Sutis divagações sobre o meu capitão

Gotcha! diria ao Gayo e a alguns de seus desavisados seguidores. Mas, bem entendido, que esta fria letra do teclado signifique, no caso, apenas o bem-humorado prazer em espiar a enconsa contradição, que a pesquisa, tesa pelo rubor do bom debate, às vezes faz emergir nas gostosas águas de alguns textos genealógicos.

Contra Castela os nossos antepassados, às vezes ajudados pelos ingleses, fincaram o seu livre território e na sequência dos urdimentos desse antigo palco inaugurado pela terrível e linda Teresa, um iluminado e aguerrido bastardo real muda o rumo da dinastia. Estamos já nas tardes dos 1.300. D. João tem ao seu lado jovens bravos guerreiros do mar, entre eles Afonso Furtado.
Há parentes do lado castelhano? Parece que sim. Diego Hurtado de Mendoza, cujo pai morre em Aljubarrota, seria logo Almirante maior de Castela. Os destinos se cruzam em mares hostis. Afonso Furtado pelos seus feitos capitaneando a galé Santa Clara seria também logo Capitão-mor do mar de Portugal, ele que já havia mostrado em outros tempos turvos a amizade ao mestre de Aviz sob a ira de D. Fernando, sempre ciente da afeição que D. Pedro I dispensara a seu pai, nomeado embaixador fora do reino.

E o capitão está até hoje nos arquivos ingleses, ilustrando essa antiga aliança com a Inglaterra:

Records of the Exchequer, and its related bodies, with those of the Office of First Fruits and Tenths, and the Court of Augmentations ltle Exchequer: Treasury of Receipt: Diplomatic Documents PTitle Indenture, notarially attested, between William de Forthe, a Baron of the Exchequer, and others, and Alfonso Furtado, captain of the Portuguese galleys lately in the service of the King of England, whereby the said Alfonso acknowledges the receipt from.....Text Date 1389 June 27 Closure Status Open Place of Deposit Public Record Office

Daí uma questão interessante:
Qual seria a verdadeira razão do Afonso Furtado não aparecer como o pai de Afonso Furtado de Mendonça dos inícios dos 1400, apesar de o ser? E vemos isso justamente em alguns genealogistas que vieram após esses anos 1.400 que inauguram o "de Mendonça" em Portugal.......


Abraço,
Manoel Furtado

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