Gomes Galhardo, final do século XVII
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Gomes Galhardo, final do século XVII
Caros amigos investigadores
Pergunto se alguém já encontrou algum Gomes Galhardo no final do século XVII ou início do XVIII ?
Há anos que eu procuro informações sobre o meu fim-de-linha masculino. A minha família está em São Francisco do Sul, Santa Catarina, desde pelo menos 1722, quando o meu 7° avô, o Capitão Manoel Gomes Galhardo, arrematou um dos contratos desta vila e construiu o sobrado da Câmara. Infelizmente os livros da Igreja e da Câmara mais antigos do início do século XVIII e do século XVII desapareceram ou se extraviaram.
O Jornal A Razão de 11/02/1928, de São Francisco do Sul, publicou um artigo do Dr. Luiz Gualberto, o primeiro historiador de SFS, em que há uma referência aos Gomes Galhardo.
{"HISTÓRICO CATARINENSE. A PROPÓSITO DE ARZÃO". João Dias de Arzão possuía um sítio ou fazenda na Barra Grande, sítio que depois passou a pertencer a Francisco Gomes Galhardo e sua mulher Ana Vieira, que depois o venderam a Francisco Dias Bello, natural de Gran-Canária e que foi o tronco dos Bellos, cuja descendência você deve ter conhecido. João Dias de Arzão ahi morou por largo tempo. Provavelmente foi deste João Dias de Arzão que o Morro do "João Dias" tomou o nome , que assim nada tem a ver com João Dias de Solis , como acreditam alguns.}
Essas informações permitem supor que os Gomes Galhardo já estivessem na região de São Francisco do Sul no final do século XVII. Não é possível saber o parentesco entre o Francisco Gomes Galhardo e o primeiro Manoel Gomes Galhardo. A genealogia do segundo Manoel Gomes Galhardo c.c. Vicencia de Oliveira, formadores do nome Gomes de Oliveira, está sendo escrita pelo nosso colega Antonio Roberto Nascimento há algumas décadas.
Quem tiver interesse na história da nossa família e da região do Norte de Santa Catarina em trezentos anos de história pode consultar mais esse índice :
http://sites.uol.com.br/rco2000/indice4.htm
Por favor, se alguém em suas pesquisas encontrar algum Gomes Galhardo, podem me avisar.
Abraços e obrigado
Ricardo Costa de Oliveira
Curitiba/PR
rco2000@uol.com.br
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Colegas pesquisadores
Consegui novas pistas sobre os Gomes Galhardo graças ao grande apoio do nosso amigo António Forjó, que generosamente repassou informações na Torre do Tombo :
Pedro Gomes Galhardo, filho de António Gomes Galhardo, que em 7 de Novembro de 1709 recebe de D. João V Carta de Escrivão do Meirinho da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro.
O mesmo Pedro recebe em 24 de Fevereiro de 1710 Alvará para nomear serventuário no ofício de escrivão.........
Pedro Gomes Galhardo, casado com Ana Josefa da Luz, recebeu o ofício de Escrivão por renúncia ao mesmo de sua cunhada Antónia Maria da Encarnação, presumindo-se que o dito ofício viesse do pai de ambas João da Cunha de Abreu.
A cota das Mercês Régias consubstanciadas em Cartas e Alvarás é a seguinte:
-- Registo Geral de Mercês, microfilme nº2419, flº2 e 2v para as duas mercês de Pedro Gomes Galhardo
-- Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Lv.12, flº169v
-- Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Lv.11, flº410v
-- Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Lv.1, flº410v
estas três para Antónia Maria da Encarnação, naturalmente tudo na Torre do Tombo.
Com esta inestimável ajuda do António Forjó, procurei pelo nome Cunha de Abreu em um doc. do Projeto Resgate sobre o Arquivo Ultramarino e encontrei um documento de 1650 :
[Ant. 1650, Dezembro, 3]
REQUERIMENTO do capitão Gaspar da Cunha de Abreu ao rei [D. João IV], solicitando, em recompensa aos seus serviços no Brasil, o hábito de Cristo mais tença de 40 mil réis, pagos no Almoxarifado do Rio de Janeiro; além de e uma praça de capitão Reformado no presídio da Fortaleza de Santa Cruz da Barra do Rio de Janeiro
As peças parecem estar se encaixando. O nome Gomes Galhardo é bastante incomum. No Brasil do início do século XVIII é quase certamente um sinal evidente de parentesco. Os documentos indicam a unidade elementar da formação de uma certa “elite local brasileira”. Serviços à Coroa geram pequenas prebendas, estruturas de privilégios, que formam a base para o acesso ao poder local municipal e ao controle das sesmarias como “homens bons” nas fronteiras do Império. São pistas muito boas para maiores investigações.
Abraços e torno público o meu reconhecimento ao nosso colisteiro António Forjó e ao espírito de ajuda dentre os amigos da genealogia de cultura portuguesa.
Ricardo Costa de Oliveira, nona geração masculina no Brasil Meridional.
1 Prof. Dr. Ricardo Costa de Oliveira
2 Coronel Aviador João Vitor Gugisch de Oliveira
3 Engenheiro José Gomes de Oliveira
4 Capitão João Gomes de Oliveira
5 Alferes João Gomes de Oliveira
6 Capitão Salvador Gomes de Oliveira
7 Alferes José Gomes de Oliveira
8 Capitão Manoel Gomes Galhardo
9 Capitão Manoel Gomes Galhardo
10 ? Na dúvida – Pedro Gomes Galhardo
11 ? Na dúvida - Antonio Gomes Galhardo
Saudações Genealógicas
RCO
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Da Cunha de Abreu no Brasil
Antonio da Cunha de Abreu. Silva Leme. Genealogia Paulistana. V 6, 237-238. Natural de Tollaes. Filho de Gaspar da Cunha de Abreu e de Ana Teixeira. Assentou praça como soldado de fortuna distinto na armada preparada em Portugal em 1625 para a restauração da Bahia do domínio holandês (informação de Pedro Taques). Pertencia à Companhia do Capitão-Mor Dom Francisco de Moura. Permaneceu no Brasil e se engajou na luta contra os holandeses em Pernambuco. Casou em 1633 em São Paulo com Izabel da Silva, filha de Claudio Furquim Francês, negociante em São Paulo, e de Maria da Silva. Neta paterna de Matheus Leme, de importante família de bandeirantes do Brasil Meridional, e de Antonia de Chaves. Participou Antonio da Cunha de Abreu em 1639 da expedição organizada por Dom Francisco Rendom de Quebêdo e pelo Conde da Torre no território inimigo em Pernambuco. Voltou pelo sertão com o grupo de paulistas com o Mestre de Campo Luiz Barbalho Bezerra. Antonio da Cunha Abreu esteve em ação armada tanto no mar como na terra. (Cartório da provedoria da fazenda real de São Paulo. Livro de registro N° 10). Recebeu terras em 1644 em São Paulo, ao lado das de Claudio Furquim. Foi da governança de São Paulo. Era irmão de Belchior da Cunha, que também veio em 1625 para combater no Brasil e igualmente casou em 1636 em São Paulo com Suzana Góes, filha de Domingos de Góes e de Joana Nunes. Em Portugal ficou o irmão mais velho Francisco Teixeira da Cunha, que em 1622, em Aquitan de Marcellos, provou por títulos perante o juiz ordinário e tabelião Sebastião Navarro ser descendente dos verdadeiros Cunhas, Coutinhos, Abreus e Carvalhos, e que seus avós foram parentes de Pedro da Cunha Coutinho, senhor da vila de Bastos, e que sempre se trataram nobremente com criados, cavalos e armas. Faleceu Antonio da Cunha de Abreu em 1664 com testamento.
1 Estevão da Cunha de Abreu
2 Antonio Teixeira da Cunha
3 Gaspar da Cunha de Abreu
4 Ana Teixeira da Cunha
5 Maria da Silva
6 José dos Reis
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Manoel Gomes Galhardo. Arrematou o contrato de bebidas da vila do Rio de São Francisco do Sul em 8/9/1722. Construiu a casa da câmara-conselho-cadeia da vila. Participou da eleição para Capitão-Mor em 26/12/1729 junto com os outros homens da governança, de modo que o Capitão-Governador de São Paulo indicasse um para ser nomeado. Receberam votos : Sebastião Fernandes Camacho (32 votos), Francisco de Miranda Tavares (20 votos) e Manoel Gomes Galhardo (16 votos). Consta como Juiz em um documento de 1734 referente ao registro de ouro extraído de São Francisco, de acordo com o seu parceiro João Tavares de Miranda, que apresentou carta de guia assinada pelo juiz Manoel Gomes Galhardo. Em 1737 era procurador do novo imposto dos vinténs. Arrematou no mesmo ano o contrato para as obras da Igreja da vila pela quantia de 205$000.
Escravos de João Gomes de Oliveira (1824-1892)
Uma das maiores preocupações da genealogia crítica deve ser o resgate das verdadeiras condições sociais de existência dos nossos antepassados. Ao mesmo tempo que resgatamos os nossos avoengos do passado, temos de resgatar os nomes das pessoas que viveram e trabalharam com e por eles. Uma das principais fontes da escravidão na região de São Francisco do Sul é o Livro de Registro de Escravos para o Fundo de Manumissão, sob a guarda do nosso colega Antonio Roberto Nascimento.
A escravatura estava organizada em um modelo familiar, com a clara intenção de se auto-reproduzir. João Gomes de Oliveira (1824-1892) teve cerca de trinta escravos no seu auge econômico escravista. Segue os nomes de alguns escravos do meu trisavô João Gomes de Oliveira, fazendeiro do Rio Cubatão Grande, município de Joinville, Santa Catarina, por volta de 1880. Eram classificados como de regular moralidade.
Bernarda, preta, 24 anos, solteira, da lavoura e apta para todos os serviços. Com quatro pessoas de família.
Benta, preta, 25 anos, com tres pessoas da família.
Theodora, preta, 27 anos, com tres pessoas de família.
Rosália, preta, 17 anos, sem família.
Lucrécia, preta de 11 anos
André, preto de 32 anos
Joaquim, preto, de 25 anos. Falecido afogado no Rio Cubatão em 26/12/1880. Relatório da Província de Santa Catarina de 1880 http://wwwcrl-jukebox.uchicago.edu/bsd/bsd/u934/000029.html
Luiz, pardo, 29 anos
João, preto, 21 anos
Marcos, preto, 14 anos
Fabricio, preto, 14 anos
Gaspar, preto, 13 anos
Antonio, preto, 13 anos
Ventura, preto, 14 anos
Joaquim, 27 anos, falecido afogado no Rio Cubatão em 26/12/1880. Relatório da Província de Santa Catarina de 1880.
Em 15/3/1888 consta o óbito de Gaspar, registrado em Joinville. Morreu afogado no Rio Cubatão Grande. Escravo de João Gomes de Oliveira. O corpo foi encontrado rio abaixo, no terreno de Herman Vetlerdander (pesquisado por Antonio Roberto Nascimento in Os Gomes de Oliveira).
No Registro de Óbitos da freguesia do Senhor Bom Jesus de Parati, atual Araquari, Santa Catarina está o registro de falecimento de Joana aos 4/1/1866, preta, de 4 anos, escrava de João Gomes de Oliveira (1° Livro de Óbitos, 44 v), de Custódio, aos 2/7/1868, nascido há dois meses e filho de Theodora, escrava de João Gomes de Oliveira ( 1° Livro de Óbitos, folha 62 e 62 v). Aos 22/5/1871 faleceu Maria, preta, com 50 anos, escrava de João Gomes de Oliveira ( 1° Livro de Óbitos, 76 v).
Também encontramos pelo menos dois registros escravistas de um outro dos primeiros povoadores de Joinville, o Coronel Antonio João Vieira, em Parati. Em 1/9/1863 faleceu Salvador, pardo e em 30/12/1870 faleceu Horácia, preta de 3 anos, também escrava do Coronel Antonio João Vieira.
Elly Hernkenhoff em seu livro "Era uma vez um Simples Caminho... Fragmentos da história de Joinville" (PMJ, FCJ, AHJ : 1987, 141-145) também aponta a existência de escravos dentre os primeiros joinvilenses em vários dos registros do padre Boegershausen.
Inventário de João Gomes de Oliveira (1865-1934)
No ano de 1934, procedeu-se ao inventário dos bens de João Gomes de Oliveira, sendo inventariante seu genro Epaminondas Ricardo da Silva, morador em Canoinhas e advogado provisionado pelo Superior Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, na Comarca de Joinville. O escrivão judicial era Frederico Gassenferth, o oficial de Justiça, Arlindo Pereira de Macedo, e o juiz de Direito, o Dr. Heráclito Carneiro Ribeiro. Epaminondas Ricardo da Silva representou a viúva e todos os filhos do extinto casal. Edgard Schneider era o distribuidor judicial. A procuração foi passada no Tabelião Arnoldo da Luz, do 3º Ofício da Comarca de Joinville, no livro nº 9, à fl. 42, sendo que outorgantes forma a viúva D. Cesarina Gomes de Oliveira, Dirceu Gomes de Oliveira, José Gomes de Oliveira, Carlos Gomes de Oliveira, João Gomes de Oliveira, Mercedes Gugisch de Oliveira, Elsa Fröhlich Gomes de Oliveira, Elsa Zielman Gomes de Oliveira, Celina Gomes de Oliveira Silva, Graciema Gomes de Oliveira Fabre, Nair Gomes de Oliveira da Costa Pereira, Diva Gomes de Oliveira Hübener, Frederico Hübener e Julião Favre. Os autos do processo são em grande parte datilografados, o que mostra o avanço tecnológico, quando 20 antes ainda era manuscrito. Juntou-se a Certidão de Óbito nº 2060, lavrada no livro nº 3, fls. 231 verso e a 232 do Registro Civil do 1º Ofício, cujo oficial era Waldemiro Onofre da Rosa, mas a dita certidão foi assinada por Epaminondas R. da Silva. Faleceu a9s 02/1/1934, na Estrada Canela, sendo dado como comerciante, natural do Paraty, domiciliado na Rua Conselheiro Mafra nº 214, em Joinville, filho legítimo de João Gomes de Oliveira, proprietário, e de Rosa Leocádia Machado, doméstica. Declarante foi Joaquim Canudo Indalêncio e o atestado foi passado pelo médico Plácido Gomes, que declarou ter ele morrido “subitamente”, de coronarite. Juntada, demais disso, a certidão de casamento, lavrada no livro nº 1, fls. 129 e verso, aos 20/11/1895, pelo “Juiz de Paz do segundo ano”(sic) Henrique Lepper e passada por Francisco Antônio Vieira. O casamento foi realizado “na sala de residência do Dr. Abdon Baptista. João Gomes de Oliveira Júnior (sic) tinha 25 anos, era natural do Paraty, filho legítimo de João Gomes de Oliveira e de Rosa Leocádia Machado, ao passo Cesarina Adelina de Oliveira tinha 20 anos, era natural do Termo de São Francisco do Sul, mas “residente nesta cidade”, filha legítima do Cel. José Antônio de Oliveira e de Emília Julieta Nóbrega de Oliveira. Testemunhas foram o Dr. Abdon Baptista, de 38 anos, médico, morador em Joinville, e Procópio Gomes de Oliveira, de 31 anos, negociante. O finado João Gomes de Oliveira não deixou testamento, senão dez filhos de seu extinto casal. Foram esses filhos: Celina, casada com Epaminondas Ricardo da Silva, residentes em Canoinhas; Dr. José Gomes de Oliveira, casado, residente em Joinville; Carlos Gomes de Oliveira, casado, também morador em Joinville; Graciema, casada com o Dr. Julião Favre, também moradores em Joinville; Nair, casada com João Baptista da Costa Pereira, residentes em Florianópolis; Diva, casada com Frederico Hübener; Dinorah, casada com Carlos Nascimento, negociante, residentes em Curitiba; João Gomes de Oliveira Júnior, residente em Joinville também; Célio Gomes de Oliveira, maior, residente em Joinville; e Dirceu Gomes de Oliveira, de 19 anos então, solteiro, e residente também em Joinville. Foram dados à partilha tão-somente bens imóveis, que foram: a) – um terreno na Rua Conselheiro Mafra, edificada com casa de morada de tijolos, sob nº 214, confrontando-se ao este e ao sul com terras de Gottschalk, e, ao oeste, com as terras de José Amin, com área de 2.179,32 m2, avaliado em vinte contos de réis; b) – um terreno na Estrada do Oeste, fazendo frente no norte com a dita Estrada, ao sul, como Rio Cubatão, ao este, com Paulo Wandersee e Doubrawa, e, ao oeste, com Max Dressel, estimado em oito contos de réis; c) um terreno em Canoinhas, no lugar “Taunay”, fazendo a frente para a Estrada de Ferro S.P.R.G, dividindo, ao sul, com terras de José Thomaz de Mattos, ao este, com terras de Priscilliano Matoso, e, ao este,com mais terras de José Thomas de Matos, com área de 249.525 m2, avaliado por um conto e novecentos mil réis; d) – um terreno com casa na Praça do Mercado, ou Hercílio Luiz, fazendo a frente na dita praça, ao norte, e estremando, ao sul, com terras de J. A. Vechione, e, ao este, com terras dos herdeiros Fettbach, e, ao oeste, com herdeiros de Michereff, com área de 1.013,70 m2, estimado em dez contos de réis; e d) – um terreno situado no lugar Paranaguá-Mirim, com 60 braças de frente no Rio Acarahy (deve ser homônimo do que se situa na Ilha de SFS), fazendo os fundos com terras de João Antônio de Borba, estremando, de um lado, com terras de João da Rocha Coutinho, e, do outro, com Maria Alves, com área de 1.105.314 m2 (um milhão cento e cinco mil e trezentos e quinze metros quadrados!), avaliado por apenas cem mil réis. A Fazenda Municipal era credora do espólio por 412$900 réis de Imposto Predial Urbano, de taxa de água canalizada e de 10% de “moras no pagamento”(sic). José Wanderley Navarro Lins era o coletor da Fazenda Nacional, certificando que o espólio nada estava a dever. Atuaram nos autos os Promotores Públicos Olinto Campos, Riberto Pontos e Flávio Tavares. A partilha foi julgada por sentença, aos 08/11/1937, pelo Juiz de Direito Nelson Nunes de Sousa Júnior. Os herdeiros deram valor menor aos bens, sendo que, na avaliação, foram eles corrigidos para mais, o que até hoje ainda é de praxe. O monte-mor partível foi estimado em quarenta e quatro contos e duzentos mil réis, ficando a viúva meeira, com metade desse valor e os demais herdeiros com um décimo de tal valor. A viúva acrescentou dinheiro vivo ao monte mor para completar o que se estava a partilhar. Versão resumida. Transcrito do Arquivo Histórico de Joinville por Antonio Roberto Nascimento.
