2.º centenário do Batalhão Académico
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2.º centenário do Batalhão Académico
Caros Confrades
No âmbito das comemorações do início das Invasões Francesas, pretendemos, um pouco ao invés, começar a comemorar e homenagear os homens que em 25 de Junho de 1808 iniciaram a revolta em terras do Mondego.
Partindo de Coimbra sob o comando de Bernardo António Zagalo, sargento de artilharia e, ao mesmo tempo, estudante da Universidade de Coimbra, o Batalhão Académico propunha-se libertar a foz do Mondego, designadamente o Forte de Santa Catarina da Figueira da Foz, do jugo dos franceses, de modo a abrir as portas aos navios ingleses que, dizia-se, transportariam para essa região as forças aliadas que nos iriam ajudar a expulsar definitivamente os invasores.
Foi com esse propósito que o Reitor da Universidade de Coimbra, encarregou Bernardo Zagalo, que partiu de Coimbra a 25 de Junho de 1808, acompanhado por cerca de 40 voluntários, 25 dos quais estudantes daquela Universidade. Este grupo dividir-se-ia em dois destacamentos, o primeiro comandado pelo próprio académico Zagalo e o segundo dirigido por António Inácio Caiola, sargento do Regimento de Peniche, seguindo cada um, respectivamente, pelas margens direita e margem esquerda do rio Mondego.
À medida que avançavam pelos campos do Mondego, passando por Tentúgal, Carapinheira, Montemor-o-Velho e as outras mais povoações ribeirinhas, foram-se-lhes juntando novos grupos homens, engrossando a fileira de voluntários.
Reunidos os dois destacamentos em Montemor-o-Velho, Bernardo Zagalo contava já com o apoio de cerca de 3.000 homens resolutos que entraram na Figueira da Foz a 26 de Junho.
A inesperada vinda destes voluntários surpreendeu os poucos franceses (cerca de uma dezena) que circulavam pela então ainda vila da Figueira, bem como o próprio governador nomeado por Junot. O factor surpresa contribuiria também para rapidamente cercarem o Forte de Santa Catarina, que servia também de depósito de material de guerra, não permitindo qualquer comunicação com o seu exterior, com o objectivo de fazerem com que os soldados ali estacionados se rendessem por falta de mantimentos.
Os soldados franceses ainda tentaram usar as munições existentes no Forte, mas os seus movimentos foram compreendidos e nenhum dos portugueses que os cercavam foi atingido. Dada a ordem de rendição aos franceses e ao seu comandante, por sinal um tenente de engenheiria português, depois de uma recusa inicial e de negociações entre ambas as partes, acabaram os franceses por capitular no dia seguinte, com a garantia da saída dos ocupantes para o sul, em direcção a Peniche (ainda nas mãos dos franceses), mas com a condição de seguirem sem munições.
Uma vez acordada e aceite a rendição pelas forças ocupantes no dia 27, Bernardo Zagalo fez arriar a bandeira francesa e substitui-la pela bandeira portuguesa, ao mesmo tempo que as salvas de artilharia avisavam a população figueirense da sua libertação. As coisas acabaram, no entanto, por não se passar tal como se tinham acertado, por manha dos franceses quanto ao facto de partirem sem munições, que entretanto haviam escondido, acabando por serem todos presos e levados para Coimbra.
Muito mais haveria ainda a dizer, pois logo nos dias seguintes seria eleita e instituída uma Junta de Segurança Pública, da qual fazia parte o insigne figueirense Manuel Fernandes Tomás. E pouco tempo depois desembarcavam no Cabedelo as forças comandadas pelo general britânico Sir Arthur Wellesley.
Deixaremos para outra ocasião esses pormenores
O desafio que aqui lançamos, ao encontro de um objectivo perseguido pelos nossos amigos da LACAM - Liga dos Amigos dos Campos do Mondego, é o de tentar encontrar os nomes dos 81 homens que da Carapinheira partiram engrossando as hostes de Zagalo.
Pensamos que existe, ou existiu, uma lista com esses nomes, mas acreditamos também que existam ainda descendentes desses bravos homens dos campos do Baixo Mondego.
Haverá por aí alguém dos Campos do Mondego que conheça e queira compartilhar essa história de um dos seus antepassados?
Melhores cumprimentos,
Filipe Menéndez
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Caro Filipe Menéndez,
Consta que um tio-tetra avô, Jerónimo Pereira de Vasconcelos, então estudante de Matemática em Coimbra, integrou o famoso Batalhão Académico a que se reporta. Acabou seus anos Marechal reformado e único barão e primeiro visconde de Ponte da Barca e seus restos mortais descansam no cemitério de Verride.
Cordialmente,
José Roberto Vasconcelos
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RE: José Roberto de Vasconcelos
Caro José Roberto Vasconcelos
Agradeço-lhe a sua pronta resposta e, se me permite, deixo aqui alguns dados mais, para os nossos Confrades, sobre este seu familiar, militar e político português que, com a devida vénia transcrevo do 3.º vol. de a "Nobreza de Portugal e do Brasil", dirigida e coordenada por Afonso Zúquete.
Nasceu em Vila Rica, no estado de Minas Gerais, Brasil, a 31-VII-1788 e faleceu (ou em Lisboa, ou em Verride) a 21-I-1875. Zúquete refere o local de falecimento em Lx., mas como viveu os últimos anos da sua vida na Quinta da Melhor Vista, em Verride, aonde o confrade diz estar sepultado, indico as duas localidades por via das dúvidas.
«Assentou praça como soldado, com 12 anos, no regimento de Cavalaria de Minas Gerais, em 9-I-1800, considerado cadete em 12 de Fevereiro seguinte. Primorosamente educado por seus pais, passou a Portugal e matriculou-se na Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, mas em 1807, quando as tropas napoleónicas invadiram Portugal, a Universidade de Coimbra, dada a gravidade da situação em que o País se encontrava, encerrou as suas portas e jerónimo de Vasconcelos retirou-se para o Porto. Formando-se ali uma companhia, composta pelos principais negociantes da cidade, foi escolhido para seu comandante. No ano seguinte transitou para a leal Legião Lusitana, onde foi promovido a tenente em 14 de Setembro e a capitão por distinção, para o Batalhão de Cçadores 12, em 15-VII-1811.»
Neste meio tempo, terá então participado no Batalhão Académico, título deste tópico, a que atrás aludimos, formado na sequência da insurreição de Coimbra e da entrega do seu governo ao vice-reitor da Universidade, Doutor Manuel Pais de Aragão Trigoso, e do governo militar a Nuno Freire de Andrade, coadjuvado pelo tenente-coronel de engenheiros e lente de matemática da Universidade Doutor Tristão Alvares da Costa Silveira. Foi sobtretudo este quem organizou os muitos académicos regressados à pressa a Coimbra, ao saberem do levantamento da população, e que se haviam incorporado num Corpo de Voluntários Académicos, prontamente armado e organizado em várias companhias de infantaria. Foi certamente a partir de uma delas que se organizou o "nosso" Batalhão Académico.
Mas retomemos a biografia de Roberto de Vasconcelos.
«Durante a Guerra Peninsular distinguiu-se nas batalhas do Buçaco, Almeida, Fuentes de Oñoro, Talavera de la Reina, San Sebastian, Badajoz, Salamanca e Arápiles, na qual apreendeu a águia que que servia de troféu à bandeira francesa do 22.º regimento. No assalto e retirada o seu batalhão sofreu tão grandes perdas, que teve de regressar a Portugal para ser reorganizado.»
«Quando em 1815 foi organizada a Divisão de Voluntários Reais de El-Rei, ofereceu-se para fazer parte da expedição e foi promovido a major para o 1.º batalhão de Caçadores, em 22 de junho. Graduado em tenente-coronel em 22-I-1818, passou a efectivo para o mesmo batalhão em 24 de Junho.»
