Caetana Arnizaud
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Caetana Arnizaud
Quem possui dados sobre Caetana Arnizaud, inclusive nomes dos ascendentes e descendentes dela ? Seria possivel conseguir de alguém, alguma informação sobre o casamento dela com Bernardino Marques de Almeida Arnizaud e a descendência dos mesmos ? Teria o Bernardino casado uma segunda vez ?
Gilmar
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RE: Caetana Arnizaud
Senhor Gilmar,
Existe um livro que contempla uns Arnizaud. Tenho uma lembrança vaga e bastante ligeira. Posso vasculhar alguns livros e lhe indicar algo para que
obtenha êxito em sua pesquisa.
Atenciosamente,
Kátia Rocha
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RE: Caetana Arnizaud
Senhor Gilmar:
Recomendo uma busca neste site. Existe informações sobre uns Arnizaud em um livro intitulado Herdeiros do Poder. Trata-se de um nome estranho, cuja origem desconheço. Certamente, se é que tem alguma ligação com esta família, deverá ter algum tipo de parentesco com o compositor popular Francisco Buarque de Holanda.
Não posso fazer tal afirmação vez que me faltam provas e as fontes não são certas, sem esses elementos não podemos ir a lugar nenhum. Recomendo que nos forneça mais algum dado para que possamos ajuda-lo.
M Villas-Boas
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RE: Caetana Arnizaud
Senhor Gilmar,
Obtive sobre os Arnizaud dados sem que me fosse possivel identificar a base documental da informação.
Caetana Arnizaud (qual seria a origem deste apelido?) mulher de Bernardino tiveram uma filha (pelo menos uma é o que se depreende do texto que lí) de nome Luiza Marques de Almeida Arnizaud (de onde surgiu este Marques?) que c.c. José Vieira Torres (quando e onde?), pais do Capitão Bernardino Marques de Almeida Torres que casou com Joana Angélica de Menezes Doria (não existem dados ou referências documentais, nem citação de fontes).
Retroceder até chegar a José Luiz da Rocha Doria é um caminho que lhe vai tomar um bom tempo. Também buscar o fio da meada e entroncar os Arnizaud com João Antunes Rodrigues da Costa também vai lhe exigir dispendio de muita energia.
Não me atrevo a tecer muitas considerações quanto ao que foi escrito em Jaboatão, mas são evidentes os erros. Também é certo que em genealogia existem muitos trabalhos, sem que exista dolo do autor, que contempla inúmeras fraudes.
Vc bem sabe que Frei Jaboatão nasceu em 1695, em 1695, em Santo Amaro de Jaboatão. Ordenoou-se em 1717. Seguiu para a Bahia em 1757 e faleceu aos 84 anos, em 1779. Teria concluido o seu famoso catalogo genealogico em 1768, quando contava seus 73 anos de idade. Teria levado 11 anos entre a pesquisa e a publicação do catalogo. Como os dados que lhe interessam lhe levarão infalivelmente à familia Dória eu posso lhe dizer que há um grande erro cometido por Jaboatão e, cuja lebre, nunca foi despertada, passando despercebida por tantos quanto já se debruçaram com os erros encontrados no precioso catalogo. Trata-se de um nó genealogico que poderia estancar trabalhos de muitos emeritos pesquisadores, até que se descubra quem teriam sido todas as órfãs vindas para o Brasil, sem omissão de qualquer nome. Mas a lebre que não pode deixar de ser despertada refere-se ao fato de que o Frei Jaboatão, tendo um manuscrito que registrava "que na Bahia casou esta Martini Doria, como traz o manuscrito que citamos" e ai, ele cria uma alternativa absolutamente subjetiva, sem fundamentação cientifica, preferindo tornar Martini Doria em Clemência, embora ele não compreendesse a causa pela qual Martini Doria, como tendo sido a verdadeira esposa de Fernão Vaz da Costa. Jaboatão serviu-se para trocar os nomes de um assento do livro de batizados da Sé da Bahia. Nenhuma lógica existe nisso que ele fez. Teria sido um sofisma genealógico. Dai caberia perguntarmos quem foi, realmente a Clemência Doria e quem foi, realmente a Martini Doria. Teriam sido duas orfãs da mesma família ? Teriam vindo de Portugal, uma antes e outra depois ? Teria acontecido alguma usurpação, ou troca de identidade ? Como um assento de batismo, na Sé, poderia fundamentar Jaboatão a alterar o nome de Martini para o de Clemência, logo ele que tinha vindo da Escola eclesiastica de Pernambuco, donde E. Cabral de Melo descobriu algumas boas fraudes ? Não seria o caso de todos os que já pesquisaram e optaram, silenciosamente, pela alternativa menos tortuosa (do ponto de vista do trabalho que toda boa pesquisa enseja) que seria a de aceitar Martini por Clemência, referendando uma alteração fundada em critério meramente subjetivo, enquanto contrariava documento manuscrito ?
