Bricas e diferenças em Brasões.
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Bricas e diferenças em Brasões.
WENDEL ALBERT OLIVEIRA PEREIRA
Sete Lagoas, 06.10.2001
Ex.mos Senhores
Alguém poderia elucidar-me sobre como funciona exatamente o sistema de bricas e diferenças em Brasões quanto a origem das armas (se de pai e avô e bisavô paterno, pai avó e bisavó paterna, mãe avô e bisavô materno, mãe e avó e bisavó materna).
Agradecido pela atenção de V.ªs Exc.ªs
Ass:
Wendel Albert Oliveira Pereira
PS: Alguns brasões de titulares do império brasileiro e informações podem ser vistas em no site http://www.cafe.com.br/cultural/ que descobri recentemente.
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Ex. mo Senhor
Diz Armando de Matos no seu Manual de Heráldica Portuguesa:
".....as armas,têm a sua distinção conforma as pessoas que a usam e assim,na mesma linhagem não deve haver dois escudos de armas iguais.Assim o uso de -diferenças-mesmo por membros da Família Real.
As do Rei apresentam-se direitas,sem diferença e nem misturadas com quaisquer outras.
As da Rainha e Príncipe Real e Infantes apresentam diferença das do Rei,mas não cabe aqui especificar.
O chefe da linhagem ou da família deverá usar -armas plenas,mas se for chefe de mais de uma casa ou linhagem pode combinar as armas respectivas num único escudo.
O filho mais velho e os outros deverão usar -diferenças-para não usarem de armas iguais.
Podem alterar os esmaltes ,as figuras,as peças ,mudar a cor do campo,etc.
É claro que há -diferenças-de carácter transmissível e de grande simbolismo e importância genealógica,que as individualizam e lhe dão um carácter próprio.
Assim ,as armas vêm do avô paterno,avô materno,avó paterna e avò materna.
Pela linha varonil usa-se,geralmente,no canto direirto do escudo(lado esquerdo do observador)um farpão,flor de lis,merleta,crescente,etc.
Pelo Avô materno, numa brica,algumas das figuras atrás referidas ou a letra inicial do nome da pessoa a quem pertenciam as armas,etc.
Hoje,vai havendo uma certa liberdade heráldica,que enriquece o simbolismo dela e lhe dá foros de alforria,adaptada aos tempos presentes.Por isso ,agora,pode haver muitas opiniões sobre o assunto respeitáveis e aceitáveis.
Se vêm pela avó paterna,coloca-se em meia brica algumas das figuras referidas ou um anel ,uma lua,etc.
Pela avó materna será usada como diferença uma almofadinha(cochim),na brica e até uma manilha sobreposta ao cochim.
Nas armas assumidas,que cada um pode usar desde que não usurpem armas que sejam de outrem,há mais liberdade.
No meu caso pessoal,(armas assumidas) ,uso ex-libris heráldicos baseados em armas de família;todavia como armas que adoptei para a família que originei-Rafael Carvalho-uso escudo português boleado com as armas da família -Guerreiro-com uma brica figurando nela as armas de -Carvalho.Bordadura com a saudação do Arcanjo São Gabriel a Nossa Senhora :Ave Maria Gratia Plena,porque além de ter tido educação e princípios rígidos de catolicismo;sou,hoje, um cristão convicto,além do mais esses princípios norteiam-me,lembrando também nessa bordadura o Ave Maria ,que alguns ramo de -Guerrero e os da Casa de Alcaraz ,em Espanha usaram e em homenagem a São Domingos de Gusmão-por pertencer à família-Guerreiro de Gusmão.Elmo,paquife e como timbre o usado pela família portuguesa-Guerreiro.
Dispenso-me indicar os esmaltes e as cores sobejamente conhecidas.
Espero ter sido útil.
Com os meus melhores cumprimentos
Rafael Carvalho
Além da obra referida ´pode consultar Vocabulário Heráldico de Luís S. S.Bandeira e Heráldica -Ciência de Temas Vivos -de F.P.de Almeida Langhans,etc.E com certeza os célebres Armoriais Portugueses cuja importância e beleza lhes conferem um lugar principal na heráldica mundial.
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Salve!
Ao que me consta, em Portugal os Brasões são hereditários e sem mudanças alardeantes. Se eu estiver errado, que me corrijam.
Também na Inglaterra, Escócia e Irlanda não costumam alterar os Brasões. Eles são hereditários e passam de pai prafilho como são. Na maioria das vezes, identificam as famílias que formaram aquela linhagem.