«Um dos seus maiores feitos nesta campanha [no Brasil] foi a maneira leal e corajoasa como se comportou em Montevideu, depois de 6 meses de viagem e em guerra com o gentio dia e noite, quando o comandante da divisão resolveu aderir à causa brasileira e procurou convencer as tropas do seu comando a acompanhá-lo, fazendo-lhe as mais sedutoras promessas. Pereira de Vasconcelos interveio e conseguiu conservar unidos os seus subordinados, que, salvo poucas excepções, se mantiveram fiéis a Portugal. Durante a campanha de Montevieu (1816-1823) teve acção brilhante nos combates de Índia Morta, Pedras e Casaralvos. Terminada a campanha, foi encarregado de organizar, disciplinar e instruir dois corpos de Exército, sendo-lhe conferidos por esse serviço muitos e honrosos louvores. Sequidamente foi nomeado comandante da cidade de Montevideu, da Brigada de Libertos de Er-Rei e depois, comandante do 2.º regimento de Infantaria da Divisão.»
«Depois da proclamação da independência brasileira o Imperador D. Pedro procurou aliciar o bravo oficial, que resistiu a todas as promessas e a todas as pressões, até as de ordem militar, quando esteve iminente um combate com uma divisão brasileira, encarregad de o aprisionar.» Que lição de Lealdade à Pátria...!
Continua,
Filipe Menéndez
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RE: José Roberto de Vasconcelos
Caros Confrades
Continuando a biografia de Jerónimo Pereira de Vasconcelos
«Voltou à Metrópole promovido a coronel e comandou Infantaria 16, regimento que disciplinou esplêndidamente. Tomando posição pela causa liberal, tomou parte na guerra contra os partidários de D. Miguel, distinguindo-se especialmente na tomada de Ponte da Barca, onde, à frente do seu regimento, conseguiu desalojar a artilharia inimiga, aprisionando quatrocentos homens a 6-II-1827. Este feito valeu-lhe a comenda da Torre e Espada.»
«Quando D. Miguel ascendeu ao Trono, foi logo demitido do seu comando e preso no Castelo de S. Jorge, a 18-X-1828, donde foi removido para a Torre de São Julião da Barra em 21-I-1829, e reformado em 4 de Janeiro de 1832, mas continuando sempre preso. Foi transferido depois para as prisões de Estremoz e destas para o forte da Graça, em Elvas. Durante o trajecto entre as duas praças, no sítio da Orada, conjuntamente com os 69 presos políticos seus companheiros de desdita, os quais, pelos anos de prisão sofrida já mal podiam andar, bateu-se contra a escolta que os conduzia, a qual foi desarmada em parte, enquanto o resto se punha em fuga, apesar de o contingente ascender a mais de 100 homens. O bravo militar armou conforme pôde os seus companheiros de presídio, com as armas capturadas, e, tomando o comando da improvisada hoste liberal, seguiu com ela para Juromenha.»
«De novo restaurado o regime liberal, reingressou no serviço activo e foi alvo dos maiores elogios e galardoado com grande mercês e distinções. Foi nomeado para fazer parte da comissão criada por aviso de 9-VII-1834, que funcionou junto do Quartel General do Governo das Armas da Província da Estremadura e da comissão encarregada de liquidar as dívidas aos militares, por portaria de 14-II-1837.»
«Foi novamente reformado em 7–IX-1837, e em virtude da convenção de Chaves foi separado dos quadros do Exército, por ter aderido à Revolta dos Marechais.»
«Tendo jurado a Constituição de 1838, foi restituído à efectividade do posto que tinha quando se reformou, em 15-IV-1841, e nomeado para desempenhar as funções de chefe do Estado-Maior da 8.ª Divisão Militar em Setembro do mesmo ano, lugar de que foi exonerado em 13 de Dezembro seguinte. Foi definitivamente reformado no posto de brigadeiro, em 18-II-1842, e em 21-V-1845, foi a sua reforma melhorada no posto de marechal-de-campo.»
«Apesar de reformado, continuou a servir e assumiu o comando da 2.ª Divisão Militar em 15-I-1847. Em 3 de Maio do mesmo ano foi nomeado Ministro da Guerra, que exerceu até 12 de Agosto, distinguindo-se pelas medidas de clemência que tomou a respeito dos militares envolvidos em crimes políticos, desde o começo da revolta da Maria da Fonte. Depois da vitória de Saldanha foi mandado comandar a Divisão de Viseu, onde esteve pouco tempo. De 1847 a 1851 foi governador civil de Coimbra. Viveu os últimos anos da sua vida na Quinta da Melhor Vista, em Verride, onde hospedou a Rainha D. Maria II e o Infante D. Luís em 26-V-1852.»
«Era do Conselho de S.M.F., grã-cruz da Ordem de Isabel, a Católica, de Espanha, comendador das da Torre e Espada e de Avis, condecorado com a Cruz de Ouro das Campanhas de Montevideu, a Cruz n.º 4 das Campanhas da Guerra Peninsular, a medalha de D. Pedro e D. Maria, algarismo 8, a medalha militar de Bons Serviços e a medalha de prata de Comportamento Exemplar, etc.»
«O título de Barão [de Ponte da Barca] foi-lhe concedido por D. Maria II por Decreto de 16-XII-1845 e a mesma soberana o elevou a Visconde, em duas vidas, por Decreto de 12-X-1847.»
E deste modo aqui fica registada, a breve biografia de um dos homens do Batalhão Académico de 1808.
Filipe Menéndez
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RE: Jerónimo Pereira de Vasconcelos
Caro José Roberto de Vasconcelos
Escrevo ainda estas linhas, somente, para lhe pedir desculpa por ter saído o seu nome no título dos dois últimos conteúdos que enviei, em vez do do seu familiar Jerónimo Pereira de Vaconcelos, como eu deveria ter escrito, por ser a ele que se referia a biografia que aqui deixei.
Pela mesma razão, peço também desculpa aos estimados Confrades que eventualmente por aqui se detenham, pela confusão que a titularia do conteúdo possa ter gerado.
Quanto ao resto, excepto quando escrevo retomemos a biografia de Roberto de Vasconcelos (no primeiro conteúdo, e que seria, evidentemente, retomemos a biografia de Pereira de Vasconcelos) , em nada está errada a biografia traçada e trasladada a partir da obra coordenanda pelo Dr. Afonso Zúquete.
Melhores cumprimentos,
José Filipe Menéndez
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RE: Jerónimo Pereira de Vasconcelos
Caros Confrades
Então, será que de entre vós, e/ou de algum "forasteiro" que por aqui passe os olhos, não há nenhum descendente ou familiar dos homens que a partir de Coimbra e, sobretudo, dos Campos do Mondego --- de Tentugal, da Carapinheira, de Montemor-o-Velho, de Maiorca, de Verride, entre outras mais terras dessa região --- partiram engrossando as hostes comandadas por Bernardo Zagalo, em direcção à Foz do Mondego, para a libertarem do jugo napoleónico e abrirem as portas à entrada das forças anglo-lusas de Arthur Wellesley, que algum tempo depois aí vieram a desembarcar, entre a Figueira e Lavos?
Acreditamos que existam ainda descendentes, ou pelo menos familiares, desses bravos homens dos campos do Baixo Mondego. Será que não querem compartilhar essa história connosco, dando a conhecer o nome desses avoengos?
Ficamos aguardando a V/resposta.
Melhores cumprimentos,
Filipe Menéndez
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RE: Jerónimo Pereira de Vasconcelos
Caros Confrades
Na ausência de novos comentários, prossigo com alguma bibliografia sobre este período histórico. Envolvendo, designadamente, a revolta de Coimbra e o levantamento que abarcou as gentes do Baixo Mondego, até à tomada do Forte de Santa Catarina.
Sobre ele, reuniu a Divisão de Cultura, Biblioteca e Arquivos da Câmara Municipal da Figueira da Foz, com vista ao Prémio Literário Cidade da Figueira da Foz / 2007, a seguinte bibliografia:
BARREIROS, Fernando (1918) – Noticia Histórica do Corpo Militar Académico de Coimbra : 1808-1811. Lisboa, A Editora, pp.10-18.
CARDOSO, José Luís (1983) – Manuel Fernandes Tomás : Ensaio histórico-bibliográfico. Figueira da Foz , S.E.C.P.C.E.F.F., pp.22-28.
CARVALHO, Joaquim Martins de (1868) – Apontamentos para a História Contemporânea. Coimbra, Imprensa da Universidade, pp.4-9.
CARVALHO, L. P. Mesquita (1904) – Guerra Peninsular. Famalicão, Tip. Minerva de Gaspar Pinto de Sousa, pp. 29-44.