João Gomes de Oliveira foi vereador em Joinville em 1906 (Carlos Ficker. História de Joinville :1965, 387-388). Em 1885 também. Não sei se o pai ou o filho. Eles foram várias vezes da governança local mesmo : http://wwwcrl-jukebox.uchicago.edu/bsd/bsd/almanak/al1885/00003372.html
Abraços
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Gomes de Oliveira
Capitão Salvador Gomes de Oliveira, nosso 4° avô em linha masculina. Nascido em São Francisco do Sul, Santa Catarina, por volta de 1760-70 e falecido em 1849
A geração da Independência e a última geração a possuir escravos africanos. Salvador Gomes de Oliveira era filho do Alferes José Gomes de Oliveira e de Bárbara Pereira, neto paterno do Capitão Manoel Gomes Galhardo e de Vicência de Oliveira. Em 1808 era morador no Rio Areias Grandes, terra firme fronteira à lha de São Francisco do Sul, de acordo com o óbito de sua filha Bárbara (falecida aos 14/12/1808). Casou com Rita Clara de Miranda, filha do Sargento-Mor José de Miranda Coutinho e de Clara Maria de Jesus, neta paterna do Capitão-Mor de Guaratuba Miguel de Miranda Coutinho e de Isabel da Silva de Carvalho, neta materna de Salvador Correia de Lemos, de Paranaguá e de Maria Cardoso (batismo de Ana aos 17/5/1800 e de outra Ana aos 24/6/1800. Paróquia de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco do Sul).
Governança :
Salvador Gomes de Oliveira foi Vereador, Juiz de Órfãos, Juiz Ordinário e Presidente da Câmara de São Francisco do Sul. Em 1824, como Presidente da Cãmara de São Francisco do Sul, organizou as defesas locais no intuito de consolidar a Independência do Brasil (Revista Trimensal do Instituto Histórico e Geographico de Santa Catharina. V. VIII – 1919, 57-59).
Sesmaria :
Recebeu em 1805 carta de data da sesmaria do Porto da Caçada, Cabeceiras do Rio Paranaguá-Mirim. Solicitou meia légua em quadra ao Vice-Rei e recebeu 1.200 X 1.100 braças de terra (uma braça = 2,20 metros). Afirmava na sua petição ser lavrador com numerosa família de mulher, filhos e escravos (Arquivo Nacional. Sesmarias de Santa Catarina).
Economia :
O principal produto cultivado e comercializado era a farinha de mandioca.
Fragmentos da escravidão. Alguns batismos de escravos de Salvador Gomes de Oliveira :
André, filho de Agostnha, de nação Benguela, 6/9/1835. Foram padrinhos Faustino e Rita, ambos escravos de SGO.
Felicidade, crioula, filha de Joana, escrava de SGO. 2/11/1845
Verônica, crioula, filha de Rita, escrava de SGO. 1846. (L10, 64).
Bento, crioulo, filho de Rita, escrava de SGO. 8/11/1846. Bento e Verônica eram gêmeos.
Clara, filha de Theresa, escrava de SGO. 22/10/1848. (172)
Sebastião, crioulo, filho de Rita, escrava solteira de Rita Clara de Miranda. 7/10/1849.
O Capitão Salvador Gomes de Oliveira teve expressiva geração influente na política do Norte de Santa Catarina nos últimos 150 anos. O seu filho, o Major Chrispim Gomes de Oliveira, casou com Carolina Rosa Tovar e Albuquerque, filha natural do Governador da Capitania de Santa Catarina, o Brigadeiro João Vieira Tovar e Albuquerque. Descendemos do Capitão Salvador Gomes de Oliveira pelo Alferes João Gomes de Oliveira.
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Bases agrárias dos Gomes de Oliveira
Bases agrárias da família Gomes de Oliveira do Norte de Santa Catarina, 3 gerações com cartas de sesmaria. A célula fundante da estrutura elementar da colonização e formação do Brasil.
Arquivo Nacional, Rio de Janeiro. Sesmarias da Santa Catarina. Rio Areias – Manoel Gomes Galhardo, ano de 1788.
Diz Manoel Gomes Galhardo morador na vila do Rio de São Francisco Xavier do Sul e nela casado que ele há anos está de posse de uma sorte de terras na Cabeceira do Rio chamado Areias na terra firme do distrito da Ilha de Santa Catarina em que tem trabalhado sem impedimento algum porém como daquela terra não tem título primordial e o deseja haver para remover qualquer dúvida que se lhes força requer a V. Exª se sirva conceder lhe em nome de Sua Majestade meia légua de terras em quadra na dita paragem principiando a mesma do Norte da foz de um Riacho chamado Pernambuco braço do mesmo Rio correndo pela margem de sua margem acima o rumo de Norte a Sul até onde se findar a sua concessão com a sua legítima quadra a rumo de Leste Oeste compreendendo-se na dita meia légua de terras o seu sítio com casas e plantas
O Capitão José de Oliveira Borges, Juiz Presidente da Câmara e os Oficiais da mesma, que o presente ano servimos por bem da Ordenação de Sua Majestade Fidelíssima.
Atestamos, e fazemos certo debaixo do juramento dos nossos cargos, em como nos é constante e a todo este povo, ser o Capitão Manoel Gomes Galhardo, natural e morador desta Vila com idade de sessenta e nove anos pouco mais ou menos, o qual tem servido os honrosos cargos desta República sem nota no seu procedimento, e crédito e é muito temente a Deus, e as Justiças de Sua Majestade, tratando-as em todo o tempo com aquele decoro devido aos seus caráteres, sendo muito amigo da paz, harmonia e tranqüilidade, e não nos consta tivesse tido negócios ilícitos , e que somente tem vivido de suas lavouras, e nelas um dos mais extensos com o manejo de onze escravos para o dito exercício , e emprego, não escusando para fazer suas culturas, e de lugar oportuno, e espaçoso, e é verdade ser o dito Capitão Manoel Gomes Galhardo das principais famílias desta Vila, e por esta nos ser pedido a passarmos firmada por nós assinada com o selo de Armas Reais, que perante nós serve. Vila do Rio de São Francisco Xavier do Sul, em Câmara de 6 de agosto de 1787, eu Anacleto Teixeira Vaz, Escrivão da Câmara escrevi. José de Oliveira Borges, Manoel Roiz da Cunha, Clemente de Oliveira Falcão, Gonçalo da Silva, Manoel de Oliveira Cercal
Informamos a V. Exª por informação que tivemos de pesoas fidedignas, que o suplicante Manoel Gomes Galhardo nas terras que possue e faz menção em sua petição não tem (...) alguns por estar cercado de rios na frente e por um lado, e das mais partes sem confinantes e só um dentro do mesmo sítio se acha um morador por concessão do mesmo suplicante o qual nos apresentou um escrito de clareza em o qual se obriga pagar foro anual. Rio de São Francisco, 25/6/1788. Francisco de Freitas Castro, Ignácio José Cardoso, João José de Sá Brandão.
Registro das Sesmarias 1807-1812. Arquivo de Santa Catarina, Florianópolis.
Doc. 30
[fl. 58-60] Registro de uma Sesmaria do Alferes José Gomes de Oliveira (20/5/1807)
Dom Luiz Mauricio da Silveira, Governador do departamento da Ilha de Santa Catarina, que Deus guarde. Faço saber aos que esta minha Carta de sesmaria que atendendo a me representar-me o Alferes José Gomes de Oliveira, morador na vila do Rio de São Francisco, que ele não tinha terras suficientes para empregar na agricultura os escravos que possuía sendo-lhe aliás tão necessárias para o suplemento de sua numerosa família por cujo motivo me pedia pelo requerimento, e despachos correntes que me apresentava lhe concedessse duzentas braças de terras de frente com mil de fundo, que se achavam devolutas no lugar denominado Cabeceiras do Rio de Paranaguá Mirim, Termo da mesma vila, correndo a rumo da sua frente a Norte dos travessões dos fundos a nordeste, confrontando pela parte do norte com terras do erd Ignacio da Silveira Falcão, a quem não prejudicava a referida medição, sem ângulos marcos com cruzes lavradas como tudo constava da certidão do demarcador Francisco Lopes de Souza a doze de janeiro do corrente ano (1807) em cujos requerimentos tendo sido ouvidos os tribunais competentes lhes não ofereceu dúvida alguma,
Logo adiante, nas folhas 68-70, do mesmo livro, no doc. 35, consta a sesmaria de José Antonio de Miranda, no lugar denominado de Cabeceira do Rio de Paranaguá Mirim, concedida pelo mesmo Dom Luis Mauricio da Silveira em 23/6/1807, com 150 braças de frente e mil de fundos.
As conexões de parentesco são claras. José Gomes de Oliveira casou a segunda vez com Isabel Antonia de Miranda. O seu filho do primeiro casamento Salvador Gomes de Oliveira casou com Rita Clara de Miranda e o Tenente José Antonio de Miranda casou com Ana Maria, filha do primeiro casamento de José Gomes de Oliveira.
Arquivo Nacional, Rio de Janeiro. Sesmarias de Santa Catarina. Sesmaria de Salvador Gomes de Oliveira, Rio Paranaguá ano de 1804.
Ilmº Exmº Snr. Vice-Rei
Por Carta na forma da Ordem Rio, 11 de maio de 1805
Diz Salvador Gomes de Oliveira morador no Rio de São Francisco Xavier do Sul da Capitania de Santa Catarina que ele se acha com numerosa família de mulher e filhos e escravos que para poder subsistir precisa que V. Exª em nome de S.A Real lhe conceda por sesmaria meia légua de terras em quadra no lugar denominado Cabeceiras do Rio Paranaguá na paragem chamada Porto da Caçadae como o suplicante tem os número dos ditos filhos e escravos para as poder cultivar e igualmente se seguirá aumentos aos Dízimos Reais porque o suplicante é lavrador antigo como é competente naquela dita vila e não tem terras algumas para as pretendidas e mito necessárias culturas por quanto o sítio em que o suplicante tem existido se acha totalmente desmatado e sem onde possa o suplicante fazer com que sustentar a família que tem por isso.
Recebeu 1.200 braças de frente por 1.100 braças de fundo.
Retificação da Sesmaria de Salvador Gomes de Oliveira em função do dote da Princesa de Joinville, futura Colônia Dona Francisca.
Arquivo Público de Santa Catarina. Livro 763. 1848/1850.
Auto de concessão de 560 braças de terras por um lado e por cada um dos outros 400, no Rio Paranaguá-Mirim – no lugar Porto da Caçada – Termo da Vila de São Francisco a Salvador Gomes de Oliveira
Antero José de Brito. Fica concedido sem prejuízo de terceiro a Salvador Gomes de Oliveira no Rio Paranaguá-Mirim, no lugar denominado - Porto da Caçada – Termo da vila de São Francisco um triângulo de terras, nos fundos da sesmaria concedida para complemento do Dote da Sereníssima Princesa de Joinville, com quinhentas e sessenta braças por um lado e 400 braças por cada um dos outros, em compensação de uma antiga Sesmaria de sua propriedade, cujas terras extremam por uma parte com a linha de Leste-Oeste da demarcação geral, por outra com os fundos das terras da mesma Sesmaria, e com outras ocupadas por Constantino Borges, ficando o mesmo terreno assim medido e demarcado, tendo-se cravado nos três ângulos três marcos de Peroba triangulares lavradas; a saber, um para a parte de Sueste, e outro para a parte de Noroeste, e o terceiro finalmente para leste, correndo os três marcos entre si os seguintes rumos Oeste, ficando mais concedido ao referido concessionário Gomes , o uso de um caminho particular por ele aberto até o dito porto da caçada e que passa atualmente por terrenos compreendidos na demarcação geral, o que tudo consta do Termo lavrado em vinte e oito de março do corrente ano, assinado pelo Tenente Coronel Chefe da Comissão Jeronimo Francisco Coelho, o Procurador Fiscal da Thesouraria da Província Polidoro do Amaral e Silva, o mesmo concessionário, e João José Machado da Costa, cujo termo e requerimento fica arquivado na secretaria desta Presidência, ficando o concessionário com o direito que ele possa servir da posse e uso fruto das suas mesmas terras, sujeito todavia ao que houver de ser Decretado ulteriormente sobre concessão e distribuição das terras. E para constar lhe mandei passar o presente Título que será registrado na secretaria desta Presidência. Dado no Palácio do Governo da Província de Santa Catarina aos treze dias do mês de agosto de mil oitocentos e quarenta e seis, vigésimo quinto da Independência e do Império. Antero José Ferreira de Brito. Por Despacho de 11 de agosto de 1846, do Ex° Snr. Presidente da Província. João Francisco de Souza Coutinho, Secr° do Gov°. Pagou de feitio do registo 4$000.
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Bispado de Ruy
Caro Ricardo de Oliveira e demais participantes do fórum
Tenho alguns antepassados (séc. XVIII)de Sesimbra (Portugal) baptizados ou casados no Bispado de Ruy(i) (ou Buy).
Não consigo encontrar qualquer referência ao dito bispado em Portugal e uma vez que de Sesimbra muitos são os pilotos e navegadores a prestar serviços no Brasil lembrei-me se por acaso não seria (será) um Bispado do Brasil.
Agradeço desde já qualquer informação
Rita Cabeça Ramos
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RE: Bispado de Ruy
Cara Rita
Os primeiros bispados brasileiros têm os nomes das nossas clássicas povoações. Deve ser o Bispado de Tuy. A localidade de Tuy está na Galiza, em frente de Valença, do outro lado do Minho.
Abraços e às ordens
Ricardo
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RE: Bispado de Ruy
Caro Ricardo
Muito obrigada. (Pensei que fosse brasileiro).
Não me parece nada a caligrafia de Tuy, até porque, no mesmo assento figura a abreviatura de Reverendo e as iniciais são muito parecidas.
Se não for abuso faço-lhe mais uma pergunta:
Tenho alguns antepassados, igualmente de Sesimbra, cujos matrimónios foram celebrados pelo Bispo do Maranhão, D. Frei António de Pádua (de Belas) que, de acordo com a GEPB era franciscano da província da Arrábida, foi eleito bispo do Maranhão em 1783, tendo resignado a mitra a 21 de Janeiro de 1808 (faleceu em Setúbal, não diz quando).
Um dos assentos data de 1797 e está inscrito nos livros da freguesia de Santiago de Sesimbra. Ter-se-à celebrado mesmo em Sesimbra ou era normal serem os registos de cerimónias realizadas no Brasil (ou nas embarcações) virem depois para as freguesias de origem das pessoas em causa?
Peço desculpa se me alonguei e agradeço imenso a atenção
Cumprimentos
Rita
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RE: Bispado de Ruy
Bem,há a cidade de Túy,na Galiza.Será?
Cumprimentos
Rafael Carvalho
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RE: Bispado de Ruy
Cara Rita
Eu sou brasileiro. Tenho muitas dezenas de antepassados portugueses e que em algum momento entre o início do século XVI e o fim do século XIX atravessaram o Atlântico. Talvez D. Frei António estivesse em Sesimbra e só utlilizasse o seu título de Bispo do Maranhão, não sei quando ele esteve no Maranhão ou em que período esteve. O Pará e o Maranhão estavam, sob vários aspectos, mais relacionados com Lisboa do que com o Rio de Janeiro e com o Sul do Brasil, meu espaço de pesquisa genealógica. O meu foco de estudos é um ambiente com desenvolvimento muito diferente. Se eu puder ajudar em outro tópico sobre o Brasil, pode utilizar o meu endereço rco2000@uol.com.br
Abraços
Ricardo
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RE: Bispado de Ruy
Penso que não (a caligrafia da inicial dicilmente corresponderia a um T).
Muito obrigada (mais uma vez)
Rita
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RE: Bispado de Ruy
Novamente muito obrigada.
Se puder ser útil em alguma coisa, disponha (estou neste momento a pesquisar Sesimbra, Setúbal e Palmela, Gouveia e Manteigas, Viseu e Lâmego, Huelva, Sevilha e Zaragoza - tendo mais informação das duas primeiras zonas referidas).
Cumprimentos
Rita
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Oliveira seiscentista em Santa Catarina
Oliveira seiscentistas em São Francisco do Sul
Onde tem Brasil tem Oliveira. Oliveira é um nome do Portugal profundo, nome do cerne da ruralidade portuguesa. Um ramo de Oliveira me interessa por ser o do meu nome. Em uma série tridentina conectada em linha encadeada alcançamos a Vicencia de Oliveira casada com Manoel Gomes Galhardo por volta de 1730/40 em São Francisco do Sul. Este casal somente foi revelado por assentos com os nomes dos avós escritos nos batismos de netos tardios de nosso 5º avô José Gomes de Oliveira, que teve filhos aos 50 anos com a sua segunda esposa. A partir daí temos as várias pesquisas genealógicas do Antonio Roberto Nascimento.
No Livro de Óbitos da Freguesia de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco consta o registro de Ana de Oliveira, falecida aos 17/1/1788 com a idade de 90 anos mais ou menos. Testamenteiros : Sua filha Josefa Fernandes de Oliveira, José Gomes de Oliveira e o Capitão-Mor João Pereira Lima. Declarou ser natural desta vila, viúva (do Capitão-Mor) Sebastião Fernandes Camacho e que tinha uma única filha por nome Josefa, a qual era a sua única e universal herdeira de seus bens. Deixou a seu sobrinho Francisco de Miranda Tavares 8 mil réis, a sua sobrinha viúva de João Pereira de Menezes 8 mil réis e deixou uma crioula por nome Maria a sua (... aqui está rasgado, pode ser a abreviatura de afilhada) Maria filha de José Gomes de Oliveira.
Registrou Dona Josefa Fernandes de Oliveira em seu testamento "Declaro deixar a meu Primo o Alferes José Gomes de Oliveira o sítio onde moro, cujas terras findarão até o Ribeiro do Engenho, e do dito Ribeiro em diante deixo a meu sobrinho o Alferes Manoel Carvalho para unir as mais terras que possuo no dito sítio, das quais já há anos lhe passei escritura de transação, e é minha vontade que ele desde o dito Ribeiro as possua como suas e também é da minha vontade que nas terras que deixo ao sobredito meu Primo Oliveira possa o dito meu sobrinho Carvalho abrir o necessário caminho para sua servidão para o porto de seu embarque pelo lugar ou paragem que mais conta lhe fizer, não devassando contudo o terreiro do sítio que deixo ao dito meu Primo Oliveira, tudo por escusar dúvidas para o futuro. Também deixo ao mesmo meu primo todos os móveis do meu engenho da casa de farinhas, como toda a prensa, caixas e gamelas concernentes ao dito mister".Testamento de Dona Josefa Fernandes de Oliveira. Provedoria dos Resíduos da Comarca. Rio de São Francisco. Número 4233, ano de 1808. Alferes Manoel Carvalho Bueno como testamenteiro da falecida Dona Josefa Fernandes. Arquivo do 1° Cível de Curitiba.
José Gomes de Oliveira nasceu por volta de 1744 em SFS e era filho do Capitão Manoel Gomes Galhardo, natural de SFS e nascido por volta de 1718, e de Vicencia de Oliveira, natural de SFS (Livro 5 de Batismos de SFS e idades em docs no Arquivo do Paraná, no qual os dois foram depoentes).
