbolisme géométrique, parler de «réalisation horizontale» et de «réalisation verticale», la première devant servir de base à la seconde; cette base est representée symboliquement par la terre, qui correspond au domaine humain, et la réalisation supra-humaine est alors décrite comme une ascencion à travers les cieux, qui correspondent aux états supérieurs de l'être. Il est d'ailleurs facile de comprendre pourquoi la seconde préssupose nécessairement la première: le point central de l'état humain est le seul où soit possible la communication directe avec les états supérieurs, celle-ci s'effectuant suivant l'axe vertical qui rencontre en ce point le domaine humain; il faut donc être parvenu d'abord à ce centre pour pouvoir ensuite s'élever, suivant la direction de l'axe, aux états supra-individuels; et c'est pourquoi, pour employer le language de Dante, le «Paradis terrestre» est une étape sur la voie qui mène au «Paradis céleste»." - René Guénon, "Aperçus sur l'Initiation - Chapitre XXXIX - Grands Mystères et Petits Mystères", pág. 248 a 249.
Assim, os "Pequenos Mistérios", coevos da Alquimia e da verdadeira Maçonaria, têm como objectivo a restauração, no iniciado, do "estado primordial", o estado de Adão no Paraíso terrestre antes da Queda. Porque se trata de um assunto sempre incompreendido, convém tecer algumas considerações sobre a simbologia do relato do Génesis. O comer da maçã da árvore do Bem e do Mal implica de imediato a queda deste "estado adâmico". O "homem primordial" (na tradição islâmica el-insân el-qadîm), personificado em Adão, cessa a sua comunhão com a Árvore da Vida (árvore de unidade) para passar a partilhar do fruto da Árvore do Bem e do Mal (árvore da dualidade). Assim, Adão perde o contacto com a unidade do divino. Dá-se a saída do Paraíso. O anjo com a espada que guarda, desde então, a porta do Paraíso (que se torna assim estreita como o "buraco de uma agulha") é símbolo da dificuldade do processo iniciático, da necessidade de requisitos do próprio iniciado, e da necessidade de orientadores qualificados que orientem o processo. Com a perda do sentido do divino e do uno, o Homem pós Queda é um ser agarrado à multiplicidade e ao devir. É este o sentido que se deve dar ao conceito teológico de "pecado original". O baptismo, como sacramento remissionário deste pecado original, restitui ao neófito a pertença à unidade da doutrina verdadeira.
Posto isto, torna-se evidente que o binómio homem-mulher, que é o ponto de partida para todas as considerações em torno do "hieros gamos", é a materialização humana da dualidade representada pela Árvore do Bem e do Mal (se bem que seja totalmente ilegítimo atribuir o Bem ao homem e o Mal à mulher!). A união entre o homem e a mulher pode ser vista como uma encenação humana e física de um processo de resolução da dualidade dos opostos masculino e feminino num só ser, que corresponde à figura do "hermafrodita" ou do "rebis" alquímico. Outra linguagem que simboliza esta "conjuntio" é a da mistura alquímica entre o enxofre (quente e seco, "masculino", "solar") com o mercúrio (frio e húmido, "feminino", "lunar"). Esta junção de opostos é um dos símbolos mais fortes da Alquimia.
Então, quando falamos de "hieros gamos", estamos no terreno alquímico, no terreno dos "Pequenos Mistérios", que pertencem a um domínio exclusivamente humano. A linguagem do "hieros gamos" é puramente antropológica e tende à obtenção do "estado primordial" na esfera da existência humana. Nada disto tem a ver com Deus. O "sagrado" desta união está, quando muito, no paralelismo axiomático entre o Microcosmos e o Macrocosmos. O Hinduísmo dá-nos, no plano da Manifestação Universal, um dualismo que se assemelha macrocosmicamente a esta união, que é a de Purusha (princípio activo, "essência") com Prakriti (princípio passivo, "substância"). Mas Purusha não é um suposto "deus" em união carnal com uma suposta "deusa" Prakriti!
Margaret Starbird está, assim, em pleno delírio, porque confunde, deliberadamente ou não, o plano "macrocósmico" com o plano "microcósmico". O uso abusivo de linguagem sexual (que diz respeito apenas à esfera do humano) para falar dos mistérios divinos é sintoma de uma perversão intelectual e psicológica que deveria ser evidente para todos, não fosse a confusão espiritual que reina hoje em dia na mente do Homem moderno.
Vejamos então o que nos diz Simon Cox. Ele começa por referir que no romance de Dan Brown, a personagem Sophie Neveu fica perplexa quando descobre, por acidente, o seu avô a praticar um ritual sexual secreto. Como poderemos ver, lendo o romance de Dan Brown, o enredo evolui no sentido de "normalizar" este ritual sexual secreto, através das múltiplas "explicações" que os eruditos do romance tentam dar a Sophie, para que ela "compreenda" esse incidente, e aceite naturalmente o acto que ela viu o seu avô praticar. Isto, obviamente, é infame. Revela um dos lados mais obscuros do romance de Dan Brown, o da recuperação das missas negras como algo de normal.
Mas continuemos com a análise deste artigo. Simon Cox tem razão quando diz que "hieros gamos" significa em grego "casamento sagrado". Menos mal... Logo a seguir, como sempre, a asneira:
"Tendo as suas raízes em antigos cultos de fertilidade, o ritual Hieros Gamos evoluiu ate se tornar numa actividade espiritual altamente desenvolvida, a qual permitiria ao homem obter a «gnosis», ou conhecimento directo do divino, através da união sexual ritualizada com uma mulher treinada como sacerdotisa"
Como é hábito, esta frase é um chorrilho de asneiras... Como pudemos ver com a introdução sobre o verdadeiro significado do "hieros gamos", a complexidade da linguagem alquímica não deixa margem para dúvidas: não estamos perante um "antigo culto de fertilidade evoluído". A origem avançada por Simon Cox é altamente duvidosa, e impossível de provar. Depois, encontramos o "dogma" evolucionista, com o autor a dizer que os cultos de fertilidade evoluíram. Estas palavras caem bem na mente do leitor moderno, porque devido a uma incrível perversão das mentalidades, uma vasta maioria de pessoas acha natural que todas as coisas evoluam. A intenção "evolutiva" do "hieros gamos" permite um objectivo fulcral para Simon Cox: o de sancionar todas as teorias modernas sobre este assunto, porque segundo ele, o "hieros gamos" é, hoje em dia, uma "actividade espiritual altamente desenvolvida". E, segundo Cox, porque as teorias são "modernas", são automaticamente boas, e melhores que as "antigas".
Depois, temos a palavra grega gnwsis ("gnosis"), que significa literalmente "conhecimento". Este conhecimento pode ser de qualquer coisa, se bem que seja tradicionalmente usada como "conhecimento do divino". Contudo, há que fazer uma importantíssima ressalva. O homem, enquanto ser finito, apenas pode ter um conhecimento aproximado de Deus. E, em rigor de doutrina, esse conhecimento é apenas possível graças a Deus, que poderá ou não facultar ao aspirante aquilo que ele necessita para se aproximar do conhecimento de Deus. O importante a retirar de tudo isto é: o conhecimento humano do divino é sempre algo de aproximado, de tangencial.
O uso do sexo para "conhecimento directo do divino" é um disparate auto-evidente, que dispensa palavras. A expressão "união sexual ritualizada" é, nada mais nada menos que, uma missa negra, onde ocorrem as inversões dos símbolos e dos sacramentos da verdadeira missa. A missa negra é mesmo uma missa ad infernis, cujo objectivo e propósito é nitidamente infra-racional ao invés de supra-racional. Nestas missas, o que se quer é a inversão de todo o ritual da missa tradicional. Ocorre, frequentemente, a prática do sexo sobre altares, de preferência altares consagrados, para que a perversão seja mais eficaz, bem como a profanação de hóstias e de vinho consagrado. Torna-se evidente que não faz sentido que existam "mulheres treinadas como sacerdotizas" para estes efeitos. O papel destas mulheres tem um nome bem conhecido: são prostitutas.
"Esta teoria é baseada na filosofia de que o homem é, na sua essência, incompleto e apenas pode atingir a divindade ao «casar» com os princípios femininos de um modo espiritual e físico, o que despoleta um estado alterado da consciência no momento do clímax"
Simon Cox fala, abusivamente, de uma "filosofia", ficando por saber porque é que ele usa a palavra "filosofia". Se calhar, faz como muitos autores modernos, usando-a abusivamente, à laia de "sistema". Como vimos atrás, é certo que algumas interpretações mais primárias e mais corpóreas do "hieros gamos" alquímico incidem sobre a união sexual entre homem e mulher. Mas, quando muito, este tipo físico de união teria como objectivo a resolução da dualidade humana, ou seja, a obtenção da plenitude do estado humano. Nada disto tem a ver com "atingir a divindade", o que demonstra bem que Simon Cox desconhece que o "hieros gamos" opera apenas na esfera da plenitude da existência humana individual, que é o objectivo dos "Pequenos Mistérios". É, todavia, bastante pueril achar que se obtém a plenitude do estado humano individual exclusivamente através da união carnal entre homem e mulher.
É bem sabido que o "momento do clímax" despoleta muita coisa, mas um "estado alterado da consciência"? Tudo isto cheira a New Age, com a típica confusão entre o domínio mental ou psíquico com o domínio espiritual. Desta confusão nasce a crença de que, ao atingir a divindade, o homem vê alterado o seu estado de consciência. A consciência pertence, obviamente, ao nível da mente humana, sendo que nenhuma alteração de consciência permite obter o que quer que seja de divino. A consciência humana é finita e limitada. Os processos mentais são de natureza totalmente diversa dos processos espirituais.
Simon Cox tem razão na sua descrição do hermafrodita, como sendo a fusão de Hermes e de Afrodite. A raíz da palavra conforme apresentada por Cox está correcta, o que é evidente pela justaposição dos nomes das duas divindades. Mas, de novo, estamos apenas perante um símbolo do "homem primordial", portanto no seu estado "adâmico". Simon Cox não faz ideia do que está a falar quando diz:
"Além disso, e segundo alguns, referências crípticas em textos medievais relacionados com a alquimia (a arte da transformação) estão, na verdade, relacionadas com o ritual sexual a um nível mais elevado."
Cá temos de novo o "segundo alguns", mas o que parece é que Simon Cox quis partilhar connosco a sua interpretação "críptica" da Alquimia, que digamos de passagem não é nenhuma "arte de transformação", mas quando muito, uma "arte da reintegração". Faz pensar que livros andou Simon Cox a ler para partilhar connosco tanta enormidade. Entende-se que Cox veja os textos medievais alquímicos como "crípticos", porque ele não entende simplesmente nada da linguagem alquímica. Para um leigo em Direito, um processo penal repleto de terminologia específica pode parecer "críptico". O mesmo sucede com os textos alquímicos, e com tudo o que tenha a ver com a Arte Real. Repetimos que a Alquimia (palavra que vem do árabe al-chemi, que significa literalmente "terra encarnada") nada tem a ver com "rituais sexuais", que só podem nascer das confusões de mentes pouco informadas. A Alquimia, como a Arte Real num todo, existe em variadíssimas culturas. Pode-se falar de Alquimia árabe, europeia, chinesa, hindu, e por diante. São "alquimias" diferentes na forma, porque ocorreram em períodos diferentes da História e no âmbito de culturas muito diferentes. Sugere-se a obra "Ferreiros e Alquimistas", de Mircea Eliade, para saber mais sobre outras formas de Alquimia fora da Europa medieval. Mas apesar de todas estas diferenças na forma, a Alquimia visa sempre o mesmo objectivo: permitir ao alquimista a obtenção da "Pedra Filosofal", termo que designa a reintegração do ser no estado adâmico primordial, no estado anterior à Queda do primeiro Homem, Adão (a palavra "Adão" significa literalmente "Homem"). O carácter "paradisíaco" do homem que conquista os objectivos da Alquimia vem, precisamente, como explicou Guénon no trecho atrás apresentado, da reintegração na posição rigorosamente central do seu estado actual de existência, que é o estado humano individual. Sempre segundo Guénon, é este o término dos Pequenos Mistérios. A posição central do ser humano que regressou ao estado adâmico permite-lhe o acesso directo ao "Eixo do Mundo", através do qual ele poderá ascender aos estados superiores do ser (que é o caminho dos Grandes Mistérios, cujo término está no "homem universal", que na tradição islâmica se chama el-insân el-kâmil). Para nos darmos conta das asneiras de Cox, tenhamos em consideração que são os estados superiores do ser que permitem ao ser a passagem para lá da forma, e a superação da individualidade. Literalmente, "transformação" significa "passar para lá da forma". Por isso, são os Grandes Mistérios, e nunca os Pequenos, que permitem uma verdadeira "transformação" do ser! A Alquimia não é uma "arte da transformação", mas poderá ser chamada de "arte da reintegração", no estado adâmico pré-Queda, naturalmente...
Aceitando-se ou não o contexto tradicionalista das explicações de Guénon e de qualquer autoridade competente em matéria de Simbolismo, fica patente que existe uma explicação rigorosa, lúcida e realista para os "crípticos" textos alquímicos medievais, que repetimos só serem crípticos na mente daquele que desconhece o tema, o que é algo de perfeitamente natural. A Alquimia guia-se por binómios (claridez, escuridão, seco, húmido, frio, quente, e por diante), o que pode levar algumas mentes mais simplistas a querer reduzir tudo isto à "união sexual dos opostos". Sem dúvida que há simbolismo sexual na Alquimia, mas é apenas como forma de comunicação de conceitos sofisticados usando conceitos simples e acessíveis. O uso de simbolismo sexual na Alquimia é feito como ferramenta analógica! Supor que os alquimistas se dedicavam a prácticas sexuais é perverter literalmente o que era a Alquimia e o significado da Arte Real.
Não temos a menor dúvida de que o homem moderno, reduzido a uma existência puramente profana, é quase opaco ao discurso simbólico da Alquimia, mas tenhamos a honestidade de, mesmo repudiando o universo alquímico devido a um qualquer "rigor" científico-empírico-cartesiano moderno, aceitar que a descrição de uma corrente de ideias seja feita com rigor e exactidão. Os historiadores da Alquimia não têm que ser alquimistas, e certamente que hoje em dia não o são! Então, porque não recomendar a Simon Cox que consulte um perito em Alquimia, antes de escrever sobre um assunto que desconhece totalmente?
"Os heréticos medievais tornaram-se peritos ao desenvolverem uma linguagem simbólica através da qual podiam debater estas questões, sendo a rosa, por exemplo, vista como representação dos órgãos genitais femininos"
A mentalidade moderna gosta muito de palavras que dêem a ilusão de intelectualidade. Simon Cox sabe isso, e usa a palavra "peritos" para gerar no leitor a ilusão de uma suposta "autoridade" ou "competência" por parte dos heréticos medievais, que segundo Cox seriam "peritos". Qual é o problema? Como sempre, são vários: por um lado, Simon Cox aglutina em "heréticos" uma série de realidades, de movimentos e de pessoas que são muitas vezes bastante diferentes. Há heréticos e heréticos. Já se disse atrás que a heresia era a defesa de uma ideia doutrinalmente errada. Assim, nada mais natural do que duvidar da autoridade e competência de um verdadeiro herético, que como se pode deduzir pelo facto de um verdadeiro herético ser alguém com uma noção doutrinal errada. Mas, como é evidente para qualquer pessoa sensata, quando existiam jogos e interesses políticos (que nada deveriam influenciar em matéria de doutrina), sucederiam-se acusações infundadas contra esta ou aquela pessoa por "heresia". Assim, ao contrário do que diz Cox, não é possível rotular os "heréticos" como se fossem um todo coeso. Logo à partida, seria necessária uma primeira separação em "falsos heréticos" e "genuínos heréticos". Mas Cox não quer saber desse tipo de rigor, e volta a bater na mesma tecla: a rosa, sempre que usada por um herético, era um "símbolo dos órgãos genitais femininos". Bom, já temos, graças a Cox, uma visão mais clara destes dois grandes movimentos de tarados sexuais: os "heréticos" e os "alquimistas"! Não é possível um grau mais profundo de estupidez... A rosa, caro senhor Simon Cox, é um símbolo do Graal, é um símbolo do coração (no caso católico, existe mesmo uma associação directa com o culto do Sagrado Coração de Jesus). A rosa possui um exacto equivalente oriental, que é a flor de lótus. Será que na mente de Simon Cox o lótus também representa os "órgãos genitais femininos"?
No parágrafo seguinte, Simon Cox divaga em torno do conhecido "Holy Blood, Holy Grail", do trio britânico Henry Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh. Diz Cox que o trio ter-se-ia dado conta da preferência do Priorado de Sião por Maria Madalena, "em vez da tradicional devoção católica à Virgem Maria", e consequentemente teria formulado a teoria da "linhagem sagrada". Contudo, não nos precipitemos a dar todo o crédito desta teoria ao trio britânico. Em 1968, Phillipe de Chérisey escrevera "Circuit", uma obra de 131 páginas, que contém uma peça de teatro intitulada "L'Alibi D'O", cuja personagem feminina principal se chama Madeleine. O simbolismo de Maria Madalena está omnipresente na mistificação do Prieuré: desde a igreja de Rennes, dedicada a Santa Maria Madalena (num dos pergaminhos forjados por Phillipe de Chérisey, ele inseriu a inscrição que estava no altar da igreja de Rennes, inscrição essa relativa a Maria Madalena) até a esta peça de teatro "L'Alibi D'O". A teoria do Jesus casado com Maria Madalena não era de certeza estranha à nossa parelha Plantard e Chérisey. Também lhes teria passado pela cabeça, pelo menos uma vez, a ideia de uma linhagem sagrada entroncada nos merovíngios, os "reis dos cabelos compridos" que tinham o poder de curar pela imposição das mãos. Contudo, fica-se com a impressão que Plantard nunca fora tão louco ao ponto de se dizer descendente de Jesus. Plantard queria certamente surgir como o herdeiro por excelência do tronco merovíngio, mas estava pouco interessado na sacralidade do sangue. Ele preferia a realeza do sangue. Mas Phillipe de Chérisey era um homem diferente. Atraía-lhe a teoria do Jesus casado. Já em plena fase de zanga aberta com Plantard, Phillipe de Chérisey escreveu um artigo para a revista Nostra, no número 584 (1983): "Jésus, sa femme et les Mérovingiens". Neste artigo, Chérisey acusa uma tendência altamente favorável para a tese do Jesus casado. Fazendo notar que o próprio Plantard se tinha manifestado surpreendido pelas teses da linhagem sagrada (Plantard não alinhava totalmente com as conclusões do trio britânico, apesar de ele ser co-responsável pela obra), Chérisey pelo contrário afirmava no artigo que achava que o trabalho do trio britânico era um bom trabalho, e que a tese era bem plausível. Mais, numa atitude que poderia ser de provocação pessoal a Plantard (mas que gerava nos leitores a impressão de um aval sem reservas à tese), Chérisey achava perfeitamente natural que existindo uma descendência de Jesus, esta passasse pelos Merovíngios, que segundo ele tinham um representante actual no senhor Pierre Plantard de Saint-Clair!
Em que ficamos? Chérisey era um adepto fervoroso das teses da "linhagem sagrada" do trio britânico? Ou estaria apenas a provocar Pierre Plantard, com quem ele permaneceria zangado até à sua morte em 1985? Pensamos que é difícil dar uma resposta definitiva. Cada qual que tire as suas conclusões, mas tenhamos em mente duas coisas apenas: Phillipe de Chérisey era um conhecido brincalhão, e não poupava esforços para executar uma boa partida (veja-se o caso dos falsos pergaminhos do padre Saunière!); além disso, ele era um homem culto. Convenhamos que a tese da "linhagem sagrada" exige uma boa dose de ingenuidade e desconhecimento histórico. E isso encaixa mal no perfil de Chérisey. Por isso, a nossa posição é a de que Chérisey no artigo da Nostra estava a gozar com Plantard e com a obra do trio britânico...
No parágrafo seguinte, Simon Cox faz uma larga idolatria a Margaret Starbird, que "passou mais de 10 anos a pesquisar e a desenvolver o tema do Casamento Sagrado, ou Hieros Gamos". Nesses dez anos, diz Cox que "através de um estudo cuidadoso de passagens bíblicas e análise sistemática do simbolismo herético medieval, Margaret chegou à conclusão que não é especificamente a possibilidade da existência de uma verdadeira descendência de Jesus Cristo e Maria Madalena que é importante, mas o reconhecimento que o próprio Jesus possa ter celebrado o sacramento do matrimónio sagrado numa união sacra com Madalena". Parece-nos evidente que nem que Margaret Starbird tivesse passado cem anos a estudar passagens bíblicas e "simbolismo herético medieval", seja lá o que isso for, de nada serviria para validar as suas afirmações. Teses fantasiosas que dão trabalho a fazer é o que não falta! Vejamos o exemplo da mitologia do Prieuré, que ocupou toda a vida de Plantard! E nem por isso deixa de ser tudo um emaranhado de falsificações... Margaret Starbird não convence a pessoa culta, séria e informada. Adicionalmente, tudo isto parece um poço sem fundo onde cada qual usa o que quer: Plantard não está interessado em Jesus e Madalena, o que ele quer é uma linhagem real e aristocrática, e por isso inventa-a. Starbird não está interessada em dinastias, o que ela quer é feminizar o cristianismo, e precisa de uma linhagem sagrada, e por isso inventa-a. Dan Brown quer vender milhões, e por isso, junta os dois! Sucesso garantido, porque agrada aos dois públicos misturando as duas teses!
Este artigo do "Hieros Gamos" já vai grande, mas o leitor terá que nos desculpar. As tolices de Simon Cox ocupam muito menos espaço do que o que é preciso para as expor e refutar. E o pior, neste artigo do "Hieros Gamos", está ainda por vir. Sim, porque Simon Cox consegue fazer uma surpreendente recuperação do famigerado Carmelo de Vintras, uma seita de tarados sexuais cujas perversões muito provavelmente não se ficariam pela esfera do sexual. "Limpar" o Carmelo de Vintras, perante um público de leitores que não conhecem os contornos deste caso, parece-me um dos actos mais inacreditáveis e escandalosos de Simon Cox. Porventura o leitor menos informado sobre o sub-mundo dos movimentos ocultistas franceses do final do século XIX não conhecerá este movimento de Eugène Vintras, fundado em torno de 1840. Contudo, é tão gravoso "recuperar" o Carmelo de Vintras como seria recuperar a ideologia da moderna seita "Ordem do Templo Solar", por exemplo. É muito grave o que faz Simon Cox, porque ele sabe que o público que o lê o levará a sério, e Cox leva a vantagem de estar a falar sobre um tema muito pouco conhecido! Em breve, faremos um artigo sobre esta famigerada "Igreja do Carmelo". A condenação da Igreja Católica a esta seita de contornos perversos é um gesto perfeitamente normal e necessário, bem como a excomunhão dos seus elementos. Por isso, o que Cox afirma é infame:
"Tentativas genuínas para obter um ramo mais «gnóstico» do Catolicismo, incorporando rituais sexuais sagrados e a restauração da monarquia francesa duma forma muito semelhante à dos dogmas do Priorado de Sião, podem ser encontradas num movimento chamado a Igreja do Carmelo..."
Dá mesmo a impressão, mais uma vez, que Simon Cox não só não percebe nada do tema como não se dá conta da gravidade das suas palavras impensadas! Para começar, o uso da expressão "tentativas genuínas", que faz pensar que a Igreja do Carmelo era bem intencionada e que estava dentro do catolicismo. O que não pode ser mais falso! A Igreja do Carmelo faz lembrar a heresia dos Carpocráticos, que na Idade Média acreditavam poder obter a santidade através de uma vida de pecado excessivo. Segundo os Carpocráticos, um uso abusivo do pecado em todas as suas formas permitiria a purificação da alma, através de uma purga pela prática continuada e intensa do pecado. O Carmelo de Vintras é algo de semelhante, contudo o pecado em questão era a prática de orgias sexuais, muitas vezes no contexto de uma missa negra, com os participantes da orgia a terem relações sexuais em mesas de altar. Cox continua a iludir os leitores. Da leitura deste parágrafo inteiro sobre o Carmelo, fica-se com a ideia de que a Igreja Católica, como sempre, teria agido de forma cruel e déspota, para silenciar este tão "genuíno" movimento católico. Adicionalmente, gostaríamos que algum leitor mais informado do que nós nos dissesse onde é que Simon Cox foi buscar a ideia de que o Carmelo de Vintras apoiava, de que forma fosse, a "restauração da monarquia francesa"!
"Hoje em dia, estão a ser feitas tentativas para averiguar se, na verdade, Jesus casou ou não com Maria Madalena. Se se puder provar que o casamento de Jesus foi um facto histórico, ou se estas tentativas são inspiradas por uma profunda necessidade primitiva de restaurar o Sagrado Feminino numa das mais antigas religiões patriarcais mundiais, é algo que ainda nos resta ver"
Esta frase é uma perfeita imbecilidade! Para começar, quem é que está a fazer "tentativas para averiguar se, na verdade, Jesus casou ou não com Maria Madalena"? Quem? E como é que as está a fazer? Estão à procura do certificado de casamento? De fotografias da boda? Ou se calhar, estão à procura do túmulo de Jesus, para ver se a mulher está enterrada ao lado? Francamente, como é que este homem quer ser levado a sério? Depois, a frase final parece feita para irritar as pessoas sérias: o que é que é esta "necessidade primitiva de restaurar o Sagrado Feminino"? Melhor, o que é que é esta imbecilidade do "Sagrado Feminino", senão algo que sai totalmente da imaginação da americana Starbird? E, para terminar, quem é que disse que o cristianismo é uma "religião patriarcal"? Haverá tal coisa como religiões "matriarcais" ou "patriarcais"? E Maria, Mãe de Deus, Mãe de Jesus Cristo, não será ela o "sagrado feminino" do cristianismo? Para onde vai ela, seguidores de Simon Cox e de Dan Brown? O que querem fazer com ela? Deitá-la fora? Fingir que ela não existe? Provar que ela não existiu? Só falta isso para a perversão total... "

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RE: Continuação...

#73624 | camisao65 | 22 set 2004 13:47 | In reply to: #73614

"«Holy Blood, Holy Grail»

Este capítulo tenta recuperar a obra do trio Lincoln, Baigent e Leigh, para que mais uma geração inteira de leitores corra a comprá-lo e se deixe afundar nas suas pseudo-teses.
"Embora hoje em dia, investigadores do Priorado de Sião continuem a debater a veracidade da informação histórica contida no livro, existe um acordo geral global de que «Holy Blood, Holy Grail» tem, para o melhor e para o pior, sido o grande responsável pela libertação de conceitos históricos e religiosos revolucionários, que nunca foram publicamente examinados antes. Além disso, HBHG é o único livro em língua inglesa entre a diversificada indústria de obras sobre o Priorado de Sião que foi escrito por autores que, na verdade, tiveram acesso em primeira mão a um suposto Grão-Mestre desta sociedade secreta."
Que vergonha, senhor Simon Cox, mentir tanto e de forma tão descarada! Já nenhum "investigador" continua a debater a veracidade da informação histórica contida no livro, porque essa veracidade não existe, e isso já foi demonstrado vezes sem conta! Só os tolos teimosos é que continuam a levar esse livro a sério. A leitura do nosso trabalho sobre Rennes não deixa qualquer margem para dúvidas. Contudo, sabemos bem que é provável que Simon Cox apenas tenha lido livros em inglês, porque certamente não saberá ler noutras línguas. Por isso, certamente que nunca leu as obras de René Descadeillas, de Pierre Jarnac (Michel Vallet), de Jacques Rivière, de Jean Robin, de Jean-Jacques Bedu, de Claire Corbu e Antoine Captier, de Jean-Luc Chaumeil, nem sequer a derradeira obra do famigerado Gérard de Sède, "Rennes-le-Chateau - Le Dossier, Les Impostures, Les Phantasmes, Les Hypotheses", através da qual Gérard de Sède veio contar como fora enganado por Plantard e Chérisey.
Ninguém sério acreditaria na honestidade de Gérard de Sède, porque sabemos bem que ele lucrou com tudo isto, mas até ele, um dos grandes responsáveis pela vaga desinformativa, deixou uma derradeira obra a desmentir toda esta impostura. Mais grave ainda: Plantard lança em 1989 uma nova versão do Prieuré de Sion, em que ele vem negar toda a mitologia do passado, mantendou apenas algumas coisas mais difíceis de verificar. Plantard reage assim aos ataques refutatórios que tinham vindo a minar a sua mitologia durante décadas. Mas nem isto Simon Cox sabe! Vê-se que Cox sofre de um contacto exclusivo com a literatura anglo-saxónica sobre o tema, que é totalmente inválida e infundada. O Prieuré é uma invenção de franceses (Pierre Plantard e Phillipe de Chérisey), ocorrida em solo francês, dentro de uma cultura francesa, baseado em mitos e lendas franceses, com personagens franceses, e com objectivos especificamente franceses! Mas, no entanto, a incrível verborreia anglo-saxónica pró-Prieuré não pára nunca, e todos os anos surgem obras que continuam perpetuamente com esta farsa. A obra "Holy Blood, Holy Grail" foi escrita por três amadores, que aproveitaram a loucura imaginativa de Plantard para ganhar uns cobres! O que é especialmente grave é que o próprio Jean-Luc Chaumeil tenha contactado Henry Lincoln antes da publicação da obra do trio, porque Chaumeil queria esclarecer Lincoln da terrível embrulhada em que ele se estava a meter, e que Lincoln tenha pura e simplesmente ignorado todos os avisos de Chaumeil relativos ao embuste! Lincoln sabia de tudo! E, no entanto, cedeu à tentação de pôr a obra à venda. Que tal, para a honestidade do líder do trio?
Como se poderá ver, lendo a secção do nosso trabalho sobre o Prieuré de Sion, o trio britânico nada mais fez senão veicular as teses de Plantard e Chérisey, juntando-as a algumas loucuras de sua própria autoria. Só Simon Cox, na sua profunda ignorância sobre o tema, para dar valor ao facto do livro do trio ter valor acrescentado por ter sido escrito com "acesso em primeira mão a um suposto Grão-Mestre"! Francamente! Plantard foi o inventor de tudo aquilo! Ele era o principal interessado em passar a teoria para um público mais vasto. Plantard apenas aproveitou a oportunidade proporcionada pelo trio... O leitor que conheça os contornos desta farsa não pode senão ficar enojado com o desenrolar das "investigações" do trio: a sua surpreendente credulidade neste Plantard, cujas palavras eles bebem como maná caído dos Céus, como se Plantard fosse um iniciado prestes a revelar-lhes o Santo Graal! Mas é assim que o trio escreve a sua obra: tudo gira em torno dos encontros com Plantard, com o pouco de informação (falsa) que este lhes vai passando... Infantilidade e ingenuidade por parte do trio, que não sabia que estava a ser enganado? Antes fosse! Infelizmente, é a mais pura das verdades que o trio já sabia de tudo, e a prova está na recusa da ajuda de Jean-Luc Chaumeil. Somos então forçados a concluir que o trio escreveu a obra de má fé. Com vontade de vender, desinformando.
Mas, no final, Simon Cox deixa cair um bocado o véu... Talvez com medo de ser atacado por quem sabe do assunto, ele decide terminar esta secção de um modo mais prudente. Terminando a sua divagação elogiosa à obra do trio, ele menciona que a obra nem sequer fora a primeira a avançar a hipótese da "linhagem sagrada". Cox recorda "The Dreamer of the Vine", da astróloga Liz Greene, e ainda bem que o faz, porque esta obra precede a obra "Holy Blood, Holy Grail". Simon Cox, numa espantosa honestidade (ficámos supreendidos, mas por pouco tempo), revela ao leitor que Liz Greene era irmã de Richard Leigh, e que "era na altura namorada de Michael Baigent". E Cox levanta, e muito bem, a hipótese: "Assim, será que os autores de «Holy Blood, Holy Grail» apenas se envolveram «por acaso» com o conceito da linhagem de Jesus e Maria Madalena durante o decurso das suas discussões com Pierre Plantard, ou era este o destino do livro desde o início?". Exactamente, Simon Cox! Exactamente! Conforme vimos atrás, não foi de Plantard que veio a ideia do "casamento sagrado", apesar de Chérisey ser o adepto de Maria Madalena da parelha. Apesar de Chérisey ter reagido com a agrado às teses do "casamento sagrado" e da "linhagem sagrada", não foi ele quem as inventou, e faz todo o sentido pensar-se nos bastidores desta torrente de ideias, que cresceu e muito com a obra do trio, e Liz Greene faz com certeza parte da equação... Mas a pulhice de Simon Cox revela-se mesmo no fim: numa táctica astuciosa, ele dá esta "no cravo", mas no final dá "na ferradura":
"Se for este o caso, estariam Baigent e Leigh na posse de algumas há muito suprimidas informações internas, antes das primeiras palavras de «Holy Blood, Holy Grail» terem sido colocadas numa folha? E se assim foi, quem estava realmente a manobrar quem... e estaremos nós ainda em viagem?"
Simon Cox está, de facto, em viagem alucinogénea. Ou melhor, parece estar... Ele, com esta frase, quer deixar no leitor a seguinte ideia: "o mistério está em aberto". Mas a ideia que deveria ficar no leitor é esta: não há mistério, Pierre Plantard e Phillipe de Chérisey são os inventores únicos da farsa do Prieuré; o trio Lincoln, Baigent e Leigh os seus propagadores internacionais; Baigent e Leigh foram chamados porventura pela sua ligação a Liz Greene, porque as teorias desta ajudariam a "engrossar o caudal"; o trio demonstra uma frieza calculista e uma falta total de honestidade intelectual no delinear de um processo investigativo totalmente falseado e viciado, onde eles já sabem exactamente a que conclusão querem chegar com tal "investigação", e onde querem levar o público leitor. Uma vergonha...


Santo Graal



Sobre o Santo Graal poder-se-ia escrever um número infindável de páginas. Vamos cingir-nos à autoridade doutrinária de René Guénon, que como ninguém, soube expor com clareza, lucidez e conhecimento de causa, as complexidades do simbolismo gráalico. Neste artigo, Le Sacré-Coeur et la Légende du Saint Graal, publicado originalmente em 1925 na revista Regnabit, Guénon tece esclarecedores paralelos entre o simbolismo do Santo Graal e o conceito do Sagrado Coração de Jesus (as ilustrações não constam do texto original - foram adicionadas por nós):
"O Sagrado Coração e a Lenda do Santo Graal

Num dos seus últimos artigos o senhor Charbonneau-Lassay assinalou muito justamente, como ligando-se ao que poderíamos chamar a «pré-história do Coração Eucarístico de Jesus», a lenda do Santo Graal, escrita no século XII, mas bem anterior pelas suas origens, pois ela é na realidade uma adaptação cristã de tradições célticas muito antigas. A ideia desta aproximação já nos tinha surgido na ocasião do artigo anterior, extremamente interessante do ponto de vista no qual nos colocamos, intitulado «O coração humano e a noção do Coração de Deus na religião do antigo Egipto», do qual recordamos a passagem seguinte: «Nos hieroglifos, escritura sagrada onde frequentemente a imagem da coisa representa a própria palavra que a designa, o coração foi figurado por um só emblema: o vaso. O coração do homem não é com efeito o vaso onde a sua vida se elabora continuamente com o seu sangue?». É este vaso, tomado como símbolo do coração e substituindo-se a este na ideografia egípcia, que nos fez pensar imediatamente no Santo Graal, ainda mais que neste último, para lá do sentido geral do símbolo (considerado aliás sob os seus dois aspectos divino e humano), vemos ainda uma relação especial e muito mais directa com o próprio Coração de Cristo.


Com efeito, o Santo Graal é a taça que contém o precioso sangue de Cristo, e que o contém mesmo duas vezes, porque ele serviu primeiro à Ceia, e que de seguida José de Arimateia ali recolheu o sangue e a água que saiam da ferida aberta pela lança do centurião no flanco do Redentor. Esta taça substitui-se então de certo modo ao Coração de Cristo como receptáculo do seu sangue, ela toma por assim dizer o seu lugar e torna-se como um equivalente simbólico; e não é ainda mais notável que, nestas condições, o vaso tenha sido antigamente um emblema do coração? Para mais, a taça, sob uma forma ou sob outra, desempenhou, asssim como o próprio coração, um papel muito importante em várias tradições antigas; e sem dúvida que sucederia o mesmo com os Celtas, porque é deles que veio o que constituiria a própria base ou pelo menos a trama da lenda do Santo Graal. É lamentável que não se possa saber com precisão qual era a forma desta tradição anterior ao Cristianismo, como sucede de resto com tudo o que diz respeito às doutrinas célticas, para as quais o ensinamento oral foi o único meio de transmissão usado; mas há por outro lado bastantes concordâncias para que nos possamos pelo menos fixar sobre o sentido dos principais símbolos que aí figuravam e é isto, em soma, que é essencial.


Mas voltemos à lenda, sob a forma em que ela chegou até nós; o que ela diz mesmo sobre a origem do Graal é muito digno de atenção: esta taça teria sido talhada pelos anjos numa esmeralda caída da fronte de Lúcifer aquando da sua queda. Esta esmeralda faz lembrar de forma evidente a «urnâ», a pérola frontal que, na iconografia hindu, toma o lugar do terceiro olho de Shiva, representando o que podemos chamar de "sentido da eternidade". Esta aproximação parece-nos mais adequada que outra qualquer para esclarecer perfeitamente o simbolismo do Graal; e podemos mesmo apercebermo-nos de uma relação adicional com o coração, que é, para a tradição hindu, como para tantas outras, mas se calhar de forma ainda mais nítida, o centro do ser integral, ao qual, consequentemente, este "sentido da eternidade" deve estar directamente associado.
É dito de seguida que o Graal foi confiado a Adão no Paraíso terrestre, mas que, aquando da sua queda, Adão o perdeu por sua vez, porque ele não o podia transportar com ele quando foi expulso do Éden; e isso torna-se ainda mais claro com o sentido que acabámos de indicar. O homem, separado do seu centro original pela sua própria falta, encontra-se doravante preso na esfera temporal; ele não pode regressar ao ponto único do qual todas as coisas são contempladas sob o aspecto da eternidade. O Paraíso terrestre, com efeito, era verdadeiramente o «Centro do Mundo», por todo o lado assemelhado simbolicamente ao Coração divino; e não podemos dizer que Adão, enquanto esteve no Éden, vivia verdadeiramente no Coração de Deus?