Esperando ter ajudado,
Giancarlo Marques Zeni
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Ex.mo Senhor
Exmo Senhor
Agradecido por sua explicação que foi muito elucidativa, pois inclusive aprendi algo que ignorava totalmente, tendo em conta não ser demasiado versado neste assunto.
Todavia, continuo a desconhecer qual é a diferença entre Brica e Cantão.
Meu interesse, quase ao final de minha vida, é saber por que em minhas armas tenho uma “brica” ou “cantão” em campo de prata com uma flecha em verde...simplesmente gostaria de saber seu significado. Meu Avô, que Deus o tenha em paz, faleceu quando eu tinha sete anos. Não deu tempo a grandes explicações!
Agradecido
Dom Luis de Noronha
PP
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Seria invulgar um cantão com uma flecha.
A olho, o cantão apresenta-se quase quadrado enquanto a brica é mais rectangular com a altura superior à largura.
Na origem, creio que provindo de heráldicas mais rigorosas do que a nossa, o cantão ocuparia 2/3 de 1/4 do escudo. isto é se dividíssemos o escudo em quatro partes, depois reduziríamos uma dessas partes a 2/3 da sua dimensão para obter um cantão.
Para a brica não conheço medidas exactas; conheço várias opiniões diferentes mas desconheço fundamentos. Nas mais vulgares reproduções teria metade de um cantão em largura e a altura seria um pouco menor menor. Outra diferença mas que nem sempre aparece, não sei se apenas por dificuldades de execução é que a brica, ao contrário do cantão que está sempre encostado ao limite exterior do escudo, pode apresentar-se como uma ilha do campo, próxima mas não encostada ao canto.
A peça que descreve, dependendo da época, se a carta d'armas fôr do final de XVIII inícios de XIX será quase certamente o reconhecimento de que o direito ao uso do brasão lhe veio por avô paterno. Mais vulgarmente um ferro de lança mas também flechas, eram usadas nesses casos.
Tudo dúvidas que tiraria mais eficazmente consultando a Carta d'Armas. Se descrever detalhadamente o brasão como está reproduzido e avançar com um intervalo de datas em que fosse mais provável o seu (avô?) ter obtido o direito, talvez algum dos mais conhecedores e com melhores bibliotecas entre os que frequentam o fórum, consiga identificar.
A. Luciano
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Ex.mo Senhor Luciano
Creio que já respondeu á minha pergunta.
Olhando para as armas, realmente a peça é retangular, e a “flecha” pode ser interpretada como “um ferro de lança”.
Neste caso o retângulo encontra-se encostado ao limite do escudo, mas sobre as “quinas” ou a quina das armas de Portugal, que compreendem o brasão.
Assim sendo e no seu sentido pratico entendo como reconhecimento do direito á chefia da Casa ou, ao uso das ditas armas que herdei do meu Avô e que as uso nestes meus últimos sessenta anos e que me foram dadas após sua morte! Na verdade, as armas dele não possuíam esta peça.
O senhor foi extremamente ilustrativo e felizmente mais alguma coisa aprendi.
Os meus sinceros cumprimentos do outro lado do mundo.
Obrigado
Dom Luis de Noronha
Arcebispo M.
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Caros confrades,
O heraldista Armando Marques, na obra "Heráldica Portuguesa" esclarece que a brica é um lugar no campo do escudo que corresponde à quarta parte do primeiro cantão. Se a sua largura é reduzida a metade temos a meia-brica, se a altura é reduzida à mesma dimensão da largura obtemos a brica-quadrada. há ainda a quadrícula e a dobre-brica...
saudações,
Sérgio Sodré
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Presumo que tenha transcrito Armando Marques sem erro.
Como disse, o cantão será 2/3 de 1/4 do escudo. Ou seja, cingindo-nos ao chefe, teremos dois cantões e o chefe propriamente dito com área igual à dos cantões (o chefe vai formar-se com 1/3 que sobra do cantão direito mais um terço do esquerdo, ficando assim com 2/3, largura igual à dos cantões.
Para os flancos é exactamente o mesmo. No flanco direito temos a começar de cima o cantão direito da ponta, o flanco direito e o cantão direito da ponta, com iguais alturas.
Quer isto dizer que - tal como eu disse - os cantões do chefe apresentam-se quadrados à vista. Mais exactamente, terão a mesma proporção do escudo que deve ser 8/9 embora alguns defendam 7/8 e já tenha visto desenhos a 6/7.
Se a brica fosse a quarta parte do cantão, também se apresentaria na mesma proporção e pareceria quadrada ao primeiro olhar. Como já deve ter visto não é isso o que acontece e a brica é habitual e claramente rectangular.
