Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
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Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Alguém saberá dizer-me quais as razões que levaram José Maria da Costa Bueno e Nieto Cevallos de Vilalobos Hidalgo e Moscoso, a ser agraciado como 1º Visconde do Paço do Lumiar e seu filho elevado a Conde ?
Onde é possível encontrar os fundamentos para a atribuição de ambos os títulos ?
JSPinto
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caro J S Pinto
Também fiquei com curiosidade em conhecer a biografia deste figurão, trisavô do meu querido amigo Engº João António Hortega, 4º Barão de Hortega, representante dos Viscondes e Condes de Paço de Lumiar, que há 30 anos atrás se interessava tanto por essas representações quanto eu pelas crateras lunares!
Consultado tudo quanto tenho aqui à mão, a notícia maior que encontrei foi no dicionário “Portugal”, de Esteves Pereira (Vol. V, pág. 344), que diz ter sido José Maria da Costa Bueno e Nietto Cevallos de Villa Lobos Hidalgo e Moscoso (sic) Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Comendador da Ordem de Nª Sª da Conceição e da de Isabel a Catholica, de Hespanha. N. em Portalegre a 1 de Março de 1816, fal. em Lisboa a 4 de Dezembro de 1880. Era filho de João Baptista da Costa, FCR e Capitão-mor de Portalegre, e de s. mer. D. Gregoriana Antónia Bueno Nieto Cevallos de Vila Lobos Hidalgo e Moscoso. Foi agraciado com o título de Paço de Lumiar, onde tinha o seu solar, por decreto de 30 de Abril de 1862. Casou com D. Maria Florentina d’Almeida Lima.
Até aqui, nada de novo em relação à notícia sobre o mesmo na BD/GP.
O facto de ser filho dum Capitão-mor em Portalegre (o último, possivelmente), pode ser que Nuno Borrego acrescente alguma coisa. Mas, não tendo sido militar, académico, ou político, bem como (aparentemente) não ter exercido quaisquer cargos de governação, deve ter sido agraciado pela pujança dos seus cabedais e talvez manifesta dedicação à Casa Real! Ao tempo era vulgar. As exigências não eram grandes.
Hoje, uns “fazem-se” na TVI, outros “fizeram-se” no defunto CN, e outros ainda “fazem-no” na primeira oficina de impressão que encontrem à mão!
Familiares próximos da sua mãe foram os primeiros senhores do belo e famoso Palácio da Brejoeira, cujos antepassados (não muito remotos) estão hoje pendurados na simpática pousada de Stª Maria da Costa, em Guimarães, não sei bem porquê…
Nada como tentar saber directamente com o representante, o dito Barão de Hortega, que vive no Estoril e cujo telefone se encontra facilmente. Mas, até agora não consegui contacto. Mas duvido que saiba mais do que acima foi dito.
Cmptos,
M. Magalhães
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caro J S Pinto,
Li algures que José Maria da Costa Bueno e Nietto Cevallos de Villa Lobos Hidalgo e Moscoso, aquando da morte, em poucos meses, de três infantes, filhos da rainha Dona Maria II e havendo a suspeição de que a Família Real estaria a ser objecto de uma conjura, realizada em surdina e por envenenamento, embora hoje se saiba que haviam sido acometidos de doença, terá proposto aos monarcas que se instalassem no seu palácio, em Paço do Lumiar, que se situava à época a mais de uma dezena de Kms da capital.
A sugestão foi aceite e lá se instalaram os jovens infantes para serenidade dos monarcas.
Mais tarde, D. Fernando II, reconhecido, fê-lo visconde de Paço de Lumiar.
Os meus cumprimentos,
José Pedro Castro
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caros Confrades
Grato pela informação.
Penso que o palácio a que se refere seja o que fica em frente ao largo do chafariz onde paravam as camionetas do Colégio Manuel Bernardes.
Sempre vi aquele palácio fechado, nos 7 anos que lá estudei.
