Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Possuo uma obra em dois volumes, de título “O Grupo 16-A no Cortejo Henriquino”, publicada sob o pseudónimo Zig-Zag por um jornalista portuense, Félix Ramos, em Março de 1894, na qual o autor dedica um curto texto jocoso a cada um dos 137 funcionários da Câmara Municipal do Porto dessa época.
Félix Ramos era um homem de extensa e variada cultura, dispondo de um olhar penetrante e de uma pena graciosíssima, pelo que as concisas descrições que nos deixou dos seus colegas (também ele fazia parte do quadro camarário) são sínteses primorosas, que não encontram, no seu género, rival na Literatura Portuguesa.
Por se tratar de uma obra raríssima, praticamente desconhecida, e de exemplares preciosos por conterem anotações manuscritas destinadas a uma segunda edição que não chegou a realizar-se, imagino que os textos lá incluídos poderão interessar a descendência dos retratados, motivo por que aqui publico a lista destes e a minha disponibilidade para transcrever o que me for solicitado.
− Abílio Pereira Couto e Silva.
− Albano Miranda Lemos.
− Alberto Gomes Coelho.
− Alexandre Antunes Guimarães.
− Alexandre Pinto Pinheiro (Padre).
− Alfredo Carvalho Franco.
− Álvaro Leão Baptista Dias.
− António Augusto Alves de Sousa (Dr).
− António Augusto Castilho.
− António Augusto Correia Abreu.
− António Augusto Pinto Azevedo.
− António Bernardo Ferreira.
− António Caetano Cerveira.
− António Caetano Ferreira..
− António Carneiro Santos.
− António Duarte Reis.
− António Félix d’Oliveira Ramos.
− António Fernandes Duarte Beça.
− António Fontes Soares.
− António Inês Brandão.
− António Joaquim Ferreira da Silva (Dr).
− António Joaquim Rodrigues.
− António José Ferreira.
− António José Lucas Sobral.
− António Machado.
− António Maria Magalhães.
− António Maria Pinto.
− António Pinto Machado.
− António Seixas Pinto Lemos.
− António Silva Guimarães.
− Arnaldo Duarte Sousa Reis
− Artur Duarte Sousa Reis.
− Artur Humberto Silva Carvalho.
− Ascenso Magalhães Fonseca (Padre).
− Augusto Cândido Ramos.
− Augusto Gomes dos Santos.
− Augusto José de Sousa.
− Augusto Romber.
− Augusto Venceslau Silva (Dr).
− Barboma Gaza.
− Belisário Pereira Leite.
− Benjamim Lacerda.
− Cândido Ferreira Santos.
− César Augusto Pinto Azevedo.
− Claudino Fernandes Reis.
− Constantino António Vasconcelos.
− Cipriano José Correia Martins (Padre).
− Custódio Rodrigues.
− Deolindo José Pereira Vilela.
− Dinis Santiago.
− Domingos José Salgado.
− Domingos Tavares Lage (Padre).
− Eduardo Augusto Allen (Dr).
− Eduardo Augusto Gomes.
− Eduardo Fernandes Reis.
− Eduardo Ribeiro Marques.
− Énio José Machado.
− Ernesto Martins Pontes.
− Evaristo Nunes Pinto.
− Firmino Rodrigues Pereira.
− Francisco Ferreira.
− Francisco José Amaral.
− Francisco Nunes Rocha Guimarães.
− Francisco Sousa Sá.
− Guilherme César Jorge.
− Guilherme Gomes Fernandes.
− Henrique José Leite.
− Henrique Pereira Botelho.
− Inácio José d’Oliveira.
− Isidoro António Ferreira (Dr).
− Jerónimo Francisco Silva.
− Jerónimo José Fonseca.
− João António Penso.
− João Baptista Pinto.
− João Baptista Ribeiro Couto.
− João Bento Pereira.
− João Carlos d’Almeida Machado(Dr).
− João Moreira Silva.
− João Sousa Monteiro.
− João Vieira d’Almeida.
− Joaquim António Oliveira.
− Joaquim Augusto Costa Oliveira.
− Joaquim Augusto Ribeiro.
− Joaquim Cardoso Matos.
− Joaquim José Ferreira.
− Joaquim José Maria d’Almeida.
− Joaquim Moreira Rocha.
− Joaquim Pinto Sousa Passos.
− Joaquim Sousa Loureiro.
− Joaquim Sousa Ribeiro.
− José António Ferreira Sousa.
− José Bernardino Gomes.
− José Cândido Botelho.
− José Carvalho Pinheiro.
− José Fausto Marinho.
− José Fernandes Costa.
− José Freire Maia.
− José Joaquim Sequeira.
− José Neto
− José Oliveira Gonçalves.
− José Pedro de Lima Calheiros.
− José Pinto.
− Júlio Fernandes Reis.
− Júlio Gonçalo Costa.
− Júlio José Ferreira Lopes.
− Luciano Sollari Allegro.
− Luís Lopes do Rio.
− Mamede Alfena Júnior.
− Manuel Alvares Martins Fonseca.