O que se segue é ainda mais enigmático: Seth consegue reentrar no Paraíso terrestre e pode assim recuperar o precioso vaso; ora, Seth é uma das figuras do Redentor, para mais que o seu próprio nome exprime ideias de fundamento, de estabilidade, e anuncia de certa forma a restauração da ordem primordial destruída pela queda do homem. Havia então desde logo pelo menos uma restauração parcial, no sentido em que Seth e os que depois dele possuíram o Graal podiam por este mesmo facto estabelecer, em qualquer parte da terra, um centro espiritual que fosse como uma imagem do Paraíso perdido. A lenda, aliás, não diz nem como nem por quem o Graal foi conservado até à época de Cristo, nem como foi assegurada a sua transmissão; mas a origem céltica que lhe reconhecemos deve provavelmente dar a entender que os Druídas tomaram parte dela e deveriam ser contados entre os conservadores regulares da tradição primordial. Em todo o caso, a existência de um tal centro espiritual, ou mesmo de vários, simultaneamente ou sucessivamente, não parece poder ser posta em causa, não obstante o que quer que se pense da sua localização; o que é de notar, é que se associava por todo o lado e sempre a estes centros, entre outras designações, a de «Coração do Mundo», e que em todas as tradições, as descrições a eles associadas são baseadas num simbolismo idêntico, que é possível seguir até nos detalhes mais precisos. Isto não mostra suficientemente que o Gral, ou o que este representa, tinha já, anteriormente ao Cristianismo, e mesmo em todos os tempos, um laço dos mais estreitos com o Coração divino e com o «Emmanuel», queremos dizer com a manifestação, virtual ou real segundo as épocas, mas sempre presente, do Verbo eterno no seio da humanidade terrestre?


Após a morte de Cristo, o Santo Graal foi, segundo a lenda, transportado para a Grã-Bretanha por José de Arimateia e Nicodemos; começa então a desenrolar-se a história dos Cavaleiros da Távola Redonda e das suas explorações, que não pretendemos seguir aqui. A Távola Redonda estava destinada a receber o Graal quando um dos Cavaleiros o conseguisse conquistar e o trouxesse da Grã-Bretanha à Armórica; esta mesa é também um símbolo verdadeiramente muito antigo, um daqueles que foram associados à ideia dos centros espirituais aos quais aludimos. A forma zodiacal da mesa está aliás ligada ao «ciclo zodiacal» (outro símbolo que mereceria ser estudado de forma mais especial) pela presença à volta dela de doze personagens principais, particularidade que se encontra na constituição de todos os referidos centros. Sendo assim, não podemos ver no número dos doze Apóstolos, um sinal, entre tantos outros, da perfeita conformidade do Cristianismo com a tradição primordial, à qual o nome de «pré-cristianismo» conviria tão exactamente? E, por outro lado, a propósito de Távola Redonda, fizemos notar uma estranha concordância nas revelações simbólicas feitas a Marie des Vallées (ver «Regnabit», Novembro de 1924), onde era mencionada «uma mesa redonda de jaspe, que representa o Coração de Nosso Senhor», ao mesmo tempo que se trata de «um jardim que é o Santo Sacramento do altar», e que, com as suas «quatro fontes de água viva», se identifica misteriosamente ao Paraíso terrestre; não estamos de novo perante uma confirmação impressionante e inesperada das relações que atrás assinalámos?
Naturalmente, estas rápidas notas não teriam a pretensão de constituir um estudo completo sobre uma questão tão pouco conhecida; devemos limitar-nos de momento a dar simples indicações, e damo-nos conta de que há considerações que, numa primeira abordagem, são susceptíveis de surpreender um pouco aqueles que não estão familiarizados com as tradições antigas e com os seus modos habituais de expressão simbólica; mas reservamos o seu desenvolvimento e também justificá-los mais amplamente, a artigos onde pensamos poder abordar igualmente outros pontos que não são menos dignos de interesse.
Enquanto esperamos, mencionamos ainda, no que diz respeito à lenda do Santo Graal, uma estranha complicação da qual ainda não nos tinhamos dado conta até agora: por uma destas assimilações verbais que desempenham frequentemente no simbolismo um papel não negligenciável, e que aliás têm talvez razões mais profundas que se imaginaria à primeira vista, o Graal é por vezes um vaso ("grasale") e um livro ("gradale" ou "graduale"). Em certas versões, os dois sentidos encontram-se mesmo estreitamente relacionados, porque o livro torna-se então uma inscrição traçada por Cristo ou por um anjo na própria taça. Não pretendemos actualmente tirar disto qualquer conclusão, se bem que há aproximações fáceis de fazer com o «Livro da Vida» e com certos elementos do simbolismo apocalíptico.
Acrescentamos também que a lenda associa o Graal a outros objectos, e nomeadamente a uma lança, que, na adaptação cristã, não é outra senão a lança do centurião Longinus; mas o que é ainda mais curioso, é a pré-existência desta lança ou de um qualquer dos seus equivalentes como símbolo de certa forma complementar da taça nas tradições antigas. Por outro lado, nos Gregos, a lança de Aquiles podia curar as feridas que ela teria causado; a lenda medieval atribui precisamente a mesma virtude à lança da Paixão. E isto lembra-nos uma outra semelhança do mesmo género: no mito de Adónis (cujo nome, de resto, significa «o Senhor»), quando o herói é ferido de morte por uma presa de um javali (substituindo aqui a lança), o seu sangue, espalhando-se pela terra, provoca o nascimento de uma flor; ora, o senhor Charbonneau assinalou «uma peça em ferro para hóstias, do século XII, onde vemos o sangue das feridas do Crucificado tombar em gotículas que se transformam em rosas, e o vitral do século XIII da Catedral de Angers, onde o sangue divino, correndo em riachos, se desenvolve também sob formas de rosas». Poderemos dentro em breve falar de novo do simbolismo floral, visto sob um aspecto um pouco diferente; mas, qualquer que seja a multiplicidade dos sentidos que apresentam todos os símbolos, tudo isto se completa e se harmoniza perfeitamente, e esta mesma multiplicidade, longe de ser um inconveniente ou um defeito, é pelo contrário, para aqueles que a sabem compreender, uma das vantagens principais de uma linguagem muito menos estreitamente limitada que a linguagem comum.


Para terminar estas notas, indicaremos alguns símbolos que, em diversas tradições, substituem por vezes a taça, e que lhe são no fundo idênticas; não se trata de sair do nosso assunto, porque o próprio Graal, como nos podemos facilmente dar conta por tudo o que acabámos de dizer, não tem na sua origem outro significado que aquele que tem o vaso sagrado onde quer que este se encontre, e que nomeadamente, no Oriente, a taça sacrificial que contém o Soma védico (ou o Haoma mazdeísta), esta extraordinária «prefiguração» eucarística sobre a qual voltaremos talvez a falar noutra ocasião. O que representa propriamente o Soma é a «bebida da imortalidade» (o Amritâ dos Hindus, a Ambrósia dos Gregos, duas palavras etimologicamente semelhantes), que confere ou restitui àqueles que o recebem com a disposição requerida, este «sentido da eternidade» do qual se falou anteriormente.
Um dos símbolos do qual queremos falar é o triângulo cuja ponta está dirigida para baixo; é como um tipo de representação esquemática da taça sacrificial, e pode ser encontrada com este título em certos yantras ou símbolos geométricos da Índia. Por outro lado, o que é assaz notável do nosso ponto de vista, é que a mesma figura é igualmente um símbolo do coração, do qual ela reproduz aliás a forma simplificando-a; o «triângulo do coração» é uma expressão corrente nas tradições orientais. Isto leva-nos a uma observação que tem também o seu interesse: é que a representação do coração inscrito num triângulo assim disposto nada tem que não seja legítimo, quer se trate de um coração humano ou do Coração divino, e que ela se torna assaz significativa quando a relacionamos com os emblemas usados por um certo hermetismo cristão da idade média, cujas intenções foram sempre plenamente ortodoxas. Se se quis por vezes, nos tempos modernos, associar a tal representação um sentido blasfematório, é porque se alterou, conscientemente ou não, o significado primeiro dos símbolos, ao ponto de inverter o seu valor normal; temos aqui um fenómeno do qual poderíamos citar inúmeros exemplos, e que encontra aliás a sua explicação no facto de que certos símbolos são efectivamente susceptíveis de uma dupla interpretação, e que têm como que duas faces opostas. A serpente, por exemplo, e também o leão, não significam eles por vezes, e de acordo com os casos, o Cristo e Satanás? Não podemos desejar tratar aqui este assunto com uma teoria geral, o que nos levaria bem longe; mas compreender-se-á que há nisto qualquer coisa que torna muito delicada a manipulação dos símbolos, e também que este ponto requer uma atenção muito especial quando se trata de descobrir o sentido real de certos emblemas e de os traduzir correctamente.
Um outro símbolo que equivale frequentemente ao da taça, é um símbolo floral: a flor, com efeito, não evoca na sua forma a ideia de um «receptáculo», e não se fala do «cálice» de uma flor? No Oriente, a flor simbólica por excelência é o lótus; no Ocidente, é mais frequentemente a rosa que desempenha o mesmo papel. Bem entendido, não queremos dizer que se trate do único significado desta última, bem como do lótus, pois que, pelo contrário, indicámos outro anteriormente; mas vêmo-la facilmente no desenho gravado sobre o altar da abadia de Fontevrault onde a rosa está colocada aos pés de uma lança ao longo da qual chovem gotas de sangue. Esta rosa aparece aqui associada à lança exactamente como a taça o é noutro lado, e ela parece mais recolher as gotas de sangue em vez de provir da transformação de uma delas; mas, de resto, os dois significados completam-se muito mais do que se opõem, porque estas gotas caindo sobre a rosa, vivificam-na e a fazem florescer. É a «rosa celeste», seguindo a figura frequentemente empregue em relação com a ideia de Redenção, ou com as ideias conexas de regeneração e de ressurreição; mas isto ainda pediria longas explicações, quando apenas pretendemos fazer sobressair a concordância das diferentes tradições no que diz respeito a este outro símbolo.

Por outro lado, porque se falou aqui da Rosa-Cruz a propósito do selo de Lutero diremos que este emblema hermético foi inicialmente especificamente cristão, quaisquer que sejam as falsas interpretações mais ou menos «naturalistas» que se lhe deram a partir do século XVII; e não é notável que a rosa ocupa, ao centro da cruz, o lugar do próprio Sagrado Coração? Para lá das representações nas quais as cinco chagas do Crucificado são figuradas por outras tantas rosas, a rosa central, quando está sozinha, pode bem ser identificada ao próprio Coração, ao vaso que contém o sangue, que é o centro da vida e também o centro do ser como um todo.
Há ainda pelo menos outro equivalente simbólico da taça: é o crescente lunar; mas este, para ser convenientemente explicado, exigiria desenvolvimentos que estariam totalmente fora do assunto do presente estudo; apenas o mencionamos para não negligenciar nenhum lado da questão.
De todas as aproximações que acabámos de assinalar, tiraríamos já uma consequência que esperamos tornar ainda mais manifesta no que se segue: quando encontramos por todo o lado tais concordâncias, não temos com isto mais que um simples indício da existência de uma tradição primordial? E como explicar que, frequentemente, aqueles que se sentem obrigados a admitir em princípio esta tradição primordial não pensam nela de seguida e raciocinam como se ela nunca tivesse existido, ou pelo menos como se nada se tivesse conservado através dos séculos? Se quisessemos reflectir bem sobre o que há de anormal numa tal atitude, seriamos menos vezes surpreendidos com certas considerações, que, na verdade, apenas parecem estranhas em virtude dos hábitos mentais próprios da nossa época. Aliás, basta procurar um pouco, com a condição de não levarmos nenhum preconceito, para descobrir por todos os lados as marcas desta unidade doutrinal essencial, cuja consciência se viu obscurecida por vezes na humanidade, mas que nunca desapareceu de vez; e, à medida que avançamos nesta procura, os pontos de comparação multiplicam-se a partir deles mesmos e novas provas aparecem a cada instante; certamente, o Quaerite et invenietis do Evangelho não é palavra vã."
- René Guénon, Aperçus sur L'Ésoterisme Chrétien, pp. 117-126.
Há pouco a acrescentar a esta exposição de Guénon relativa ao simbolismo do Santo Graal e à semelhança deste com o simbolismo do Sagrado Coração de Jesus. Gostaríamos apenas de sublinhar que, no "centro do mundo" que era o Paraíso terrestre, estava a Árvore da Vida (sinal da ligação do Homem primordial com Deus, ligação essa perdida com a expulsão de Adão e Eva do Éden). Os paralelos simbólicos entre a "seiva" da Árvore da Vida e o sangue divino que é bombeado pelo Sagrado Coração serão evidentes demais para que se insista nisto. Segundo a tradição católica, é bem sabido que quem come do fruto da Árvore da Vida partilha da "Vida Eterna", que não é outra coisa senão o "sentido da eternidade" de que falava Guénon no artigo. Convém também relembrar que, no Éden, precisamente do centro do jardim, onde estava a Árvore da Vida, nasciam os quatro rios que se espalhavam nas quatro direcções do jardim: o Ghion, o Pison, o Tigre e o Eufrates. Estes rios, emanando da "fonte" que é a Árvore da Vida, são os canais por onde escorrem as "águas da vida", que são facilmente assemelháveis aos canais sanguíneos por onde corre o sangue sagrado. Também fica evidente a ligação entre este simbolismo, e o simbolismo da "fonte da Juventude", sendo que a interpretação profunda do regresso à juventude daquele que bebe desta fonte está na reintegração do homem no "centro do mundo", no local que Adão ocupava inicialmente nos princípios do mundo. Para uma correcta inserção das palavras evangélicas do capítulo sexto de S. João, "Eu sou o Pão Vivo descido dos Céus, quem dele comer viverá eternamente", teríamos que tecer complexas considerações sobre as diferenças entre Paraíso terrestre e Paraíso celeste, e falar também do simbolismo da árvore invertida, o que poderá ficar para outra ocasião.
Qualquer leitor sensato terá reparado que estamos a léguas das interpretações simplistas e grotescas do romance "O Código Da Vinci", de Dan Brown, e das explicações do mesmo calibre fornecidas pelo seu "descodificador" Simon Cox. Como lembra Guénon, de forma tão pertinente nestes idos anos 20, o perigo da inversão dos símbolos está sempre presente, o que obriga à necessidade de um certo cuidado (diríamos mesmo, de uma certa competência) no tratamento dos símbolos, para evitar a deturpação (ou no pior caso, a inversão) do significado do símbolo. Cremos que Guénon, quando fala do símbolo do triângulo invertido, dizendo que "se se quis por vezes, nos tempos modernos, associar a tal representação um sentido blasfematório", se está a referir às interpretações sexuais do referido triângulo, que já eram "moda" desde os tempos do pseudo-esoterismo do final do século XIX em França. Recordamos que Lady Caithness, a Duquesa de Pomar, instigadora e protectora da Sociedade Teosófica de Helena Petrovna Blavatsky, na Paris de fin de siècle, foi uma das mais importantes instigadoras deste detestável "cristianismo esotérico" (não confundir com "esoterismo cristão") e dos primeiros laivos de "divino feminino". Parece-nos que, emparelhando as palavras sábias de Guénon com estes factos da história do pseudo-esoterismo do século XIX, teremos chegado ao ponto essencial em que nos damos conta, até à máxima extensão, tanto da incompetência de autores como Dan Brown e Simon Cox para escrever sobre estes temas, como da suspeita "fonte" onde estes foram buscar a sua inspiração "artística".

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RE: Priorado de Sião

#73633 | manuelr | 22 set 2004 18:48 | In reply to: #73611

Cara Maria José

Concordo plenamente consigo. Li o 1º livro num dia! Mas parece-me haver uma intenção na sua publicação e divulgação, que me parece tudo menos uma inocente história de ficção. Há acima de tudo um interesse manifesto em denegrir um dos Dogmas. Não será a melhor maneira para destruir uma coisa, desfazer-lhe a base?
E a quem isso pode interessar? A quem, para que a "vingança" ser completa, já só falta destruir a Igreja?

Os meus respeitosos cumprimentos

Manuel da Silva Rolão

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RE: Priorado de Sião

#73641 | Luís_MCS_Froes | 22 set 2004 20:48 | In reply to: #73633

Caríssimo Manuel,

Eu atreve-me a responder: a Maçonaria.
A meu ver, o livro "tresanda" a Maçonaria. Até já pus a hipótese, na minha consciência, de o termo "Priorado de Sião" ser uma espécie de pseudónimo dessa organização anti-cristã, bárbara e assassina.
Fica a sugestão.
Mas que o livro não está cheio de erros e de incongruências históricas, disso ninguém me convence.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73691 | MSPAGraça | 23 set 2004 14:09 | In reply to: #73641

Caríssimo Luís Froes

hesitei muito - muitíssimo - em responder a esta sua "provocação". Concordo com as suas entrelinhas, de que o livro se reveste de uma absurda heresia e as afirmações claras de que as teorias defendidas de que os referidos livros estão «cheio[s] de erros e de incongruências históricas». A própria pseudo-genealogia apresentada é inacreditável e impressionantemente estúpida, para apenas dizer este pouco. Mais, faz-nos a todos descendentes de Jesus Cristo e de Maria Madalena, o mesmo será dizer das Casas de David e de Benjamim, o que, em última análise, nos torna em semi-deuses (no mínimo!!!...). É que somos descendentes - e connosco meio-Portugal e afins - de Dom Afonso Henriques, sendo este descendente dos Merovíngios... Absurdo, heresia, estupidez e falta de seriedade.

Concordo consigo nas entrelinhas que faz, de que o livro acusa uma conhecida organização Católica, sem apresentar bases, de forma gratuita e sem sequer fundamentar o que pretende, para logo em seguida recuar e tentar fazer passar a dita organização entre as maiores criações da própria Igreja. Infundado, absurdo.

Do ponto de vista literário, o livro é um bom esforço até dois terços. Informa-nos de alguns dados interessantes, ainda que plenos das tais heresias, mas que a cultura geral de quem o lê deveria assimiliar. Descamba, depois, pelo caminho fácil e facilista, tornando-se altamente improvável e previsível no seu enredo.

Contudo, não posso concordar com a rapidez com que o meu amigo acusa a maçonaria. Não sou mação, nem sequer seu simpatizante particular. Não pertenço a qualquer outra organização secreta, para-secreta ou pseudo-secreta, abominando-as a todas, sejam quais forem, de que cor, religião, opinião ou afins. Estou à vontade para as defender a todas e para as atacar. Li muito, tenho lido muito, sobre o assunto, em busca de informações e de justificações e ainda não conclui qual o seu interesse e necessidade. Contudo, acusar tão veementemente o livro de «"tresanda" a Maçonaria», para logo depois deixar a entender ser uma organização «organização anti-cristã, bárbara e assassina»... parece-me demasiado... Olhe que os mesmos crimes têm sido apontados às tais outras organizações secretas ou de segredo, que me parece defender...

Finalmente, se a memória me não atraiçoa, lembro-me de o ter lido descendente de SMF o Senhor Dom João VI... não seria a Real Personagem mação... E, para ser seu descendente, muito provavelmente seria pelo lado Loulé... e o Duque de Loulé era um conhecido mação... Como o era o seu cunhado, El-Rei Dom Pedro IV (I)... e a maioria da melhor sociedade, nobiliarquia, aristocracia e burguesia portuguesa da passagem do século XVIII para o XIX e de todo o século XX... se quer provas, consulte os magníficos apendices da «História da Maçonaria em Portugal», de Oliveira Marques, também ele um mação... Entre eles, haveria certamente os tais «anti-cristã[os], bárbara[s] e assassina[s]», como em tantas outras organizações.

Não sou mação, nem sequer simpatizo com eles...

Um abraço amigo

Manuel Azevedo Graça

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RE: Priorado de Sião

#73693 | luso | 23 set 2004 14:44 | In reply to: #73641

Caro Senhor Froes

Vejo que nunca estudou minimamente o que é a maçonaria.
Lembro-lhe que existem dois troncos principais (regular e irregular).

Que o Regular é quase parceiro social nos países anglo-saxónicos e nórdicos em que o Soberano é quase sempre Grão-Mestre honorifico.

Em Portugal muitas das elites não republicanas e não jacobinas pertenceram á Maçonaria Regular , inclusive Reis e Princípes.

Que a Maçonaria Regular existe em Portugal e nela estão muitos monárquicos sendo obrigatório acreditar num ser Superior por isso muitos cristãos e católicos lá estão.

Claro que a Maçonaria irregular de influência francesa jacobina, interviu na politica portuguesa e praticou crimes especialmente nos finais do séc xix mas daí a apelidar a Maçonaria de assassinos é puro preconceito e ignorância ( Igreja também os praticou).

Por último chamo a atenção para a cultura e conhecimento milenar que a maçonaria especulativa, especialmente a esótérica, possui.

Com os melhores Cumprimentos

PTP

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RE: Priorado de Sião

#73694 | zea | 23 set 2004 14:50 | In reply to: #73691

Caro confrade Manuel Azevedo Graça,

Subscrevo a sua mensagem quase na totalidade. Só não digo que detesto os maçons porque tive vários na minha família e eram todos pessoas de bem. Limito-me a confessar que, pura e simplesmente, não os percebo.
Por natureza, receio o que não consigo entender. Pior, tudo o que é secreto me mete medo!
Sejam rituais ou cerimónias; ficheiros ou arquivos; da maçonaria, da Cia, Pide, Kgb ou mesmo do Vaticano.

Tenho para mim que Jesus Cristo era bem claro. O Seu cuidado em fazer-se entender por todos era levado até à exaustão com metáforas, exemplos e repetições.

Foram os homens que cultivaram os simbolismos, os segredos e as charadas. Pessoalmente, tenho muita dificuldade em entrar nisso.

É evidente que não classifico de charadas a matemática da Natureza ou as leis da Física, claro.

Melhores cumprimentos.
Maria José

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RE: Priorado de Sião

#73697 | zea | 23 set 2004 15:19 | In reply to: #73641

Caro Luis Froes:
Aqui tem alguns maçons. Se fossem todos assassinos bárbaros, não teriamos electricidade, penicilina, barco a vapor, submarino, etc. Nem Madame Butterfly ou Guerra e Paz...
Um abraço.
Maria José



Sir Johon J.C. - Primeiro Ministro do Canadá 1891-92
Aga Khan III, Mahomed Shan - Patriarca de dos Muçulmanos Ismaelitas.
Aiguader, J. - Prefeito e de Barcelona.
Albornóz, Álvaro de. - Ministro da Espanha.
Aldrin, Edwin. - Astronauta. (Módulo Lunar Apolo XV).
Alejandro - Príncipe da Iugoslávia.
Allende, Salvador - Presidente de Chile.
Amstrong, Louis - Compositor de jazz.
Anderson - Lider da Igreja Presbiteriana
Andrade e Silva, José Bonifácio de - Conselheiro do Império do Brasil.
Appleton, Ronald. - Físico, Prêmio Nobel.
Arne, Thomas. - Compositor, do Hino Nacional da Inglaterra
Arnold, General Herry "Hap".Comandante da força a
Asgeirsson, Asgeir - Presidente da Islândia.
Ashmoll, Elias - Arqueólogo fundador do Ashmoleum Museum-Oxford.
Ataturk, Mustafa Kemal - Fundador da moderna Turquia.

B
Bach, J.C. - Compositor.
Baden Powel - Musico Bralileiro
Banks, Joseph Sir - Botânico, fundador da Royal Society.
Barber, G.C. - Presidente da Igreja Metodista.
Barbosa de Oliveira, Rui - Senador e escritor
Barrera, Manuel - Ministro da Espanha.
Bartholdi, Frederik A. - Arquiteto (Estatua da Liberdade N.Y.).
Barton, Edmund, Sir - Primeiro Ministro da Austrália.
Bassie, Count - Compositor de jazz.
Beethoven, Ludvig van. - Compositor.
General Belgrano, Manuel - Herói nacional da Argentina.
Belzoni, Giovani - Arqueólogo, fundador da Egiptologia moderna.
Benes, Edvard - Presidente de Checoslováquia.
Berlioz, Hector - Compositor.
Bertil, Príncipe da Suécia - Grão Mestra da Grande Loja da Suécia.
Berzelius, Jons Jakob - Químico sueco criador da moderna simbología química.
Bignanni, Enrico - Fundador da Primeira Internacional Sindicalista.
Björnsson, Sweinn - Presidente da Islândia.
Bolívar, Simón - Libertador da Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.
Bonaparte, José - Rei da Espanha
Bonaparte, Napoleão - Militar, Imperador da França.
Bongo, Omar - Presidente do Gabão
Borgnine, Ernest. - Ator de Cinema.
Bourgeois, León-Víctor - Nobel da Paz e Presidente da ONU.
Brent, George - Ator de Cinema.
Brodie, Israel. - Gran Rabino.
Brundage, Avery. - Presidente do COI.
Buckhanan, James. - Presidente dos Estados Unidos
Burbanks, Luther - Botânico, Prêmio Nobel.
Burke, Edmund - Historiador e estadista Britânico.
Bustamante, Anastasio - Presidente do México.
Byrd, Richard - Militar (1º a sobrevoar os Pólos).

C
Camélinat, Zéphirin - Co-Fundador da Internacional Socialista.
Canning, George - Primeiro Ministro Inglês.
Carducci, Giosue - Nobel de Literatura.
Carlos XV - Rei da Suécia.
Carneiro, Nelson - Senador (Autor da Lei do Divórcio)
Carter Jimmy - Presidente dos Estados Unidos
Cartwright, Alexander - Criador do jogo de Baseball.
Casanova, Giovanni. - Célebre italiano, escritor e artista.
Caxias Duque de Luiz Alves de Lima e Silva - Patrono do Exército Brasileiro
Cerqueira Leite, Francisco Glicério de - Senador da República
Citroën, André. - Industrial, fundador da Citroën.
Chagall, Marc - Pintor.
Chalgrin, Jean Francois - Arquiteto (Arco do Triunfo, Paris).
Champollion, J.F. - Decifrador da escritura hieroglífica
Chrysler, Walter. - Industrial fundador de Chrysler.
Churchil, Winston Spencer. - Primeiro Ministro Inglês.
Clark, Mark W. - Militar, general em Chefe das Força Aliadas.
Cody, Buffalo Bill - Explorador do Oeste Americano.
Cole, Nat King - Cantor
Colt, Sammuel. - Criador do revolver Colt.
Conde de Urquijo, Luis Mariano de U. - Político.
Condorcet. - Enciclopedista.
Constantino I - Rei da Grécia.
Corbett, Harvey W. - Arquiteto (Rockefeller Center de N.Y.).
Crespo, Joaquín - Presidente da Venezuela.
Cristiano VII - Rei da Dinamarca.
Crockett, David. - Herói do oeste americano.

D
De la Cierva, Juan - Cientista inventor o helicóptero
De Lysle, Rougent. - Compositor de la Marselhesa.
Derqui, Santiago - Presidente de Argentina.
De Saboya, Amadeo. - Rei da Espanha.
Diefenbaker, John G. - Primeiro Ministro do Canadá.
Disney, Walt - Cineasta.
Dobrowsky, Joseph - Pai da literatura Tcheca.
Doumer, Paul - Presidente da França.
Ducommun, Elie - Nobel da Paz Dunant, Henri - Fundador da Cruz Vermelha.
Dumas, Alejandro - Escritor e dramaturgo.
Duque de Edimburgo, Phillip. - Esposo de Elisabeth II.
Duque de Kent - Grão Mestre da Grande Loja Unida da Inglaterra.

E

Eduardo VII - Rei da Inglaterra.
Eduardo VIII - Rei da Inglaterra.
Ellington, Duke. - Compositor de jazz.

F

Faber, Eberhard - Fundador da Cia de lápis Johan Faber.
Fairbanks, Douglas. - Ator de Cinema.
Feijó, Padre Diogo Antonio - Herói do Império
Fisher, Geoffrey - Arcebispo da Canterbury de 1945 - 1961
Fitch, John - Inventor do barco a vapor.
Fleming, Sir Alexander - Inventor da penicilina.
Fonseca, Deodoro - Marechal - Primeiro Presidente da República no Brasil.
Ford, Gerald R. - Presidente dos EUA.
Ford, Henry - Pioneiro na indústria de automóvel.
Franklin, Beijamin - Inventor da eletricidade, 1 dos 13 Maçons que assinaram a Constituição dos EUA.
Frederico II, El Grande - Rei da Prusia.
Frederico VIII - Rei da Dinamarca.
Frederico Guillermo III, - Rei da Prusia.
Ferrán i Clua, Jaume - Bacteriólogo (Vacinas contra cólera, tifo e hidrofobia)
Fermi, Enrico - Nobel de Física.
Fleming, Alexander - Cientista,
Fleming, Alexander - Cientista, Nobel de Medicina (penicilina).
Ford, Gerald R. - Presidente de USA.
Ford, Henry. - Industrial, fundador da Ford.
Francisco I - Imperador do Sacro Império Romano.
Franco, Ramón - Militar e Político Espanhol.
Franklin, Benjamin. - Físico, Político, Presidente dos EEUU
Freud, Sigmund - Psiquiatra introdutor da psicanálise.
Garfield, James A. - Presidente dos USA.

G
Gable, Clark. - Ator de Cinema.
Garibaldi, Giuseppe - Unificador da Itália.
Garfield, James A. - Presidente dos EEUU.
Gillette, King. - Criador da lâmina de barbear.
Glenn, John - Astronauta (1º órbita terrestre).
Gomes, Antonio Carlos - Poeta
Grevy, Jules - Presidente da França
Grissom, Virgil - Astronauta (Primeira manobra espacial, Apolo X).
Gompers, Samuel - Fundador da Federação Americana de Trabalhadores.
Guerrero, Vicente - Presidente do México eGeneral.
Guillerme II - Rei da Holanda.
Guillerme IV - Rei da Inglaterra.
Guillotin, Joseph - Médico inventor da Guillotina.
Gustavo II, Adolfo - Rei da Suécia.
Gustavo III - Rei da Suécia.
Gustavo V - Rei da Suécia.
George VI - Rei da Inglaterra.
Gilletti, Johon H. Fundou a "Gilletti aparelho para barbear".

H

Hancock, Johon - 1 dos 9 Maçons que assinaram a declaração da Independência dos USA.
Harding, Warren G. - Presidente dos USA.
Hoban, James - Arquiteto da Capital dos USA.
Habibullah Khan, Amir - Rei do Afeganistão.
Hahnemann, Samuel - Criador da Homeopatia.
Harding, Warren G. - Presidente dos EEUU..
Hardy, Oliver - Ator de cinema.
Harley, Henry - Chefe Supremo das Forças Aéreas Norte Americanas II.G.M.
Harris, Paul P. - Fundador do Rotary Club.
Hatoyama, Ichiro - Primeiro Ministro Japones.
Hermes da Fonseca, Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca
Hilton, Charles C. - Fundador da Cadeia de Hotéis Hilton.
Hoban, James. - Arquiteto (Casa Branca USA).
Hopkins, Frederic, C. - Bioquímico, Prêmio Nobel.
Houdini, Harry. - O mais notável mágico do mundo.
Hubin, George - Ministro de estado da Bélgica.
Humberto I de Saboya - Rei da Itália.

J

Jackson, Andrew - Presidente dos USA.
Johnson, Andrew - Presidente dos USA.

K
Key, Fracis Scott - Escreveu o Hino Nacional dos USA.
King, Charles C. - Bioquímico ( Descobridor da vitamina C).
Kipling, Rudyard - Escritor e Poeta, Prêmio Nobel.
Kossuth, Lajos - Patriota da Independência Húngara.

L
Lafontaine, Henri - Nobel da Paz.
Laird Borden, Robert, Sir - Primeiro Ministro do Canadá.
Ledo, Joaquim Gonçalves -
Leopoldo I - Rei da Bélgica.
Listz, Franz. - Compositor.
Loehr, Gustavos E. - Co-Fundador do Rotary Club.
Long, Crawford W. - Médico (Primeiro em usar éter como anestesia).
Lorenzini, Carlo. - Criador do personagem Pinóquio.
Loria, Próspero Moisés - Fundador da Sociedade Humanitária.
Loubet, Emile - Presidente da França.

M
Macarthur, Douglas - General Norte Americano.
Mackey, A. Lorney - Presidente do Sínodo da Igreja Presbiteriana.
Madison, James - Presidente dos EEUU
Marshall Thurgood - Presidente da Corte Suprema dos EE.UU.
Martínez Barrios, Diego - Presidente do Governo Espanhol.
Masaryk, Jan - Patriota Checoslovaco.
Mayer, Louis B. - Co-Fundador da Metro Goldwing Mayer.
Mayo, Charles H. - Médico fundador da Clínica Mayo.
McKinley, William - Presidente dos EEUU
Mendelsshon, Moses - Filósofo alemão.
Michelson, Albert A. - Nobel de Física (Descobridor da velocidade da Luz).
Miranda, Francisco de - Patriota venezuelano e Libertador do Peru.
Monroe, James. - Presidente dos EEUU
Montgolfier, J. Michel y Jaques E. - Inventores do globo aerostático.
Moreno, Mário "Cantinflas" - Ator de Cinema e comediante.
Morrish, Ronald - Químico, Prêmio Nobel.
Mozart, Wolfgang A. - Compositor.
Murphy, Audi - Soldado, 28 medalhas, herói da II G. Mundial.

N
Nariño y Alvarez, Antonio - Precursor da Independência da Colômbia.

O
Oersted, Christian Hans. - Físico, Prêmio Nobel.
O'Higgins, Bernardo - Libertador do Chile.
Olds, Ranson. - Industrial, fundador da Oldsmobil.
Orlando, Louis - Construtor do primeiro barco a vapor.
Oscar I - Rei da Suécia e Noruega.
Ossietzky, Carl von - Nobel da Paz.
Oswald, Wilhem - Químico, Prêmio Nobel.

P
Paez, José Antonio - Presidente da Venezuela.
Paganini, Niccola - Violinista e Compositor.
Peary, Robert - Explorador (1º no Polo Norte).
Peçanha, Nilo -
Pedro I D.- Imperador do Brasil
Pedro II D.- Imperador do Brasil
Pedro IV D. (Duque de Bragança) - Rei de Portugal
Peixoto Floriano - Marechal - Segundo Presidente da república no Brasil
Pellegrini, Carlos - Presidente da Argentina.
Peral, Isaac - Inventor do Submarino.
Pijper, Willem - Compositor.
Polk, James K. - Presidente dos EEUU.
Proudhon, Joseph-Pierre - Sociólogo (Teoria do Socialismo).
Puccini, Nicolas - Compositor.

Q
Quosimodo, Salvatore - Nobel de literatura.

R
Rabindanath Tagore - Escritor e poeta, Nobel de Literatura.
Raffles, Thomas S. - Fundador de Singapura.
Ramón y Cajal, Santiago - Nobel de Medicina.
Rasid Ridu, Muhammad - Fundador da Escola Islâmica Salafiya.
Reza Pahlevi - Último xá do Irã
Rico, Pedro - Prefeito de Madrid.
Richet, Charles R. - Nobel de Medicina.
Rio Branco - José Maria da Silva Paranhos Júnior - Barão do -
Rio Branco - José Maria da Silva Paranhos - Visconde do -
Rizal, José - Libertador das Filipinas.
Roosevelt, Franklin Delano. - Presidente dos EEUU
Roosevelt, Theodor. - Presidente dos EEUU.
Rothschild, Nathan. - Fundador do Banco Rothschild.

S
San Martín, José de - Libertador da Argentina, herói do Chile e Peru.
Santander, Francisco de P. - Herói nacional da Colômbia.
Saldanha Marinho, Joaquim - Senador da República
Sales, Manoel Ferraz de Campos - Presidente da república
Salten, Felix. - Escritor infantil (Bambi).
Sarmiento, Domingo Faustino - Presidente da Argentina.
Schiele, Silvester - Co-Fundador do Rotary Club.
Schubert, Franz - Compositor.
Schweitzer, Albert. - Nobel da Paz.
Sellers, Peter - Ator de Cinema.
Shorey, Hiram E. - Co-Fundador do Rotary Club.
Silva, Luiz Alves de Lima e - (Tiradentes) Herói Nacional
Smirke, Robert. - Arquiteto (Museu Britânico).
Stanislao II - Rei da Polônia.
Stepphan, Heinrich von - Estadista (Fundador da União Postal Universal).
Sucre, Antonio José de - Libertador e presidente do Peru.

T
Taft, William H. - Presidente dos EEUU.
Talleyrand, Charles M. - Estadista francês.
Thornton, William. - Arquiteto (Capitólio USA).
Tolstoy, León - Escritor.
Truman, Harry S. - Presidente dos EEUU.
Twain, Marc - Escritor.

V
Voltaire - Escritor e Filósofo.
Vivekananda, Swami - Lider Hinduista (Yoga, Reforma Indú)

W
Wallace, Henry A. - Vice-presidente dos EEUU.
Wallace, Lewis - Militar e Escritor (Ben-Hur).
Warren, Earl - Presidente da Corte Suprema dos EE.UU.
Washington, George - Primeiro Presidente dos EEUU.
Webb, Mathew. - Nadador (1º a atravessar o Canal da Mancha).
Wellington, Duque de - General inglês (Batalha de Waterloo).
Widgerey, Lord - Presidente do Tribunal Sup. de Justiça Britânico.
Wilde, Oscar. - Poeta y dramaturgo irlandês.
Wilkes, John - Fundador do Sindicalismo Inglês.
Wilson, Charles Edward - Presidente da General Electric Co.

Z
Zamenhof, Lejzer Ludvig - Criador do Esperanto.

De todos os Presidentes dos USA , apenas dois não eram Maçons

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RE: Priorado de Sião

#73700 | joão pombo | 23 set 2004 15:28 | In reply to: #73641

Caro Luís Froes:

A forma como qualifica a Maçonaria só pode ser entendida num contexto muito particular e mesmo peculiar e, de certo modo, deve até ser desculpada atenta a sua idade (penso não me ter esquecido dela, que referiu noutro tópico já longínquo).
De facto, são adjectivos bombásticos e que nenhum sentido fazem, nem mesmo atendendo ao passado desta Sociedade Secreta, que de secreta já vai tendo pouco.
Toda a gente sabe que muitos maçons são Católicos, muita gente sabe que existem Igrejas com símbolos maçónicos e seguramente que ninguém acredita na bárbarie e sanha assassina que o Luís Froes associa à Maçonaria.
Continuo convencido de que os principais valores e ideais ainda associados à Maçonaria são os que emergiram da Revolução Francesa e que, pelo menos num plano teórico e de princípios, são ainda de aceitar como bons.
Há tempos saiu um livro sobre a Opus Dei, não ficcionado e bem documentado, cuja leitura aconselharia a todos se me lembrasse do título e que certamente deixaria muitos transtornados...
Ou seja, nestas coisas de Sociedades Secretas (ou vagamente secretas) temos de ser imparciais e pôr a nossa Fé de lado para analisarmos bem as coisas.
Cumprimentos,
João Pombo

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Maçonaria

#73705 | aburma | 23 set 2004 16:06 | In reply to: #73697

Cara Maria José,

Lista muito interessante a que aqui nos apresenta.