Bem, este é um caso a mais dentre muitos que vai ter até elucidar os Arnizaud, que também existiram na cidade de Cachoeira, na Bahia. O problema é entender a gênese dos Dórias e optar pela vertente que desejar. Mas, todo cuidado é pouco pois dinheiro algum compensaria obter uma genealogia que não esteja sedimentada pela verdade. Talvez a família Dória careça de maiores exames e extudos pelos que se propugnaram estuda-la, enquanto prestariam excelente serviço à verdade histórica publicando um trabalho consistente, onde não paire dúvida alguma e que tenha, sobretudo, uma boa base documental. Queria lhe ajudar, mas acabei lhe complicando.
De resto, pelo que soube, o José Antunes Rodrigues da Costa, em livros de fonte primária aparece como sendo José Rodrigues Antunes da Costa. A inversão dos apelidos muda muita coisa e este Antunes da Costa liga-se a umas Almeida Costa. Portanto, recomendo-lhe que busque contatar alguém que pesquise tais famílias para que possa chegar a um Porto Seguro, onde a dúvida não ocupe o lugar da ciência genealogica.
Atenciosamente,
Kátia Rocha
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RE: Caetana Arnizaud
Sra. Kátia Rocha,
Não tinha observado o que a senhora revela e fui verificar no meu catalogo do Frei Jaboatão e ele, foi o que me pareceu. Ele diz, referindo-se à Clemência ele diz que (...) "senhores independentes André Dória e seus sucessores, dos quais procedeu a sobredita Clemência Dória, a quem uma memória, que vai adiante trasladada, dá o nome de Martini Dória, a qual passou à Bahia, e não achamos a causa, porque; e só, que na Bahia casou esta Martini Dória, como traz o manuscrito que citamos, ou Clemência Dória, como é mais certo, por constar assim do assento do livro dos batizados da Sé da Bahia, que logo trasladaremos. Casou na Bahia esta Clemência Dória"... Conforme manuscrito - pelo que entendi - quem casou com o Fernão Vaz da Costa foi a Martini e não a Clemência.
Frei Jaboatão, > ser a Martini Doria, do manuscrito que tratava do casamento dela com o Fernão Vaz da Costa e, ao sabor das análises dele, que tendo verificado um livro de batizado (e dai?) o fez concluir - por não saber explicar como a Martini veio chegar à Bahia (todo mundo sabe que muitas das órfãs aqui chegadas, nem todas tiveram os nomes conhecidos. Isso foi por volta de 1551 a 1553, provavelmente. Jaboatão foi omisso em não levar em conta este pormenor, depois era pernambucano, depois veio para a Bahia, em uma época que já distava cerca de dois seculos da chegada das órfãs da rainha e não tratou de examinar, cuidadosamente, preferindo fazer uma opção ao gosto pessoal dele, sem exames mais detidos. Acabou propiciando uma baita confusão.Explicar que lagartixa não é crocodilo dá muito trabalho e Jaboatão nada explicou e só fez confundir. Agora quem estudava a família da Clemência, ou Martini, terá que recomeçar os exames a partir dai. Será que ainda existe o manuscrito que Jaboatão fez referência ? Quem teria sido, realmente a Martini Dória ? Teria sido uma irmã ou uma prima de Clemência. Não teria sido a Martini uma das órfãs não conhecidas até hoje. Na primeira leva de órfãs era para aportarem 9 delas e apenas 6 tiveram os nomes conhecidos. Teria Jaboatão sido movido por algum tipo de sentimento primitivo e - por ato de vingança - quis excluir Martini Doria do catalogo dele ? Deste nó genealógico pode-se conjeturar bastante, mas o mais recomendavel não é optar pelo caminho da facilidade, mas buscar, como bem disse a senhora Kátia, o caminho da verdade. A lógica sofista do Jaboatão não me convenceu.