− Manuel António Oliveira.
− Manuel Emídio Barbosa.
− Manuel Jesus Alves Nóbrega.
− Manuel Joaquim Correia de Lacerda.
− Manuel Joaquim Lopes Coelho.
− Manuel José Costa Arantes.
− Manuel José Costa Arantes Júnior.
− Manuel José Silva Guimarães.
− Manuel Madeira.
− Manuel Moreira Paiva.
− Manuel Pereira Cunha Guimarães.
− Manuel Pereira Nunes Delgado Júnior.
− Manuel Pinto Vila Lobo.
− Manuel Rodrigues Marques.
− Manuel Silva Fonseca.
− Manuel Vieira Silva Guterres.
− Marçal Simões.
− Martinho José Amorim.
− Matias Alfredo Pimenta Fonseca.
− Narciso Augusto Carvalho (Dr).
− Octávio José Machado.
− Ricardo d’Almeida Jorge (Dr).
− Rudolfo Providência Amsinsh Allen.
− Simeão Pinto Mesquita Cardoso.
− Viriato Martins Pontes.
− Zé Maluco.
− Zeferino Almeida Pinto.
− Zig Zag.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Bom dia,
As informações de que dispõe serão certamente muito interessantes. Cumprimento-o pois pela disponibilidade manifestada em divulgar elementos dela.
É possível que me possam vir a interessar outras figuras. No entanto por agora gostaria de saber o que consta sobre Joaquim Augusto da Costa Oliveira, meu tio bisavô, desenhador/arquitecto que durante anos trabalhou na Câmara como aliás já o fizera seu pai.
Grato pois por qualquer informação que sobre ele possa indicar.
Cumprimentos
Jorge Amado Rodrigues
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Caro Jorge Amado Rodrigues
Considere, por favor, os entre-aspas como itálicos, nota prévia válida para as todas as eventuais transcrições que venha a fazer.
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J. A. C. O. [Joaquim Augusto da Costa Oliveira]
Bóia de salvação para o naufrágio de muitas reputações oficiais.
Como a Assistência pública ainda não decretou gratuita esta espécie de “sauvetages”, ele faz pagar generosamente os seus reboques.
Quem com ele se aventurar, nos difíceis mares da Arte, a viagens d’exploração, ou traz farta colheita dos mundos explorados, ou enjoa como um dispéptico, e flutua como um martelo.
Não é fácil resolvê-lo a estas empresas, já porque tem um culto exagerado pelo seu cómodo, já porque as minudências de toilette lhe absorvem todos os sentidos artísticos.
O laço da gravata é um desespero, e o recorte das unhas uma alucinação.
Cuida-se com tais requintes de feminilidade aristocrática que se um dia aparecer com a cabeleira loira das bonecas de Nuremberg, não há porque gritar milagre.
É a Arte, a grande Arte do esfuminho, sacrificada pela Moda aos transmutativos do Tinoco, e da Antónia do Marco.
Vagaroso como um adágio, enluvado como um patrício, mas d’olho atento como um farol de proa, não se desvia de rota, nem arriba a ilha deserta. Tem, para isso, os três mais valiosos colaboradores: gosto, paciência e dinheiro.
Ele chora-se por modéstia, por preguiça e por medo.
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Cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Caro Manuel,
Mil e um agradecimentos pela mesagem que amavelmente me enviou.
O texto é deveras notável. Uma preciosidade literária.
Gostaria ainda de lhe fazer uma pergunta um pouco fora do âmbito do forum.
Como o Geneall não está a permitir-me fazer o pedido do seu e-mail ficar-lhe-ia agradecido por um contacto seu.
Estou em :
rodrigues.amado arroba gmail.com
Obrigado e cumprimentos
Jorge Amado Rodrigues
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Caro Manuel,
Pela amostra que transcreveu, este livro deve ser uma maravilha!
É muito provavel que muitos descendentes "andem por aí"......
Parabéns pela sua disponibilidade
Cumprimentos
José António Reis
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro José António Reis
No intuito de modestamente o servir, e procurando abater qualquer coisinha à pesada dívida de que é credor na nossa conta-corrente de informação trocada, coloquei, muito esperançado, meia dúzia de sereníssimos Reis, no menu dos funcionários.
Verifico agora com tristeza, ao ler a sua mensagem, a inconsequência do meu esforço, e que isso que consta sobre os Reis serem todos primos uns dos outros, não passa de boato sem fundamento.
Mantendo, apesar de tudo, a aspiração de ainda um dia aqui afixar tabuleta com o ambicionado título de Fornecedor da Casa Real, subscrevo-me, melancólico mas determinado,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Gostaria de conhecer o texto referente ao meu ascendente
Jose Pedro de Lima Calheiros
Com os meus cumprimentos desde Já agradeço
Manuel Calheiros Lobo
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Caro confrade
Tem alguma coisa sobre Dinis Santiago?
Na familia consta que perdeu tudo quanto tinha por causa de ser funcionário da Camara. Isto por ter feito o favor ao Presidente, um Conde ( de lá de Lousada! ) de quem era amigo. Não sei até que ponto há verdade nesta estória.