Claro que quando falamos em Maçonaria não estamos a falar de uma realidade homogénea e coesa. Não se pode, evidentemente, colocar no mesmo cesto Edmund Burke e Voltaire, o primeiro um conservador britânico e o segundo um racionalista francês. Em sentido lato Mário Soares, Stalin, Pol Pot, Mao Zedong, Clement Attlee e Léon Blum eram todos socialistas, mas ninguém se lembraria, acho eu, de os considerar semelhantes ou equivalentes.

Todos os vultos anglo-saxónicos, e não só, constantes da lista eram, quase de certeza absoluta, membros da Maçonaria Escocesa ou Regular, bastante diversa da Irregular que entre nós - a par de França e Bélgica - sempre preponderou.

Um abraço

Alexandre

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RE: Maçonaria

#73708 | zea | 23 set 2004 16:16 | In reply to: #73705

Ó meu primo Alexandre, fale comigo de rasteirinho que eu não percebo nada da Maçonaria.
Olhe, fale-me como me falaria Jesus, bem explicado.
Um abraço.
Maria José
PS- Já agora, fico contentíssima por saber que o cesteiro passou à sua porta e fez negócio. À bon entendeur ...

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RE: Maçonaria

#73715 | aburma | 23 set 2004 16:30 | In reply to: #73708

Prima Maria José,

Mas quem sou eu para falar como Jesus?:-)

Estou longe de ser um especialista no assunto, mas, como diria o Doria, continuemos em off-topic!

Um abraço

Alexandre

PS - o cesteiro sempre fez bom negócio comigo!

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RE: Priorado de Sião

#73717 | Luís_MCS_Froes | 23 set 2004 16:36 | In reply to: #73611

Caríssima Maria José de Zea Bermúdez e Caríssimos Manuel Azevedo Graça, PTP (peço desculpa por não saber o nome), João Pombo e Alexandre Burmester,

Agradeço a todos as respostas e esclarecimentos.

Com certeza que cometi o excesso de generalizar. Sei que a Maçonaria não constitui um grupo absolutamente homogéneo e coeso. Mas também sei que existe um conjunto de princípios inerente a praticamente todas as lojas maçónicas, que por sinal não me agrada nada.
Eu mantenho a mesma opinião.

É conhecido o anti-Cristianismo maçónico, assim como são conhecidos uma série de crimes bárbaros cometidos por diversos "maçons".
Obviamente que há membros da Maçonaria que nunca atentaram contra a vida de ninguém e que naturalmente nunca cometeram actos bárbaros.
Também houve membros do Partido Nazi que não tocaram em judeus, membros do Partido Comunista soviético que nunca tocaram em proprietários rurais.
Já ouvi e li muita coisa em relação a esta sociedade. Inclusivamente já ouvi da boca de uma pessoa de quem gosto e em quem confio, por ser conhecedora da realidade de certos círculos maçónicos, que um dos passos necessários para se ascender na hierarquia da Maçonaria em Portugal consiste em pisar uma hóstia consagrada.
Aliás, não é por acaso que vários Papas condenaram, ao longo dos séculos, esta organização. E, como eu prefiro nestes assuntos, como em muitos outros, seguir o que diz a Santa Madre Igreja, não respeito a Maçonaria e não me orgulho de ser descendente de "maçons", sejam eles reis, duques ou burgueses.
Não conheço a história da Maçonaria, sei pouco sobre ela, mas o que dela sei e o que dela a Igreja tem dito basta-me perfeitamente.
Também sei que a Igreja foi responsável por muitíssimos erros e crimes (é feita de homens), mas sei igualmente que o Papa João Paulo II pediu desculpa ao Mundo por todos eles.

Espero que me perdoem pelo meu excesso de lingaguem.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Maçonaria

#73718 | zea | 23 set 2004 16:42 | In reply to: #73715

Primo Alexandre,

Tem razão. Eu deveria ter escrito "ao estilo de Jesus".
Mas também não lhe sugiro que fale como o nosso avô Maomé, senão, mesmo em off-topic acabamos à estalada. E olhe que não sou feminista!

Um abraço.
Maria José

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RE: Priorado de Sião

#73719 | zea | 23 set 2004 16:45 | In reply to: #73717

Caro Luis Froes,
Está perdoado... por hoje ...! Amanhã logo se vê.
Um abraço.
MJ

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RE: Priorado de Sião

#73722 | luso | 23 set 2004 17:07 | In reply to: #73700

Caro Senhor João Pombo.

A maçonaria especulativa apareceu na Grã -Bretanha antes da Revolução Francesa, claro está que mesma revolução se apropriou de alguns principios e valores da Ordem estabelecendo uma nova corrente não reconhecida pela chamada M. Regular e que em Portugal está no Grande Oriente Lusitano.

Não se pode confundir Maçonaria Universal com a Revolução Francesa independentemente de alguns dos seus valores, os menos belicistas e hipócritas , poderem estar presentes não só na Maçonaria como na sociedade em geral.

Com os melhores cumprimentos

ptp

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RE: Priorado de Sião

#73724 | luso | 23 set 2004 17:14 | In reply to: #73717

Caro Senhor Froes

Essa da hóstia francamente , so poderiam estar a brincar consigo.
Esse Senhor deve estar nos círculos maçónicos de marte !!!! nem os irregulares fazem isso!

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RE: Priorado de Sião

#73725 | luso | 23 set 2004 17:17 | In reply to: #73724

ps : A igreja católica desde há muito que reconhece a Maçonaria Regular e por conseguinte nada obsta a um católico pertencer à Ordem.

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RE: Priorado de Sião

#73727 | zamot | 23 set 2004 17:21 | In reply to: #73724

Caros Amigos

Em relação à maçonaria estou seriamente a pensar organizar a celebração de uma Missa, se possivel em latim, na sede do GOL, uma vez que os seus inquilinos resolveram profanar a Basilica da Estrela.

Então não haveria tantos sitios para colocar o Senhor Presidente do TC. Desde o Parlamento ao Palacio de Belem, ou mesmo na sede do GOL. Qual terá sido a razão pela qual o colocaram numa Igreja Católica. Quanto a mim foi só para provocar.

Um abraço

JTMB

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RE: Priorado de Sião

#73729 | luso | 23 set 2004 17:31 | In reply to: #73727

Caro Amigo
Na morte de Pisany Burnay a igreja autorizou nessa mesma basílica uma cerimónia fúnebre maçonica regular e pareçe que ningUem soube do assunto !!! e esta!!!!!!!!!!!!

ptp

(estive lá)

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RE: Priorado de Sião

#73731 | Luís_MCS_Froes | 23 set 2004 17:37 | In reply to: #73727

Caríssimo José Tomaz,

Gosto da ideia. E lá estarei, se vier a ter lugar.
Nosso Senhor precisa de ser anunciado em todos os lugares e a todos os homens do Mundo!

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73733 | Gonçalo M. Ramires | 23 set 2004 17:46 | In reply to: #73725

Meu caro Luso,

O que escreve é completamente falso. A Igreja não alterou um jota da sua posição em relação à Maçonaria.

Deixo-lhe dois documentos oficiais que o comprovam e desafio-o a apresentar outros em contrário:



CONGRÉGATION POUR LA DOCTRINE DE LA FOI


DÉCLARATION SUR L’INCOMPATIBILITÉ ENTRE L’APPARTENANCE À L’ÉGLISE ET LA FRANC-MAÇONNERIE


On a demandé si le jugement de l’Eglise sur les associations maçonniques était changé, étant donné que dans le nouveau Code de droit canonique il n’en est pas fait mention expresse, comme dans le Code antérieur.

Cette Congrégation est en mesure de répondre qu’une telle circonstance est due au critère adopté dans la rédaction, qui a été suivi aussi pour d’autres associations également passées sous silence parce qu’elles sont inclues dans des catégories plus larges.

Le jugement négatif de l’Eglise sur les associations maçonniques demeure donc inchangé, parce que leurs principes ont toujours été considérés comme inconciliables avec la doctrine de l’Eglise, et l’inscription à ces associations reste interdite par l’Eglise. Les fidèles qui appartiennent aux associations maçonniques sont en état de péché grave et ne peuvent accéder à la sainte communion.

Les autorités ecclésiastiques locales n’ont pas compétence pour se prononcer sur la nature des associations maçonniques par un jugement qui impliquerait une dérogation à ce qui a été affirmé ci dessus, dans la ligne de la déclaration de cette Congrégation du 17 février 1981 (cf. AAS 73, 1981, p. 240-241: DC 1981, n° 1805, p. 349. Voir aussi la déclaration de l’épiscopat allemand du 12 mai 1980, DC 1981, n° 1807, p. 444-448).

Le Souverain Pontife Jean-Paul II, dans l’audience accordée au cardinal préfet soussigné, a approuvé cette déclaration, qui avait été délibérée en réunion ordinaire de la Congrégation, et en a ordonné la publication.

A Rome, au siège de la Congrégation pour la Doctrine de la foi, le 26 novembre 1983.


Joseph, card. RATZINGER
Préfet

+ Fr. Jérôme Hamer, O.P.
Secrétaire

_____________________________________________________________________

RIFLESSIONI AD UN ANNO DALLA DICHIARAZIONE DELLA CONGREGAZIONE PER LA DOTTRINA DELLA FEDE

INCONCILIABILITÀ TRA FEDE CRISTIANA E MASSONERIA
Articolo apparso su L'Osservatore Romano del 23 febbraio 1985





Il 26 novembre 1983 la Congregazione per la Dottrina della Fede pubblicava una dichiarazione sulle associazioni massoniche (cfr AAS LXXVI [1984] 300).
A poco più di un anno di distanza dalla sua pubblicazione può essere utile illustrare brevemente il significato di questo documento.

Da quando la Chiesa ha iniziato a pronunciarsi nei riguardi della massoneria il suo giudizio negativo è stato ispirato da molteplici ragioni, pratiche e dottrinali. Essa non ha giudicato la massoneria responsabile soltanto di attività sovversiva nei suoi confronti, ma fin dai primi documenti pontifici in materia e in particolare nella Enciclica "Humanum Genus" di Leone XIII (20 aprile 1884), il Magistero della Chiesa ha denunciato nella Massoneria idee filosofiche e concezioni morali opposte alla dottrina cattolica. Per Leone XIII esse si riconducevano essenzialmente a un naturalismo razionalista, ispiratore dei suoi piani e delle sue attività contro la Chiesa. Nella sua Lettera al Popolo Italiano "Custodi" (8 dicembre 1892) egli scriveva: "Ricordiamoci che il cristianesimo e la massoneria sono essenzialmente inconciliabili, così che iscriversi all’una significa separarsi dall’altra".

Non si poteva pertanto tralasciare di prendere in considerazione le posizioni della Massoneria dal punto di vista dottrinale, quando negli anni 1970-1980 la S. Congregazione era in corrispondenza con alcune Conferenze Episcopali particolarmente interessate a questo problema, a motivo del dialogo intrapreso da parte di personalità cattoliche con rappresentanti di alcune logge che si dichiaravano non ostili o perfino favorevoli alla Chiesa.

Ora lo studio più approfondito ha condotto la Sacra Congregazione per la Dottrina della Fede a confermarsi nella convinzione dell’inconciliabilità di fondo fra i principi della massoneria e quelli della fede cristiana.

Prescindendo pertanto dalla considerazione dell’atteggiamento pratico delle diverse logge, di ostilità o meno nei confronti della Chiesa, la Sacra Congregazione per la Dottrina della Fede, con la sua dichiarazione del 26.11.83, ha inteso collocarsi al livello più profondo e d’altra parte essenziale del problema: sul piano cioè dell’inconciliabilità dei principi, il che significa sul piano della fede e delle sue esigenze morali.

A partire da questo punto di vista dottrinale, in continuità del resto con la posizione tradizionale della Chiesa, come testimoniano i documenti sopra citati di Leone XIII, derivano poi le necessarie conseguenze pratiche, che valgono per tutti quei fedeli che fossero eventualmente iscritti alla massoneria.

A proposito dell’affermazione sull’inconciliabilità dei principi tuttavia si va ora da qualche parte obiettando che essenziale della massoneria sarebbe proprio il fatto di non imporre alcun "principio", nel senso di una posizione filosofica o religiosa che sia vincolante per tutti i suoi aderenti, ma piuttosto di raccogliere insieme, al di là dei confini delle diverse religioni e visioni del mondo, uomini di buona volontà sulla base di valori umanistici comprensibili e accettabili da tutti.

La massoneria costituirebbe un elemento di coesione per tutti coloro che credono nell’Architetto dell’Universo e si sentono impegnati nei confronti di quegli orientamenti morali fondamentali che sono definiti ad esempio nel Decalogo; essa non allontanerebbe nessuno dalla sua religione, ma al contrario costituirebbe un incentivo ad aderirvi maggiormente.

In questa sede non possono essere discussi i molteplici problemi storici e filosofici che si nascondono in tali affermazioni. Che anche la Chiesa cattolica spinga nel senso di una collaborazione di tutti gli uomini di buona volontà, non è certamente necessario sottolinearlo dopo il Concilio Vaticano II. L’associarsi nella massoneria va tuttavia decisamente oltre questa legittima collaborazione e ha un significato ben più rilevante e determinante di questo.

Innanzi tutto si deve ricordare che la comunità dei "liberi muratori" e le sue obbligazioni morali si presentano come un sistema progressivo di simboli dal carattere estremamente impegnativo. La rigida disciplina dell’arcano che vi domina rafforza ulteriormente il peso dell’interazione di segni e di idee. Questo clima di segretezza comporta, oltre tutto, per gli iscritti il rischio di divenire strumento di strategie ad essi ignote.

Anche se si afferma che il relativismo non viene assunto come dogma, tuttavia si propone di fatto una concezione simbolica relativistica, e pertanto il valore relativizzante di una tale comunità morale-rituale lungi dal poter essere eliminato, risulta al contrario determinante.

In tale contesto, le diverse comunità religiose, cui appartengono i singoli membri delle Logge, non possono essere considerate se non come semplici istituzionalizzazioni di una verità più ampia e inafferrabile. Il valore di queste istituzionalizzazioni appare, quindi, inevitabilmente relativo, rispetto a questa verità più ampia, la quale si manifesta invece piuttosto nella comunità della buona volontà, cioè nella fraternità massonica.

Per un cristiano cattolico, tuttavia, non è possibile vivere la sua relazione con Dio in una duplice modalità, scindendola cioè in una forma umanitaria - sovraconfessionale e in una forma interna - cristiana. Egli non può coltivare relazioni di due specie con Dio, né esprimere il suo rapporto con il Creatore attraverso forme simboliche di due specie. Ciò sarebbe qualcosa di completamente diverso da quella collaborazione, che per lui è ovvia, con tutti coloro che sono impegnati nel compimento del bene, anche se a partire da principi diversi. D’altronde un cristiano cattolico non può nello stesso tempo partecipare alla piena comunione della fraternità cristiana e, d’altra parte, guardare al suo fratello cristiano, a partire dalla prospettiva massonica, come a un "profano".

Anche quando, come già si è detto, non vi fosse un’obbligazione esplicita di professare il relativismo come dottrina, tuttavia la forza relativizzante di una tale fraternità, per la sua stessa logica intrinseca ha in sé la capacità di trasformare la struttura dell’atto di fede in modo così radicale da non essere accettabile da parte di un cristiano, "al quale cara è la sua fede" (Leone XIII).

Questo stravolgimento nella struttura fondamentale dell’atto di fede si compie, inoltre, per lo più, in modo morbido e senza essere avvertito: la salda adesione alla verità di Dio, rivelata nella Chiesa, diviene semplice appartenenza a un’istituzione, considerata come una forma espressiva particolare accanto ad altre forme espressive, più o meno altrettanto possibili e valide, dell’orientarsi dell’uomo all’eterno.

La tentazione ad andare in questa direzione è oggi tanto più forte, in quanto essa corrisponde pienamente a certe convinzioni prevalenti nella mentalità contemporanea. L’opinione che la verità non possa essere conosciuta è caratteristica tipica della nostra epoca e, nello stesso tempo, elemento essenziale della sua crisi generale.

Proprio considerando tutti questi elementi la Dichiarazione della S. Congregazione afferma che la Iscrizione alle associazioni massoniche "rimane proibita dalla Chiesa" e i fedeli che vi si iscrivono "sono in stato di peccato grave e non possono accedere alla Santa Comunione".

Con questa ultima espressione, la S. Congregazione indica ai fedeli che tale iscrizione costituisce obiettivamente un peccato grave e, precisando che gli aderenti a una associazione massonica non possono accedere alla Santa Comunione, essa vuole illuminare la coscienza dei fedeli su di una grave conseguenza che essi devono trarre dalla loro adesione a una loggia massonica.

La S. Congregazione dichiara infine che "non compete alle autorità ecclesiastiche locali di pronunciarsi sulla natura delle associazioni massoniche, con un giudizio che implichi deroga a quanto sopra stabilito". A questo proposito il testo fa anche riferimento alla Dichiarazione del 17 febbraio 1981, la quale già riservava alla Sede Apostolica ogni pronunciamento sulla natura di queste associazioni che avesse implicato deroghe alla legge canonica allora in vigore (can. 2335).

Allo stesso modo il nuovo documento, emesso dalla Sacra Congregazione per la Dottrina della Fede nel novembre 1983, esprime identiche intenzioni di riserva relativamente a pronunciamenti che divergessero dal giudizio qui formulato sulla inconciliabilità dei principi della massoneria con la fede cattolica, sulla gravità dell’atto di iscriversi a una loggia e sulla conseguenza che ne deriva per l’accesso alla Santa Comunione. Questa disposizione indica che, malgrado la diversità che può sussistere fra le obbedienze massoniche, in particolare nel loro atteggiamento dichiarato verso la Chiesa, la Sede Apostolica vi riscontra alcuni principi comuni, che richiedono una medesima valutazione da parte di tutte le autorità ecclesiastiche.

Nel fare questa Dichiarazione, la Sacra Congregazione per la Dottrina della Fede non ha inteso disconoscere gli sforzi compiuti da coloro che, con la debita autorizzazione di questo Dicastero, hanno cercato di stabilire un dialogo con rappresentanti della Massoneria. Ma, dal momento che vi era la possibilità che si diffondesse fra i fedeli l’errata opinione secondo cui ormai la adesione a una loggia massonica era lecita, essa ha ritenuto suo dovere far loro conoscere il pensiero autentico della Chiesa in proposito e metterli in guardia nei confronti di un’appartenenza incompatibile con la fede cattolica.

Solo Gesù Cristo è, infatti, il Maestro della Verità e solo in Lui i cristiani possono trovare la luce e la forza per vivere secondo il disegno di Dio, lavorando al vero bene dei loro fratelli.

© Osservatore Romano del 23-2-1985



A distinção entre regular e irregular é irrelevante aos olhos da Igreja. Também não procede invocar as supostas origens jacobitas da Maçonaria Inglesa, pois a mesma desde as Constituições de Anderson que se afastou da sua referência católica, promovendo o deismo e o relativismo.

____________________________________________________________________

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RE: Priorado de Sião

#73734 | Luís_MCS_Froes | 23 set 2004 17:49 | In reply to: #73725

Caro PTP (como já fiz, peço desculpa por não saber o seu nome),

Se estavam a brincar comigo ou não, não sei. A mim parece-me possível que, em algumas lojas maçónicas portuguesas, esse acto se pratique. E os antecedentes da Maçonaria portuguesa (principalmente no decorrer da 1º República) levam-me a crer que tal possa acontecer.
Enfim, prefiro terminar a minha participação neste tópico, pelo menos no que toca a esta questão, que nada tem que ver com a genealogia, na certeza de que não simpatizo nem nunca simpatizarei seguramente com essa sociedade, de que o Senhor parece ser tão conhecedor.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE:Dupla Profanação da Basilica da Estrela

#73735 | zamot | 23 set 2004 17:51 | In reply to: #73729

Caro Pedro Teixeira Pinto

E a Igreja autorizou??? Bem se o diz acredito, mas lá vai seguir mais um e-mail de protesto para SE o Senhor Cardeal Patriarca e para SE o Senhor Nuncio. Já agora para eu fundamentar o meu protesto autoriza-me a que faça referencia a esta sua intervenção.
Realmente a Basilica da Estrela está pelos vistos duplamente profanada e enquanto não fôr Benta outra vez por um Bispo deveria ser interdito o culto.

Um abraço

Zé Tomaz

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RE: Priorado de Sião

#73736 | camisao65 | 23 set 2004 17:57 | In reply to: #73729

Caro Pedro Teixeira Pinto

"ptp

(estive lá)"

Apenas por curiosidade, é membro, ou foi como convidado?

Cumprimentos

Luis Camizão

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RE: Priorado de Sião

#73738 | zamot | 23 set 2004 18:07 | In reply to: #73736

Caro Luis

Mesmo que o Pedro fosse membro não to diria pois segundo sei são sociedades secretas.

Quando apareces pela YH ? Leste os mails que te enviei? Incrivel não é?


Um abraço

ZT

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Seita Maléfica

#73741 | cyrne | 23 set 2004 18:17 | In reply to: #73717

A questão é que a maçonaria quando interviu com mais força e visiblidade em Portugal foi exactamente para destabilizar e assasinar quem assasinou! E isto são factos que ninguém pode desmentir, será portanto natural que haja quem tenha a visão da maçonaria por este prisma, que será não muito abonatória para a causa.
Alem de ser uma seita...só por isso...quanto a mim basta! Já para não falar das palhaçadas de andar de gatas etc.
Lógicamente terá algum interesse, talvez no simbolismo por exemplo, mas pouco mais.
Para mim são uma cambada de pantomineiros!

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RE: Seita Maléfica

#73742 | zamot | 23 set 2004 18:21 | In reply to: #73741

"...Já para não falar das palhaçadas de andar de gatas..."

Caro Vasco

De gatas, de avental e com luvas brancas de policia sinaleiro ou de creado de mesa. E eu por vezes com tanta falta de pessoal para servir à mesa.


Um abraço

ZT

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RE: Seita Maléfica

#73743 | Gonçalo M. Ramires | 23 set 2004 18:24 | In reply to: #73741

NEM MAIS...

E ainda por cima invocam um glorioso passado, quando na realidade não passam de impostores que se apropriaram de uma corporação medieval de pedreiros de origem católica) e a subverteram, transformando-a numa seita de conspiradores.

Vale que hoje em dia já não têm importância nenhuma.

Quanto ao simbolismo, duvido que o saibam interpretar.

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RE: Seita Maléfica

#73744 | Gonçalo M. Ramires | 23 set 2004 18:27 | In reply to: #73743

Esta minha última intervenção era dirigida ao Sr. Cyrne, que resumiu em linguagem castiça e directa o espírito da associação hoje em dia: PANTOMINEIROS.

Gonçalo

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RE: Priorado de Sião

#73745 | luso | 23 set 2004 18:53 | In reply to: #73733

Caros Senhores

Já estava com saudades de levar sovas colectivas.
Fico feliz por ver que o respeito e a cortesia que tanto me chamavam a atenção continua a vigorar.

Nem sei como começar para acalmar este histerismo....

Primeiro caro Zé Tomás o enterro foi público e foi noticiado nos jornais

Segundo ninguém é convidado para enterros, conhecia e estimava o defunto

Terceiro o senhor do Vaticano (eu sou católico) tem de rever a gazeta oficial e saber que muitos bispos da cúria são maçons e a questão regular ou irregular é primordial, para além disso os altos graus do rito deyork são cristãos, aliás o deismo não é discriminado pela Igreja (ela tem relações com outras religiões).

quarto abomino o papel do GOL na história portuguesa e os assassínios de El Rei D.Carlos e do Princípe Herdeiro.(aí está a diferença entre os regulares e os irregulares.

Por último agradeço os mimos que me dirigiram indirectamente, mimos de quem não conheçe a realidade.

Quanto a mim sou como o Fernando Pessoa conhecia mas não era!

Saudações Cordiais e calma com os preconceitos.

PtP

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RE: Priorado de Sião

#73746 | zamot | 23 set 2004 18:57 | In reply to: #73745

"...Primeiro caro Zé Tomás o enterro foi público e foi noticiado nos jornais..."

Caro Pedro

Acredito que o enterro tenha sido publico e até noticiado nos Jornais, mas a tal cerimónia maçónica autorizada suponho que pelo Revº Prior também ela foi publica e noticiada nos Jornais como a mais recente? ou foi mantida em segredo?

Um abraço amigo

Zé Tomaz

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RE: Priorado de Sião

#73747 | Luís_MCS_Froes | 23 set 2004 18:58 | In reply to: #73745

Caro Pedro Teixeira Pinto,

Saiba que não quis participar nesta "sova colectiva".
Simplesmente pareceu-me que o Pedro conhece bastante bem o que se passa dentro da Maçonaria, o que acho interessante até. Assim ficar a conhecer mais sobre esta organização.

Melhores cumprimentos,
Luís

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RE: Seita Maléfica

#73748 | luso | 23 set 2004 18:59 | In reply to: #73744

Senhor Ramires

Nos meus velhos tempos respondia-lhe à letra mas agora n vale a pena, estude interesse-se saia da sacistia por algumas vezes e falaremos de muita coisa inclusivé de maçonaria, rituais ,opus day, jesuitas etc, e não se esqueça que sou católico só que sem trela.

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RE: Priorado de Sião

#73749 | Gonçalo M. Ramires | 23 set 2004 18:59 | In reply to: #73745

Meu caro,

Não queria, de todo, hostilizá-lo. Mas, permita que pergunte, acredita que o tal rito de York ou mesmo toda a Maçonaria Regular têm realmente algum "carisma" espiritual?

Podem exisitir Bispos maçons, até na cúria, mas não são eles, por enquanto..., que definem a doutrina da Igreja em relação à matéria que, volto a frisar, em nada se alterou.

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RE: Seita Maléfica

#73751 | luso | 23 set 2004 19:00 | In reply to: #73748

errata : "sacristia"

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RE: Priorado de Sião

#73753 | luso | 23 set 2004 19:03 | In reply to: #73746

Sim, foi pública.

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RE: Priorado de Sião

#73754 | zamot | 23 set 2004 19:04 | In reply to: #73749

"...rito de York..."

Mas não de York HOUSE

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RE: Seita Maléfica

#73755 | Gonçalo M. Ramires | 23 set 2004 19:09 | In reply to: #73748

Carissimo,

Agradeço-lhe o mimo ainda que não possa retribuir. Afianço-lhe que só estou na sacristia quando necessário. Talvez por isso me sinta à altura de terçar argumentos sobre os temas que mencionou noutra ocasião.

Um abraço fraternal (mas em Jesus, Maria e José)

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RE: Seita Maléfica

#73756 | magalp | 23 set 2004 19:11 | In reply to: #73743

Viva Gonçalo!

Não estou tão certo assim da falta de poder deles, nos tempos actuais...
Pelo que leio e oiço, acho que continuam a ter muita influência.
Grande abraço!
Manuel Maria

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RE: Seita Maléfica

#73757 | luso | 23 set 2004 19:11 | In reply to: #73755

Caro Senhor

Um abraço amigo e saudações monárquicas.

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RE: Salve Arcebispo Bispo Conde

#73759 | zamot | 23 set 2004 19:25 | In reply to: #73756

Caros Amigos

Com 1 joelho em terra quero aqui saudar o reaparecimento do nosso muito querido Arcebispo Bispo Conde de Mesão Frio (Tinto ) que há tanto tempo não aparecia por esta paragens, e a quem respeitosamente beijo seu anel.

Que Deus Nosso Senhor faça com que este reaparecimento seja para durar e nos esclarecer com o seu avisado discurso.

Um abraço meu Caro Manuel


Zé Tomaz

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RE: Seita Maléfica

#73760 | Gonçalo M. Ramires | 23 set 2004 19:37 | In reply to: #73756

Caro Manuel,

É com o maior gosto que o “releio”. Espero que esteja bem. Salvo algumas incursões, raramente passo por aqui. Também já ninguém me liga :)

O GOL ainda terá alguma influência mas estreitamente vinculada aos sucessos do PS. Os outros são esotéricos. Depois da universidade devem ter apanhado um valente susto.

Hoje quem manda é o dinheiro.

Um grande abraço,
Gonçalo

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RE: Seita dos Assustados

#73762 | luso | 23 set 2004 20:17 | In reply to: #73760

Caro Senhor
Em que ficamos?..........esotéricos ou perigosos anti-cristos?é preciso ter paciência lolol.

Saudações

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RE: Salve Arcebispo Bispo Conde

#73766 | magalp | 23 set 2004 20:59 | In reply to: #73759

Zé Tomaz!

Coro de vergonha!
Não tarda aparece por aí outra menina a perguntar como é possível ser-se Bispo e ter filhos e uma neta – tudo nos conformes com os sagrados Mandamentos da Santa Madre Igreja Católica Apostólica e Romana!
Mas acho que já achei resposta…
Direi com alguns “ilustres ginnialogistas” que conheço, realmente o meu 3º, 6º ou 9º avô foi eclesiástico, mas só tomou Ordens depois de enviuvar…

Por outro lado, a tua simpática saudação com tantos títulos, também me confunde.
É por demais sabido que não acredito em titulares hoje, sobretudo daqueles sobrinhos do tio da prima da mulher que casou e não teve geração, pelo que…
É claro que aceito e respeito representantes dos velhos titulares que em seu tempo alguma coisa fizeram por Deus, pela Pátria e pelo Rei.

E, com a devida vénia ao nosso Luís Amaral, transcrevo mais uma vez:
• Coronel (gradº) de Cavalaria
• Comand. dos Batalhões de Caçadores do Porto
• Fund. e Dir. da Assembleia Portuense
• Presidente da C.M.P.
• Pres. da Soc. Geral
• Com. da O. de Cristo, S. Lázaro e S. Maurício; Of. da O. de Aviz
• "Dario", grau 3º GOL, 1842
Acrescento que o biografado era um meu muito estimado tetravô… na realidade custa-me imaginá-lo (Camilo dizia q. ele tinha 1.90!), avantajado por todo como era, a andar de gatas à volta da mesa, do altar, do que quer que fosse!
Pronto. Agora o Gonçalo, o Vasco e o Luís cortam relações comigo!
Lá terei de ir ao “perdoa-me”…

Grande abraço,
Manuel Maria

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RE: Seita Maléfica

#73770 | coelho | 23 set 2004 21:27 | In reply to: #73744

Caros confrades,

"Pantonimeiros" resume bem a impressão que essa organização actualmente me suscita.

Não sei o poder que actualmente têm nem a influência que efectivamente exercem. Da-me ideia que a história da maçonaria, sendo uma sociedade secreta, é a história das sucessivas utilizações que foi tendo, desde derrubar regimes até coisas mais "pequenas" relacionadas com dinheiro (o lado mais a-la Mafia).

Também me parece que eles têm tendência para se promover listando nomes de supostos maçons, sem que o comum cidadão possa saber a verdade, já que tudo é secreto. Além de que, pode até haver grandes pessoas que tenham lá ido uma vez ou duas, antes de perceber de que se tratava ... desligando-se em seguida, mas nunca mais se livrando da etiqueta de "maçon".

Por mim, como outros aqui, abomino tudo o que sejam sociedades secretas.

Cumprimentos,
Coelho

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A Rev. Francesa e os Valores e Instituições

#73777 | aburma | 23 set 2004 22:39 | In reply to: #73700

Caro João Pombo,

Cai-se com frequência no erro, talvez pelos seus apaniguados disseminado com zeloso afã, de considerar a Revolução Francesa como a origem das instituições representativas e dos sistemas políticos que há muito predominam no chamado mundo ocidental. Ora essa origem é muito mais logicamente encontrada, até por motivos de ordem cronológica, na Declaração de Independência dos EUA (1776) e na constituição que dela emanou, bem como na "Glorious Revolution" inglesa de 1688.

O verdadeiro e inequívoco legado da Revolução Francesa foram o assassínio em massa, o genocídio, o terror e o jacobinismo, aplicados com ainda maior sofisticação no séc. XX por partidários de duas tristemente célebres ideologias.

Cumprimentos

Alexandre Burmester

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RE: Seita dos Assustados

#73779 | mivapi | 23 set 2004 23:20 | In reply to: #73762

Caro Luiz Froes

Parabens pela sua coragem.
Se não fossse a sua brilhante e ousada intervenção nunca teríamos ouvido a enormidade de pretender conciliar a Santa Madre Igreja e a "fé" maçónica.
Quanto ao já velho e estafado ataque de que a Igreja cometeu crimes, é pena que se esqueçam de referir dois pontos importantes: primeiro que os chefes da Inquisição não representam toda a Igreja e, segundo, que a única organização que fez verdadeiramente frente à Inquisição foi tambem uma organização da Igreja : a Companhia de Jesus.
Acresce que é estranho que se continue sempre a falar desse desvio, lamentável, que foi a Inquisição, esquecendo que ele se passou há muitos séculos e que foi a própria Igreja que, livremente e de sua iniciativa, o extinguiu.
O Sr.Pedro Teixeira Pinto é tão católico como eu sou xiita.
Cumprimentos,

Miguel Vaz Pinto

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RE: Salve Arcebispo Bispo Conde

#73791 | zamot | 24 set 2004 08:08 | In reply to: #73766

"...Agora o Gonçalo, o Vasco e o Luís cortam relações comigo!..."


Caro Manuel, Eminência Reverendissima

NINGUÉM com juizo poderá cortar relações contigo pois todos sabemos que és um Homem de bem, e um verdadeiro Senhor dos poucos que ainda restam neste País. Adorei este texto e foi uma bela maneira de começar o dia com boa disposição.

Um abraço amigo

Zé Tomaz

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RE: Seita dos Assustados

#73799 | luso | 24 set 2004 10:20 | In reply to: #73779

Senhor Vaz Pinto

Se ler a quilo que escrevi, nunca ataquei a igreja católica nem me alonguei nos seus "Crimes", crimes cometem todos.

Limitei-me a dizer que a maçonaria regular não é imcompatível com a igreja católica nos tempos actuais.

Se não.. prove o contrário e mostre saber e não preconceitos que não fazem juz ao seu nome.

Quanto ao insulto e arrogante ousadia de decretar que eu não sou católico, mostra bem a tolerância cristã que o meu amigo pretende ser pilar.

Estude o assunto esqueça a cartilha e pense por si próprio e então com a humildade dos conhecedores discuta os assuntos.

Se não é xiita, católico bem intencionado é que não é , ou então é filho do Torquemada e mais papista que o Papa.
Com os melhores cumprimentos
PTP

ps: sabia que o Papa João XXIII, era um iniciado na Maçonaria Regular de cariz Oriental (penso que Turca)?

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RE: Seita dos Assustados

#73801 | cyrne | 24 set 2004 10:28 | In reply to: #73799

Caro PTP,

Então e o que me diz dos que são Socialistas Maçons e Católicos??!!
Acha coerente?

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RE: Seita dos Assustados

#73802 | luso | 24 set 2004 10:41 | In reply to: #73801

Caro Cyrne

A pergunta é dificil e muito pessoal mas parece-me que se for um socialista (seja isso o que for) não marxista pode ser católico não vejo à partida incompatibilidade.
Quanto a ser maçon (regular)se acreditar num ser supremo tb n vejo contradição , mas repare esse é um caso que diz respeito a um socialista católico e maçon e por conseguinte é algo que me é alheio.

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RE: Seita dos Assustados

#73803 | joão pombo | 24 set 2004 10:42 | In reply to: #73779

Caro Miguel Vaz Pinto:

Convém que não esquecer que muitos maçons nunca cometeram crimes (Vd. a extensa lista postada pela Maria José), a não ser que considere um crime as vezes em que, de manhã, se corta ao fazer a barba, pois aí o responsável é o Sr. Gilette, actualmente representado por uma multinacional.
É óbvio que se quisermos enveredar por essa via, a Igreja Católica ficará certamente a ganhar aos pontos e nem será preciso recorrer aos estafados exemplos da Inquisição...
Mas enfim, quando se discutem estes assuntos de forma tão acalorada e parcial, há sempre exageros...
Por fim, convém também não esquecer que muitas pessoas aderem à Maçonaria e bem assim à Opus Dei e a outras "associações" ou entidades mais ou menos secretas para conseguir subir na escala social... falando em bom português, para arranjar tachos, coisa que neste País não falta.
Cumprimentos,
João Pombo
Portuense, católico e não maçon, mas em todo o caso, se me quiserem dar um tacho qualquer, aceito.

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RE: Priorado de Sião

#73810 | MSPAGraça | 24 set 2004 12:50 | In reply to: #73694

Caríssima Maria José

Não creio que a palavra «detestar» se aplique aos maçons, mas antes ao secretismo das suas carreiras. Também tive maçons entre os meus Maiores, que respeito e que deixaram aura de bondade e inteligência. Desde logo o Dr. Manuel Jorge Forbes de Bessa, meu trisavô, republicano antes, durante e após o 5.X.1910, Presidente das Constituintes de 1911, Presidente do Senado, Ministro Plenipotenciário no Vaticano, etc., maçon assumido... Por outro lado, os exemplos dos extremismos do lado contrário ainda hoje pululam na Família, como em tantas outras... O que me chocou, continuo a dizer, é a rapidez com que se acusam de «bárbaros, assassinos» e mais outras coisas associaçoes - secretas ou não - generalizando o todo pela parte... e relembro outras obras, em que organizações da Igreja Católica têm sido acusadas do mesmo e, inclusivamente, associadas à tão «odiada» maçonaria.

Estendo-lhe os melhores cumprimentos pessoais

Manuel Azevedo Graça

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RE: Seita dos Assustados

#73812 | mivapi | 24 set 2004 13:16 | In reply to: #73803

Senhor Teixeira Pinto

Vou explicar melhor:
Por comparação com a minha não pertença à religião xiita, pretendi afirmar que o Senhor não era católico E MANTENHO.

Não quero com isto afirmar que não foi baptizado na Igreja Católica nem negar que possa frequentar templos católicos. Mas desculpará: A OBCESSÃO, que ressalta em todas as suas mensagens, de afirmar que um católico pode ser maçon é uma prova mais que evidente de que para si o que conta é a maçonaria.