Quanto ao Arnizaud eu acredito que já encontrei alguma coisa neste sitio de genealogia. Se existe é porque alguém colocou e só resta saber quem e pedir a este alguém que por um favor especial aponte os caminhos que o Gilmar necessita para adiantar suas pesquisas. Outra boa dica é saber se o autor de os Herdeiros do poder poderia colaborar prestando algum esclarecimento, tanto a respeito do Arnizaud (qual seria mesmo a origem dessa família?) quanto deste novo nó provocado pelo Jaboatão. Esse tal do manuscrito que ele tinha é uma pedra no caminho e uma outra no sapato e o pior foi a conclusão do Jaboatão que "matou" Martini, e deu luz a Clemência. Eis ai um caso bom para o E. Cabral examinar. Será que ele não possui algo a este respeito de modo a evitar e ensejar a construção de genealogias fluidas e inconsistêntes? Voltando ao Arnizaud, não seria través dele que se daria um parentesco com Chico Buarque de Holanda ? E esta nova lebre de nomes com apelidos trocados, como explicar isso ?
É, Gilmar, terás dores de cabeça e o melhor seria começar a construir sua genealogia no âmbito dos Arnizaud, pois, pelo visto, a genealogia dos Dórias se encera em Martini Dória, sobre quem, acredito, ninguém sabe coisissima alguma.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e para sempre seja louvado.
Jorge Pondé
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RE: Caetana Arnizaud
Senhores e Senhoras,
Estou perplexo com os dados que estão me oferecendo e que cuidarei de apreciar, sem dúvida alguma. O caso despertado sobre a Martini Doria é muito curioso e me leva a indagar: o que foi feito do manuscrito e o que levou Jaboatão a não leva-lo em consideração ?
Depois surgem o caso das inversões de apaelidos, o que já me preocupa. Some-se a tais ocorrencias o fato de inexistirem bases documentais capazes de sustentar muitas genealogias, inclusive a minha. Estou interessado na verdade e gostaria de saber mais.
Obrigado a todos. Aguardo mais detalhes.
Gilmar Rodrigues
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RE: Caetana Arnizaud
Gilmar,
Observo que ninguém ousa informar a origem dos Arnizaud, o que me parece algo estranho.
Dando continuidade ao que já foi colocado vamos abstrair a fraude genealógica, se é que podemos assim designar o que resultou do deslize do Frei Jaboatão, ao trocar Martini Doria por Clemência, e nos deter, por enquanto, nos Arnizaud.
Tentei em vão encontrar a genealogia dos Almeida Torres, principalmente de Anna Rita Zeferina de Almeida Torres.
O grande mal em genealogia é o "copismo"; é o não fundamentar os dados apresentando fontes confiaveis, de preferência as fontes primárias; é o não se acautelar com os homônimos e achar que qualquer nome assemelhado sirva; as conclusões apressadas, os sofismas e outras coisitas mais, prejudicam qualquer trabalho sério. Hoje, sou do tipo que me exijo - para fins de dar credibilidade a qualquer genealogia - a exibição das fontes e da base documental. Sem isso qualquer genealogia pode estar total ou parcialmente fraudada.
Na Bahia, com a Invasão Holandesa, muitos documentos foram perdidos. Se aliarmos a isto o fato de existirem os "proprietários" de documentos públicos (eternos amigos do alheio) e de "colecionadores" de documentos, muitas vezes subtraídos em arquivos públicos; se juntarmos isso tudo aos extravios, aos ataques provocados por cupins e fungos, que destróem livros e documentos importantes, iremos acabar entendendo as razões que levam alguns pesquisadores em buscar os caminhos mais fáceis de fazer genealogia e de estabelecer pontes e de defender teses insustentáveis como sustentaveis e fundadas em sofismas, em falsidades e falsificações. É necessário que se busque as fontes primárias e as secundárias que possam lhe auxiliar a ter informações fidedignas sobre o que busca.