Obrigado
Carlos
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto &
Caros Confrades,
Agradeço informação sobre o último Presidente da Camara do Porto antes da Revolução de 1910.
Agradecido
Fernando Figueirinhas
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Muito interessante e útil este trabalho. Gostaria que me fose facultado o texto referente a:
− Cipriano José Correia Martins (Padre).
− Domingos Tavares Lage (Padre).
Obrigado. Parabéns !
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto
Caro confrade
Foi Jacinto da Silva Pereira Magalhães que consta aqui e no Google- Lista dos Presidentes da Camara Municipal do Porto (1907/10).
Era irmão de minha Tia bisavó Maria Carolina Magalhães.
Espero ter ajudado
Carlos
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Caro Manuel Calheiros Lobo
Eis o que consta:
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J. P. L. C. [João Pedro de Lima Calheiros]
Magnífico exemplar do “Jovem Ancião”.
Um conservador bem conservado.
Apesar de fazer anos só de quatro em quatro, como os bissextos, está o mesmo encanto que era há cinco bissextos atrás.
Parece que tem estado em calda de compota!
Padre Eterno, em convalescença do gilvaz que lhe fez o Guerra Junqueiro, disfarça-se com umas barbas patriarcais de Abraão e pinta-se com o pó das alvuras de contrabando, mas denuncia-o no “travesti” o cuidado das unhas e o lustro dos sapatos.
Devoto de S. Camilo, Pontífice e Mártir, acendeu-lhe um pavio no nicho da sua devoção. Se algum dia acabar o pavio, é que o azeite é falsificado, ou o devoto morreu “ab intestato”.
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Julgo saber qual a motivo da expressão “devoto de S. Camilo”.
O retratado havia publicado, poucos anos antes, uma obra editada no Porto, em 1889, na Imprensa Civilização, da qual tenho à minha frente um exemplar.
O frontispício diz:
Catálogo da Obras / de / Camilo Castelo Branco / (Visconde de Correia Botelho) / Coordenado por J. P. L. C. / 1.º Oficial da Biblioteca Pública Municipal do Porto.
Sabe, por acaso, o que está por trás da referência ao “gilvaz que lhe fez o Guerra Junqueiro”? Gilvaz significa golpe ou cicatriz, o que aponta para crítica agressiva na imprensa.
Cumprimentos,
Manuel.
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto -1894.
Caro Carlos
Aí está o sucinto retrato:
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D. S. [Dinis Santiago]
A tábua de Pitágoras com aplicação especial à multiplicação das cédulas.
Parece que só conhece a casa dos noves; mas noves fora, nem um!
Às vezes reparte... papéis de crédito, como sucursal das casas da moeda de Ruães, Prado, Tomar, Abelheira e Sociedade de Geografia.
É numismata; mas tão cioso dos seus tesouros, que só deslumbra os curiosos com o dobrão que, em dias grandes, pendura ao pescoço. Quando lhe quiseram fazer o que o seu santo homónimo fez aos mouros, foi a cruz d’aquele dobrão que destroçou os inimigos.
Deus traga El-rei D. Sebastião, e a nau dos quintos.
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Ruães, Prado, Tomar e Abelheiras eram fábricas de papel, e talvez a Sociedade de Geografia apareça em conjunto com elas por emitir selos privativos.
Cumprimentos,
Manuel.
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto - 1894.
Caro Cambra
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C. J. C. M. [Cipriano José Correia Martins, P.e}
A sogra dos vivos, cavando na vinha do Senhor.
Fornecedor de carne para os antípodas; quase sempre lh’a manda ensacada, por causa da vareja, e recebe sempre o pagamento em ossos, por causa do câmbio.
Carcereiro d’uma Bastilha que só as revoluções eleitorais arrombam, limita-se a ter só uma janela aberta para ver os condenados que entram. No dia em que a trombeta final o chamar a contas, há-de abrir a outra.
“Lasciate ogni speranza voi que entrate”, como no inferno de divino florentino.
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Nota manuscrita:
PO5,HO,2CaO (calcáreo-fosfato dos ossos)
Negociante d’indulgências.
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Aparentemente, seria, tal como o seguinte, funcionário em um dos cemitérios municipais.
A palavra sogra, além do óbvio, tem o significado de almofada ou rodilha que se põe à cabeça para transportar algo pesado. Fica-se na dúvida sobre qual a acepção aplicável.
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D. T. L. [Domingos Tavares Lage P.e]
Agência de passaportes para o céu com escala pelo centro da terra.
Há carruagens de todas as classes, coupé leito, sleeping-car, eça rica, comboios a toda a hora. Só não há bilhetes de ida e volta!
N’este estabelecimento fala-se latim.
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Nota manuscrita:
Lavadeira da piscina simbólica onde se toma o banho da penitência, e do perdão.
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Cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto -1894.
Caro confrade
Fica em arquivo do Paço de S.Cipriano mais qualquer coisa de nosso Bisavô Dinis.