Aliás não se referiu uma única vez a Deus mas sim a "ser Superior" (post de 23/9).
E num segundo post do mesmo dia fala do reconhecimento da "Maçonaria" (com maiúscula) pela "igreja católica" (com minúsculas). Podem acusar-me de preciosismo mas nenhum católico autêntico trata com mais respeito a maçonaria do que a sua Igreja bem como nenhum católico se recusa a falar de Deus; é tão grande a sua aversão a Deus que quando se referiu à Opus Dei (que em português significa Obra de Deus) escreveu "opus day" ; para bom entendedor ...

Felizmente já aqui foi postado por Gonçalo M. Ramires o texto da Sagrada Congregação para a doutrina da Fé sobre a maçonaria. Para qualquer católico minimamente respeitador, um texto do mais elevado órgão do Vaticano para assuntos de Fé é suficiente mas, para si, claro que não.

Vá enganar quem quiser mas a mim não me engana.

Quanto à sua acusação de que sou mal intencionado sugiro que tenha mais cuidado pois é preciso ter muita presunção para pretender conhecer as minhas intenções. Chamar-me Torquemada é puramente patético pois é fácil de reler o post em que eu próprio critiquei duramente a inquisição (para quem não saiba Torquemada foi um destacado dirigente da inquisição espanhola).

Vou aliás colocar aqui brevemente o texto conjunto que resultou de um grupo de trabalho, presidido por um Cardeal, em que teólogos católicos e membros da maçonaria analisaram a possibilidade de pertencer à Igreja Católica e à maçonaria.
Cumprimentos,

Miguel Vaz Pinto

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RE: Seita dos Assustados

#73813 | mivapi | 24 set 2004 13:30 | In reply to: #73803

Caro João Pombo

Vai-me desculpar mas onde é que eu escrevi que todos os maçons cometeram crimes?

Aliás a intervenção de Luiz Froes, que eu tanto apreciei e felicitei, tambem não diz isso mas sim que a maçonaria é uma "organização anti-cristã, bárbara e assassina" ; como o próprio Luiz Froes explicou magistralmente o partido nazi era uma organização assassina o que não significa que todos os nazis o tenham sido.

Quanto à franqueza das suas considerações sobre tachos, confesso-lhe que tambem me dava jeito um, desde que não fosse oferecido...pela maçonaria.
Cumprimentos,

MVP

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RE: Priorado de Sião

#73814 | zepas | 24 set 2004 13:34 | In reply to: #73613

Caro Sr. Froes,

Reconheço que o livro é literatura de cordel. Pelo menos a mim não me entusiasmou. Achei-o enfadonho e de enredo previsível. Mas não o considero profundamente herético ou de ataque discriminado à Igreja Católica. O livro romanceia ideias que não são originais do autor sem chegar a conclusão alguma. No fundo, e como se diz na giria, "acaba por baralhar e voltar a dar".

E não creio que a Opus Dei, referida no livro, chegue a ser aviltada. É apenas uma personagem secundária no enredo. Talvez seja retratada como ambiciosa ou excessiva, mas não considero que a Instituíção, em si mesma, seja achincalhada pelo autor. Dan Brown sugere no início do livro que vai revelar muita coisa sobre a Opus Dei mas acaba por não revelar nada e mostra-se um completo desconhecedor dos seus verdadeiros contornos e propósitos. E, o bispo Aringarosa e o albino Silas são claramente personagens de ficção que, hábilmente, e pela graça de Deus, acabam por ser redimidas no final do romance.

O livro é comercial, nada mais do que isso. Toca pela rama em temas que atraem o comum dos mortais: religião, esoterismo, seitas secretas, conspirações seculares, interpretação de obras de arte, etc.

É um eficaz cocktail de todas essas coisas. Por isso vende milhões de exemplares em todo o mundo.

Cumprimentos,
JP

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RE: Seita dos Assustados

#73818 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 14:32 | In reply to: #73812

Caríssimo Miguel Vaz Pinto,

"Felizmente já aqui foi postado por Gonçalo M. Ramires o texto da Sagrada Congregação para a doutrina da Fé sobre a maçonaria. Para qualquer católico minimamente respeitador, um texto do mais elevado órgão do Vaticano para assuntos de Fé é suficiente..."

O Miguel tocou com esta afirmação num ponto essencial.
Em questões de doutrina, o Papa não falha, não se engana.
Como saberá melhor do que eu, está inspirado pelo Espírito Santo, logo não erra minimamente.
Foi também por isso que eu disse que prefiro seguir SEMPRE o que diz a Santa Madre Igreja, porque tenho a certeza de que se engana muito menos do que todos nós.

A questão da Inquisição é um velho cavalo de batalha de muita gente.
Gente que não sabe (ou finge não saber) que a Inquisão surge no contexto da heresia cátara. E estudando-se essa heresia, fica-se a perceber que os motivos que deram origem ao Tribunal do Santo Ofício são bastante válidos. Tal facto não implica, evidentemente, que se reconheçam os excessos e as barbaridades que depois foram cometidas. Barbaridades essas que - e isto é necessário ser dito - foram as mais das vezes feitas pelo poder secular.
Aliás, basta a olhar para a Inquisição portuguesa, que, a partir de uma determinada altura, deixa de estar relacionada com a repressão da heresia e a defesa da unidade religiosa, mas sim com os interesses económicos do Estado.

Não quero deixar de agradecer-lhe pelas suas simpáticas palavras.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Seita dos Assustados

#73819 | joão pombo | 24 set 2004 14:34 | In reply to: #73813

Caro MVP:

Eu continuo na minha e acho que a Maçonaria não pode nem deve ser considerada uma "organização anti-cristã, bárbara e assassina".
A comparação com o Partido Nazi é, a meu ver, descabida e eventualmente ofensiva para a memória dos que caíram e foram perseguidos nesse regime.
Por várias razões e uma delas porque uma grande percentagem dos militantes do Partido Nazi seria (e foi) favorável e cúmplice, senão mesmo autor moral e material do Holocausto.
Já o mesmo se não pode dizer da Maçonaria, mesmo partindo do pressuposto de que a Maçonaria esteve directamente ligada a grandes crimes contra pessoas ou mesmo contra a Humanidade, o que é altamente duvidoso, pelo menos quanto ao último caso.
Quanto a tachos, venham eles...!
Cumprimentos,
João Pombo

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RE: Seita dos Assustados

#73820 | luso | 24 set 2004 14:35 | In reply to: #73812

Senhor Vaz Pinto

Não estou aqui para enganar ninguém e muito menos a um Boff de trazer por casa.
A acusação de que sou adversário de Deus mostra o quanto de estúpido como de desonestidade tem V. Exa, para além de o não admitir a si nem a ningúem ! é um vil insulto a alguém que fala e explica os seus pontos de vista, nunca disse que era maçon e os seus preciosismos para além de estúpidos são típicos de extremistas com vocação fáscistóide ou estalinista.

Para além disso ninguém me dá lições de catolicismo, sou católico mas sei separar o que do vaticano é politico e o que é de Deus , não sou lacaio de bispos como VExa.sou livre e não insulto, julgo e acuso levianamente (e gravemente) alguém que escreveu meia dúzia de linhas para mostara um ponto de vista por razões de ódio pessoal ou frustação.
Quanto ao texto coloque-o onde onde eventualmente gostará de o meter.
Gostaria que este post não fosse censurado pois não faço mais nada do que defender a minha honra.

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RE: Priorado de Sião

#73821 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 14:37 | In reply to: #73611

Caríssimo Pedro Teixeira Pinto,

"ps: sabia que o Papa João XXIII, era um iniciado na Maçonaria Regular de cariz Oriental (penso que Turca)?"

Esta afirmação é totalmente falsa.
Como me dizia um dia uma pessoa muito mais sábia nestas matérias do que muitos, "o sonho dos maçons era ter um Papa maçon".
O Papa João XVIII não era maçon: nunca o Espírito Santo confiaria o trono pontifício a um maçon!
Aliás, esta tese é digna dos autores de o "Sangue de Cristo e o Santo Graal", que, como concordará comigo, mentem em cada parágrafo que escrevem.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Seita dos Assustados

#73822 | luso | 24 set 2004 14:38 | In reply to: #73820

Má pontuação pois este Senhor conseguiu-me irritar , com coisas de Deus n se brinca!

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RE: Priorado de Sião

#73823 | luso | 24 set 2004 14:43 | In reply to: #73821

Sem comentários , parece-me o conclave da Associação dos Fundamentalistas Católicos da Baixa da Banheira.

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RE: A Rev. Francesa e os Valores e Instituições

#73824 | joão pombo | 24 set 2004 14:45 | In reply to: #73777

Caro Alexandre Burmester:

Estará seguramente muito mais habilitado do que eu nessa matéria, mas permita-me que discorde e que diga o seguinte:
Os ideiais da Revolução Francesa (o que é diferente da prática) estiveram na base de muitos Estados, nomeadamente da maioria dos Estados da América Latina, ainda que por interposta pessoa e falo, obviamente dessa complexa figura que foi Simon Bolívar, que tanto inspira movimentos marxistas radicais e suportados pelo narco-tráfico como movimentos sociais democratas conservadores, chegando ao ponto de ser idolatrado pelas elites brancas e de origem espanhola dos países da América Latina.
Bastará, para tanto, ler os preâmbulos da maioria das Constituições desses Países.
Continuo a entender que é necessário separar as águas, distinguindo entre a teoria e a prática, e para tanto basta pensar no que foi a nossa Revolução de Abril.
Em termos teóricos, fui a instauração de um regime democrático que pôs termo a uma ditadura de décadas.
Na realidade e para muitos portugueses, os primeiros anos foram de verdadeira perseguição e mesmo de supressão das mais elementares garantias e direitos (Vd. a questão dos mandados de captura assinados em branco...).
Cumprimentos,
João Pombo

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RE: Priorado de Sião

#73826 | luso | 24 set 2004 15:08 | In reply to: #73611

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Maçonaria Regular e Religião
(versão integral do texto publicado, em resumo, no Semanário O Independente)
Nos últimos tempos tem-se falado, muito nos meios de comunicação, das relações entre a Maçonaria e a Religião, particularmente das relações Maçonaria-Igreja Católica. Passado que foi um período de alguma emotividade (e mesmo de alguma agressividade) nessa discussão, cremos que é altura de se fazer ouvir – serenamente - a voz da Maçonaria Regular (que em todo o mundo constitui mais de 90% da Maçonaria Universal e, em Portugal, está vigorosamente a caminho de ultrapassar os 50% de toda a Maçonaria portuguesa), representada oficialmente no nosso país pela Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal (GLLP/GLRP), única Potência maçónica regular portuguesa, internacionalmente reconhecida.

Respeitamos todas as posições manifestadas – e não pretendemos entrar na polémica – mas cremos que está na altura de explicitar publicamente a nossa posição, até porque a Maçonaria Regular – aquela que exige que os seus membros sejam crentes num Ser Superior -, estando espalhada por todo o mundo e coexistindo com outras maçonarias sobretudo em países latinos e latinoamericanos, é a única que existe em países tão importantes como a Inglaterra (Loja-mãe da Maçonaria), Escócia, Irlanda, Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, Alemanha, Suécia, Noruega, Dinamarca, Áustria, etc., etc. – e estas Maçonarias reconhecem exclusivamente, em Portugal, a GLLP/GLRP.

Poder-se-á dizer, de algum modo, que esta polémica se centrou sobretudo, mas não exclusivamente, na inevitável oposição entre alguns anticlericais e alguns clericais – que não confundimos, de modo algum, nem com a maioria da pessoas sem religião, nem com os religiosos, católicos em particular –, oposição em relação à qual a Maçonaria Regular é alheia historicamente e filosoficamente, pois ela não foi, nem é, doutrinariamente, nem “anticlerical” nem “clerical”. Além do mais, no final do século XIX e nos princípios do século XX, já a Maçonaria portuguesa tinha enveredado por caminhos que a levaram a deixar de ser reconhecida como regular pela Grande Loja Unida de Inglaterra, o que levou a que vários maçons portugueses, nos anos 80 do século que passou, decidissem promover o ressurgimento da Maçonaria Regular em Portugal, criando a Grande Loja Regular de Portugal de que somos os continuadores e representantes (a Maçonaria Universal legitima esta nossa posição).

É um facto que não existe “anticlericalismo” sem “clericalismo” e que um e outro, se alimentam mutuamente, mas se, concretamente no caso português e noutros, houve períodos menos luminosos da história da Igreja (tal como os houve na Maçonaria e na sociedade secular) isso não se deve à religião católica, mas sim a alguns dos homens que foram parte dela. A Igreja Católica, particularmente, teve ao longo da História de Portugal um saldo claramente positivo no que diz respeito à sua actuação em prol do desenvolvimento material, cultural e espiritual do nosso País.

Todos somos poucos (crentes, não crentes, católicos ou de outras religiões) para realizar a imensa tarefa que está à nossa frente e que consiste em construir (nacional e internacionalmente) uma sociedade mais justa e mais fraterna, informada por superiores valores espirituais e éticos. Ressuscitar querelas do passado, que só dividem Homens que se pretendem de Boa Vontade, é não só um anacronismo, mas uma tremenda injustiça e um enorme erro histórico (a Igreja já não é a mesma).

Mas deixemos a história e as suas polémicas, para nos concentrarmos nos princípios. Se, por um lado, a Maçonaria regular defende o princípio da liberdade religiosa e a sua prática – e portanto defende a liberdade de culto dos clérigos de todas as religiões e dos seus fiéis -, por outro lado, defensores como somos do Estado de Direito democrático e da separação da Igreja e do Estado, queremos a igualdade das religiões perante a Lei - o que não quer dizer a sua igualitarização, já que há razões históricas e culturais que devem ser respeitadas, sem ofender o princípio da igualdade.

No entanto, a nossa defesa do Estado laico, não acarreta necessariamente, antes pelo contrário, a laicisação forçada da sociedade que algum laicismo radical quer promover. Recorde-se que uma das raizes dos fundamentalismos religiosos se situa precisamente numa reacção contra essa laicisação extrema da sociedade. Para nós – contrariamente ao que afirmam alguns anticlericais, cujo anticlericalismo é, por vezes, apenas uma capa para uma profunda atitude antireligiosa - uma pessoa religiosa não é necessariamente uma pessoa ignorante e intolerante, pelo menos não o será necessariamente, só por isso, mais do que certos defensores de algumas ideologias laicas.

A Maçonaria Regular não considera, muito pelo contrário, que a Humanidade só será feliz quando as religiões terminarem e o laicismo triunfar em toda a Terra. Parece-nos ser esta uma posição de “infantilismo” positivista e racionalista que assolou o fim do século XIX – juntamente com uma noção equívoca de progresso - e que julgávamos já extinta, mas que parece ter querido regressar da maneira mais infeliz e intolerante (juntamente com outras intolerâncias religiosas…) no final do séc. XX (e no dealbar deste novo século). Apesar do progresso técnico-científico e sócio-económico, Deus não “morreu” e as religiões não terminaram, como profetizaram e desejaram alguns, desde há mais de um século. Pelo contrário, o sagrado e o religioso – embora por vezes decompostos e recompostos - regressaram na segunda metade do século XX, com uma força inesperada, quer no quadro das antigas religiões e espiritualidades, quer no quadro de “novos movimentos religiosos” e de “novas espiritualidades”, que pretendem responder todos eles (religiões, movimentos e espiritualidades) às inquietações do Homem perante questões últimas da existência humana que não foram resolvidas nem pela Ciência nem pela Sociedade profanas.

A Maçonaria regular não sendo uma religião, não é “concorrente” das religiões, pois ela não oferece a salvação, mas apenas uma iniciação. Ela é si uma filosofia sagrada não dogmática que acredita num princípio criador e da qual decorre uma prática espiritual e social de Tolerância e de Liberdade fraternas – que não significam indiferentismo religioso e espiritual. Um maçon regular é, obrigatoriamente, um crente em Deus, num princípio criador supremo que a simbólica maçónica designa por Grande Arquitecto do Universo; isto significa que um ateu não pode ser iniciado como maçon regular.

Como tal, um maçon regular, ou segue uma determinada religião (tão bem ou melhor do que os outros praticantes dessa religião) ou, segue a sua via espiritual não especificamente ligada à prática de uma determinada religião. Um maçon religioso tem os seus dogmas (que nós respeitamos) enquanto religioso - não enquanto maçon - e nós pensamos que se enquanto maçon esse homem religioso não é menos bom praticante da sua religião, ele terá de ser forçosamente um religioso ainda mais tolerante e mais fraterno com todos os homens, do que eventualmente seria se não fosse maçon.

A Maçonaria Regular respeita fraternalmente todas as religiões (quer as históricas e maioritárias, quer as “novas” e minoritárias) e todas as vias espirituais não especificamente religiosas – com as quais temos muitos valores em comum – e consideramos que elas são, na sua dimensão mais nobre, um factor importante para para o progresso espiritual do Homem e para o estabelecimento da Paz e da Fraternidade entre os Homens.

Mas gostaria de dar, para além das questões teóricas, testemunho da minha prática da Maçonaria regular. Ao longo da minha vida maçónica, no quadro da regularidade, tive a oportunidade de participar na iniciação, em Portugal e numa mesma cerimónia, de três praticantes das três religiões do Livro: um cristão, um judeu e um muçulmano; refira-se, neste contexto que Grande Lojas como a de Israel, de Marrocos e da Turquia, são regulares e reconhecem exclusivamente a GLLP/GLRP. Ao longo da minha vida maçónica regular, tive ainda a oportunidade de testemunhar várias magnas reuniões maçónicas que abriram ou encerraram com cerimónias religiosas (muitas delas conduzidas por clérigos maçons), e das quais destaco duas que tiveram eco público nos seus países, razão pela qual as refiro:

- um serviço religioso realizado pelo Arcebispo de Estocolmo (luterano), no Verão de 1997, na sede da Grande Loja da Suécia (Palácio maçónico de Estocolmo), na presença do Rei (que, desde o séc. XVIII, é sempre o Grão Mestre ou o alto protector da Maçonaria sueca) e de maçons dos altos graus cristãos de cerca de 20 países;

- outro realizado na Catedral de Dunblane (Escócia), no Verão de 2000, conduzida por vários Bispos de confissões religiosas protestantes (presbiterianos, epicospais, etc) numa reunião de altos graus templários (cristãos) que congregou cerca de mil maçons de quatro continentes.

Ainda há cerca de dois meses e meio –– neste momento tão difícil para toda a Humanidade -, realizou-se em Washington D.C., na cerimónia de abertura da comemoração dos 200 anos do primeiro Supremo Conselho maçónico do Rito Escocês Antigo e Aceite (Charleston, 1801), um serviço religioso conduzido pelo Capelão do Supremo Conselho americano, um Bispo Metodista. Esse acontecimento, que contou a presença de maçons de 45 países, foi noticiado na Televisão norte-americana – que, diga-se de passagem, entrevistou o responsável máximo do Supremo Conselho para Portugal (regular, único reconhecido e, por isso, o único presente em Washington e, naturalmente, ligado à GLLP/GLRP) .

O universo religioso da Maçonaria Regular não se limita, no entanto, às três religiões do Livro, que se referem à Tradição abraâmica. A Grande Loja da Índia, constituida maioritariamente por hindus e parte integrante da Maçonaria Regular, será a organizadora, no final deste ano, em Nova Delhi, da 6ª. Conferência Mundial Maçónica – cuja 2ª. edição a GLRP organizou, em Cascais, em 1996 – que se segue à de Madrid, realizada em Maio último numa organização da Grande Loja de Espanha (refira-se que em Espanha, o Grande Oriente Espanhol dissolveu-se por vontade própria e passou a integrar a G.L.E), a qual reuniu 85 Grandes Lojas (entre as quais as de todos os Estados brasileiros, refira-se) e Grandes Orientes Regulares (por exemplo o do Brasil, o da Itália, o da Holanda) de todos os continentes, e onde a GLRP/GLLP esteve uma vez mais presente – como estará em Nova Dehli -, como única Obediência maçónica portuguesa internacionalmente reconhecida e, portanto, como única representante de Portugal.

Quanto ao Catolicismo, e sem pretender entrar em polémica sobre se um maçon regular pode ser ou não católico – parece-me no entanto de destacar que, actualmente (cf. parecer de 1974, do Cardeal Seper, então Prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina e da Fé), a restrição da Igreja só diz respeito “aos católicos que pertençam a organizações que actuem contra a Igreja”, o que não é, de modo algum o caso da Maçonaria Regular -, recordo que no século XVIII, até às vésperas da Revolução Francesa, apesar das condenações papais, havia mais de um milhar de padres e monges católicos maçons (inventariados pelo Padre Jesuíta Ferrer Benimelli, Catedrático de História da Universidade de Zaragoça).

Exemplos notáveis da dupla condição de maçon e de católico, registaram-se em Portugal, em meados do século XIX, nas pessoas do Cardeal Saraiva, Patriarca de Lisboa, que foi maçon regular (o GOL era ainda regular, na época), assim como o foram, na mesma altura, alguns Arcebispos, entre os quais o de Évora (que foi membro do Supremo Conselho da Maçonaria portuguesa). No século XX, é importante salientar a presença fraterna do Superior dos Jesuitas franceses, Padre Riquet, em algumas reuniões abertas da Grande Loja Nacional Francesa (regular), que integra muitos católicos e, no Portugal de hoje, só posso dar o testemunho de que existem também (mas não exclusivamente) nas fileiras da GLLP/GLRP, muitos (e bons) católicos.

Em suma, a Maçonaria Regular considera que é possível – e para tal tem trabalhado empenhadamente em todo o mundo - o entendimento entre os homens religiosos de boa vontade (e, naturalmente, entre estes e os não religiosos e os não crentes). Entende também que as religiões são, em geral, um factor de progresso material e espiritual da Humanidade e que é possível a Paz entre o homens de diversas religiões. A Maçonaria Regular nunca foi nem será uma máquina de guerra antireligiosa, nem “anticlerical”, nem atacará nunca qualquer Igreja de qualquer religião, muito em particular a Igreja Católica – até porque, nunca será demais repetir, muitos de nós somos católicos. Todas religiões nos merecem o maior respeito e tolerância fraterna (essa tolerância e esse respeito aprendemos, particularmente, dentro das nossa Lojas, pois somos constituidos por pessoas de todas as religiões) e queremos continuar a contribuir humildemente – pois estamos em muito boa posição para o fazer - para a aproximação e a compreensão entre os diversos credos religiosos, na certeza de que esse é o caminho certo para a Paz e Fraternidade que a Humanidade tanto precisa.

Lisboa, Dezembro de 2001

José Manuel de Morais Anes
Grão Mestre da GLLP/GLRP




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RE: Priorado de Sião

#73827 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 15:17 | In reply to: #73826

Caríssimo Pedro Teixeira Pinto,

O que está em causa não é a perspectiva da Maçonaria em relação à Igreja Católica, mas a perspectiva da Irgeja Católica relativamente à Maçonaria.
Essa é a que me interessa e julgo também que é a que interessa aos católicos.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73828 | camisao65 | 24 set 2004 15:31 | In reply to: #73827

Caro Luis Froes,

Leia este texto, dá uma ideia das duas posições.
Sempre a respeitá-lo

Melhores cumprimentos

Luis Camizão

" D. João Evangelista Martins Terra, bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, escreveu um livro que aborda justamente este assunto: MAÇONARIA E IGREJA CATÓLICA, que é uma pesquisa histórica sobre a maçonaria, sua expansão e situação no mundo de hoje, especialmente no Brasil. Faz uma análise dessa organização e apresenta a posição da Igreja Católica pós-conciliar.

Usaremos este livro para mostrar a posição da Igreja Católica para com a maçonaria e como ela orienta a seus fiéis e clérigos.

O Código de
Direito Canônico
(Obra citada, pág. 70 a 72)
"O Código de Direito Canônico de 27-5-1917 contém os seguintes cânones relativos à maçonaria":
Cân. 684: "Os fiéis fugirão das associações secretas, condenadas, sediciosas, suspeitas ou que procuram subtrair-se à legítima vigilância da Igreja".
Cân. 2333: "Os que dão seu próprio nome à seita maçônica ou a outras associações do mesmo gênero, que maquinam contra a Igreja ou contra os legítimos poderes civis, incorrem ipso facto na excomunhão simpliciter reservata à Sé Apostólica".
Cân. 2336: "Os clérigos que cometeram o delito de que tratam os cânones 2334 e 2335 devem ser punidos, não somente com as penas estabelecidas nos cânones citados, mas também com a suspensão ou privação do mesmo benefício, ofício, dignidade, pensão ou encargo que possam ter na Igreja; os religiosos, pois com a privação do ofício e da voz ativa e passiva e com outras penas de acordo com suas constituições. Os clérigos e os religiosos que dão o nome à seita maçônica ou a outras associações semelhantes devem, além disso, ser denunciados à Sagrada Congregação do Santo Ofício".
Cân. 1399, nº 8, são ipso facto proibidos: "Os livros que, tratando das seitas maçônicas ou de outras associações análogas, pretendem provar que, longe de serem perniciosas, elas são úteis à Igreja e à sociedade civil". Ver ainda os cânones: 693; 1065; § 1 e § 2, 1240; 1241.

"Desses cânones do Código de 1917 resulta claramente que:

1) Todo aquele que se inicia na maçonaria, incorre, só por este fato, na pena de excomunhão (cân. 2335).
2) Por ter incorrido na excomunhão, todo maçom: a) deve ser afastado dos sacramentos (confirmação, confissão, comunhão, unção dos enfermos), ainda que os peça de boa fé (cân. 2138, § 1); b) perde o direito de assistir aos ofícios divinos, como sejam: A Santa Missa, a recitação pública do Ofício Divino, procissões litúrgicas, cerimônias da bênção dos ramos etc. (cf. cân. 2259, § 1; 2256, n. 1); c) é excluído dos atos eclesiásticos legítimos (cân. 2263), pelo que não pode ser padrinho de batismo (cân. 765, n. 2) nem de crisma (cân. 795, n. 1); d) não tem parte nas indulgências, sufrágios e orações públicas da Igreja (cân. 2262, § 1).
3) O maçom não pode ser admitido validamente nas associações ou irmandades religiosas (cân. 693).
4) Os fiéis devem ser vivamente desaconselhados de contrair matrimônio com maçons (cân. 1065, § 2).
5) Só após prévia consulta do bispo e garantida a educação católica dos filhos, pode o pároco assistir ao casamento com um maçom (cân. 1065, § 2).
6) O maçom falecido, sem sinal de arrependimento, deve ser privado da sepultura eclesiástica (cân. 1240).
7) Deve-se negar aos maçons qualquer missa exequial, assim como quaisquer ofícios fúnebres públicos (cân. 1241).
O Santo Ofício declarou , no dia 20 de abril de 1949, numa resposta ao bispo de Trento, que nada tinha mudado na disciplina do Código de Direito Canônico a respeito da maçonaria".

Façamos então uma nova pergunta: A situação hoje ainda é a mesma? Ou houve alguma mudança?

Em 27 de novembro de 1983, entrou em vigor um novo Código de Direito Canônico: "O Novo Código apresenta um cânon relativo à maçonaria":
Cân. 1374: "Quem se inscrever em alguma associação que maquina contra a Igreja seja punido com justa pena; e quem promover ou dirige uma dessas associações, seja punido com interdito". (Obra citada, pág. 99)

No mesmo dia em que entrava em vigor o novo Código de Direito Canônico, L'Osservatore Romano publicava esta Declaração da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, sobre a maçonaria:

"Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo fato de que, no novo Código de Direito Canônico, ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.
Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério relacional, seguido também quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categoria mais amplas.
Permanece, entretanto, imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja, e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave, e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.
Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas, com juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de fevereiro de 1981 (cf. AAS 73, 1981, pp. 240-241).
O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente Declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação.
Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de novembro de 1983". (Obra citada, pág. 100 e 101).


"CATÓLICO E MAÇOM?

C. W. Leadbeater, conhecido escritor maçônico, sustenta que "seria um empreendimento colossal escrever uma história da Maçonaria, pois seriam necessários conhecimentos enciclopédicos e muitos anos de pesquisas".
Por seu lado, Marius Lepage, em seu livro História e Doutrina Franco-Maçonaria, após perguntar "quem poderia escrever uma história da Ordem em algumas semanas? "; responde que, "seriam necessários anos de trabalho".
Dom Ivo Lorscheiter, Bispo responsável pelo Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, escreve e assina: "O estudo da Maçonaria é, sem dúvida, difícil e complexo. Sua história, suas concepções profundas, suas atitudes concretas, as sucessivas severas manifestações do Magistério da Igreja Católica, o espírito de diálogo hoje reinante - tudo parece conduzir a esta pergunta fundamental e de largas conseqüências:
Afinal, a Maçonaria e a Doutrina Católica são conciliáveis entra si?".
Todavia, todas as dificuldades apontadas e conhecidas não impediram que a Maçonaria fosse agredida, injuriada, caluniada e condenada por muitos, mas principalmente pela Igreja Católica Apostólica Romana. Vários Papas, que são os bispos da Diocese de Roma, chefes e reis do Estado Pontifício com sede no Vaticano, têm condenado a Maçonaria, e eles foram:

1 - Clemente XII - Bula "In eminenti" -1738.
2 - Bento XIV - Bula "Provida Romanorum Pontificum" - 1751.
3- Pio VII - Bula "Ecelesian a Jesus Christo" - l800
4 - Leão XII - Bula "Onde .Graviora" - 1823.
5 - Pio VIII - Encíclica de 20/3/1829.
6- Pio IX - Encíclica "Omi Pluribus" = 1864 - Alocução de 20/4/1864 - Encíclica Nascita et Nobiscum - 1894 - Constituição Apostólica "SEDIS" - 1869
7 - Leão XIII - Encíclicas de 1872, 1878, 1884 e 1892.

Não vamos comentar todas as Bulas e Encíclicas. Vamos apontar as duas realmente importantes para o nosso trabalho:
a) Clemente XII - a primeira condenação da Maçonaria. Notem que haviam decorridos apenas 21 anos da constituição da Grande Loja de Londres (24/6/1717), e portanto a Ordem era pouco conhecida do Vaticano. Alguns escritores afirmam que "o motivo da condenação não era religioso, mas de ordem política".
Entretanto, o Padre Ferrer Benimeli, conhecido maçonólogo, garante que "esta hipótese é totalmente insustentável do ponto de vista histórico, à luz da documentação vaticana da época".
O Padre Jesus Hortal, é teólogo e canonista, muito ligado aos ternas de ecumenismo e diálogo Interreligioso nos esclarece que o documento de Clemente XII é algo obscuro na sua redação, mas que o resumo dele feito na Bula "Providas Romanorum Portificum" promulgada pelo Papa Bento XIV aos 18 de maio de 1751 oferece uma melhor compreensão, pois ali estão enumeradas seis razões para a condenação:
"a primeira é que, nas tais sociedades e assembléias secretas, estão filiados indistintamente homens de todos os credos; daí ser evidente a resultante de um grande perigo para a pureza da religião católica;
"a segunda é a obrigação estrita do segredo indevassável, pelo qual se oculta tudo que se passa nas assembléias secretas;
"a terceira é o juramento pelo qual se comprometem a guardar inviolável segredo, como se fosse permitido a qualquer um apoiar-se numa promessa ou juramento com o fato de furtar-se a prestar declarações ao legitimo poder... ;
"a quarta é que tais sociedades são reconhecidamente contrárias às sanções civis e canônicas ...;
"a quinta é que em muitos países as ditas sociedades e agremiações foram proscritas e eliminadas por leis de princípio seculares;
"a última enfim é que tais sociedades e agremiações por homens prudentes e honestos".

Não é nosso objetivo, pelo menos hoje, discutir ou debater as seis razões apontadas acima, as quais serviram para os Papas Clemente XII em 1738 cominar a pena de excomunhão, e Bento XIV, em 1751, confirmá-la.
Não se iludam. Já se passaram 260 anos da condenação de Clemente XII, e a posição da Igreja de Roma não mudou nada com relação á maçonaria e aos católicos que são iniciados na ordem maçônica, como veremos adiante.
Alem de considerar a maçonaria como uma seita, entre outras, conforme se constata na Constituição Apostólica Ecelesian, 13/9/1821, do Papa Pio VII, condenando especificamente a Carbonária, mas estabelecendo um laço de continuidade com os maçons do século XVIII condenados por -Clemente XII e Bento XIV. Ainda mais: O Papa Leão XII na Bula ."Quo Graiora", 13/5/1825, considerou a maçonaria como uma sociedade - que tem como finalidade maquinar (ou seja, conspirar) contra a Igreja e os legítimos poderes do Estado", conforme se lê nos Estudos da CNBB n° 66, produzido pelo Padre Jesus Hortal.
Em 1917, quando foi promulgado o primeiro Código de Direito Canônico, manter-se a proibição dos católicos filiarem-se à Maçonaria. Lá estava bem clara a pena de excomunhão (cânon 2335).
Passaram-se mais 57 anos, e, em 1974, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (SCDF) enviou uma carta a algumas conferências Episcopais mantendo a pena do Cânon 2335 (excomunhão) para os que se inscreverem na ordem maçônica.
É muito importante a Declaração dos Bispos Alemães, publicadas em 12/5/1980, que conclui " pela inconciabilidade, pelos seguintes motivos, entre outros :
-"a maçonaria admite um conhecimento objetivo de Deus, no sentido pessoal do "teísmo".
O 'Grande Arquiteto do Universo' é 'algo' neutro, indefinido e aberto a qualquer interpretação;
- a maçonaria apresenta aos seus membros uma exigência de totalidade, que reclama uma pertença a ela na vida e na morte, o que parece não deixar espaço para a igreja".
Logo a seguir, uma declaração da SCDF, em ' 17/2/1981, confirmam e precisa:
l - "não foi modificada de algum modo a disciplina canônica, que permanece em todo o seu vigor;
2 - NÃO FOI PORTANTO AB-ROGADA A EXCOMUNHÃO NEM AS OUTRAS PENAS CANÔNICAS PREVISTAS".
A 26/11/1983 na véspera da entrada em vigor do novo Código de Direito Canônico, a Congregação para a Doutrina da Fé, agora sob a direção do Cardeal Ratzinger, reafirma:
"Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois seus princípios FORAM SEMPRE CONSIDERADOS INCONCILIÁVEIS COM A DOUTRINA DA IGREJA e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão. O Sumo Pontífice João Paulo II, durante audiência concedida ao subscrito cardeal Prefeito, aprovou a presente declaração, e ordenou a sua publicação".
Parece-nos sem sombra de qualquer dúvida, ser impossível para o católico uma dupla fidelidade eclesial e maçônica.
A linha 5 da CNBB, desde alguns anos vem realizando com a presença de bispos e sacerdotes, bem como um grupo de maçons convidados - nós comparecemos em quatro reuniões - cujo assunto principal era saber se a doutrina católica, era ou é compatível com a doutrina maçônica. Após inúmeras discussões, que duraram anos, os maçons não conseguiram obter nenhuma declaração favorável à maçonaria. Sempre esbarraram nos cânones do Vaticano, em vigor até hoje.
Na última reunião, realizada no dia 13/10/l997, o tema conciabilidade entre maçonaria e igreja católica foi abandonado, e agendado: o simbolismo dos três primeiros graus, com interpretação católica e interpretação maçônica.
Por tudo o que já foi apresentado documentadamente, preferimos concordar com o Padre Jesus Hortal:
"Maçonaria e Igreja Católica são simplesmente inconciliáveis, com uma inconciabilidade que não depende de conjunturas históricas, nem de ações particulares, mas que é intrínseca à própria natureza de ambas as instituições".

Renato Brenner Napoleão
Mestre Instalado da Loja Atlântica N° 15
Filiado Duplo do Triângulo Estrela do Litoral.

- (Matéria do Jornal "O TEMPLÁRIO", edição nº 5 ,de abril de 1998, da Loja Maçônica Fraternidade nº 3 - Pelotas/RS). "

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RE: Priorado de Sião

#73829 | mivapi | 24 set 2004 15:36 | In reply to: #73826

Senhor Teixeira Pinto

Admito que tudo o que escrevi lhe desagrade profundamente.
Ficaria mesmo muito preocupado se lhe agradasse.

Escrevi, no entanto, com urbanidade o que não aconteceu com a sua intervenção que me foi dirigida.

Quanto ao desabafo de que o consegui irritar, corrijo-o:

CONSEGUI DESMASCARÁ-LO !

Dou por encerrado todo e qualquer debate consigo.

Qualquer pessoa decente, que leia as suas intervenções, perceberá porquê.
A terminar agradeço o ter-me chamado católico fundamentalista,que considero um elogio, pois o Catolicismo, quando não se baseia nos fundamentos ensinados por Cristo,
É FALSO!

Miguel Vaz Pinto

P.S. Confesso que a sua tentativa de argumentar com declarações de um grão-mestre da sua seita contra um texto da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé´ultrapassou tudo o que eu julgava possível!

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RE: Priorado de Sião

#73830 | luso | 24 set 2004 15:39 | In reply to: #73827

Caro Luis Froes

O que está em causa é que a Igreja tem actualmente uma perspectiva tolerante em relação ao maçons regulares católicos pois eles existem e a Igreja interessa-se por eles, só que muitas vezes as questões politicas ensombram esse interesse da Igreja, que por razões de politica palaciana esconde a questão e não vai mais longe, nomeadamente numa tomada de posição clara e firme em vez de tomadas de posição tácitas e confusas.

O mesmo se passa em relação aos divorciados, já pensou nisso!

Cumprimentos

PTP

A outra questão é que sem mais já me julgaram ateu e anti-cristo ou falso católico e isso não posso admitir

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RE: Priorado de Sião

#73831 | mivapi | 24 set 2004 15:45 | In reply to: #73828

Caríssimo Luiz Froes

Muito obrigado pelas suas simpáticas palavras e espero que prossiga o bom combate de que as suas intervenções são a melhor prova.

Um Abraço do
Miguel Vaz Pinto

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RE: Priorado de Sião

#73832 | luso | 24 set 2004 15:54 | In reply to: #73829

Senhor Pinto

Desmascarado foi o senhor pois qualquer católico decente não julga, acusa e excomunga com tanta leviandade e ódio como o meu caro.

Pelo que vejo ensinamentos de Cristo não tem nenhuns , a tolerância e a bondade ficaram de fora na sua catequese.
Presumo pela forma de pensar que seja idoso e isso é uma desculpa a ter em conta mas a idade dá sensatez e o seu nome deveria dar-lhe correcção.