Sei que o amigo - permita-me - não deve abdicar do senso crítico e analitico e procurar saber e conhecer as fontes e a fidedignidade das citações contidas em livros. A história das elites é uma farsa, muitas vezes trágicas, outras vezes cômicas. A genealogia vem se constituindo, na medida em que fraudes vem à tona, em uma divina comédia. Abaixo transcrevo o que encontrei em um site da internet para que possa avaliar e buscar saber quais foram as fontes primárias que ensejaram os informes. Seria prudente saber se ocorreram casamentos e onde os mesmos foram celebrados e qual teria sido a freguesia e paroquia etc e tal. Seria importante saber se os nomes estão corretos, o se um erro copiado vai sendo repetido infinitamente por sucessivas gerações, tornando um erro em um acerto, desses que nos fazem tomar Martini por Clemência. Eis alguns dados que colhi e lhe forneço para apreciação:
O 2º visconde com grandeza de MACAÉ foi José Carlos Pereira de Almeida Torres que nasceu na Baia em 1799 (consta em qual livro o batismo do mesmo?) e faleceu no Rio de Janeiro em 25 de Abril de 1856. Casou com Maria Eudoxia de Almeida Torres (casou onde e quando? há registro manuscrito?).Bacharel em direito,seguiu a magistratura,chegando à Desembargador.Deputado na 1ª legislatura de 1826,por MG,Presidente da Província de SP em 1827 e 1842 e da do RS em 1831;foi senador pela Baia em 1843,ministro do Império no 4º Gabinete de 1844,do Império e da Justiça interinamente no 5º Gabinete de 1845 e no 8º de 1848 por ele organizado.Era Grande do Império,Gentil-Homem da Imperial Câmara do Conselho de S. Magestade,Conselheiro de Estado em 1842,membro do IHGB,Comendador da Imperial Ordem de Cristo,etc.
Adenda
José Carlos Pereira de Almeida Torres (porque optou pelo nome da mãe e não o do pai?)- agraciado com o título ( Dec 18.10.1829 ) de Visconde de Macaé, sem grandeza; elevado ao título ( Dec 07.09.1847 ) de Visconde com honras de grandeza de Macaé.Título de origem toponímica, tomado à cidade do mesmo nome, no norte da província do Rio de Janeiro. Faleceu em 25.04.1850 (*) .Filho do Desembargado José Carlos Pereira e de Ana ... Zeferina de Almeida Torres. Neto materno de José Vieira Torres e Luiza Marques de Almeida Arnizaud (donde surgem estes Arnizaud?), casal tronco dos Almeida Torres. Bacharel em Direito, Ouvidor de Paranaguá e Curitiba [PR - Dec. 24.06.1820]. Habilitado para servir nos lugares de Letras [24.04.1820]. Escolhido pelo Capitão General da Bahia, D. Francisco de Assis Mascarenhas, conde da Palma, para Ouvidor de Alçada da Comarca de Porto Seguro [BA, 05.02.1820]. Ouvidor da Comarca de São João del Rei [MG - Alv. 21.07.1823]. Teve a serventia vitalícia do Ofício de Provedor da Fazenda dos Defuntos Ausentes, Capelas e Resíduos da Comarca de São João del Rei [Alv. 23.10.1823]. Desembargador da Relação da Bahia [Carta de 01.07.1826]. Membro do Real Conselho [13.11.1830]. Teve o título de Conselheiro do Império [13.11.1830] e Conselheiro de Estado. Teve mercê de um lugar ordinário de Desembargador da casa da Suplicação [Alv. 15.05.1830]. Deputado Geral por Minas Gerais (1826 e 1829). Ministro do Império (1844 e 1848) e da Justiça (1845); Presidente do Conselho (1848). Senador do Império, Presidente das Províncias de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Teve o hábito da Ordem de Cristo [04.04.1821]. Gentil Homem da Câmara de S. M. Imperial [Dec. 01.05.1846]. Comendador da Ordem de Cristo [Dec. 11.03.1842]. Deixou geração do seu cas. com sua prima, Eudóxia Engrácia de Almeida Torres, falecida em 06.12.1882, no Rio-RJ , Viscondessa com honras de grandeza de Macaé, filha de Bernardino Marques de Almeida Torres e neta daquele mesmo casal tronco dos Almeida Torres.