COELHO, João (1937) – A Figueira e a Guerra Peninsular. Álbum Figueirense. Ano 3, nº 9-10 (Jul.Ago.1937), pp. 290-296.
A Figueira da Foz e a Guerra Peninsular (s.d). Figueira da Foz, tip. Cruz e Cardoso, 1 desd.
GUERRA PENINSULAR (1807-1813) – In Dicionário de História de Portugal. Dir. Joel Serrão. Porto, Livraria Figueirinha, 1981, vol. 5, pp.47-51
MANO, João Pereira (1997) – Terras do Mar Salgado. Figueira da Foz, Centro de Estudos do Mar, pp. 26-27, 40-41, 146-149, 165-167, 191-195.
MARTINS, General Ferreira (1938) – A Figueira na Guerra Peninsular. Album Figueirense. Ano 4, nº 1 (Jan.1938), pp.11-19.
MARTINS, Maria Ermelinda de Avelar Soares Fernandes (1944) – Coimbra e a Guerra Peninsular. Coimbra, Tipografia da Atlantida, vol. 1, pp.144-157.
NUNES, António Pires (2003) – A Primeira Invasão Francesa. In Nova História Militar de Portugal. Dir. Manuel T. Barata, Nuno S. Teixeira. Mem Martins, Círculo de Leitores, vol. 3, pp.43-69.
ZAGALO, Bernardo António (1808) – A tomada do forte da Figueira em 1808. In Colecção de Elementos para a História do Concelho da Figueira : primeira parte. Figueira da Foz, Imprensa Lusitana, 1898, pp. 206-207.
A ela podemos acrescentar as referências (algumas bem breves) que, sobre este mesmo assunto, constam em:
NEVES, José Acúrcio - « Expedição da Figueira, emprehendida pelos Conimbricenses, logo no segundo dia da sua Revolução, e seus felizes resultados», in "Historia Geral da Invasão dos Francezes em Portugal, e da Restauração deste Reino", Lisboa, Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1810, pp. 159 – 183.
PERES, Damião – (direcção literária) - «Capítulo XVI – A Guerra Peninsular», in "História de Portugal" - Edição Monumental; vol. VI, Portucalense Editora, Barcelos, 1931, pp. 321-348, mais precisamente nas pp. 333 e 337.
PINTO, Maurício Augusto Águas - «A última Invasão Francesa. Elementos para a História Regional», in "Álbum Figueirense", Ano 2, n.º 7, 1935, pp. 210 -217.
TOMÁS, Pedro Fernandes – "A Figueira e a Invasão Francesa. Notas e documentos". Figueira da Foz, Imprensa Lusitana, 1910, pp. 12 e 30.
SARAIVA, José Hermano – (direcção) - "História de Portugal", vol. V, Lisboa, Publicações Alfa, 1983, pp. 131 – 143 e 251 – 271.
SERRÃO, Joaquim Veríssimo – "História de Portugal", vol. VII, A Instauração do Liberalismo (1807-1832), Lisboa, Editorial Verbo, 1984, pp. 20 - 94.
Esta bibliografia, recordo, entre as obras que conheço, pois muita mais haverá, para não falar, por aí além, da monumental obra de Luz Soriano - "História da Guerra Civil e do Estabelecimento do Governo Parlamentar em Portugal: Compreendendo a história diplomática, militar e política deste reino desde 1777 até 1834", Lisboa, Imprensa Nacional, 1866-1893.
Melhores cumprimentos,
Filipe Menéndez
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RE: Bibliografia
Pois é, enganei-me na titulação do conteúdo anterior!
A correcta será esta que agora indico - Bibliografia, em particular relativa à revolta de Coimbra e em que se alude, por pouco que seja, ao Batalhão Académico.
FM
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RE: Bibliografia
Caro José Filipe Menéndez:
Tentando reconstituir o Batalhão Académico, mando-lhe um nome dum tio em 4.º grau de minha mulher que se alistou nele. Francisco Zuzarte Mendes Barreto, natural do couto do Zambujal, freguesia de Cadima. Frequentava a Universidade, onde se formou, vindo a ser ouvidor no Piauí, provedor em Lamego e Desembargador no Porto. Enquanto esteve no Brasil chefiou um contra golpe contra a Independência do Brasil, passando aquele estado brasileiro a obedecer exclusivamente às autoridades de Lisboa. Miguelista ferrenho esteve exilado na Galiza. Santos Conceição, na monografia de Soure, diz erròneamente que nasceu na freguesia do Zambujal, daquele concelho. Não deixou descedência do seu casamento com D. Anastácia Cristina de Souza Telles de Menezes, do Porto, com quem viveu na Rua da Picaria.
Atentamente.
António Taveira
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Caro Filipe Menéndez,
Em 1918 a quando do 1º centenário das Invasões Francesas foi editado o seguinte livro:
Barreiros, Fernado-Notícia Histórica doCorpo Militar Académico de Coimbra (1808-1811)-1ºcentenário da Guerra Peninsular, Lisboa, Livraria Bertrand e Aillaud, 1918
Cumprimentos
Maria Oom Oliveira Martins
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RE: Francisco Zuzarte Mendes Barreto
Caro António Taveira
Muito lhe agradeço a gentileza em me disponibilizar, e compartilhar com o Fórum, a informação sobre Francisco Zuzarte Mendes Barreto.
Procurei na net algo mais sobre ele mas não fui bem sucedido. Todavia, aqui no Geneall estão, como sabe e são provavelmente da sua responsabilidade, bem traçados os costados e geração sd, de Mendes Barreto, como, aliás, teve a amabilidade de me referir.
Perguntava-lhe só se tem ideia, ou alguma notícia, de que ele tenha integrado mesmo o Batalhão Académico que partiu à libertação da Figueira? Ou terá feito parte do Corpo de Voluntários Académicos, integrando as várias companhias de infantaria, de uma das quais saiu, logo no seu início, o referido Batalhão Académico?
Todas elas se notabilizaram na defesa do solo pátrio. Este na libertação da Foz do Mondego e aquelas companhias, depois também conhecidas por Batalhão Académico (e daí a confusão), lutando inicialmente sózinhas nas Beiras, e depois agregadas às forças anglo-lusas, que acabaram por rechaçar os franceses.
De qualquer maneira, aqui lhe deixo os meus agradecimentos,
José Filipe Menéndez
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Cara Maria Oom de Oliveira Martins
Agradeço-lhe a informação bibliográfica, apesar da mesma já constar da lista que atrás indico.
Tem como diferença, apenas a editora que, no caso da sua simpática informação, vem indicada como sendo a Livraria Bertrand e Aillaud. Enquanto eu, a reboque da informação disponibilizada pela Câmara da Figueira da Foz, indico A [possivelmente de Aillaud] Editora.
Por seu lado, no “Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses”, na entrada sobre o autor deste opúsculo, vem o seguinte que, com a devida vénia, transcrevo:
«BARREIROS, Fernando Braga»
«Nasceu em Tadim, concelho de Braga. em 23 de Julho de 1878, falecendo no sanatório da Guarda, em 1922, com apenas 44 anos de idade. Apesar de nem nascer nem falecer em Trás-os-Montes merece ser compendiado, porque foi enquanto prestou serviço em Montalegre, como Comandante da Secção da Guarda-Fiscal (em 1911, com o posto de tenente) que ele se notabilizou. Na verdade Fernando Braga Barreiros apaixonou se pela região de Barroso e, tanto como lhe quer um filho devotado. Também ele procurou, para além de servi-la profissionalmente, estudá-la, divulgá-la e amá-la: ele foi, verdadeiramente, um estudioso da história, das tradições e cultura das terras de Barroso. A sua função de comandante da Guarda-Fiscal, permitiu lhe conhecer bem a região. Afeiçoou-se à Terra e às gentes, interiorizou o seu destino e quis dar eco do inconformismo social que por ali se vivia. Começou a escrever sobre Barroso no Arqueólogo Português. E, de tal maneira eram firmes e académicos os seus escritos que o Dr. José Leite de Vasconcelos, mestre dos arqueólogos da época, escreveu que o concelho de Montalegre começava a ser conhecido graças à publicação dos estudos arqueológicos de Fernando Barreiros. Chegou ao posto de Major e a morte prematura, fez com que não prosseguisse as suas investigações. Mas foram muitos e representativos os artigos que escreveu, a ponto de passar a ser, desde a sua morte, uma referência obrigatória para qualquer estudioso das Terras Barrosãs. Deixou os seguintes trabalhos: A Guarda Fiscal e a Incursão a Chaves (edição do autor, impressa na tipografia < A Editora Lt.a», em 1913); Ensaios de inventariação dos castros do concelho de Montalegre (Ed. do autor, impresso na tip. «Adriano Rodrigues», Bragança, 1914); Tradições populares de Barroso (publicado na Rev. Lusitana, Vol. XVIII, em 1915); Notícias Históricas do Corpo Militar Académico de Coimbra (1808 1811), Ed. tip. Cooperativa Militar, 1918); Monumentos Históricos de Barroso (compilação e coord. de Fernando Barreiros, tip. Santos & Morais, Montalegre, 1919); Materiais para a arqueologia do concelho de Montalegre (Imprensa Nacional sep. de O Arqueólogo Português, 1919) e Lamego e as Invasões Francesas (Ed. Academia das Ciências de Lisboa). Como militar deixou uma excelente folha de serviços, com o n.° 227 (da Folha de Matrícula do Major Fernando Braga Barreiros, Sócio n.° 7.098 do Monte Pio Oficial). Teve diversos prémios, condecorações e louvores, destacando se nos incidentes de Chaves de 8 de Julho de 1912. Também esteve em Angola, entre 1915 e 1917, onde, igualmente, foi brilhante operacional.»
