D.Diogo, Mestre da Ordem de Cristo - Séc. XV

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D.Diogo, Mestre da Ordem de Cristo - Séc. XV

#156565 | Augustus_o | 18 mai 2007 19:44

Caros confrades,

Paralelamente ao tema CC, na teoria da morte forjada de D.Diogo, que se "transformou" em CC, dois pontos:

- Segundo o Genea, D.Diogo nasceu cerca de 1450, tendo falecido a 22.08.1484, com 34 anos.
- Ora teria sido Mestre da O.C de 1472 até 1484?

Deixo um link sobre a ordem do templo com bandeiras que terão sido usadas por nós...
(...)

Cpts,
Augusto

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RE: D.Diogo, Mestre da Ordem de Cristo - Séc. XV

#156758 | RCCORREIA | 21 mai 2007 10:24 | Em resposta a: #156565

Caro Augusto

As datas do GENEA são aproximadas e esta é posta em causa noutros documentos.

Em 1483, D. João II diz poupar a vida a D. Diogo pela sua pouca idade (ora 32 anos não seria assim tão novo, qd se sabe que na altura muitos faziam tarefas e tinham cargos de homem muito mais novos), e não foi depois razão para o impedir um ano mais tarde (sendo então ele muito mais velho) de lhe retirar a vida. (!)

D. Diogo é nomeado Mestre de Cristo em 1471, cf Bula papal, sucedendo a seu pai o Infante D. Fernando, falecido em 1470, que era irmão de Afonso V - filhos de D. Duarte - e filho adoptivo do Infante D. Henrique.

Mas a Ordem fica então a ser gerida por D. Beatriz, sua mãe e tutora até à sua maior idade cf o provam cartas desta enviadas para a Madeira. (pois q idade teria em 1471? 20/21 anos?)

Cpts,
Rui

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Condestável RE: D.Diogo, Mestre

#156762 | kolon | 21 mai 2007 11:15 | Em resposta a: #156758

Caro Rui,
Sabes em que data Afonso V o nomeou Condestável?
E alguém sabe se ele chegou a exercer esse cargo?
Ou foi o Marquês de Montemor feito Condestável substituído porque o Condestável era de menor idade?

Faz algum sentido que seria nomeado Condestável sem porder exercer essa posição?

Cpts,
MR

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RE: D.Diogo, Mestre da Ordem de Cristo - Séc. XV

#156765 | josemariaferreira | 21 mai 2007 11:51 | Em resposta a: #156565

Caros confrades

Tenho entre mãos uma carta de doação que D. Beatriz fez a um seu criado em que aparece ainda como tutora/curadora do duque D. Diego seu filho. Essa carta vai a confirmar pelo Rei D. Afonso V, o qual os trata na carta "por prezada irmã e muito amado sobrinho". Só que essa carta está datada de 7 de Outubro de 1484. Tratou-se de um erro grosseiro do notário ou terá sido uma falsificação a mando do rei D. João II?. Algum dos confrades me pode confirmar o rei em Estremoz nessa mesma data.

Com os meus cumprimentos

Zé Maria


Podiam-me confir

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RE: D.Diogo, Mestre da Ordem de Cristo - Séc. XV

#156773 | RCCORREIA | 21 mai 2007 13:18 | Em resposta a: #156765

Vou ver se lhes consigo essas informações ainda hoje.

Na Chancelaria de D. João II existe um documento (Liv. 27 f. 38) datado do ano de 1483 dando indicações sobre a administração dos bens de D. Diogo, Duque de Viseu e Beja, por parte de D. Beatriz.
Porquê? Seria ainda menor e por isso 1450 é uma data errada p/ o s/ nascimento?

E em 1484 nunca D. Afonso V confirmaria nada pois morreu em 1481. O ano está por isso errado.

Rui

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RE: D.Diogo, Mestre da Ordem de Cristo - Séc. XV

#156781 | RCCORREIA | 21 mai 2007 14:45 | Em resposta a: #156765

Caro José Maria

Nos itenerários de D. João II consta que 1484 depois de ter estado em Setúbal/Palmela (Agosto) se dirigiu a Évora e depois Aviz sendo provável que neste último trajecto passasse em Estremoz.