Se Josefa Fernandes de Oliveira era prima de José Gomes de Oliveira é provável que Vicencia de Oliveira fosse irmã de Ana de Oliveira, e que os pais delas já estavam desde a virada do século XVII/XVIII em SFS, pelo menos, como consta no óbito de Dona Ana de Oliveira. As duas irmãs Oliveira casaram com pessoas principais da vila e o pai delas seguramente era de condição social igual e certamente participava da governança. O único Oliveira identificável nesta condição em São Francisco do Sul é o Antonio de Oliveira Preto, que supomos seja o presumível genearca dos Oliveira francisquenses. Outro filho e suposto irmão de Ana e de Vicencia de Oliveira pode ser o Alferes José de Oliveira, genearca da família Oliveira Borges. O Capitão Manoel Gomes Galhardo e José Gomes de Oliveira, marido e filho de Vicencia Oliveira, são dados como parentes do Capitão José de Oliveira Borges no Rol das Pessoas que servem na República desta Vila do Rio de São Francisco de 1781 (Biblioteca Nacional). Havia um Antonio Gomes de Oliveira e um Antonio de Oliveira Borges no final do século XVIII. No mesmo documento não são apontados como parentes os Oliveira Camacho, nem os Oliveira Falcão e nem alguns Oliveira Cercal da vila.
Documentos em que aparece o Antonio de Oliveira Preto :
Juízes Ordinários de São Francisco em 1683 : Manoel de Santiago e Antonio de Oliveira Preto, ambos paulistas - Luiz Gualberto. Contribuição para a História do Estado de Santa Catharina. Fundação da Cidade de São Francisco do Sul. Revista Trim. do IHGSC, nº 1, V. 1 - 1902, 72.
Câmara francisquense de 1714 : Domingos Jorge Chaves, Pedro Dias Curte (?), Antonio de Oliveira Preto, Ignácio Vieira Fajardo, Diogo Cardoso, Jeronimo Alvares Marinho - Affonso de Taunay. Em Santa Catharina Colonial. Capítulos da História do Povoamento. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. 1936, 51.
Câmara da vila do Rio de São Francisco em um documento de 15/9/1723 : José Vieira de Arzão, Antonio de Oliveira Preto, José Alves Marinho, Antonio Luiz da Costa, Francisco Teixeira Ceires (?). História da Companhia de Jesus no Brasil. Tomo VII, Livro V, Capítulo II, 2 . Serafim Leite. 1945, 462.
Câmara do Rio de São Francisco de 26/3/1724 : José Vieira de Arzão, Antonio de Oliveira Preto, Antonio Luiz da Costa, José Alves Marinho, Manoel Ribeiro, Francisco Vieira Seixas (na minha leitura). Documento 25-1-15. Arquivo de São Paulo.
Eu não me convenço com pesquisa genealógica feita por justaposição ou com qualquer tipo de homonímia vinculante. Nada substitui a certeza de um documento efetivo conectando duas gerações. É válida a formulação de hipóteses somente para ajudar na pesquisa e na busca dos fundamentais e necessários documentos comprovantes, caso existam em algum arquivo. Aqui pode existir uma dimensão científica da genealogia, caso contrário ficaremos sempre na dúvida e na indeterminação, pelo menos na presente vida.
Ricardo Costa de Oliveira,
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Pereira de Lima
A família de Bárbara Pereira, minha 5ª avó e mulher do Alferes José Gomes de Oliveira, meu 5° avô em linha masculina.
Ouvidoria Geral e Provedoria dos Resíduos de Paranaguá. Autos de Conta de Testamento. Processo de número 3956, ano de 1804. Reverendo Lourenço Manoel de Lima, testador. Dona Francisca Clara de São Bernardo, testamenteira. Arquivo do 1° Cível de Curitiba.
Testamento do Reverendo Padre Lourenço Manoel de Lima datado de 23/2/1799. Encomendo a minha alma... (O mistério da religião ocupando os primeiros parágrafos, como o sagrado d’outrora e de sempre).
Rogo a meu primo Senhor Manoel de Oliveira Cercal, ao Senhor Sargento-Mor José de Oliveira Borges e ao Senhor Alferes José Gomes de Oliveira serem os testamenteiros. Meu corpo será sepultado na Matriz desta vila envolto no Hábito do meu Patriarca São Pedro...acompanhado das irmandades, duzentas missas pela minha alma. Várias e interessantes disposições religiosas a acompanhá-lo neste último ritual.
Ordeno se dê de esmolas aos pobres 150$000, devem preferir as que forem minhas afilhadas e pobres, 5$000 a cada um.
Deixo de reparo para a Capela do Gloriosos São José desta vila a quantia de cem mil réis - 100$000
Se mande encarnar de novo a meu Patriarca São Francisco de Assis e se lhe compre um hábito novo. Deixo para orná-lo do Altar da Senhora da Piedade 25$000
Deixo a minha afilhada Maria filha de meu primo Manoel de Oliveira Cercal 50$000
E ao filho Luiz, também meu afilhado 25$000. Assinou Luiz Ignacio de Oliveira Cercal no recibo.
Deixo a minha afilhada, filha do Licenciado Marcelino Lopes Falcão 25$000
Deixo a minha afilhada Rosa, filha de Ana Pires 25$000
Deixo a minha afilhada Barbara. Filha do falecido Pedro Fagundes Reis 25$000
Das duas últimas esmolas ordeno a meu testamenteiro as faça recolher ao Cofre dos Órfãos até que as minhas afilhadas casem ou tenham 25 anos e poderão dar-se a juros para maior interesse das minhas afilhadas.
Deixo de esmola a Leonardo Vieira Pinto 25$000. Para roupas e sustento, no recibo afirmou ser cego.
Deixo a minha afilhada, filha de Agostinho José de Sá Brandão 25$000
Deixo de prêmio ao meu testamenteiro qualquer, que fizer a esmola de aceitar este meu testamento - 50$000
O meu Santuário com a Sagrada Imagem do Senhor Crucificado, se remeta para a Cidade do Rio de Janeiro a entregar ao meu Exmo. Prelado , um sinal do meu filial amor.
Todos os bens que possuo por herança de meus falecidos pais e que remanescerem, instituo por minha única universal herdeira a minha irmã Dona Ana do Nascimento, mulher do Capitão Francisco Carneiro da Silva.
Termo de aprovação. Assinado por Alberto Luiz de Oliveira, tabelião e mais, Marcelino Lopes Falcão, Manuel de Oliveira Cercal, Joaquim José de Bittancourt, Francisco de Paula de Reis, João Gonçalves da Silva.
Termo de Abertura - 25/2/1800. Juiz Ordinário - Manuel Antunes de Menezes. José Caetano da Costa, escrivão.
Manoel de Oliveira Cercal não aceitou ser testamenteiro, 25/2/1800.
Sargento-mor José de Oliveira Borges aceitou - 25/2/1800
O enterro seguiu as recomendações. O corpo foi envolvido no Hábito do Patriarca de São Pedro com os paramentos sacerdotais, ... estola de barrete e casula de cor negra. O enterro e todos os rituais, decorações e missas custou 30$280. O inventário despendeu em uma “humbella” de damasco, com finos acabamentos e bordada a ouro - 102$445, tendo a Irmandade do Santíssimo Sacramento mandado vir do Rio de Janeiro.
Aos 3/11/1804 apresentou a viúva do Sargento-mor José de Oliveira Borges, Dona Francisca Clara de São Bernardo, um balanço do inventário até então realizado para a Ouvidoria. Aos 6/11/1804 a Ouvidoria indicou conforme disposições do testamento a José Gomes de Oliveira como testamenteiro.
Somente a 5/7/1808 a Ouvidoria mandou notificar a José Gomes de Oliveira. O Dr. Antonio Ribeiro de Carvalho, Ouvidor Geral, estava presente no Rio de São Francisco.
Diz José Gomes de Oliveira que nunca teve a menor notícia de ter sido nomeado e jamais fez algum auto de aceitação e como presentemente se vê impossibilitado de aceitar a dita testamentaria por suas atuais moléstias. 6/7/1808. José Morato de Canto, escrivão da Ouvidoria, escreveu no processo (fl. 32) que o suplicante (José Gomes de Oliveira) é idoso e cheio de moléstias. O suplicante tem um filho casado, de nome Salvador Gomes, “que se diz igualmente é muito capaz , mas é primo irmão do Reverendo falecido” 10/7/1808.
Diz Salvador Gomes morador da terra firme termo da vila da Ilha de Santa Catarina Comarca da mesma vila. E porque o suplicante é morador de outro termo não tem estabelecimento nesta vila para ser bastante testamenteiro. Recorrendo a Antonio Eugenio de Miranda Tavares por ser pessoa estabelecida de bens de raízes e semoventes nesta vila, como ser parente do dito testador muito chegado 11/7/1808. Escreveu José Moato do Canto, Informo a V. Sa. Que a mim me consta por pessoas fidedignas que o suplicante é morador nesta freguesia e não embargo ter sítio na terra firme, assim como o tem o Alferes Manoel Carvalho que se acha dando contas neste Juízo como testamenteiro. O Dr. Carvalho escreveu que “Escuso ao suplicante visto ser morador em distrito de outra comarca” 12/7/1808. José Morato do Canto relatou que o sítio do suplicante é na Terra firme distrito de Santa Catarina e como o referido Antonio Eugenio de Miranda é igualmente primo irmão do reverendo falecido e é morador ao pé desta vila, por se localizar melhor nele que o suplicante ...
O Sargento-Mor Antonio Eugenio de Miranda Tavares assina o termo de aceitação aos 17/9/1808. Depois “passando para Antonio Gomes de Oliveira visto ser parente em igual grau que o suplicante” (fl. 37). Antonio Gomes de Oliveira foi notificado em 25/7/1812 e assinou o termo de aceitação aos 28/7/1812.
Considerações genealógicas. Este inventário conecta o Capitão-Mor João Pereira Lima nas velhas genealogias do poder do Norte de Santa Catarina. Diz Carlos da Costa Pereira que o Reverendo Manoel Lourenço de Lima era filho do Capitão-mor João Pereira Lima (História de SFS, 122). Antonio Roberto Nascimento indica o período de comando do Capitão-mor João Pereira Lima como de 1791-98 (Bl’au em Cadernos XXVII, 349). Desde 1782 que ele ocupava este cargo.
O Padre Manoel Lourenço Lima era primo irmão de Salvador Gomes de Oliveira, o que revela que a mãe dele, Bárbara Pereira, era irmã do Capitão-Mor João Pereira Lima. Bárbara Pereira, esposa do Alferes José Gomes de Oliveira faleceu em São Francisco do Sul aos 24/2/1793(Livro de Óbitos).
Segue o processo de genere do Padre Lourenço Manoel de Lima, generosamente transcrito do Arquivo da Cúria do Rio de Janeiro pelo nosso amigo e primo Roni de Vasconcellos :
Caros Ricardo e Nascimento
A luz de vocês continua brilhando aqui no Rio de Janeiro. Segue as "boas novas" :
Diligências De Genere de Lourenço Manoel de Jesus e Lima - 1788
(Fraternidade com seu tio Antônio Tavares de Miranda, irmão legìtimo de D. Maria do Nascimento, mãe do habilitando)
Em 10/ 07/ 1788
Nesta Cidade de Sâo Sebastião do Rio de Janeiro, em casa da Câmera Eclesiástica.
Lourenço Manoel de Jesus e Lima, natural e batisado na freguesia de N. S. da Graças do Rio São Francisco do Sul deste bispado, filho legítimo do Capitão Mór João Pereira de Lima e de D. Maria do Nascimento de Jesus, naturais e batisados na sobredita freguesia de N. S. das Graças do Rio de São Francisco, que lhe faz servir a Deus, no estado clerigal....
Neto pela parte paterna de MANOEL PEREIRA GONÇALVES E FELIPA DIAS MADEIRA, naturais e batisados na freguesia de N. S. das Graças do Rio de São Francisco do Sul, deste bispado.
Neto pela parte materna do CAPITÃO JOÃO TAVARES DE MIRANDA, natural e batisado na Sé da Cidade de São Paulo, e de D. Clara Fernandes, natural da mesma freguesia do Rio São Francisco.
INQUIRIÇÃO
Testemunhas:
1 - Domingos Afonso Moreira, viúvo, natural e morador desta freguesia, lavoura, 75 anos.
2 - Domingos, digo Capitão ..... Gomes Galhardo, casado, natural desta freguesia, lavoura, de idade ...
3 - Francisco Dias Belo, casado, nat. e morador desta freguesia, lavoura, 85 anos mais ou menos. Diz que os avós do habilitando vivem de suas lavouras.
4 - Cristóvão Dias Belo, casado, nat. e morador desta freguesia, lavoura, 70 anos mais ou menos.
5 - Amaro de Oliveira Camaxo, viúvo, nat. da Vila de Laguna e morador desta freguesia, 50 anos, lavoura. Diz que o Cap. Mór João Pereira de Lima, pai do habilitando, vive de seus negócios mercantis e de suas lavouras.
6 - Francisco de Oliveira Camaxo, casado, natural da Vila de Laguna e morador desta freguesia, 51 anos mais ou menos, lavoura. É parente do habilitando em 3º grau de afinidade por se achar casado com uma prima - irmã da mãe do habilitando.
7 - Antônio dos Santos, casado, nat. e morador desta freguesia, lavoura, 82 anos mais ou menos.
8 - Paulo da Cruz de Andrade, desta freguesia, 70 anos mais ou menos.
__________
Casamento dos pais do habilitando
Livro?, fls 18
Aos vinte e sei dias do mes de setembro de mil setecento e .....tenta e seis, 'as 4 horas da tarde, João Pereira de Lima, filho legítimo de Manoel Pereira Gonçalves e Filipa Dias Madeira, já defuntos, com Maria do Nascimento , filha legítima do Capitão Mór Jão Tavares de Miranda e de D. Clara Fernandes.
Testemunha João da Costa Rêgo. Vigário Miguel Gomes Tôrres.
__________
Pede o assento de batismo de seu avô paterno Manuel Pereira de Gonçalves, que é filho de JOÃO PEREIRA DE LIMA e de MARIA DA VEIGA.
O vigário responde que os livros antigos foram perdidos no tempo da invasão de Santa Catarina.
_________________
Pede os assento de batismo de sua avó paterna Fillipa Dias Madeira, que é filha legítima de PEDRO DIAS VIEIRA e de MADANELA PEDROZA.
naõ se acham os assentos pelos mesmos motivos.
_________________
Fraternidade com seu tio ANTÔNIO TAVARES DE MIRANDA, irmão legítimo de D. Maria do Nascimento, mãe do habilitando.
Antônio Tavares de Miranda, natural e batisado na freguesia de N. S. das Graças do Rio de São Francisco, filho legítimo do Capitão Mór João Tavares de Miranda e de D. Clara Fernandes, nat. e bat. na freg. da Vila de S. Francisco.
Neto paterno do CAPITÃO MÓR FRANCISCO DE MIRANDA TAVARES, nat do bispado de São Paulo, e de ANTÔNIA RODRIGUES DE SIQUEIRA , nat. da Vila de S. Francisco.
Neto materno do CAPITÃO MÓR ......? CAMAXO , natural do Bispado de São Paulo e de D. MARGARIDA DE SERQUEIRA DE AVELAR, nat. da Vila de São Francisco.
____________
INQUIRIÇÃO
Testemunhas:
1 - Gabriel Pereira Gonçalves, casado, da Vila de Paranaguá, morador , 22 anos, negócio mercantil.
2 - José da Motta, casado, morador desta freguesia, lavoura, 45 anos mais ou menos.
3 - Antônio de Siqueira, casado, nat. e morador desta freguesia, lavoura, 46 anos mais ou menos.
4 - Antônio Marques ( Santos?), solteiro, nat. da ilha de SC e morador nesta freguesia, 29 anos.
5 - José da Silva de Andrade, casado, nat. e morador desta freg., lavoura.
6 - Manoel de Lemos Ferreira, viúvo, nat. da Vila de Paranaguá, e morador desta freg, 36 anos, negócios.
__________
Batisado de LOURENÇO - 12 de Junho de 1771
Assento mais antigo de batismos que tenho em meu cartório, 'as fôlhas 105 verso, freg. de N. S. das Graças de S. Francisco do Sul, batisa o Reverendo Vigário da Vara, Antônio Corrêa de Mello, pus os Santos Óleos a LOURENÇO, inocente, filho legítimo do Tenente João Pereira de Lima e sua mulher Maria do Nascimento de Jesus, naturais e batisados nesta freguesia, neto paterno de MANUEL PEREIRA GONÇALVES, já defunto, e de sua mulher Felipa Madeira, nat. e batisada nesta freguesia, e pela materna do CAPITÃO MÓR JOÃO TAVARES DE MIRANDA, natural e batisado na freguesia de N. S. da Luz de Curitiba e de sua mulher D. CLARA FERNANDES, natural desta freguesia, todos já defuntos.
Padrinhos Antônio Tavares de Miranda e Margarida Tavares, mulher do Capitão Amaro de Miranda.
Padre Miguel Gomes Tôrres.
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Batisado da Mãe de Lourenço
Livro?, fls 40
MARIA, filha de João Tavares de Miranda natural desta Vila e de sua mulher Clara Fernandes, natural da Ilha de Santa Catarina, nasceu em 25 de dezembro de 1736 e foi batisada em 01/ 01/ 1737, por mim, Manuel Martins, Vigário.
Padrinhos: Luis de .....Costa, nat. da Vila de...e madrinha Bernarda Ribeiro de França, natural da Vila de Paranaguá, mulher do dito Luis da Costa.
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Grande abraço do
Roni
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Com esses documentos descobrimos os pais de nossa 5ª avó Bárbara Pereira e os seu respectivos :
- irmão, o Capitão-Mor João Pereira de Lima,
- sobrinho, o Padre Manoel Lourenço de Lima
- pais e nossos sextos avós Manoel Pereira Gonçalves- Felipa Dias Madeira
- avós e nossos sétimos avós João Pereira de Lima-Maria da Veiga e Pedro Dias Vieira-Madalena Pedroza, dos primeiros povoadores do Norte de Santa Cartarina, no final do século XVII.
Abraços
Ricardo Costa de Oliveira
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Assinaturas setecentistas- Gomes Galhardo Oliveira
Assinaturas de antepassados no século XVIII
A genealogia brasileira apresenta a difícil tarefa de alcançar os fundadores e primeiros povoadores das nossas localidades. Um dos principais elementos de status genealógico e sentimental na genealogia brasileira é a antiguidade na região. Dadas as condições dos nossos arquivos, é tarefa dura a extração de assinaturas muito antigas no Brasil. Consegui o suficiente na minha linha masculina no século XVIII :
7° avô – Capitão Manoel Gomes Galhardo. Assinatura em 27/5/1733. Documento número 72, Caixa 138. Arquivo do Paraná. Na folha 11 consta a assinatura de Manoel Gomes Galhardo “Juiz Ordinário e Órfãos nesta vila de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco este presente ano pela ordenação de sua Majestade”.
6° avô – Capitão Manoel Gomes Galhardo. Assinatura na folha 3 do documento número 2698, de 1787, Representação dos moradores da Terra Firme da vila de São Francisco do Sul. Processo do Arquivo da 1° Vara do Cível, Curitiba. (Número 2698, do ano de 1787, Caixa número 184 do Arquivo Público do Paraná). Manoel Gomes Galhardo, testemunha com 38 anos em um processo em 27/1/1756 (1032/ Ano de 1756),
Assinatura no Documento nº 1894. Rio de São Francisco. Ano de 1774.
