Assassinos de Ines de Castro

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Assassinos de Ines de Castro

#10452 | Luis K. W. | 07 out 2001 23:45

Só agora reparei que dois dos implicados na morte da Ines (Pires) de Castro eram cunhados.

1.- O Diogo Lopes Pacheco (FGayo §1N8), que foi confiscado e proscrito por D Pedro e D Fernando, que recebeu grandes mercês de Henrique ii de Castela, mandado prender - quando já estava perto de Lisboa - por João I de Castela, mas que acompanhou o D João I de Portugal mesmo até ao fim, quando já tinha mais de 80 anos. Casou com a Joana Vasques PEREIRA.

2.- O Pedro Coelho (FGayo §2N15 "ao qual o Rei D Pedro mandoou vir de Castela e com elle Diogo Lopes e Alvaro Gonçalves") foi casado com Aldonça Vasques PEREIRA.

Estas duas senhoras D. Joana e Aldonça eram irmãs, filhas de D. Vasco PEREIRA (irmão do Condestável D Nun'Alvares (1360-1431)) e de D. Inês Lourenço da Cunha, irmã de Martim Lourenço da Cunha, pai de João Lourenço da Cunha (primeiro marido da Rainha Leonor Teles) que terá tentado envenenar o Rei D Fernando (que casou c/ D Leonor Teles de Meneses em Jan 1372). Por outras palavras, as irmãs Pereira eram primas direitas do João Lourenço da Cunha e sobrinhas do Condestável.

3.- Alvaro Gonçalves foi, rezam as crónicas, o terceiro assassino da Inês de Castro.
Nunca percebi quem era este Álvaro Gonçalves. ALGUEM SABE???
Realmente só faltava que fôsse outro PEREIRA, por exemplo o pai de Vasco e Nun'Alvares (como o prof. Francisco Dória uma vez escreveu), o próprio Grão Prior do Crato (FGayo §1N13)!!

Luís K W
Lisboa-Portugal

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#10514 | Carlos Silva | 08 out 2001 22:30 | Em resposta a: #10452

Caro Luis,

Sem promenorizar pois nào disponho de mais elementos posso no entanto escrever que Alvaro Gonçalves nào é o Prior. Segundo a Cronica de D. Pedro, de Fernào Lopes, era Meirinho-mor, e foi morto por D. Pedro (q. lhe mandou tirar o coraçào pelas espaduas)o que nào aconteceu com o prior que faleceu por volta de 1380.

Poucos pormenores como pode ver.

cumprimentos

Carlos Silva

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#10517 | camac | 08 out 2001 23:15 | Em resposta a: #10514

Ao ler a sua mensagem lembrei-me que no Jornal de Paços de Ferreira havia o Sr. M Vieira Dinis que publicava artigos sobre as casas nobres do concelho e que tinha lido algo sobre os assassinos de Inês de Castro. Na realidade não se refere nada sobre Álvaro Gonçalves mas sobre os outros dois.
Transcrevo na parte que eventualmente pode interessar:
"As duas Casas e Quintas de Sobrado de Cima e de Baixo, - Louredo - apresentam portais nobres, armoriados, denunciando parentesco muito próximo. Depreendi que o tronco Meireles Moreira salta da Casa de Sobrado de Cima, conforme a pedra de armas: I - MEIRELES (com seis crescentes); II - MOREIRA (com nove escudetes), carregados de uma cruz florenciada
O brasão da Casa de Sobrado de Baixo (este por assim dizer unida à Casa de Cima), é mais compósito: I - brinca com flor-de-lis, e cruz da Ordem de Cristo; II ﷓ MOTAS (cinco flores de lis); III - MOREIRA; IV - PEREIRA (cruz florenciada e vazia). Timbre doa MOTAS: uma flor-de-lis, ladeada de duas plumas

Voltemos à Quinta de Sobrado de Baixo, em Louredo.
Com uma espécie de forca quase frontal, apontam na como propriedade de Pêro Coelho, um dos assassinos de D. Inês de Castro. Mas daí à verdade ...
Como é que em Ferreira (segundo tradição) se acoitava o nobre Diogo Lopes Pacheco, outro cúmplice na tragédia que envolveu a favorita de D. Pedro I ?!..."
No brasão da casa de Sobrado de Baixo o campo Pereira terá alguma coisa a ver com Aldonça Vasques PEREIRA ?
Se estiver interessado posso envia-lhe os artigos publicados já há alguns anos no Jornal de Paços de Fereira pois digitalizei-os.

Melhores cumprimentos

Carlos Leal Machado

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#10522 | Vasco Jácome | 08 out 2001 23:40 | Em resposta a: #10452

Caro Luís K.W.

A corte de D. Afonso IV (as linhagens que a compunham) está descrita por Rita Costa Gomes em “A Corte dos Reis de Portugal no Final da Idade Média”, Lisboa, Difel, 1995.

