Marqueses de Castelo Melhor- pedido de informação
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Marqueses de Castelo Melhor- pedido de informação
Caros Confrades
Estou a fazer uma pesquisa de âmbito musicológico e encontrei Luís de Vasconcelos a Sousa como autor da música de um hino, que celebra uma batalha do Liberalismo ( Batalha da Terceira, em 1829). A letra desse hino é, conforme descobri, de Almeida Garrett e foi publicado em Londres no "Chaveco Liberal".Na base de dados do Genea ele aparece como filho do 2º Marquês de Castelo Melhor e as suas datas de nascimento e morte parecem, de facto, remeter para ele. Na Nobreza de Portugal e Brasil não referem a descendência do dito marquês, pelo que eu gostava de possuír mais dados acerca deste filho, nomeadamente biográficos, pois parece ter tido uma boa formação musical, dada a qualidade da composição que encontrei. Também descobri que em 1838 integrou no Conservatório um júri para a atribuição de prémios artísticos.Alguém me saberá dar mais alguma informação?
Obrigada
Maria José Borges
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RE: Marqueses de Castelo Melhor- pedido de informação
Cara Maria José,
Em tempos contactei com Gonçalo Vasconcelos e Sousa, professor na UC do Porto, e poderei tentar conseguir novamente o contacto se desejar. Mas penso haver outras pessoas mais proximas aqui no Genea, que a poderão ajudar melhor.
Cumprimentos
António Ribas
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RE: Marqueses de Castelo Melhor- pedido de informação
Caro confrade António Ribas
Como vai?Antes de mais um Bom Ano para si e sua família. Creio que não lhe cheguei a agradecer devidamente toda a informação que me disponibilizou acerca da sua família e restantes informações. Com as aulas e com a minha tese não me lembro se o cheguei a fazer, mas mais uma vez agradeço, pois algumas das suas referências poderão ser úteis para o futuro. Para quando a transformação do seu "site" em livro?
Quanto à pergunta que coloquei no Forum, todas as ajudas são importantes. Se o referido professor do Porto tiver, eventualmente, informações que me possam esclarecer mais, agradecia as suas diligências.
Obrigada
Maria José Borges
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RE: Marqueses de Castelo Melhor- pedido de informação
Talvez se possa estar em presença de homónimos, mas se o compositor que procura foi o filho do 2º Marquês de Castelo Melhor, tem a descendência no GENEA (http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=5508). Mais posso informar que este Luís de Vasconcelos e Sousa, foi par do reino, conselheiro de D. Maria II, veador da infanta D. Isabel Maria e inspector do Terreiro do Público de Lisboa. Como foi par do reino julgo que terá alguma informação no Arquivo Histórico Parlamentar, na Assembleia da República. Também existe na Torre do Tombo parte do arquivo dos Marqueses de Castelo Melhor.
Para mais informações sobre a Casa Castelo Melhor penso que a melhor fonte será o seu actual representante, Prof. Dr Bernardo Vasconcelos e Sousa, da Universidade Nova de Lisboa.
Cumprimentos
Jorge Afonso
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RE: Marqueses de Castelo Melhor- pedido de informação
Cara Maria José Borges
Acabei de retransmitir (por e-mail) este seu pedido de ajuda, ao Engº João Lancastre de Mello Sampayo, 4º neto, por varonia, do citado Luís de Vasconcelos e Sousa e que penso poderá dar-lhe boas informações, pois possui um muito completo tombo familiar na sua livraria.
Sendo leitor habitual deste Fórum e porque não lhe respondeu já, presumo que esteja ausente, em viagem.
Faço votos para que tenha o maior sucesso nas suas pesquisas musicológicas entre nós, nesse período e anteriores. Sobretudo a divulgação dos resultados dessa mesma pesquisa, pois infelizmente não são comummente conhecidos os excelentes músicos que tivemos no passado.