(*) Seção " Há 150 Anos" - Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, de 26.04.2000 - publicando fatos ocorridos em 26.04.1850 : " Vítimas das febres - as febres faziam mais duas vítimas importantes, entre tantas outras anônimas: o visconde de Macaé - José Carlos Pereira de Almeida Torres, conselheiro de estado e senador do Império pela província da Bahia, e o jornalista, companheiro de redação do Jornal do Commercio, Salomão Benetton, redator da parte comercial desta folha
Katia Rocha
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RE: Caetana Arnizaud
Me foi fornecido uns dados colhidos em e-mails e que ouso transcrever para ver se achamos alguma pista que nos conduza a um determinado enredo:
"Três observações:
1) As criadas da Rainha parece que tinham proteção
especial; é o que se infere das fontes documentais.
Conheço citadas duas, já disse. E creio que Catarina
de Almeida, que AC distingue de Catarina Lobo, eram a
mesma.
2) O nome da `velha que veio com as órfãs' era Maria
Dias. Morreu em 1556.
3) Errei o nome (citado de memória, burrada...) da
Eça. Era D. Violante de Eça, bastarda de D. João de
Eça.
(CORTEI UM COMERCIAL)
Abcs, fa "
"Nos três primeiros capítulos de Os H do P usei muito
poucas fontes primárias (destas, disponho agora), e
disse algumas incorreções. Os raciocínios
desenvolvidos tiveram a seguinte base:
1) Estimativas demográficas sobre a Inglaterra, século
XI, vieram de uma tese de doutoramento nos EUA (acho
que citada lá, se não, mea culpa) sobre a primeira
geração dos barões ingleses normandos.
2) O cálculo do tamanho da elite portuguesa, século
XVI, foi estimado sobre as listas de aforados no paço,
em D. António Caetano de Sousa.
3) As estimativas populacionais s/ Portugal, século
XVI, 1500-1520, vieram de Tales de Azevedo, inclusive
com a percentagem de 20% de `judeus' (ou x-novos).
(Das Américas, usei material que havia levantado para
Maria Beltrão.)
4) Os troncos e suas raízes: usei (e creio ter dito) a
listagem de Afonso Costa, na sua _Genealogia Baiana_,
e busquei, tronco a tronco, referências em Gayo.
5) Sobre a demografia baiana, século XVI, usei as
listagens no _Livro Velho do Tombo_.
6) O caso das órfãs é complicado. Há apenas duas
delas, das com descendência conhecida, documentadas em
fontes primárias: Clemenza Doria e Catarina Lobo.
Clemenza Doria *nunca* é dada como órfã, mas sim como
`criada da Rainha,' o que é bem diferente; Catarina,
como órfã, e também `criada da rainha.' No Gayo
aparecem D. Joana de Eça e as Goes.
No site do Sapo está a discussão de M. A. do Soveral
sobre a tabela que publiquei recentemente tentando
fazer sentido no parentesco entre as moças Alvito que
vieram, eram indubitavelmente dos Alvitos, para o
Brasil.
fa
PS: Repasso em pvt para quem quiser o *único*
documento que encontrei nos ANTT, 1550-60, falando das
órfãs no Brasil; é um alvará de 1556 determinando, se
bem me lembro, pagamentos às moças e a seus maridos.
Não dá o nome de ninguém, e fala (acho, não está à mão
agora), em órfãs, e não em órfãs da Rainha.
A tese a que me referi, sobre as órfãs, é bem
conhecida; T. Coates, _Degredados e Órfãs: Colonização
Dirigida pela Coroa no Império Português, 1550-1755_,
trad., Lisboa 1998. Mas fala quase nada sobre o
Brasil."
Creio que poderemos extrair desses e-mails alguns dados, mas irei acrescentar um outro para que tenhamos uam idéia mais ampliada da temática, antes de alcançarmos os Arnizaud:
"QUEM FOI "A VELHA QUE VEIO COM AS ÓRFÃS" DA RAINHA, PARA O BRASIL ? Nào
achei o nome em canto algum!