Se sou ou não maçon só a mim me diz respeito e como disse Fernando Pessoa conheço mas não sou.

Debates consigo, este é o último, não tenho paciência para falsos católicos , prepotentes e com muito pouca argumentação ou conheçimentos, vejo que só deve ler a Gazeta Oficial da Santa Sé o que já n é mau mas limita-o a minha cultura geral é um pouco superior e sendo assim vou respeitá-lo não o embaraçando.

Até sempre

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RE: Priorado de Sião

#73833 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 15:55 | In reply to: #73830

Caríssimo Pedro Teixeira Pinto,

Não me parece que haja ambiguidade por parte da Igreja em relação a estas duas questões.
Os documentos aqui publicados por Gonçalo Ramires e Luiz Camizão mostram a clareza da posição da Igreja (um deles provém directamente do Vaticano): a pertença fiel e verdadeira à Igreja Católica não é compatível com a presença na Maçonaria.

Em relação aos divorciados, creio que os discursos de João Paulo II, assim como o Catecismo da Igreja Católica e diversas encíclicas e cartas de vários papas ao longo da história nos mostram que o Vaticano sempre condenou - e mantem-se fiel a esta posição - a dissolubilidade do Matrimónio.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73834 | mivapi | 24 set 2004 16:15 | In reply to: #73833

Caro Luiz Camisão

Embora a sua mensagem não me fosse dirigida, agradeço o seu contributo para este assunto da maior importância para nós católicos.

Não posso compreender como é que aqueles que afirmam ser a maçonaria uma organização exemplar e respeitável, se refugiam permanentemente no secretismo recusando confessar a sua filiação maçónica.

Será que afinal têm um peso na consciência ?

Cumprimentos,
Miguel Vaz Pinto

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RE: Priorado de Sião

#73835 | luso | 24 set 2004 16:19 | In reply to: #73833

Caro Luís Froes

Sem entrar nesses temas olhe que o problema do divórcio, na prática não é assim tão simples e claro como isso, Sua Santidade já preconizou que os segundos casamentos (civis) dos católicos divorciados deveriam ser abençoados (não como um sacramento óbviamente) por um padre.

Mas isso n interessa era só para demonstrar que apesar das normas nem tudo é tão simples como parece na prática.

Gostei de falar consigo

Cumprimentos

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RE: Priorado de Sião

#73836 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 16:33 | In reply to: #73835

Caríssimo Pedro,

Não estou a desconfiar da sua palavra, mas nunca ouvi Sua Santidade falar em tal coisa.
Contudo, se o disse realmente, eu não sou ninguém para discordar.
Como já disse, a mim cabe seguir unicamente aquilo que o Papa e o Vaticano dizem.

Também gostei de falar consigo.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73837 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 16:44 | In reply to: #73814

Caríssimo José Pedro,

"Mas não o considero profundamente herético ou de ataque discriminado à Igreja Católica."

Não posso estar em maior desacordo.
O livro é, a meu ver, profundamente herétic, porque:

Nega a divindade de Jesus Cristo e afirma o seu casamento com Santa Maria Madalena, chegando ao cúmulo de falar em descendentes;

Rejeita a Bíblia e apoia-se em textos apócrifos e sem credibilidade;

Acusa a Igreja de mentirosa e de ter ludibriado as mentes humanas ao longo de dois milénios;

Se este conjunto de teses não constitui uma heresia, então o que constitui?
E o que é o livro senão um ataque mais que discriminado à Igreja?

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73838 | camisao65 | 24 set 2004 16:45 | In reply to: #73834

Caro Miguel Vaz Pinto,

Foi um prazer contribuir, dentro dos meus reduzidos conhecimentos, para este debate.
Esta história que se segue, é contada por alguém que tem uma diferente confissão religiosa.
Não sei até que ponto será verdade, por isso a coloco aqui sobre uma certa reserva.

Cumprimentos

Luis Camizão

"Maçonaria: O Cavalo de Tróia na Igreja

Testemunho do Pastor Pierce Dodson

A permissão para tradução e disponibilização desta série de artigos foi gentilmente cedida por Ephesians5-11.org.

"E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as." [Efésios 5:11]

Visão Geral

Este documento revela algo da verdadeira natureza da Maçonaria. Você a verá, não de forma abstrata, mas concreta. Sua verdadeira natureza não é prontamente aparente pois muitas pessoas excelentes pertencem a essa organização e, logicamente, ela está envolvida em diversas atividades filantrópicas que também lhe dão uma aparência de ser uma organização nobre. No entanto, há um ditado que diz que não se pode julgar um livro pela sua capa (quão apropriada uma palavra pode ser neste caso), e a Maçonaria precisa ser compreendida não pela sua capa mas por sua filosofia, ensinos, e pelas forças espirituais que estão por trás dela. O que tenho a dizer não é um ataque aos homens que pertencem à loja maçônica. Não sou um antimaçom, mas sou contrário à Maçonaria, um sistema filosófico que opõe-se ao evangelho de Jesus Cristo. Na verdade, amo os homens da loja, e exorto-os a romper os laços com uma organização que os tem enganado. Minha atitude com relação aos maçons pode ser encontrada nas palavras de Paulo em 2 Timóteo 2:24-26: "E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar, despreendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos."

Na mitologia grega, o cavalo de Tróia foi o modo pelo qual os gregos conseguiram colocar seu exército dentro da cidade de Tróia. Foi um ato de subterfúgio. Os gregos esconderam seus soldados no interior oco de um grande cavalo de madeira e o deixaram na praia, fora da cidade de Tróia. Os troianos levaram o cavalo para dentro da cidade, sem saber o que havia dentro dele; e ele tornou-se o meio para sua destruição. Durante a noite, os soldados gregos sairam de dentro do cavalo e tomaram a cidade. É interessante que os troianos não deram ouvidos às advertências que receberam. Assim, pagaram um alto preço por sua ignorância e sua indisposição de ouvir essas advertências.

Tenha em mente essa história porque tem aplicação na questão da Maçonaria. A Maçonaria é o cavalo de Tróia de Satanás, está dentro da igreja hoje e, freqüentemente, o povo não quer dar ouvidos às advertências feitas. Espero que os leitores deste artigo encarem com seriedade as advertências, pois a questão é realmente mortal. [Veja o livro Deadly Deception, de Jim Shaw e Tom McKenney.]

Conversão e Chamada ao Ministério

Nasci e fui criado em um lar batista sulista e me converti à fé no Senhor Jesus Cristo aos nove anos de idade. Alguns anos após receber uma chamada para o ministério, ingressei no Seminário Batista Sulista em Louisville, no Kentucky e me formei em Teologia, com grau de Mestrado em Divindade, mas havia coisas que eu aprenderia mais tarde que não vi no seminário. Deus tem sua própria escola de ensino e de preparação e, freqüentemente, aprende-se muito sobre seus caminhos no laboratório da vida. Além disso, ele tem uma sala de aula especial totalmente incomum, a fornalha de fogo, que é muito útil a ele. O Espírito Santo é sempre o tutor e o livro-texto é sempre a Palavra de Deus, a Bíblia.

Início do Ministério

Antes de concluir o seminário, tornei-me pastor de uma igreja no Kentucky. Enquanto estava nessa igreja, servi no Comitê Executivo Estadual em um mandato de três anos; durante o último ano do meu mandato, nossa igreja usou o rádio de uma forma bem criativa para anunciar o evangelho de Jesus Cristo à comunidade. Além disso, a igreja apoiava muito as missões durante meus quase quatorze anos de ministério nessa igreja. Missões eram, e ainda são, minha grande paixão.

Após um ministério tão longo assim nessa igreja, aceitei um chamado para uma igreja no meu estado natal do Tennessee. Seria uma espécie de retorno ao lar! Não sabia o que me esperava. Entretanto, Deus sabia e ele não comete erros. Sem que eu soubesse, ele estava preparando para mim o que descrevo em seguida. Logo após ir para esse novo campo, eu entraria em uma situação que descrevo como zona de ocaso. Realmente ainda não sai dela. Logo você compreenderá o que quero dizer!

Assumi uma igreja proeminente em uma cidade que é o centro administrativo de um condado e as coisas começaram muito bem. Entretanto, lembro que antes de aceitar a igreja, houve uma ocasião em que eu e minha mulher estávamos indo de carro para aquela cidade, que fiz o comentário que esperava que a igreja não estivesse repleta de maçons. Quão profético foi aquele comentário!

Após deixar o Kentucky, fui ao novo campo de ministério sem minha família. Fiquei hospedado durante quase uma semana em um motel, mas um evento interessante e profético aconteceu no dia que minha família chegou com a mudança no Tennessee. Um homem e sua mulher vieram ao meu gabinete na igreja no fim da tarde e compartilharam comigo o fato de que a filha deles estava sendo assediada na escola por alguns satanistas. Agora, esse é um grande modo de dar início ao ministério de aconselhamento! Acredito também que foi naquela mesma semana que ouvi a história de uma pessoa que foi esfaqueada naquela cidade antes da minha chegada; havia o envolvimento de uma pessoa que praticava ocultismo ou satanismo. O que estava ocorrendo naquele lugar? Logo eu iria descobrir.

Uma Conversa Casual

Algumas semanas após assumir o pastorado na igreja, estava em meu gabinete e tinha acabado de arrumar minha grande coleção de livros nas estantes quando iniciei uma conversa com duas senhoras sobre o assunto da Maçonaria. Eu não sabia que diversos diáconos pertenciam à ordem maçônica. Para aqueles que não sabem muito, isso não é grande coisa; mas para aqueles que estão informados sobre essa questão e realmente a compreendem, é algo com o que se preocupar. É triste dizer, mas os cristãos de hoje, incluindo a maioria dos pastores, não conhecem muito sobre esse tópico; e conseqüentemente, a igreja está sofrendo por falta de conhecimento e de discernimento. [Oséias 4:6]

Uma das mulheres no estavam no meu gabinete naquele dia comentou que seu marido era maçom, mas não ficou brava comigo pelo que eu disse sobre o assunto. A outra mulher posteriormente leu um livro sobre Maçonaria, de modo que aprendeu mais sobre o assunto. As duas conversavam calmamente e não acho realmente que dei muita importância às possíveis ramificações daquela conversa. [Nota: Se as mulheres apenas soubessem o real significado esotérico do símbolo maçônico do esquadro e do compasso, provavelmente poderiam fazer mais para levar seus maridos a se desligarem da loja maçônica do que os pastores conseguem fazer.]

Algumas semanas após aquela conversa com as senhoras, a Convenção Batista do Sul teve sua assembléia anual em Atlanta, na Georgia. Participei daquela assembléia, como costumava fazer há anos. Em uma das sessões, fiquei chocado com a moção para um estudo sobre a Maçonaria. Havia outros mensageiros da minha igreja presentes e que também ouviram a moção. Nenhum de nós sabia como aquela questão estava prestes a explodir em nossas caras. Certamente eu não sabia o que estava para acontecer.

Um Maçom Toma Conhecimento

Logo após meu retorno à igreja no fim da convenção, fiquei sabendo que o gato estava fora da bolsa. Minha conversa no gabinete da igreja agora era conhecida dos outros. A mulher que era casada com um maçom e que participou da conversa no meu gabinete semanas antes tinha contado para seu marido tudo o que eu disse. Entretanto, justiça seja feita, ela não fez isso de forma maliciosa e, provavelmente nem em seus piores pesadelos imaginou que se tornaria público. Se não estou enganado, o marido e a mulher estavam uma noite sentados em algum lugar na igreja quando o ouvi comentar com ela que achava que eu seria contrário à loja maçônica.

Como ele chegou a essa conclusão? Não tenho certeza, mas ou pegou essa idéia a partir de alguma referência velada que fiz com relação à Maçonaria ou de um sermão em que refutei a teologia da Maçonaria. Na verdade, nunca preguei um sermão sobre o assunto da Maçonaria naquela igreja, nem fiz nenhuma referência direta a ela, somente algumas referências veladas. No entanto, eu pregara uma mensagem de duas partes sobre a natureza exclusivista do evangelho de Jesus Cristo, sabendo como isso estava em contraste com a natureza inclusivista da Maçonaria. Possivelmente aquele homem tinha compreendido o bastante os ensinos da Maçonaria para perceber que o que eu estava dizendo contradizia a teologia da Maçonaria. A maioria dos maçons nunca compreende essa contradição. Na verdade, poucos é que compreendem! No entanto, os dois sistemas de pensamento estão tão afastados um do outro quanto o oriente do ocidente, e ambos não podem ser reconciliados. Um é o caminho largo e o outro é o caminho estreito, e eles não levam ao mesmo destino.

Começa a Resposta Maçônica

Agora, vamos voltar à história. O maçom que ficou sabendo das minhas opiniões sobre a Maçonaria não falou comigo primeiro. Se tivesse falado comigo, talvez as coisas tivessem se desenrolado de forma diferente, mas só Deus sabe. Em vez disso, chamou um irmão da loja maçônica que era diácono na igreja. Desse ponto em diante as coisas começaram a descer ladeira abaixo rapidamente. Durei aproximadamente trinta dias após isso. Meu tempo total no cargo foi de quatro meses. Isso foi bem diferente do meu pastorado anterior, mas a igreja em que estive por tanto tempo não era controlada pelo espírito da Maçonaria. E isso pode fazer muita diferença. Minha história é evidência disso. Havia uma reunião agendada dos diáconos na próxima semana após eu voltar de Atlanta. Ela ocorreu antes de eu ter percebido a seriedade do que estava acontecendo, mas tive um pressentimento na noite anterior à reunião. Não sabia se era um pressentimento de alguma coisa ruim que estava para acontecer ou se estava ficando paranóico. Em breve iria descobrir!

Reunião com os Diáconos

A reunião com os diáconos não foi muito boa. Senti que estava sendo tratado com rudeza por um dos maçons e era evidente para mim que ele estava bravo. Ele conhecia minhas opiniões sobre a Maçonaria e eu era uma das poucas pessoas presentes que sabia que algo estava sendo preparado para mim.

Na noite seguinte recebi uma ligação telefônica furiosa desse homem, que começou a conversa dizendo em alta voz que ouvira dizer que eu chamara a Maçonaria de religião. Para meu descrédito, devolvi na mesma moeda e afirmei em alta voz que confirmava minhas palavras e que ela era um sistema de religião. Felizmente, ambos nos acalmamos após um início furioso e oramos antes de desligar. No entanto, as coisas estavam agora armadas para uma rota de colisão. Após os dias subseqüêntes, percebendo que poderia ter uma batata quente nas mãos, decidi que sendo novo naquela igreja e não tendo uma base sólida de apoio, seria melhor tomar alguns passos para educar algumas pessoas de modo que, se a questão se tornasse pública, eu tivesse algum apoio. Começei a distribuir alguma literatura clandestinamente, mas não fui tão discreto quanto deveria com as pessoas para quem entreguei a literatura. Mais tarde, isso acabou me prejudicando; foi um tiro pela culatra.

Uma Visão

Em algum ponto em todo este cenário, algo aconteceu que realmente me mostrou a séria importância daquilo com o que estava envolvido. Alguns de meus irmãos batistas terão problemas com o relato a seguir, mas eu não tenho. Alguém me disse que alguns anos antes tivera uma visão. Aquilo chamou minha atenção! Os batistas simplesmente não têm visões, a não ser que tenham comido algo muito pesado no jantar na noite anterior. Essa mulher era um membro respeitável e conhecia muito bem a igreja. Ela afirmou ter visto nessa visão Satanás prendendo a igreja por suas garras. A visão podia ser comparada com o logotipo das tintas Sherwin Williams, em que uma lata de tinta é derramada sobre o globo, e a tinta parece inundar todo o globo. Era uma revelação de Deus? A conexão com a Maçonaria ajuda a explicar a visão? Em minha opinião, a resposta a ambas as perguntas é afirmativa.

Por volta daquele tempo em que ouvi o relato da visão, sabia que aproximadamente um terço dos meus dezoito diáconos eram maçons. Somente mais tarde é que também fiquei sabendo que mais vinte ou trinta e tantas pessoas pertenciam à loja maçônica ou à sua organização feminina auxiliar, a Estrela do Oriente. Esse número consistia de um ótimo grupo quando você considera que a igreja tinha talvez uns trezentos membros ativos. No entanto, a presença e o poder de Satanás eram manifestados de outros modos além do que estava acontecendo na igreja. Na rua principal da cidade havia uma loja de bebidas chamada Lucifer's Liquors [Bebidas de Lúcifer]. Nunca vi um nome melhor para uma loja de bebidas. Assim, Satanás era anunciado por um luminoso de néon na rua principal da cidade. Logicamente, se as pessoas conhecessem todas as outras atividades que o Diabo realiza, provavelmente também colocariam luminosos similares em outros lugares.

O Cemitério Maçônico

Se eu tivesse ido ao cemitério antes da entrevista naquela igreja, estaria melhor esclarecido. Havia naquele cemitério uma área especial chamada Jardins Maçônicos, em que havia uma representação em miniatura do salão de uma loja. Era um altar de mármore com uma Bíblia de mármore sobre ele e as cadeiras da loja dispostas da forma habitual em uma loja. Talvez eu deva dar uma volta no cemitério da cidade antes de considerar alguma outra igreja no futuro.

Entretanto, provavelmente é correto dizer que Satanás tem mais do que apenas uma igreja sob seu controle naquela cidade. Sua influência é pervasiva em toda a região, e será em qualquer parte em que a Maçonaria seja tão forte quanto é ali. [Nota: Veja o livro Quebrando Fortalezas em sua Cidade, de Peter Wagner.] Antes de falar sobre o próximo evento em minha história, deixe-me lhe dar uma maior compreensão sobre o que eu estava enfrentando. Além da indicação no cemitério a respeito da influência da Maçonaria naquela cidade, havia outras informações de pano de fundo que provavelmente eu não teria conhecido antes de aceitar a igreja, mas que são bastante reveladoras, para dizer o mínimo.

O Histórico Maçônico da Congregação

Começa com o fato que um antigo pastor, que esteve por muito tempo nessa igreja (mais de vinte anos) e que ainda morava na cidade, era maçom. E, de todas as ironias, ele voltou a ser membro da igreja logo após eu ser empossado. Mas, além disso, o pastor interino da igreja, que servira a congregação imediatamente antes da minha vinda era maçom, e aparentemente a igreja teve outros pastores maçons, possivelmente servindo como interinos em outros momentos em que a igreja esteve sem pastor. E, se isso ainda não fosse o bastante (já era demais), houve um encontro de reavivamento alguns meses antes da minha chegada em que um dos pastores convidados era - você adivinhou - maçom. Alguns ou todos os nomes desses ministros foram lançados a mim na reunião dos diáconos, como se a participação daqueles homens na loja legitimasse a Maçonaria. Acredite, não legitima! Todos os ministros, mesmo que tenham ingressado na loja por ignorância, precisam se arrepender de seu envolvimento na Maçonaria. Apelo amorosamente a eles, em nome do Senhor Jesus, que façam isso. É imperativo que saiam!

R. A. Torrey demonstra a contradição entre ser cristão e maçom quando diz que você poderia ser um cristão e um maçom ao mesmo tempo, mas não poderia ser um cristão inteligente e um maçom inteligente ao mesmo tempo. Se essa afirmação for verdadeira, e é, então quanto mais contradição é ser um ministro ordenado do Evangelho do Senhor Jesus Cristo e continuar membro da loja maçônica? É uma total contradição!

Uma Reunião de Diáconos Que Não Estava Agendada

O próximo evento na minha saga foi um livreto de John Ankerberg, que foi entregue à pessoa errada, que por sua vez, o levou a um dos diáconos maçons. Recebi uma ligação telefônica na tarde de um domingo informando que haveria uma reunião dos diáconos após o culto daquela noite e a pessoa perguntava se eu sabia disso. Respondi que não tinha sido informado, mas que suspeitava que a Maçonaria poderia estar por trás dessa reunião clandestina. Era aparente que eu, o pastor, não seria bem-vindo.

Curiosamente, a celebração da Ceia do Senhor estava agendada para a noite daquele domingo. Felizmente, um dos diáconos teve a ousadia de questionar um dos diáconos maçons como eles podiam tomar a Ceia do Senhor e depois ir participar de uma reunião secreta que seria realizada sem o conhecimento do pastor? Era uma pergunta muito boa! Talvez eu não devesse estar surpreso, pois Satanás agiu de forma similar dois mil anos atrás, quando convenceu Judas a trair Jesus. Já vi este filme!

De qualquer modo, reuniões secretas não são algo fora do normal para os maçons. Essa reunião provavelmente significava minha fritura, mas quando houve objeções, então me convidaram no último minuto antes do início do culto. Após o culto, que incluiu a celebração da Ceia, fui até a sala de reunião. Tenha em mente que alguns diáconos nem sabiam do assunto que seria tratado, mas a maioria ou todos os maçons sabia. Você poderia dizer que era a reunião deles.

Todos estávamos sentados em volta da sala encostados nas paredes. Uma vez que a reunião começou e a literatura que distribui foi apresentada, fui confrontado por um diácono maçom; levantei-me e sentei na cadeira que estava no centro da sala, encarando os diáconos. Uma das primeiras coisas que fiz foi dizer como outros pregadores, como Finney, Moody, e outros antes de mim tinham se oposto à Maçonaria. Aquilo não caiu bem com um dos maçons e ele tentou me calar. Entretanto, provavelmente ele não estava preparado para o modo como um diácono não-maçom lhe disse para se calar e me deixar falar. A reunião foi bem tensa. Perto do fim, perguntaram se eu poderia trabalhar com eles (os maçons) e respondi que provavelmente poderia dar uma resposta, mas preferiria esperar e responder depois. Encerrei a reunião com uma oração. A reunião podia ser comparada com uma luta de boxe de nove assaltos contra Mike Tyson. Mais tarde, um diácono comentou com alguns de seus pares que preferiria deixar de ser diácono a deixar de ser membro da loja maçônica. Isso diz alguma coisa sobre a quem aquele homem era fiel? É por isso que Jesus Cristo disse que um homem não pode servir a dois senhores.

As tensões continuaram a crescer e, aparentemente, havia alguma conversa circulando na cidade sobre problemas na igreja. Uma figura proeminente da comunidade me disse mais tarde que tinha comentado com sua mulher que as coisas estavam prestes a explodir na igreja. Na quarta-feira após a reunião com os diáconos, fui informado por um diácono não-maçom que recebera uma visita naquele dia. Possivelmente estavam tentando saber qual seria sua posição. Especulamos que algum esforço estava em operação para me ejetar, mas não tínhamos certeza. Ele compartilhou comigo como aquela área tinha experimentado uma certa violência no passado e, é lógico, você sabe como aquilo era encorajador para mim. A temperatura estava aumentando!

Ficando Sozinho

Naquela quarta-feira à noite eu deveria falar sobre um assunto que era parte de uma série de estudos. De todas as coisas eu deveria falar sobre o assunto de estar só. Falar sobre a providencial mão de Deus, era evidente para aqueles com olhos para ver. Na verdade, eu tinha suspeitas que um esforço poderia até ser feito para me remover naquela noite, mas não foi o que aconteceu. Na verdade, ao olhar para toda a congregação naquela noite, percebi que meus oponentes ainda não estavam prontos para agir. Abordei o tópico planejado, mesmo estando muito nervoso. Passei pelo serviço e não houve incidentes naquela noite. No entanto, a bomba-relógio ainda estava armada e o tempo estava transcorrendo!

Na manhã do domingo seguinte um diácono maçom me pegou pelo braço e me levou até o gabinete, fechando a porta em seguida. Ele queria saber se eu tinha chegado a uma decisão sobre poder trabalhar com os maçons. Eu conhecia a profunda incompatibilidade da Maçonaria com o cristianismo, especialmente entre a liderança da igreja, mas isso não é bem compreendido nestes dias de hoje. Achava que esses maçons tinham duas opções: renunciar à Maçonaria ou renunciar ao cargo de diácono na igreja. Em resposta à pergunta, disse, "A questão aqui é a verdade". A resposta dele foi bastante reveladora para aqueles que compreendem a filosofia da Maçonaria. Ele disse que aquilo que era verdade para mim não era necessariamente verdade para ele. Se eu estivesse conversando com um aderente de Nova Era, ou com a atriz Shirley McLaine, o comentário seria previsível, mas aquele homem era um diácono batista, que aparentemente tinha ingerido a falsa e mortal filosofia da Maçonaria.

Naquela tarde lutei com o dilema. Sentia uma pressão intensa, e provavelmente o inimigo estava batendo em mim com força total. A princípio, pensei que deveria experimentar trinta dias e ver se alguma coisa poderia ser resolvida. Minha mulher e eu tínhamos acabado de comprar nossa primeira casa própria e tínhamos duas crianças pequenas. Não tínhamos ainda pago nossa primeira prestação. Além disso, tínhamos hóspedes conosco, da antiga igreja no Kentucky e eles estavam chocados com o que estava acontecendo. No entanto, foi providencial que estivessem conosco, e o fim de semana dramático antes de outro casal do Kentucky vir. Graças a Deus pelos amigos!

Renúncia

Rapidamente decidi descartar a idéia dos trinta dias e então considerei uma experiência de duas semanas. Mas, certo ou errado, decidi depois renunciar naquela mesma noite. Não iria continuar naquela agonia por mais tempo. Assim, fiz uma ligação telefônica e disse ao presidente do Corpo dos Diáconos que queria ter uma reunião antes do culto com os diáconos, mas não disse o que estava planejando. Quando me reuni com eles mais tarde, ninguém tentou me impedir de renunciar, nem mesmo aqueles que me apoiavam. Era esse o tipo de clima.

Haveria um programa especial na igreja naquela noite, mas não acho que sabia exatamente o que a mocidade estava fazendo, exceto que era um musical. Adivinha o que era? Era um drama musical chamado "O Quadro Completo" e estava baseado em Romanos 8:28. O tema era que você não compreende as provações enquanto está passando por elas, mas precisa aguardar para poder ver todo o quadro depois. Eu estava prestes a passar por uma das mais traumáticas experiências da minha vida e não poderia haver um programa mais apropriado para a ocasião. Novamente, a mão providencial de Deus podia ser vista. Ele realmente estava no controle! Sentei com minha mulher em um dos bancos naquela noite. Um ex-maçom que tinha sido vereador em outra cidade veio para estar comigo, e a mulher de um pastor amigo meu veio para oferecer apoio à minha mulher. A mocidade terminou o programa e então me levantei. Havia visitantes ali, incluindo um grupo de outro estado vizinho. Li a maior parte do que disse de um texto preparado. Renuncei sem ira ou animosidade e nem uma vez mencionei a Maçonaria. Disse que havia uma situação na igreja que tornava impossível para mim cumprir meu chamado para o ministério do evangelho e meu chamado como pastor daquela igreja.

Quase quinze meses transcorreram entre a saída do antigo pastor e a minha chegada, e agora eu estava renunciando após quatro meses. Algumas pessoas estavam chocadas, outras choravam, e muitas vieram até a frente para falar comigo. Procurei ser cortês e não sei como, mas consegui passar por tudo aquilo. Que noite! Nunca vou esquecer! Fiquei conversando com os amigos até três ou quatro horas da manhã do dia seguinte, e nem fui realmente para a cama.

Os Amigos Cristãos São uma Bênção

Acrescentaria neste ponto a bênção de Deus que foi termos alguns amigos especiais durante aqueles dias. As amizades forjadas nas chamas são as mais sólidas e agradeço aos amigos cristãos que ficaram ao nosso lado. Também obtivemos muito apoio dos membros da nossa antiga igreja no Kentucky e eles foram realmente uma grande bênção.

Nossa casa foi então colocada à venda antes do pagamento da primeira prestação. Entretanto, Deus cuidou de nós. É curioso, mas provavelmente sou um dos poucos pastores que recebeu salários por mais tempo para não ser pastor de uma igreja do que para ser pastor. Isso aconteceu porque um diácono não-maçom recomendou que a igreja pagasse meu salário pelos próximos seis meses, se necessário. Assim, Deus seja louvado, pois preparou uma mesa para mim na presença dos meus inimigos. (Essa decisão da igreja foi tomada após minha saída e não foi combinada de antemão. Eu simplesmente sai sem pedir nada.)

Deus Envia uma Mensagem

Este é provavelmente um bom lugar para compartilhar outra história fascinante que tem a impressão digital de Deus. Após duas semanas da minha renúncia da igreja, um domingo minha família e eu visitamos uma igreja em uma grande cidade próxima. O pastor visitante anunciou seu texto principal para o culto da manhã e começou a ler em Gênesis 50:19-21, "E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus? Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida. Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o coração deles." Eu sabia que não era acidente que estivéssemos ali para ouvir aquela mensagem, embora honestamente, eu tenha ido ali com a intenção de conversar após o culto com aquele pregador convidado. No entanto, Deus queria me dizer alguma coisa antes!

Mas ainda havia mais. Viajamos de carro até a Georgia naquela tarde para visitar um pastor cuja igreja tinha lidado com sucesso com a questão da Maçonaria, chegando ao ponto de remover uma pedra fundamental maçônica do edifício da igreja. Isso é o que chamo de fazer uma limpeza na casa! No entanto, após aquela visita, voltamos à mesma cidade em que estivemos na parte da manhã e tivemos outra surpresa.

O pastor da igreja que visitamos naquela noite era um amigo meu que não sabia que iríamos à sua igreja naquela noite. Ele nos viu e falou conosco rapidamente antes do início do culto. Quando começou a pregar, anunciou que faria alguma coisa fora do previsto, pois mudara o sermão que tinha planejado (aparentemente ele só tinha decidido isso naquela tarde). Ele então anunciou que seu texto era Gênesis 50:19-20. Isso é o que chamo de reforço. Deus queria que minha mulher e eu compreendêssemos que ele tinha um propósito em tudo que estava acontecendo e que proveria para nós. Acredite-me, ele fez e continua fazendo isso! Ele é fiel - confie nele! Ele estará com você até mesmo dentro da fornalha!

Como a casa não foi vendida imediatamente, fomos forçados a continuar naquela cidade. Não saímos deixando tudo para trás. Mantivemos uma residência ali por mais um ano e meio! Acho que Deus pode ter permitido que nossa presença fosse um lembrete constante do que tinha sido feito naquela igreja. Deus não iria permitir que aquilo fosse facilmente varrido para baixo do tapete. No entanto, o espírito rebelde daquela igreja, ou pelo menos o espírito rebelde de alguns de seus membros contra a liderança estabelecida por Deus, não é um problema isolado; em certo sentido encontra-se em muitas das igrejas da Convenção Batista do Sul dos EUA. Alguns batistas do sul não compreendem a autoridade conforme Deus a estabeleceu. O mesmo espírito de rebelião, que é desmedido em nosso país, está tragicamente operando entre o povo de Deus, e tem a Maçonaria como aliada.

O Fruto da Posição Adotada

Eu poderia acrescentar que com o tempo uma nova igreja foi formada, pois algumas pessoas simplesmente não achavam que poderiam continuar em uma igreja que tinha permitido que eu saisse. Hoje essa igreja tem um novo edifício em uma ótima localização. Ela adotou estatutos que proibem membros de sociedades secretas assumirem cargos na igreja. Isso é o mínimo que uma igreja deve fazer! Pessoalmente, defendo a opinião que ninguém que pertença à loja maçônica deva ser recebido como membro de uma igreja, mas essa não é uma posição politicamente correta nesta época da igreja de Laodicéia, não é mesmo?

Chamado Para Outra Congregação

Aproximadamente seis meses após minha renúncia, recebi uma ligação telefônica. O dinheiro da igreja estava prestes a acabar. Deus nunca se atrasa, mas às vezes chega terrivelmente perto disso. A pessoa que ligou era o presidente do comitê de púlpito de uma igreja situada na região central do Tennessee, e perguntava se eu aceitaria comparecer e pregar para a igreja me avaliar. É lógico que aceitei. Novamente, Deus estava tomando conta de nós, como prometeu fazer naqueles dois sermões.

Mais tarde, fui aceito como pastor interino daquela igreja, mesmo sem a votação dos membros. Foi a escolha do comitê de púlpito que eu assumisse aquele cargo. Todo o comitê sabia do problema que tinha me custado a renúncia da igreja anterior e aquilo não era um problema para eles. Após quase cinco meses de ministério ali, concordei permitir que o comitê apresentasse meu nome diante da igreja como candidato a pastor. Mas espere aí - aqui vamos nós de novo!

Algumas pessoas nessa igreja tinham vínculos na região em que minha antiga igreja estava situada. Esses vínculos trouxeram algumas palavras para o povo onde eu agora estava servindo. Entretanto, já tinha contado tudo ao comitê de púlpito e às outras pessoas sobre a minha experiência. Vamos encarar os fatos - não tinha fugido com outra mulher nem embolsado o dinheiro da igreja, mas alguns que fizeram essas coisas não foram tão maltratados quanto eu fui.

No entanto, com toda a publicidade sobre a Maçonaria ao meu redor, os diáconos dessa igreja quiseram ter uma reunião comigo para conversar sobre o assunto. Na reunião, não somente compartilhei minha posição, mas exibi um vídeo chamado From Darkness to Light [Das Trevas Para a Luz], produzido por Jeremiah Films. Também respondi às perguntas que me fizeram. Nenhum dos diáconos era maçom, mas um deles simpatizava com alguns amigos maçons, e contou-lhes o que transcorrera na reunião. Não acho que os maçons se preocuparam tanto pelo filme, mas o número deles era muito menor nessa igreja. Entretanto, isso não os impedia de causar fedor.

A Resposta Maçônica

Era como voltar a assistir a um filme ruim. A notícia que a igreja ia votar uma certa data para a escolha do pastor espalhou-se logo e os maçons vieram para impedir a indicação do meu nome. Ainda acho que foi um erro tático colossal da parte deles, mas decidiram me acertar naquela oportunidade, em vez de apenas esperar para a votação real em mim, o que ocorreria posteriormente.

Todos os maçons estavam presentes naquela noite de quarta-feira, quando somente uma data seria marcada para meu sermão de avaliação. Alguns deles nunca compareciam nas noites de quarta-feira, mas dessa vez estavam ali. Na verdade, um deles não vinha à igreja há tempos, domingos ou quartas-feiras, e algumas pessoas nem sabiam que ele era membro da igreja. Mais tarde, um membro comentou comigo, "Deus não conseguiu convencê-lo a vir à igreja, mas a Maçonaria certamente conseguiu".

Em um certo momento enquanto o moderador estava presidindo a assembléia, os maçons se levantaram de seus assentos e foram à frente. Um deles apontou seu dedo para mim e me chamou de perturbador. Tenho certeza que muitas vezes o Senhor Jesus foi visto como um perturbardor, e o rei Acabe chamou Elias de perturbador da paz de Israel. E, olhe para Paulo, quase toda a parte para aonde ia, as coisas ficavam alvoroçadas contra ele. No entanto, isso não é bem visto hoje. Muitas igrejas preferem morrer a causar qualquer provocação, mesmo que seja para servir à causa de Cristo.

Voltemos ao curral, quero dizer, à igreja. Ali, diante de todos, aquele homem me desafiou a me reunir com todos os maçons, uma reunião que eles tentaram uma vez antes, mas não conseguiram ter do modo como queriam. Diante de todos, disse-lhe que eu me reuniria com os maçons mas que os diáconos e o comitê do púlpito também deveriam estar presentes. Não era isso que eles queriam. Queriam uma reunião somente com base em seus próprios termos (soava familiar) e você pode apostar que teria sido usada para me intimidar. Eles nunca tiveram a reunião que queriam. Logicamente, a atmosfera era tensa. Podia-se sentir a pressão. Felizmente, ninguém da minha família estava presente para ver, ouvir ou sentir o assunto vergonhoso. Foi feio!

Havia a presença de um tal pressentimento, que naquela noite uma senhora veio até minha casa perguntar se havia alguma possibilidade de risco para mim. Respondi que sim. A história da Maçonaria tem sua porção de violência, a despeito de suas negativas, e acho que à medida que essa questão torna-se mais pública, a violência pode ocorrer novamente. É da natureza da besta! Geralmente, quando desafiada, a Maçonaria mostra suas verdadeiras cores. Ela pode fazer propaganda dos seus hospitais e das obras assistenciais, mas quando você realmente começa a expô-la à luz, freqüentemente o verdadeiro deus da loja tira a máscara e mostra sua face. Sei disso, pois já vi acontecer duas vezes!

Nos dias após aquele serviço na noite da quarta-feira, em que acredito que atiraram no próprio pé, os maçons trabalharam para me desacreditar. No entanto, não conseguiram obter votos suficientes para me impedir de receber o chamado para ser o pastor daquela igreja. Entretanto, conseguiram muitos votos contrários, pois algumas pessoas estavam intimidadas por toda aquela confusão. As pessoas votaram contra, não porque se opusessem a mim, mas porque achavam que seria para o bem da igreja. Logicamente, fiquei incomodado pelo fato de a votação não ser realmente boa a meu favor, e também havia outros fatores negativos a considerar. Lutei com o que deveria fazer e finalmente decidi rejeitar o convite da igreja.

No dia seguinte após anunciar minha decisão à igreja, um dos maçons removeu meu nome da placa da igreja, achando que eu iria embora. No entanto, eu apenas recusara o convite para ser o pastor efetivo, mas ainda era o pastor interino. Os maçons tiveram de me aturar por mais dois ou três meses. Assim, fiquei por ali até que a igreja escolheu um pastor efetivo e então me desliguei e deixei aquela igreja em novembro de 1992. Desde aquele tempo, decidi não assumir outro pastorado. Em certo sentido, estou banido pelos batistas, embora não totalmente, sou um pária entre meu próprio povo, marcado por essa questão, em que minha posição era a correta, a única posição aceitável para um cristão. Tudo pelo que passei é um alto preço a pagar, e continuo pagando, mas não me arrependo de nada. Malcompreendido, sim, maltratado, sim; mas enganado, não; não em um assunto em que sei que estou com a razão! Agradeço a Deus pelo privilégio de sofrer por amor ao seu nome. E, muito provavelmente, haverá mais ainda por vir.

Resumo

No meu relato, você vê em uma história pessoal como a Maçonaria é o cavalo de Tróia de Satanás, que lhe deu acesso a duas igrejas sem que os alarmes fossem soados. A Maçonaria é um instrumento muito poderoso pois normalmente passa desapercebido e, assim, pode infligir seus danos.

