Jorge Luis Borges
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Jorge Luis Borges
Caros colegas,
o escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986)tinha origens portuguesas (pelo lado Borges, antes de mais), que parece ter prezado bastante.
Gostaria de saber se algo foi publicado sobre o assunto, se a questào foi estudada.
As origens espanholas, inglesas e afinal e acima de tudo "argentinas" do autor sào bem conheçidas. Mas as origens portuguesas ???
Obrigado
Carlos Silva
P.S. : Digo que Borges prezava suas origens portuguesas. Influencia Camoniana certamente. Creio que via na epopeia Portuguesa certa dimensào que nào achava na conquista de America do Sul pelos espanhois, e por via de consequencia, nos Portugueses, mais talvez do que conquistadores obtusos, de pouca dimensào, e pouca inteligencia (ora, é o que pensava de seus proprios antepassados conquistadores espanhois do Plata no séc. 16, apesar de se tratar de figuras importantissimas).
Pode isto surprender por parte de autor que sabia apreciar o valor simbolico e literario dos antepassados.
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RE: Jorge Luis Borges
Alguns pormenores :
Entradas Portuguesas na genealogia de Jorge Luis Borges
O bisavô do escritor, Francisco Borges (1782-1837) nasceu em Portugal, filho de Francisco Borges e Maria Antonia Cardoso. Foi oficial de Marinha portuguesa. C.C. uma argentina (familia Lafinur).
Provavelmente Pedro Pascual de Azevedo, oriundo de Catalunha, mestre de Campo, que vivia em Argentina por volta de 1728. Sua descendencia usou o apelido Acevedo (màe do escritor).
Mas noto mais:
Estabeleceram em Buenos Aires em 1599 Gil Glz de Moura e mulher, Ines nunes Cabral, pais de Maria Glz de Moura c.c. Juan Tomas Machado (q. tiveram Lorenza Machado, mulher de Silverio Casco de Mendoza)
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RE: Jorge Luis Borges
Caro Carlos Silva,
Não resisto a incluir neste tema um poema do próprio sobre o assunto. Provavelmente já o conhece, mas aqui fica para quem ainda não o leu.
"Los Borges
Nada o muy poco sé de mis mayores
portugueses, los Borges: vaga gente
que prosigue en mi carne, oscuramente,
sus hábitos, rigores y temores.
Tenues como si nunca hubieram sido
y ajenos a los trámites del arte,
indescifrablemente forman parte
del tiempo, de la tierra y del olvido.
Mejor así. Cumplida la faena,
son Portugal, son la famosa gente
que forzó las murallas del Oriente
y se dip al mar y al otro mar de arena.
Son el Rey que en místico desierto
se perdió y el que jura que no ha muerto."
E porque também referiu a influência camoniana, mas principalmente porque é dos meus escritores preferidos, aqui fica também outro poema:
"Luis de Camoens
Sin lástima y sin ira el tiempo mella
las heroicas espadas. Pobre y triste
a tu patria nostálgica volviste,
oh capitán, para morir en ella
y con ella. En el mágico desierto
la flor de Portugal se habia perdido
y el áspero español, antes vencido,
amenazaba su costado abierto.
Quiero sber si aquende la ribera
última comprendiste humildemente
que todo lo perdido, el Occidente
y el Oriente, el acero y la bandera,
perduraría (ajeno a toda humana
mutación) en tu Eneida lusitana."
Depois deste devaneio poético, no meio de uma pesquisa histórica, ficam os meus melhores cumprimentos,
Diogo
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RE: Jorge Luis Borges
Como sempre o meu caro amigo demonstra elevadissima cultura e finissimo gosto literário.
A poesia do Borges é magnifica e fica muito bem neste Fórum. Talvez devessemos ler mais coisas destas em vez de perder tempo com discussões inuteis...
Parabéns e muito obrigado por este "devaneio poético". Espero que venham a surgir circunstâncias favoráveis a mais incursões pela literatura.
Um abraço amigo
Lourenço
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RE: Jorge Luis Borges
Concordo, igualmente agradeço. Realmente nào me vou queixar por ver assim desvendadas as fontes.
Claro que para um português estes dois poemas dizem algo.
Creio que tanto « El Hacedor », do qual extrai estes poemas, que «Elogio de la Sombra » que contem outra joia que é o «Acevedo», conferem outra dimensào ao nosso «passatempo».
melhores cumprimentos
Carlos Silva
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RE: Jorge Luis Borges
Lembro-me de ouvir contar ao próprio Borges quando esteve em Lisboa, numa conferência que deu na Faculdade de Letras, que lastimava não conhecer melhor a sua ascendência portuguesa. Na procura de parentes terá consultado uma lista telefónica de Lisboa, e ficou desmotivado com a quantidade de Borges que encontrou, não se atrevendo, dado o número, a fazer qualquer contacto.
