Juiz da Igreja
Este tópico está classificado nas salas: Cargos
Juiz da Igreja
Caros amigos,
Alguém pode dizer-me alguma coisa sobre esse cargo de "Juiz da Igreja"? Encontrei várias vezes em assentos de casamento um juiz da Igreja como testemunha.
Desde já muito obrigado.
Cumprimentos,
JOAO BRAZ
Link directo:
RE: Juiz da Igreja
Caro João Braz
As irmandandes antigamente tinham Juiz, escrivão e tesoureiro. Presentemente desconheço como se regem essas instituições religiosas. Mas nunca ouvir falar em Juiz da Igreja, mas sim em Juiz da Ordem à qual essa igreja pertencia.
Assim:
Juiz era o irmão que tinha poder de julgar, como tal era responsável por arbritar qualquer conflito dentro da irmandade, assim como fiscalizar as contas da instituição.
Escrivão era o irmão responsável pela escrita da mesma instituição, como tal escrevia autos, termos de processos e outros documentos da instituição, era o que guardava os livros.
Tesoureiro, como o seu nome indica era o irmão responsável pelo tesouro, como tal competia-lhe fazer todas as transacções monetárias ou de outros valores móveis e imóveis, pertença da irmandade.
Aqui lhe deixo um artigo tirado da Internet, o qual se refere a um juiz da igreja.
"A calma voltou, por enquanto, à freguesia de S. Martinho, Seia. O padre Joaquim Teixeira regressou à paróquia depois da Irmandade ter aceite as suas condições. O braço de ferro entre estas duas entidades começou quando o pároco decidiu exigir que a gestão do dinheiro e do ouro passasse para as mãos da Fábrica da Igreja, por si dirigida.
Mas a polémica, surgida há dois anos, causou conflitos profundos na população onde até existem processos em tribunal. Desconhece-se, assim, se será possível que duas posições incompatíveis possam viver em harmonia.
Maria João Silva
«Ou eles, ou eu.» E o padre saiu. Em S. Martinho, concelho de Seia, a população escolheu a secular presença da Irmandade e afastou o padre da freguesia. Impedido de celebrar a missa, nunca mais lá voltou. Passados sete meses, Joaquim Teixeira, pároco, regressou a S. Martinho para a missa de Natal. Tudo indica que agora será possível ultrapassar as desavenças, mas um dos lados vai ter que ceder e todos se mostram seguros das suas convicções.
«Em causa está a legalidade da Irmandade», assegura Joaquim Teixeira, «porque não tem estatutos». Mas José Albuquerque, juiz da Irmandade, afirma que «os problemas começaram porque o padre se quis apropriar do ouro e do dinheiro oferecido à santa Eufemia». Mas o certo é que o braço de ferro entre estas duas entidades começou quando o pároco decidiu exigir que o dinheiro (2617 contos) e o ouro (cerca de 1042 gramas) que a Irmandade gere há largos anos passasse a ser gerido pela Fábrica da Igreja, por si constituída há cerca de dois anos. «O administrador de todos os bens móveis e imóveis é o pároco», justifica Joaquim Teixeira, «até porque a Irmandade não está legal, uma vez que não tem estatutos próprios devidamente actualizados pelo código canónico em vigor, portanto não pode estar a gerir dinheiro nenhum». José Albuquerque afirma, no entanto, que «a Irmandade tem legitimidade para gerir os bens da Santa, já o faz há 109 anos e basta essa longevidade e a verticalidade que tem seguido para que ninguém tenha o direito de afirmar que está ilegal». Adianta ainda que a Irmandade já teve estatutos mas que estão misteriosamente desaparecidos.
Pároco em S. Martinho desde 1993, Joaquim Teixeira afirma que há cerca de cinco anos, quando assistiu à primeira votação, verificou que «a eleição tinha sido inválida porque faltavam os estatutos». Avisados os intervenientes, o pároco aguardou que lhe apresentassem os documentos. Passados três anos houve novas eleições, apesar dos protestos de Joaquim Teixeira. Assim, começaram as desavenças".
Cumprimentos
Zé Maria
Link directo:
RE: Juiz da Igreja
Caro JOSÉ MARIA,
Vi numa lista de empregados de uma Irmandade (séc. 19) um homem com o cargo de ANDADOR.
O que seria isso?
Saudações,
FredericoGJ
Rio?Brasil
Link directo:
RE: Juiz da Igreja
Caro José Maria Ferreira,
Muito agradecido pelas explicaçoes. Mas aparece mesmo assim "Juiz da Igreja" em vários assentos de casamento. Por isso esse cargo deve ter existido.
Cumprimentos,
JOAO BRAZ
Link directo:
RE: Juiz da Igreja
Caro Jaboo,
"Juiz da Igreja" existiu mesmo, com essa designação; penso que seria o equivalente ao mencionado Juiz da Ordem.
Encontrei várias pessoas com essa designação, tanto nos paroquiais do distrito de Coimbra, como nos de Santarém.
Cumprimentos,
Anna
Link directo:
RE: Juiz da Igreja
Cara Anna
Já constatei isso mesmo. Para que um morador de uma freguesia pudesse ser baptizado noutra freguesia o Prior desta freguesia tinha que ter a autorização do juiz da Ordem para realizar a cerimónia. Penso que o Juiz da Ordem que atrás se faz referência seja o da Ordem religiosa e militar que abrangia essa mesma freguesia.
Cumprimentos
Zé Maria
Link directo:
RE: Juiz da Igreja
Caro Jose Maria Ferreira,
Sabe por acaso onde se pode encontrar mais informacoes sobre Juizes da Igreja ou Juizes da Ordem? Existem habilitacoes para tal cargo?
um abraco
JOAO BRAZ
Link directo:
RE: Juiz da Igreja
Caro Frederico GJ
Também não sabia, fui ver ao dicionário. Andador é um empregado de confrarias e irmandades que distribui avisos ou pede esmola de porta a porta.
Um abraço
Zé Maria
Link directo:
RE: Juiz da Igreja
Caro João Brás
Não faço a menor ideia onde possa encontrar informações sobre Juizes da Igreja.
Sobre o Juiz da Ordem, poderá consultar nos livros da Chancelaria da respectiva Ordem religiosa.
Cumprimentos
Zé Maria
Link directo:
Mensagens ordenadas por data.
A hora apresentada corresponde ao fuso GMT. Hora actual: 18 dez 2024, 08:11