O título do opúsculo vem aqui errado, por vir no plural, e tem a variante de indicar como editora a Cooperativa Militar.
Ao certo, não sei qual das editoras está correcta, mesmo por só conhecer a obra indirectamente (ainda não tive ocasião de a consultar na BN) pelas referências que aqui - na net - lhe são feitas.
De qualquer modo, aqui ficam os meus agradecimentos pela sua disponibilização.
Melhores cumprimentos,
José Filipe Menéndez
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RE: Francisco Zuzarte Mendes Barreto
Caro José Filipe Menéndez:
A notícia que tenho sobre a participação de Francisco Zuzarte no Batalhão Académico ou no Corpo de Voluntários, confesso que me escapava a diferença, vi-a na monografia de Santos Conceição. Se colocar o nome dele (Francisco Zuzarte Mendes Barreto) no Google, encontrará breves dados da participação dele nas convulsões políticas do Piauí aquando da Independência do Brasil.
Encontrando-se vários elementos da sua família em lugares de destaque nas companhias de ordenanças, decerto participaram nos combates então havidos. Temos um arquivo familiar, que estou progressivamente a organizar. Por simplificação, ainda só classifiquei documentos do século XVIII e anteriores. Mas sei que na documentação por classificar, há múltiplas referências a actividades das ordenanças locais no período em causa. Ele era filho de Nuno Mendes Barreto de Aguiar, na altura capitão de ordenanças do couto de Cadima e Zambujal, mais tarde capitão mor interino. Seu irmão mais velho Miguel Zuzarte Cardoso (dele Francisco) era alferes da mesma Companhia. O irmão mais novo, José, então com 18 anos veio a ser capitão de ordenanças de Arazede, tendo casado com a filha de José Joaquim Mendes Barreto Pinto Cavaleiro, de Arazede, que foi capitão mor de Montemor. Também António Lopes Cardoso, sargento mor, depois capitão mor, de Ançã e Cantanhede, casado com sua prima co-irmã Rosa Ludovina Zuzarte de Sampaio Pinto Bacelar, lá terá estado.
Atentamente
António Taveira
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RE: Francisco Zuzarte Mendes Barreto
Caro António Taveira
Agradeço-lhe, de novo, a sua pronta resposta.
A minha curiosidade levou-me, entretanto, a "espreitar" o que havia na net sobre Cadima e Zambujal (o de Cantanhede) e a consultar o Augusto Santos Conceição. Não sobre Soure, que não tenho esse livro, mas o das "Terras de Montemor-o-Velho", e nele procurando o apelido Zuzarte, que sabia ter aí sido um dos notáveis, veio-me à ideia (apesar de não encaixarem os nomes) que possivelmente a ascendência materna do Francisco Zuzarte fosse originária de Montemor, aonde existiram os Juzarte ou Zuzarte de Andrade. Isto para já não falar, por aí além, dos Pinas, que tb aparecem na dita ascendência.
É verdade que isto é periférico a este tópico, mas, como este é um fórum essencialmente de Genealogia, não me quis furtar a deixar-lhe estas suspeitas, se é que o Confrade as não teve já.
Embora eu aqui trate do Batalhão Académico, como ficou conhecido para a História, os seus elementos, aqueles que vieram pela margem direita do Mondego, não foram mais que quatro, Bernardo Zagalo incluído. Foram essencialmente as gentes dos Campos do Mondego, provenientes de Tentugal, da Carapinheira e de Montemor, para só referir as gentes que correspondendo à sua iniciativa (é verdade) acompanharam esses quatro académicos, que lhe deram força e expressão. São os seus traços, o seu rasto, o seu nome que eu tb procurava, de qualquer forma, aqui deixar como testemunho e homenagem.
Homenagem singela, é verdade, mas ainda assim sentida e compartilhada neste nosso meio. Isto num País em que a miúde se esquece o seu Passado, a sua História, as suas grandezas e as suas misérias, que tb as houve, como em qualquer outro. Mas enquanto lá fora, em qualquer igreja de França, para não ir mais longe, desde as maiores de Paris até às mais pequenas, de qualquer remota "village", se homenageiam os seus filhos, mortos em combate na defesa do solo pátrio, fosse ele nas Ardennes, em Saigon ou Alger, inscrevendo na pedra os seus nomes (dos filhos dessa paróquia) o que é que aqui se faz de semelhante?
Enfim. isto dava pano para mangas...
Melhores cumprimentos,
Filipe Menéndez
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RE: Francisco Zuzarte Mendes Barreto
Caro José Filipe Menéndez:
Apoio completamente as suas palavras.
Dois séculos são passados sobre as invasões francesas que trouxeram todo o país a ferro e fogo. A influência delas prolongou-se nefastamente por todo o século XIX, começando pelo "exílio" da corte no Rio, continuando nas lutas políticas de secessão brasileira e sucessão. Dois séculos passados, dizia eu, assistimos a um branqueamento das invasões por gente ligada às Universidades. Esquecendo os horrores que se cometeram por todo o lado. O célebre Loison, o maneta, ainda é hoje recordado nas aldeias do Douro. O heroísmo popular, apesar de deficientemente enquadrado, que se lhe opôs marcam a matriz do nosso povo desde há muitos séculos.
Voltando à genealogia:
Francisco Zuzarte Mendes Barreto, nasceu no Zambujal, freguesia de Cadima.
filho de
Leonarda Angélica Juzarte de Andrade de Pina e Ataíde, nascida no Zambujal.
neto de
Miguel Juzarte de Andrade e Cardoso, capitão de ordenanças, nascido na quinta do Paúl, em Cadima.
2.º neto de
Manuel Juzarte de Andrade e Cardoso, licenciado, nascido em Cantanhede
3.º neto de
Miguel Juzarte de Andrade, escrivão dos orfãos de Cantanhede, falecido no cerco de Elvas, nascido em Cantanhede.
4.º neto de
Maria Cardoso Juzarte, nascida em Cantanhede.
5.º neto de
Miguel Juzarte de Andrade, tabelião e escrivão dos orfãos em Cantanhede, fidalgo de cota de armas (ver brasões inéditos, onde vem a sua ascendência até seu 2.º avô Vasco de Oliveira Juzarte), creio ter nascido em Aveiro.
6.º neto de
Juzarte Agostinho (a que outros chamam Agostinho Juzarte de Andrade), que de Aveiro foi para Cantanhede onde teria nascido.
7.º neto de
Miguel Juzarte de Andrade, ouvidor em Cantanhede, nascido em Montemor-o-velho.
8.º neto de
Vasco de Oliveira Juzarte (uma vez referido como Vasco Rodrigues), senhor da capela de Fernão Migueis, em Montemor, onde terá nascido.
9.º neto de Pedro Rodrigues Juzarte, da casa do infante D. Pedro, casado com Catarina de Oliveira, filha de Vasco de Oliveira (escudeiro da casa do infante D. Pedro, depois cavaleiro da casa do infante D. João, senhor da capela de Fernão Migueis).