Capitão Manoel Gomes Galhardo, testemunha em um processo em 12/7/1784, quando declara ser casado, natural desta vila (Rio de São Francisco), 66 anos, vive de suas lavouras Documento número 2482. Ano de 1784.
Assinatura no documento JP1545 (antigo2648), Caixa 74, 28/6/1782, fl.8, Capitão Manoel Gomes Galhardo.
5° avô – Alferes José Gomes de Oliveira. Assinatura na folha 3 (com o seu pai assinando na mesma fl. em cima) do documento número 2698, de 1787, Representação dos moradores da Terra Firme da vila de São Francisco do Sul. Processo do Arquivo da 1° Vara do Cível, Curitiba. (Número 2698, do ano de 1787, Caixa número 184 do Arquivo Público do Paraná).
Documento número 1672, Caixa 166 (Arquivo do Paraná). José Gomes de Oliveira, casado,natural desta vila (Rio de São Francisco), vive de suas lavouras, 28 anos em 22/5/1771.
Ouvidoria Geral de Paranaguá. Processo número 1789, do ano de 1773. Em 22/12/1773 declarou ter 29 anos, natural do Rio de São Francisco.
No século XIX encontramos várias assinaturas do José Gomes de Oliveira e dos outros antepassados.
Até a próxima. Orai por todos os antepassados !
Ricardo Costa de Oliveira
Curitiba, Paraná. Chove e faz muito frio hoje !
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Manoel Gomes Galhardo foi o genearca da família Gomes de Oliveira do Nordeste de Santa Catarina Brasil. Continuamos procurando a família Gomes Galhardo na virada do século XVII/XVIII em Portugal e no Brasil e encontramos (com a ajuda do colega António Forjó) alguns Gomes Galhardo na mesma conjuntura, o que pode ser uma (séria) pista de parentesco. Pela documentação abaixo do Conselho Ultramarino e da Torre do Tombo verificamos que Pedro Gomes Galhardo, filho de Antonio Gomes Galhardo, era casado com Ana Josefa da Luz. Ana Josefa da Luz era irmã de Antonia Maria da Encarnação, filhas de João da Cunha de Abreu e netas paterna de Francisco Preto da Cunha.
Documentação do Conselho Ultramarino :
Consulta do Conselho Ultramarino sobre o provimento da propriedade do ofício de Escrivão do Meirinho da cidade do Rio de Janeiro, que vagara por falecimento de Martim Guedes Coutinho e a que fora único concorrente João da Cunha de Abreu, cujos serviços se acham largamente relatados. Lisboa, 12 de julho de 1690. Doc. 1742. João da Cunha de Abreu, filho de Francisco Preto da Cunha natural desta cidade. Soldado na Armada que no ano de 1640 foi ao Brasil com o Vice-Rei daquele Estado. Participa de ações com o Conde da Torre e permanece na Bahia até 8/8/1641. Em 1659 ocupa cargos no Conselho Ultramarino - Porteiro e Tesoureiro do mesmo Conselho, tendo servido por 31 anos naqueles postos. Participa da expedição de socorro à Colônia do Sacramento com 200 soldados.
Consulta do Conselho Ultramarino acerca da petição de João da Cunha de Abreu, em que pede autorização para nomear serventuário do ofício de Escrivão do Meirinho do Rio de Janeiro, de cuja propriedade se lhe fizera mercê. Lisboa, 31 de outubro de 1690 Docs. 1747-1748. João da Cunha de Abreu destina para o casamento de uma de suas filhas qual ele nomear da propriedade do ofício de Escrivão do Meirinho, 9/8/1690. João da Cunha de Abreu, com a mercê da propriedade do ofício de escrivão do Meirinho do Rio de Janeiro, passa para uma de suas filhas ainda menores o referido ofício, enquanto a filha não tomar estado nomeia o Capitão Agostinho Roiz de Siqueira.
Consulta do Conselho Ultramarino sobre a petição de Antonia Maria da Encarnação, filha de João da Cunha de Abreu, na qual requeria autorização para nomear serventuário no ofício de escrivão do Meirinho da Correição do Rio de Janeiro. Lisboa, 17 de novembro de 1699. Doc. 2319-2320.
Mercês e documentos da Torre do Tombo :
João da Cunha de Abreu. Réplica. Folha 351. Anais da Biblioteca Nacional, V58, pg.405 – 1936. Índice do Códice das Mercês Nº 84 (do ano de 1661- até o ano de 1672).
21 de agosto de 1690, Lisboa. Escrivão de Meirinho do Rio de Janeiro a João da Cunha de Abreu (Carta de). Mercês de D. Pedro II, Livro 1, fl. 410 (Anais da Biblioteca Nacional, V75, 312 – 1955).
21 de agosto de 1690, Lisboa. Escrivão de Meirinho do Rio de Janeiro, na fl. 410 v. a Antonia Maria da Encarnação (Alvará de). Mercês de D. Pedro II, Livro 1, fl. 410 verso (Anais da Biblioteca Nacional, V75, 312 – 1955).
Pedro Gomes Galhardo, filho de António Gomes Galhardo, que em 7 de Novembro de 1709 recebe de D. João V Carta de Escrivão do Meirinho da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro. O mesmo Pedro recebe em 24 de Fevereiro de 1710 um Alvará para nomear serventuário no ofício de escrivão.
Pedro Gomes Galhardo, casado com Ana Josefa da Luz, irmã de Antonia Maria da Encarnação, recebeu o ofício de Escrivão por renúncia ao mesmo de sua cunhada Antónia Maria da Encarnação, presumindo-se que o dito ofício viesse do pai de ambas João da Cunha de Abreu. A cota das Mercês Régias consubstanciadas em Cartas e Alvarás é a seguinte: -- Registo Geral de Mercês, microfilme nº2419, flº2 e 2v para as duas mercês de Pedro Gomes Galhardo. Pedro Gomes Galhardo tendo ”mercê da propriedade do ofício de escrivão do meirinho da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e representar achar-se impedido por causa de seus achaques para pode embarcar-se a tomar parte do dito ofício”. A Coroa aceitou que um procurador tomasse posse em nome dele. Com os documentos verificamos que Pedro Gomes Galhardo estava em Portugal em 1710 e não sabemos se efetivamente veio para o Brasil.
Não sabemos qual seria o parentesco entre Manoel Gomes Galhardo e os Gomes Galhardo dos documentos acima.
Devem estar em alguma paroquial de Portugal os assentos de casamento de Pedro Gomes Galhardo e o de Antonio Gomes Galhardo. É a minha esperança ! Quem sabe algum genealogista não "esbarra" com eles por aí ? A imigração portuguesa para o Brasil era formada por pessoas simples e com imensa determinação de vencer. Os Gomes Galhardo aparecem na documentação da Chancelaria, o que significa que tinham posição interessante no Brasil. A coragem deles em reconstruir a vida nas fronteiras selvagens e a disposição agrária também é muito curiosa. É gente da tropa de choque do Império Português e foram os desbravadores daquela região.
Um abraço
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Caro Ricardo Costa de Oliveira,
Não sei se sabe mas existem uns Galhardos que tiveram carta de armas em 1750 e estão no Archivo Herladico genealógico do Visconde de Sanches de Baena. Consta o seguinte:
Carta nº 1632 de 13-09-1750 Galhardos e Abarcas
1= José Pedro Galhardo da Silva Abarca
2= máximo da Silva
3= Josefa Manuela Galhardo e Abarca
6= António Lopes Galhardo, natural de Castela Gov. da Praça de Salvaterra, feito prisioneiro pelos portugueses quando tomaram essa praça, passou ao serviço de Portugal como tenente general
7= Francisca Abarca
12= Diogo Lopes Abarca, Gov. da Praça de Larache em cuja defesa faleceu em 1682, perante os mouros
14_ Afonso Abarca
15= Teodora de Andrade
Outra carta de 1757 nº 1281 de Galhardos freires soares e Bandeiras
10 João Soares Freire Galhardo natural de Montargil Fam. Santo Ofício
2= Manuel Soares Freire Galhardo
16= João Soares Galhardo
32= André Mouro Galhardo, irmão de Fernão Soares Galhardo, alcaide mor de Seda
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Caro António Perestrelo
Obrigado pela sua contribuição. Vamos pesquisando sempre. Talvez se encontre algum documento ou assento com os Gomes Galhardo na virada do XVII/XVIII
Nossos cumprimentos
Ricardo
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Descendentes de Manoel Gomes Galhardo que foram Prefeitos (Superintendentes) em cidades de imigração alemã no Norte de Santa Catarina :
Manoel Gomes Tavares - São Bento do Sul 1899-1913
Procópio Gomes de Oliveira - Joinville 1902-1906 e 1911-1914
João Gomes da Nóbrega - Blumenau - 1934-1935
Manoel Gomes Tavares
DADOS BIOGRAFICOS Manoel Gomes Tavares, nascido a 12 de junho de 1858 em São Francisco do Sul, era filho de Joaquim José Tavares e Bárbara Maria da Graça Gomes. Neto materno do Capitão Salvador Gomes de Oliveira e de D. Rita Clara de Miranda. Era o mais moço de seis irmãos e seus pais eram lavradores residentes no lugar denominado Miranda, na ilha de São Franciso. Possuiam casa na cidade, para onde ia toda família nos dias de grande festa, fazendo o trajeto - as mulheres, em carro de boi; os homens a cavalo e os escravos a pé; ou senão, todos juntos em canoas de voga, passando pelo Canal do Linguado (hoje aterrado). Ao chegar à idade escolar, Manoel foi para a cidade, onde frequentou escola durante 4 meses! Cresceu na roça, e meninote, já tomava parte nas pescarias à rede, que seus irmãos mais velhos vinham fazer, frequentemente, com os escravos, na baía de Babitonga, próximo à Ilha do Mel. Mocinho, veio se empregar no comércio da cidade e aí contraiu febre amarela. Mais tarde foi para Porto Alegre, onde também trabalhou no comércio. Depois esteve durante algum tempo no Rio de Janeiro, onde foi companheiro de muitos estudantes catarinenses, entre eles os Boiteux. Assistia, frequentemente as sessões da Câmara dos Deputados. Esteve também em Vitória, no Espírito Santo. Nessas andanças e com muita leitura, instruiu-se e adquiriu conhecimentos e desembaraço, que mais tarde lhe foram de muita utilidade.Voltando a São Francisco, resolveu vir para a Colônia de São Bento, mais ou menos em 1884-85. Em 1886 foi nomeado 1 o. Tabelião, tendo guardado carinhosamente o seu título de nomeação, por ter a assinatura do Imperador Pedro II. Em 1888 Manoel Gomes Tavares contraiu núpcias com Martha Richter, cuja família viera de Bautzen (Alemanha) em 1883. Deste consórcio houve 6 filhos, dos quais 2 morreram pequenos. Proclamada a República, Tavares continuou no seu Tabelionato, mas conservouse fiel à Monarquia, tanto que dela guardou uma bandeira, com a qual foi coberto no seu caixão mortuário, em 1928. Em princípios de 1893 demitiu-se do cartório e transferiu-se para São Francisco, atendendo o convite de um dos irmãos para negociarem. Lá passou o tempo da revolução de 1893 e, como os negócios fracassassem, voltou à São Bento. Com os conhecimentos obtidos no seu tempo de cartório, começou a advogar e neste trabalho percorria, a cavalo, todo o município e também o de Campo Alegre e Rio Negro (hoje Mafra).
NA CADEIRA DO EXECUTIVO MUNICIPAL. Em 1898 Manoel Gomes Tavares foi eleito Superintendente de São Bento, assumindo aos 3 de janeiro de 1899. Permaneceu no cargo até julho de 1913, ano em que passou a exercer o cargo de Coletor Federal, até a sua morte em 1928. Com o Sr. Tavares surgiu uma nova visão do cargo de superintendente, dentro dos moldes da nova Constituição. Segundo esta visão, o superintendente não deveria apenas executar as determinações do Conselho Municipal, mas, sim, também estimular, por iniciativa própria, a Câmara a tomar medidas Úteis, modernizadoras, fazer sugestões, informar a Câmara a respeito de todos os assuntos referentes ao município, organizar de forma moderna a contabilidade e o registro de tudo que se fizesse necessário, elaborar regularmente prestações de contas e balancetes, bem como relatórios detalhados sobre as atividades realizadas no transcorrer do ano, apresentando-os à Câmara e à população.
UM EXEMPLO. Manoel Gomes Tavares nunca aprendeu a falar o alemão, porque já vinha se manifestando a surdez, que lhe roubou inteiramente a audição nos últimos anos de vida, deixando-o deprimido e desconfiado. Seu coração de patriota via com tristeza crescerem os filhos dos imigrantes sem lhes poder dar escolas para aprenderem a língua pátria, por falta de professoras. Fazendo sacrifícios enormes, mandou estudar em Curitiba e em Florianópolis suas filhas, que foram as primeiras normalistas de São Bento. A mais velha (Dona Martinha), no entanto, não pôde ser nomeada porque o diploma, obtido no Paraná, não era válido em Santa Catarina! Diplomada em 1908, lecionou no Paraná até que, com a reforma do ensino no governo Vidal Ramos, conseguiu sua nomeação para São Bento, em 1912. Começou-se a ouvir, então, pelas quebradas dos montes, o som do Hino Nacional e de cantos patrióticos... Ao entregar o cargo de Superintendente do Município ao seu substituto legal, que vinha a ser o então deputado estadual Luiz Vasconcellos, para assumir o de coletor das rendas federais, para o qual fora nomeado por ato do Ministro da Fazenda, Tavares endereçou-lhe um ofício em que fixou um quadro ligeiro no que consistira sua administração, ao mesmo tempo dissecando receitas e despesas, confirmando o saldo em caixa e relacionando débitos, créditos, subvenções concedidas a escolas particulares e contratos de trabalho existentes, além de dar explicações outras “para facilitar a nova administração que Va. Sa. vae encetar”, como escreveu. Seu estilo simples, descontraído e objetivo dá bem o perfil dessa figura austera e sóbria, que tanto cultivava a sinceridade e o aprumo quanto a retidão no ajuste que foi Manoel Gomes Tavares. Este oficio enriquece, hoje, o acervo do Arquivo Histórico Municipal. Mesmo Depois de deixar a Prefeitura, Manoel Gomes Tavares interessava-se por tudo o que se passava no município. Em 1920 foi acometido de um derrame, que lhe debilitou o físico, conservando, porém, a mente sempre lúcida. Moços acadêmicos, que passavam ou veraneavam em São Bento, se deliciavam em conversar horas e horas com o velho” Tavares. Ele amava as enanças e era o seu maior prazer sacudir as macieiras para que a garotada apanhasse as frutas.Nunca negociou com a produção de sua chácara; toda ela era presenteada aos amigos e vizinhos.Viveu sempre modestamente. Mesmo no tempo em que era Superintendente, viase-o, muitas vezes, atravessar a Vila puxando um carrinho de mão no qual conduzia da serrarta Pfeiffer (de nosso finado pai, Francisco) o material para suas cercas e galinheiros. Era hábil em todas as profissões; fazia ranchos, cercas, móveis toscos, malas, redes, e os filhos tiveram, à sombra de enormes salgueiros, além de balanços-argolas, barra-fixa e um pequeno carrocel.
APANÁGIO DE GLÓRIA. Aqueles que tiveram a ventura de privar de perto com Manoel Gomes Tavares, sentiram o seu acendrado amor ao nosso Município e sua gente, ao nosso Estado, ao nosso Brasil e às suas tradições cívicas. No exercício de suas altas funções públicas jamais decepcionou seus amigos e seus governados, porque nunca se afastou da diretriz traçada à sua existência, na qual suas conveniências privadas jamais conseguiram sobrepor-se aos superiores interesses da coletividade. Como chefe-de-família, orientou com sabedoria a educação de seus filhos, conquistando-lhes o respeito, a admiração e. sobretudo, a amizade, traço-de-união de toda a sua família. Admirava e amava o colono alemão, pela sua lealdade e amor ao trabalho. Apreciava os seus costumes e cantos e muitas vezes, os filhos lhe cantavam, junto ao ouvido, as canções alemães. Protegia-os, auxiliava-os, defendia-os. Mas, nativista como era, ai do estrangeiro que ofendesse o Brasil ou um brasileiro! Depois de 5 dias de sofrimento, faleceu a 1 de setembro de 1928 e foi sepultado a sombra de um grande cedro, plantado por suas próprias mãos, no cemitério que fundara. Tendo a família se transferido para Joinville. foram seus restos mortais para lá levados, onde repousam, também, seus filhos Martha (Dona Martinha), Thadia lIsa e Odilon, e sua esposa.
Alexandre Pfeiffer, Portal de São Bento do Sul (portalsbs).
Ricardo Costa de Oliveira
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Origens e tradições. Ricardo Costa de Oliveira
O principal político descendente em linha varonil do Capitão Manoel Gomes Galhardo no século XX, da nossa linhagem Oliveira do norte de Santa Catarina, foi o Senador Carlos Gomes de Oliveira. Político honesto e fiel às suas origens e tradições familiares. Nasceu no dia 12 de outubro de 1894 e faleceu, aos 102 anos, no dia 16 de agosto de 1997. A sua última matéria ainda vivo foi publicada no Caderno Comemorativo ao Aniversário de Joinville nesse mesmo ano pelo principal jornal da região :
"Exemplo Vivo de Dignidade na Atividade Política"
Ele é chamado de patrimônio vivo da política catarinense. O dono do nobre título caminha para completar 103 anos de idade em setembro. Os mais íntimos desconsideram as apresentações e vêem em Carlos Gomes de Oliveira um dos últimos remanescentes da genuína safra de homens públicos do País. Advogado, jornalista, vereador, prefeito, deputado, secretário de Estado e senador. Com todo esse currículo, pergunta-se quais são as conclusões de um dos cidadãos joinvilenses que mais respeito e notoriedade conquistou pelo Brasil afora.
O próprio Carlos Gomes responde. "Abandonei a política sem desencanto nenhum. Não tenho do que me queixar. Nunca fui ambicioso. Foram as próprias contingências da vida que me levaram a ser aquilo, nunca pleiteei. Por isto estou em paz comigo e com o mundo", afirmou, em depoimento concedido ao jornalista Raul Caldas Filho em outubro de 1977. Se o período pós-vida pública é repleto de sossego, Carlos Gomes deve o seu ingresso na política a um polêmico artigo escrito num periódico - "Jornal de Joinville" - que ajudara a fundar. O texto elogiava o levante do Forte de Copacabana, em 1922, comandado por tenentes do Exército revoltados com os desmandos do então presidente Arthur Bernardes.
Foi o estopim para que a opinião chegasse às mãos do presidente da República. Carlos Gomes e seu primo, Plácido Gomes de Oliveira, foram levados para o Rio de Janeiro, permanecendo encarcerados por 20 dias com dezenas de outros presos políticos. No retorno a Joinville, Plácido e Carlos Gomes receberam calorosa recepção. O ato representou o início da trajetória de Carlos nas discussões políticas. No único partido autorizado para época, o Republicano, foi chamado para integrar o secretariado do prefeito Abdon Batista.
