Martires de Carral (Galiza)
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Martires de Carral (Galiza)
Caros Confrades
No ano de 1848 deu-se uma revolução na Galiza contra o governo da rainha Isabel II reivindicando a liberdade nacional da Galiza. Este levantamento fracassou na batalha de Cacheiras. Solis seu comandante e outros rebeldes foram fuzilados no Carral e são desde então reivindicados como martires das liberdades nacionais galegas. Acontece que muitos militares fugiram para Portugal e por cá ficaram. E é precisamente sobre esta situação que pergunto ao Fórum se alguém se cruzou já com documentação/identificação de quem para cá tenha fugido e radicado.
Cumprimentos
Jorge Oliveira e Sousa
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RE: Martires de Carral (Galiza)
só para completar este movimento teve o apoio de muitos académicos galegos que também se virão obrigados a fugir. Dez anos mais tarde houve uma reabilitação dos revoltosos, hoje heróis galegos.
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Entre os heróis nacionais galegos que podo acreditar o exílio na nossa irmã nação Portuguesa são:
- Antolín Faraldo Malvar (em Portugal: Antolim Malvar Faraldo)
- Antonio Romero Ortiz (em Pt: António Ortis Romero)
Saudações galaico-portuguesas
Celso
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Caro Celso
Obrigado mais uma vez pela ajuda. Sigo mais uma pista para tentar descobrir porque razão os meus bisavós vieram da Galiza para Portugal, por volta de 1850 em fuga por estarem ligados a uma revolução. É esta a tradição oral familiar a que acresce ligações militares que todos na familia conhecemos.
Assim, eventual galego/a de apelido "Gomez Rodriguez" e "Martinez Padin", que tenha estado referenciado nessa altura, tem fortes hipoteses de serem meus familiares. É o que procuro.
Muito obrigado
Jorge
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RE: Martires de Carral (Galiza)
As cidades e vilas que se erguerom na revolução de 1846 foram Lugo, Santiago de Compostela, Pontevedra, Vigo, Muros, Noia, Pobra do Caramiñal, Ortigueira, Riveira, Rianxo, Vilagarcia de Arousa, Cangas do Morrazo, Baiona, Padrón, Caldas de Reis, Redondela, A Guarda e Tui.
Os teus Martinez Padin não eran do Rosal?, o concelho do Rosal linda co concelho da Guarda.
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Exacto; Escolástica Martinez Padin minha bisavó, era filha de Vicente Martinez y Martinez e de Candida Padin de San Miguel de Tobagon (El Rosal) e o meu bisavô Francisco Gomez Rodriguez era natural de Santa Marta de Moreira, Pereiro de Aguiar, Ourense, filho de Andrés Gomez e de Maria Rodriguez esta do lugar de Pioselo, vizinho a SMMoreiras. Mas por tradição oral estavam mais localizados em Tui quando fugiram.
Acho que em Portugal poucas pessoas conhecem este episódio dos Martires de Carral. tão lembrado. mesmo actualmente na Galiza.
Muito obrigado
Jorge
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Caro Jorge,
Encontrei alguma coisa sobre a revolução de 1846 e a relação com Portugal. Muitos dos fugidos da Galiza foram para Portugal, muitos deles a Caminha, Vila-Nova de Cerveira, Monção, Valença e Melgaço. Muitos regresarom a Galiza tras a amnistia dada pela Rainha Isabel II pelo seu casamento o 10 de Outubro de 1846 (Real Ordem do 17 de Outubro). Existem documentos das pessoas que entrarom em Portugal, asim em Caminha foram:
- Leoncio Rubin
- Pio Rodriguez Terrazo
- Antolin Faraldo
- Jose Mª Santos
- Diego del Villar (Diego do Vilar)
- Manuel Angel Couto
- Francisco Garcia Barros
Por Monção:
- Ramón Busch
- Pedro Martín Molins
- Manuel Rodríguez
Há mais informação de moitas pessoas exiliados em Portugal no Arquivo Histórico de Pontevedra (AHPP) no G-11091.
Com os melhores cumprimentos
Celso Milleiro
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Caro Celso
Muito obrigado pela informação que vou explorar. Mas segundo a tradição oral não mais voltaram a Espanha, tendo ficado radicados inicialmente em Lisboa e depois no Porto.
Vou contactar o AHPP
Melhores cumprimentos e votos de Bom Ano
Jorge Oliveira e Sousa
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Caro Celso
Existe documentação sobre essa revolta? É curioso porque conheço muita gente na Galiza (e tenho lá três bons amigos que são nacionalistas convictos), e nunca ouvi falar de tal.
Saudações galaico~portuguesas
Miguel Brandão Pimenta
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Caro Miguel,
Fico sorprendido pela tua mensagem, não porque existam pessoas que desconhezam istos feitos (suponho que em Portugal também há muita gente que desconhecem a sua própria história) pois é raro que dentro do nacionalismo galego (nacionalistas convictos escreves) não tenham conhecimento da revolução de 1846, o levantamento progressista e de caracter nacionalista dirigido pelo militar Miguel Solís e Cueto e por, entre outros, Antolin Faraldo.
Não creio que pertencendo ao nacionalismo galego não escutara nunca o dos "mártires de Carral", consecuência absolutista e espanholista contra esse movimento liberal na Galiza.
Abraços galaico-portugueses
Celso Milleiro (Pontevedra-Galiza)
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Caro Celso
Os que eu conheço (desde 1978) e de quem sou amigo são mesmo nacionalistas convictos. Encontro-me com eles regularmente (por exemplo, no 25 de Julho, dia da Pátria Galega) e sei como pensam. Estranhamente nunca se falou desse acontecimento. De qualquer das formas, existe ou não existe documentação sobre a revolta?
Saudações galaico-portuguesas
Miguel
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Caro Miguel,
Há muita documentação sobre esse tema. Há uns meses o concelho de Santiago editou um trabalho do historiador Justo Beramendi sobre esta revolução. O historiador Xosé Ramón Barreiro tem um libro sobre a mesma dinámica que data de 1977. Tanto na Enciclopedia Galega como nos libros de História da Galiza encontrará informações da revolução galega de 1846.
Se tem estado na praça da Quintana, em Santiago de Compostela, lugar onde acaba a manifestação do Bloco Nacionalista Galego o dia da Pátria Galega encontrará uma placa conmemorativa desse feito histórico.
Miguel, fico mui sorprendido que sendo os seus amigos nacionalistas não tenham conhecimento do Levantamento de 1846.
Um forte abraço
Celso Milleiro
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RE: Martires de Carral (Galiza)
Caro Celso
Eu não disse que os meus amigos desconheciam a revolta do Carral (conhecem certamente). O que eu disse é que (eu) nunca tinha ouvido falar sobre o assunto.
Um abraço galaico-português
Miguel
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