Muito lhe agradeço
Carlos
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto #8722; 1894.
Grato pela brevidade da sua resposta.
Vou tentar descodificar este texto pois na realidade ainda pouco sei sobre a personalidade deste meu antepassado.
Com os meus cumprimentos
Manuel Calheiros Lobo
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Boa Noite
Essa obra que dispoe parece ser de muito interesse para mim.
Gostaria de saber o que diz sobre Antonio Augusto Alves de Souza , meu tio trizavo.
Os meus cumprimentos e agradecimento
Francisco Alves de Sousa
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro Francisco Alves de Sousa
Aqui tem o texto sobre o seu bisavô.
Tinha a ideia de que apenas o texto sobre o Ricardo Jorge era elogioso sem mancha, Verifico agora que este, sobre o seu tio trisavô, também o é.
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A. A. A. S. [António Augusto Alves de Sousa]
É, como muitos, um bacharel em Direito, mas, como poucos, um capelo em Direito Administrativo. Não representa Autos, como os que fazem da balança de Themis o tablado de exibições mirabolantes, nem recita monólogos shakespeareanos como aqueles que, de juba ao vento, fronte escanhoada e voz sepulcral, vencem a consciência do juri pelo terror da caracterização, e não pela evidência das provas.
O seu trabalho é todo, e só de gabinete; o seu colaborador a pena, a sua musa a Lei de mãos dadas com a Justiça, e a Verdade o seu objectivo rude, mas generoso.
De mãos quentes e honradas recebeu a opulenta e difícil herança de Sebastião d’Almeida e Brito; mas não a recebeu a benefício d’inventário: honra-a, e continua-a.
Na engrenagem burocrática é o Presidente do Conselho, com ingerência em todas as pastas, mas com a pasta especial do Interior. N’esta qualidade decretou o “Ponto”, que foi um beliscão na barriga da perna dos empregados, e as “Posturas”, que são um devaneio municipal para recreio dos zeladores.
Nos intermúndios da Arte é o Brummell do “bric a brac”, o Daudet do “bibelot”.
Quando, em horas de cogitação grave, entre a kaleidoscópica multiplicidade das suas colecções, n’uma cadeira de balanço, cofia as guias do bigode grisalho, assume as proporções fantásticas do Fausto, que desvenda nos livros sibilinos a fórmula cabalística de arrancar à Arte morta o segredo para a ressurreição da Arte moderna.
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Cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro Francisco Alves de Sousa
Desculpe a confusa menção a bisavô e a tio trisavô, mas ao introduzir a password a mensagem entrou, sem me dar oportunidade de a reler.
Cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Bom dia
Percebi que teria um livro muito interessante sobre os funcionarios da camara do Porto em 1894, como
tinha um tio trizavo, Antonio Augusto Alves de Souza que fazia parte dessa lista, vinha lhe pedir, se me
podia dar alguma informação sobre o que teria no tal livro sobre o meu antepassado.
o meu obrigado
cumprimentos
Francisco Alves de Sousa
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Bom dia
A sua mensagem fez-me pensar que ainda não teria a resposta que só agora li.
Muito obrigado, fiquei muito satisfeito.
Cumprimentos
Francisco Alves de Sousa
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Esse seu antepassado é o mesmo que está no cemitério de Agramonte, quase à entrada, num mausoléu com busto?
Cumps
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Boa tarde, sim é esse mesmo, em 1894 devia ser já algo idoso, uma vez que já consta a sua assinatura no aviso a população da chegada do rei à cidade do Porto para ver a exposição no palacio de Cristal em 1865.
Essa busto tem um texto de uma Senhora Espanhola que seria a sua namorada.
Pouco ou nada sei desses antepassados uma vez que o meu pai e avo nada me falavam sobre eles.
Porém gostariam de fazer pequenas colecções como diz o texto, assim como eu gosto nos dias de hoje, factor
herditário.
cumps
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Muito obrigado pelo esclarecimento.
FQ
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
De nada , estive a ler o seu topico sobre cemiterios. Muito interessante.
cumprimentos
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Obrigado.
Talvez daqui a alguns anos o busto do seu antepassado seja referido nalguma publicação sobre Agramonte. É muito provável, mas seguramente que não para já
Cumps
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro confrade,
Ficaria muito agradecido se me pudesse transcrever a nota referente a António José Lucas Sobral.
Muito obrigado.
Cumprimentos,
MFGR
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro Confrade
Aproveito esta oportunidade única para igualmente lhe pedir os textos que tem sobre os seguintes meus parentes:
-António Carneiro Santos
-António Machado.
Fico-lhe muito grata.
Maria Carneiro
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto - 1894.
Cara Maria Carneiro
O texto sobre António Carneiro Santos aparece no Índice com a indicação de que estaria no segundo volume, página 27, o que não corresponde à realidade. Aparece, no entanto, um A. P. C. S, na página anterior, que deve ser o seu parente. Agradecia que me respondesse a confirmar se existiu um nome ou um apelido começado por P entre António e Carneiro.