A partir de 1924, com a posse de Adolfo Konder no governo do Estado, Carlos Gomes foi nomeado chefe-escolar da região e exigiu recursos para dar as mínimas condições de estudo aos alunos - cadernos e lápis. O político também passou pela Câmara de Vereadores, chamada na época de Conselho Consultivo Municipal, e em 1927 exerceu o cargo de prefeito nos meses de setembro e outubro. Naquele período assinou resolução que reconhece a Associação Comercial e Industrial de Joinville como entidade de utilidade pública. Um ano depois elegia-se deputado estadual. A partir de 1933, Carlos Gomes passou a ser um dos quatro representantes catarinenses na Assembléia Nacional Constituinte.
PERTO DE GETÚLIO
Em 1934, conseguiu incluir na nova Constituição Federal um artigo determinando que o ensino primário deveria ser ministrado em língua portuguesa. "Hoje vejo com satisfação que entre os descendentes de brasileiros, os caboclos e os descendentes de alemães, não existe mais discriminação, pois à época havia muita rivalidade", afirma Carlos Gomes. Próximo do poder, o joinvilense assume pela segunda vez, em janeiro de 1935, seu segundo mandato na Câmara Federal. O fato acabou estreitando os laços de amizade de Carlos Gomes com grandes personalidades da área jurídica do País e com o então presidente Getúlio Vargas, que comandava o Brasil com mão-de-ferro.
Nova surpresa na trajetória política de Carlos. Getúlio Vargas decreta o fechamento do Congresso em novembro de 1937 e resta a Carlos aceitar convite do governador Nereu Ramos para chefiar o Departamento das Municipalidades, órgão destinado a negociar a implantação de melhorias urbanas, tais como sistemas de água, construção de pontes e estradas. Veio 1938 e a campanha de nacionalização, que proibia o uso da língua alemã. Em carta endereçada ao responsável pelo projeto, general Meira de Vasconcelos, Carlos Gomes destacou a importância da aproximação com os descendentes dos imigrantes germânicos.
"Entendo que devemos encarar com atitude simpática as populações germânicas, na sua massa, procurando integrá-las na vida brasileira mais por processos educativos, pois o seu germanismo não é mais do que uma tendência natural", observava. Em nova correspondência, desta vez a Nereu Ramos, Carlos Gomes citando as perseguições aos descendentes da colônia através da campanha de nacionalizacão. "Precisamos, porém acautelar-nos aos exageros contraproducentes", alertava o político sobre os efeitos provocados pela campanha patrocinada por Getúlio.
DESCANSO NO LITORAL
Depois de dirigir o Instituto Nacional do Mate, a convite de Getúlio Vargas, e ser secretário estadual de Interior, Justiça e Educação, Carlos Gomes lançou-se a uma empreitada mais ousada a partir de 1950: candidatou-se ao governo do Estado pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), fundado por Getúlio. Carlos Gomes de Oliveira renunciou, mais tarde, à candidatura e lançou seu nome ao Senado, num acordo entre o PTB e a UDN, de Irineu Bornhausen, eleito mais tarde governador do Estado. Na época, o joinvilense lutou contra Getúlio Vargas, que veio a Florianópolis para apoiar Nereu Ramos ao Senado.
Carlos Gomes fez mais de 400 discursos nos oito anos (1952 a 1960) em que permaneceu no Senado, abordando os mais variados temas nacionais. Seguia uma linha que abordava o ensino, o trabalhismo e as relações entre patrões e empregados. Defensor de escolas agrícolas, o senador, como é carinhosamente chamado, empresta o nome a uma instituição similar localizada no município de Araquari, a 20 quilômetros de Joinville. Ao participar da delegação brasileira que fez parte da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Carlos Gomes ficou impressionado com o surgimento das primeiras transmissões em cores, nas redes de tevê, e com o lançamento do primeiro satélite artificial russo, o Sputnik.
Em 1960, fez dobradinha com a UDN de Irineu, enquanto outra corrente de petebistas apoiava a candidatura de Celso Ramos. Foi a última vez que Carlos Gomes subiu em palanques para disputar eleições. "Comecei a ficar cansado da política (já estava com 66 anos). Isto é, não exatamente da política, que é algo inerente a todos nós, mas da prática política. Acabei então vindo embora para Joinville e Barra Velha e gozar da minha modesta aposentadoria". Carlos Gomes se aposentou como consultor-geral do Estado.
Dimitri do Valle. Repórter de Política in
Jornal A Notícia de Joinville. Especial. 1997. Aniversário de Joinville.
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Muitos cronistas do século XIX e início do XX (caldo de cultura do nazismo) afirmavam que a imigração estrangeira, entendida como a não-lusitana - principalmente a germânica, seria prejudicial e acabaria dominando os brasileiros nas regiões em que estes fossem a minoria. Houve integração e mistura étnica para bem do Brasil. A resposta brasileira para termos exóticos como deutschum, lebensraum e herrenvolk :
Texto traduzido da língua alemã, Jornal Kolonie-Zeitung, nº 86, 3/11/1896.
Família Oliveira
Um Cerco Familiar ?
No número anterior, comentamos que os senhores Olympio de Oliveira em Campo Alegre e Manoel Tavares em São Bento do Sul, serão candidatos ao cargo de Superintendente pelo Partido Federalista.
Também será lançada a candidatura do Sr. José Antonio de Oliveira.
A oposição tem todo o direito de participar das eleições, já que a grande maioria do eleitorado não poderá formar nenhuma opinião a respeito dos nomes citados, uma vez que lhes são desconhecidos. Não lhes interessa quem será o Superintendente em Campo Alegre, São Bento, São Francisco. Mesmo assim, não podemos ficar indiferentes a isso, principalmente agora; a menos que nos seja indiferente que todo o norte do Estado fique entregue a uma única família nos próximos quatro anos. O Sr. Dr. Abdon [Prefeito de Joinville na época], é como todos sabem, genro do Sr. José Antonio de Oliveira de São Francisco, o Sr. Olympio de Oliveira, de Campo Alegre, filho deste (portanto cunhado do Dr. Abdon), e o Sr. Manoel Tavares, de São Bento, um primo do mesmo. Como uma grande aranha, a família de Oliveira procura tecer a sua teia sobre o norte do Estado, e assim formar um cerco familiar nos quatro municípios : Joinville, São Bento, São Francisco e Campo Alegre. E para esta teia, que querem lançar sobre as suas cabeças, voces eleitores, forneceis o fio.
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Nós é que acabamos os dominando (os estrangeiros) politicamente. E acabamos todos integrados e se casando entre si ! Falando a nossa língua portuguesa.
Melhores Cumprimentos
Ricardo Costa de Oliveira
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Quem Sou e Quem Somos. Ricardo Costa de Oliveira
1Professor Ricardo Costa de Oliveira
2 Coronel Aviador João Vitor Gugisch de Oliveira, natural de Lages/SC 1936
3 Engenheiro José Gomes de Oliveira, natural de Joinville/SC 1896- falecido em Curitiba 1937
4 Capitão João Gomes de Oliveira, natural de Araquari/SC 1865 – falecido em Joinville 1935
5 Alferes João Gomes de Oliveira, natural de São Francisco do Sul/SC 1824 – falecido em Joinville em 1892
6 Capitão Salvador Gomes de Oliveira, natural de SFS/SC c. de 1775 – falecido em SFS/SC c. de 1850
7 Alferes José Gomes de Oliveira, natural de SFS/SC c. de 1743 – falecido em SFS/SC c. de 1810
8 Capitão Manoel Gomes Galhardo, natural de SFS/SC c. de 1718 – falecido depois de 1789. Primeiro brasileiro da linhagem em varonia.
9 Capitão Manoel Gomes Galhardo – natural de ????????? – falecido em SFS/SC. Depois de 1737 ?
Oliveira, família em São Francisco do Sul, Brasil Meridional desde o final do século XVII.
Será a família Gomes de Oliveira a mais antiga varonia brasileira de políticos locais no Brasil Meridional (Santa Catarina + Paraná + Rio Grande do Sul) ?
A passagem do Kolonie-Zeitung e muitas referências sobre a família Oliveira podem ser encontradas no livro de Raquel S. Thiago “Coronelismo Urbano em Joinville. O Caso de Abdon Batista”. Projeto Memória Pública de Santa Catarina.Publicação Número 1. Originalmente tese acadêmica na UFSC.
Como bem escreveu o meu tio, Senador e Presidente do Senado Federal, Carlos Gomes de Oliveira, homem que empossou um Presidente da República (JK) :
“Não pudemos fazer-nos ricos, mas nos sentimos fortes para vencer a idade como as árvores de cerne que o tempo não abate.
Porque, sem dúvida, somos o cerne da nacionalidade , e continuaremos existindo para Santa Catarina e para o Brasil “ (Discurso em 1948 in Integração, livro do mesmo Senador).
Câmara Municipal de Curitiba
Nº Proposição 06.00004.2003
Iniciativa : Vereador Jônatas Pirkiel. Aprovada por unanimidade da Câmara Municipal de Curitiba
Datas: Envio ao Protocolo 02/04/2003 16:46 Inicio de Tramitação 02/04/2003 17:03Valdirene Gabriel de Graçia
Texto - O Vereador, Jônatas Pirkiel, infra-assinado(a)(s), no uso de suas atribuições legais; de conformidade com os artigos 110 e seguintes do Regimento Interno, submete à apreciação da Câmara Municipal de Curitiba a seguinte proposição:Projeto de Lei Ordinária: Cidadão Honorário de Curitiba
SÚMULA:
"Concede o Título de Cidadão Honorário de Curitiba ao Professor Ricardo Costa de Oliveira."
Art. 1º - É concedido o Título de Cidadão Honorário de Curitiba ao Professor Ricardo Costa de Oliveira.
Art. 2º - Esta lei entra em vigor na data da publicaçãoJônatas PirkielVereador
Justificativa.
Ao propor o presente projeto de Lei, o que objetiva conceder a Cidadania Honorária de Curitiba ao Professor Ricardo Costa de Oliveira, prendo-me não só a função institucional mas principalmente aos feitos de quem não tendo tido como solo natal a cidade de Curitiba, amealhou méritos, pelos seus feitos, que autorizam e respaldam a iniciativa.
Formação Escolar - Nascido em 21 de agosto de 1964, na cidade do Rio de Janeiro, iniciou sua formação escolar na Escola Elza Campos, de 1970 a 1972; quando por contingência da carreira militar de seu pai, chegou a Curitiba e deu continuidade aos seus estudos no Colégio Militar de Curitiba, de 1974 a 1976. No ano de 1977, retornou ao Rio de Janeiro, freqüentando o Colégio Militar. Não mais que um ano, passa a morar na cidade de Brasília, onde permaneceu de 1978 a 1980, estudando respectivamente na Escola Marista e Colégio Objetivo. Fruto destas circunstâncias da atividade militar de seu pai, Ricardo Costa de Oliveira conclui a sua formação de segundo grau no ano de 1981, no Colégio Impacto, da cidade do Rio de Janeiro.
Vida Familiar - Ricardo Costa de Oliveira é filho de João Victor Gugisch de Oliveira, natural de Lages, Santa Catarina, Coronel Aviador aposentado da reserva da Força Aérea Brasileira e de Maria de Lourdes Costa de Oliveira, natural do Rio de Janeiro. Neto Paterno de José Gomes de Oliveira, engenheiro civil, natural de Joinville e de Mercedes Gugisch, natural de Curitiba. Neto materno de José Carlos Boselli Freire da Costa, advogado, natural de Porto Alegre e de Odaléa Ribeiro Caldas, natural do Rio de Janeiro. É descendente pelos seus dois bisavós paternos do Capitão Povoador Matheus Martins Leme, fundador de Curitiba no final do século XVII.Tem dois irmãos, Mauro Costa de Oliveira que é Engenheiro Naval, trabalhando na Petrobrás, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Fernando Costa de Oliveira, médico oftalmologista, radicado na cidade de Goio-Erê, no Estado do Paraná. Casado com Sirley Aparecida Stavitski, natural de Curitiba, cirurgiã-dentista. É pai de André Stavitski Costa de Oliveira, nascido em vinte e dois de maio de mil novecentos e noventa e três e de Rafael Stavitski Costa de Oliveira, nascido em vinte e um de maio de mil novecentos e noventa e sete, ambos em Curitiba.
Formação Acadêmica/TitulaçãoGraduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro no ano de mil novecentos e oitenta e cinco em Ciências Sociais e com Doutorado na mesma disciplina na Universidade Estadual de Campinas, iniciado em mil novecentos e noventa e quatro defendendo a tese de título: O Silêncio das Genealogias. Classe Dominante e Estado no Paraná, sendo obtido no ano dois mil. O Professor Ricardo Costa de Oliveira possui Mestrado em Urban Development Planning, na University College of London, Development Planning Unit em Londres, na Inglaterra, nos anos de mil novecentos e oitenta e seis e oitenta e sete. Vem pesquisando há anos a sociedade, a política, a economia e a genealogia paranaense. Produção Científica, Tecnológica e Artística/Cultural Trabalhos completos publicados em anais de evento: 01. A Formação do Paraná em 1853 In: I Congresso do Brasil Império, 1995, Vassouras.02. A Transformação Burguesa no Paraná In: XVI Jornadas de História Econômica, 1998, Buenos Aires-Argentina.03. O Tropeirismo no Brasil Meridional In: II Jornadas de História Econômica, 1999, Montevideu-Uruguai.04. A Burguesia Imigrante no Paraná In: III Congresso Brasileiro de História Econômica., 1999, Curitiba-PR.Trabalhos resumidos publicados em anais de evento: 01. Conquista e Colonização do Brasil In: Congresso Internacional América 92. Raízes e Trajetórias, 1992, São Paulo-SP.02. O Conceito de Conciliação na Política Brasileira In: II Seminário Nacional Sobre Comportamento Político, 1995, Florianópolis-SC.03. A Erva-Mate no Paraná In: II Congresso Brasileiro de História Econômica, 1996, Niterói - RJ.Artigos completos publicados em periódicos:01. Conquista e Colonização do Brasil. Revista de Sociologia e Política., v.1, 1993.02. Oliveiras entre Alemães. Estudo de Caso da Classe Dominante Catarinense. Revista de Sociologia e Política., v.4/5, 1995. 03. Notas sobre a Política Paranaense de 1930-1945. Revista de Sociologia e Política., v.9, 1997.04. Jaime Lerner. Um PFL Diferente ?. Boletim de Análise Departamento de Ciência Política Fafich Ufmg., v.5, 1999. Livros Publicados. O Silêncio dos Vencedores Genealogia, Classe Dominante e Estado no Paraná. 1 ed. Curitiba: Moinho do Verbo, 2001, v.1. p.482. Livros Organizados1. OLIVEIRA, R. C., LAIBIDA, L. D. J., MACHADO, V.H., OLIVEIRA, E. D., FERREIRA, C A., ALMEIDA, F. L., JUCKSCH, Y.Análise dos Parlamentares na Entrada do Século XXI. 1 ed. Curitiba: Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná, 2002. v.1. p.353. Organizador do Núcleo de Estudos Paranaenses da Universidade Federal do Paraná (NEP-UFPR) em 1995. Núcleo de estudos destinado à investigação e análise sociológica e política do Paraná, pioneiro nos estudos da ciências políticas no Paraná.
Atividade Política: 1986 - Secretário-Geral da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro2000-2002 - Vice-Presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná· Homenagem e Prêmio concedido pela Câmara Municipal de Curitiba: Voto de Louvor pelos relevantes trabalhos voltados ao desenvolvimento do nosso país. Datado de 9/5/1997. Requerimento do Vereador José Aparecido Alves - Jotapê. Prêmio Cultural e Divulgação de Curitiba. Datado de 29/3/2000. Requerimento do Vereador Jônatas Pirkiel.
Atuação Profissional1. Professor da Universidade Federal do Paraná, ensino de Graduação no Setor de Ciências Humanas Letras a Artes, Departamento de Ciências Sociais desde 1990.2. Período de 1996 /1998, foi Chefe de Departamento do Setor de Ciências Humanas Letras e Artes, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná.3. Período de 1998 / 2000, foi Coordenador do Curso de Ciências Sociais, do Setor de Ciências Humanas Letras e Artes do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná.4. No início do ano de 2003 assumiu o cargo de Direção e Administração da Coordenação de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná.
Como se pode observar concretamente, estamos diante de um dos intelectuais mais proeminentes de nossa geração. Mesmo diante de sua pouca idade, vemos a amplitude de sua formação acadêmica e do trabalho que realiza na formação intelectual de nossa sociedade.Radicado em Curitiba, tendo adotado esta terra como sua; Ricardo Costa de Oliveira constituiu aqui a sua família. E aqui desenvolve um trabalho digno de respeito e cuja autoridade faz dele um dos mais destacados intérpretes dos fatos políticos e sociais de nosso Estado e País.Como pai, não deixa seus compromissos e tarefas se sobreporem aos cuidados dos filhos. Como professor, conta com o respeito e admiração de tantos quantos, a exemplo do autor dessa proposta, tiveram o privilégio de serem influenciados pela sua cultura. Como cidadão, não deixa de se fazer presente nos mais destacados movimentos sociais na busca da construção de uma sociedade mais justa. tendo inclusive agora respondido à convocação do recém eleito Governador Roberto Requião para contribuir com seu saber na área da Ciência e Tecnologia, exercendo relevante função. Não creio que este título chegue mais cedo do que devia para coroar a vida de tão jovem professor. A aprovação da Honraria somente servirá para incentivar, ainda mais, o homenageado na sua devoção ao magistério e a construção de uma Curitiba que há 310 anos é obra das mais diferentes gentes, raças e concepções ideológicas.Sentir-me-ei, com a aprovação deste projeto, gratificado não só pelo dever institucional de dotar tão destacado homem com a cidadania de Curitiba; mas pela contribuição que, de certa forma, dou para enriquecer a gente de nossa cidade com mais um de nossos irmãos, agora oficialmente filho de Curitiba. Não que já não fosse por opção, porém através deste gesto reconhecido como tal, pela representação democrática do povo.Por tudo isso e no mais que o elevado entendimento de vossas excelências possa acrescentar; é que apresento a presente proposição que, certamente, receberá a necessária aprovação.
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Colegas
Aqui vai mais um pedacinho dessa história.
O primeiro Manoel Gomes Galhardo assina como testemunha em um depoimento, São Francisco do Sul, fevereiro de 1726. É o de número 5, da governança da vila e declarou ter mais ou menos 36 anos, o que indica o seu nascimento por volta de 1689/1690, em local desconhecido e ardentemente procurado !
AHU-ACL-N-São Paulo Avulsos
Rio de São Francisco
Documento: 3625
1726, Março, 10
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Também consegui avançar um pouco mais na genealogia dos Cunha de Abreu, sem saber se os Gomes Galhardo acima e debaixo têm parentesco ou não.