COLHI EM A FUNDAÇÃO DO BRASIL DO DARCY RIBEIRO, alguns dados :
Vejamos alguns dados:
"A maior parte dos portugueses que vieram p/ o Brasil era de degredados.
"Tantos que converteram a nova terra num couto de criminosos, assim vistos
não só pelos jesuítas, mas pelos próprios donatários.
Duarte Coelho, em 1546 já reclamava: "(...) pelo amor de Deus, que tal
peçonha para aqui não me mande"(...)
JABOATÃO TAMBÉM DEIXOU SUA IMPRESSÃO: "boa droga de abortos e vicios,
escândalos e desordens".
MEM DE SÁ, advertindo El Rey, em 1560: "(...) povoar essa terra de
degredados mal-feitores, que os mais deles mereciam a morte e que não tem
outro oficio que o de urdir males (...)
Darcy comentava que:
"Aparentemente isso não tem qualquer importância porque as leis portuguesas
de então condenavam ao degredo meros desvios de conduta, como a sodomia, a
masturbação, a feitiçaria. (...) No caso do Brasil... mandavam , de
preferência, os criminosos reincidentes pela terceira vez"
E lá vai ele dizendo:
"Desta forte e feia gente foram feitos nossos avós fundadores, aqueles que
de fato implantaram a empresa ultramarina, e o criatório de gente de que
nascemos".
"Aproveitar esses talentos abominaveis foi a política da Coroa"
NÓBREGA INSURGE-SE CONTRA A POLÍTICA DE COLONIZAÇÃO e pede mulheres:
..."de toda qualidade, até meretrizes, porque há aqui várias qualidades de
homens"...
NÓBREGA QUE HAVIA PEDIDO (E FOI ATENDIDO) RECLAMAVA DOS MENINOS ÓRFÃOS DE LISBOA QUE MANDARAM PARA AS MISSÕES:
"... esses meninos perdidos, ladrões e maus, que aqui chamam patifes"...
Darcy analisando estes detalhes escreveu:
"Degredados, prostitutas e patifes, estão , pois, bem assentados em nossa
galeria heraldica. Evidentemente não foi feita só de celerados a primeira
geração de povoadores do Brasil. Gente boa deve ter vindo também para cá.
Resta saber para quem ela era boa. Para os índios naturalmente que não.
Para os negros, menos ainda. Para os mulatos, mestiços e seus filhos
bastardos, também não seriam. Úteis foram, porém, todos eles, os bons e os
maus, na obra que aqui se fez com eles, a seu pesar"...
Em Os Herdeiros do Poder não há qualquer lista de quem teriam sido as
primeiras levas de mulheres, dai fica a indagação sobre quem teriam sido as
primeiras e até quando a Corte portuguesa mandou mulheres para procriarem e
ajudarem a povoar o Brasil, mais ou menos em conformidade com a religião
dominante. Não achei nehuma citação a esse respeito nas obras consultadas,
mas é possivel que, dentre os componentes da lista, ao menos um tenha
elementos capazes para elencar quem foram as pioneiras nesta empresa
extraordinária que hoje se constitui nesta bonita civilização, tão rica em
contrastes e contradições, que nós, com o "afeto que se encerra em nosso
peito varonil" chamamos de Brasil, o patropi!"
Pelo observado a Martini Doria poderia ter aqui aportado na primeira leva de órfãs.
Houve, sim, nomes de algumas das primeiras órfãs. Mas o que não se informa é que, as naus, também abrigavam meretrizes que clandestinamente vinha embarcadas para alegria daqueles que não suportam a abstinência sexual.
É necessário entender o Brasil sem nos prendermos a uma ótica puritana.