Como memória desse apelido, tão ligado a Montemor, uma filha minha e uma sua longíqua prima Zuzarte Cortesão, ambas descendentes de José Zuzarte Mendes Barreto, irmão do Francisco, usam-no na actualidade.
Atentamente.
António Taveira
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meus Caros
Na BN encontramos:
Noticia historica do Corpo Militar Academico de Coimbra : 1808-1811 / Fernando Barreiros
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Bertrand e Aillaud [Depos.], 1918
DESC.FÍS.: 181, [3] p. : il. ; 25 cm
Nos seguintes locais e com as seguintes cotas:
BIBLIOTECA NACIONAL H.G. 9565 V. 0 BN - Monografia Geral Disponível
BIBLIOTECA NACIONAL H.G. 15368 V. 0 BN - Monografia Geral Disponível
BIBLIOTECA NACIONAL H.G. 19308 V. 0 BN - Monografia Geral Nova aquisição
Fund. Calous. Gulb. Bib. Geral Arte BC 520 0 FCGBG Cooperantes Biblioteca Cooperante
Biblioteca Central da Marinha 2M4-21 0 MARBC Cooperantes Biblioteca Cooperante
Univ. Coimbra Bibl.Geral 1-8-14 0 UCBG Cooperantes Biblioteca Cooperante
Univ. Coimbra Bibl.Geral O.S. 363 0 UCBG Cooperantes Biblioteca Cooperante Outro ex. do Fundo Octaviano de Sa
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Caro Confrade
Agradeço-lhe a elucidação que nos dá quanto à editora da "Notícia histórica do Corpo Militar Académico de Coimbra (1808-1811)", bem como às bibliotecas em que a mesma se encontra disponibilizada para consulta, como ainda das suas respectivas cotas.
Melhores cumprimentos.
José Filipe Menéndez
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Caros Confrades
Neste quase final de ano, retomo este tópico na esperança de que as férias natalícias propiciem a algum confrade ou simples "passeante" por este Fórum, tempo para lerem e verem se encontram alguma dica, algum nome mais, dos homens que integraram o Batalhão Académico (daquele que saiu de Coimbra para libertar a Figueira), a acrescentar aos poucos que já aqui se encontram assinalados.
Melhores cumprimentos e Votos de Boas Festas,
Filipe Menéndez
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meu caro é este o texto que eu tenho no capítulo, com mais de 30 páginas" no meu livro recentemente saido "Villa Portela - os Charters d'Azevedo em Leiria (sec XIX) e as suas ligações familiares" (http://www.guardamor.com.pt/livro.php?id=965) sobre as invasões francesas e que aborda o Batalhão Académico:
"Em 18 de Maio de 1808, a Câmara dirigiu mesmo à Junta Suprema do Governo uma espécie de carta de boas vindas . Porém, esta situação não duraria muito. Em Leiria (como no resto do país), as tropas francesas requisitaram quartéis e munições imediatamente após a invasão, designando "vis espiões" (5 gendarmes e 5 soldados Dragões de Cavalaria, com os seus cabos ou furriéis, todos franceses), os quais faziam duas brigadas e se "cuidavão muito de espreitar e notar as nossas acções principalmente dos que podião influir no Estado público" .
Pouco mais de um mês depois, alguns académicos de Coimbra, com vários paisanos que se lhes tinham juntado pelo caminho, convenceram os leirienses à revolta. Seguindo a descrição de Luz Soriano, "uma expedição académica saiu de Coimbra para o lado de Lisboa no dia 28 de Junho de 1808, sendo composta de um furriel e quinze estudantes, com alguns soldados de cavalo. Por toda a parte por onde passava ia sublevando os povos, e incorporando a si muitos aventureiros, que com os mesmos estudantes se destinaram a continuar em tal empresa. Assim se fez por meio deles a restauração de Ega, Soure, Condeixa e Pombal, tendo-se os franceses retirado destas últimas terras para se reunirem aos da guarnição de Leiria" .
Luz Soriano descreve também a fuga dos franceses de Leiria: "À entrada desta cidade, para os que vão de Coimbra, corre o rio Lis, atravessando-a e dividindo-a em dois bairros, um o dos Agostinhos, e o outro, o dos Anjos. Junto da ponte que atravessa este rio (fig. 3), mas já para alem dele, postaram-se os franceses em linha de batalha, donde todavia se retiraram, apenas pressentiram os académicos, alguns dos quais os perseguiram, sendo acompanhados por 200 ou 300 homens, que tantos eram os que se lhes tinham já reunido. Tal foi o modo por que se libertou Leiria no dia 30 de Junho" .
Mas não encontrei referencias aos nomes desses Académicos . No entanto eram muito pouco numerosos mas com grande capacidade de mobilização.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meu Caro
Ainda posso acrescentar
O "bacharel em leis" João José do Souto Rodrigues, num dos raros documentos da época (reproduzido na íntegra no meu livro "Villa Portela - os Charters d'Azevedo em Leiria (séc XIX) e suas relações familiares"), adianta que o destacamento que inicialmente libertou Leiria dos franceses era composto por "13 voluntários Académicos de Coimbra, um furriel de Cavalaria e um Religioso Arrábido, seguidos de duzentos até trezentos paisanos dos termos de Soure e de Pombal" .
Mais uma vez não temos nomes
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meu Caro
Lembro-me que ao consultar Luz Soriano lembro-me de ter lido que nos laboratórios de quimica se preparou polvora para ser usada pelo Batalhão Academico. Julgo que é referido o nome do catedrático que ajudou a preparar a pólvora.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Caro Ricardo Charters d'Azevedo
Agradeço-lhe as informações que atrás deixou.
Já agora pergunto-lhe se tem alguma ideia quanto a essa expedição --- que libertou as vilas de Ega, Condeixa, Soure, Pombal e a cidade de Leiria, e suponho ainda que o forte da Nazaré, referida por Luz Soriano --- ser a mesma que pela margem esquerda do Mondego seguiu sob o comando de Inácio Caiola. É que o destacamento deste a saiu de Coimbra, a 25 de Junho de 1808, sob o comando de Bernardo Zagalo, tendo-se logo de seguida resolvido dividir em dois corpos o, depois chamado, Batalhão Académico. Dois corpos, ou dois destacamentos é uma força de expressão, porque o grupo de Zagalo ficou constituído por apenas quatro académicos (e supostamente mais alguns civis) mas que, diga-se a verdade, operou maravilhas no aliciamento e levantamento das populações da margem direita do Mondego, sobretudo nas vilas de Tentúgal, Carapinheira e Montemor.
Faço esta pergunta porque há alguma confusão quanto ao Corpo Voluntário Académico, organizado em Coimbra, e formado inicialmente por seis companhias de infantaria, sob o comando efectivo do Tenente-Coronel de Engenheiros e lente de Matemática da Universidade, Dr. Tristão Alvares da Costa Silveira, e o Batalhão Académico que, logo no início do levantamento operado em Coimbra, libertou (entre 25 e 27 de Junho) a Foz do Mondego.
É que sob aquela designação, do Corpo Voluntário Académico, se considera o conjunto dos estudantes que no período em 1808-1811 integraram o Batalhão Académico --- lá temos a mesma designação a prestar-se à confusão --- que na Região Centro combateu na Guerra Peninsular. Inicialmente sozinho, sobretudo na defesa de Coimbra, e mais tarde agregado às forças anglo-lusas, sob o comando do coronel Nicolau Trant e mais tarde ainda do general Hill, todos eles, claro está, sob o comando único de Wellesley.
Alguma coisa se tem escrito sobre estes homens, ao mesmo tempo estudantes e militares, procurando reescrever a História deste período conturbado da Guerra Peninsular. Alguns investigadores têm-se preocupado, também, com os uniformes usados por estes académicos, tal como se pode ver na capa “iluminada” do supra citado livro de Fernando Barreiros, que o confrade teve a amabilidade de me indicar as ocorrências e respectivas cotas.
Ora como eu neste tópico me interesso, de modo particular, por aquele “primeiro” Batalhão Académico que libertou a Figueira, devo dizer que tenho sérias dúvidas quanto ao traje utilizado pelos académicos ser esse – muito bonito – que se vê na capa da “Noticia Histórica do Corpo Militar Académico de Coimbra : 1808-1811”.