Esse cavalo de Tróia pode deixar um indivíduo e uma igreja expostos aos poderes das trevas devido à sua natureza ocultista e ao seu falso evangelho, ambos os quais não são prontamente aparentes à maioria dos iniciados. Portanto, pode bloquear a ação do Espírito Santo e extingüir sua obra tanto no indivíduo quanto na congregação; pode prejudicar o crescimento espiritual de um indivíduo se ele for verdadeiramente nascido de novo, e pode evitar que os homens venham a conhecer Jesus Cristo como Salvador, se eles ainda não são realmente regenerados.

Tristemente, seu impacto e eficácia são expandidos pelo fato de não ser um assunto politicamente correto de ser tratado nos dias atuais. Posso dizer que praticamente todos os meus colegas ficam silenciosos sobre esse assunto, alguns têm medo de falar, outros não têm o conhecimento suficiente para estarem preocupados. No nível denominacional (Convenção Batista do Sul dos EUA), houve uma oportunidade para tratar a questão em 1993, mas foi desperdiçada com a publicação de um estudo muito fraco e com a adoção de uma posição de contemporização. No entanto, não é a apenas a CBS que está deixando de tratar a questão, existem outras denominações que também estão silenciosas. Além disso, poucos ministérios independentes tratam o assunto. É como se quase toda a igreja estivesse em servidão a essa fortaleza. Que tristeza!

Finalizando meu testemunho, mais uma palavra adicional sobre como a Maçonaria é usada como o cavalo de Tróia de Satanás. Não posso deixar de dizer que ela exerce uma função subversiva, não somente como um modo de invadir milhares de igrejas, mas também para invadir nossos sistemas político, jurídico, militar e policial, assim ajudando a solapar essas áreas da nossa sociedade bem como subvertendo nossa forma republicana de governo, pavimentando a estrada para a Nova Ordem Mundial.

Se o leitor desejar ser informado a respeito desse aspecto da questão, consulte os livros En Route to Global Occupation, de Gary Kah, Freemasonry: The Invisible Cult in our Midst, de Jack Harris, ou Scarlet and the Beast, vol. 3, de John Daniels. As pessoas precisam acordar logo, ou será tarde demais, se já não for. Que Deus nos ajude! Portanto, a batalha continua, e assim também minha saga pessoal. Felizmente, como Jesus Cristo é meu Senhor, independente do que aconteça com minha vida pessoal, estou em suas mãos e ele controla meu futuro. E, por causa da vitória de Jesus Cristo em sua vida, morte e ressurreição, tenho a certeza de sua vitória final sobre todas as formas do mal, incluindo a Maçonaria. Aleluia! Que grande Salvador!

Ao finalizar minha história, quero que o leitor compreenda e quero enfatizar que a questão da Maçonaria não pode ser totalmente compreendida ou sua seriedade plenamente apreciada separada da guerra espiritual, conforme explicado rapidamente nestes parágrafos finais. A Maçonaria bem pode ser a obra-prima de Satanás em sabotagem, subversão e enganação. É um esquema engenhoso. Entretanto, tenha em mente que o inimigo não é o indivíduo maçom, é Satanás (Lúcifer), "O anjo de luz" e as hordas de demônios que o ajudam. Os cristãos devem amar a todos os homens, mas devemos expor as obras das trevas (Efésios 5:11), defender a fé (Judas 2) e chamar todos os homens ao arrependimento e à fé no Senhor Jesus Cristo (Atos 20:21). Não podemos fazer nada menos do que isso!

Concluindo, leia as seguintes palavras proferidas por Adrian Rogers, pois explicam minha atitude com relação à verdade, esteja ela relacionada com a Maçonaria ou com qualquer outra questão: "É melhor estar dividido pela verdade do que unido no erro; é melhor falar a verdade que fere e depois curar, do que falar uma mentira; é melhor ser odiado por dizer a verdade do que ser amado por contar uma mentira; é melhor ficar sozinho com a verdade do que estar errado e acompanhado pela multidão."

Pr. Pierce Dodson"

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RE: Priorado de Sião

#73839 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 16:47 | In reply to: #73611

Caros Senhores,

Entrando agora no âmbito da genealogia, permitam-me que exponha uma dúvida:
qual a veracidade da tese segundo a qual o Rei Dagoberto II teve descendência?

Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73842 | Correia74 | 24 set 2004 17:08 | In reply to: #73839

Caro Luis Froes,

"KING DAGOBERT I OF AUSTRASIA (Clothaire II of SOISSONS, Chilperic I of NEUSTRIA, Clothaire I, Clovis I, Childeric I, Merovaeus, Clodion) of Austrasia, son of King Clothaire II and Altrude, was born in 602, and died in 638.
King of Austrasia 622-628
Sole king of France 828-638
Published a code of laws
Considered the greatest of the Merovingian kings of France
m. three times
Founded the Abby of St. Denis
Child: + 9 i. KING SIEGBERT III9 of Austrasia, b. before 639, d. after 653. "

Parece que sim.

Cláudia

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RE: Priorado de Sião

#73846 | Correia74 | 24 set 2004 17:16 | In reply to: #73839

Esqueci-me, se fizer pesquisa na internet sob as palavras "Dagobert I Franks", logo no primeiro resultado de pesquisa, entre. Escolha "MEROVINGIAN KINGS OF THE FRANKS" e terá acesso a uma lista de reis, sucessões e factos.

Cláudia

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RE: Priorado de Sião

#73847 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 17:22 | In reply to: #73846

Caríssima Cláudia,

Agradeço a sua amabilidade.
No entanto, a minha questão coloca-se em respeito a Dagoberto II, e não a Dagoberto I.

Cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73849 | Correia74 | 24 set 2004 17:33 | In reply to: #73847

Luís,

"KING DAGOBERT II OF AUSTRASIA (Siegbert III, Dagobert I, Clothaire II of SOISSONS, Chilperic I of NEUSTRIA, Clothaire I, Clovis I, Childeric I, Merovaeus, Clodion) of Austrasia, son of King Siegbert III, was born before 676, and died after 679.
King of Austrasia 676-680
Ancestry is questionable.
Child: i. ADELA.

ADELA (Dagobert II of AUSTRASIA, Siegbert III, Dagobert I, Clothaire II of SOISSONS, Chilperic I of NEUSTRIA, Clothaire I, Clovis I, Childeric I, Merovaeus, Clodion), daughter of King Dagobert II.
Child: i. COUNT AUBRI I OF BLOIS of Blois, France"

Chamo a sua atenção para o facto de ter tirado esta informação duma genealogia constante na internet. Tenho alguns livros ainda "por estrear" em casa. Vou dar uma vista de olhos e depois digo-lhe qq coisa.

Cmpts,

Cláudia

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RE: Priorado de Sião

#73850 | mivapi | 24 set 2004 17:43 | In reply to: #73847

Caro Luiz Camizão

A já estafada acusação de fundamentalismo católico acaba de ter uma resposta à altura.

O novo texto, que fez o favor de colocar aqui, é uma queixa de um pastor baptista contra o sórdido ataque que a maçonaria lhe fez.

Pena que a sua grande extensão vá afastar alguns leitores, pois é a prova cabal de que a obediência maçónica é incompatível com todo o Cristianismo e não exclusivamente com o "fundamentalismo" católico.

Já fui acusado de ser lacaio de bispos; agora, provávelmente, serei lacaio de pastores baptistas...

Que Deus lhes perdoe e permita a sua sincera conversão.

Um abraço agradecido do
MVP

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RE: Priorado de Sião

#73853 | joão pombo | 24 set 2004 17:57 | In reply to: #73834

Caro Miguel Vaz Pinto:

E os Católicos da Opus Dei??
Por acaso conhece algum que disso faça público alarde?
Eu não, e até conheço alguns que negam terminantemente tal "filiação"...

Cumprimentos,
João Pombo

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RE: Priorado de Sião

#73859 | mivapi | 24 set 2004 18:25 | In reply to: #73850

Caro João Pombo

Não penso que se possam comparar as duas coisas.
A obrigação de um católico, seja ele Opus Dei, Jesuíta ou Dominicano é, antes de mais, proclamar a palavra de Deus.

Por acaso toda a gente sabe quem são alguns destacados membros da Opus Dei, só que ser dessa organização em nada contraria a Igreja.

Pertencer à maçonaria, pelo contrário, está em frontal contradição com a Igreja de Roma (vide as excelentes achegas de Gonçalo M.Ramires, Luiz Camizão, Luiz Froes) e até com igrejas cristãs protestantes, como fica patente do mais recente texto postado por Luiz Camizão, cuja leitura vivamente lhe recomendo.

Posso assegurar-lhe duas coisas:primeiro que não pertenço à Opus Dei e, segundo, que se pertencesse não teria o menor problema em afirmá-lo, alto e bom som, como não tenho o menor problema em atacar a maçonaria mesmo estando consciente dos riscos inerentes.

Confesso-lhe que não tenho nenhuma simpatia especial pela Opus Dei mas não a coloco no mesmo plano que a maçonaria: a primeira, bem ou mal, defende Deus;a segunda ataca Deus.

Cumprimentos
Miguel Vaz Pinto

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RE: A Rev. Francesa e os Valores e Instituições

#73861 | aburma | 24 set 2004 18:30 | In reply to: #73824

Caro João Pombo,

Independentemente de outras influências que possam ter tido, decerto que os movimentos de independência dos estados da América Latina tinham um exemplo um pouco a norte, concordará comigo.

Cumprimentos

Alexandre Burmester

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RE: Priorado de Sião

#73862 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 18:36 | In reply to: #73859

Caríssimo Miguel Vaz Pinto,

Na mouche, mais uma vez: "a primeira [Opus Dei], bem ou mal, defende Deus;a segunda [Maçonaria] ataca Deus."

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

PS - É sobrinho do Senhor Padre António Vaz Pinto?

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RE: Priorado de Sião

#73863 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 18:38 | In reply to: #73853

Caríssimo João Pombo,

Conheço uma pessoa que pertence à Opus Dei e que não o esconde.
Além dessa, sei de outros Opus Dei que não o esconde.
Veja o exemplo de Jardim Gonçalves, que é publicamente conhecido.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#73865 | cyrne | 24 set 2004 18:44 | In reply to: #73853

Pois exactamente por serem iguais aos maçons!

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RE: Priorado de Sião

#73866 | luso | 24 set 2004 18:48 | In reply to: #73838

Que belo texto de delírio místico com diabos e satanazes ...muito bem mas em contra partida já reprovam o tal livro onde toda esta arrazoada começou.

ahahah
Senhor Camisão n esperava esta de si, de trazer texto tão patusco ..........ahahahahah

Cumprimentos aos guardiões da fé e ortodoxia

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RE: Priorado de Sião

#73869 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 18:59 | In reply to: #73611

Caros Senhores,

Já que se fala em "Opus Dei", gostaria de saber se algum de vós dispõe de dados da ascendência e da família de São Josemaría Escrivá.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73871 | zea | 24 set 2004 19:13 | In reply to: #73869

Caro Luis Froes,

Visto que a sua pergunta, ainda que dirigida a todos, veio parar a minha casa, só lhe posso responder que os Escrivá de Romani garantem que ele não é da família deles.
Cumprimentos.
Maria José

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RE: Priorado de Sião

#73872 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 19:20 | In reply to: #73871

Caríssima Maria José,

Peço desculpa, pois não queria que a pergunta fosse parar a sua casa. :)

Estive a dar uma olhada aqui no Genea e encontrei alguns membros dessa família. Apenas sei que o nome do Santo era Josemaría Escrivá de Balaguer.
Vou ver se encontro alguma coisa na Internet.

De qualquer modo, muito obrigado, Maria José.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#73877 | mivapi | 24 set 2004 20:35 | In reply to: #73872

Caro Luis Froes

Para variar, vou responder à sua pergunta genealógica.
Li em tempos, ainda José Maria Escrivá de Balaguer não tinha sido canonizado, que o seu nome era José Maria Escriba e que, mais tarde, por razões nunca explicadas, mas que podem ir do puro snobismo ao interesse em mais fácilmente afirmar-se numa sociedade como a espanhola em que a aristocracia contava, teria feito um "restyling" ao nome.
Esta estória, se calhar, não é políticamente correcta mas "vendo-a" pelo preço que a "comprei" e não invalida o respeito que a sua figura me merece.

Cumprimentos
Miguel Vaz Pinto

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#73878 | joão pombo | 24 set 2004 20:45 | In reply to: #73865

Caro Vasco Cyrne:

Aleluia....estamos de acordo!!!
Mas pobre do que aqui ousar maldizer a Opus Dei...
Cumprimentos,
João Pombo

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RE: Seita dos Assustados

#73879 | joão pombo | 24 set 2004 21:07 | In reply to: #73799

Caro Pedro Teixeira Pinto:

Confesso-lhe que não tinha grande impressão sua, fruto provavelmente de algumas intervenções mais acaloradas neste fórum e, quem sabe, de uma vontade em ser politicamente incorrecto levada ao extremo.
Tenho a dizer-lhe que estou sinceramente CHOCADO com algumas das intervenções deste pobre tópico, pois julgava eu, na minha inocência, que o fundamentalismo Católico não abundava por aqui.
Felicito-o pela sua intervenção a que respondo e, de resto, pelas restantes neste tópico.
Não há muito mais a dizer, à excepção do seguinte:
São atitudes e formas de viver a fé Católica como as que aqui se têm evidenciado que estão a AFASTAR milhares de fiéis por todo o Mundo da Igrega Católica, citando a título de exemplo as centenas de SEITAS "protestantes" do Brasil e continente americano, as quais, como se sabe, já chegaram há muito a Portugal.
É este fanatismo que leva a que milhares de pessoas em África, v.g., estejam a MORRER de Sida, porque a posição oficial da Igreja Católica ainda não evoluiu ao ponto de admitir sem reservas o preservativo.
É este fanatismo, com alusões a decisões guiadas pelo Espírito Santo, que direccionou esta discussão para este extremo, ao ponto de todos se terem esquecido de mencionar as dezenas de casos de Padres Católicos culpados de práticas pedófilas...e não só nos EUA, antes preferindo associar a Maçonaria a crimes terríveis e hediondos e a senhores de gatas e a pisar hóstias.
Chego à conclusão que muitos dos que proferiram tais "pérolas" estariam bem melhor na República Teocrática do Irão, a fazer parte de um obscuro Conselho de Sábios, dos que decretam a pena de MORTE para as mulheres que cometem ADULTÉRIO e dos que se devem estar a salivar com a perspectiva de duas inocentes italianas estarem neste momento em vias de ser decapitadas.
Como não o podem fazer, preferem decretar do alto da sua sapiência e provavelmente guiados pelo Espírito Santo quem é que é um verdadeiro Católico e quem não é... (há muitos Padres que já nem isso fazem...)
Aliás, também eu há tempos e noutro tópico fui brindado com uma decisão sábia como essa, por parte de um jovem participante deste Fórum, que não me considerou um verdadeiro Católico só porque não vou à Missa periodicamente.
A tudo só nos resta dizer...Valha-me Deus e que Deus os proteja e ilumine.
Cumprimentos
João Pombo

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#73881 | Luís_MCS_Froes | 24 set 2004 21:26 | In reply to: #73878

Caros Vasco Cyrne e João Pombo,

Não posso compreender que os Senhores considerem uma sociedade semi-secreta, responsável por crimes horrendos e condenada pela Igreja Católica e uma prelatura abençoada pelo Papa João Paulo II (Josémaria Escrivá foi canonizado e alguns dos principais conselheiros de São Santidade são membros da Opus Dei) "lixo do mesmo saco".

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: são farinha de sacos diferentes

#73882 | mivapi | 24 set 2004 21:48 | In reply to: #73865

Caro Vasco

São farinha de sacos diferentes como podes ver no meu post das 18.25 , dirigido em resposta a João Pombo que, segundo parece, não apreciou muito.
Um abraço do

MVP

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RE: Priorado de Sião

#73887 | magalp | 24 set 2004 22:42 | In reply to: #73877

Caros Miguel e Luís

"Alí onde están as vosas aspiracións, o voso traballo, os vosos amores, alí está o sitio do voso cotián con Cristo. É no médio das cousas mais materiais da terra onde debemos santificarmos, servindo a Deus e a todo-los homes.
Na liña do horizonte, meus filhos, parecen xuntarse o ceo e maila terra. Pêro non, onde de verdade se xuntan é nos vosos corazóns, cando vivides santamente a vida ordinaria”…

Este belíssimo pensamento, que estou certo apreciarão devidamente, vem numa pagela dedicada a San Josemariá Escrivã, que achei aqui em casa.
E entre outras coisa diz ainda:

“San Josémaría Escrivã naceu em Barbastro (España) o 9.I.1902. Foi ordenado sacerdote en Zaragoza o 28.III.1925. O 2.X.1928, por inspiración divina, fundou o Opus Dei. Finou repentinamente en Roma o 26.VI.1975…”

E, se o Marcos deixar passar, pois não há a seguir q.q. informação concorrente ou comercial, (suponho eu) acrescento ainda:
“Mais información sobre San Josemaría Escrivã en: (...)e-mail: ocs@opusdei.es

Pode ser que por aí consigam alguns dados genealógicos de Monsenhor Escrivá de quem realmente me não lembro de ter lido ou ouvido nada sobre as suas nobilitadas ascendências.

Grande abraço,
Manuel Maria

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RE: Priorado de Sião

#73895 | mivapi | 24 set 2004 23:56 | In reply to: #73887

Caro Manuel Maria

Apreciei o belíssimo pensamento como apreciei tambem a excelente tradução para galego académico, presumo que da sua lavra.

Quanto ao xítio e exmail que o amigo mencionó, creo que le va a tracer alguns problemas com o axente local da carbonária e quixá a quedar no fixeiro de esa asociaçon recreatiba.

Um grande abraço do
Miguel

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RE: Seita dos Assustados

#73897 | luso | 25 set 2004 00:20 | In reply to: #73879

Caro Senhor João Pombo

Felicito-o e agradeço-lhe as suas sábias palavras, enfim alguém verdadeiramente católico e digno de admiração.
Confesso que nunca, no passado, tentei ser politicamente incorrecto, só não me conseguia controlar com os sábios guiados ou não pelo Espírito Santo ou no alto da sua "nobreza" que ainda abundam neste interessante site.Contudo depois de um longo interregno, para reflexão, não consegui resistir e voltei ao site , talvez porque, Graças a Deus, para além de tratar de temas que me são caros, ainda existem pessoas como o Senhor e o Zé Tomaz e mais alguns que agora não me recordo.
Infelizmente a volta deu no que deu, ao voltar e sem ofender ninguém, mais uma vez fui, gratuitamente, maltratado, mas de guerras posso eu bem embora as evite, mas aqui é complicado.

Com os meus melhores cumprimentos

PTP

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RE: Seita dos Assustados

#73899 | luso | 25 set 2004 00:56 | In reply to: #73897

Ps: Há-de reparar que já me apelidam de agente da carbonária, a confusão é total no alto da cegueira da divina luz que alguns pensam ter visto.
Noto, curiosamente, que a argumentação destes "soldados" é de uma pobreza teológica atroz, para não dizer nula.
Atiram com uns factos desarticulados que leram algures, sem contudo os desenvolverem e analisarem numa argumentação consistente e continua.

Encerro de vez o tópico da Maçonaria versus Catolicismo por incapacidade da parte contrária.

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RE: Priorado de Sião

#73904 | zepas | 25 set 2004 02:11 | In reply to: #73837

Caro Luís Froes,

A mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo é tão poderosa que não sai minimamente diminuída quando confrontada com quaisquer especulações sobre um hipotético relacionamento mantido com Maria Madalena. Ela (a mensagem) é infinitamente superior e transcendente a tudo isso. De qualquer forma, e para que conste, também não alinho nessa ideia delirante.

Reconheço, todavia, que esta ficção do relacionamento entre Jesus Cristo e Maria Madalena é de muito mau gosto, podendo ferir susceptibilidades. Por isso o autor deveria se ter abstido de entrar em tal tema.

Posso eventualmente ter lido o romance com algum pré-conceito que me impediu de descobrir algumas ideias apenas implícitas, mas não me lembro de nele ter visto uma negação da divindade de Jesus Cristo. O que nele é referido é que foi apenas a partir de Constantino que o cristianismo foi adoptado como religião oficial de Estado e a divindade de Jesus de Nazaré aceite oficialmente como tal pelo Império Romano. Julgo que isto é um facto histórico e não uma especulação do escritor.

Obviamente que para os primeiros cristãos, mesmo antes de Constantino, a divindade de Jesus da Nazaré era um dado inquestionável. Assim pregavam os apóstolos. Constituia uma das bases da sua pregação. Não me pareceu que Dan Brown questionasse este facto histórico, não obstante a sua cansativa insistência na ideia do culto da deusa.

Quanto à "estória" de Maria Madalena ter sido designada por Cristo para ser líder da Igreja, este já é um assunto que pertence apenas ao domínio da ficção. Não chega a ser herético. É apenas infundado.

Por outro lado, e como o livro é apenas um romance, Dan Brown também não tem de perder tempo a tentar fundamentar as suas teses...

Como já referi noutro post, o "Código de Da Vinci" não foi livro que me agradasse particularmente. Não porque o considere particularmente herético (nesse campo o livro do Sr. Saramago leva larga vantagem), mas porque, pura e simplesmente, não aprecio o estilo. O enredo é previsivel e cheio de lugares comuns, assemelhando-se, a espaços, a um romance saído da pena de Jeffrey Archer.

Se o livro tem algum mérito é o de chamar a atenção do grande público para a obra do imenso génio renascentista que foi Leonardo da Vinci.

E já que estamos num forum de genealogia, e não de literatura, este senhor:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=11254
enquanto escritor, é muitíssimo superior a Dan Brown.

Cumprimentos,
JP

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Arrogância!

#73905 | cyrne | 25 set 2004 02:29 | In reply to: #73899

Quem o diz é o Senhor e não eu !

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maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#73908 | cyrne | 25 set 2004 02:59 | In reply to: #73878

Caro João Pombo,

Normalmente não digo mal, mas sim que gosto ou que não gosto. E livrem-se os opus dei de mim mal dizerem, esses sim que não ousem tal!

Cumprimentos,

Vasco Cyrne

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RE: são farinha de sacos diferentes

#73910 | cyrne | 25 set 2004 03:03 | In reply to: #73882

Caro Miguel,

Para mim é na religiosidade que está o mal! Seja em que facção for!

Um Abraço,

Vasco

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#73912 | cyrne | 25 set 2004 03:19 | In reply to: #73881

Caro Luis Froes,

Não querendo ser muito bruto, digo que o que o Papa abençôa ou não, a mim não diz respeito e muito menos o que se passa no vaticano. Até acho João Paulo II um excelente homem e lider. O que a igreja faz, tanto na forma como no conteudo, não me fazem sentido nehum, pois estamos no sec. XXI e o instrumento religião que foi tão usado e ajudou a civilizar o Mundo, serviu muito bem e estou-lhe grato mas hoje já não funciona e não faz sentido. Eu não preciso de uma instituição como a Igreja Católica para que consiga alcançar a minha espiritualidade. Quanto aos principios, são nos dados pela familia e sociedade, é o sistema, já não é preciso a Igreja para isso. A Fé é só para quem quer, e eu tenho mas é minha!
É assim que penso.

Cumprimentos,

Vasco Cyrne

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RE: são farinha de sacos diferentes

#73926 | mivapi | 25 set 2004 11:53 | In reply to: #73910

Caro Vasco

No Coments !

Um Abraço,

Miguel

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RE: Priorado de Sião

#73929 | mivapi | 25 set 2004 12:12 | In reply to: #73862

Caro Luiz Froes

Comparada com a sua, a minha "pontaria" é de aprendiz.

Some as vítimas inocentes de três acontecimentos insignificantes - a Primeira República, a Descolonização e as campanhas pró-aborto - e verá quão certeiro foi o seu "tiro" que levantou esta lebre.

Um Grande Abraço,
Miguel Vaz Pinto

P.S. É meu tio, sim.

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RE: Priorado de Sião

#73972 | magalp | 25 set 2004 20:07 | In reply to: #73895

Caro Miguel

Não é galego académico e muito menos uma minha tradução. Não me sinto capaz de escrever em qualquer dos muitos dialectos peninsulares!
Estes dois pensamentos de Monsenhor Escrivã, copiei-os exactamente da tal pagela que me aparece escrita em aragonês.
Realmente também me pareceu escrito em galego, mas, apresentando-a hoje mesmo a um genuíno galego da Corunha, cursado em Comunicação Social/Turismo por Santiago, onde foi aluno de D. Manoel Fraga.
Pois este meu amigo Alfonso explicou-me que de há uns anos para cá se procuram reabilitar velhíssimas línguas e dialectos dos antigos reinos hispânicos.
Se calhar pelos velhos ódios aos dominadores castelhanos… em contrapartida ainda hoje o cicerone das “casas colgadas” de Cuenca afirma sem a menor sombra de dúvida que ali nasceu a única e verdadeira língua espanhola, o “castellano”!
Não sei como será se também resolverem ressuscitar as primitivas línguas (oral e escrita) de Alicante, Córdoba, Granada e Málaga!
Mas voltando ao aragonês, alguns entendidos pretendem que era (é) uma derivação do tal “Asturo-leonês” (já referido noutros tópico aqui no Fórum a propósito da língua que falaria D. Afonso Henriques), outros, importantes filólogos que fazem parte do “CONSELLO DE BALBASTRO” (assim se chamava Barbastro, a c. de 50 kms de Huesca e a 120 de Zaragoza), que todos os anos “fa o clamamiento d’o I Premio Intenazional de nobela curta en aragonês”.
Pelo que li estes pretendem seja o aragonez a mais autónoma das línguas peninsulares, derivada duma mistura de romano, com árabe e germânico.
Chinesices! Aqui para nós, nunca tive problemas de comunicação em nenhum ponto de Espanha, expressando-me eu no meu “galaico-duriense” aprendido de ouvido!
Abraço,
Manuel Maria

PS-um destes dias mando-lhe uma interessante "proclamação" feita em 1820 por um não muito remoto parente seu e meu (e de muita mais gente por aqui), a propósito de sociedades secretas.

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RE: Priorado de Sião

#73992 | Luís_MCS_Froes | 26 set 2004 01:26 | In reply to: #73929

Caríssimo Miguel Vaz Pinto,

"Some as vítimas inocentes de três acontecimentos insignificantes - a Primeira República, a Descolonização e as campanhas pró-aborto - e verá quão certeiro foi o seu "tiro" que levantou esta lebre."

Da Primeira República é sobejamente conhecido (e só não vê quem não quer) a obra maçónica de destruição do País, a todos os níveis.

No que concerne à descolonização, devo dizer que nada sei.

Infelizmente, a descristianização da Europa (o maior mal de toda a sua História, e no qual a Maçonaria tem tido papel fortemente activo e empreendedor) e, por conseguinte, a negação das suas origens, na medida em que a Europa só existiu como Continente civilizador enquanto se identificou com o Cristianismo, tornou possível que hoje, no século XXI, haja Estados que não tutelam devidamente a Vida Humana e que considerem que ela cede diante de outros valores (como fizeram os nazis com os judeus ou os americanos, no século XIX, com os escravos).
Vale a pena reflectir sobre um pensamento da beata Madre Teresa de Calcutá, que um dia dizia qualquer coisa como isto: "Eu sinto que o grande destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança, uma matança directa de crianças inocentes, assassinadas pela própria mãe.
E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo o seu próprio filho, como é que podemos dizer às outras pessoas para não se matarem?
(...) Qualquer país que aceite o aborto não está ensinando o seu povo a amar, mas a usar de qualquer violência para conseguir o que se quer. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto."

Acho que não preciso de dizer mais.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

PS - O Senhor seu Tio co-celebrou a Missa do Enterro de meu Avô, primando-nos com uma belíssima homilia.
O Miguel, se me permite o tratamento, confirmou o enorme respeito que tenho pela sua Santa Família.

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RE: Seita dos Assustados

#73995 | Luís_MCS_Froes | 26 set 2004 01:45 | In reply to: #73879

Caríssimo João Pombo,

Não sei se o seu texto se dirige ou não a mim, mas, seja como for, permita-me que manifeste a minha posição.

"...julgava eu, na minha inocência, que o fundamentalismo Católico não abundava por aqui."

Fundamentalismo consiste, a meu ver, em querer impor aos outros, usando de todos os meios possíveis, a nossa visão. Não me parece que tenha sido feito por alguém.

"É este fanatismo que leva a que milhares de pessoas em África, v.g., estejam a MORRER de Sida, porque a posição oficial da Igreja Católica ainda não evoluiu ao ponto de admitir sem reservas o preservativo."

Está a derrapar novamente.
A posição da Igreja é claríssima quanto a esta questão: o sexo é uma coisa sagrada, que deve ser praticada com amor e com a benção de Deus.
A questão do preservativo é secundária. O preservativo é condenado porque a Igreja considera que o sexo, tal como deve ser praticado, não necessita de preservativo.
Aliás, quem lê esta sua afirmação assimila a ideia de que a Igreja é responsável pela morte de milhares de pessoas em África.
Não é! Não é e, torno a dizer, não é! Saiba que no Ruanda, o único País africano que tem seguido verdadeiramente as posições da Igreja e aplicado políticas nesse sentido, as taxas de sida são baixíssimas!

"É este fanatismo, com alusões a decisões guiadas pelo Espírito Santo..."

Não sei de que fanatismo fala. Se é fanatismo seguir o que a Igreja nos diz, então sou fanático. Se é fanatismo seguir o que o Papa João Paulo II diz, então sou fanático.
É evidente, e a vida de Sua Santidade prova-o claramente (só não vê quem não quer ver!), que o Papa é um homem inspirado pelo Espírito Santo. Esse é, aliás, um dos dogmas da Igreja.

Por fim, permita-me que lhe diga: pertencer à Igreja é seguir o que esta diz e nos propõe, numa fidelidade incondicional.
Ser católico não é ser boa pessoa e rezar muitas vezes. É seguir o Papa, permanecer fiel à Igreja. É ter a Certeza de que Cristo está vivo e de que a Igreja é a única que o anuncia e o proclama devidamente! Não opinar por aqui e por ali, dizer umas coisas, dizer que se é católico mas que se acha que o Papa devia rever as suas posições sobre o aborto, a homossexualidade ou o divórcio. Quem somos nós para dizermos ao Papa o que ele deve dizer? Pergunto de novo, quem somos nós?
Se o João olhar para a vida de João Paulo II, que hoje existe graças a uma clara intercessão de Nossa Senhora ao desviar uma bala que se dirigia à aorta (e isto é sabido e está mais que comprovado), percebe que nós não somos ninguém e que o Papa tem sido claramente guiado pelo Espírito Santo.
E, como tal, eu do alto da minha ignorância e da minha mesquinhez, digo que o meu dever é permanecer fiel a Sua Santidade, ainda que por vezes não compreenda totalmente a sua Mensagem (tal como sucedou com os Apóstolos, que seguiram Cristo sem muitas vezes o compreenderem).

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#74021 | suzy gama | 26 set 2004 18:41 | In reply to: #73866

Caro luso

É impressionante a paciência que tem !
Quais verdadeiros fundamentalistas islâmicos, há pessoas que seguem (e orgulham-se disso) a palavra de outros homens e não a de Deus, que por vezes é bem diferente do Vaticano e da Igreja.
Foram estes mesmos homens que têm agido segundo as suas próprias ideias e nada baseados na palavra de Deus, que deturparam a mensagem original.
Sou católica por baptismo e não praticante, pois recuso-me a seguir ordens e leis de padres que têm mais pecado do que eu, a soberba é o maior deles ao julgarem-se melhores do que os outros.
Sou cristã, leio a Biblia, não mato, não roubo e muito menos cometo adultério no sábado à noite para estar na igreja no domingo de manhã de braço dado com o marido.
Sigo a palavra de Deus os ensinamentos de Jesus e admiro o Papa pela aceitação das outras religiões que acreditam num mesmo Deus ainda que tenham recebido a mensagem de outra forma.
O Vaticano é como sempre foi uma S.A. que paga ordenados e que elege o seu "presidente".
Conclusão: Deus é supremo a tudo o resto.

Susana Gama

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RE: Seita dos Assustados

#74024 | zepas | 26 set 2004 20:06 | In reply to: #73995

Caro Luis Froes,

Sem querer meter a foice em seara alheia, apenas um pequeno reparo:

A intervenção do João Pombo não foi feliz, mas olhe que a sida é um problema grave, mas mesmo muito grave à escala mundial. Além da questão de saúde pública, revela-se como uma doença que potencia o sub-desenvolvimento, a pobreza, a guerra, o terrorismo e os regimes totalitários. Não a encare como um castigo para aqueles que não cumprem religiosamente os ensinamentos da Igreja. É o modo errado de abordar a questão. Pense nisso.

Melhores cumprimentos,
JP

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RE: Seita dos Assustados

#74026 | Luís_MCS_Froes | 26 set 2004 20:19 | In reply to: #74024

Caríssimo José Pedro,

Com certeza que pode "meter a foice em seara alheia".

Tem toda a razão naquilo que diz. Longe de mim encarar a sida como um castigo para os que não cumprem os ensinamentos da Igreja. Se foi isso que depreendeu da minha mensagem, posso garantir-lhe que não me expliquei bem.
Agora, culpar a Igreja pelo flagelo da sida é que me parece não fazer qualquer espécie de sentido.
Como disse, a posição da Igreja é muito clara: rejeita o sexo pelo sexo.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Seita dos Assustados

#74028 | cyrne | 26 set 2004 20:55 | In reply to: #74026

Metendo a foice em seara alheia, eu "adoro" o sexo pelo sexo!

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RE: Priorado de Sião

#74048 | rgc | 27 set 2004 03:29 | In reply to: #74021

Cara Susana Gama

Dirijo-me a si, abstraindo o destinatário da sua mensagem, isto sem ofensa, que fique claro ; mas, não pude deixar de enviar-lhe o meu aplauso pelo que escreveu.
Com elevada consideração.

Rafael Carvalho

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RE: Priorado de Sião

#74054 | Correia74 | 27 set 2004 10:19 | In reply to: #73872

Caro Luís,

Andei a "cuscovilhar" lá por casa e não encontrei qualquer referência à suposta descendência de Dogoberto II. É practicamente um tema tabú.

Quanto a Josemaría Escrivá, talvez o seguinte lhe interesse:
"Josemaría Escrivá de Balaguer nació en Barbastro (Huesca, España) el 9 de enero de 1902. Sus padres se llamaban José y Dolores. Tuvo cinco hermanos: Carmen (1899-1957), Santiago (1919-1994) y otras tres hermanas menores que él, que murieron cuando eran niñas. El matrimonio Escrivá dio a sus hijos una profunda educación cristiana. (...) El 17 de mayo de 1992, Juan Pablo II beatifica a Josemaría Escrivá de Balaguer en la plaza de San Pedro, en Roma, ante 300.000 personas. «Con sobrenatural intuición», dijo el Papa en su homilía, «el beato Josemaría predicó incansablemente la llamada universal a la santidad y al apostolado».

Diez años más tarde, el 6 de octubre de 2002, Juan Pablo II canoniza al fundador del Opus Dei en la plaza de San Pedro ante una multitud de más de 80 países. El Santo Padre, en su discurso a los participantes en la canonización, dijo que "san Josemaría fue elegido por el Señor para anunciar la llamada universal a la santidad y para indicar que la vida de todos los días, las actividades comunes, son camino de santificación. Se podría decir que fue el santo de lo ordinario.".
Retirado da pag da Opus Dei Espanhola.

Cumprimentos,

Cláudia

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RE: Priorado de Sião

#74055 | mivapi | 27 set 2004 10:21 | In reply to: #73992

Caro Luiz Froes

Como já terá percebido, há certos católicos que adaptaram a sua Fé às necessidades animalescas: não gostam do Papa porque é antiquado, detestam os Cardeais e Bispos porque se aproveitam e consideram todos os Padres uns retardados mentais.

Perfeitos, perfeitos, só eles cuja grande ambição é conseguir a proclamação de um 11º mandamento: "Desobedece aos 10 Mandamentos precedentes pois são incómodos e estão desactualizados".

Espero que me desculpe mas tenho mais que fazer do que aturar este espírito primário e, de futuro, nem lhes respondo.

Um Abraço

Miguel

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RE: Seita dos Assustados

#74058 | joão pombo | 27 set 2004 10:27 | In reply to: #73995

Caro Luís Froes:

A minha anterior intervenção não era dirigida a ninguém em particular, ou melhor, era dirigida a todos, também como mero desabafo.
A forma como muitos vivem a sua Fé Católica é, em minha opinião, fundamentalista e fanática e para tanto aferir, basta comparar muitas opiniões desses Católicos com a de Padres Católicos de todos conhecidos, de que dou o exemplo (em muitos aspectos) do Senhor Cardeal Patriarca Dom José Policarpo, de D. Januário Torgal Ferreira, Capelão das Forças Armadas, de Frei Bento Domingues e, claro, de muitos outros Sacerdotes menos conhecidos, mas em cuja palavra o Amor e Respeito pelo próximo é elemento essencial.
São homens da Igreja que não hesitam em apontar críticas construtivas, tudo em nome de uma visão da Igreja e da Fé mais consentânea com um Mundo que muda diariamente a um ritmo avassalador.
Não vou tocar aqui na questão do preservativo, por extravasar já em grande medida o que se pode e deve discutir neste Fórum, mas a minha opinião ficou dada na anterior mensagem.
Quanto ao que se passa no Ruanda, parece-me um pequeno exemplo quando comparado com a calamidade que África atravessa há anos. Aliás, o Ruanda foi palco recente de um genocídio e, se anteriormente a sua população já era pequena, imagino que hoje em dia seja bem menor, infelizmente.
Quanto à revisão de certas questões, que o Luís aponta, eu sou da opinião de que a Igreja Católica deveria rever muita coisa, mas não falei nem em Aborto nem em Homossexualidade. Parece-me que a Igreja deveria começar pelo básico, e noto-lhe que a Igreja já tem feito algumas concessões muito positivas nos últimos tempos.
Pergunta o Luís "quem somos nós?".
Nós somos a Igreja e, mais importante, nós somos filhos de Deus, todos nós, seja qual for a Religião, Raça, Nacionalidade, etc...
Antes de terminar, queria só dizer-lhe o seguinte, no fundo em abono de tudo o que aqui deixei dito. Em outras discussões que travei, fora deste Fórum e ao longo dos tempos, sempre fui eu a assumir a "defesa" da Igreja, ante o espanto de pessoas amigas que provavelmente pensaram de mim o que eu pensei do Luís Froes. Mesmo em temas desconfortáveis, eu que sabia estar a defender posições indefensáveis.
Veja agora como me senti face a todas estas opiniões que considerei (e considero) fundamentalistas, ao ponto de ter reagido em moldes que tanto o indignaram.
Deixo-lhe, não me leve a mal, um apelo: Como jovem inteligente e culto que é, ainda por cima envolvido nas coisas da Igreja, o que eu acho positivo, tente ver as coisas por outro prisma, tente ver o que se passa à sua volta e chegará muitas vezes à conclusão de que as directrizes da Santa Madre Igreja, emanadas do Vaticano, já não fazem muito sentido actualmente e são causa directa do que anteriormente disse, nomeadamente do abandono de muitos crentes da Igreja, em todo o Mundo.
Cumprimentos,
João Pombo

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RE: Priorado de Sião

#74060 | joão pombo | 27 set 2004 10:39 | In reply to: #74021

Cara Susana:

Aplaudo-lhe a sua mensagem.
Disse em poucas palavras aquilo que eu penso hoje e que seguramente continuarei a pensar.
Mais: Creio ser essa a visão moderna da Igreja, e não aquela que tem sido imposta pelo Vaticano.
Aliás, Deus é anterior ao Homem, mas a Igreja é dele contemporânea e não passa de uma criação do Homem, tal como todas as Religiões, e basta pensar nas mais recentes.
Os Mandamentos da Igreja Católica não diferem muito dos das outras Religiões.
O grande problema está quando o Homem se interpõe no meio.
Melhores cumprimentos,
João Pombo

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RE: Priorado de Sião

#74061 | mivapi | 27 set 2004 11:40 | In reply to: #74054

Caro Manuel Maria

Aragonês...quem diria ?
Académico era graça mas pareceu-me galego.