Katia Rocha
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RE: Caetana Arnizaud
Senhor Gilmar,
Desculpe-me se quero ajudar e já me acho a abusar. Mas a temática me envolveu e julguei procedente alimentar este tópico com informações úteis e capazes de ajudar todos quanto tenha alicerçado suas genealogias através de trabalhos que incorreram em graves enganos. Transmito a seguir um e-mail que acabo de receber de um amigo lá da cidade da Bahia e que diz o seguinte:
"Date: Fri, 08 Jun 2001 17:38:37 -0300
As seis primeiras órfãs deveriam ser 9, todas consideradas "nobres ou de
origem honrada" (cf. Thales de Azevedo). Estas viviam em um Mosteiro ,
sob a proteção da Rainha, que o sustentava juntamente com alguns
religiosos e de homens de negócios. A velha seria a preceptora, Maria Dias,
que veio acompanhando as "mocinhas" que traziam na bagagem carta de
recomendação ao corregedor-mor. Essas 9 que se resumiram em 6, foram:
Clemência Dória, Mecia Lobo de Mendonça, Joana Barbosa, Marta de Souza,
Violante de Eça e Inês da Silva. Vieram na armada comandada por Antônio
Oliveira, em 1551.
Consoante Thales, todas casaeam com "funcionários graduados, agricultores e
comerciantes, tendo numerosos filhos".
Em julho de 1953, Duarte da Costa trazia mais 3 órfãs, porém, apenas duas
delas tiveram os nomes conhecidos:
Catarina Lobo (ou C. de Almeida, ou C. Lobo Barbosa de Almeida) e Jerônima
de Góis.
Vieram mais seis órfãs em 1553, com Men de Sá, e todas foram confiadas à
mulher de Braz Alcoforado. Eis os nomes colhidos:
Ana de Paiva, Catarina Fóis, Maria de Reboredo, Apolônia de Góis, Damiana
de Góis e uma de nome até hoje desconhecido, salvo outro juizo.
Estas últimas não contaram com o apoio e assistência de Maria Dias, visto q
a mesma fora comida (antropofagicamente falando) pelos Caetés (dez/1556)
juntamente com o Bispo Pero (de Campo?) Sardinha.
Thales de Azevedo, alicerçado por Helio Viana, assevera q as "mulheres
erradas" nunca vieram, porém muitas se infiltravam "de contrabando nas
frotas, com a conveniência dos capitães das naus, vindo fazer o seu
comercio na colônia.
Eis um campo que poderia vir a ser melhor pesquisado, pois o que era certo
em Portugal, naqueles tempos já distantes, deveria ser de muita felicidade
para os colônos que além das muitas índias e negras, tinham
uma nova alternativa para os prazeres da carne.
Será que alguém na lista possue a relação das sucessivas armadas que vieram
à costa do Brasil ? Não conheço ainda qualquer trabalho feito neste
sentido e se alguém tem conhecimento que, por favor, me informe."
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RE: Caetana Arnizaud
Villas-Boas,
Como obter a genealogia verdadeira do Chico Buarque de Holanda sem que seja aquela que foi publicada na Usina das Letras com as incorreções do ramo baiano ?
Atenciosos cumprimentos,
D. Azevedo
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RE: Caetana Arnizaud
Senhor Gilmar:
Talvez sejamos parentes em Cristo pois irmãos de inferno, ou do inferno, ou no inferno, ninguém quer ser. Tenho alguma consideração a fazer sobre aquela que me ensinaram ter sido a grande matriarca da família Dorea e entrelaçados, protagonista das elites brasileiras e tendo como coadjuvantes todas as demais famílias, com direito a todas aquela mentiras que somos forçados a dizer quando nos referimos a nós mesmos ou à nossa prole. Também acreditei que descendia de principes de Genova, dos duques perpetuos, mas acabo de saber que sou descendente de Martini Doria (ou Dorea), talvez do rum martini (a bebida dos piratas), pouco me importando agora debater se sou vindo de Florentin ou de Valentin, conforme dizia Pedro Calmon.