Suponho que é a obra mais avançada para o período em questão. Não a possuo, apenas tenho a sua referência, pelo que nada mais posso adiantar. Se nenhum outro participante do Fórum o tiver, aconselho a tentar a consulta em biblioteca.

Se realmente Álvaro Gonçalves foi Meirinho, muito provavelmente consta dessa lista. Pelo menos, na “Nobreza de Portugal e do Brasil”, Vol. I, pg 208, mencionam-se os três “horríficos algozes” como dos conselheiros mais chegados a D. Afonso IV.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#10527 | Luis K. W. | 09 out 2001 00:21 | Em resposta a: #10517

Caro Carlos Leal Machado (e C. Silva e Vasco Jacome)
Os meus agradecimentos por todas as respostas que enviaram para o forum.
Se não der muito trabalho gostaria de espreitar esse tal artigo do jornal de Paços de Ferreira.
Luis K. W.
cavmad@ip.pt
Lisboa-Portugal

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#10578 | Carlos Silva | 09 out 2001 20:08 | Em resposta a: #10522

Nào acho Alvaro Gonçalves na referida obra de Rita Gomes. Mas sem duvida algum dos numerosos estudos biograficos que foram certamente dedicados a Ines de Castro deve pormenorizar.
Alavro Gonçalves é certamente o menos conhecido dos tres.
Diogo Lopes Pacheco foi o mais biografado.

C. Silva

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#10584 | Vasco Jácome | 09 out 2001 21:41 | Em resposta a: #10514

Caro Carlos Silva

Não deixa de ser curioso, se Álvaro Gonçalves não foi identificado como membro da corte.

Aliás, já é estranho a falta de menção do seu nome de família.

Fernão Lopes identifica-o como Meirinho-mor do Reino ou de algum território?

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#10587 | Carlos Silva | 09 out 2001 21:59 | Em resposta a: #10584

Fernào Lopes escreve na cronica de D. Pedro (cap.XXX) :
"onde assi aveo, segundo dissemos, que na morte de dona Enes, que el-rrei dom Affonsso, padre d'el-rrei dom Pedro de Purtugal seendo entom iffante, mandou matar em Coimbra, forom mui culpados pello iffante Diego Lopez Pacheco e Pero Coelho e Alvoro Gonçallvez se meirinho-moor e outros muitos que el culpou."


Parece que Ayala escreve, de modo mais nebuloso e anonimo : "un escribano".

cumprimentos

C. Silva

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#10588 | Carlos Silva | 09 out 2001 22:01 | Em resposta a: #10587

digo "Alvoro Gonçallvez seu meirinho-moor"

C. Silva

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#11634 | Vasco Jácome | 22 out 2001 23:40 | Em resposta a: #10452

Caro Luís K.W.

Folheando as “Linhagens Medievais Portuguesas” de José Augusto Pizarro, no Vol. 1, pg 344, encontro a hipótese de que Álvaro Gonçalves Velho (filho de Gonçalo Afonso Velho, o Sável Assado, e m.er Aldonça Martins da Cunha) talvez possa ser o algoz que falta identificar. Sabe-se que o mataram, pois assim o diz o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro.

Esta teoria parece já ter sido proposta por A. de Almeida Fernandes, na pg 143-144 da sua obra “A Estirpe Vianense (Origens e Inícios)”, in Arquivo do Alto Minho, 2ª Série, vol. IX, tomos I e II, Viana do Castelo, 1972-73, pg 47-83 e 121-146.

Este Álvaro Gonçalves Velho, refere Felgueiras Gayo no seu ttº de Velhos §4 N9 e Manuel de Sousa da Silva no Vol. I do seu Nobiliário, Título 13º, §50 N12, pg 397.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#11640 | Luis K. W. | 23 out 2001 01:03 | Em resposta a: #11634

Obrigado Vasco.
Vou estudar essa hipótese (cronologia, etc.).
É que ainda por cima parecia estar na moda o nome Alvaro Gonçalves!!
Um abraço.
Luís K. W.
Lisboa-Portugal

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RE: Assassinos de Ines de Castro

#11688 | Vasco Jácome | 23 out 2001 22:22 | Em resposta a: #11640

Caro Luís K.W.
Nas “Linhagens Medievais Portuguesas”, no Vol. 1, pg 343, é dito que Gonçalo Afonso Velho já tinha morrido em 1329, ano em que sua m.er Aldonça Martins da Cunha e os seus 3 filhos receberam comedoria como infanções naturais da igreja de Vilar de Porcos.

Se, como é dito aqui no GP, D. Inês foi morta a 7-1-1355, os seus executores, que seriam homens minimamente maduros, deveriam ter nascido por 1320 ou antes.

Parece-me assim que se encaixa na cronologia. Aliás, se assim não fosse, julgo que muito dificilmente José Augusto Pizarro referiria esta hipótese na sua obra, pelo menos sem a contestar.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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