Acredito muito mais na descrição que Mário Ferro escreveu num site sobre miniaturas militares e uniformes (http://www.viriatus.com/forum.asp), que com a devida vénia transcrevo:
“o batalhão de Voluntários Académicos que se destacou, em 1808, na tomada da Figueira da Foz, usava o vestuário dos estudantes de Coimbra da época. A saber, capa preta sobre roupa preta, com barrete da mesma cor, distinguindo-se por uma medalha com as armas da Universidade, suspensa numa fita vermelha.”
Portanto, nem a famosa barretina, que depois ostentaria a placa de metal prateado com a inscrição “VOLUNTARIO ACADEMICO”, tendo em cercadura, em fundo provavelmente dourado, a legenda “VENCER OU MORRER POR D. JOÃO VI”, nem a casaca, nem as dragonas, nem as pantalonas que depois passaram a constituir o uniforme preto dos Académicos, sobrepujado pelo correame do equipamento e armas. Mesmo até quanto ao uso da insígnia tenho as minhas mais sérias dúvidas que esse 1.º Batalhão usasse qualquer medalha alusiva, como depois, mais tarde, vieram efectivamente a usar, com o “Escudo das armas portuguesas com bandeiras, um mocho sobre um livro e junto dele, na parte inferior uma águia francesa prostrada; no seu circulo liam-se as palavras PRO FIDE - PRO PATRIA - PRO REGE, fechando, na parte superior, com a palavra AUDEO, dentro de uma coroa de louro” como se refere nesse mesmo site.
A razão é a de mais simples explicação – a falta de tempo e o improviso (até no fabrico da pólvora, que na ocasião deu azo à transformação do laboratório da Universidade num verdadeiro arsenal, sob a direcção do Lente de Química Tomé Rodrigues Sobral), ditados pela urgência de se apetrecharem com armas e munições para a imediata defesa de Coimbra e a libertação da Foz do Mondego.
Peço desculpa pelo arrastar desta minha intervenção.
Dado o adiantado da hora e atendendo ao dia em que já estamos, desejo-lhe um Santo Natal.
Melhores cumprimentos,
Filipe Menéndez
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meu Caro Filipe Menédez
Nas minhas investigações, e foram bastantes como pode ver pela lista de publicações que coloquei no tópico "Invasões francesas - 2º cent" em http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=177107
nada mais encontrei do que aqui coloquei e que mencionei no livro que recentemente publiquei.
Claro que não me preocupei muito com os "Academicos" mas mais com as actividades militares em Leiria de onde a minha família é. Para mais o meu nome de família vem de um oficial inglês, Ten-Cor William Charters, que veio com as tropas inglesas, foi segundo comandante do "22" e depois por cá ficou bem casado.
Estou de acordo consigo que os "estudantes" não tiveram tempo para fazer uniformes e insígnias em 1808. Mais tarde... talvez.
Um bom Natal para si
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meu Caro Filipe Menédez
Efectivamente, em Julho de 1808 já deviam ter qualquer coisa que os valorizasse, pois “O procedimento nobremente patriótico dos Voluntários Académicos levou o Vice-Reitor Governador Trigoso a conceder-lhes o uso de uma insígnia que a Junta Provisional do Governo Supremo presidida pelo Bispo do Porto confirmou por despacho de 22 de Julho de 1808 registado nos livros da Universidade.” in Notícia Histórica do Corpo Militar Académico de Coimbra (1808-1811), de Fernando Barreiros. Ed. do Autor. Lisboa 1918.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Caro Ricardo Charters de Azevedo
Agradeço-lhe as suas últimas informações, que aqui teve a amabilidade de nos deixar.
Já antes tinha compulsado o seu tópico acima referido que, em termos de bibliografia, muito enriquece e facilita a vida aos investigadores que se debrucem sobre este período, conturbado, da nossa História.
Aproveito, também, para lhe endereçar as minhas sinceras felicitações (entensivas aos co-autores) pelo seu recente trabalho histórico-genealógico "Villa Portela".
Embora investigador e genealogista, há largos anos, não sou um bibliófilo militante, não comprando tudo o que, sobre esta ciência auxiliar da história, nos aparece. Aliás, na nossa especialidade (e na da Heráldica) os livros são, regra geral, caros. No último caso por força das ilustrações e reproduções a cores, e no nosso caso devido ás edições - limitadas - serem destinadas a um público muito restrito (é verdade que hoje as coisas vão-se alterando um pouco). Ainda assim, parece-me que esta V/obra vai ser uma das que virá enriquecer a minha biblioteca. Até porque consultando o Índice Antroponímico que nos faculta no seu outro tópico, tenho interesse em vários nomes que se cruzam com as minhas várias investigações, mormente, com os Tudela Garrido, pelo seu cruzamento com os Figueiredo Perdigão. Isto entre outros nomes que me deixaram curiosos, uma vez que a minha família materna, dos Dias da Costa (de Soure), passou e viveu alguns anos em Leiria, entre os finais do séc. XIX e princípios do XX, até se fixar na Figueira.
Melhores cumprimentos,
José Filipe Menéndez
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Muito obrigado meu caro José Filipe Menéndez.
Efectivamente se quizer ter uma ideia de como era a vida em Leiria no século XIX, não deve deixar de ler o meu livro. Mais do que uma simples história genealógica pretendemos (eu e os doi outros autores) mostrar como se vivia, que tipo de casas havia nas grandes famílias, etc.
Efectivamente nas minhas pesquizas encontrei os Perdigão e os Tudela. Havendo uma Tudela casada com um Zuquete (veja na minha pagina web . www.chartersdeazevedo.no.sapo.pt)
Diga-me depois como achou o meu livro. Em questão de preço não esta caro, pois eu supoto metade do seu custo...
Cumprimentos
Ricardo Charters d'azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meu caro Filipe Menéndez
Na obra do Nuno Barrego " As Ordenanças e as Milicias em Portugal" edição do guarda Mor, encontre na página 532 uma gravura com o fardamento do Corpo Académico. Conhece esta gravura?
É aquela que na barretina, encimada por um "penacho" vermelho, tem escrito "militar Academico"
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Caro Ricardo Charters d'Azevedo
Um Bom Ano!
Já folheei a obra, do Nuno Borrego, que faz o favor de me referir, mas não reparei na citada gravura. Penso que seja uma das que constam naquele site sobre miniaturas militares e uniformes (http://www.viriatus.com/forum.asp) que mais acima lhe indiquei.
Existiram pelo menos duas barretinas dos Académicos. A descrição da mais antiga que, com a devida vénia, transcrevo, diz o seguinte:
"Como a do exército m/806, de sola preta com dois cordões de lã amarela em toda a volta, rematando, no lado esquerdo, por duas borlas com franjas de prata. Laço nacional azul-ferrete e escarlate, pluma carmesim. Pala e tampo de couro envernizado, fig. 1, 2 e 3. Na parte da frente, ao meio e ao cimo ostenta uma chapa de metal prateado, possivelmente rectangular, com a seguinte legenda em alto-relevo VOLUNTÁRIO ACADÉMICO; circundando estas letras encontra-se a seguinte legenda, igualmente em alto-relevo sobre um fundo de metal amarelo, VENCER OU MORRER POR D. JOÃO VI, fig. 4".
Esta descrição correspnde às barretinas dos primeiros uniformes usados ainda em 1808 pelos estudantes militares. Mas, está claro que, não podemos imaginar os rapazes que acompanharam o Zagalo, partindo precipitadamente de Coimbra a levantarem as populações ribeirinhas dos Campos do Mondego, envergando qualquer destas barretinas.
No ano seguinte, passaram a usar um outro modelo, mais evoluído e mais próximo daquele "(...) do exército, no que diz respeito às ferragens, assim: barretina do mesmo modelo da anterior, passando as borlas e as franjas a serem douradas, a chapa foi substituída por uma em forma de elipse com as Armas do Reino e do mesmo modelo do exército, e colocou-se uma chapa de metal amarelo, estreita e do comprimento da pala, tendo a meio e em aberto a seguinte legenda MILITAR ACADÉMICO, fig. 9, 10 e 11".
Quer na primeira, quer na segunda transcrição, deixei ficar as referências às figuras propositadamente para, no caso do Confrade querer ver o site, mais facilmente as encontrar. Nele pode ainda ver o restante fardamento, com a descrição pormenorizada feita a partir da obra, várias vezes citada, do Fernando Barreiros.