A hereditariedade nos cargos da Secretaria do Conselho Ultramarino. A transmissão do cargo de de tesoureiro em várias gerações :
João da Cunha de Abreu, filho de Francisco Preto, casado com Sebastiana de Soveral
1.1 - Ana Josefa da Luz c.c. Pedro Gomes Galhardo, filho de Antonio Gomes Galhardo
1.2 Antonia Maria da Conceição
1.3 – José da Cunha Coutinho c.c. Mariana de Seixas
1.3.1 - (...) c.c. Valentim da Veiga Fonseca
1.3.1.1 – Antonio José da Cunha Coutinho (citaram o nome do trisavô, bisavô, avô e pai dele na documentação abaixo) :
Fontes : Avulsos da Secretaria do Conselho Ultramarino (AHU 1/1 Projeto Resgate).
1690, OUT, 27/ 1694, JUL, 12/ 1696, AGO, 7/ 1698, DEZ, 23/ 1718, DEZ, 22/ ANT 1723/ 1724, NOV, 22/ Ant, 1725/ 1725, JUL, 18
O genealogista unido jamais será vencido !
Abraços
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Encontro no processo de genere de José Dias de Siqueira elementos da família de Manoel Gomes Galhardo (o filho).
Processo de genere de José Dias de Siqueira. Ano de 1786. Caixa 609. Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro.
Vila de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco do Sul.
José Dias de Siqueira, filho legítimo de Salvador Dias de Siqueira e de Maria Francisca da Silva. Neto paterno de Miguel Dias de Siqueira e de Clara de Oliveira, todos do Rio de São Francisco do Sul. Neto materno de João Francisco da Silva e de Ana da Silva, ela na dúvida se de Curitiba ou de São Francisco do Sul.
Testemunhas em 30 de maio de 1787:
Manoel Gomes Galhardo, 69 anos, casado, "parente do 3° para o 4° de consangüinidade, seu avô era legítimo irmão do bisavô do habilitando". Morador no Rio Areias.
Miguel Correa França, 62 anos, natural de Paranaguá.
Gregório Lopes Pereira.
Cristóvão Dias Bello, 68 anos, casado, não é parente.
Francisco Dias Bello, 85 anos, casado, não é parente. Morador na Outra Banda.
Manoel Alves da Cunha, 80 ou 70 anos, o pai dele era primo irmão de Miguel Dias de Siqueira. Morador em Pinheiros.
Domingos Afonso Moreira, 80 anos, viúvo, natural desta vila, alguma consangüinidade. Morador em Parnaguá.
Gregório Cardoso, 90 anos, parente por afinidade em 3º, Antonio Dias de Siqueira, sogro dele, era primo irmão de Salvador Dias de Siqueira, pai do habilitando. Morador em Paraty.
Francisco de Oliveira Falcão(?), 77 anos, tio do habilitando, natural desta vila (? muito apagado).
Amaro de Oliveira Camacho, 88 anos, Natural de Laguna, nada disse do costume.
Francisco de Oliveira Camacho, Laguna, nada disse do costume.
Os livros antigos se perderam em função da invasão espanhola de 1777. Havia um meio-irmão do habilitando.
Capitão Amaro de Miranda Coutinho, Juiz Ordinário em 1788
Capitão Manoel Gomes Galhardo, Juiz Ordinário em 1789
Por esse processo ficamos sabendo que a esposa do primeiro Manoel Gomes Galhardo era neta de povoadores da vila, muito provavelmente da família Siqueira e que pela cronologia das 3 gerações devem ser fundadores da vila na década de 1650/1660.
Ricardo Costa de Oliveira 29/7/2004
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Quem foi PROCÓPIO GOMES DE OLIVEIRA:
Procópio Gomes de Oliveira nasceu na vila de Bom Jesus do Parati, hoje Araquari, Santa Catarina, em 1859,e faleceu em Joinville em outubro de 1934.
Foram seu pais, João Gomes de Oliveira e Rosa Machado Galo, brasileiros, agricultores, de descendência açoreana.
Logo no início da fundação de Joinville, mudou-se a família Gomes para a nova colônia, indo residir no Cubatão e posteriormente, o quilômetro 18 da Estrada da Serra, onde permanece sólida a residência agrícola.
Proclamada a Abolição, transferiu-se com a família, para a moradia definitiva em Joinville, onde faleceram seus progenitores, deixando numerosa descendência.
As primeiras idades, passou-as Procópio Gomes de Oliveira dentro do labor agrícola dos novos colonizadores, entre os quais, além de outros, se contavam famílias francesas como Duvoisin, Duvivier, Duvetes e Nenevets.
Foi a sua primeira escola a do pároco padre Carlos Boegershausen, então instalada em terreno da atual Prefeitura.
Atingida a adolescência, insistiu para encarreirar-se no comércio do Rio, indo empregar-se em uma casa portuguêsa de armarinhos, na qual deu início como entregador de mercadorias. Falecendo o patrão, empregou-se de caixeiro em uma firma de atacadistas, para depois recolocar-se como caixeiro viajante em Sampaio Avelino & Cia., ainda hoje existente e onde entrou em relações de amizade com o médico da casa, dr. Luiz Delfino, o notável poeta santacatarinense. Com menos de vinte anos, estava então marcado definitivamente o destino daquele rapaz, comunicativo e inteligente, que se aventurara a abandonar criança a casa paterna, para ir abrir caminho em uma cidade aterrorizante pela ameaça da febre amarela.
Já agora muito relacionado nas lides do comércio, abandonou o estágio que era de “cometa”, no Rio, para voltar à sua terra nativa, onde o honrado português, Antonio Augusto Ribeiro, desejoso de retornar à sua pátria, lhe ofereceu lugar em seus negócios de atacadista e ervateiro.
Casou-se então com Maria Balbina de Miranda e Lemos, de Bom Jesus do Parati, filha de Ponciano Antonio de Lemos, agricultor, a qual, com 15 anos, terminava o seu internato no Colégio das Irmãs Drezines.
Ampliando os negócios em que vinha desenvolvendo com êxito, Procópio Gomes de Oliveira fundou a Companhia Industrial, de grande repercussão posteriormente no comércio de importação e exportação do estado, tendo como sócios principais Ernesto Canac, Etiene Douat, Libero Guimarães, Luiz Brockmann e outros, os quais o puseram como Presidente em eleições quase sucessivas. Por fim, em meio de crises sobre crises dos negócios ervateiros que muitas honradas firmas sossobraram, a Companhia Industrial veio também a dissolver-se, sem prejuízo aos seus compromissos e aos seus sócios.
Transferindo-se a Companhia para a firma Procópio Gomes & Cia., tentou este ainda, em vão, prosseguir no mesmo ramo, passando-se então a Jordan, Gerken & Cia., quando logo depois uma crise geral ervateira, também obrigava à liquidação forçada a última firma brasileira importante de Joinville de igual comércio.
Nesse ínterim, funda-se em Joinville, em 1907, a “Empresa Joinvillense de Luz e Força”, de que era concessionário o engenheiro Etiene Douat e iniciador Domingos Rodrigues da Nova Jor., e ela com a participação social de Olímpio de Oliveira e Alexandre Schlemm.
Retirando-se durante a organização Olímpio de Oliveira, aquiriu-lhe a parte Procópio Gomes de Oliveira.
Depois de inúmeras dificuldades impostas pela novidade do empreendimento, ainda raro no país, a nova Empresa logrou prosperar com vigor, até que finda a sua concessão pública na administração municipal de 1929, e, se ve constrangida a transferir a sua existência para a Sociedade Alemã “A .E.G. sob a firma “Empresa Brasileira de Eletricidade”(por meio de uma concorrência ruidosa, mas infrutífera senão decepcionante para os nosso foros nacionais, pois que todo o capital representava esforço e economia) uma vez que saiu esta com ganho de causa.
Tendo resistido essa transferência, quase isoladamente, Procópio Gomes de Oliveira, por último, em ata lavrada expôs o seu protesto e enviou a bandeira, que encimava o mastro do prédio nas festas nacionais, enviando à guarda do 13º B.C. por eleições sucessivas, havia presidido os destinos dessa Empresa, até o momento do desaparecimento dela.
Com todas estas contrariedades, mas que jamais lhe abateram o ânimo de batalhador, já idoso e com sua moléstia agravada, Procópio Gomes de Oliveira recolheu-se a vida privada, residindo desde o ano de 1913 em uma mansão residencial, que mandará construir em Avenida, aberta por ele mesmo em sua administração municipal e que, após a sua morte, recebeu em memória o seu nome.
Contudo, não morria em descanso quem se habituara a ser um lidador. O seu gênio de intensa atividade criadora fez com que continuasse trabalhando no desenvolvimento agro-pecuário de sua fazenda de sua propriedade, pois que além de ponderável cultivador de banana, tipo caturra, que abasteceu o mercado de Buenos-Aires, e dedicar-se à suinocultura, contribui patriorticamente para o desenvolvimento industrial do país com a criação de uma poderosa fecularia auxiliadora de nossa produção têxtil, e nessa direção veio a morte o surpreender, ainda pugnaz e lúcido embora ativo em sua cadeira-de rodas, aos 75 de idade.
Nada obstante estas facetas delineadores de um “business-man”, de homem atreito, sem perda de sua profunda religiosidade, “sem beatice”, “sua afetibilidade familiar e sua atuação social”, conforme lhe delineou a pena de Augusto Sylvio Prodohl, cabe acentuar que a sua popularidade lhe adveio principalmente de seu labor político, se a isso se pode chamar, a sua dedicação à administração ou município, ao qual conferiu mais de quarenta anos de preocupação ou de manifesto interesse por sua prosperidade, animado pela única ambição que o inspirava de amor ao progresso.
Homem de fé e de coragem como era, em breve lhe reconheceu a colônia virtudes raras para a administração pública, jamais admitindo, como mandário do povo alguém lhe cortejasse a vaidade ou a presunção, homem simples e probo que era em sua modéstia, e nisso esteve o segredo do 6exito de sua gerência nos cargos que ocupou. E é bom que se frise que só por insistência de amigos políticos, foi levado pela primeira vez à frente da Prefeitura de 1902 a 1906, em sucessão a Oscar Scheneider, o mesmo ocorrendo no período de 1912 a 1914, quando se verificou a Segunda eleição. Cabendo lembrar que só após comemorativos do I centenário de seu nascimento, foi que, por iniciativa do próprio povo se estabeleceu no Mercado público da cidade de Joinville, uma placa reverenciando o seu nome impoluto e aí mesmo, quando a audácia ou a importuna de um político tentará arvorar o seu nome de evidente: embusteiro.
Cabe aqui registrarmos nesse Curriculum, uma nota interessante que marca expressivamente o prestígio pessoal desse genuíno brasileiro em um meio colonial e onde já afloraram assomos de indesejosos.
Era seu competidor à eleição uma figura de alto gabarito político e jornalístico, também nascido em Joinville. E bem em vésperas do pleito, tudo pronto para a eleição, a mais movimentada de todas, apelava o seu adversário para o sentimento adverso à sua nacionalidade a que voltassem em seu nome. Com a apuração de votos, entretanto, saiu vitorioso Procópio Gomes de Oliveira por maioria de votos, justamente graças ao eleitorado colonial agrícola. Era, evidentemente, dos homens da terra ou das labutas rurais, onde o candidato também se criara, que lhe adviera o grande apoio de que o adversário citadinho, embora em todos o seu prestígio pessoal e político, jamais pudera prever em seus cálculos.
Mas que se vingue melhor os traços vivenciais de uma personalidade, diremos que o que o distinguia às vistas do público, em meio à amizade e ao respeito que o cercavam, era o aspecto de sua dedicação às questões vitais do município, não só dispondo, ordenando, conciliando, como fiscalizando ele próprio o andamento de todas as obras municipais, às vezes menores, mas de grande significação para o erário municipal de pouco de uma centena de contos de réis. De seu escrúpulo na aplicação dos dinheiros públicos, cita-se um fato significativo. Tratava a Prefeitura de receber uma ponte de três contos de réis, dada por concluída pelo empreiteiro.
Tendo lá chegado, Procópio Gomes de Oliveira, que sofria de um reumatismo crônico e que lhe dificultava o andar, interessou-se por ver os alicerces de alvenaria de pedra da ponte a receber. O empreiteiro, nada dispôs ao barranco, que dificulta a descida para a inspeção, e Procópio, sorrindo, aguardou os necessários preparativos, em seguida com esforço ao leito do rio, verificou a irregularidade da obra e subiu, para dizer ao construtor que não a receberia sem a execução integral do contrato, o que foi posteriormente cumprido. E mais, disse o jornalista e historiador Augusto Sylvio Proohl, em pagina evocativa: - Está o nome de Procópio Gomes de Oliveira indissoluvelmente vinculado não só às páginas mais vibrantes do Município de Joinville (então semi-industrial), mas também, perpetuado na história de Jaraguá do Sul. A contribuição pública, como Superintendente de Joinville, de Procópio Gomes de Oliveira, está consubstanciada nestas duas profícuas gestões, de 1902 a 1906 e de 1911 a 1914, quando por duas vezes chamado a frente por várias vezes do atual desmembrado Município de Joinville, constituído então por todo aquele vasto território de Araquari, Pedreira, Bananal, Hansa-Humboldt e Jaraguá (onde o seu nome consta entre os colonizadores da margem do Itapocu, isto é, na região compreendida pelo loteamento da colônia Jaraguá, relacionado no ano de 1896, constando a idade de 37 anos, casado, etc. Nota incluída no seu curriculum pelo pesquisador E. da Silva).
Ainda Hoje, encontramos, dentre os cidadãos da velha geração, os que retêm como que daguerreotipada na retina, a figura austera, sem rispidez, mas acolhedora do “Coronel Procópio” de seus passeios diários, matutinos e vespertinos, de suas periódicas visitas de inspeção aos distritos e hoje florescentes Municípios circunvizinhos, viajando em seu popular “landeau”, bengala entre os joelhos, mãos sobre o castão da bengala, barba à “la Washington Luís”, o cocheiro xenfatiotado repotreado à boléa”.
E termina o conhecido e culto intelectual, também ele apreciado ficcionista que é Augusto Sylvio:
As justas homenagens que os numerosos descendentes irão prestar a esse tronco varonil.
Jaraguá do Sul não pode esquivar-se a essas homenagens dando a uma de suas principais ruas centrais, o nome do impoluto Cel. Procópio Gomes de Oliveira!
...De autoria de Moacir G. de Oliveira
Joinville S.C.
Jaraguá do Sul. Um Capítulo na Povoação do Vale do Itapocu. Jaraguá do Sul. 1975. Emílio da Silva.
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Um olhar em alguns óbitos da família e dos escravos de João Gomes de Oliveira nas décadas de 1860/1870. Havia a velha propriedade em Araquari, Paranaguá-Mirim (herança da sesmaria do Porto da Caçada) e a nova área se consolidando na Estrada da Serra, entorno do Cubatão, que iria ganhando importância e provocou a mudança completa da família e dos escravos ao longo dessa década.
A 1/5/1871, José, faleceu de pneumonia, 7 anos e 3 meses, filho de João Gomes de Oliveira, morador da freguesia de Parati, sepultado no Cemitério dos Católicos de Joinville.
A 14/3/1872, Rita, faleceu de convulsão, 2 anos e seis meses, filha legítima de João Gomes de Oliveira, sepultada no Cemitério dos Católicos deste município de Joinville
Vicente, faleceu aos 4 de junho de 1875 nesta freguesia de São Francisco Xavier de Joinville, morreu de febre intermitente, de idade de 85 anos, Vicente, negro, africano, escravo do Senhor João Gomes d'Oliveira, morador da Estrada da Serra, cujo corpo no dia seis do corrente mês foi sepultado no cemitério desta paróquia, do que para constar fiz este assento. O Vigário Padre Carlos Boegershausen.
No batismo de Sérgio, ainda no Bom Jesus do Parati (fl. 31B), em 8/6/1868, consta como padrinho o Capitão João Gomes de Oliveira e Rosa Leocádia Machado, assento do Padre Manoel Júlio de Carvalho Bueno. Trata-se de raro documento com a citação de Capitão.
Batismos no Bom Jesus do Paraty.
Em 30/5/1867, batismo de Lourenço, pardo, filho de Benta, escrava de João Gomes de Oliveira.
Em 8/6/1868, batismo de Custódio, filho de Teodora, escrava de João Gomes de Oliveira.
Os filhos naquela época também eram batizados no Bom Jesus, santuário mais tradicional do que a nova paróquia de São Francisco Xavier de Joinville
A família Gomes de Oliveira possuía escravos africanos em Joinville e reproduzia a escravidão de maneira própria nas décadas de 1860-1870.
Abraços
Ricardo Costa de Oliveira
Enviada em 9/10/2004 para a SC-gen
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Salvador Gomes de Oliveira
Foi defendida no final de 2004 a Dissertação de Mestrado em História na Universidade Federal do Paraná - "Plantadores de Raiz : Escravidão e compadrio nas freguesias de Nossa Senhora da Graça de São Francisco do Sul e de São Francisco Xavier de Joinville - 1845-1888, da autoria de Denize Aparecida da Silva.
A pesquisadora encontrou o inventário de meu 4° avô Salvador Gomes de Oliveira, cujo resumo nos foi gentilmente enviado :
Processo de Inventário do Capitão Salvador Gomes de Oliveira
Data: 09/10/1850.
Inventariante: D. Rita Clara de Miranda - a viúva.
Herdeiros:
1 – D. Maria já falecida foi casada com Miguel Miranda Coutinho por ela seus filhos Maria casada com Manoel Pereira Lima e Roza casada com Francisco José de Oliveira.
2 – D. Anna casada com o co-herdeiro João Jacinto da Silva Pereira.
3 – D. Ritta casada com o co-herdeiro José Fernandes de Oliveira.
4 – O Alferes José Gomes de Oliveira de idade de 40 anos.
5 – D. Antonia casada com o co-herdeiro José Joaquim de Souza.
6 – Manoel José Gomes de Oliveira casado.
7 – O Capitão Crispim Gomes de Oliveira casado.
8 – D. Bárbara casada com o co-herdeiro Joaquim José Tavares.
9 – João Gomes de Oliveira solteiro de idade de 26 anos.
Lista dos escravos:
Nº Nome Sexo Procedencia Idade Preço
1 tomaz m Nação 450.000
2 gonçalo m Crioulo 500.000
3 vicente m nação 350.000
4 antonio m nação 400.000
5 joaquim m nação 400.000
6 luiz m nação 500.000
7 pedro m Crioulo 18 450.000
8 andré m Crioulo 400.000
9 miguel m Crioulo 11 350.000
10 gregorio m Crioulo 8 260.000
11 ana f nação 150.000
12 maria f nação 250.000
13 agostinha f nação 350.000
14 rita f Crioulo 35 400.000
15 henriqueta f nação 350.000
16 sebastião m Crioulo 4 m 40.000
17 tereza f Crioulo 20 450.000
18 hengracia f Crioulo 11 300.000
19 teodora f Crioulo 10 280.000
20 custodia f Crioulo 8 220.000
21 benta f Crioulo 2 120.000
22 veronica f Crioulo 2 120.000
23 clara f Crioulo 6 m 40.000
Monte Mor: 18:180$640 Monte Liq: 10:025$150.