Aqui estão os textos:
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A. P. C. S. [António P(?) Carneiro Santos]
Uma cantárida de praia que os adstringentes marítimos irritam.
Os camarões fogem-lhe porque, em toda a electricidade, os pólos do mesmo nome se repelem. Não há berbigão que o morda, nem marafona que o desconheça.
Camões do Rossio, cantando o Padre Martinho, teve a antevisão d’este Martinho sem tonsura.
Se não é um fado imposto por leis imutáveis, é um faro a que se não foge, estuante numa narina de raça.
Na Roma dissoluta teria sido um gladiador levado nos escudos das cortesãs seminuas; no Porto decadente, e n’este “fin de siècle” pelintra, é um dos poucos a quem, dengosamente, as mulheres dizem ao passar: “suivez moi, jeune homme”!
E o caso é que, sempre que uma saia o cobre, ele vai de balão por esses ares fora, a perder de vista, até que um vento o pousa no recenseamento político, ou uma aragem o impele para as gratificações gordas!
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Nota manuscrita:
Milão de Crotona em sobrecasaca.
Sultão das huris de meia coroa, namoro da última das onze mil virgens.
Catão avariado, começou-lhe o gorgulho pela barriga.
Eu, só eu, sempre eu e depois o dilúvio..
Discípulo do Seixas.
Primum mihi, secundum mihi, et tercium mihi.
Planeta fixo que girando unicamente sobre si mesmo, obriga os outros a girar dentro da órbita que lhes marcou à sua volta.
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A. M. [António Machado]
Tabela de reduzir as antigas medidas portuguesas às estrangeiradas subdivisões do sistema decimal.
Arte de crismar um arrátel em 459 gramas, um côvado em 66 centímetros e um quartilho em 53 centilitros.
Rosa dos ventos para indicar de que lado sopra... a usura dos tendeiros a retalho.
Fiel da balança para equilibrar o dinheiro de quem compra, com a honestidade de quem vende.
Quando o equilíbrio se rompe, se o freguês apita vai preso. Foi por este meio sensato e prudente que se impediu andasse a cidade toda, desde que nasce o sol até que desponta a lua, a gritar: “Aqui d’el-rei!” pelas ruas.
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Cumprimentos.
Manuel.
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto - 1894.
Caro M. F. G. R.
Eis o que consta:
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A. J. L. S. [António José Lucas Sobral]
Óculo de ver navios que estragou as lentes... na gaveta.
Debruçado sobre um planisfério conhece todas as ilhas e canais, todos os cabos e todos os baixos, desde a ilha do Mastro, na rua da Saudade, até à ilha da Mândria, no Celeste Império; desde o canal digestivo até ao caneiro dos banhos; desde o cabo Antunes até ao cabo de vassoura; desde o baixo Meroles, até ao baixo Império.
Em mares, é como um compêndio de geografia, descreve-os todos, desde o mar-melo até ao mar-manjo.
Quando, na rota de Vasco da Gama e de Américo Vespúcio, o gajeiro gritava “terra”, a tripulação encomendava-se a Deus, porque já sabia que tinha rombo pela proa. Mas nunca foi a pique, nem deu à costa.
Tarde e a boas horas, é que deu as costas ao mar; mas não tão tarde que não desse fundo em terra firme.
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Cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto - 1894.
Caro Confrade Manuel
Muito obrigada pelos textos, que têm imensa graça. Não posso confirmar o que me pede, pois para já só tenho indicação de que se chama António Carneiro Santos.
Cumprimentos.
Maria Carneiro
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Pode enviar-me a transcrição do registo relativo a Albano Miranda Lemos?
Tenho muita curiosidade em saber o que diz, dado que é meu trisavô (Albano ML-> Arthur ML -> Eduardo SPCML -> Eduardo GML -> João ML)
Muito obrigado
João Miranda Lemos
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro João Miranda Lemos
Aqui vai:
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A. M. L. [Albano Miranda Lemos]
Tira teimas judicial. No escritório todos têm razão, nos autos só o seu cliente.
Às vezes a sentença dá o contrário, mas a culpa... é do juiz. O que sai sempre a favor... são os preparos. Há apelação para tudo... menos para os salários; para estes “quod dixit dixit”. Já assim era nos tribunais de Caifaz.
Como os camaristas de semana, traz em serviço a comenda de Cristo; mas abafa-a... por causa da porta; esta desceu as escadas da Mordomia-mor para subir depois as do paço ao beija-mão da confirmação. A de Carlos 3.º areja-se no 1.º de Dezembro, para assistir ao bodo da Associação Liberal; a do 33 escocês só irradia nos manejos tenebrosos dos calenderes; a da Rosa, com todos os seus perfumes e espinhos, dava-se a cheirar nos camarins às narinas da beneficiada, e fazia continência às coristas que lhe apresentavam armas; a do Santo Sepulcro, por a sua designação fúnebre, já está, desde muito, atarraxada à casaca da eternidade. A do pingo ornamenta-lhe o peitilho da camisa. As outras, que não cabem na casaca, vão à mão, n’uma saquinha de missanga.