Vamos então reflexionar um pouco sobre nosso passado genealógico, sem nos determos a nossa querida Ilha da Madeira, donde somos originários, ainda que resistências existam. Então vamos lá:
Como compreender uma órfã numa Portugal católica, recomendada para casar com os melhores da terra do Brasil, financeiramente falando, sem que já houvesse sido batizada, seguindo o rito católico ? Parece haver uma inconsistência no fato de uma pobre órfã, desamparada e sem um lar, protegida por uma rainha católica que não tinha, sequer, cuidado de ministrar à mesma os ensinamentos e a doutrina da fé católica dominante, numa época em que a contra-reforma espalhavasse como erva daninha pela Europa. Esta seria uma prova de que a "protegida", do ponto de vista católico, não era tão amparada e muito menos católica do que gostariamos que fosse. De resto, a rainha Catarina, deve ter encontrado um bom pretexto para livrar-se das "pestinhas" e do peso que as órfãs representavam à corte portuguesa. Melhor seria entrega-las aos "maiorais", que viviam no Brasil, "matando cachorro à tapa", ou melhor dizendo: "afogando o ganso". As pobres coitadas, novinhas em folha (se é que a "marinhagem" sedenta não as tivessem molestado, posto que "pedofilia" é uma palavra de aplicabilidade quase recente), vieram para casar e procriar, botando filhos no mundo: "Mundo mundo, vasto mundo/ se me chamasse Raimundo/ não seria uma solução/seria uma rima".
Em conversa com um amigo, soube que tais órfãs teriam sido filhas daquelas mulheres que freqüentavam os castelos, para alegria dos "pentelhos" de então e que logo "enchiam o bucho", dando vida prematura a crianças que não poderiam ter um pai certo. Para que as crianças não ficassem jogadas às traças, eram amparadas pela misericórdia honesta de algum bom samaritano, de alguém que tivesse chegado à rainha e prometido a ela, que, com a prática de boas ações, ela teria purgado os seus pecados e teria um bom retiro no céu. A rainha, que não era boba coisa nenhuma, logo topou a "indulgência" barata e de encargo tão fácil. Com umas poucas migalhas e muita exploração poder-se-ia manter jovens sem que lhes desse outra coisa senão a ração diária e aquelas malditas roupas de orfanato. Porém melhor seria ficar livre de tamanho estorvo e responsabilidade. Melhor não poderia acontecer: despacha-las para o Brasil, pois se fossem mesmo ricas não teriam vindo e se fossem e para cá viessem, por certo não trariam riqueza alguma. Nesses contos de Reis e Rainhas sempre tem o conto da carochinha. Você acredita se quiser, ou se for otário(a).
É chato, muito chato quando temos que saber como eram maltratadas as nossas pobres órfãs "nobres" e esquecidas da nobreza titulada de Genova. E a misericórdia só existia para livrar homens e mulheres da consciência pesada que portavam, além de conferir-lhes um "status" ridículo, típico dos que buscam titularidades como cigarras. Ser da Santa Casa de Misericórdia era o mesmo que ter um atestado de boa condição social, ainda que, espiritualmente, não passassem de trastes da consciência humana, farrapos de dignidade, embora com a boa aparência conferida pelos gastos que lhe imprimiam uma certa boa reputação. Mas, tudo pela glória (das chamas do inferno, diria o pedinte de outrora)...
Nós que aqui ficamos e estamos, sequer sabemos o que será do derradeiro dia quando tivermos de, voluntária ou involuntariamente, habitar a região desconhecida, levados que seremos pelas mãos dos mistérios que não ousamos exumar, tanto quanto buscamos exumar o passado como que a nos redimirmos de algo que não compreendemos bem, como se buscássemos exumar o passado em busca das misteriosas raízes dos males que nos acometem, ou dos bens que nos faltam. Genealogia´tem muito a ver com o exorcizar e com cemitérios, sepulcros. É uma ciência gótica !
Paz em Cristo é o que desejo a todos os genealogistas e que deixem de ser gananciosos e busquem viver honestamente, corrigindo as faltas que a ancestralidade miserável nos legou, enquanto mundo.
Á saúde das pobres órfãs, que só Deus sabe o que elas passaram até que nós viéssemos ao mundo. Quanto aos reis e as rainhas, nós temos que seguir o ritual macabro das classes dominantes que nos obriga perpetuar mentiras, sejam ou não oriundas das armas e dos brasões de famílias parasitárias, de ontem, ou de hoje. Onde existiu miséria, nunca houve reino feliz.
Estou p. da vida com esse Frei Jaboatão que jogou merda no meu ventilador !
Com minhas excusas,
Mario Dorea
SERGIPE
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