A título de (triste) exemplo, posso dizer-lhe que ouvi já retransmitir pela Radio Classica de Barcelona um belo coral polifónico interpretando o “Te Deum”, para 4 vozes, da autoria de SMI D. Pedro, Duque de Bragança. Na mesma estação, ouvi já por diversas vezes transmissões de Filipe de Magalhães, Domingos Bomtempo, Seixas e outros mestres que aqui mal são referidos na nossa emissora congénere… em vez disso, oiço muitos diálogos e gargalhadas sem tom nem som, entre os locutores, e nos intervalos da “brilhante” actuação destes, música jazz norte-americana!
Cumprimentos,
Manuel Maria Magalhães
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RE: Marqueses de Castelo Melhor- pedido de informa
Cara Maria José Borges,
Um Bom Ano para si e sua família também. Fico contente por poderem vir a ser úteis as informações; quanto à eventual transformação em livro da informação contida no "site", espero que algum dia passe para além da ideia, sendo eu capaz de a concretizar.
Quanto ao assunto do tópico, para o contacto sugerido por Jorge Afonso, se colocar "Bernardo Vasconcelos e Sousa" no Google, o primeiro link que aparecerá é o do próprio na Universidade Nova, com email e telefone.
Penso que será esse o melhor caminho, se entretanto o contacto de M M Magalhães não surtir efeito.
Mantenho-me ao dispor, com votos do melhor sucesso na sua tese,
cumprimentos
António Bessa Ribas
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RE: Marqueses de Castelo Melhor- pedido de informação
Caros confrades António Ribas, Jorge Afonso e Manuel Maria Magalhães
Agradeço imenso as vossas informações. São todas de muita utilidade e apresentam diversas pistas que tentarei utilizar. Creio que vou tentar contactar já o referido Professor Doutor Bernardo de Vasconcelos e Sousa, professor da Universidade Nova, que é onde, aliás, vou apresentar a minha tese. Não o conheço pessoalmente, mas creio que através do meu orientador seja fácil estabelecer o contacto.
É verdade que o nosso património musical, de um modo geral, é pouco conhecido e, contudo, não fica muito aquém do que se fazia lá fora pelas respectivas épocas. Nós é que temos o triste hábito de menosprezar o que é português. Em relação ao século XIX então, existe um grande preconceito de que a música é má, para além de um desconhecimento quer dos compositores, quer de reportório, e foi isso que me interessou sobremaneira quando escolhi fazer a minha tese.
Já agora posso referir aqui que, neste meu estudo (que aborda a produção musical do período de 1820 a 1851 numa envolvente política), encontrei não só muitos compositores amadores e profissionais activos nesse período, mas um reportório de cerca de 60 obras, na maior parte vocais, e menos só instrumentais. Delas pouco mais se conhece hoje em dia do que o chamado Hino "da Carta" (que afinal é anterior) e Hino da "Amélia", ambos de D. Pedro, e o Hino "da Maria da Fonte", de Frondoni, mas existem muitos mais exemplos interessantes que eu gostaria de divulgar depois de concluída a tese com uma antologia de gravações.
Aproveito para acrescentar que, como tenho uma lista grande de músicos e compositores envolvidos politicamente nesta época, poderei, eventualmente, publicá-la aqui, para o caso de serem nomes que interessem a alguém.
Mais uma vez obrigada a todos
Maria José Borges
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RE: Músicos do séc. XIX - António J. C. Lamim
Cara Maria José Borges:
Gostaria de saber se no decurso da sua investigação encontrou o nome de António Joaquim da Costa Lamim, ou Lami, nascido em Faro em 1799. Sei que ele era músico, mas desconheço se o chegou a ser profissionalmente. Um seu filho, Júlio Lami (n. 1838), foi professor de piano.
António Joaquim foi preso em 1828 por ter participado numa revolta contra D. Miguel no Algarve, sendo transferido em 1829 para São Julião da Barra. É referido algumas vezes na "História dos Presos de São Julião da Barra", de João Baptista da Silva Lopes, como um dos participantes em actividades musicais organizadas pelos presos.