Melhores cumprimentos,
Filipe Menéndez
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2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Pedro
Será que andas por aí?
Espero que tenhas tido uma boas entradas.
Se por acaso leres este conteúdo pedia-te o favor de me dizeres se tens ideia de uma lista com o nome dos participantes - estudantes e civis - no Batalhão Académico que libertou a Figueira do jugo dos franceses.
Os meus amigos do LACAM é que me referiram a existência de uma lista com alguns dos nomes desses homens, incluindo os civis. E a existir deve ser aí no AUC.
Para já agradecia-te que me dissesses, apenas, se tens ideia dela.
Um abraço do primo amigo,
Zé Filipe
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meu Caro Filipe Menéndez
Efectivamente a gravura no livro do Nuno Borrego tem um garboso academico com a 2ª barretina.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Primo:
Sei que há vária documentação no AUC sobre o batalhão académico (aí até deve haver alguma coisa sobre o académico Zagalo; lembras-te desse nome ligado a uma rua na F. Foz que vai dar ao Bairro Novo?).
Para a semana que vem poderei perguntar à Drª Ana Mª Bandeira se existe de facto essa lista. Pode ser?
Sobre as festas e passagem de ano escrever-te-ei particularmente através dos nossos mails.
Um abraço.
Sempre,
Pedro França
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Estimado Primo
Agradeço-te o interesse e fico a aguardar, aqui, a tua resposta.
Tenho andado, desde meados de Dezembro, com problemas no acesso à Internet. Por vezes nem consigo abrir o ADSL e outras, a velocidade é tão baixa que, o PC fica tempos infindos a mastigar para abrir os sites - acabando eu por desistir no acesso. Por isso não estranhes eu não responder logo.
Um abraço amigo,
Zé Filipe
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Primo:
Pois, felizmente que a minha banda larga não é essa. Apesar de muito reclame na TV, o que é certo é que ouço várias críticas ao desempenho dessa banda.
Lá para a semana, 3ª ou 4ª, deverei estar aqui neste tópico a dar-te uma resposta, 'tá?
Um abraço.
Sempre,
Pedro França
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Primo:
Então é assim:
Estive esta 3ª Feira no AUC e falei com a Drª Ana Maria Bandeira a respeito do que me pediste.
Foi-me aberto, à minha frente, um livro existente na sala de leitura que consiste no "Inventário do Fundo Documental Universitário" e aí pude retirar a informação achada pertinenye para o que tu pretendes.
Acerca de Batalhões Académicos houve vários em várias épocas, logo em 1645.
Para o período das invasões francesas temos:
- Nº 3 - Livro Mestre do Batalhão Académico - 1808;
- Nº 4 - Relação e organização do Corpo de Voluntários Académico - 1808;
- Nº 5 - 2º Livro da Relação e Organização do Corpo de Voluntários Académico - 1808;
- Nº 6 - 1º Livro da Relação e Organização do Corpo (...) - 1809-1811;
- Nº 7 - Livro dos termos de alistamento do Corpo Académico - 1809-1846;
- Nº 8 - Livro Mestre do Batalhão dos Voluntários Académicos alistados em 1826;
- Nº 9 - Livro Mestre do Batalhão de Voluntários Académicos - 1826;
- Nº 11 - Batalhões Académicos - 1808-1819 (cxª).
Também retirei a cota geral. O que distingue aqui cada título é o número que cada um ocupa na estante e tabela.
Foi-me mostrada uma obra que consta do espólio do AUC, da sua biblioteca interna e que portanto não vai à consulta na sala de leitura mas que poderá existir no fundo geral da BGUC ou então, da Biblioteca Nacional e que refere esta documentação e traz listas de nomes que têm que ver com os títulos docuimentais que eu enumerei atrás.
Essa obra é da autoria de Maria Ermelinda de Avelar Soares Fernandes Martins e intitula-se "Coimbra e a Guerra Peninsular". Foi editada em Coimbra pela Tipografia da Atlântida em 1944, em dois vols..
Teve uma tiragem muito limitada, de 200 exemplares.
Devo dizer que folheei a obra e li algumas passagens, em especial os relatos dos párocos sobre as chacinas, o saque, os incêndios (referem o caso de Condeixa-a-Nova e a extinção de alguns palácios daí; lembro-me particularmente o dos Almadas), a destruição em geral de casas, igrejas e culturas. Quanto às chacinas feitas pelos franciús, eles não olhavam nem à idade (até crianças de colo) nem ao sexo (filhas violadas, mortas à frente dos pais) nem à posição social (clérigos também) e, coitados dos doentes e aleijados que eram apanhados na voragem. Tudo servia, desde a fuzilaria até à ponta de baioneta...era a rasgar sem dó nem piedade de alto abaixo. Era uma escória de soldadesca...
Fiquei com o estômago embrulhado e quando fixei os nomes das localidades aqui próximas, vítimas dessa onda de destruição... até o Paião e mesmo a F. Foz e Pombal e Redinha, entre outras...já não falando de Coimbra, claro.
Enfim, desculpa lá o arrebatamento (a revolta mais exactamente).
Agora, vê o que pretendes daí e depois diz-me alguma coisa.
Aquele abraço.
Sempre,
Pedro França
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Meu caro Pedro França
O livro (ha dois exemplares) encontra-se na BN:
Coimbra e a guerra peninsular / Maria Ermelinda de Avelar Soares Fernandes Martins
por Martins, Maria Ermelinda de Avelar Soares Fernandes
PUBLICAÇÃO: Coimbra : Tip. da Atlântida, 1944
DESC.FÍS.: 2 v. : il., fac-sim. ; 26 cm
BIBLIOTECA NACIONAL H.G. 17357/8 V. 0 BN - Fundo Geral Monografias BN - Monografia Geral Disponível
Vou la dar um salto para a semana. Pode ser que fale de terras perto de Leiria, ou mesmo de Leiria
Cumprimentos amigos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: P/Pedro França
Caro Pedro
Como te disse ontem, no mail que te enviei, nem tenho tido acesso à net, nem computador (por causa dos trabalhos finais do Fernando), nem tempo, nem socego, nem apontamentos (por causa das obras começadas cá em casa) para te responder a agradecer e, eventualmente, a pedir alguma ajuda aí pelo AUC.
Este ano ainda não pus os pés em Lx. e, claro está, no IAN/TT. Espero conseguir fazê-lo, depois das coisas por aqui ficarem um pouco mais ordenadas. Mas não te posso dizer quando, porque as obras na garagem e anexos vão ser demoradas e tenho ainda - finalmente - os negócios de Queluz em via de conclusão. Só espero que tudo acabe (por todos os motivos) antes de ter de ir para Paris (entre o Carnaval e a Páscoa) com a Nanda, ou acaba por ir ela sózinha lá para o encontro com a orientanda de um co-doutoramento na UP qualquer coisa. Nunca sei os números das universidades de Paris!
Bom, foi só para dizer que recebi, li e agradeço a tua diligência. Depois escrevo com mais tempo e ... cabeça (já não posso com o barulho).
Um abraço do primo amigo e grato,
Zé Filipe
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Os voluntários em Leiria
Meu Caro José Filipe Menèndez
Acabei de descobrir que os voluntários que vieram a Leiria foram "arregimentados" por Vitorino de Barros Carvalhais, que "os vinha comandando".
Cumprimentos
ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º Centenário do BA - Leiria
Meu Caro
Fui ver:
"Coimbra e a Guera Peninsular" de Maria Ermelinda Fernandes Martins, na BN
e verifiquei que tem muita iformação baseada nos documentos que o nosso amigo Pedro Fraça refer.
Por exemplo, menciona que Joze Joaquim de Sá, João Pedro Correa, Gonçalo Velez Zuzarte, Joaquim Monge, Manoel Joze Soares da Cunha Paixão, Caetano Rodrigues Macedo correram com cerca de uma vintena de franceses que os esperavam numa ponte de Leiria e que dois deles (Joze Joaquim de Sá, João Pedro Correa) calvalgaram atraz deles e trazem para Leiria onze prisioneiros, dos quais três doentes e quatro feridos e cinco cavalos...
Vale a pena ir ler o livro...
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Bom dia caros confrades.