Arremeda o Duque d’Ávila em veneras, e em foros de fidalguia, porque Diogo Álvares atestou que este sabia gramática.
N’uma coisa só compromete os seus foros: ser cavaleiro três vezes e não ter sequer um burro!
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Se não sabe o que eram os calenderes, poderá ver na Net um livro de Sampaio Bruno onde existe alguma informação. N’O Tripeiro constam, sobre o assunto, um artigo de A. Justino Ferreira, intitulado Os Calenderes da Maia no Porto (Série V, Ano VI, p. 17), e uma pergunta, não sei se com resposta (Série I, Ano II, p. 434).
Cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Prezado manuel
Muito obrigado pela sua informação sobre Albano de Miranda Lemos.
O texto dá uma versão muita engraçada e enquadra-se bem no que sei sobre ele.
Já agora: Albano de Miranda Lemos (AML) vivia na Rua da Picaria nos 109 e 111, casa que adquiriu em meados do século XIX (paga com os tais honorários que não admitiam discussão). Entretanto os números mudaram. Alguém sabe dizer algo sobre a mudança de numeração das casas do Porto?
Encontra-se registo de AML enquanto procurador. Por exemplo, na qualidade de procurador da Câmara do Porto assinou, em conjunto com o procurador do Mosteiro de S. Bento, um documento requerendo a expropriação do edifício deste convento, com vista a ali se construir a estação de S. bento. Foi também procurador de Manuel Pinheiro Alves e, na véspera do julgamento do processo de adultério que este moveu a Ana Plácido e Camilo Castelo Branco fez distribuir, entre algumas famílias notáveis do Porto, cópia do panfleto "O que é o Porto", que levara Camilo a fugir da cidade anos antes (isto é referido no "Romance de Camilo" de Aquilino Ribeiro, mas julgo que a fonte primária é "Os amores de Camilo de Alberto Pimentel, pp 260-262 mas que não consegui ainda encontrar).
Para além da actividade forense, AML foi um dos fundadores do Club Portuense e esteve ligado à criação da primeira escola para surdos-mudod do Porto.
Agradeço-lhe uma vez mais a sua informação e peço-lhe que, se alguma vez os seus olhos cairem sobre uma referência a AML, que ma transmita.
Com os meus cumprimentos
João Miranda Lemos
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro João Miranda Lemos
Fui consultar um Almanaque portuense que possuo, destinado ao ano de 1854, e o seu Albano de Mirando Lemos (sic) lá aparece, já como funcionário da Câmara, integrado no Ramo Forense desta, na qualidade de Procurador.
Nessa época morava no n.º 192 da rua da Picaria, o que talvez solucione o seu problema.
Quanto à informação sobre ter sido procurador do Manuel Pinheiro Alves, não perca tempo a procurá-la nos Amores de Camilo, de Alberto Pimentel, pois não é lá que ela consta, mas no livro de Sousa Costa, Camilo no drama da sua vida (Porto, 1959).
É nessa obra, nas páginas 261 e 276, que encontrará as citações que procura.
Mais adiante, na página 358, surge então a referência ao folheto distribuído na véspera do julgamento.
Sousa Costa, descrevendo o artigo com que O Nacional havia censurado o expediente dos parciais do autor do processo, escreve:
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O Nacional levanta-se em indignado protesto contra o folheto tendencioso, e aponta à execração pública os “grandes miseráveis”, autores da maquiavélica façanha. Marca a fogo o criminoso intento da “folha volante” que, desta maneira, “procura indispor o ânimo dos jurados contra os Réus”. Lamenta que “um procurador como o Sr. A. Miranda de Lemos se não envergonhasse de subscrever as cintas do papelucho”, remetido a meio mundo. E dando à voz a tonalidade grave da profecia ditada no limiar do santuário, apregoa, sempre no tom da repulsa:
“Amanhã o enérgico advogado J. Marcelino de Matos saberá castigar os grandes miseráveis.”
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Presumivelmente, o autor do artigo citado por Sousa Costa seria Evaristo Basto e, como se verifica, a fonte primária sobre a participação do seu antepassado na distribuição do folheto é um número d’O Nacional, de 14 de Outubro de 1861, já que o julgamento ocorreu a 15.
Cordiais cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro mtt,
Gostaria de conhecer o texto sobre Evaristo Nunes Pinto.
Muito obrigado pela partilha.
Cumprimentos
Taxi Project
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro Taxi Project
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E. N. P. [Evaristo Nunes Pinto]
A máxima actividade na máxima galinha. Lá fora seria um imortal, aqui não passa d’um fura-vidas.
Máquina piloto de todas as invenções, Vesúvio de projectículos, Niagara de projectões, vive n’uma fervura permanente a que serve de válvula de segurança o desabafo da verborreia.
A ubiquidade em bicicleta.
Quando escapou do descarrilamento da Alheira, a Junta d’Obras teve o Senhor exposto.
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Nota manuscrita:
Antony da viação a vapor; pôs em verso as máquinas febris.