Também como disse, há mais definições de brica do que a de Armando Marques. E a maioria muito menos incongruente. Para o que Armando Marques chama brica quadrada, há quem defenda chamar "cantonete" - à semelhança do escudo reduzido ou escudete - exactamente por entenderem que brica é rectangular e não quadrada.
Também como disse, desconheço regulamentação que defina a brica por isso, parece-me que os heraldistas apenas podem fazer propostas. A de Armando Marques é má.
Na falta de regulamentação específica - que poderá haver mas desconheço - deve recorrer-se ao costume e este é claro: a brica apresenta-se na grande maioria dos casos rectangular.
A. Luciano
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RE: Bricas e diferenças em Brasões. Correcção:
Para os flancos é exactamente o mesmo. No flanco direito temos a começar de cima o cantão direito do chefe(1), o flanco direito e o cantão direito da ponta, com iguais alturas.
(1) Tinha escrito "da ponta".
A. Luciano
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Armando Marques considera que os cantões são os espaços vãos que resultam do esquartelamento do campo por uma cruz chã, isto é, formada por uma pala e por uma faixa.
Da forma como este autor representa, a largura da cruz é 1/3 do retângulo original, a partir do quel se constrói o escudo. Assim, o cantão é retangular e não quadrado..., logo a brica, enquanto 1/4 do cantão direito do chefe, também seria retangular a não quadrada... A largura de cada cantão seria 1/3 do chefe (a mesma espessura da cruz).
Assim, a brica seria 1/6 do chefe, em largura, e 1/6 do retangulo original de construção do escudo, em altura. Em Armando Marques, esse retângulo de base tem 7 po 8.
Esta é a proposta deste autor. É simples e clara..., mas não estou a dizer que é a mais correta. Aí, abstenho-me.
Sérgio Sodré
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Já Almeida Langhans em "Heráldica - ciência de temas vivos" constrói o escudo a partir de um quadrado e considera que os cantões são 1/4 desse quadrado e escreve que a brica é 1/4 de um quartel do escudo..., o que dá uma brica quadrada... e idêntica a um cantão (da forma como este autor o define) nas minhas contas....
Sérgio Sodré
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RE: Bricas e diferenças em Brasões (correção)
Desculpe a incorreção..., Almeida Langhans considera o cantão 1/8 do quadrado e não 1/4 (isso seria o quartel).
RespostaLink directo:
RE: Bricas e diferenças em Brasões (nova correção)
Desculpe voltei errar..., Almeida Langhans define o cantão dividindo o chefe por 4..., porquanto o "seu" cantão é 1/16 do quadrado de base do escudo. Este comporta 16 quadrados (4 por 4) cada um com a dimensão de um cantão.
RespostaLink directo:
RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Caro Sérgio Sodré,
"Armando Marques considera que os cantões são os espaços vãos que resultam do esquartelamento do campo por uma cruz chã, isto é, formada por uma pala e por uma faixa."
Da forma como este autor representa, a largura da cruz é 1/3 do retângulo original, ..."
Se a largura da cruz é de 1/3 do escudo - não me parece correcto chamar rectângulo original ao escudo - isso resulta exactamente no que eu disse: um chefe dividido em três partes iguais, cantão direito, chefe propriamente dito e cantão esquerdo.
Ora tanto a pala como a faixa tem por dimensão 1/3 do escudo, ou seja, a pala tem 1/3 da largura e a faixa 1/3 da altura. É evidente que o resultado é exacta e precisamante o que eu disse, os cantões direito e esquerdo do chefe teriam a mesma proporção do escudo. E esta, é na minha opinião ou se quiser, na opinião a que eu aderi, de 9/8. Pelo que me diz Armando Marques prefere 8/7. Seja. Mas um cantão 8/7 continua a parecer quadrado à primeira vista e não tem confusão possível com as representações correntes das bricas.
E, se eu já tinha considerado a proposta de Armando Marques incongruente, a sua achega apenas reforça essa ideia. Repare que, falando de cantões - sujeito - eu defini o cantão a partir do escudo o que resulta mais confuso de ler mas está correcto, enquento que falado de cantões, definir uma cruz para depois definir o cantão pelos espaços sobrantes é metodologicamente errado.
Suponho que essa da pala e da faixa tenha sido ideia sua e não de Armando Marques, pois as duas, cruz por um lado e pala e faixa por outro não são a mesma coisa. Numa cruz os braços são de idêntica largura, enquanto a pala é mais estreita do que a faixa. no "meu" escudo a faixa será 3 (1/3 de 9) e a pala 2,66(6) (1/3 de 8).