Uma coisa é certa, não está na família já que o 2º visconde e 1º conde morreu em condições financeiras altamente debilitadas.
Terão sido a fortuna (enquanto durou) e a dedicação à Família Real que levou a que fosse elevado a conde ?
Cumprimentos
JSPinto
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caro José S Pinto
Porventura consegue situar-me a "Quinta dos Alecrins" no Paço do Lumiar?
Cumprimentos
Joaquim Falcão de Lima
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caro Confrade J S Pinto,
1. O palácio, em questão, identifica-se bem porque tem no cimo as armas concedidas ao agraciado, a saber, Vilas Boas, Buenos, Netos e Moscosos.
2. A imensa fortuna perdeu-se por razões que só a família poderá explicar.
3. O título foi concedido, apenas, por dedicação à Família Real, como se poderá constatar pela dramática cronologia dos factos do último trimestre de 1861.
CRONOLOGIA
3 de Setembro
- D. Pedro V inaugurou na Torre da Marca, as obras do palácio de cristal;
12 de Setembro
- celebrou-se o consórcio da infanta D. Antónia com o príncipe Leopoldo de Hohenzollern Sigmaringen, irmão da rainha D. Estefânia (falecida em 17 de Julho de 1859);
29 de Setembro
- o rei D. Pedro V e seus irmãos D. Augusto e D. Fernando partiram para Vila Viçosa. Os infantes pouco depois regressaram à capital enquanto o rei percorreu várias terras do Alentejo;
24 de Outubro
- “appareceram no rei e no infante alguns signaes, ainda que remotos, gástrico-febris”(sic);
6 de Novembro
- o rei e o infante D. Augusto melhoraram, mas seu irmão D. Fernando piorou e veio a falecer neste dia;
11 de Novembro
- desde dia 6 que o rei D. Pedro V “teve repetidos acessos febris, e até com delírio, fallecendo pelas sete horas e um quarto da tarde” (sic);
22 de Dezembro
- teve lugar no palácio das Cortes, a sessão real da ratificação do juramento e aclamação do novo rei, “cumprindo-se fielmente o ceremonial prescripto para taes actos”(sic);
25 de Dezembro
- o povo de Lisboa “amotinado percorreu as casas de alguns titulares, como os condes da Ponte e de Thomar, e do próprio presidente do conselho de ministros marquez de Loulé. Foram presos alguns dos principaes amotinadores” (sic);
27 de Dezembro
- faleceu o infante D. João
Janeiro de 1862
- José Maria da Costa Bueno e Nieto Cevallos de Vilalobos Hidalgo e Moscoso acolheu os filhos de D. Fernando II no seu palácio em Paço do Lumiar (subúrbios de Lisboa);
6 de Fevereiro de 1862
- por decreto real, foi feito 1º visconde de Paço do Lumiar, José Maria da Costa Bueno e Nieto Cevallos de Vilalobos Hidalgo e Moscoso, pelas razões já evocadas.
Os meus cumprimentos,
José Pedro Castro
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caro José Pedro Castro
Agradeço os seus esclarecimentos.
O 1º visconde morreu em 1880.
Vide:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=52511
Quando foi o 2º visconde elevado a conde ?
A família continuou a privar com a família real para receber essa distinção ?
Sei que a filha mais nova do 2º visc/1º conde privava com o Sr. D.Duarte Nuno e com o Sr.D.Duarte Pio (mas isso já é do outro ramo dos Braganças).
Aliás morava no Chiado na Rua António Maria Cardoso, em frente ao edifício da PIDE, sendo inquilina dos Duques de Bragança.
JSPinto
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Esss Palácio pertenceu a uma Senhora Espirito Santo que a doou nos anos 90 a uma instituição religiosa
Nos anexos moraram há pouco a familia Almeida Fernandes.
Cumprimentos
ptp
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Não sei exactamente a qual dos palácios se refere.