Subiu levantado n’um castelo de palavras, mantém-se n’um trapézio de sindicatos.
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Muito provavelmente o substantivo Galinha quererá exprimir má sorte, e Antony era o nome do protagonista de uma peça de Alexandre Dumas (pai), estreada em 1831 e assim também intitulada. Esta personagem é frequentemente citada na literatura portuguesa do séc. XIX como paradigma do sedutor da mulher casada, no quadro em que a infidelidade conjugal conduz a desfecho trágico.
Cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Muito obrigado mtt.
A minha pesquisa é no sentido de saber se esre ENP é a mesma pessoa ligada à implementação do "carris de sistema americano" em Portugal. Tudo indica que sim... mas ... não fazia ideia que tivesse sido, também, funcionário da CMP.
Um abraço
Taxi Project
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro João Miranda Lemos
Conseguiu entretanto algo mais sobre a ascendência de Albano Miranda Lemos?
Caso não se recorde, interessa-me a sua ascendência por estar a estudar a genealogia da Família em que casa uma irmã dele de nome Júlia Clemência.
Cumprimentos
Luís Soveral Varella
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Olá
Albano de Miranda Lemos (que é meu trisavô em linha varonil) tinha três irmãs:
Maria Emília, Emília, Antónia e Júlia Clemência.
Maria Emília casou com Luís Ferreira de Sousa Cruz (fundador da fábrica "Fundição do Ouro" que desempenhou uim papel importante no período da chamada Arquitectura do Ferro), filho de José António Ferreira de Sousa Cruz e de Maria Rosa Ferreira. Tiveram uma filha chamada Ana Júlia, nascida erm 30 de Setembro de 1864, que foi baptizada em 5 de Dezembro do mesmo ano. A pequena Ana Júlia teve como padrinhos Domingos Pinto de Faria e Dona Ana Joaquina d'Almeida e Silva Faria, representados pelos tios (de Ana Júlia) Jerónimo Antónioo de Faria e D. Jùlia Clemências de Miranda Faria (referida na sua mensagem).
Emília Casou com o seu cunhado António Alfredo de Sousa Dias, depois deste enviuvar.
António que foi casada com o dito Sousa Dias.
Júlia Clemência, casada com Jerónimo António de Faria, Bacharel em Medicina, e que faleceu em 5 de Janeiro de 1915 em Vila Flor.
Albano de Miranda Lemos era filho legítimo de Luís de Miranda Lemos, natural da Freguesia de S. Salvador de Unhão, próximo de Barrosas, Arcebispado de Braga, e que faleceu em 17 de Junho de 1844 com 51 anos incompletos. A mãe era Maria Delfina Pereira de Miranda, natural da freguesia de Lamarosa, Concelho de Tentúgal, Comarca de Coimbra e que faleceu no Porto em 11 de Novembro de 1894.
Luís de Miranda Lemos era filho de Francisco de Miranda Lemos, de Felgueiras, Unhão, e de sua mulher Maria José Pereira, de Fafe, Moreira do Rei.
Se me enviar uma mensagem para o meu email jlml(a)inesc.pt poderei enviar-lhe um esquema com as relações familiares do meu trisavô e mais alguma informazção.
Cumprimentos
João Miranda Lemos
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto - 1894.
Caro confrade MTT,
Cumprimentos
Desculpe-me a pergunta. Pediu o pequeno texto relativo ao ANTONIO JOSE LUCAS DO SOBRAL apenas por
curiosidade ou fê-lo porque há alguma relação de parentesco entre os dois? Ponho-lhe a questão porque
estou a pesquisar os LUCAS DO SOBRAL,de quem ainda sou parente, e gostava de saber se o confrade tem
alguma informação sobre a familia.
Sei que este assunto é de 2010, mas tenho esperança que me responda.
Abraço
Francisco Mota Lopes
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto - 1894.
Caro Francisco Mota Lopes
Lamento só agora lhe responder, mas não pude fazê-lo antes, por caprichoso amuo do computador.
Na realidade, não devia ter-se dirigido a mim, que nada posso adiantar sobre o seu parente. Se reler as mensagens que a ele se referem verá que não fui eu quem pediu o texto mas, pelo contrário, fui quem o enviou.
Com os melhores cumprimentos,
Manuel.
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto - 1894.
Caro confrade
Fiquei realmente com essa sensação quando enviei a mensagem,mas decidi aguardar, até porque, como lhe disse,
o assunto já não era novo. Fico-lhe muito agradecido por ter respondido, foi muito amável. Vou então dirigi-la ao
confrade que lhe solicitou o texto. Espero ter sorte . Desejo-lhe muitas felicidades.
Abraço
Francisco Mota Lopes
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Caro confrade
cumprimentos.
Sei que o tema não é novo, pois data de 2010, mas a verdade é que só recentemente o consultei. Gostaria de saber se pediu o
texto relativo ao ANTONIO JOSÉ LUCAS DO SOBRAL apenas por curiosade, ou se foi porque tem com ele laços de parentesco.
