200 anos da chegada de D. João ao Brasil em 2008
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200 anos da chegada de D. João ao Brasil em 2008
De Coimbra ao Rio
Está no Rio, o reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos.
Veio tratar do início dos trabalhos de organização das comemorações do
bicentenário da chegada de D. João VI ao Brasil, em 2008. Já está
agendada uma visita amanhã ao diretor- geral do Arquivo Nacional,
professor Jaime Antunes, na companhia do cônsul-geral de Portugal,
Antônio Tânger Corrêa...
As desgraças de uma criança
Como subsídio ao bicentenário, Hildezinha transcreve as impressões da
jovem imperatriz Leopoldina em seu Um diário imperial (editora
Reler): ''Dom João, meu sogro, é um tanto corpulento. Ao banquete, ele
comeu quatro coxas de galinha e três pedações de carne com um molho
espesso. Dona Carlota, minha sogra, é - para falar francamente -
bastante feia. Ela tem marcas na pele do rosto, um nariz adunco e uma
boca quase sem lábios. Fiquei tão chocada que não ousei lhe dar uma
segunda olhada...''.
Jornal do Brasil
Alberto Penna Rodrigues
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Livro, ficção
Dom João VI é o principal personagem de ficção histórica do autor argentino Alejandro Maciel
Federico Mengozzi
Dom João VI, o pateta. Para o médico e escritor argentino Alejandro Maciel, a imagem que se tem do primeiro monarca brasileiro é descabida. Ao filho da rainha Maria I, marido da infanta Carlota Joaquina, pai de dom Pedro I e avô de dom Pedro 11, cabem feitos como a abertura dos portos brasileiros, a fundação de instituições como o Banco do Brasil e a Biblioteca Nacional e a elevação da colônia a reino. Sobretudo, diz Maciel, autor de Diários de um Rei Exilado, ficção histórica que retrata de forma viva a viagem da família real portuguesa para o Brasil, dom João VI centralizou o poder, mantendo coeso o país num momento em que as colônias espanholas na América se libertavam de forma sangrenta, e fez o primeiro imperador do Brasil independente, o próprio filho. "Dom João VI não pode ser visto como um pateta", indigna-se Maciel.
Diários de um Rei Exilado foi escrito em espanhol e vertido para o português - ainda não está prevista uma edição em espanhol. Quem achar estranho um autor argentino se inspirar num episódio da história do Brasil deve atentar para dois detalhes: Maciel é autor de O Livro da Guerra Grande , sobre a Guerra do Paraguai, e, sobretudo, diz não acreditar em fronteiras políticas. "A história do Brasil", esclarece, "me fascina. No processo de independência, o Brasil não registrou as lutas imbecis que envolveram as colônias espanholas, com seus limites pouco claros. Para isso, foi fundamental a viagem de dom João, que via em seu filho Pedro, apesar das dúvidas que cercaram sua paternidade, já que era meio mulato, uma figura talhada para o exercício do poder. "
"Para finalizar, a única terra que lhe ofereço em dádiva são os dois metros quadrados que precisa no cemitério para o dia que chegar o seu fim. Nada mais..." E dom João VI se referindo a sua terrível esposa, Carlota Joaquina. Maciel não faz um romance histórico, gênero que não aprecia totalmente, pois "falha como romance e falha como História", mas ficção histórica. A diferença é sutil. "Parto da História, mas a trama é ficcional. Invento tudo a partir da História. Assim, Diários não é História, mas literatura", garante esse psiquiatra que, brinca, se dedica a sua profissão, em Assunção, no Paraguai, como forma de curar a própria loucura.
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