Admitamos agora, como exercício de estilo que um determinado escudo tinha de facto uma cruz determinada pela largura da pala. Teria então braços de 2,67 e as alturas dos espaços sobrantes - apenas no chefe pois a curvatura da ponta tudo altera - seriam (9 - 2,666) : 2 = 3,167. Ou seja o "cantão" seria então de 2,667/3,167 e assim um rectângulo o que poderia dar alguma consistência a Armando Marques.
Mas não e por duas razões:
Primeiro esse rectângulo ainda é menos acentuado do que a generalidade das representações de bricas;
Segundo e muito mais importande, isso NÃO definiria um cantão.
Se um escudo tem um cantão, é o cantão que tem de ser definido na descrição. Se tem uma cruz é a cruz que é definida e ao espaço restante chama-se vãos. Isto é muito mais claro em vexilologia, onde o cantão, aí também chamado franco-cantão por motivo histórico, ocupa habitualmente metade do campo em altura, tendo larguras muito variáveis e que devem ser definidas. Mas se é mais claro devido à representação das bandeiras ser "deitada" ao contrário do escudo heráldico, a regra é a mesma: se é cantão, é este que tem de ser definido.
Para citar um exemplo de conhecimento universal, pegue nas armas dos Melos ou dos Almeidas que são iguais em peças. A descrição heráldica correcta das armas de Almeidas é: De vermelho, com uma dobre-cruz e bordadura, carregado de seis besantes nos vãos, tudo de ouro.
Se aplicasse essa "regra" de definir pelo sobrante, então seria: De ouro, com seis bilhetes de vermelho, cada um com um besante vazio do campo.
A leitura de ambas as descrições seria exactamente igual mas a primeira está certa e a segunda está errada exactamente porque as peças móveis significantes são a dobre-cruz e os besantes (a primeira com mais do que um significado a segunda, em heráldica medieval, com o significado de que o cavaleiro que os recebia, tinha peregrinado à palestina (bisantes, de bisantinos, moeda). Bilhetes, nada significam que eu saiba.
Claro que nada impede que um escudo tenha como peça móvel uma cruz, ou como partições uma pala e uma faixa, mas os espaços restantes são vãos, não são cantões.
Fui conscientemente comedido ao aplicar a palavra incongruente. Considerando que se trata de um heraldista, com obra publicada e não de um curioso como eu, poderia ser bem mais incisivo.
A. Luciano
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Caro Luciano
Diz "Suponho que essa da pala e da faixa tenha sido ideia sua e não de Armando Marques, pois as duas, cruz por um lado e pala e faixa por outro não são a mesma coisa."
"...cantões, que são os espaços vãos que resultam do esquartelamento do campo por uma cruz chã, isto é, formada por uma pala e por uma faixa", Armando Marques pag 31.
Não foi ideia minha....
Sérgio Sodré
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Salve!
Supostamente, um brasão identifica descendentes daquele que o usou primeiro (no caso de ser de um só apelido) ou descendentes daqueles que os usaram primeiro (no caso do brasão ser composto por 1 a 4 apelidos). Além disso, identifica o próprio através de uma pequena diferença que é colocada nas primeiras armas (no caso do brasão ter armas de mais do que um apelido).
Sérgio Sodré
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RE: Bricas e diferenças em Brasões (nova correção)
Caro Sérgio Sodré,
Uma explicação prévia.
Não tenho qualquer interesse em andar a embirrar consigo, com quem até simpatizo. Não tenho nenhuma ascendência Sodré mas só psso admirar o esforço que tem prosseguido na procura da verdade, sem hesitar em afastar as ideias até aí correntes da ascendência inglesa nos Sudley.
Aconteceu apenas que eu pretendera resolver um problema singular que era a dúvida do confrade "arcebispo" e, parecendo-me mais provável que ele tivesse conhecimento por uma peça desenhada ou gravada, dei-lhe um método simples de diferenciar a brica do cantão, a primeira rectangular, o segundo quase quadrado. E funcionou.
Assim a sua primeira mensagem citando Armando Marques, veio pôr em dúvida o que eu trouxera e, sobretudo, tendo eu afirmado que desconhecia regulamentação específica para as dimensões da brica, a autoridade de um heraldista publicado, sugeria o contrário.
Agora já terá visto que eu tinha razão e que Almeida Langhans tem diferente proposta. E, inevitavelmente, haverá confrades não intervenientes ainda mais baralhados do que antes sobre bricas e cantões.