Obs: Ainda sobre a lista dos bens um outro dado chamou a atenção, “uma Sesmaria de terras na paragem Paranaguamirim que diz ter novecentos e vinte e cinco braças de fundo e de frente hum mil e trezentas braças... importa na quantia de 925$000.” Constava também casa na cidade, roças, muitas canoas e um engenho de farinha de mandioca.
Fiz cópia da partilha dos escravos e anotei que os escravos crioulos André e Theodora ficaram para João Gomes de Oliveira.
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Agradecimentos pela transcrição de Denize Aparecida da Silva
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Siqueira no Sul do Brasil, Paraná e Santa Catarina
Mensagem enviada na SC-Gen em 22/12/2004
A ciência tem a pretensão de encontrar a "grande teoria unificadora". A física há anos tem procurado a teoria unificadora. A genealogia segue o mesmo paradigma, o título genealógico que mais famílias conseguisse abarcar. Durante algum tempo pensei que a família Alves Marinho tivesse esta perspectiva. Agora penso que a família Siqueira teria melhores condições. Ainda mais que a mulher de Sebastião Alves Marinho, Isabel da Cunha, muito provavelmente deve ser Siqueira, em função da transmissão do nome para as gerações posteriores. Se a hipótese conseguir ser provada um dia, hipóteses são hipóteses, documentos são documentos, teríamos o macro-título dos fundadores Siqueira, abrangendo todos os Alves Marinho, Tavares de Miranda, Gomes Galhardo e antepassados de boa parte (ou quase toda) da Genealogia Francisquense.
Francisco Negrão na Genealogia Paranaense se refere à família Góes de Siqueira como uma das primeiras pioneiras. E escreve : "pois que vários de seus membros foram companheiros do Capitão Povoador Gabriel de Lara, na sua grandiosa jornada de 1640, vindo povoar e guarnecer Paranaguá , com a força militar de seu comando. Os nomes dos membros dessa família afloravam em todos os atos oficiais, na organização militar, social e política das novas povoações fundadas por Gabriel de Lara. No serviço das minas, em busca do ouro e prata, lá estavam eles entre os primeiros". A família Siqueira está visivelmente espalhada entre o triângulo histórico de Paranaguá- São Francisco do Sul-Curitiba.
Miguel Fernandes de Siqueira (natural de SFS)c.c. Maria Luiz Tigre (natural de CTBA) GPr - V,230
Antonio Fernandes de Siqueira (CTBA)c.c. Catarina de Siqueira Cortes (casados antes de 1714, ela falecida em 1792 com mais de 100 anos)
Frutuoso de Leão c.c. Antonia de Siqueira V,234
Domingos Cardoso de Leão
Luiz de Siqueira c.c. Ana Fernandes de Siqueira V,237
Isabel Leme da Silva c.c. Miguel de Góes de Siqueira
Joana de Góes, nascida em 1705
Felipe de Santiago c.c. Maria Luiz de Siqueira I,598
Francisco Luiz de Oliveira c.c.(Curitiba, 1750) Tereza Dias Palhano
Francisco Tavares de Miranda c.c. Antonia Alves de Siqueira, filha de Sebastião Alves Marinho e de Isabel da Cunha, esta última deve ser Siqueira em função da preservação do nome nas gerações posteriores.
Manoel Gomes Galhardo, o filho, declarou ser parente do Padre José Dias de Siqueira, "parente do 3° para o 4° de consangüinidade, seu avô era legítimo irmão do bisavô do habilitando". A mãe dele, ainda desconhecida, pode ser Siqueira, uma vez que o primeiro Manoel Gomes Galhardo muito provavelmente veio de fora da região.
Isto tudo explicaria a imensa rede de parentesco no Rol dos Homens Bons de São Francisco do Sul de 1780/1781.
Em 7 de junho de 1683 casou em Curitiba Salvador Martins Leme, filho do Capitão Povoador Mateus Martins Leme e de Antonia de Góes, com Izabel Fernandes de Siqueira, filha de Luiz Fernandes de Siqueira e de Suzana de Siqueira GPr V, 229
Ermelino Agostinho de Leão coloca no seu Dicionário do Paraná a Miguel Fernandes de Sequeira, filho de Luiz Fernandes e de Suzana de Siqueira, como um dos mais antigos povoadores de Guarapirocaba (Antonina, nos fundos da baía de Paranaguá), tendo se transferido para Curitiba, onde se casou em 1687 com Maria Luiz, filha de João Luiz e de Mariana Pires. Foi Tabelião em 1707 e 1723, tendo falecido em 1751 com 90 anos. Teria tido os seguintes filhos, de acordo com Leão (1303) :
Antonio Fernandes de Siqueira, n. 1690
Catarina, n. 1693
Ana, n. 1705
Luiz, n. 1708
João e Agostinho (gêmeos), n.1710
Miguel
Um último apontamento é o registro do que seria a primeira sesmaria francisquense anotada na literatura. A primeira sesmaria registrada na região de São Francisco do Sul foi a de Antonio Fernandes, datada de 29/11/1642. Livro 10 de Sesmarias de São Paulo (Costa Pereira : 1984, 47). Seria relacionado com o Fernandes de Siqueira ?
Fica anotado para a reflexão.
Continuo no final da semana porque estou viajando para Brasília amanhã.
Abraços e Boas Festas
Ricardo Costa de Oliveira
20/12/2004
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Caros Colegas
Consegui uma importante pista para esta minha pesquisa com o apoio do Amigo António Forjó, que localizou a pedidos o seguinte sumário matrimonial :
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Caro Ricardo
As notícias que lhe trago são boas.
Localizei finalmente o Sumário Matrimonial de Pedro Gomes Galhardo no ano de 1709.
Diz Pedro Gomes Galhardo natural da freguesia de S. Romão de Milhazes Termo de Barcelos filho de António Gomes Galhardo e de Maria Francisca já defuntos que ele está contratado para casar com Ana Josefa de Soveral filha legítima de João da Cunha de Abreu já defunto e de Sebastiana de Soveral da Fonseca morador na freguesia de Nª Senhora da Encarnação do Alecrim(?), que ele quer justificar em como veio para esta cidade de menor idade de doze anos e junta m........ em como fez viagem ao Rio de Janeiro e não ficou lá com impedimento algum.
O processo é pequeno, três páginas escritas, e dos testemunhos retira-se somente:
Que tem 25 anos pouco mais ou menos
Que voltou do Brasil há dois anos (1707)
(Torre do Tombo. Sumários Matrimoniais, Mº776, Pº192)
A freguesia de Milhazes pertence actualmente ao concelho de Barcelos, distrito de Braga e espero que esta pista lhe permita encontrar o seu antepassado Manuel Gomes Galhardo.
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Como eu levantei uma informação (acima citada) de que o Manoel Gomes Galhardo desejado assinou um depoimento em São Francisco do Sul, em fevereiro de 1726, declarando ter mais ou menos 36 anos - o nascimento dele deve ser situado por volta de 1689/1690, o que poderia subsidiar uma possível confirmação da mesma pessoa em Milhazes.
Vou pedir os microfilmes e ver o que encontro. Como este tópico está bastante grande e poucos devem ler, abrirei um outro tópico sobre Milhazes.
Abraços aos Amigos
Ricardo Costa de Oliveira
23:56
22/9/2005
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Eu sempre tive interesse em saber quais seriam as prováveis origens européias da minha família. O que para os imigrantes é coisa banal, para nós, brasileiros antigos, é tarefa complicadíssima. Como eu sou de uma família muito antiga do litoral do Brasil Meridional, uma das mais antigas no Sul do Brasil, isto sempre foi tarefa muito difícil. Somos brasileiros há tanto tempo que nos esquecemos por completo que o nosso primeiro patriarca veio de outro lugar. Eu tenho atrás de mim sete homens nascidos no que passou a ser Santa Catarina, uma vez que a minha família é mais antiga do que a criação da Capitania de Santa Catarina, em 1738 !
Quando os primeiros registros paroquiais se interrompem, em função da destruição ou extravio dos livros e assentos mais antigos (o que é comum no Brasil), é preciso aprofundar os estudos sobre a história local na recolha de mais dados. O nosso primo Antonio Roberto Nascimento, no seu esforço da "Genealogia Francisquense", extraiu o possível da Igreja de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco do Sul. É necessário ir adiante. Informações sobre uma comunidade e documentos administrativos e judiciais representam a alternativa remanescente. Encontrar uma pessoa procurada em documentos coletivos, assinando como testemunha ou em petições, é um passo importante porque pode revelar a idade aproximada dos depoentes e subsidiar possíveis identificações em hipóteses onomásticas, com pelo menos um critério metodológico mais substantivo do que a simples homonímia (a genealogia onomástica é a principal ameaça à genealogia empírico-documental. O principal problema da genealogia homonimesca é que ela desconsidera as mudanças de nome e de condição social, apagando e ocultando com isto as mudanças sociais e geográficas dos deslocamentos sócio-genealógicos.
Pela análise paroquial em São Francisco do Sul, atual Norte de Santa Satarina, vila bandeirante-vicentista, constatamos que o genearca da extensa e antiga família Gomes de Oliveira foi o Capitão Manoel Gomes Galhardo. Coincidentemente na mesma época, havia um Amador Gomes de Oliveira na diminuta vila, natural de Lisboa. Sem os registros paroquiais, uma genealogia homonimesca apontaria este indivíduo como o genearca da família Gomes de Oliveira e encaminharia a pequisa para o caminho completamente errado, apenas pelo fato de se supor que o mesmo nome é condição para filiação.
Pela análise documental realizada em documentos no Arquivo Público do Paraná (DEAP) constatei que eram dois indivíduos com o nome de Manoel Gomes Galhardo e retirei as datas declaradas por eles na condição de depoentes em processos administrativos, judiciais e de genere. Um nasceu por volta de 1718 e o outro nasceu por volta de 1689.
Consultando o índice da Chancelaria na Torre do Tombo apareceu apenas uma referência a uma família Gomes Galhardo (nome incomum), coincidentemente na mesma conjuntura daqueles encontrados em São Francisco do Sul, no início do século XVIII. Outra coincidência é que era um registro de cargos ligados ao Brasil, especificamente ao Rio de Janeiro, "Sul" do Brasil. Depois de alguns anos, novamente solicitei a um amigo pesquisador que nos ajuda desde o início, António Forjó, para mais um lance arriscado, tentar localizar o processo matrimonial deste Pedro Gomes Galhardo em Lisboa, citado na documentação da Torre do Tombo, sem nenhuma indicação de sua origem por lá. Por sorte os sumários matrimoniais de Lisboa são "organizados" e depois de algum tempo o nosso grande colega repassa a informação de que Pedro Gomes Galhardo casou em 1709 em Lisboa, com 25 anos, tendo viajado para o Brasil algum tempo antes e que a sua família era natural de São Romão de Milhazes, Termo de Barcelos, Braga, Minho, Portugal. Agora eu tenho o nome de Antonio Gomes Galhardo e de sua esposa Maria Francisca, pais de Pedro Gomes Galhardo.
O próximo passo é tentar localizar em Milhazes um Manoel, dos Gomes Galhardo, batizado por volta de 1689/1690, para ver se consigo um indicador empírico para subsidiar a confirmação de que o Manoel Gomes Galhardo em São Francisco do Sul poderia, eventualmente, ter parentesco em Milhazes com o Pedro Gomes Galhardo e com o Antonio Gomes Galhardo.
Curiosamente a família estabelecida por Manoel Gomes Galhardo, em São Francisco do Sul, era de lavradores (no Brasil passaram à condição do senhoriato escravista, até o fim em 1888), com uma cultura mais ligada ao meio rural e à agricultura, o que poderia corresponder exatamente à cultura agrária dominante do Minho, um apego à velhas raízes agrárias e que hipoteticamente poderiam ter se transferido do Minho para o interior da Baía da Babitonga, na nova e grande sesmaria das Areias Grandes, por si só maior do que toda a pequena freguesia de Milhazes. O Minho, bem como o Norte de Portugal, era o formigueiro humano que garantia a demografia do Império de Portugal, exportando gentes ao longo de séculos, exportando tradições e cultura para novas terras a serem conquistadas e colonizadas.
Ainda estamos no campo das hipóteses, mas este poderia ter sido um deslocamento rural-rural, do Minho para o Norte de Santa Catarina, do Reino para a Conquista (nome antigo de uma localidade do Rio Areias Grandes). Na verdade era uma passagem de uma parte do país para outra parte, do Minho, Reino de Portugal para o Estado do Brasil. O fato é que tenha sido qual for a origem do Capitão Manoel Gomes Galhardo, a família Gomes de Oliveira teria mais quatro homens naquele fundão da Baía de Babitonga, até que com o estabelecimento da Colônia Dona Francisca e Joinville eles passaram novamente de uma parte da sua região (do Rio Paranaguá-Mirim) para outra ponta (Rio Cubatão) das mesmas terras, que eram muito conhecidas e familiares há várias gerações. Eram gestores políticos em São Francisco do sul e continuaram em Joinville. Somente no final do século XIX é que a família se urbanizaria e ganharia novamente o mundo no século XX.
Vamos ver o que Milhazes tem a falar, deixemos os documentos falarem.
Bom Domingo
Ricardo Costa de Oliveira
Curitiba25/9/2005
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A freguesia de São Romão de Milhazes fica ao sudoeste de Barcelos, o concelho português com o maior número de freguesias, 89 no total. Aqui verificamos empiricamente a densidade do Minho, o formigueiro humano do "Portugal Profundo", o reservatório de gentes que formou a base de recursos humanos na construção de Portugal, desde a resistência contra o islã, em uma região que foi das primeiras bases de apoio liberadas na "reconquista" e fortaleza das incessantes lutas desesperadas lançadas na defesa das ondas africanas e mouras, tais como as vanguardas almorávidas e muitas outras ao longo dos séculos. O Minho também foi a base diferencial para a separação política e cultural dos vizinhos cristãos ao norte, os galegos, e os castelhanos ao oeste, primos da monarquia asturiano-leonesa. Das gentes do Minho se formaria a base primordial de guerreiros e povoadores para a reconquista e formação de Portugal até o Al-Garb. O Minho também teria outro destino fundamental para a cultura portuguesa, a formação de uma classe de lavradores, com sentimento de enraizamento familiar, agrário e que consolidaria o povoamento do Brasil.
Analisar os assentos paroquiais é uma visita a uma estrutura social. Os assentos revelam boa parte do jogo social e das hierarquias de uma comunidade do passado. Analisando a estrutura demográfica da pequena freguesia de Milhazes, reparei que praticamente não havia muitas diferenças sociais na população. No século XVII não encontrei muitos domínios e nem muitas distinções privilegiadas na freguesia. O número de pobres, perceptível em uma leitura dos assentos de óbitos, também era reduzido, muito menor do que o encontrado em várias outras freguesias ao Sul, nos séculos XVIII e XIX, em locais e conjunturas nos quais a pobreza rural em Portugal foi muito mais intensa. Algumas das freguesias do Minho podem lembrar algumas estruturas sociais da Europa do Norte com laços de servidão e de feudalismo menores e mais brandos. Isto possibilitou uma ordem maior de homens livres e a existência de pequenas comunidades agrárias de pequenos proprietários, sem vassalagem e autônomos nos seus próprios destinos. A influência da "shire" anglo-saxônica é um dos melhores exemplos dessas comunidades de homens livres e que formariam estados e ordens políticas com identidades nacionais próprias e com maior sentimento de liberdade e consciência dos seus direitos. Talvez esta tradição nórdica tenha também origem em alguns nomes como o de Gilmonde, escrito no XVII como "germonde", freguesia vizinha a Milhazes, por exemplo.
Analisando genealogias brasileiras e a formação da demografia colonial do Brasil, cheguei a conclusão de que o Brasil, com sua grandeza e imensidão, só permaneceu terra de língua portuguesa em função de duas massas demográficas de colonos : Os do Norte de Portugal e os Ilhéus - os minhotos e os açorianos.
Na pequena freguesia de Milhazes encontramos um lugar, uma pequena aldeia com o nome de Guilhado. Em assentos em Lisboa e nas chancelarias reais aparecem pessoas de lá, de Milhazes, com o nome de Galhardo, utilizado como locativo derivado de Guilhado. Desde a Idade Média que pessoas da região poderiam ser identificadas com o léxico de Guilhade, como o trovador João Garcia de Guilhade.
Milhazes era na virada do XVII para o XVIII freguesia com bastante gente no Brasil, como observamos em vários assentos.
No dia 22 de dezembro de 1686, véspera do Natal, foi batizado Manoel, filho de Domingos Gomes e de Maria (? ou seria um C de Catarina ou M mesmo de Maria ?) Gomes do Guilhado. Padrinho Manoel Gomes de Guilhado e Gracia, filha de João Alz de São Paio do Carvalhal. Em 15/11/1690 foi batizado Paulo, filho de Domingos Gomes e de Maria Gomes, do Guilhado. A família Gomes do Guilhado era bastante extensa. Em 26/10/1666 foi batizado Francisco, filho de Antonio Gomes de Guilhado e de Maria Francisca. Podemos ver que era família extensa e antiga na região porque temos o casamento em 29/8/1718 de Pedro Gomes, filho de Domingos Gomes e de Maria Gomes da aldeia do Guilhado, com Domingas Gomes, filha de Domingos Gomes e de Gracia Gomes, da aldeia do Casal, casamento este com dispensa de consanguinidade de 3º para 4º. Esta dispensa mostra que os Gomes Guilhado estavam na região há mais de quatro gerações, há mais de 120 anos e deviam estar na região há bastante tempo. Se encontro pessoas de Milhazes com o nome de Gomes Galhardo em Lisboa, posso estabelecer uma grande probabilidade de que o meu antepassado Manoel Gomes Galhardo, que declarou como testemunha em um processo em São Francisco do Sul, em 1726, ter mais ou menos 36 anos de idade - possa ser o Manoel acima batizado nas vésperas do Natal de 1687 em Milhazes. Ele poderia ter trazido para o Brasil Meridional a sua forte cultura agrária e o forte sentimento de família e de trabalho que caracterizariam boa parte dos descendentes dele em quase trezentos anos no que se tornaria o Norte de Santa Catarina. A cultura minhota de Guilhardo espelharia a sesmaria de Areias Grandes e a conquista da nova terra ? O fato é que Maria Gomes, mulher de Domingos Gomes de Guilhado, provável mãe de Manoel Gomes Galhardo, quando faleceu em 25 de julho de 1728, foi sepultada no "carneiro do meio da Igreja, na segunda campa entrando a porta principal, não fez testamento por ter dotado sua fazenda a seu filho Francisco Gomes". Haveria aí dinheiro do Brasil para "garantir" sepultamento de destaque na Igreja de São Romão de Milhazes ?
O mito era esclarecimento no primórdio. A ciência é esclarecimento. O esclarecimento retorna ao mito no seu final ?
É preciso investigar mais e mais.
Ricardo Costa de Oliveira
22/10/2005
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Alguns batismos em São Romão de Milhazes, Barcelos, na segunda metade do século XVII. Algumas folhas do livro de batismos estão fora do lugar e muito apagadas. Podemos analisar também os batismos de crianças do Guilhado.