Talvez se pudesse procurar a ascendência desse seu bisavô Francisco Borges, oficial da Marinha portuguesa, nascido em 1782. Era uma boa homenagem póstuma ao escritor.
Marcos Soromenho Santos
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RE: Jorge Luis Borges
Era de facto boa homenagem, mas os dados sobre Francisco Borges (1782-1837)provêm certamente do registo do casamento em 1829, com Maria del Carmen Lafinur (1808-1876), irmà do poeta Juan Crisostomo Lafinur (1797-1824).
Foram pais do Coronel Francisco Borges (1832-1877), morto (voluntariamente ?) na batalha del Verde.
Quanto às origens Acevedo/Azevedo o proprio J.L. Borges acreditava que os Acevedos eram descendentes de conversos portugueses (baseando-se em obra do historiador argentino Ramos-Mejia).
cumprimentos
Carlos Silva
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RE: Jorge Luis Borges
Caros confrades:
Eis algumas linhas de ascendência de Jorge Luís Borges.
1.Borges:
A sua varonia foi inaugurada no Uruguai pelo imigrante português Francisco {Ramalho] Borges, trasmontano de Torre do Moncorvo, e que em Montevidéu casou-se com Maria del Carmén Lafinur, de uma conhecida família platina, e foram os pais de :
I - coronel Francisco Borges, que nasceu em Montevidéu e foi morto na batalha de La Verde (1833 ? - 1874). Herói nacional argentino. Casou-se com a inglesa Fanny Aslam, de Hanley, e foram os pais de;
II - Jorge Guillermo Borges, advogado e professor de psicologia, faleceu em 1938. O Dr. Borges casou-se com Leonor Rita Acevedo Suárez, e foram os pais de;
III - Jorge Francisco Isidoro Luís Borges, aliás Jorge Luís Borges Acevedo, ou em literatura apenas Jorge Luís Borges, falecido na Suiça, casado, mas sem deixar descendentes.
2.Acevedo (materno):
Os seus Acevedos, tiveram o começo na América Latina, quando Pedro Pascual de Acevedo, natural da Espanha, passou a atual Argentina, onde foi militar e exerceu vários cargos na administração pública. Ele deixou descendência de três casamentos, e de sua segunda esposa, Tomasa Benítez y Contreras, teve vários filhos, sendo um deles:
Ia - Miguel de Acevedo Benítez (1741-1805), que casou-se com Catalina Martínez, e dela teve;
IIa - Nicolás Judas Tadeo de Acevedo Martínez, falecido em 1816. Este casou-se com Hermenegilda Laprida, e foram os pais de;
IIIa - coronel Isidoro Acevedo Laprida (1835-1918), que viveu em Montevidéu, onde casou-se com Leonor Suárez Haedo, e foram os pais de;
IVa - Leonor Rita Acevedo Suárez, nascida em Montevidéu e falecida em Buenos Aires (1876-1975), que foi casada com Jorge Guillermo Borges.
3.Outro ramo materno:
O mais importante destes antepassados seria Tomás Machado, nascido em Évora (Portugal) em 1606, “sospechoso de judaísmo”, acusação muito perigosa na época, e que casou-se com Maria Cabral de Melo, a seguir o sobrenome, de origem açoriana. O casal teve:
Ib - Lorenza ou Florencia Machado, que casou-se com Silvério Casco de Mendoza, este por sua vez, descendente direto de dois outros “portugueses”, António Fernandes Barrios e Manuel Mendes Pallero, e foram os pais de;
IIb - Barbara Casco de Mendoza y Avales Ruiz de Ocaña (temos dúvidas sobre o último sobrenome), que casou-se com José Rubio. O casal teve o filho;
IIIb - Juan José Rubio y Casco de Mendoza, que casou-se com Isabel Díaz de Gamiz, em 1727, e foram os pais de;
Ivb - Josefa Antonia Rubio y Díaz de Gamiz, que casou-se com Pedro Ignácio Merlo, e foram os pais de;
Vb - Maria Leonor de Merlo y Rubio (1758-1835), que casou-se com Nicolás Suárez y Pérez, e foram os pais de;
VIb - coronel Manuel Isidoro Suárez Merlo (1799-1846), herói nacional argentino, que casou-se com Jacinta Haedo Soler, e foram os pais de;
VIIb - Leonor Suárez Haedo, que casou-se com Isidoro Acevedo Laprida.
Esta é em síntese a genealogia de Jorge Luís Borges.
a) Paulo Valadares
P
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