Isso trouxe-me à memória uma história passada com meu tio Duarte qDt, em Madrid, nos anos 50 do séc. passado: estava um valenciano numa conversa de surdos com um galego; nenhum percebia patavina do que o outro dizia.

O tio Duarte, que percebia lindamente os dois, ofereceu-se para intérprete, o que permitiu aos dois espanhóis a sua mais que improvável comunicação.

Provávelmente, hoje seria quase impossível a cena passar-se, depois da escolaridade obrigatória e da imposição, por Franco, do castelhano como língua única, já não deve haver espanhóis que não se entendam.

Quem sabe se, dentro de duas ou três gerações, com esse investimento na reconstituição de dialectos, uma cena idêntica não poderá repetir-se...

Um Abraço do
Miguel

P.S. Quanto à proclamação, que agradeço, fico na expectativa.

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74063 | joão pombo | 27 set 2004 11:51 | In reply to: #73881

Caro Luís Froes:

Eu não considerei a Maçonaria e a Opus Dei como "lixo do mesmo saco", e que isso fique bem claro, já que o meu "radicalismo" não vai certamente a esse ponto.
Mas que ninguém duvide que, com ou sem benções Papais ou mesmo Divinas, ambas as entidades têm, entre outros fins, exercer pressão na Sociedade e colocar os seus membros em lugares de destaque.
A Opus Dei tem um lado religioso, mas também tem um lado, digamos, menos religioso.
Qualquer pessoa sabe disso.
Cumprimentos,
João Pombo

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RE: Priorado de Sião

#74064 | joão pombo | 27 set 2004 11:57 | In reply to: #74055

Caro Miguel Vaz Pinto:

Tudo aquilo que tem sido aqui dito por mim e por outros Participantes, cuja linha de pensamento é semelhante à minha, é precisamente a antítese do que o Miguel acaba de dizer.
Que cada um adapte a Fé às suas necessidades ainda vá que não vá, mas agora dizer que as mesmas são animalescas, já me parece insultuoso da sua parte.

João Pombo

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RE: Priorado de Sião

#74083 | mivapi | 27 set 2004 14:41 | In reply to: #74064

Caro João Pombo

Dirigi-me sempre a si directamente, até ao momento em que rercebi da sua parte
recados dirigidos a outros participantes.

Espero que perceba que, com o adjectivo "animalescos", referia uma constante do comportamento humano: todos temos (não me excluo) tendências dessa natureza.

O que eu não concebo é que algumas pessoas que se dizem crentes (e repare que não digo católicas) possam defender o aborto que, em face de todo e qualquer critério, moral ou ético, é um comportamento contra-natura.

Há muitos animais não o praticam: pelo contrário, há bichos que se deixam matar em defesa da ninhada.

Não o quiz ofender a si nem a ninguem em especial, mas sim criticar um acto que me parece indefensável e reprovável.

Claro que não acho o aborto uma necessidade mas admito que a minha redacção possa ter dado azo a interpretações menos claras.

Cumprimentos,

MVP

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RE: Priorado de Sião

#74085 | joão pombo | 27 set 2004 15:12 | In reply to: #74083

Caro Miguel Vaz Pinto:

Fica desfeito o mal-entendido.
Só um pequeno reparo: Eu não falei em aborto e se hipoteticamente o fiz, terá sido para manifestar o meu repúdio.
Cumprimentos,
João Pombo

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74088 | dpa | 27 set 2004 15:30 | In reply to: #74063

Caro João Pombo:

Aos olhos de um "católico" abstracto e individualista, a Opus Dei e a Maçonaria podem parecer idênticas. Mas existe uma gigantesca diferença entre essas duas organizações. Enquanto a primeira foi fundada por um santo e serve apenas Jesus Cristo, a segunda serve o "Senhor da Luz", nome pouco claro e bastante duvidoso, visto ser um dos nomes dados ao diabo antes da sua queda.
Qualquer maçon iniciado ignora este facto pois "merece ser enganado" como afirmam os de graus superiores.

Existe um site que apesar da sua aparência mística, baseia-se únicamente em factos e estudos muito bem elaborados (ao contrário do Código Da Vinci) sobre a maçonaria e que prova que esta serve Lúcifer:

(...)

Cumprimentos

Lopo PA

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74090 | Luís_MCS_Froes | 27 set 2004 16:03 | In reply to: #74088

Caríssimo Lopo PA,

A questão é mesmo essa. Negar a utilidade da Igreja nos tempos que correm, julgando que o Catolicismo é uma religião abstracta e individualista, em que cada um pensa o que quer e o que lhe apetece, é negar Cristo. Foi Cristo que disse: "Sobre esta Pedra (Pedro) edificarei a minha Igreja".
Ora, a partir do momento em que Jesus nos diz que a Igreja é necessária, não compete ao homem decidir a sua necessidade. Compete, sim, segui-la, porque foi Cristo que nos mandou segui-la.

Terminho aqui a minha participação.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74096 | joão pombo | 27 set 2004 16:52 | In reply to: #74088

Caro Lopo PA:

Da minha parte encerro esta discussão, que há muito já extravasa o âmbito de um Fórum essencialmente genealógico.
Todavia, pela sua mensagem fico agora a saber que todas as pessoas que constam da lista divulgada pela Participante Maria José servem e serviram, afinal...o Diabo. Fico agora a perceber a razão porque muitas vezes me corto ao fazer a barba...tudo uma praga do diabólico Gilette!!
Custa de facto a crer, sobretudo quando muitos aqui conheçem maçons, inclusivé no seio das suas Famílias, mas quem sou eu para questionar tal afirmação??
Fora de brincadeiras, não percebi bem (nem gostei muito) do católico entre "aspas" com que, alegadamente, me brinda.

Cumprimentos,
João Pombo

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RE: Priorado de Sião

#74097 | cyrne | 27 set 2004 16:52 | In reply to: #74083

Caro Miguel,

Que fique bem claro que em muito convergimos como divergimos, mas agora pôr a VIDA em questão, nunca! É que nem sequer discuto.

Um Abraço,

Vasco

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RE: Seita dos Assustados

#74101 | zepas | 27 set 2004 18:05 | In reply to: #74058

Caro João Pombo,

Deixe-me felicitá-lo por esta sua intervenção, sem deslumbramento, a qual representa seguramente o espirito de muitos católicos.

A questão que se depara à Igreja em certos assuntos é que se a sua doutrina não constituir parte da solução, então será automáticamente parte do problema.

É este o dilema com que os altos responsáveis do Vaticano se têm de confrontar.

Cumprimentos,
JP

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74102 | magalp | 27 set 2004 18:08 | In reply to: #74088

Caro Lopo

Fiquei a conhecê-lo dum outro tópico sobre a Grande Guerra.
Agora fiquei a saber que não foi em vão o destemido testemunho do seu Avô Paulo em toda a sua vida, como cristão e católico convicto e esclarecido.
E digo destemido com toda a propriedade, pois na sua juventude não era fácil ser-se praticante na Igreja Católica e nos “anais da história” do Porto, consta que Paulo Durão bem como o seu amigo, colega e futuro camarada na Engenharia Militar, Mário Leitão, frequentavam os sacramentos diariamente, antes de iram para a Faculdade, onde nunca recusavam todo o tipo de ajuda aos colegas mais necessitados!

Mas deixemos as minhas velhas memórias da Invicta que a muito poucos interessam e passemos à Genealogia muito arredia deste tópico…
Quando vejo eu nesta BD a vossa família? Não duvido que o Genea muito gostará de receber informações duma família tradicional do Porto, intimamente ligada aos Pinto de Mesquita, também afora desta BD ainda que com remotos antepassados mencionados.
Poderei ajudar, mas só com os costados referidos em os “Carvalhos de Basto”, a partir da vossa “avó” Ângela Seixas Pinheiro 1663/1698, a senhora da Casa de Vila Verde, Caíde, Lousada, c.c. o Cap. António Pinto de Mesquita.
Se bem me lembro, creio que é por esta senhora que entroncam na quinta do Campo, em Stº André de Molares, Celorico de Basto.
Faz anos (mais de vinte!) que dei um pequeno apontamento dactilografado, ao Eng.º Luís Durão, sobre esta linhagem oriunda das Terras de Basto, mas creio não ter guardado cópia.

Manuel Maria Magalhães

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RE: Priorado de Sião

#74111 | mivapi | 27 set 2004 20:00 | In reply to: #74097

Caro Vasco

Nem era preciso dizeres.
Um Abraço
M.

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74128 | dpa | 28 set 2004 05:26 | In reply to: #74102

Caríssimo Manuel:

Tinha apenas dois anos quando o avô Paulo morreu e tenho grande pena de não o ter conhecido. Segundo o que a mãe conta, foi um homem sempre fiel á Igreja, grande exemplo de caridade, bondade e sensatez. Fico orgulhoso por ouvir tal reconhecimento por parte do Manuel.
Mas abandonando as tais memórias da Invicta que com tristeza deixei há cinco anos, passemos então ás genealogias.
Quando á BD vou enviando uns Durões e uns Mesquitas para lá mas nada de muito concreto (http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=258923). Tenho um extracto da obra UGEM de José de Sousa Machado, sobre os Pinto Mesquitas que o meu bisavô adicionou aos apontamentos da família Gouveia Durão, mas o livro original perdeu-se no meio da nossa mudança para Lisboa.
Quanto a Ângela Teixeira de Seixas, tenho a informação de que foi senhora da Casa de Fontóia e que ficou senhora da Casa de Vila Verde por casamento com António Pinto de Mesquita. Mas como a informação que tenho desses meus costados PM é pouco detalhada, posso estar errado.
Tenho que falar com o meu tio Manel e com o tio Luís pois ambos têm quase toda a informação sobre a família. O que me dificulta é a distância que separa Lisboa de Baião, onde os meus tios estão a viver agora. Talvez no Natal...

Com os melhores cumprimentos!

Lopo Pacheco de Amorim

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74129 | dpa | 28 set 2004 05:29 | In reply to: #74102

Caríssimo Manuel:

Tinha apenas dois anos quando o avô Paulo morreu e tenho grande pena de não o ter conhecido. Segundo o que a mãe conta, foi um homem sempre fiel á Igreja, grande exemplo de caridade, bondade e sensatez. Fico orgulhoso por ouvir tal reconhecimento por parte do Manuel.
Mas abandonando as tais memórias da Invicta que com tristeza deixei há cinco anos, passemos então ás genealogias.
Quando á BD vou enviando uns Durões e uns Mesquitas para lá mas nada de muito concreto (http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=258923). Tenho um extracto da obra UGEM de José de Sousa Machado, sobre os Pinto Mesquitas que o meu bisavô adicionou aos apontamentos da família Gouveia Durão, mas o livro original perdeu-se no meio da nossa mudança para Lisboa.
Quanto a Ângela Teixeira de Seixas, tenho a informação de que foi senhora da Casa de Fontóia e que ficou senhora da Casa de Vila Verde por casamento com António Pinto de Mesquita. Mas como a informação que tenho desses meus costados PM é pouco detalhada, posso estar errado.
Tenho que falar com o meu tio Manel e com o tio Luís pois ambos têm quase toda a informação sobre a família. O que me dificulta é a distância que separa Lisboa de Baião, onde os meus tios estão a viver agora. Talvez no Natal...

Com os melhores cumprimentos!

Lopo Pacheco de Amorim

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74137 | luso | 28 set 2004 11:26 | In reply to: #74088

Date: Sat, 01 Jan 2000 09:40:23 -0700
From: Hugh Young
Subject: OMTP Vol V #1

___________________________________________________

ONE MORE TIME, PLEASE! Vol V, No.1
Circulation --->1077 January 2000
_________________________________________________


Brethren:

A New Year and A New Volume of "One More Time, Please!". I trust you
enjoy this month's edition which was a booklet published by the Grand
Lodge of Alberta and the work of the Grand Master of Alberta in 1965.

--------------------------------------------------------------------------------

All previous editions and the opportunity to subscribe to this ezine
can be found at: (...)
The ezine circulation is at:(...)
As always, should you wish to cease receiving this ezine or change
your Email address -- just Email me and it will be done.

Best Fraternal Regards

Hugh Young
Calgary, Alberta, Canada



--------------------------------------------------------------------------------

Freemasonry and the Church
by

W. J. Collett, C.D.
M.A. B.Ed. B.D. D.D.
Grand Master
Grand Lodge of Alberta, A.F. & A.M.

And

President
Mount Royal College
Calgary, Alberta

Freemasonry and the Church
From time to time Freemasonry has come under criticism from the Christian Church both the Roman Catholic and Protestant branches. The Roman Catholic opposition dates back to the Eighteenth Century when Papal Bulls were issued by Clement XII in 1738 and Benedict XIV in 1751 denouncing Freemasonry and instructing the Roman Catholics to withdraw from the Craft. Originally Freemasonry had both Roman Catholic clergy and laymen in its membership in almost every country where it had been established. The first Freemasons' Hall in London was erected in 1776 when Lord Petre, who was looked upon as the leading layman in the Roman Catholic Community in England, was the Grand I~ff. aster of Masons. Earlier than that in 1730, Thomas Howard, the Eighth Duke of Norfolk, a Roman Catholic, was Grand Master and during his term presented to the Grand Lodge its Sword of State, which is still in use. After the Papal Bulls had been issued Roman Catholics gradually withdrew from membership in Freemasonry. This process was accelerated when a number of edicts were issued starting in the year 1821 and the result was almost a complete separation of the Roman Catholic Church from the Freemasons Lodge.

The opposition of the Roman Catholic Church does not differ greatly from the criticism that arises from time to time in the Protestant Church. In 1935 the Catholic Truth Society issued a pamphlet which sets forth quite clearly the basis of the differences. The pamphlet admits that Freemasonry is "beneficial to the country or, at any rate, quite harmless" but that the great objection is that Freemasons are placed under a solemn oath of secrecy. Even more serious than this is that Freemasonry "tends to undermine belief in Catholic Christianity by substituting for it what is practically a rival religion based on deistic or naturalistic principles".

Through the years there have been criticisms of Freemasonry by Protestant groups. At c, Methodist Conference in Great Britain in 1927, Rev. C. Penney Hunt criticized the Craft in much the same manner as did the Catholic Truth Society. While the Methodist Church refused to pass a motion unfavourable to Freemasonry yet there were many indications of support for Mr. Hunt. In January, 1951, the magazine "Theology", a publication of the Society for Promoting Christian Knowledge, carried an article by a Church of England clergyman, Rev. Walton Hannah, entitled: "Should a Christian be a Freemason?" The question, of course, is answered in the negative mainly because Mr. Hannah claims that the oaths of secrecy and the penalties associated with the oaths are pagan. He claims, in addition, that the Masonic Order is a Gnostic Heresy. The article demands an inquiry into Freemasonry by the Church of England especially since both the Methodist and the Roman Catholic Churches questioned the validity of the Order.

At a Church Assembly in June 195I, Rev. R. Creed Meridith moved that a Commission be established to study the Hannah article and a long debate ensued. Freemasonry found supporters in many of the high dignitaries of the Church including Dr. Garbett, the Archbishop of York. Rev. C. E. Douglas made the following very penetrating statement: "You cannot understand Freemasonry except in a Lodge. Its real secret is fellowship." The motion was ultimately defeated.

In Scotland in 1754 the Associated Synod of Stirling considered the propriety of the Masonic oath and in 1755 the Kirk Sessions were requested to make enquiries into Masonic practices. In some places in Scotland any person who admitted to being a member of a Freemason's Lodge was required to do public penance and subjected to a rebuke from the Kirk Session. The reasons for the opposition were the objections to the Oath of Secrecy and the penalties associated with the obligations.

From the above account it may be concluded that the historic objections to Freemasonry are:

Theological
Ethical
The theological objections are based on the charges that Freemasonry is:

(1) Deistic -The Deist relies on reason to prove the existence of God. They come to this position by conclusions drawn from the observation of nature. The revelation of God through a person, such as Jesus, is not necessary.

(2) Naturalistic -Naturalistic theology believes that the world can get along all right by itself by obedience to the natural law. God may have created the world but once it was set in motion there is no further need for Divine intervention. Hence there is no need to acknowledge that God once intervened in the natural order by sending his Son as the Saviour of the World.

(3) Gnostic -The Gnostic heresy claims that truth is revealed by God to specially selected individuals by means of special secret rites and ceremonies. The mystic ceremony of initiation confers on the initiate a special type of knowledge. Again the appearance of Jesus in human form is not necessary in the Gnostic view.

The Christian Church finds error in these three theologies because they exclude the need of Jesus Christ as Saviour of the world. This accusation against the Masonic Lodges is not correct. A man before he is admitted to the Masonic Order must profess a belief in God and in Life Eternal. It follows, then, that the Christian who applies for admission to the Masonic Lodge must confess a belief in God cfs revealed in Jesus Christ. Hence Freemasonry cannot be Deistic, Naturalistic or Gnostic. It is true that the Freemason's lodge endeavours to enrich a member's belief in God by instructing him in the moral law and the hidden secrets of nature and science. For the Christian this is a further understanding of the nature of the God as revealed in Jesus Christ in whom he has already admitted a belief.

The matter of secrecy has been greatly overrated as far as the Freemason's Lodge is concerned. There are no mystic initiatory rites which purport to give secret knowledge. There was a time in the early Christian Church that the Christians were accused of cannibalism because in their sacred meal they were reported to have eaten human flesh. This was, of course, a complete misunderstanding of the Lord's Supper and arose because the Christians were forced to meet for worship in secret. The meeting of the Freemason's Lodge is limited to members and their proceedings are in secret. It does not necessarily follow that secrecy produces theological error or special knowledge. What it does indicate is that a very close and warm fellowship is developed amongst the members.

The ethical accusations against Freemasonry in relation to the oaths of secrecy and the penalty of the obligations are more difficult to explain to those who are not members of the Order. The penalties when considered with a historical imagination and with an understanding of their origins are not as pagan as they may at first appear. Recently, however, some Grand Lodges have undertaken to revise the penalties. In Canada, the Grand Lodge of Quebec, has led the way in this matter. It should be sufficient to note that the Masonic Order is conscious of the need to study a revision of the penalties. This, in itself, should indicate to the critics of this aspect of Freemasonry that the penalties are not basic to the purpose of the Order.

Secrecy will have to remain because this is a fundamental concept but it should be noted that secrecy implies a fellowship and not immorality, irreligion or sedition.

Far more important than the issues discussed above is what may be described as the practical situations which cause individual clergymen to oppose Freemasonry. This practical conflict appears when the Freemason's Lodge appears to compete with the Church for the time, energy and talent of the men in any community. The validity of such criticism is borne out when the Mason prefers to attend his Lodge rather than go to a Church meeting. It is further aggravated when a Freemason's Lodge plans events which conflict with Church activities. Very regrettably some Lodges arrange practices on Sundays when the members should be in church. Such inconsiderate action rightly brings the Lodge into disrepute.

Another very valid point of criticism is 'when the Freemason's Lodge presumes to usurp some of the historical prerogatives of the Church, for example the so-called Masonic Funeral. The Church, as is its right, commits the body to the ground and concludes the burial service with the benediction. Then the Masonic Lodge takes over and conducts the committal service again, often inexpertly and in a painfully long and theologically unsound manner. It should be noted that the Freemason's Lodges are themselves examining the validity of this practice and many are substituting a Memorial Service for the Funeral Service. The following is a quotation from the proceedings of the United Grand Lodge of England dated September 12th, 1962:

(1) That Masonic Rites, Prayers and Ceremonies be confined to the Lodge Room and that dispensation to wear Regalia (which term includes White gloves) be granted only in exceptional cases;

(2) That there be no active participation by Masons, as such, in any part of the burial service or cremation of a Brother and that there be no Masonic prayers, readings or exhortations either then or at the grave side subsequent to the interment, since the final obsequies of any human being, Mason or not, are complete in themselves and do not call, in the case of a Freemason, for any additional ministrations. That if it is wished to recall and allude to his Masonic life and actions this can appropriately be done at the next Lodge meeting in the presence of his Brethren, or at a specially arranged Memorial Service;

(3) But that while no obstacle should be put in the way of Masons wishing to take part in an act of corporate worship, only in rare and exceptional cases should they be granted dispensation to do so wearing regalia; moreover, that the order of service should in all cases be such as the officiating minister, or his superior, consider to be appropriate to the occasion."

The most serious criticism that clergymen have against Freemasonry is that some Freemasons claim that their Lodge gives them all the religion they need and that they feel no need of the Church. Any Freemason that makes such a claim has completely misunderstood the teachings of the craft and is doing a serious disservice both to the Church and the Lodge. Freemasonry is a science of morality "founded on the purest principles of piety and virtue" and can never claim to be a substitute for the Church. Although its teachings are based on deeply spiritual concepts based on a belief in the Fatherhood of God and the Brotherhood of Man and although it looks forward to the ultimate unity of mankind in the spirit of love, it can never aspire to supplant the Church as the militant body of Christ manifest in the world. Nor can a Freemason's Lodge hope to satisfy the spiritual life of man which is expressed in the worship, ordinances and outreach of the Christian Church. The Freemason's Lodge has no message of redemption for the sinner and no hope of salvation to offer to those who have lost their foothold on life. No message of forgiveness and atonement is offered to those who are battered and broken by sin and wrongdoing. There is no ministry of healing for those who, in life's struggle, have lost courage and hope. Forgiveness, atonement, redemption and hope are all the prerogatives of the Christian Gospel as expressed in the Church and it is presumptuous for a Freemason to assert that they can be found elsewhere. A well instructed Freemason will never treat lightly the divine ministries of the Church nor wilt he absent himself from attendance at the house of God. Indeed, if he lives as a Freemason should, he will be eager to be a valued aid to the church life of his community.

Religion, morality and noble living find themselves seriously challenged in this age of materialism and all the forces of high and noble living must be rallied to meet the crisis. Both the Church and the Freemason's Lodge are dedicated to such a cause and it would be to their eternal shame if they dissipated their energies in a non-productive criticism of each other. For the Mason it is essential that he demonstrate to the Church his goodwill and support. This task will be made easier if the Masonic Lodge takes steps to remove those areas in which there has been misunderstanding especially by a critical re-examination of its public ceremonies and re-interpretation of the image of being a secret society bound by obligations to which are attached pagan penalties. The Craft has in its membership many clergymen of differing faiths who should accept the responsibility of representing the Freemason's Lodge amongst their brother clergymen. Then it may be possible for more of them to subscribe to the following statement made by Dr. Daniel A. Poling, an outstanding Baptist minister:

"I arrived at the decision that Masonry is a vital and dynamic force in America, and in the world, for everything high and worthy to which my life has long been committed. And there is something more, Masonry occupies, in my opinion, a unique position of opportunity and obligation in the human order today."


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Last revised: 06/13/2001 19:36:29

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74141 | mivapi | 28 set 2004 12:42 | In reply to: #74088

Caro Lopo Pacheco de Amorim

A Maçonaria anda, numa campanha desesperada, a tentar passar a ideia de que o Cristianismo é compatível com o espírito maçónico, como é fácil de verificar por indicadores bem recentes.

Há um "investimento" tático a fazer passar a ideia de que só pequenos detalhes teológicos separam a Igreja dos maçons.

O site, por si indicado, demonstra à exaustão que até o termo teológico é desajustado à Maçonaria: sendo um culto satânico, o único adjectivo que se lhe aplica é diabólico.

Melhores Cumprimentos
Miguel Vaz Pinto

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RE: Priorado de Sião

#74148 | luso | 28 set 2004 15:04 | In reply to: #73895

The Vatican's Own Cult
Members of Opus Dei claim their organisation is concerned only with the spiritual well-being of its members. Critics, on the other hand, compare it to a Mafia shrouded in white. Robert Hutchison reports on the secretive organisation at the heart of the Catholic Church.

The Guardian (London)/September 10, 1997
By Robert Hutchison
Religion and politics have always been dangerous bedfellows. Christian fundamentalists have brought a backward looking, anti-scientific movement into US politics. The rise of militant Islamic parties has reintroduced theocratic notions that were thought to have died with the Dark Ages. But there is another, less publicised movement that has been quietly pushing at the doors of power on five continents. Opus Dei, the controversial organisation at the heart of the Roman Catholic Church, is seeking to recreate an alliance between the spiritual and secular worlds that was last attempted during the Renaissance - with catastrophic results.

In countries where it has a strong presence, Opus Dei labours silently and stealthily to align government policies with those of the Vatican. But its quest to introduce a neo-Renaissance to the Catholic world has so far produced mixed results.

Because they form a closed, disciplined group guided by an authoritarian ideology, Opus Dei strategists have been largely successful at the Vatican. Under John Paul II, the organisation has become the most dominant force in the Roman Curia, the body of 2,500 prelates and trusted lay people that governs the Catholic Church. Opus Dei's manoeuvrings evoke endless speculation in Rome, where getting on the wrong side of God's Work is not something to be lightly undertaken. But Opus Dei is a relative newcomer to the Vatican power structure. Founded in 1928 by Josemaria Escriva, the son of a bankrupt Aragonese mercer who found power and fame in the priesthood, Opus Dei's rise to influence and fortune has been nothing short of spectacular. As a socio-religious phenomenon, it was intricately bound up with the politics of Franco's Spain. Today, according to Annuario Pontificio (the Vatican yearbook), Opus Dei has 80,000 members around the world, of whom about 2,000 are priests.

As the Catholic Church's only floating diocese - known as a personal prelature - it is governed by a prelate-general, who holds the rank of bishop, and operates above and beyond the authority of local bishops. Said to be richer than many Third World states, Opus Dei publishes no financial statements, no membership lists, and it reports - once every five years - only to the Pope.

Although run from opulent headquarters in Rome's Parioli district, Opus Dei protests that it is 'poor' and does not possess the means of carrying out a political agenda. It claims that its only concern is the spiritual well-being of members. But this is highly deceptive, for the more one gets to know Opus Dei, the more one realises it is highly secretive and elitist. Its primary goal is to return the Catholic Church to the centre of society, as in medieval times.

That by itself may seem harmless enough, but Opus Dei possesses many of the characteristics of a dangerous sect. Members - there are basically two sorts: celibate and noncelibate - are subject to a secret initiation rite. Obedience is sworn to the prelate-general and 'other authorised persons of the prelature'. Once inducted, they must submit to what is known as the 'formative norms' - a manner of mind conditioning. These include reporting weekly to a 'director' who has a right of regard over all their activities, personal and professional. Confessing once a week to an Opus Dei priest is mandatory. Celibate oblates must regularly wear a cilis - a spiked thigh chain used by religious communities in the Middle Ages - and practice self-flagellation. Married members are encouraged to send their children to Opus Dei schools. The schools serve as recruitment centres.

Opus Dei has been accused of being a church within the Church. It has its own doctrine, which it claims was divinely inspired. Moreover, it is the only Roman Catholic organisation - other than the Church herself - that believes it was created by God.

Most sects practice the cult of the founder. In Opus Dei's case, it is determined to have Escriva, who died in 1975, declared a saint before the millennium. But a number of prominent Catholics have protested, claiming that canonisation would weaken the credibility of the Church. One of Spain's leading theologians, Juan Martin Velasco, remarked: 'We cannot portray as a model of Christian living someone who has served the power of the state and who used that power to launch his Opus, which he ran with obscure criteria - like a Mafia shrouded in white - not accepting the papal magisterium when it failed to coincide with his way of thinking'.

Such weighty protests have not moved John Paul II, whose views on Escriva's saintliness, and regard for Opus Dei in general, are well known. A few days before the first 1978 Conclave after the death of Pope Paul VI (which elected John Paul I, who died after only 33 days in office) the future pope paid a visit to the Villa Tevere headquarters and prayed at Escriva's tomb. After the death of the founder's successor, Bishop Alvaro del Portillo, in 1994, John Paul II returned to the prelatic church and knelt before the prelate-general's funeral bier. This bending of protocol - a pope only kneels before the earthly remains of a cardinal - was regarded by many as a sign of fidelity to the organisation that had done everything in its power to raise him to the papal throne.

In spite of opposition from Paul VI's closest adviser, Cardinal Giovanni Benelli, in November 1982 John Paul II elevated Opus Dei to the unique status of personal prelature. Benelli had died of a sudden heart attack the month before. Since then the papal household has increasingly come under Opus Dei's domination.

The Work and its allies control the papal purse strings and the Vatican, after years of piling up deficits, now runs at a profit. It is claimed that the papal secretary, Monsignor Stanislaw Dziwisz, is an Opus Dei associate. During papal travels, Dziwisz makes a point of exchanging the customary Opus Dei form of salutation with local members. Opus Dei Archbishop Julian Herranz, one of the most powerful members of the Roman Curia, is co-chairman of the Papal Council of Advisers. His two co-chairmen are strong Opus Dei supporters, one of them having given key testimony to the Roman tribunal investigating Escriva's saintliness. Vatican spokesman Joaquin Navarro-Valls, a celibate lay member, holds ministerial status in the papal entourage.

On the secular front, Opus Dei is well represented throughout Latin America, where it has penetrated all levels of government, the military, and the business and financial establishments. In Peru, for example, Opus Dei forged a coalition of business and banking leaders with high-ranking bureaucrats that gave its backing to President Alberto Fujimori. When Tupac Amaru rebels seized the Japanese embassy last December, creating the 126-day hostage crisis, Fujimori called upon Archbishop Juan Luis Cipriani, from the mountain diocese of Ayacucho, to mediate - over the head of the Archbishop of Lima, Cardinal Augusto Vargas Zamora, a Jesuit. Cipriani, one of seven Opus Dei bishops in Peru, is now favoured to succeed Cardinal Vargas, who is past the retirement age, as archbishop of Lima, which traditionally means promotion to the cardinalate.

Opus Dei's fortunes in Europe have been less certain. The exception is Spain, where its political influence regained considerable potency after last year's electoral victory of the conservative Jose Maria Aznar. A devout Catholic whose wife is close to Opus Dei, Prime Minister Aznar's government is laced with Opus Dei dignitaries.

Opus Dei's political ideology has changed little since the 1950s when two of its leading strategists, Rafael Calvo Serer, a former director of the Spanish Institute in London, and Florentino Perez -Embid, published their treatises on Opus Dei as a Catholic regenerator with worldwide reach.

They maintained that the emergence of a new Spain within the European Community presented a God-given opportunity to recreate a form of militant Catholicism initiated by Holy Roman Emperor Charles V in the 16th century. Charles V was known as God's viceroy on earth. His imperial policies brought Spain to the height of her creative success, but they also aggravated the European rift between Catholics and Protestants and ended up bankrupting the empire. Nevertheless he placed on Peter's throne two popes of his choosing.

Calvo Serer and Perez-Embid reasoned that with galloping secularism overtaking the Western world, the only way to revitalise Christianity was to resume the Catholic crusade of Charles V - not this time with the resources of a single nation, but through a powerful and vital transnational Catholic movement, headed by Opus Dei. Like the Spanish empire of old, Opus Dei's new-look Holy League was to have large-spectrum antennae in Latin America and the United States.

Opus Dei's American influence blossomed during the Reagan administration. The prelature placed its agents inside the White House and recruited among the middle ranks of the Pentagon. Under Clinton, the situation is more ambiguous, with the exception of the FBI, whose director, Louis Freeh, is said to be a supernumerary (non-celibate) member. When asked for confirmation, Freeh declined to respond, having an FBI special agent reply in his stead. (The official FBI spokesman in Washington had never heard of Opus Dei.) 'While I cannot answer your specific questions, I do note that you have been 'informed' incorrectly,' John E Collingwood stated, without giving further details.

However it seems that Special Agent Collingwood was himself 'misinformed', as Opus Dei subsequently admitted that Freeh's brother, John, was indeed a celibate director of the Work's large centre in Pittsburgh.

In Belgium, France, Germany, and Italy, Opus Dei members are highly placed in the commercial and central banking sectors and within the government bureaucracy. Opus Dei was introduced to the Catholic aristocracy of Europe by former Queen Fabiola of Belgium, who is related through the House of Aragon to the Spanish Borbon family. One of Opus Dei's bitterest reversals occurred earlier this year when a Belgian parliamentary commission placed the organisation on a list of dangerous religious sects, proposing legislation to bring them under stricter control.

Opus Dei was handed another setback by the Socialist victory in France, where it has strong connections among the business establishment. President Chirac's wife, Bernadette Chodron de Courcel, although not a member, is a strong Opus Dei sympathiser. Under Alain Juppe, Opus Dei members held several important cabinet positions, controlling government policy on social communications, proposing legislation to repenalise homosexuality and playing a key role in the privatisation of TF1, a national television channel.

The presence of Opus Dei in the UK, though now w ell rooted, is nowhere near as pervasive. Its network of schools, subsidised with state funds, is concentrated in London, Manchester and Glasgow. Recently, however, Opus Dei established itself in Belfast. Opus Dei members run a youth club called Citywise, and have links with schools in Northern Ireland. A similar club exists in Dublin. Both have secured European Union support under the Youth for Europe programme.

It is part of Opus Dei's modus operandi never to spend - except as a last resort - its own money to finance 'good works', but always to dig into someone else's resources, public or private. Financial backers of Opus Dei projects are often private foundations, or public entities such as US AID, Adveniat in Germany, Unesco (whose director general, Federico Mayor, is Opus Dei) or the public instances of the European Union, where the Work is especially well represented.

Opus Dei schools in Kenya and Nigeria are partially financed by the British government. One former numerary, Dr John Roche, spent 10 years as a director of Strathmore College in Nairobi. During this time the British government paid a third of his salary into an account in London. But numeraries are required to turn their salaries over to the prelature. In this case, the amount totalled pounds 25,000.

After leaving Opus Dei, Roche - now a lecturer at Oxford - sued in the Chancery Division of the High Court of London to recover that part of his salary retained in the UK and other sums he loaned the prelature. Opus Dei successfully defended the case, claiming it owed him nothing. Afterwards Roche and his solicitors questioned the authenticity of certain documents placed in evidence by the defendants. Opus Dei's solicitors belatedly admitted that 'a number of the letters placed on exhibit were not written on the dates they bear but in 1976' - ie after the lawsuit was filed. Roche received an apology and recouped pounds 6,500 of the money as part of an out-of-court settlement.

If, as widely expected, Archbishop Cipriani receives a red hat in the next Consistory - the meeting of cardinals with the Pope - he will become Opus Dei's first cardinal. As a conservative Latin American, young (53 years old), and trimly sportive (a former Olympic athlete), this would make him an eminent papal candidate during the next Conclave. With the 77-year-old John Paul II ailing, many believe the next Conclave cannot be far off. Should an Opus Dei pope be elected, the sons of Josemaria Escriva will have successfully created a neo-Renaissance power structure with striking parallels to the one constructed by God's viceroy in the 16th century.


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RE: Priorado de Sião

#74149 | luso | 28 set 2004 15:13 | In reply to: #73611

Trabalhos: Opus Dei (1)
in "Rebeldia", nº 2, Grémio Rebeldia, Lisboa, Maio 1988
Esta é uma ténue imagem de uma organização religiosa que vive à sombra e à custa da Igreja Católica Romana, e que tenta, a todo o custo, conquistar o poder.
No final do século XX, quando o homem se esforça por alcançar cada vez mais bem estar, quando a ciência progride cada vez mais ao serviço desse bem estar, quando se consegue aumentar a esperança de vida, quando o homem caminha mais e mais para a personalização do indivíduo e para um maior acesso e democratização da cultura, quando o homem, enfim, defende a tolerância e a liberdade do indivíduo, existe uma organização que apela à penitência e à mortificação, exalta a dor humana, pratica a censura cultural, defende o escamoteamento de factos científicos (quando praticados ou defendidos por alguém contrário à sua doutrina) que, enfim, pretende dos seus elementos uma obediência cega e faz a apologia da despersonalização do indivíduo; quando esta instituição é tolerada e se mantém paulatinamente numa sociedade europeia com um elevado nível civilizacional, algo não está bem.
O paradoxo é demasiado.

João Pedro Ferro


1. História
A Opus Dei nasceu em 2 de Outubro de 1928 de uma visão. O então padre José Maria Escrivá de Balaguer (1902-1975) (2) viu qual a missão que Deus lhe destinou: a de "levar homens de todos os meios - começando pelos intelectuais para chegar depois aos outros - a responder a uma vocação específica que consiste em procurar a santidade e em fazer apostolado no meio do mundo, no exercício da sua profissão ou trabalho, sem mudar de estado".

Inicialmente, as mulheres não tinham cabimento na Obra de Deus (Opus Dei), mas uma nova "inspiração divina" (14 de Fevereiro de 1930) fez-lhe ver que também elas podiam participar da santificação. Constituíu-se então uma secção feminina, totalmente separada da masculina.

Iniciado em Espanha em 1928, somente em 1946 a Opus Dei iniciou a sua fase de expansão para diversos países do Mundo, encontrando-se em 1969 disseminada por 30 países (3). O primeiro país para onde se expandiu foi precisamente Portugal, onde, em 1946, Escrivá de Balaguer veio estabelecer os primeiros contactos com bispos. Nesse mesmo ano, chegaram alguns membros que fixaram residência em Coimbra, onde erigiram um centro. Espalharam-se depois para Lisboa e para o Porto.