12/9/1657 - Manoel, filho de Antonio Gomes e de Maria Fernandes, do lugar Guilhado
20/2/1659 - Maria, filha de Pedro Gomes e de Isabel Gomes. Padrinhos Antonio Gomes e Marta Gomes, desta freguesia.
5/3/1662 - Manoel, filho de Pedro Gomes e de Isabel Gomes, do lugar dos Casais.
30/7/1666 - Antonio, filho de Manoel Gomes e de Barbara Fernandes
26/10/1666 - Francisco, filho de Antonio Gomes de Guilhado e de Maria Fernandes
18/11/1667 - Paulo, filho de Paulo Gomes e de Isabel Gomes, do Casal. Padrinhos Domingos Gomes, solteiro, irmão do batizando e Antonia, solteira.
4/11/1668 - Manoel, filho de Antonio Gomes e de Maria Gomes. Padrinhos Domingos Gomes, filho de Francisco Gomes e Isabel, filha de Antonio Gomes.
26/7/1672 - João, filho de Antonio Gomes de Guilhado e de Maria Francisca. Padrinho Pedro Gomes.
28/8/1672 - (nome apagado), filho de Manoel Gomes e de Barbara Machada. Padrinhos Domingos, solteiro, filho de Antonio Gomes de Guilhado e Maria, solteira, dos Casais, filha de Francisco Gomes, já defunto.
3/3/1678 - Matias, filho de Manoel Gomes de Guilhado e de Domingas Gomes.
27/4/1681 - Manoel, filho de Manoel Gomes de Guilhado e de Domingas Gomes. Padrinhos Maria, filha de Antonio Gomes de Guilhado.
?/?/1684 - João, filho de Antonio Gomes e de Isabel Gomes. Padrinhos Domingos Gomes, filho de Antonio Gomes de Guilhado e Maria Gomes, filha que ficou de Manoel Francisco.
22/12/1686 - Manoel, filho de Domingos Gomes e de Maria Gomes, do Guilhado. Padrinhos Manoel Gomes de Guilhado e Gracia, filha de João Alves de São Paio de Carvalhal.
3/6/1688 - Antonio, filho de Domingos Gomes e de Maria Gomes, do Guilhado. Padrinhos Miguel, solteiro, filho de João Alves e de sua mulher Maria Gomes, já defunta, da freguesia de São Paio do Carvalhal e madrinha Isabel, solteira, filha de Domingos Dias e de sua mulher do lugar das Figueiras.
15/11/1690 - Paulo, filho de Domingos Gomes e de Maria Gomes, do Guilhado
24/1/1691 - Antonia, filha de Domingos Gomes de Guilhado e de Maria Gomes de Guilhado. Padrinhos Matias, solteiro, filho de Manoel Gomes de Guilhado e Antonia, filha de Antonio Gomes de Guilhado.
10/5/1698 - Pedro, filho de Domingos Gomes de Guilhado e de Maria Gomes.
21/10/1700 - Francisco, filho de Domingos Gomes de Guilhado e de Maria Gomes. Padrinhos Manoel Gomes e Mariana Gomes, todos de Guilhado.
3/6/1701 - Pedro, filho de Matias Gomes de Guilhado e de Mariana Gomes.
16/2/1703 - Antonia, filha de Domingos Gomes de Guilhado e de Maria Gomes.
Pelas informações remanescentes há a indicação de que apenas a família Gomes residia no Guilhado. Pelo fluxo dos batismos encontramos Domingos Gomes de Guilhado como filho de Antonio Gomes de Guilhado. Aparentemente Domingos Gomes de Guilhado ainda era solteiro em 1684 e aparece como casado no batismo de seu filho Manoel no final de 1686. Não aparece nos casamentos de Milhazes e deve ter casado em outra freguesia, provavelmente na freguesia de sua noiva.
Antonio Gomes de Guilhado casado com Maria Fernandes, pais de pelo menos :
Manoel Gomes, batizado em 1657.
Francisco Gomes, batizado em 1666.
João Gomes, batizado em 1672.
Filhos de Antonio Gomes de Guilhado citados como padrinhos (madrinhas):
Domingos Gomes, citado como filho em batismo de 1672.
Maria Gomes, citada como madrinha em batismo de 1681.
Antonia Gomes, citada como madrinha em batismo de 1691.
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Manoel Gomes Galhardo, o genearca da família catarinense Gomes de Oliveira, seria o filho de Domingos Gomes de Guilhado e de Maria Gomes, batizado em dezembro de 1686 neto paterno de Antonio Gomes de Guilhado ?
Todos os nomes aparecem em São Francisco do Sul no século XVIII/XIX : Manoel Gomes Galhardo, Antonio Gomes de Oliveira, Manoel Gomes de Oliveira, João Gomes de Oliveira, Francisco Gomes de Oliveira, Pedro Gomes de Oliveira, José Gomes de Oliveira. Também são os nomes genuinamente portugueses, qual é a antiga família que não os tem ?
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A história incógnita de Maria Gomes
Os fragmentos que sobraram do passado são poucos. Amores e paixões que se tornavam secretos e incógnitos nos registros.
Em São Francisco do Sul também localizo uma Maria Gomes, filha de pais incógnitos e que muito provavelmente deve ser filha do segundo Manoel Gomes Galhardo. Ela possuía terras na antiga sesmaria das Areias Grandes, ao lado do Alferes José Gomes de Oliveira (irmão paterno de Maria Gomes ?), este comprovadamente filho legítimo do Capitão Manoel Gomes Galhardo e de Vicencia de Oliveira :
No batismo de Francisco aos 27/11/1796, freguesia de Nossa Senhora da Graça de São Francisco do Sul, consta como pai a Ignacio Alves, de Paranaguá e como mãe Maria Gomes da Conceição. Avós paternos : Francisco Alves e Antonia. Avós maternos : incógnitos (ambos). Padrinho o Alferes Manoel Carvalho Bueno e Maria da Conceição, mulher do dito.
O mesmo Ignacio Alves da Silva escreveu o seu testamento logo depois, em 7/12/1796. (Vila do Rio de São Francisco. Documento nº 3658. Ano de 1800. Arquivo do 1º Cível, Curitiba). Testamento de Ignacio Alves da Silva, datado de 7/12/1796. Testamenteiros : Senhora minha esposa Maria Gomes da Conceição, Reverendo Vigário Bento Gonçalves Cordeiro e José Caetano da Costa. Deixo 10 Missas pelas almas dos defuntos Manuel Gomes e de sua mulher Dona Leonor. Possuo três escravos - Antonio, João e Maria
Uma morada de casas na vila. Roda, prensa e dois tachos, três caixas. Alguma prata do meu uso e da minha mulher
Algumas oitavas de ouro. Possuo no Rio das Areias um sítio com suas terras bastantes que são 1.200 de frente e pouco menos de fundos. Declaro que o dito sítio partem com terras de Nossa Senhora da Conceição, de que está de posse a meu Reverendo Vigário, e entre mim e ele nos achamos demarcados com marcos de pedra, e outras balizas, com declaração que as terras não compreendem nos seus fundos o último Tabuleiro que fica por detrás, por pertencer todo ele a Nossa Senhora e ser esse o trato que fiz com o dito Ver. Vig. Ao tempo da medição das mesmas terras, e os seus rumos são o de sul e sudeste na frente e nos fundos de Oés-noroeste, e a dita medição da frente principia em um ribeiro que divide as terras do Alferes José Gomes de Oliveira e nos fundos tem seu princípio junto ao meu porto em um marco de pedra que finquei e costea o meu laranjal pelo dito rumo de noroeste. Declaro que todos os mais móveis da minha serventia minha mulher conhece muito bem e deles dará manifesto. Assim como de 200 alqueires de farinha, que tenho no paiol, roças velhas e novas.
Declaro que devo a Salvador Dias de Siqueira 39$000, ao Tenente Francisco Leite de Morais o que ele disser, ao Capitão-Mor João Pereira Lima dez ou onze patacas ao Manoel de Oliveira Cercal outra semelhante quantia e ao reverendo Vigário 4$550 réis do dinheiro de Santo Antonio e ao Alferes Manoel (Ferreira) de Sousa mais 920 réis.
Para o testamenteiro 20$000
Declaro que sou casado nesta vila com Maria Gomes da Conceição de cujo matrimônio temos dois filhos, a saber Maria e Francisco. Declaro mais que tenho uma filha de nome Barbara, tida de solteiro em outra mulher e a reconheço por tal e quero seja igualmente com os mais herdeiros da minha fazenda. Aprovação, 9/12/1796. Testemunhas : José Gomes Touguinho, João de Oliveira da Costa, Francisco de Paula dos Reis, José Caetano da Costa, Antonio Carvalho Bueno . Tabelião Alberto Luiz de Oliveira.
Termo de abertura, 8/8/1797. Na casa do Juiz Ordinário Presidente o Capitão de Infantaria Auxiliar Francisco Leite de Morais. O testamento lhe foi apresentado pelo Alferes Manoel Carvalho Bueno.
Maria Gomes da Conceição, viúva que ficou de Ignacio Alves da Silva aceitou o termo de testamenteira. Por ser mulher não sabe ler nem escrever e a seu rogo assinou o Alferes Manoel Carvalho Bueno.
Na fl. 21 diz o Capitão Manoel Carvalho Bueno que Barbara faleceu antes do testador. Na Ouvidoria 14//4/1813. Na fl. 22 o mesmo Capitão Manoel Carvalho Bueno testamenteiro do falecido Ignacio Alves quer concluir as contas. Na Ouvidoria 14/4/1813.
Aos 12/3/1805 foi batizado Antonio, filho natural de Maria Gomes da Conceição, avós maternos incognitos. Por padrinho Antonio Carvalho Bueno e Bárbara Jacinto Leite
Ouvidoria de Paranaguá. Vila do Rio de São Francisco. Documento de número 4761, do ano de 1815 Inventário do Capitão Manoel de Carvalho Bueno. Testamenteiro o seu irmão, o Capitão Antonio Carvalho Bueno. Arquivo do 1° Cível de Curitiba.
Testamento datado de 14/4/1815 do Capitão Manoel Carvalho Bueno. Foram testamenteiros o seu irmão, o Tenente (durante o inventário foi promovido a Capitão) Antonio Carvalho Bueno e os seus cunhados Antonio Gomes de Oliveira e o Alferes Salvador Gomes. Meu corpo será sepultado nesta Igreja Matriz envolto no hábito de São Francisco. Sou natural desta vila do Rio de São Francisco. Filho legítimo de João Mathias de Carvalho, já falecido e de Ana Maria de Jesus. Sou viúvo de Maria do Rosário de cujo matrimônio tenho 5 (cinco) filhos vivos : Manoel, Maria, José, Ana e Antonio.
Deixo de esmola a José, filho de Maria Gomes da Conceição, cinqüenta mil réis. Para o cofre dos órfãos e que empreste a juros. Deixo de esmola a Iria, Antonio e José noventa mil réis para a sua liberdade, pois são cativos de Maria Gomes da Conceição, filhos de sua mulata Maria e caso a dita senhora não queira libertá-los pela dita quantia o meu testamenteiro dará da dita quantia para ajudar na sua alforria.
José Caetano da Costa é chamado de cunhado por duas vezes ? Será que é mais um caso de duplo casamento ?
Deixou um escravo com cada filho. Maria - escrava Juliana, Ana - Suteria, Manoel - Gonçalo, José - Maximo. Comprei terras no Tetequera a Pedro da Cunha e sua irmã Maria um sítio. Compre terras de Salvador da Costa pegadas as terras dos órfãos de Ignacio Alves da Silva, na terra firme. A casa do falecido pai do testador, João Mathias, foi avaliada em 200$000 e tem somente 135$335, meu cunhado José Caetano tem 3(6?)$265 e o meu irmão Antonio Carvalho Bueno 33$400. Uma espada com bocais e punho de prata - 4$000.
Resumo de alguns bens
1 escrava de nome Joana - 64$000
1 escravo Miguel - 80$000
1 par de meias de cor pérola - 2$240
3 talheres de prata - 7$750
1 Bixa de prata - 8$000
1 roda e prensa - 4$000
1 canoa -25$600
1 escrava de nome Maria -38$000
Cultivados nas Areias Grandes chamados de Indaiatuba, com terras da viúva Maria Gomes da Conceição - 17$500
1 vestido de pano azul - 3$200
Sítio da Barra de Araquarim -32$000
Ricardo Costa de Oliveira
19/11/2005
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Caro Amigo
Só agora me apercebi das suas mensagens de Setembro e lamento que Milhazes não se tenha revelado "A Grande Pista" que se esperava. Mas está seguramente mais perto que antes.
Como é seu hábito faz-me simpáticas referências que agradeço; mas é importante dizer que sem a sua esclarecida ajuda e a informação que me conseguiu teria sido muito difícil prosseguir a pesquisa sobre Cláudio Gorgel do Amaral em que estou empenhado. Infelizmente o microfilme da Sé tarda em chegar !
Envio-lhe algumas considerações para o seu e:mail, com um abraço amigo do
AF
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Caro António Forjó
Obrigado pelas suas considerações.
Já consegui encontrar em Lisboa, Nossa Senhora da Encarnação (5°, 12),
19/6/1709, o casamento do Pedro Gomes Galhardo, morador na freguesia de S.
Domingos e natural da freguesia de São Romão de Milhazes, Termo de Barcelos,
Arcebispado de Braga, filho de Antonio Gomes Galhardo e de sua mulher Maria
Fernandes já defuntos, com Ana Josefa de Soveral, moradora nesta freguesia
onde foi batizada, filha de João da Cunha de Abreu já defunto e de sua
mulher Sebastiana de Soveral da Fonseca. Testemunha Antonio Gomes da Rocha e
Paulo Gomes de Brito.
O que indica que, neste caso, o Gomes de Guilhado passou a Gomes Galhardo
fora da freguesia de Milhazes. A data confere, há vínculos com o Brasil e o
nome Gomes Galhardo é bastante incomum, de modo que há boas possibilidades
de que o Manoel Gomes Galhardo pesquisado seja natural de São Romão de
Milhazes, da localidade do Guilhado. O que seria o Guilhado no século XVII ?
Uma pequena aldeia ? Será que desapareceu nos séculos posteriores ?
Não localizei o batismo de Pedro Gomes Galhardo, mas encontrei vários
assentos, em Milhazes, de Antonio Gomes de Guilhado casado com Maria
Fernandes. No casamento de Pedro Gomes Galhardo, em Lisboa, aparece como
Antonio Gomes Galhardo, mostrando a mudança do Guilhado para Galhardo.
Também recebi os livros de batismo de Nossa Senhora da Encarnação. Tenho
outro ramo, em que um outro avô, Domingos dos Santos Barros, é citado como
batizado na freguesia de Alecrim Velho, Lisboa. Seria a mesma Nossa Senhora
da Encarnação ?
Domingos dos Santos Barros é o avô materno de Agostinho José Freire.
O processo de genere é do ano de 1794 - C.E.-M 509 - P.8 - Agostinho José
Freire, natural da Vila do Príncipe, Bispado de Mariana. Se o Amigo estiver
a pesquisar na Torre do Tombo e conseguir dar uma espiadinha nos dados
genealógicos básicos e nas datas de batismo dos avós (e se tiver algum
bisavô), agradeceria bastante.
Muitas vezes os microfilmes da LDS demoram muito. Espero que o Amigo tenha
bons resultados como os que eu consegui obter, com a sempre preciosa ajuda
do colega !
Se precisar de auxílio por aqui também é só falar !
Abraços
Ricardo
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RE: Gomes Galhardo, final do século XVII
Caros Confrades,
Consegue dar-me algumas pistas sobre quem era o Dr Julião Fabre teria ele ascendência Portuguesa?
Eu estou à procura de pistas para descobrir este meu ramo da familia e ao que consegui encontrar, algumas apontam para o Brasil nomeadamente uma irma do meu tetravô, D. Maria Severa Prata Fabre.
Com os melhores cumprimentos
Miguel F
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RE: Bispado de Ruy
Prezada Rita
Por acaso você encontrou alguma família com o sobrenome Lobo, Capistrano, Ferreira da Cunha, nestas localidades de Palmela, Lamego, Setúbal. Meus ancestrais por parte materna são todos destas regiões. Em caso positivo, lhe envio maiores detalhes com nomes e datas referentes a eles.
Agradecida. Maria Helena
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RE: informação
bom dia Ricardo! estou com dificuldades de localizar um imóvel que fazia divisa com o Sr. João Gomes de Oliveira conforme consta em seu inventário, meu bisavô era confrontante conforme esta no inventário o nome de era Joao da Rocha coutinho, estou procurando esse imóvel mas com os dados que tenho na escritura que são muito antigos não consegui nada se vc souber a localização desse imovel de 1.104.815 m² do item d do invetário me ajuda a localizar eu acho que é em Araquari, ja procurei na prefeitura mas eles alegam que os dados são muito antigos meu email é edson_bruck@hotmail.com
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RE: informação
bom dia Ricardo! estou com dificuldades de localizar um imóvel que fazia divisa com o Sr. João Gomes de Oliveira conforme consta em seu inventário, meu bisavô era confrontante conforme esta no inventário o nome de era Joao da Rocha coutinho, estou procurando esse imóvel mas com os dados que tenho na escritura que são muito antigos não consegui nada se vc souber a localização desse imovel de 1.104.815 m² do item d do invetário me ajuda a localizar eu acho que é em Araquari, ja procurei na prefeitura mas eles alegam que os dados são muito antigos meu email é edson_bruck@hotmail.com
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RE: Da Cunha de Abreu no Brasil
Bom dia Ricardo,
Sou descendente de Antonio da Cunha de Abreu, e eu gostaria de saber tudo que è possível deste passado em Portugal, a continuidade dos antepassados, em que cidade, desejo fazer uma genealogia Portuguesa da minha família.
Inclusive se tinham títulos nobiliarios, o que for possível.
Fico no aguardo de uma tua resposta,
Muito obrigada!
Barsa. Sonia Maria de Oliveira
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RE: Da Cunha de Abreu no Brasil
Bom dai Sr. Figueiredo Jr.,
Desculpe-me mas nao compreendi a sua resposta a minha pergunta.
Me respondestes que sou adepta da "barsa".
Penso que houve um equivoco, "Barsa. esta para Baronesa".
Continuo aguardando a vossa gentil resposta!
Muito obrigada,
Baronesa Sonia Maria de Oliveira
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RE: Da Cunha de Abreu no Brasil
Bom dai Sr. Figueiredo Jr.,
Desculpe-me mas nao compreendi a sua resposta a minha pergunta.
Me respondestes que sou adepta da "barsa".
Penso que houve um equivoco, "Barsa. esta para Baronesa".
Continuo aguardando a vossa gentil resposta!
Muito obrigada,
Baronesa Sonia Maria de Oliveira
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Gomes Galhardo, final do século XVII
Com relação ao inventário de Manuel Carvalho Bueno, ele era cunhado de José Caetano da Costa por parte de sua irmã Maria da Luz de Jesus. Essa informação consta no registro de batismo de sua sobrinha Luduvina em 1804, conforme link abaixo:
https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939Z-Y5FZ-G?mode=g&i=176&cc=2177296
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