Convém lembrar que Almeida Langhans não é um heraldista nobiliárquico ou, não o é predominantemente. A sua grande especialidade era heráldica corporativa e isso explica que tenha começado a partir de um campo quadrado, o que acontecia em diversa heráldica corporativa.
A sua proposta para a brica 1/16 não nos resolve o problema pois, se fica definida em largura, não nos diz o que acontece quando o escudo é alongado para a proporção nobiliárquica seja ela 7/8 ou 8/9. Aí duas hipótese se poriam, ou a brica ficava exactamente como estava, um quadrado, ou seria alongada na mesma proporção, ficando um quase quadrado de 7/8 ou 8/9.
Estou em desacordo total com Almeida Langhans. Não concordo com "bricas quadradas" e, sem ser heraldista e sobretudo, faltando-me completamente a "tarimba" nem sei quando foi primeiro introduzida a brica na armaria nacional. Creio que mesmo o cantão não aparece nas armas portuguesas mais antigas e só aparecerá depois da influência inglesa com o casamento de D. João I (não afirmo, apenas admito). Ora na armaria inglesa, salvo um ou outro caso, sempre mais rigorosa do que a nossa, o cantão tem 1/3 da largura do escudo. Aí estou com Armando Marques.
Admito que possa haver alguma confusão com o cantão que pode de facto significar duas coisas diferentes. Se for entendido como uma partição do escudo, deverá seguir a proporção deste mas se for entendido como uma peça móvel, nada impede e até aconselha que seja definido como um quadrado independentemente da proporção do escudo. Não sei o suficiente para optar por qualquer dos entendimentos e, em princípio, aceito ambos parecendo-me que só um estudo exaustivo poderia identificar qual o entendimento mais frequente.
Há concerteza no fórum, quem saiba mais disto do que eu e é pena se não intervierem.
A. Luciano
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Boa tarde!
Escrevo esta mensagem, pois gostaria de ter a sua opinião sobre o seguinte tema: Heráldica Assumida.
Pergunto , o seguinte, e na sua opinião:
• estará correcto usar de Armas Assumidas?
• usar as Armas das antigas Linhagens de Portugal (e/ ou estrangeiras), sem mudança de cor, nem diferenças?
• usarem Armas plenas, combinadas «a gosto» de Apelidos?
• as Senhoras Portuguesas usarem de Armas com lambel e com diferenças?
• cometerem-se erros heráldicos quanto à disposição das peças e das diferenças, etc.?
• os homens usarem lambel? Não é este usado apenas para a Casa Real?
• Qual a validade dessas mesmas Armas?
• Porquê estar a usar Heráldica «misturada»?
Não há já um Instituto (INP) em Portugal que as outorga, ou não?
1. E as investiduras que há, dumas «Ordens» ou «Associações»?
2. Coisas com nomes muito parecidos às verdadeiras, mas que parece serem de uma autêntica fantasia. Até a Santa Sé reconhece apenas as Ordens Honoríficas que reconhecia (e não me recordo de quais, mas li a notícia), e nenhuma destas novas investiduras de graus de Cavaleiros e Damas, que..... se calhar (especulo eu. não posso adivinhar!?) já chegaram a pedir algum reconhecimento formal?
Cumprimentos,
Luís
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Boa tarde!
Escrevo esta mensagem, pois gostaria de ter a sua opinião sobre o seguinte tema: Heráldica Assumida.
Pergunto , o seguinte, e na sua opinião:
• estará correcto usar de Armas Assumidas?
• usar as Armas das antigas Linhagens de Portugal (e/ ou estrangeiras), sem mudança de cor, nem diferenças?
• usarem Armas plenas, combinadas «a gosto» de Apelidos?
• as Senhoras Portuguesas usarem de Armas com lambel e com diferenças?
• cometerem-se erros heráldicos quanto à disposição das peças e das diferenças, etc.?
• os homens usarem lambel? Não é este usado apenas para a Casa Real?
• Qual a validade dessas mesmas Armas?
• Porquê estar a usar Heráldica «misturada»?
Não há já um Instituto (INP) em Portugal que as outorga, ou não?
1. E as investiduras que há, dumas «Ordens» ou «Associações»?
2. Coisas com nomes muito parecidos às verdadeiras, mas que parece serem de uma autêntica fantasia. Até a Santa Sé reconhece apenas as Ordens Honoríficas que reconhecia (e não me recordo de quais, mas li a notícia), e nenhuma destas novas investiduras de graus de Cavaleiros e Damas, que..... se calhar (especulo eu. não posso adivinhar!?) já chegaram a pedir algum reconhecimento formal?