A última referência da presença de D. Afonso V em Estremoz que vi refere Outubro de 1878 (a 6 e 7 estaria em Évora e a 22 o davam em Estremoz).

Se precisar que veja mais qq coisa diga.

Cumpts,
Rui

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Condestável RE: D.Diogo, Mestre

#156784 | RCCORREIA | 21 mai 2007 15:09 | Em resposta a: #156762

Caro Manuel

Eu também já vi Diogo referido como Condestável nomeado por D. Afonso V.

Mas será que o foi?

Nalgumas listas que vi, a D. Fernando, Duque de Beja segue-se no cargo de Condestável D. João (de Bragança), Marquês de Montemor-o-Novo.

E vi também quem defenda (devidamente fundamentado nas bulas papais) que à morte de D. Fernando, os Mestrados que detinha foram separados sendo o de Santiago para D. João, Duque de Beja e Viseu e o de Cristo para o seu irmão D. Diogo. Depois da morte de João (1472) o mestrado de Santiago é entregue ao principe João.

Tudo isto numa tentativa de enfraquecer o poder da casa de Viseu e do seu titular, deixando este de acumular cargos e títulos.

E de facto não faria sentido ser nomeado Condestável sem o poder ser.

Rui

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de "pouca idade" Condestável RE: D.Diog

#156794 | kolon | 21 mai 2007 15:52 | Em resposta a: #156784

Caro Rui,

É muito necessário de chegar aos factos para podermos etender o que passou de verdadeiro.

Tambºem já li muitas vezes que D. Diogo foi nomeado Condestável o que seria por direito sendo seu pai Condestável.

Poderia o Marquês de Montemor ser nomeado Condestável por menoridade do herdeiro?

Ou então temos outra opção.
D. Diogo estava fora do reino como refão das sesmarias e não poderia ser Condestável estando "preso" em Castela por isso o cargo estava a ser subsititudo em D. joão de Bragança.

Pelas mesmas razões D. Beatriz actuava como tutora de D. Diogo.

Temos muito que pensar sobre D. Diogo.
Será verdadeiro que uma traição se terminou em 1483 e mortos, e exilados os traidores houvesse uma nova traição logo a seguir?
Isto não foi um prazo de anos mas de meses entre as duas traições.

Seria D. João II tanto estupido que não daria termo á traição de uma vez por todas?
Pois o verdadeiro iniciador das traições Marques de Montemor também morto quem ficou para continuar a traição???????

Um jovem de menor idade que tinha todos a actuar por ele iria deveras liderar uma traição?
Ou era um homem feito e temido pelo rei ou era um menor de pouca importância.

Se era homem feito e temido a sau "pouca idade" é uma mentira.
Se era de "pouca idade" então que perigo seria para o rei?


Cpts,
MR

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de "pouca idade" Condestável RE: D.Diog

#156804 | fxcct | 21 mai 2007 16:18 | Em resposta a: #156794

Caros,

Lanço mais uma hipótese a ter em conta. A forma como foi morto D. Diogo, sobretudo em contraste com a forma como foi morto o Duque de Bragança, aponta para uma ofensa de natureza pessoal e não de traição contra o monarca. Ou seja, se D. Diogo foi efectivamente morto às punhaladas, talvez tenha sido por algum insulto de natureza pessoal, como por exemplo extremo desrespeito por algum familiar do Rei (irmã, mulher, filho).

De forma a não tornar pública a natureza do insulto alimentando portanto as "más linguas", D. João II resolve inventar a questão da "traição". Isto teria a acrescida vantagem de fortalecer a imagem de homem implacável que D. João II estava a cultivar, sem envolver publicamente a família real em questões mais vulgares.

Cts,

Francisco

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de "pouca idade" Condestável RE: D.Di

#156805 | Augustus_o | 21 mai 2007 16:21 | Em resposta a: #156804

Caro Francisco,

viu ontem o filme sobre Alexandre o Grande?

ele também matou com "arma branca" (de uma lançada só) o outro "amigo" dele...

lol, é piada, mas não deixa de ser verdade a questão da honra...

cpts,
Augusto

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de "pouca idade" Condestável RE: D.Diog

#156809 | RCCORREIA | 21 mai 2007 16:29 | Em resposta a: #156794

Caro Manuel

O cargo de Condestável não era hereditário ao contrário dos de Duque. Pontualmente isso sucedeu ou seguiu na família mas nem sempre.

