Dúvida de heráldica
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Dúvida de heráldica
Boa tarde,
1.Vamos supor que um indivíduo que tem como armas ,um escudo com duas palas .Timbre de uma das palas (não sei se é assim que se diz)
2.A um dos seus filhos são -lhe conferidas por Dec. armas. A única diferença é que estas têm em abismo, um escudete, e o timbre com uma elemento do escudete.
3.Depois um membro desta família, descendente dos 1. e/ ou 2, usa um anel de sinete muito parecido, ou num jazigo(neste o timbre é diferente), tem o timbre do anterior, mas a primeira pala aparece com quatro quarteis, 1º e 3º o da pala 2º e 4º outro, a segunda pala mantém-se. O que quer dizer?
Desde já agradeço em meu nome e de pelo menos mais dois interessados
Desculpem-me as imprecisões na linguagem.
Cumprimentos
Maria
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RE: Dúvida de heráldica
Cara Maria,
Como parece que os especilistas não se pronunciam, dou-lhe duas sugestões de curioso.
Sinetes e Túmulos têm algumas limitações de gravação. Seria útil consultar as Cartas d'Armas (acho que será isso o Dec.) para ver se têm diferenças pois estas podem ajudar a perceber de onde vêm as armas.
Escudetes são relativamente raros na heráldica nacional. Como viu 4 mil escudos sem encontrar igual, talvez se trate de proveniência estrangeira.
Aliás, no 1º caso, escudo partido em pala, na maioria dos casos o timbre é o da pala direita, que normalmente corresponde à varonia (real ou presumida). Um escudete em abismo e modificação do timbre, parecem contraditórios pois se o timbre correspondesse a verdadeira varonia entretanto encontrada, o escudete jamais seria em abismo. Tudo me leva a crer numa incorporação estrangeira a que se pretendeu dar realce levando-a ao timbre.
Acho que terá mesmo de fazer uma árvore de costados e partir da genealogia para a heráldica e não o contrário.
Melhores cumprimentos,
Fernando Aguiar
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RE: Dúvida de heráldica
Cara Maria
"COMO OS ESPECIALISTAS SE NÃO PRONUNCIAM"
Estou a lembrar-me de tantos, e alguns deles também foram e são VERDADEIROS artistas.Tive o privilégio de conhecê-los pessoalmente e de me oferecerem trabalhos deles.
Peço permissão ao nosso confrade Fernando de Aguiar por utilizar as palavras dele (em epígrafe), porque eu não seria capaz, a não ser depois de consultar livros da especialidade, e mesmo assim...de dar uma informação tão completa,que me parece ser dada por um especialista da matéria a quem agradeço também tal informação.
Embora tivesse pintado dezenas de brasões que ofereci a amigos e confrades, ( se não primaram pela arte e estilização, serão agradáveis à vista e sempre de acordo com os princípios heráldicos em uso no nosso País ), não sou especialista destes assuntos, longe disso;contudo,gosto muito de Heráldica.É um prazer apreciar o simbolismo dos desenhos, a beleza das cores de um brasão iluminado, apreciar e tirar proveito do valor documental que a Heráldica tem; algumas vezes é através da Heráldica que se descobrem ramos familiares ignorados, famílias desconhecidas, transformando uma necessidade prática nas batalhas, e nos torneios, numa identificação real de documentos, objectos, casas, mausoléus, herdades, pessoas e famílias,etc. etc., numa Arte maravilhosa,cujo simbolismo e identificação tem tal força que ainda a torna indispensável : estou a lembrar-me que o próprio Presidente da República tem armas inerentes ao seu alto cargo, as altas chefias das Forças Armadas,o alto Clero, por ex. etc.
Mas gostaria, e apelo também, que outros conhecedores de Heráldica, colaboradores deste Fórum,aqui viessem corresponder ao pedido feito,a exemplo do confrade Fernando Aguiar, ajudando os menos versados nesta Ciência.
A continuação de um bom Domingo
Rafael
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RE: Dúvida de heráldica
Caro Fernando Aguiar,
Em primeiro lugar muito obrigada, pelas suas observações.
Comecei pela árvore de costados pois, dado o meu fraco conhecimento de heráldica, tinha onde me apoiar e foi assim que descobri relações entre o anel e o brasão no jazigo.
As suas instruções foram muito proveitosas pois percebi a questão do timbre e do escudete.
Agora acredito que terá sido um puro acaso tanta semelhança. Armas antigas, família? e armas modernas passadas em 1887, ou serei eu a tentar diminuir o trabalho.
Melhores cumprimentos
Maria
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RE: Dúvida de heráldica
Caro Rafael Carvalho,
Já agora conhece algum brasão de armas em que :
1. a 1ª pala é dos Ribeiros e a 2ª pala dos Freire/ Andrade e em abismo um escudete com três aves em asna e o timbre é uma ave? As aves a mim parecem pombas, mas há quem lhes chame melros ou corvos. Não são galos.
Muito obrigada pela sua estimada atenção
Um abraço
Maria
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RE: Dúvida de heráldica
Cara Maria
Vou se consigo encontrar em livros de ex-libris heráldicos, de loiça brasonada,etc.
Um abraço
Rafael
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RE: Dúvida de heráldica
Caro Fernando Aguiar,
O que é um escudete, ou armas, em abismo?
Cumprimentos,
Luís GMG
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RE: Dúvida de heráldica
Citando Manuel de Sousa
"Abismo - Em abismo, se diz de qualquer figura, que, de menores dimensões do que outras que a rodeiam e de menor categoria, se coloca no meio do escudo."
Cumprimentos,
Miguel
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RE: Dúvida de heráldica
Muito Obrigado pela sua resposta.
Podemos depreender, deste exemplo hipotético, um leopardo rodeado de coelhos? Seria um leopardo em abismo?
Cumprimentos,
Luís GMG
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RE: Dúvida de heráldica
Caro Luís GMG,
Um leopardo rodeado de coelhos, seria um leopardo muito feliz a não ser que estivesse num tópico colombiano em que seria um leopardo muito enfadado.
Mas não confunda figuras - exactamente isso, figuras geométricas resultantes da partição do escudo e que contém as armas - com peças, que são o que compõem as armas; neste seu caso o leopardo e os coelhos. Talvez não fosse impossível se o leopardo fosse de reduzidas dimensões que, por analogia, se dissesse em abismo. Pessoalmente não tenho ideia de ter visto mas, como disse, sou um curioso e não um especialista.
Um escudete é um escudo pequeno mas de dimensão variável que, nos casos mais correntes, poderá ir da terça parte do escudo à nona, sendo a esta última que normalmente corresponde o abismo.
Cumprimentos,
Fernando Aguiar
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RE: Dúvida de heráldica
Caro Luís GMG,
Por favor esqueça os dislates da minha última mensagem.
Em abismo aplica-se a peças, e figuras serão mais peças do que partições. O seu leopardo, desde que reduzido, seria bem em abismo. Já não sei dizer se a redução teria de ser em valor absoluto (o leopardo mais pequeno do que os coelhos) ou apenas em valor relativo (o leopardo, p.ex. igual aos coelhos).
Com os meus cumprimentos,
Fernando Aguiar
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