Cumprimentos,
Luís
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Boa tarde!
Escrevo esta mensagem, pois gostaria de ter a sua opinião sobre o seguinte tema: Heráldica Assumida.
Pergunto , o seguinte, e na sua opinião:
• estará correcto usar de Armas Assumidas?
• usar as Armas das antigas Linhagens de Portugal (e/ ou estrangeiras), sem mudança de cor, nem diferenças?
• usarem Armas plenas, combinadas «a gosto» de Apelidos?
• as Senhoras Portuguesas usarem de Armas com lambel e com diferenças?
• cometerem-se erros heráldicos quanto à disposição das peças e das diferenças, etc.?
• os homens usarem lambel? Não é este usado apenas para a Casa Real?
• Qual a validade dessas mesmas Armas?
• Porquê estar a usar Heráldica «misturada»?
Não há já um Instituto (INP) em Portugal que as outorga, ou não?
1. E as investiduras que há, dumas «Ordens» ou «Associações»?
2. Coisas com nomes muito parecidos às verdadeiras, mas que parece serem de uma autêntica fantasia. Até a Santa Sé reconhece apenas as Ordens Honoríficas que reconhecia (e não me recordo de quais, mas li a notícia), e nenhuma destas novas investiduras de graus de Cavaleiros e Damas, que..... se calhar (especulo eu. não posso adivinhar!?) já chegaram a pedir algum reconhecimento formal?
Cumprimentos,
Luís
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Boa tarde!
Escrevo esta mensagem, pois gostaria de ter a sua opinião sobre o seguinte tema: Heráldica Assumida.
Pergunto , o seguinte, e na sua opinião:
• estará correcto usar de Armas Assumidas?
• usar as Armas das antigas Linhagens de Portugal (e/ ou estrangeiras), sem mudança de cor, nem diferenças?
• usarem Armas plenas, combinadas «a gosto» de Apelidos?
• as Senhoras Portuguesas usarem de Armas com lambel e com diferenças?
• cometerem-se erros heráldicos quanto à disposição das peças e das diferenças, etc.?
• os homens usarem lambel? Não é este usado apenas para a Casa Real?
• Qual a validade dessas mesmas Armas?
• Porquê estar a usar Heráldica «misturada»?
Não há já um Instituto (INP) em Portugal que as outorga, ou não?
1. E as investiduras que há, dumas «Ordens» ou «Associações»?
2. Coisas com nomes muito parecidos às verdadeiras, mas que parece serem de uma autêntica fantasia. Até a Santa Sé reconhece apenas as Ordens Honoríficas que reconhecia (e não me recordo de quais, mas li a notícia), e nenhuma destas novas investiduras de graus de Cavaleiros e Damas, que..... se calhar (especulo eu. não posso adivinhar!?) já chegaram a pedir algum reconhecimento formal?
Cumprimentos,
Luís
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Boa tarde!
Escrevo esta mensagem, pois gostaria de ter a sua opinião sobre o seguinte tema: Heráldica Assumida.
Pergunto , o seguinte, e na sua opinião:
• estará correcto usar de Armas Assumidas?
• usar as Armas das antigas Linhagens de Portugal (e/ ou estrangeiras), sem mudança de cor, nem diferenças?
• usarem Armas plenas, combinadas «a gosto» de Apelidos?
• as Senhoras Portuguesas usarem de Armas com lambel e com diferenças?
• cometerem-se erros heráldicos quanto à disposição das peças e das diferenças, etc.?
• os homens usarem lambel? Não é este usado apenas para a Casa Real?
• Qual a validade dessas mesmas Armas?
• Porquê estar a usar Heráldica «misturada»?
Não há já um Instituto (INP) em Portugal que as outorga, ou não?
1. E as investiduras que há, dumas «Ordens» ou «Associações»?
2. Coisas com nomes muito parecidos às verdadeiras, mas que parece serem de uma autêntica fantasia. Até a Santa Sé reconhece apenas as Ordens Honoríficas que reconhecia (e não me recordo de quais, mas li a notícia), e nenhuma destas novas investiduras de graus de Cavaleiros e Damas, que..... se calhar (especulo eu. não posso adivinhar!?) já chegaram a pedir algum reconhecimento formal?
