Casa Real de Italia
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Casa Real de Italia
Caros Amigos
Agradeço vossa opinião sobre a actual legitima Chefia da Casa Real de Italia. Vitor Emanuel ou Amadeo, Duque de Aosta?
Um abc
Zé Tomaz
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RE: Casa Real de Italia
Caro Zé Tomaz,
A não ser que o duque de Aosta tenha alegado que, pela sua conduta pessoal, Vittorio Emanuele tenha perdido os seus direitos - o que ignoro e não comento - a legitimidade deste último parece-me indiscutível.
Mas, se bem entendi, a questão é outra. O duque de Aosta vem alegando que o casamento de Vittorio Emanuele com Marina Doria não foi devidamente autorizado pela Casa Real e, assim, teria carácter morganático, isto é, os direitos dinásticos não poderiam ser transmitidos aos filhos, neste caso ao príncipe de Veneza, Emanuele Filberto e assim, falecido Vittorio Emanuele, a chefia da Casa Real Italiana recairia nos duques de Aosta.
Confesso que desconheço totalmente os usos a praxis ou constituições da Casa de Sabóia e também as circunstâncias concretas do casamento com Marina Doria mas o bom senso diz-me que, sendo à data o rei Umberto vivo - e viveu longos anos depois disso - a autorização do Chefe da Casa foi, no mínimo, implícita.
Por outro lado Amedeo d'Aosta tem um passado de atitudes pouco pacíficas, por exemplo, quando se permitiu criticar um casamento na Casa do Luxemburgo quando tinha um caso semelhante bem mais próximo na sua família.
Com os meus cumprimentos,
Fernando Aguiar
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RE: Casa Real de Italia
Prezado Senhor Fernando Aguiar,
a questão é muito mais complexa. O Duque de Aosta NUNCA alegou que o casamento de Vittorio Emanuele é o impedimento para que VE seja o Chefe da Casa Real da Itália. O que o Duque de Aosta proclama é que antes de voltar do exílio Vittorio Emanuele tenha assinado documentos desistindo de buscar a restauração da Monarquia na Itália.
Além disto há a actuação vergonhosa de Vittorio Emanuele antes de se casar com Marina Dória quando ele se auto-proclamou Chefe da Casa Real e simplesmente depôs o próprio pai que estava muito vivo. Vittorio Emanuele depositou os documentos em cartório em Genebra e eu tenho estes documentos em italiano.
E acho que o Senhor faz confusão entre o Duque de Aosta et o Duque de Bourbon-Parma que sim criticou um casamento na Casa do Luxemburgo.
Atenciosamente,
Alberto Penna Rodrigues
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RE: Casa Real de Italia
Caro Alberto Penna Rodrigues,
Fiz de facto confusão entre o duque de Bourbon-Parma e o duque de Aosta. Sem qualquer reserva, agradeço-lhe que me tenha corrigido.
Encerrado esse ponto, permita-me que me cite:
« A não ser que o duque de Aosta tenha alegado que, pela sua conduta pessoal, Vittorio Emanuele tenha perdido os seus direitos - o que ignoro e não comento - a legitimidade deste último parece-me indiscutível. »
Vou então explicar: ignoro, isto é, não sabia, que o duque de Aosta tinha invocado a perda dos direitos dinásticos de Vittorio Emanuele devido à sua conduta pessoal. E - essa matéria, esse assunto, esses pormenores - não comento, isto é, não quero discutir.
Citando-o agora a si:
« a questão é muito mais complexa. O Duque de Aosta NUNCA alegou que o casamento de Vittorio Emanuele é o impedimento para que VE seja o Chefe da Casa Real da Itália. »
Apreciei especialmente o NUNCA sublinhado porque eu NUNCA disse que o casamento afectava direitos de VE. Disse sim que o casamento, segundo o duque de Aosta, afectava direitos de EF, Emanuele Filliberto, príncipe de Veneza para os não íntimos com estas coisas da realeza.