Mas a vida da Opus Dei no interior da Igreja Católica Romana não foi pacífica.


"Tens a obrigação de te santificar. Tu também. Quem pensa que é tarefa exclusiva de sacerdotes e religiosos?" (Caminho, 291)
diz Escrivá de Balaguer. Este apelo à vocação da santificação no mundo cedo foi visto como heresia por muitos clérigos. No entanto, os maiores problemas que se colocavam eram de cariz jurídico, na medida em que a Opus Dei possuía leigos como directores espirituais e como elementos de formação. Ora, o Código de Direito Canónico de 1917, então em vigor, apenas previa, para as instituições internacionais, o direito dos religiosos, condição que a Opus Dei, mediante as suas estruturas sociais profanas, largamente ultrapassava. Além do mais, existia um latente conflito com as autoridades eclesiásticas territoriais pois, ao contrário do que o direito canónico prescrevia, os sacerdotes da Opus Dei não se colocavam debaixo da autoridade episcopal da sua diocese.

Não vamos aqui referir todos os passos do processo de regularização da Opus Dei no seio da Igreja Católica Romana, na medida em que, além de fastidioso, depararíamos com questões de Direito Canónico que ultrapassam os nossos conhecimentos. Diga-se somente que, apenas em 1947, a instituição Opus Dei encontrou o primeiro estatuto jurídico, com a criação dos Institutos Seculares, pela Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia(4) e que a aprovação definitiva da Opus Dei pela Santa Sé se verificou somente em 1950 (16 de Junho), com o decreto Primum inter de Pio XII.

A solução jurídica definitiva para a Opus Dei foi encontrada através da criação de Prelaturas Pessoais ou Apostólicas, pelo Decreto Presbyterorum ordinis (7.12.1965) e pelo "Motu Proprio" de Paulo VI, Ecclesiae sanctae (6.8.1966). No entanto, culminando estudos elaborados desde 1969, a Opus Dei apenas foi erigida em Prelatura Pessoal em 28 de Novembro de 1982, pela Constituição Apostólica Ut sit.

As prelaturas pessoais(5) são "estruturas jurídicas, de carácter puramente pessoal" (ou seja que normalmente não se circunscrevem a um espaço territorial, como as dioceses) "e secular, erigidas pela Santa Sé para a realização de actividades pastorais peculiares, à escala de uma região, de uma nação ou do mundo inteiro".


2. Estrutura organizativa e importâcia mundial
A prelatura pessoal Opus Dei ou, mais correctamente, a Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei, encontra-se dotada de Estatutos próprios, depende da Sagrada Congregação para os Bispos, e a sede do seu governo central é em Roma (Viale Bruno Buozzi, 75).

O governo central é dirigido por um Prelado (actualmente Mons. Álvaro del Portillo), eleito vitaliciamente por um congresso electivo para esse fim convocado. Deve exercer o sacerdócio há, pelo menos, cinco anos e ser confirmado pelo Papa.

O Prelado pode designar um Vigário Auxiliar e dirige, tanto a secção masculina como a secção feminina, coadjuvado pelos respectivos orgãos de consulta.

Estes são um Conselho Geral, que o auxilia na direcção da secção masculina e que é constituído pelo Vigário Auxiliar (caso o haja), pelo Vigário Secretário Geral, pelo Vigário para a secção feminina (denominado Vigário Secretário Central), por três Vice-Secretários, por um Delegado de cada região pelo menos, pelo Prefeito de Estudos e pelo Administrador Geral; na direcção feminina, por sua vez, é auxiliado pelo Vigário Auxiliar (se o houver), Vigário Secretário Geral, pelo Vigário Secretário Central e pela Assessoria Central, organismo semelhante e com funções análogas ao Conselho Geral da secção masculina.

Todos estes dignatários, com excepção do Vigário Auxiliar, são nomeados por oito anos.

As relações com a Santa Sé são asseguradas por um Procurador, que deve ser sacerdote. De igual modo são obrigatoriamente escolhidos entre os sacerdotes o Vigário Auxiliar, o Vigário Secretário Geral e o Vigário Secretário Central. A direcção espiritual comum de todos os membros da Opus Dei é coordenada por um Director Espiritual Central, sob a direcção do Prelado e dos Conselhos.

A Opus Dei congrega dentro de si sacerdotes e leigos. Os sacerdotes incluem o clero de prelatura, constituído por leigos que, além de uma formação civil superior, seguem, no seio da Prelatura, os necessários estudos eclesiásticos; e por sacerdotes que se adscrevem à Opus Dei, oriundos de uma diocese, através da Sociedade sacerdotal da Santa Cruz, associação fundada pela Opus Dei. Estes últimos mantêm-se, no entanto, na dependência total e exclusiva do bispo da respectiva diocese.

Os leigos dividem-se em Numerários, Agregados, Supranumerários e Cooperadores.

Os Numerários são sacerdotes e leigos que colaboram com "todas as suas forças e uma disponibilidade total" nas tarefas apostólicas particulares da Opus Dei, resistindo normalmente nos centros da Prelatura. Cabe-lhes a formação dos fiéis e a direcção das actividades apostólicas.

Os Agregados são leigos que, vivendo "no celibato apostólico", residem no interior das suas famílias naturais. Exige-se-lhes, à semelhança dos anteriores, uma dedicação total à Opus Dei.

Os Supranumerários são leigos solteiros ou casados, que apenas participam na Obra de Deus na medida em que as suas actividades pessoais e familiares o permitam.

Finalmente, os Cooperadores são aqueles que, não sendo membros da Opus Dei, colaboram nas suas tarefas, com "a oração, a esmola e mesmo o seu trabalho". Segundo a bibliografia, podem ser indivíduos que nao sejam católicos ou, inclusivamente, não cristãos!

Insiste-se na variedade dos membros leigos da Opus Dei, que pertencem a todas as condições sociais, desde simples pedreiros a políticos, não havendo assim nenhuma forma de elitismo social. No entanto, como um pouco mais adiante analisaremos, as preferências de recrutamento são bem marcadas, dando-se preferência ao intelectual e ao estudante universitário.

Vejamos agora como se processa o ingresso na Opus Dei. A idade mínima é de 18 anos, não havendo limite etário superior. A entrada faz-se por meio de um vínculo de carácter contractual entre a Prelatura e o leigo: a prelatura compromete-se a assegurar uma formação "doutrinal-religiosa, espiritual, ascética e apostólica" e assegura ainda a ajuda pastoral particular dos sacerdotes da Prelatura, bem como o cumprimento de todas as obrigações impostas pelos Estatutos da Opus Dei; por seu lado, o interessado compromete-se a permanecer sob a jurisdição do Prelado e dos altos dignatários da Prelatura e declara estar firmemente disposto a procurar a santidade e a fazer apostolado. Compromete-se ainda a cumprir todos os deveres que as normas da Opus Dei obrigam e a obedecer às suas autoridades em matérias de regime de espírito e de apostolado.

Segundo Dominique Le Tourneau, todos são livres de se desligar da Opus Dei, embora acrescente que isso não significa "que as almas não estejam ajudadas a perseverar mediante direcção espiritual apropriada".

A Opus Dei exige do novo elemento uma obediência absoluta e incondicional dos Directores da Prelatura, ou seja, aos Directores Espirituais. Embora Escrivá de Balaguer refira tratar-se de uma obediência voluntária e responsável, através do espírito de iniciativa de seres inteligentes e livres, uma peuqena análise de alguns passos do Caminho mostra algo diferente:


"Director. Precisas dele. Para te entregares, para te dares..., obedecendo. E Director que conheça o teu apostolado, que saiba o que Deus quer; assim secundará, com eficácia, a acção do Espírito Santo na tua alma, sem te tirar do lugar em que estás..., enchendo-te de paz, e ensinando-te a tornar fecundo o teu trabalho" (Caminho, 62).
"Nos trabalhos do apostolado não há desobediência pequena" (Caminho, 614).

"Obedecer... - Caminho seguro. Obedecer cegamente ao superior {...}" (Caminho, 914)

Mas a Opus Dei exige mais. Exige "uma intensa vida sacramental, principalmente centrada na Missa e na Comunhão diárias e na Confissão semanal; a prática habitual da oração mental (até uma hora por dia); a leitura do Novo Testamento e de um livro de espiritualidade; a recitação do Terço; o exame de consciência; uma recolecção mensal e um Retiro anual; a procura constante da presença de Deus; a consideração da filiação divina; a recitação de comunhões espirituais, actos de desagravo, orações jaculatórias", etc., etc. Exige igualmente a prática quotidiana do sacrifício e da penitência, incluindo a mortificação.

Segundo o que nos foi possível apreender de informações obtidas, a ministração da doutrina faz-se por meio de meditação individual e colectiva, através de aulas e palestras. Pelo menos num nível mais elementar, existem três tipos de "sessões" doutrinárias: uma meditação semanal, motivada por um jovem, versando temas da doutrina da Opus Dei, onde os grupos rondam as 4 ou 5 pessoas e se requerem homogéneos. Uma outra sessão, de cerca de 2 horas e 30 minutos, efectua-se três vezes por semana, constando de uma palestra sobre doutrina da Igreja, uma missa e uma meditação interior, que é efectuada do seguinte modo: o orador ou um sacerdote vão efectuando interrogações em voz alta, a que cada indivíduo deve responder interiormente. A sessão termina com uma confissão, que é facultativa. Por fim, realizam-se semanalmente conferências, proferidas por pessoas mais antigas na Opus Dei, versando de um modo mais pragmático, problemas da Sociedade e a sua resolução de acordo com a doutrina da Obra.

Acrescente-se que os membros da Opus Dei têm sempre à sua disposição um capelão para se confessarem e o seu director a quem nada devem ocultar.

Em 1984, o número de fiéis leigos da Prelatura rondava os 73 000, de 87 nacionalidades, equilibrando-se o número de homens e mulheres. Do que resulta, uma média de cerca de 840 membros leigos por nação. Pesando muito embora todos os condicionalismos de um número calculado de modo tão simplista, verifica-se que a implantação social da Opus Dei não era, em 1984, muito elevada. Quanto ao número de sacerdotes, estes eram, em 1985, cerca de 1220 apenas, sendo o crescimento anual da ordem de 60 sacerdotes, o que, a manter-se, levará a um número, em finais de 1988, de cerca de 1400. Assim, em 1984, os sacerdotes representavam cerca de 1,6% do total dos membros da Opus Dei.

Em Portugal, em finais de 1985, existiam cerca de 2000 membros, incluindo aproximadamente 15 sacerdotes, representando 0,75% do total. Concentravam-se sobretudo em Lisboa, Porto e Coimbra, embora existissem igualmente membros em Braga, Guimarães, Famalicão, Lamego, Viseu, Guarda, Aveiro, Figueira da Foz, Leiria, Caldas da Rainha, Évora, Montemor-o-Novo, etc.

Apesar de a sua implantação social não ser muito elevada, a Opus Dei não é vista com muito bons olhos por grande parte da hierarquia católica, na medida em que constitui como que um "Estado" dentro da Igreja e possui poderosas influências, chegando mesmo a suspeitar-se da sua responsabilidade na escolha do presente Papa.

No mundo profano, o seu papel não é menor em certos países como, por exemplo, em Espanha ou em Itália, onde por vezes transpiram para os jornais certos pormenores da sua influência política e económica(6).

Este poder efectivo tende a aumentar, na medida em que os alvos preferenciais do recrutamento da Opus Dei são os intelectuais, os professores universitários e os estudantes universitários, muitos deles futuros professores. Asseguram assim um proselitismo fácil e eficaz.

Quanto a orgãos de informação próprios, o Governo Central elabora um Boletim Informativo que, depois de traduzido, é distribuído gratuitamente a quem o quiser pela Vice-Postulação de cada país. Em Portugal saiu já o nº 7.


3. Doutrina e Filosofia
Vejamos um pouco mais pormenorizadamente quais os fins práticos da Opus Dei. Segundo um documento emanado em 1983 da Santa Sé, estes são dois, ambos pastorais:

a) cumprimento dos compromissos ascéticos, formativos e apostólicos da Prelatura;
b) apostolado do presbitério e do laicado da Prelatura, a fim de difundir pela sociedade o chamamento universal à santidade.


No entanto, Escrivá de Balaguer é mais preciso:
"O fim geral do Instituto(7) é a santificação dos seus membros pela prática dos conselhos evangélicos e a observância das próprias constituições."(8).

"O fim específico é trabalhar com todas as forças para que as classes dirigentes, principalmente os intelectuais, adiram aos preceitos e ainda aos conselhos de Cristo Nosso Senhor e os ponham em prática, e deste modo, fomentar e difundir a vida de perfeição em todas as classes da sociedade civil e formar homens e mulheres para o exercício do apostolado no mundo"(9).

Fica assim bastante claro o modo inteligente como a Opus Dei pretende conquistar o mundo para a salvação: primeiro e principalmente, convencer os intelectuais e dirigentes, por são esses que efectivamente governam o destino dos povos e, sobretudo, lhes ministram educação e cultura.

Compreende-se de imediato a finalidade da Opus Dei em se implantar prioritariamente junto de centros universitários. É neles que se forma a maioria dos dirigentes e intelectuais das nações. Aumentam assim as possibilidades de colocar no poder elementos que actuem debaixo do seu controle.

Muito embora Dominique Le Tourneau refira que a Opus Dei não tem doutrina própria e não constitui escola própria em questões filosóficas, teológicas ou canónicas - assim teria de ser para a sua aceitação no seio da Igreja -, pela leitura do seu livro fundamental, o Caminho e de outras obras devidas a Escrivá de Balaguer, torna-se claro que possui uma doutrina e uma filosofia próprias.

O Caminho (Camino na versão original castelhana), foi escrito por José Maria de Balaguer em 1934. Em 1987, contava já com 216 edições, em 37 idiomas, num total de 3 409 664 exemplares. É um livro escrito em discurso directo, em forma de confidências. Consta de 999 artigos ou versículos, divididos por 46 capítulos. Destina-se prioritariamente aos jovens do sexo masculino.

Uma análise forçosamente superficial desta obra permite distinguir claramente algumas linhas-força que julgamos necessário salientar.

a) Apelo à despersonalização individual através de uma constante humilhação e de uma subjugação completa ao Director espiritual.


"Não te esqueças de que és... o depósito do lixo. [...] Humilha-te; não sabes que és o caixote do lixo?" (Caminho, 592).
"Não desaproveites a ocasião de abater o teu próprio juízo: - Custa..., mas que agradável é aos olhos de Deus" (Caminho, 177).

"Não és humilde quando te humilhas, mas quando te humilham e o aceitas por Cristo" (Caminho, 594).

A entrega ao Director espiritual deve ser total, como já aqui foi referido, sendo ele quem determina a acção de cada membro da Opus Dei, nos mais variados aspectos:


querendo casar, deve o Director ou o confessor aconselhar a leitura de um livro adequado, com o qual será mais fácil "levar dignamente as cargas do lar" (Caminho, 26);

a ele nada se deve ocultar, nem mesmo as invectivas dos inimigos:

"Não ocultes ao teu Director essas insinuações do inimigo. A tua vitória, ao fazeres a confidência, dá-te mais graça de Deus. E, além disso, tens agora, para continuares a vencer, o dom do conselho e as orações do teu pai espiritual" (Caminho, 64);

mesmo que não tenha razão, é quase inquestionável:

"[...] e nunca o contradigas diante dos que lhe estão sujeitos, mesmo que não tenha razão" (Caminho, 954).

O espírito crítico apresenta-se, por sua vez, como algo prejudicial à santificação do homem e à prática do apostolado, pelo que deve ser combatido sem tréguas:

"[...] haveis de trazer um manto invisível que cubra todos e cada um dos vossos sentidos e potências [...]" (Caminho, 946).
"É má disposição ouvir as palavras de Deus com espírito crítico" (Caminho, 945).

"No Apostolado, estás para te submeteres, para te aniquilares; nã para impor o teu critério pessoal" (Caminho, 936).

e se, para além destes conselhos, o espírito crítico persistir, como é um grande estorvo para a obra pessoal, a solução é de imediato apontada:


"[...] pega numa caneta e num papel, escreve simplesmente e confiadamente - ah!, e com brevidade - os motivos que te preocupam, entrega a nota ao superior, e não penses mais nela. - Ele, que é quem vos dirige e tem graça de estado, arquivará a nota... ou deitá-la-á no cesto dos papéis. - Para ti, como o teu espírito crítico não é murmuração, e só o exercitas para fins elevados, tanto faz" (Caminho, 53).
É o superior, ou seja o director, quem decide da importância das inquietações e dúvidas de cada um e, em todo o caso, não se pense que se consegue uma resposta para estas interrogações. Na melhor das hipóteses, estas são arquivadas!


b) Penitência frequente e mortificação constante.

São ideias permanentes ao longo de todo o ideário desta instituição. Sendo cautelosa em não assustar de imediato com práticas físicas, a Opus Dei explica que a mortificação constante resulta muito melhor e oferece uma maior possibilidade de purificação espiritual, se for permanentemente praticada nas coisas simples do dia a dia: se se tiver sede, atrasar meia hora o acto de beber água; se se tiver vontade de fumar um cigarro, não o fumar logo; comer menos do que aquilo que nos apetece; reter o possível as necessidades fisiológicas; etc., etc. Mas, enfim, todas as formas de mortificação são lícitas. Todos estes sacrifícios são efectuados constantemente pela remissão das faltas humanas e oferecidos a Deus. Assim se caminha no sentido da santificação individual e se ganha uma maior experiência espiritual.
Vejamos agora alguns interessantes passos do Caminho, complementados pelos de uma obra póstuma de Escrivá de Balaguer, Sulco, escrita no mesmo estilo da anterior(10):


"Nenhum ideal se torna realidade sem sacrifício. Nega-te a ti mesmo, É tão belo ser vítima!" (Caminho, 175).
"Onde não há mortificação, não há virtude" (Caminho, 180).

"Bendita seja a dor. Amada seja a dor. Santificada seja a dor... Glorificada seja a dor!" (Caminho, 208).

"O teu maior inimigo és tu mesmo" (Caminho, 255).

"A mortificação é de uma importância extraordinária, sob todos os pontos de vista:
por razões humanas, pois quem não sabe dominar-se a si mesmo nunca influirá positivamente nos outros, e o ambiente vencê-lo-á, quando satisfizer os seus gostos pessoais: será um homem sem energia, incapaz de um esforço grande quando for necessário;
por razões divinas: não te parece justo que, com estes pequenos actos, demonstremos o nosso amor e acatamento a quem tudo deu por nós?" (Sulco, 980).

"Que pouco vale a penitência sem a contínua mortificação" (Sulco, 223).

"Um dia sem mortificação é um dia perdido, porque não nos negámos a nós mesmos, não vivemos em holocausto" (Sulco, 988).


c) Apelo à criação de leaders

Esta é outra das constantes da doutrina contida no Caminho, apesar dos aspectos contraditórios ao desenvolvimento de uma personalidade, já apontados. Apela-se a que o jovem se torne num "chefe", que seja o melhor na sua profissão, de modo a sobressair e a conquistar os mais elevados postos:

"[...] Corrige-te, por favor. Néscio e tudo, podes chegar a ocupar cargos de direcção (mais de um caso se tem visto) e, se não te persuades da tua falta de dotes, negar-te-ás a escutar os que têm dons de conselho [...]" (Caminho, 352).
"Estudante: forma-te numa piedade sólida e activa, sobressai no estudo, sente firmes desejos de apostolado profissional. E eu te prometo, ante o vigor da tua formação religiosa e científica, próximas e amplas conquistas" (Caminho, 346).

Outros aspectos poderiam ser focados acerca da doutrina e da filosofia da Opus Dei. Salientaremos ainda a censura cultural a que cada membro se encontra sujeito, como que para concluir acerca do espírito desta instituição:


"Livros. Não os compres sem te aconselhares com pessoas cristãs, doutas e discretas. Poderias comprar uma coisa inútil ou prejudicial [...]" (Caminho, 339).

Algumas palavras ainda acerca dos métodos de difusão da ideologia da Opus Dei e da sua atitude para com opiniões contrárias.
A Opus Dei tem pretensões universalistas, como aliás é característico de todas as seitas e sociedades de fundo cristão. O proselitismo deve ser uma das características de todos os seus membros, que devem trabalhar individualmente no sentido de cativarem novos elementos, através do seu exemplo.

No entanto, a Opus Dei requer discrição, na medida em que o publicitar a condição de membro da Prelatura pode atrair o inimigo e, como a sua doutrina e ideologia nem sempre se encontra consistentemente apegada ao coração dos seus membros, estes podem ser desviados do apostolado mediante argumentação fácil. O apostolado deve ser praticado na sociedade, no interior da família ou do grupo profissional, no seio dos amigos, com naturalidade mas com constância. E deve o "apóstolo", além disso, utilizar os meios que esses grupos põem à sua disposição:


"Que passe inadvertida a vossa condição, como passou a de Jesus durante trinta anos" (Caminho, 840).
"Acredita em mim, o apostolado, a catequese, em geral, tem de ser capilar: um a um. Cada crente com o seu companheiro imediato.
A nós, filhos de Deus, importam-nos todas as almas, porque nos importa cada uma delas" (Sulco, 943).

"Cala-te. Não te esqueças de que o teu ideal é como uma luzinha recém-acesa. Pode bastar um sopro para apagá-la do teu coração" (Caminho, 644).

"Os sectários vociferam contra aquilo a que chamam 'o nosso fanatismo', porque os séculos passam e a Fé católica permanece imutável.
Pelo contrário, o fanatismo dos sectários - porque não tem relação com a verdade - de época para época muda de vestidura, elevando contra a Santa Igreja o espantalho de meras palavras, esvaziadas de conteúdo pelos seus actos: ' liberdade' que aprisiona; 'progresso' que faz regressar à selva; 'ciência' que esconde ignorância... Sempre um barracão que encobre velha mercadoria estragada.
Oxalá que o teu 'fanatismo' se torne cada dia mais forte pela Fé, única defesa da única Verdade!" (Sulco, 933).

A atitude para com aqueles que se opõem ou não concordam com os ideais da Opus Dei é muito simples: ignorá-los completamente, por muito que seja o mérito ou o valor do inimigo:


"Servir de altifalante ao inimigo é uma soberana idiotice; e, se o inimigo é inimigo de Deus, é um grande pecado. Por isso, no terreno profissional, nunca louvarei a ciência de quem se serve dela como cátedra para atacar a Igreja" (Caminho, 836).
"Não se pode tolerar que ninguém, nem mesmo com bom fim, falseie a história ou a vida. Mas constitui um grande erro levantar um monumento aos inimigos da Igreja, que consumiram os seus dias a persegui-la. Convence-te: a verdade histórica não sofre por um cristão não colaborar na construção de uma estátua que não deve existir: desde quando o ódio se apresentou como modelo?" (Sulco, 938).

É sintomática e interessante a referência que se faz às sociedades secretas (o que são sociedades secretas: Maçonaria, Opus Dei, Mafia, FP-25?!) ao mesmo tempo que ilustra melhor aquilo que já referimos acerca dos "chefes":


"Chefes!... Viriliza a tua vontade, para que Deus te torne chefe. Não vês como procedem as malditas sociedades secretas? Nunca conquistam as massas. Nos seus antros, formam uns tantos homens-demónios que se agitam e movimentam as multidões, tresloucando-as, para fazê-las ir atrás deles, ao precipício de todas as desordens... e ao Inferno. Eles levam uma semente amaldiçoada. [...]" (Caminho, 833)

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Notas:

A bibliografia utilizada para este artigo resume-se, essencialmente, ao livrinho de Dominique Le Tourneau, O Opus Dei, tradução do francês de Margarida Martins, Lisboa, Editora Rei dos Livros, 1985. Os passaos citados entre aspas referem-se a esta obra. O leitor encontra neste livro uma extensa bibliografia sobre o assunto, com indicação das obras traduzidas em português.
Utilizou-se ainda:
Ardanaz (Cecília de), "Opus Dei, a 'santa mafia' não se confessa", in O Jornal Ilustrado, suplemento ao no. 577 de O Jornal, 14.3.1986, pp. 4-5.
Boletim Informativo, no. 7, Lisboa, Vice-Postulação do Opus Dei em Portugal, s.d. [1987].

Escrivá de Balaguer (José Maria), Caminho, 13a. ed., versão portuguesa de Manuel Rosas da Silva, Lisboa, Edições Prumo-Editorial Aste, 1979 (citado Caminho, seguido do número do versículo).
Idem, A Constituição Apostólica "Provida Mater Ecclesia" e o Opus Dei, Porto, 1949.
Idem, Sulco, 1a. ed., versão portuguesa de Osvaldo Aguiar, Lisboa, Edições Prumo-Editora Rei dos Livros, 1987.
Europe et Laïcité, no. 115, Paris Centre d'Action Européene Démocratique et Laïque, Nov.-Dez. 1987-Jan. 1988.
Opus Dei, Coimbra, 1954.

Sobre Escrivá de Balaguer cf., entre outros, Salvador Bernal, Mons. Escrivá de Balaguer, Apontamentos sobre a vida do Fundador do Opus Dei, Lisboa, Edições Prumo-Editorial Aster, 1978.

1946: Inglaterra, Itália; 1947: França, Irlanda; 1949: E.U.A., México; 1950: Chile, Argentina; 1951: Colômbia, Venezuela; 1954: Alemanha; 1953: Peru, Guatemala; 1956: Suiça, Uruguai; 1957: Brasil, Áustria, Canadá; 1958: Salvador, Quénia, Japão; 1959: Costa Rica; 1960: Holanda; 1962: Paraguai; 1963: Austrália; 1964: Filipinas; 1965: Nigéria, Bélgica; 1969: Porto Rico (D. Le Tourneau, ob. cit., p. 14).

Cf. Escrivá de Balaguer, A Constituição Apostólica "Provida Mater Ecclesia" e o Opus Dei, Porto, 1949.

Cf. Código de Direito Canónico promulgado por S. S. o Papa João Paulo II, versão portuguesa de A. Leite, 2a. edição, Braga, Apostolado da Oração, 1983, cânones 294-297.

Em Espanha lembre-se o famoso "caso Matesa", acerca de uma empresa têxtil de exportação, que deu origem a um escândalo finaiceiro, envolvendo dirigentes franquistas da época e a própria Igreja. Mas recentemente, o jornal El Pais (Agosto, 1987) denunciou negociações entre o Governo madrileno e a Santa Sé para a retirada do embaixador espanhol do Vaticano (acusado pelos conservadores católicos de ser agnóstico e candidato ao divórcio): uma das condições impostas por Madrid seria que o Vaticano não nomeasse para Espanha mais bispos pertencentes à Opus Dei. Como o embaixador foi mudado em Setembro último, presume-se que o Vaticano tenha aceite a condição (cf. Europe et Laïcite, no. 115, cit., pp. 10-11); Em Itália, a Opus Dei deu igualmente escândalo político ao ter sido publicado, em 1986, no semanário L'Expresso, alguns dos 479 artigos de um suposto regulamento "secreto" da Obra, que teria estado em vigor até 1982, data em que a Opus Dei foi elevada a "Prelatura Pessoal". Pelas disposições desse regulamento e pela disposição final do segundo regulamento ("Todos os membros da prelatura estão sujeitos às mesmas obrigações do regime antigo"), este sim entregue às autoridades eclesiásticas, chegou a ser pedido um inquérito parlamentar, na medida em que; sendo assim; a Opus Dei caía no estatuto de sociedade secreta, proibida pela lei italiana no. 17 de 25 de Janeiro de 1982 (CF. Cecília de Ardanaz, ob. cit.).

Instituto secular, primeiro estatuto jurídico da Opus Dei, concedido pela Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia (2.2.1947).

Escrivá de Balaguer, A Constituição Apostólica "Provida Mater Ecclesia" e o Opus Dei, Porto, 1949, p. 19.

Opus Dei, Coimbra, 1954, art. 9.

A primeira edição desta obra data de Outubro de 1986. Em finais de 1987 contava já com 12 edições, em 5 idiomas, num total de 140 989 exemplares. Edição portuguesa citada na nota 1.

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Re: Ventos de Espanha

#74152 | aquiles | 28 set 2004 16:01 | In reply to: #74149

Hoje em dia, a grande instituição rival da maçonaria, parece ser a Opus Dei, nascida em Espanha. Mas já no passado, a sua grande rival era a Companhia de Jesus - curiosamente, também nascida em Espanha. Eu prezo muito a acção da Companhia de Jesus. Quanto à Opus Dei, não tenho ainda uma opinião formada, mas acho curiosa essa alteração de alvo a abater por parte da maçonaria.

De nada vale andarem a atacar-se uns aos outros, quando muito do que está verdadeiramente em causa, não foi sequer estudado pela ciência, e enquanto estes assuntos continarem a ser tratados como tabu pela comunidade científica, teremos ainda durante muito tempo o aproveitamento da ignorância geral por parte das instituições secretas e semi-secretas. No fundo, tudo resume-se a uma luta pelo Poder ... e Conhecimento é Poder, não é verdade?

Cumprimentos
Aquiles

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RE: Priorado de Sião

#74153 | Luís_MCS_Froes | 28 set 2004 16:37 | In reply to: #74149

Caro José Pedro Ferro,

O Senhor fala tanto de tolerância mas considera errado tolerar-se a Opus Dei.
É a velha "tolerância dos tolerantes" de Voltaire, aquela "tolerância" que só tolera os tolerantes.
Só está na Opus Dei quem quer. Não percebo, por isso, o porquê de tanta indignação. Será a inveja? Provavelmente.
No século XVIII muitos pretenderam acabar com a Companhia de Jesus. Volvidos algumas décadas, compreendeu-se a sua importância e o seu brilhantismo. Estou certo de que, um dia, a Opus Dei será reconhecida pelos serviços prestados à Igreja e a Deus Nosso Senhor.

"...exalta a dor humana..."

A Opus Dei não exalta a dor humana. A Opus Dei sabe que a dor faz parte da vida, que não se lhe pode fugir e que é necessário aceitá-la. Jesus Cristo não salvou os homens com palavrinhas, salvou-os com o sofrimento e com a dor na Sua Paixão.

"numa sociedade europeia com um elevado nível civilizacional..."

Uma sociedade europeia com um elevado nível civilizacional? Acha mesmo?
Acha que uma sociedade que despreza a vida, legalizando aborto e a caminhar para a liberalização da eutanásia e infanticídio, é uma sociedade civilizada?
Uma sociedade onde um tal de Chirac faz uma lei de proibição do uso de símbolos religiosos é uma sociedade civilizada? Uma sociedade que nega as suas origens cristãs para dar lugar a um relativismo e a um niilismo assustadores, para dar lugar a um materialismo fútil e selvagem, para dar lugar a uma mentalidade que persegue o sentido religioso é uma sociedade civilizada?
Em suma, uma sociedade que não conhece o amor pelo próximo e a caridade é uma sociedade civilzada?

Se acha que a Europa de hoje é uma sociedade de um elevado nível civilizacional, percebo que defenda a Maçonaria. No fundo, defende a barbárie dos abortos, a intolerância religiosa dos governantes e perseguição ao Cristianismo e aos seus valores.
Está tudo dito.
Abstenho-me de intervir mais, definitivamente.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#74154 | zea | 28 set 2004 17:01 | In reply to: #74153

Atenção, Luis Froes, que essa nonchalance (não consigo arranjar palavra em português que não me arrepie), em relação às "palavrinhas" de Jesus ... deve ter posto o tal mafarrico às gargalhadas ...
O que lhe vale é ser pequenino.
Cumprimentos.
MJ

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RE: Priorado de Sião

#74179 | mivapi | 29 set 2004 01:10 | In reply to: #74153

Caro Luiz Froes

Venho mais uma vez felicitá-lo pelas suas palavras que definem com brilho as vicissitudes por que passa a Cristandade.

Como tenho mais uns anos que o Luiz, atrevo-me a fazer-lhe uma sugestão: não dê resposta a peças jornalísticas desprovidas de objectividade, eivadas de má-fé e cuja colocação neste espaço teve um intuito meramente provocatório.

Um Abraço
MVP

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RE: Priorado de Sião

#74185 | zepas | 29 set 2004 12:51 | In reply to: #74153

Caro Luis Froes,

Não obstante a impressionante dimensão da Paixão de Cristo, não desmereça as Suas "palavrinhas". É nela que se contêm a Sua mensagem. E, consequentemente, a nossa salvação.

A dor por si só não é caminho para lado algum, muito menos para a salvação.

Cumprimentos,
JP

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RE: Priorado de Sião

#74187 | GANDALF | 29 set 2004 13:05 | In reply to: #73611

Caros Amigos,

Apesar do tópico ter começado no dia 22, só agora tive tempo para ler as mensagens (não todas, mas uma grande parte) e decidi também eu escrever a minha opinião.
Quanto ao livro em questão (o qual já li) considero o livro excelente do ponto de vista de ficção e romance. Quanto ao tema abordado, confesso que não percebo qual a indignação de muitas pessoas. Não vou estender a minha análise quanto a teoria sobre Cristo, opus dei, templários, maria madalena, priorado do sião, etc. Também acho que esta teoria pode "picar" a Igreja Católica Apostólica Romana e não o Cristianismo (não Catolicismo). A mensagem de Jesus Cristo (segundo a Biblia) era de paz, amor, respeito, fraternidade. Em resumo era uma mensagem bela e bonita de ser seguida. Que eu saiba não é por Cristo ter sido ou não casado e com filhos (suposição) que a mensagem é deturpada.
Quando falamos da instituição Igreja Católica estamos a falar duma instituição que nasceu pela mão do Imperador Constatino e não por Jesus Cristo. A "Igreja" de Jesus, (o qual Pedro foi o primeiro "papa") era um movimento que tinha como objectivo difundir a mensagem de Cristo, a qual referi anteriormente.
O problema de hoje (na minha modesta opinião) é que essa mensagem foi muito alterada que pela Igreja, que por todas as outras seitas, comunidades, movimentos, etc. Por isso é que assistimos a um "divórcio" entre as pessoas e as instituições religiosas.

Falando agora da teoria que baseia o livro "Código da Vinci", é óbvio que existem imprecisões, mas também existem verdades. Após ler o livro optei por procurar outra literatura, esta mais histórico-cientifica, também para tentar perceber onde está a verdade e a mentira.Como devem calcular não é em poucos dias que se consegue chegar a conclusões.

Depois desta pequena dissertação devo informar que sou um ateu convicto (até agora), que no entanto gosta e necessita de ter explicações sobre tudo o que o rodeia, talvez por isso olhe para esta temática duma maneira menos emotiva.

Um abraço de respeito e amizade

Alf Vieira

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RE: Priorado de Sião

#74188 | cyrne | 29 set 2004 13:12 | In reply to: #74187

Caro Alf Vieira,

Concordo com tudo o que disse excepto no que diz respeito ao ateiismo, pois tenho Fé e acredito em Deus.

Cumprimentos,

Vasco Cyrne

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RE: Priorado de Sião

#74196 | Correia74 | 29 set 2004 14:37 | In reply to: #74187

Caro Alf Vieira,

Parabéns! Conseguiu chegar aos pontos fulcrais: O livro é uma obra de ficção, não pretende ser um documentário. Por esse mesmo motivo, não deve ser levado à letra. Nem sequer devem existir melindres seja por que motivo for.

Quanto às supostas organizações (semi)secretas como o priorado de sião, que deu origem a este tópico, não posso, nem devo comentar se existe, se não existe, ou quais são os seus moldes. Uma coisa é verdade... se a mesma existe, não é secreta! :-|

A mensagem de Jesus Cristo, quando bem entendida, é sem sombra de dúvida a melhor que, alguém que já tenha passado pelo planeta, deixou.

A Igreja Católica, como a própria admite hoje em dia, não pretende ser a única e verdadeira entre as outras. Denota alguma tolerância por parte da mesma, o que é bom. Longe vão os tempos da Inquisição e não nos devemos pautar pelos erros que a mesma cometeu no passado. Não nos esqueçamos que a Igreja Católica foi feita pelo homem, não por Deus.

Quanto a mim, se uma pessoa é católica, judia,muçulmana, budista, ateia, etc, não me interessa. Não são as crenças religiosas dos homens que os fazem mais o menos bons. São sim, o seu bom caracter, altruísmo, compreensão, amor pelo próximo, etc. Cada um acredita no que acredita e não será concerteza nenhum de nós que os vai fazer acreditar no que quer que seja. Não podemos ser "fundamentalistas" em relação a este tema. Todos nós temos à vista, todos os dias, o que faz o fundamentalismo, que por vezes nem o é... são as notas de US$... mas isso agora não interessa

Não pretendo lançar qualquer tipo de confusão com ninguém, neste tópico. Apenas concordei com quase tudo o que escreveu no seu post.

Cumprimentos,

Cláudia

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RE: maçons e opus dei é lixo do mesmo saco

#74197 | magalp | 29 set 2004 14:40 | In reply to: #74129

Caro Lopo

Abro novo tópico com "Pinto de Mesquita Carvalho de Magalhães", pois neste somos já carta fora do baralho!

MM

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RE: Priorado de Sião

#74220 | Luís_MCS_Froes | 29 set 2004 18:32 | In reply to: #73611

Caros Senhores,

Para que se perceba que a Igreja é o sinal da presença de Jesus Cristo e que é a através dela que Ele se revela em todo o seu esplendor aconselho a todos a leitura de uma obra de Monsenhor Luigi Giussani chamada "Porquê a Igreja?".
Talvez assim se compreenda que fugir à Igreja Católica Apostólica Romana é fugir a Cristo Senhor nosso.

Melhores cumprimentos,
Luís Froes

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RE: Priorado de Sião

#159770 | judiaria | 17 giu 2007 15:26 | In reply to: #74061

Caros confrades
só hoje por acaso encontrei este tópico, e não vou tecer opiniões sobre o que nele li, tendo arranjado paciência para ler uma quantidade de lixo que nada tym que ver com o tópico em questão. Porém como o assunto me interessa, pergunto-lhes se leram o livro " O Diário Secreto de Da Vinci" de David Zurdo e Angel Gutiérrez, da colecção Enigmas da História, Tradução de Nuno Castro, distribuido pela revista Sábado. Neste livro de que passarei a transcrever apenas o Epílogo, numa outra mensagem, até se identificam os actuais descendentes de Jesus Cristo, terminando com a frase: "E esta é a verdade."

Cumprimentos

Joaquim Reis

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