Cumprimentos,
Luís
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Brica: 1/4 do quartel
meia brica: metade da brica, posta em pala
Franco cantão − é um quartel mas só pode existir um em cada campo do escudo e na parte superior pelo que terá sempre de se especificar se está à dextra ou à sinistra
washington marcondes ferreira
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Caro Washington,
Sei bem que vexilologia não é heráldica da nobreza mas, mesmo assim, solicito-lhe que introduza no Google "united states flag" e abra o 1º "hit" que deverá ser a wikipedia.
Observe que a "union" (o rectângulo com as 50 estrelas) está situado no "canton" (cantão) e nem é um quarto do campo nem é nem de perto quadrado.
A descrição desta bandeira num curso francês de heráldica é ... ... ... "au franc-canton" ... ... ....
Gostava que me indicasse qual foi a jurisdição com "jus imperii" que estatuiu essas definições: cantão igual a quartel e brica igual a 1/4 de quartel. É que se não é lei, será, como eu disse, proposta.
Eu proponho que o quartel seja um quarto do escudo ou seja uma partição; e o cantão uma peça móvel com proporção definível, preferencialmente quadrada e com a largura de 1/3 do escudo. Também não me repugna que possam também existir cantões aumentados (até à largura de metade do escudo) e cantões diminuídos (até à largura de 1/4 do escudo).
E que a brica não seja também uma partição mas uma peça móvel, podendo inclusive não ser encostada à borda exterior mas podendo afastar-se desta até ao espaço equivalente ao que seria se o escudo tivesse uma bordadura. E que a execução da brica ficasse um pouco ao critério do iluminador para que este procurasse o melhor efeito em relação ao conjunto. Depois, dentro das regras, era já uma questão de arte. Para indicar a proveniência de avô paterno, escolhia-se das peças previstas, uma que melhor se adaptasse. Assim, mesmo fixando a natureza da peça, se a brica fosse mais quadrada encurtava-se o ferro e dizia-se farpão, se fosse mais rectangular, alongava-se o ferro e dizia-se ferro-de-lança.
Talvez eu seja demasiado poético mas não imagino a heráldica predefinida em programa informático.
A. Luciano
A. Luciano
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Prezado Luciano,
Muito interessante a sua observação. Neste mesmo site, clicando-se na palavra canton aparecerá: Canton
any quarter of a flag, but commonly means the upper hoist (left) quarter,
Isto corresponde ao que eu disse sobre o franco-cantão, que seria equivalente a um quartel do escudo. No caso da bandeira, que é retangular, o quartel seria retangular também! Mas noto que o desenho explicando o que é o cantão, não tem as mesmas proporções da bandeira, em que ele aparece menor.
Estas definições, que eu apresentei, foram-me passadas pelo Dr. Manuel Artur Norton, cuja tese de doutorado foi publicada recentemente, em Portugal:
Norton, M.A. A Heráldica em Portugal. 3 volumes, Dislivro Histórica, Lisboa, 2004-2006
Encontrei em Heráldica, de Gastão de Mello Matos e Luis S. S. Monteiro Bandeira que o Franco-cantão é uma peça que ocupa o cantão dextro do chefe e que alguns armistas dão-lhe maiores dimensões, fazendo-o igual à quarta parte do escudo. Nesta mesma obra a brica, pequena peça quadrada, tem a quarta parte de um quartel do escudo.
Armando de Mattos diz que a brica é simplesmente um lugar do campo do escudo, que corresponde na topografia deste, à quarta parte do primeiro cantão.
Tenho notado que há muita confusão entre cantão, franco-cantão e quartel...
Em todo o caso, como você mesmo já disse, o que vale é a harmonia e o aspecto final. As proporções ajudam ao heraldista produzir um desenho bem equilibrado.
Discordo sobre a colocação da brica. Ela não é uma peça móvel. Ela é sempre colocada no canto direito do escudo. Já vi casos em que, tendo o escudo uma bordadura, ela foi colocada no canto direito, mas não em cima da bordadura, mas sim, no angulo interno direito da mesma.
Um abraço,
washington marcondes ferreira
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
Caro Washington,
Como diria o nosso comum amigo Dória, só posso concordar que discordamos.
Se bem entendi a sua definição para franco-cantão este seria tudo menos "franco" pois estava espartilhado. É significativo que nesse "site" que consultou o que mostravam diferia do que diziam. Ou estava mal a bandeira ou estva mal a definição; e a bandeira, essa está certa.
Seria então o cantão idêntico ao quartel, mas apenas podia haver um e sempre na metade superior do escudo. Concordo com as duas últimas mas discordo da primeira. Se a seguisse, podia descrever um esquartelado como 1º quartel, 2º cantão, terceiro e quartos quartéis.