Como já (re)disse, não quero discutir o comportamento de VE - também já começo a ficar íntimo - nem antes do casamento nem mais recentemente mas a sua classificação de vergonhosa, bem estribada em documentos depositados, o que melhor o qualifica para pronunciamentos do campo ético, leva-me a consultá-lo, como perito, numa questão em que até aqui ainda não tinha pensado.
O generalíssimo Franco, em vida do conde de Barcelona, depô-lo nomeando o filho herdeiro da Coroa. Fê-lo, designadamente, alegando a sua incapacidade política, possível tendência para abuso de bebidas alcoólicas e até a sua incapacidade como pai, referindo-se à morte de D. Alfonso. Como classificaria o prezado confrade os comportamentos, activo do 'caudillo' e passivo do príncipe?
Com os meus cumprimentos,
Fernando Aguiar
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RE: Casa Real de Italia
Caro Alberto Penna Rodrigues
Tenho a ideia que o Duque de Aosta contesta a legitimidade de Vittorio Emanuele pelas seguintes razões:
a) Deposição do próprio pai.
b) Casamento com uma plebeia, o que é contra às interpretações mais estritas das leis da monarquia Italiana.
c) Pela assinatura de documentação que o impede de ter qualquer papel político na Itália, o que implica a desistência de buscar a restauração da Monarquia na Itália.
d) Pelo seu envolvimento em redes de prostituição de luxo em hotéis num enclave italiano nas margens de um lago suíço.
Pessoalmente acho que tem toda a razão. Tentar restaurar a Monarquia Italiana com um proxeneta, que depôs o pai, casado irregularmente, face às leis da monaquia que representa, e que ainda por cima vendeu-se à república Italiana com uma espécie de abdicação, o que é uma a sentença de morte da Monarquia Italiana, é completamente ridículo.
Felizmente para os italianos existe o Duque de Aosta!
Haja decência na instituição Monarquica, que não é o cabaret da coxa!
Penso que o Duque de Bourbon-Parma criticou o casamento do actual grão-duque do Luxemburgo com uma senhora cubana. A casa do Luxemburgo tinha perdido a varonia para a casa de Parma. O que daria ao Duque de Bourbon-Parma uma autoridade na aprovação dos casamentos dos grã duques do Luxemburgo. Só que os tempos são outros e os grão-duques passaram a ignorar de vez o Duque de Bourbon-Parma, voltando a usar o nome de família anterior à quebra de varonia.
Se não me engano este Duque de Bourbon-Parma também se envolveu numa polémica, uma vez que cedeu o seu sémen para um amigo com problemas de fertilidade.
Melhores cumprimentos
Marmello
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RE: Casa Real de Italia
Marmello,
Mas o que é isto...??
Já não há decência, nem moderação na linguagem. Uma coisa é falar em privado; outra é escrever...desta "forma".
Melhores cumprimentos,
Artur Camisão Soares
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RE: Casa Real de Italia
"Disse sim que o casamento, segundo o duque de Aosta, afectava direitos de EF, Emanuele Filliberto, príncipe de Veneza para os não íntimos com estas coisas da realeza."
O Duque de Aosta NUNCA disse isto!
Um texto que escrevi em 2001. Vittorio Emanuele é Rei da Itália desde Dezembro de 1969......:
est-ce que le mariage entre le Roi Vittorio Emmanuele IV d'Italie et
la Duchesse de S. Anna di Valdieri peut être considéré morganatique?
En effect, c'est un apecte triste, et on peut dire, même sordide,
celui de ce titre...
En decembre 1969 le Roi Umberto II d'Italie à appellée le Duc d'Aosta
chez lui à Cascais, au Portugal. Très probablement le Roi Umberto II
voulait faire le Duc d'Aosta son Héritier car c'était imminent le
mariage entre le prince Vittorio Emmanuele et Marina Doria Ricolfi.