Ponho-lhe a questão porque, casualmente, é uma das familias que estou a pesquisar, já que tenho ligações familiares c/ os Luca
do Sobral. Como, possivelmente, temos o mesmo propósito, agradecia que me contactasse para trocarmos informações sobre o
assunto.
Muito grato
Francisco Mota Lopes
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RE: Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Boa Noite,
Gostaria muito de saber qual o texto atribuído a Claudino Fernandes Reis, que penso ser meu tetravô.
Agradeço desde já toda a atenção dispensada,
Ana Reis
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto ‒ 1894.
Cara Ana Reis
Aqui vai o que consta:
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C. F. R. [Claudino Fernandes Reis]
“O Milhundres”.
Abdómen faraónico, d’uma grandeza egípcia, d’uma rotundidade cosmográfica, tem sempre em xeque o matadouro e a urna.
Anti-calipedicamente obeso, move-se como o mundo: em rotação; por translação nem sempre. Para este movimento emprega dois eixos: o vertical representado pela bengala, e o horizontal pelo charuto; com o primeiro rebola os países baixos e as regiões adjacentes até ao umbigo, com o segundo move o cachaço e as freguesias suburbanas do mesmo hemisfério até ao mesmo orifício. Se o charuto fumega, vai em viagem de recreio; se é a bengala que ginga, transporta mercadorias.
Como o peixe, vive pelas barbatanas, em duas águas: a fria para extinguir rescaldos, a quente para temperar resfriados.
Dá-se mal em terra; a farda abafa-o, o capacete esquenta-o; à vontade, senhor de si, só dentro do calção curto e da camisola sem mangas, mergulhado como a foca nas corcovas da onda mestra.
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Milhundres ‒ no texto grafado em itálico, que aqui é forçoso substituir por aspas ‒ era a alcunha de um oficial miguelista, João Nunes Borges de Carvalho, reproduzindo defeituosamente o nome da freguesia onde residia, Milhundo, no concelho de Penafiel. Passada a época da Patuleia, em que desempenhou um pequeno papel de guerrilheiro, veio a ser, em 1848, extraditado de Vigo e condenado por emissão de letras falsas, e mais tarde, em 1860, condenado ao degredo por roubo de igreja.
Fui ver na Internet se havia algo que permitisse compreender por que motivo foi citado. Encontrei-o no blog Penafiel Terra Nossa, que publica uma fotografia dele, imagem que leva a pensar que talvez tenha sido a “rotundidade cosmográfica” que o promoveu a qualificativo do seu tetravô.
Este seu antepassado não seria familiar de um Manuel Francisco Fernandes Reis, jornalista?
Cordiais cumprimentos,
Manuel.
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Muito boa noite (de Natal :)
Nem imagina como ficaria agradecida se me pudesse transmitir o que nessa obra vem escrito a prop]osito de Augusto Cândido Ramos, meu bisavô.
Grata pela atenção
Os meus cumprimentos
Manuela Ramos
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1907/N1024/N1024_master/N1024.pdf
página 124 foto do seu bisavô. O escultor Soares dos Reis, do Porto, fez um medalhão retrato de Cândido.
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Funcionários da Câmara Municipal do Porto − 1894.
Cara Manuela Ramos
Aqui vai o que pediu:
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A. C. R. [Augusto Cândido Ramos]
Bíceps d'aço, como o dos atletas romanos que subjugavam leões, mas sensibilidade lacrimal exagerada, como a das cozinheiras que cheiram alho.
O seu alho é o patriotismo, a "degringolade" de tradições e de brilhos, o ruir das consciências mordidas pelo caruncho, a baixeza tornada em meio de elevação. Caim arvorado em exemplo de fraternidade, as celebridades apregoadas pelo chocalho do ridículo, e o homem ‒ paródia torpe do bugio ‒ a fazer do jumento o mais injuriado dos animais, e do porco o mais limpo dos espelhos!
Em verdade é alho…. até para uma açorda!
Augusto, como o maior dos césares do maior dos impérios, seria uma metralhadora de fogo contínuo se, cândido como a cristalização do seu nome, não tivesse a paciência exemplar que vai desde a dor de cotovelo até à cólica do medo. E digam que há logica nos nomes! Podia ser Catilina às portas de Roma, e é Hércules aos pés de Onfale! Não fia, mas bate o queixo. "Homo duplex", como no ritual católico.
Pelo primeiro aspecto, depois de Cristo crê em Robespierre, deste por derivação colateral em Chagas Mafoma, e deste ainda por afinidade electiva em Messias Heliodoro.
Pelo segundo, é uma bicha de sete cabeças que se esgueira entre as pernas do general Mil Homens.
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Nota manuscrita:
Hércules em repouso.
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Os derivados de Robespierre eram João Chagas (1863-1925), republicano da ala revolucionária, e Heliodoro Salgado (1861-1906), precursor do anarquismo, ambos jornalistas que residiram no Porto.
O Mil-Homens talvez fosse Arnaldo Barreiros Mendes, célebre cocheiro da época, assim alcunhado.
Cordiais cumprimentos,
Manuel Cravo.
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