Será filosofia de vida mas acredito que quanto maior variedade maior riqueza e se o quartel preenche a definição, fica o cantão liberto para coisa diferente, enriquecendo a heráldica.
Quanto à brica, as minhas objecções são de duas ordens e acrecento um lamento.
A 1ª e determinante, na minha opinião é que a brica é não pode ofender outras regras e, nomeadamente, a 1ª regra da heráldica.
O exemplo que me deu de uma brica em escudo com bordadura é revelador. Pela primeira regra da heráldica não podem haver metais ao lado de metais nem esmaltes ao lado de maltes, logo a bordadura será diferente do campo e se for metal este será esmalte e vice-versa. Se aplicar nesse escudo uma brica, tanto faz que em sobreposição à bordadura ou no seu interior, a brica fica sempre em contacto com ambos pelo que, seja ela o que for, metal ou esmalte, ocorre necessariamente uma violação da regra.
A 2ª é já de ordem estética. Se definir a brica como faz o doutor Manuel Norton, ela fica definida em relação ao escudo e se este for esquertelado ou mais simplesmente partido, a brica fica desproporcionada em relação à partição em que se insere.
Complicando um pouco, admita um escudo partido em que a primeira pala é ocupada por um sautor, por exemplo as cinco estrelas dos Coutinhos. Para que uma brica não se sobreponha à 1ª estrela, de duas uma, ou desloca a estrela mais para o interior do campo, "agredindo" o sautor que deixa de o ser ou alternativamente reduz o sautor com a dupla consequência de aumentar desproporcionadamente o impacte visual da brica e de deixar um espaço também desproporcionado de vazio do campo na ponta da pala. Tudo esteticamente deplorável.
O lamento é a lei. Deploro esta mania de regulamentar tudo e obrigar as diferenças a serem consubstancializadas na brica ou meia-brica parece-me ter sido uma má solução.
Exceptuando a Família Real em que é essencial definir a ordem de primogenitura e aí o banco de pinchar cumpre; admitindo ainda que o banco de pinchar pudesse ser alargado aos titulares com honras de Parente e lugar na linha sucessória; para a esmagadora maioria dos casos a única coisa importante é mostrar que não é o chefe da linhagem e, secundariamente, porque avô lhe veio o direito. Isso podia perfeitamente ser feito com outro tipo de diferença, designadamente com uma aparente imperfeição. Aproveitando o exemplo dos Coutinhos, eu não desgostaria estetitacamente de ver uma sexta estrela de dimensão reduzida, colocada entre as duas superiores e ligeiramente acima. Esteticamente não seria mau e visualmente era evidente que estava lá uma coisa que não pertencia ou seja, cumpria a função da diferença. Se o direito não viesse de avô paterno a peça seria outra mas sempre reduzida e no mesmo esmalte ou metal das peças principais.
Como despedida, sugiro-lhe um pequeno exercício: componha um escudo em pala com a primeira de Melos e aplique-lhe uma brica. ;-)
A. Luciano
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RE: Bricas e diferenças em Brasões.
respondendo ao 1
conforme Armando de Mattos:
1-Nunca se deve por metal sobre metal, nem esmalte sobre esmalte. Exceto:
5) As diferenças e quebras, sem que precisem da indicação de que são cosidas
washington marcondes ferreira
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Bricas e diferenças em Brasões.
Alguém pode me ajudar a desvendar o enigma do Brasão de minha família ?
Uma dúvida, o Verdadeiro Brasão de Armas dos Lima e Silva no Brasil encontra-se num documento do Visconde de Magé (Tio do Duque de Caxias) que possui a marca do Sinete que ele usava.
Nesta marca do Sinete aparece uma brica/cantão com um farpão/lança na parte superior esquerda.
O Brasão do Duque de Caxias que o Exército Brasileiro utiliza está errado.
Como sabemos, o Brasão dos Lima e Silva no Brasil é formado pelos seguintes Brasões de Armas:
- Na Primeira Linha,da esquerda para a direita: SILVA, FONSECA e LIMA
- Na Segunda Linha, da esquerda para a direita BRANDÃO, SOROMENHO e SILVEIRA
Detalhe da marca deste Sinete é que no Brasão dos SOROMENHO, a flor-de-lis aparece a direita da árvore e o quarto-crescente aparece do lado esquerdo. Tanto a flor-de-lis quanto o quarto-crescente aparecem ao lado do tronco da árvore e não acima da árvore.
Qual o significado da brica/cantão e do desenho do farpão ou lança cuja ponta está apontada para o lado inferior direito ?
Grato pela atenção,
André Ricardo
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