En sachant que son cousin était allé au Portugal, le prince Vittorio
Emmanuele s'est proclamé Roi Vittorio Emmanuele IV et a écrit deux
décrets. Dans le prémier il affirmait que son père avait
"illégitimement" appellé le referendum de 1946 car la Monarchie ne
dépend pas de l'avis populaire et que "la sua partenza per l'esilio
constituiscono inequivocabilmente abdicazion al regno" son départ
vers l'exil constituait sans doûte une abdcation au trône. Il a signé
Roi Vittorio Emmanuele IV et a ait deposer le document chez des
avocats à Génève.
Le jour suivant il écrit un autre document:
"Noi Vittorio Emmanuele IV Re d'Italia...decretiamo: A Marina Doria
Ricolfi è conferito il titolo di duchessa di S. Anna di Valdieri.
Dato in Ginebra addì 16 dicembre dell'anno 1969"
"Nous Vittorio Emmanuele IV Roi d'Italie...decrétons: à Marina Doria
Ricolfi est conféré le titre de Duchesse de S. Anna di Valdieri.
Génève le 16 décembre l'année 1969"
C'est sans doûte à cause de cette façon honteuse de se porter que le
Roi Umberto II s'est fait enterrer avec il "sigillo" royal (sigillo
est le timbre royal, lequel était nécessaire pour le Roi regner....)
Les plus grands juristes et histories d'Italie considèrent que si la
monarchie sera rétablie en Italie ce sera alors une monarchie
"instaurée" pas restaurée, c'était celle là le message de Umberto II
avec laquelle la princesse Maria Gabriella di Savoia est d'accord.
Et voilà pourquoi Umberto II a laissé aussi le si important coulier
de lÁnnunziata à l Autel de la Patrie. Le Saint Sudaire u Vatican,
les archives historiques des Savoies au gouvernement italien. la
résidence à Hautecombe aux moines Benedettins...
C'est vraiment pittoyable qu'un fils ait voulu faire de la sort avec
son père. Il a rompu avec la tradition millénaire des Savoias par les
beaux yeux (qu'on ne voit jamais, pourquoi elle porte toujuors des
lunnettes???) de la "Duchesse de S. Anna di Valdieri"
Source, parmi d'autres: "Umberto II" par Gigi Speroni, 1992, Riscoli
Libri, Milano
ps: une chose est sûre, Vittorio Emmanuele a été influencé par
"quelqu'un"...
Cumprimentos,
Alberto Penna Rodrigues
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RE: Casa Real de Italia
Aconselho também a leitura da biografia de VE:
Titolo Bassezza reale. Biografia di Sua Altezza Vittorio Emanuele di Savoia principe di Napoli
Autore Bruto Lucio G.
Prezzo € 15,00
Prezzi in altre valute
Dati 2006, 191 p.
Editore Kaos
Alberto Penna Rodrigues
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RE: Casa Real de Italia
Zé Tomaz,
Eu...? Por vezes...lol
Aquele abraço,
Artur
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RE: Casa Real de Italia
Eu disse-te muito puritano uma vez que pareceu-me que ficaste indignado com a linguagem "pão pão queijo queijo" utilizada pelo nosso amigo Marmelo... Não é razão para isso Artur, ele disse umas verdades.
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RE: Casa Real de Italia
Não digo que não. Mas há maneiras...e maneiras. Senão corre-se o risco do tópico descambar para a "asneira": enfim, nada que não saibamos. Evidentemente que não sou um CENSOR.
Seria muito aborrecido!
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RE: Casa Real de Italia
Caros Confrades
A posição e os fundamentos desta, de SAR o Duque de Aosta estão claramente expressos nas comunicações que se podem ler em
www.realcasadisavoia.org/
Em contraponto temos www.disavoia.it , mas sinceramente esta não tive "tempo" para ler.
Mas parece-me que o texto contemporaneo do nosso confrade Alberto Penna Rodrigues resume a história.
Jorge Raposo de Magalhães
não sei se se podem mandar links, se não peço desde já desculpa ao Geneall.
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