Mais tarde tornou-se um mero cargo honorífico e ai poderia tornar-se "herdável".

Como diz temos muito que pensar sobre D. Diogo. E muito que descobrir também.

Rui

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de "pouca idade" Condestável RE: D.Diog

#156813 | RCCORREIA | 21 mai 2007 16:45 | Em resposta a: #156804

Caro Francisco

O que lhe leva a sugerir isto?

D. Diogo é cunhado do Rei. A sua mãe é sogra do Rei. O seu pai, irmão do pai do Rei. Logo a família de D. João II é também a sua (eles são primos co-irmãos [direitos diriamos agora])

E as relações de D. João II com a mulher D. Leonor e a sogra D. Beatriz como eram? E como ficam depois?

D. Diogo é criado na Ordem de Cristo (na altura ainda ordem militar) e apunhalá-lo não seria tarefa fácil, ainda mais para quem tinha o físico de D. João II. Daí haver quem equacione quem na realidade executou Diogo (se é q este foi executado).

Porque vai D. Diogo só quando vai ter com o Rei se com ele tinha vindo uma comitiva dos seus e já tinham tido problemas anteriores?

Apesar de Resende dizer que a sua morte fora testemunhada diz-se que o corpo fora amortalhado e tapado não permitindo ver quem era. Se o rei, e os seus, diziam ser D. Diogo quem ali jazia quem ousava questionar isso? E onde foi sepultado, alguém sabe? Há muitas teorias por provar.

RCC

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de "pouca idade" Condestável RE: D.Diog

#156814 | kolon | 21 mai 2007 16:51 | Em resposta a: #156809

Caro Rui,

Sei que o posto não era dheredetário.

Pelo que tenho lido o cargo de Condestável foi quase sempre mantido naqueles tempos dentro da linhagem de Nuno Álvares Pereira e contestado por aquele varão que seria o mais chegado quando saia fora dessa linhagem.

Por isso o Regente D. Pedro teve alguns problemas em dar o cargo ao seu filho D. Pedro.

De qualquer forma tanto D. Diogo como D. João de Bragança eram descendentes do Condestável pelo qual teriam algum direito a esse posto.
MR

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de "pouca idade" Condestável RE: D.Diog

#156818 | fxcct | 21 mai 2007 17:25 | Em resposta a: #156813

Caro RCC,

Se D. Diogo liderava uma conspiração contra D. João II seria de esperar que a sua morte fosse mais parecida com a que teve o Duque de Bragança. Não foi isso que aconteceu. Estou portanto a especular - não defendo que D. Diogo foi morto em 1484 mas também não defendo o contrário.

Aliás, caso D. Diogo fosse mesmo o líder de uma conspiração contra o Rei eu esperaria que fosse preso e julgado e condenado a uma pena que protegesse o Rei mas que não fosse a pena de morte - isto por D. Diogo ser primo direito do Rei e Irmão da Rainha e Duque de Viseu e Duque de Beja. A pena poderia ser a perda dos títulos e bens, prisão perpétua ou expulsão do reino. Também não foi isso que aconteceu.

O que levaria um Rei inteligente, ponderado, justo e cristão a matar outro homem à punhalada? Na minha opinião isto é um acto de raiva comum quando está em causa a integridade fisíca de pessoas por quem temos muito afecto, como os nossos pais, irmãos, mulheres e filhos. Note que não pretendo argumentar que este tipo de assassinato se justifica - apenas constato que é frequente nos nossos dias e muito mais o seria no sec. XV.

Admito ainda como sendo uma forte possibilidade que esta morte foi encenada e que D. Diogo não foi morto nesse ano.

Cpts,

Francisco

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de "pouca idade" Condestável RE: D.Diog

#157024 | Clemente | 23 mai 2007 08:53 | Em resposta a: #156818

Caro Francisco

De facto é estranho que D. Diogo não tenha tido um julgamento, à semelhança daquele que teve o Duque de Bragança, quando outros, que estiveram também envolvidos nesta 2ª conspiração, foram julgados e executados publicamente. Estou a falar de D. Fernando de Meneses, de D. Pedro de Ataíde e de Pedro de Albuquerque.

Cmpts.

Clemente

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