Velho e Novo é = a sénior e Júnior?
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Velho e Novo é = a sénior e Júnior?
Caros Senhores
Recebi hoje o assento de nascimento de um meu trisavô que diz que Luís Fernandes * 1838 é filho de António Fernandes Novo e neto paterno de António Fernandes Velho. "Novo" significa Júnior?
Neste caso que encontrei, http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=256179 , um Velho que tem um filho Novo que por sua vez tem um filho Novo.
Qual quer dica será benvinda, obrigada desde já.
Cumprimentos
Alexandra
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RE: Velho e Novo é = a sénior e Júnior?
Cara Alexandra,
"Velho", "Novo", "Moço" eram simplesmente alcunhas que tinham uma função de diferenciação.
E sim, mas não necessariamente, poderiam diferenciar pai e filho. Mas podia ser avô e neto.
Eu próprio tenho um José de Figueiredo Novo, filho de um Manuel de Figueiredo Môço, filho de um José de Figueiredo Coimbra, tris-, tetra- e quinto-avô.
Veja o caso dos seus antepassados: dois Antónios Fernandes, pai e filho, a quem os outros - a família, os vizinhos, os amigos (não eles próprios seguramente, que se chamavam pai e filho) - resolveram acrescentar um designativo.
Em geral, as pessoas por essa época e até relativamente pouco tempo nas regiões mais afastadas, raramente escreviam - ou diziam para que outro escrevesse - o nome "completo". Fazia-se isso no casamento e no caso de alguma transacção ou demanda judiciária.
E não se esqueça de que, como no registo de baptismo só estava o nome cristão, os nomes "completos" eram mais ou menos compostos à vontade do próprio, o que se consagrava em geral na primeira vez que o davam, ou seja, no casamento ou excepcionalmente numa incorporação militar. Aí já o rapazito era um homem e dizia mais ou menos o que lhe apetecia, ou o que lhe ocorria na altura com o nervoso. Repito, isto em geral!
Por isso os nomes eram de facto pequenos e, mesmo os os mais complexos, corriam um sério risco de "incongruência", indo buscar nomes a bisavós e às vezes
até aos padrinhos. O que dá uma dor de cabeça considerável quando estamos a querer estabelecer quem pode ser filho de quem, em datas muito recuadas. São as tais "osmoses de contraparentesco". Não é minha, mas adoro esta expressão;-)
Quanto ao "Júnior" e "Sénior", não me parece que tenham sido de muito uso entre nós. No entanto, por meados de oitocentos ancestrais da minha esposa - um bisavô (António) e um trisavô (João), este filho de um tetravô de nome Francisco - em Penalva dos Castelo usaram o designativo Júnior sem terem pais de mesmo nome.
Como vê, pouca regra havia.
Cumprimentos
VF
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RE: Velho e Novo é = a sénior e Júnior?
... mas entretanto estabeleceram-se várias famílias de apelidos Velho, Novo, Moço, ...
Os "Velhos" mais velhos (anteriores à nacionalidade) e outros de vários ramos estão bem representados aqui no Genea.
Se for a "Famílias" encontra lá uma historinha e umas armas.
VF
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RE: Velho e Novo é = a sénior e Júnior?
Caro Victor Ferreira
Muito obrigada pelos seus esclarecimentos. Deve ter sido mesmo para diferencia-los pois depois deles até agora não conheço na família ninguém que tenha usado Novo ou Velho como apelido.
Novamente obrigada
Cumprimentos
Alexandra
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RE: Velho e Novo é = a sénior e Júnior?
Cara Alexandra:
É relativamente comum encontrar em registos antigos, nomeadamente no século XVII, as designações "O Velho" e "O Moço" para distinguir dois homónimos, geralmente (mas não necessariamente) pai e filho.
Em Portugal apenas encontro as designações "Júnior" e "Sénior" a partir do século XIX, e sempre entre pais e filhos, tanto quanto me recordo. Mas já encontrei nos séculos XVIII-XIX, no mundo anglo-saxónico, a designação "Jr." aplicada em casos em que a primeira pessoa do mesmo nome não era o pai, mas sim um tio ou um avô.
É de realçar que pelo menos no caso de "Velho" e "Moço", e ao contrário do que sucede actualmente, as designações não eram oficiais e podiam alterar-se com o tempo, isto é, quem foi "Moço" em 1650 pode ter sido "Velho" em 1700 caso tenha existido uma terceira geração com o mesmo nome.
De todas estas palavras, "Velho" parece ter sido a única que passou com frequência a apelido verdadeiro. Também existe o apelido Novo, mas é muito mais raro.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Velho e Novo é = a sénior e Júnior?
Caro sr. Rui Pereira,
Concordo inteiramente com as suas observações, acrescentando que "Moço" igualmente deu origem a apelido e creio que mais frequente do que "Novo".
O Júnior aparece e permanece mais frequentemente do que o Sénior. Conheço um caso curioso de uma sucessão de 4 gerações com nome próprio e apelido composto idênticos em que os 3 mais novos foram sucessivamente Júniores, deixando de usar quando o pai falecia mas nunca vi nenhum referido como Sénior. Aliás é um caso em que não sei bem como apresentar a não ser com explicação em notas pois uma sucessão de 3 "Júnior" parece quase uma fixação de apelido e o Júnior entre parêntesis também não ajuda; estou a ponderar a solução alemã Fulano I, II, III, IV mas tenho o receio de parecer presunçosamente dinástico, tanto mais que com tio-avô, primo e sobrinho, ia pelo menos para o VII.
Um dos grandes fabricantes de "Júniores" no séc. XIX foi o exército em que, se algumas vezes identificava como Fulano, filho de outro (o que nem percebi quando vi a 1ª vez) outras dava o Júnior, suspeito que sem nada perguntar ao interessado.
Com os melhores cumprimentos,
Fernando Aguiar
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