O do Espírito Santo situava-se no então Largo da Bomba (hoje Largo Pe. Augusto Gomes Pinheiro) junto à entrada principal do Colégio Manuel Bernardes - Quinta dos Azulejos.
Era um imenso Palácio vermelho que foi efectivamente vendido à Opus Dei.
Tanto quanto me recordo, os Almeida Fernandes (e os Burnay) moravam na Azinhaga do Lumiar do outro lado do Colégio, na curva a seguir ao Palacio dos Viscondes do Paço do Lumiar, frente ao terreiro onde estacionavam as camionetas do Colégio.
Cpmts
JSPinto
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caro J S Pinto,
Consultando a Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal na pág. 214 do II volume, o 2º visconde foi elevado a conde por decreto de 4 de Outubro de 1881.
Presumo que a estima do rei D. Fernando II (falecido em 1885) e de D. Luís (falecido em 1889) por esta família perdurou sempre. Vinte anos volvidos não se esquecem facilmente. Antes reforçam os laços existentes. Por analogia, não será difícil a qualquer um de nós, lembrarmo-nos de acontecimentos que nos foram significativos, em especial do foro íntimo, estarem sempre presentes na nossa mente. Estamos a referir à dor e à consternação de um pai que perdeu três filhos em menos de dois meses. Perder um pai não é o mesmo que perder um filho. Agora imagine-se três, dois solteiros e um prematuramente viúvo e sem descendência... será que um monarca sofre menos que qualquer outra pessoa ? será que alguém se esquece de quem nos auxiliou, mesmo vinte anos passados ?
Os filhos de D. Fernando II tinham o hábito saudável de se deslocarem juntos quando iam em visitas oficiais quer em Portugal quer no estrangeiro. A intimidade entre eles era absoluta. A relação do pai viúvo com os seus filhos era total. Qualquer dos infantes estava habilitado a sentar-se no trono. D. Fernando preparou-os a todos. Não esqueçamos que era um Saxe-Coburgo-Gotha que soube bem ao que veio quando casou com a filha de D. Pedro IV (I). Ele próprio foi escolhido porque reunia todas as qualidades necessárias para ser marido de uma rainha constitucional, que tinha de combater ainda os preconceitos dos partidários do antigo regime, e ao mesmo tempo conciliar todas as paixões desenfreadas, e as ambições políticas dos seus próprios amigos mais dedicados.
Aproveito para lançar um repto: inicie-se um tópico sobre o rei D. Fernando II e as surpresas serão enormes.
Os meus cumprimentos,
José Pedro Castro
Ps.: Aproveito para dizer que o palácio se encontra em frente ao Largo do Paço e quem o ocupa é o Real Colégio de Portugal.
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caro José Pedro Castro
Consultei a "Nobreza de Portugal..." onde se refere que após a morte do 1º visconde, D.Luis renovou o título no filho em 4.10.1881, e em 14.10.1881 elevou-o a Conde.
Será gralha ?
Terá D.Luis renovado e elevado no mesmo dia o filho do 1º visconde ?
Quanto ao Palácio confirmo que se trata do que fica em frente do Paço.
A terminologia aliás assim o indica.
Não estava Gonçalo da Câmara Pereira por trás da criação do Real Colégio ?
Noto, com satisfação, as diferenças entre o Gonçalo e o seu megalómano mano Nuno.
Cpmts
JSPinto
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Refiro-me ao palácio ao lado dos Burnay, (uma prima minha morou na casa Burnay muitos anos ), penso ser esse o palácio paço do lumiar
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RE: Condes/Viscondes do Paço do Lumiar
Caro J S Pinto,
Trata-se de um procedimento normal, como se poderá ver no exemplo a baixo.
Regaleira
Baronesa – Decreto de 7 de Novembro de 1840.
Viscondessa – Decreto de 15 de Abril de 1854.
Baronesa renovado – Decreto de 15 de Abril de 1854.
Os meus cumprimentos,
José Pedro Castro
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