Desde já agradeço qualquer informação que me possa facultar.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Músicos do séc. XIX - António J. C. Lamim
Caro Rui Pereira
Com efeito já tinha encontrado referências a este músico, mas não dispunha de dados biográficos tão completos como os que aqui me fornece. Muito obrigada pelas suas informações. Por minha vez posso acrescentar que encontrei uma partitura dele para piano editada no século XIX, que se pode encontrar na Biblioteca Nacional. As referências são:
António Lami, "Reverie" para piano, Lithografia Armazém de Música de Ziegler e Figueiredo, Lisboa:R. Nova do Carmo, nº 7 K, (BNL-Fundo Barros da Costa nº 16).
Esta editora existiu entre 1843 e 1863, data em que o filho do editor Valentim Ziegler se associou a um seu antigo empregado J.Figueiredo até ter ido para o Brasil.
Já agora pergunto-lhe, também, se por acaso sabe a data de falecimento deste compositor.
Muitos cumprimentos
Maria José Borges
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RE: Músicos do séc. XIX - António J. C. Lamim
Cara Maria José Borges
Mera curiosidade, após várias leituras. Existe alguma relação entre o hino do «Chaveco Liberal» e o «Hino Patriótico», também de Almeida Garrett, publicado por Teófilo Braga? Este teve música composta por João António Ribas em 1820. Caso desconheça, mera suposição, aqui deixo indicação do site «Ribas-Uma família de músicos no Porto» (http://www.source-project.com/ribas/).
Cumprimentos
Jorge Afonso
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RE: Músicos do séc. XIX - António J. C. Lamim
Caro Jorge Afonso
As únicas relações são: terem ambos a letra de Almeida Garrett e serem ambos de simpatia liberal.
O hino do «Chaveco Liberal», «A Batalha da Praia», data de 1829 e a música é de Luís de Vasconcelos e Sousa; o «Hino patriótico» é de 1820 e a música é de João António Ribas, mas não encontrei a partitura deste, infelizmente. Obrigada pela indicação do "site", que, por acaso já conheço e que é da responsabilidade, inclusive, do confrade deste nosso forum, António Bessa Ribas.
Cumprimentos
Maria José Borges
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RE: Músicos do séc. XIX - António J. C. Lamim
Cara Maria José Borges:
Muito obrigado pela sua mensagem. Desconhecia por completo a existência da partitura que refere.
Não tenho a data de falecimento de António Lami(m). Posso informar que era filho do Alferes José Joaquim da Costa Lamim e de D. Genoveva Teresa da Piedade. Nasceu a 30.09.1799 sendo baptizado na Sé de Faro. Teve como padrinhos de baptismo o Dr. Juiz de Fora José Joaquim de Miranda Horta e o Rdo. Cónego Duarte José Vaz de Horta. Foi preso, tal como seu irmão José Joaquim da Costa Lamim, por envolvimento na revolta do Algarve contra D. Miguel em 29.05.1828, sendo então referenciado como estudante. Esteve em Lisboa na cadeia da Cidade, e depois na Torre de São Julião da Barra a partir de 23.05.1829.
Casou a 05.01.1834 em São Julião, Lisboa, com D. Júlia Carolina Bramão, natural de Faro (São Pedro), filha de José Manuel Pereira de Sequeira Bramão e de D. Francisca Benedita Máxima. O casal teve pelo menos um filho, Júlio Lami, n. 15.01.1838 em Lisboa (Mártires), professor de piano, que casou a 02.01.1879 na Sé de Faro com D. Amélia das Dores Marreiros Palma.
No casamento de 1879 uma das testemunhas, António Pedro Carrajola Travassos Neves, apresenta procuração de António Lami, residente em Lisboa, que poderá ser eventualmente o pai do noivo mas não é referido como tal (e quando no mesmo registo é indicada a filiação de Júlio é escrito o nome completo, António Joaquim da Costa Lami).
Creio que o músico Emílio Lami, que nasceu em Faro pela década de 1850, se não estou em erro, seria parente muito próximo destas pessoas, talvez mesmo um irmão mais novo de Júlio Lami, mas não tenho documentação que o comprove.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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