Carlos António, Conde de Hundal ou Hendal

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Carlos António, Conde de Hundal ou Hendal

#166444 | ngipedroso | 03 set 2007 19:16

Caros confrades,

Alguém tem alguma informação sobre Carlos António, Conde de Hundal ou Hendal ou Hendel, que veio para Portugal integrado nas tropas de Wellington durante as Invasões Francesas e casou com Maria Cândida de Saldanha, da Golegã e seria vivo ainda por volta de 1820?

Agradecimentos antecipados,
Norberto Pedroso

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Carlos António, Conde de Hundal ou Hendal

#384215 | jfariaferreira | 06 set 2017 17:37 | Em resposta a: #166444

Caro confrade,

Venho dez anos atrasado, mas deparei-me agora com esta sua pergunta.
Para além de uma questão que me surgiu (onde leu que veio para Portugal com as tropas de Wellington?), posso dizer-lhe o que sei:

- Na Gazeta de Lisboa de 5 de Novembro de 1811, vem o aviso de que “Carlos Antonio, Conde de Hendel, natural do Tyrol, tendo casado occultamente, em Cadix, com a Senhora D. Maria Candida, filha mais velha do Sr. Saldanha da Golegã, manda fazer publico este seu casamento para satisfação da família de sua esposa.” Sabemos pois que terá casado antes desta data, em Cádiz, Andalusia, Espanha, com a dita Maria Cândida; e que será natural da região do Tirol, Áustria.

- Teve com a D. Maria Cândida de Saldanha (Hendel), pelo menos dois filhos, que casaram: Carlos António Hendel de Saldanha & Maria Inácia Hendel de Saldanha.

- Após uma procura mais profunda, descobri que há uma família de nobres do Tirol de nome Hendl (aliás, de nome Graf Hendl / Graf von Hendl, que se traduz literalmente para Conde de Hendl): penso portanto que Carlos António pertença a esta família.
- Encontrei apenas um Carolus Antonius nascido no Tirol desta família, pelo menos que haja informação. Foi batizado em 12 de Maio de 1800 como Carolus Antonius Ludovicus Josephus Pancratius Graf von Hendl zu Goldrain und Maretsch. O problema que surge rapidamente aqui é que se casou em 1811, ou antes, teria 11 anos de idade, ou menos... De momento, para resolver este problema vou ter que procurar o óbito em Portugal do dito Carlos António, e confirmar se não fizeram um assento do seu casamento em Portugal (talvez na Golegã?).

Sem mais a acrescentar, espero que com esta mensagem este tópico ganhe alguma vida, com a ajuda de outros confrades.

Com os melhores cumprimentos,
João António Faria Ferreira

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#384233 | ngipedroso | 07 set 2017 13:21 | Em resposta a: #166444

Caro João António Faria Ferreira,

É claro que a sua resposta é muito bem-vinda, aliás antes tarde que nunca.

O que diz corresponde com o que já sabia e penso estar correcto, agora com as seguintes ressalvas:

- Quando me referi à vinda de Carlos António com as tropas de Wellington seria mais adequado dizer que há factos que sugerem ter de algum modo com elas colaborado durante o período que esteve em Portugal, já que gozou da protecção das autoridades inglesas nessa altura.

- Não tenho conhecimento de prova do casamento de Maria Cândida com Carlos António em Cádiz, apesar das várias diligências no sentido de a encontrar que sei terem sido feitas. Contudo há evidência documental do pai de Maria Cândida ter solicitado ao Patriarcado de Lisboa a anulação desse casamento.

- Apesar de Carlos António se declarar como Tirolês e baptizado na Catedral de Bolzano não pode ser
o Carolus Antonius que foi Graf von Hendl, como muito bem, diz por óbvia incompatibilidade de datas.

- É provável que Carlos António não tenha falecido em Portugal a avaliar por declarações de Maria Cândida, que aliás a partir de certa altura se declara viúva.

- Houve continuidade nas gerações resultantes desta união até aos nossos dias, em particular no que se referiu a um conhecido jornalista, Haendel de Oliveira, já falecido e meu colega no Liceu de Passos Manuel, na década de 50 do século passado ( já sou muito antigo...), aliás sem nenhum de nós saber da ligação familiar que tínhamos, um quinto avô comum.

Tudo isto e muito mais pode ler na esplêndida obra da Dra. Alice Lázaro intitulada "Napoleão andou por aí" editada pela Chiado Editora em 2016.

Já agora e por mera curiosidade e se ma permitir, porquê o seu interesse por este assunto?

Com os mais cordiais cumprimentos,
Norberto Pedroso

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