Sem querer alterar o topico em curso, estou interessado na investigaç]ao relativa as lutas liberais, mais concretamente direccionado para os crimes cabralistas. Alguma alma piedosa me podera ajudar-
Antecipadamente os meus agradecimentos.
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RE: Os voluntários em Leiria
Caro Ricardo Charters d'Azevedo
Peço-lhe imensa desculpa. Creio que nunca respondi e agradeci esta sua última intervenção e a novidade que me dava.
Infelizmente, motivos ponderosos que relatei noutras intervenções, mantiveram-me afastado da investigação e da participação mais "activa" neste fórum.
Nem lhe cheguei a dizer que comprei - e li, ainda não até ao fim, é verdade! (porque pelo meio sobreveio a grave doença da minha mulher) - o seu notável estudo - histórico e genealógico - intitulado "Villa Portela - os Charters d'Azevedo em Leiria (sec XIX) e as suas ligações familiares". Mas pelo que li (mais de metade do livro, acrescente-se), associo-me aos que já antes o felicitaram pela realização do mesmo e pela maneira cativante e envolvente como o apresenta. Não se fica pelo imprescindível (mas por vezes fastidiante, por se tornar monótono) discurso genealógico, completando-o com uma verdadeira história da família, dando-lhe o colorido adicional das abundantes ilustrações e complementando-o com a riqueza fotográfica do espólio familiar. Isto para lá da introdução histórica sobre os efeitos da Guerra Peninsular pelas terras do Lis.
Tinha razão! Para a riqueza iconográfica apresentada, não está, de modo algum, caro o preço, só possível pela sua comparticipação na edição.
Bem haja!
Quanto às histórias do Batalhão Académico, perderam um pouco o meu interesse para já. Não tive oportunidade de me debruçar sobre o que me fora pedido pelos meus amigos da LACAM, em tempo útil, que era o do aniversário das comemorações.
Só em em finais de Setembro consegui voltar ao IAN/TT, e ainda assim não da maneira mais desejada para as minhas investigações genealógicas principais.
Haja saúde, que mesmo mais devagar as irei prosseguindo.
Um abraço,
José Filipe Menéndez
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Meu Caro Lafinesse
Como toda a pergunta merece uma resposta, ainda que tardia, venho apenas dizer-lhe que não tenho quaisquer dados que lhe possa dar relativos à sua questão. Questão aliás, se me permite, um pouco desfasada para este tópico ligado à Guerra Peninsular em que se inserem as invasões napoleónicas e não tanto a esse episódio tardio da Guerra Civil, já entre Setembristas e Cabralistas, se a memória não me atraiçoa.
Desconheço mesmo se existe alguma obra virada exclusivamente para esse assunto, embora abundem muitos estudos sobre a Guerra Civil.
Lamento não lhe poder dar uma outra resposta, positiva, à sua questão.
Atentamente,
José Filipe Menéndez
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RE: 2.º centenário do Batalhão Académico
Caro confrade:
Quero agradecer-lhe a amabilidade da sua resposta. Pelo que já pesquisei, reconheço dificuldades em localizar tal matéria. Mas, vamos teimando...
Aceite os melhores cumprimentos do
Lafinesse
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Pedro França,
Seria possível precisar que tipo de informação se encontra inscrita nos livros n.º8 e n.º9, ao nível individual?
Como sabe, e graças a si, o que desde já novamente agradeço, obtive informações sobre o percurso académico do meu antepassado (tetravô) Joaquim José da Mota, confirmadas estas por um missiva de apoio por ele subscrita e que foi enviada pelos estudantes à Infanta Regente, D. Isabel Maria em 1826 , que me levam a crer que tenha integrado o Batalhão Académico de 1826.
Aproveito a oportunidade para saber se já possui alguma informação sobre o percurso academico do filho de Joaquim José, de seu nome Joaquim Maria de Sá e Mota (meu trisavô), que nasceu 1849, tendo por isso provavelmente iniciado os seus estudos no curso juridico em Coimbra a partir de 1867. O mesmo era exposto, baptizado em Coimbra (Santa Cruz), embora mais tarde perfilhado por seu pai, e sendo o nome de sua Mãe, Isabel Maria Guedes (mais tarde Mota), natural de Lisboa (Belém).
Grato pela atenção demonstrada.
Cumprimentos,
Jorge Mota
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Jorge:
Faltava-me responder-lhe a esta questão, que localizei agora mesmo nos meus mails.
Então temos que Joaquim Maria de Sá e Mota frequentou Direito e saiu bacharel formado a 02.07.1875.
Abraço.
Pedro França
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Pedro França,
Mais uma vez, o meu muito obrigado pela informação transmitada, pelo tempo perdido com estes meus assuntos.
Aproveito para lhe fazer uma pergunta, que diz respeito à Certidão de Idade, se é que teve oportunidade de a ler, e em caso afirmativo qual era a filiação explicitada.
Cumprimentos,
Jorge Mota
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Jorge:
Não, para o Joaquim Maria não consultei a certidão de idade. O nome do pai - Joaquim José da Mota - vem no verbete.
Precisa de alguma coisa da certidão de idade caso a haja?
Abraço.
Pedro França
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RE: 2.º Centenário do BA - Para o Pedro França
Caro Pedro França,
Mais uma vez o meu muito obrigado pelo tempo que tem perdido comigo.
Da certidão de idade, a única coisa que pretendo confirmar, é a sua filiação, pois como já anteriormente referi foi baptizado como exposto na freguesia de Santa Cruz / Coimbra, embora tenha sido perfilhado pelo próprio pai, mais tarde em 1864. A unica coisa que não tenho é os nomes dos avós maternos, pois a mãe sei que se chamava Isabel Maria Guedes, e que seria natural da freguesia de Belém / Cidade de Lisboa. Embora tenha dúvidas quanto à freguesia de baptismo da mãe dado que Belém, como freguesia só foi criada em 1833, e o seu filho José Maria, nasceu em 1850. Mãe aos 17 anos ou menos, pode ser mas???
Já agora aproveito para lhe perguntar se nos documentos que leu/consultou sobre o percurso académico de Joaquim José da Mota, existe alguma referência que permita explicar a duração do mesmo de 1825 a 1837, nomeadamente se existe alguma referência às Guerras Liberais, em que estou quase certo que participou, dado que 11 anos para concluir os estudos não é assim muito normal, e tenho também a referência que o mesmo Joaquim José subscreveu uma missiva dos estudantes, entregue por uma deputaçãoà Infante Regente D. Isabel Maria, em que estes se voluntariam para a criação de um Batalhão Académico em 1826 (a ref.ª existe no Livro "Documentos para a História das Cortes Gerais da Nação Portuguesa", pag. 722, cuja lista de estudantes já transcrevi noutro tópico deste forum). Como não está na lista dos presos politicos Miguelistas, que consultei no AHM, tudo leva a supor que terá integrado os seguintes corpos academicos (Batalhão de 1828 e Voluntários da Rainha), mas para tal facto ainda não tenho confirmação.
Cumprimentos,
Jorge Mota
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RE: Os voluntários em Leiria
Os meus cumprimentos
Pergunto ao confrade Ricardo Charters d'Azevedo se possui elementos biograficos de Vitorino de Barros Carvalhais e ainda sobre os seus ascendentes
Muito grato
Mario Marques
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RE: Os voluntários em Leiria
Caro Mario Marques
Não tenho, nada sobre ele.
Os meus estudos tem se prendido com familiares meus ou sobre acontecimentos em que eles intervieram. Assim após o "Villa Portela..."http://www.guardamor.com.pt/livro.php?id=965, acabei de publicar um outro livro sobre um meu 6 tio-avô, O D. Frei Patricio da Silva, 7º Cardeal Patriarca de Lisboa http://www.guardamor.com.pt/livro.php?id=1328.
Irão sair ainda um livro sobre as "Destruições das invasões francesas em Leiria" (pois um meu antepassado inglês foi oficial inglês que combatia as tropas francesas) e um outro sobre o "Assassínio do Barão de Porto de Mós" meu parente.
Outros estão no forno e sairão no ano que vem.
Mas o Vitorino de Barros Carvalhais não entra nos meus planos mas não deve ser dificil de encontrar qq coisa sobre ele
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Os voluntários em Leiria
Muito obrigado pela resposta
O meu interesse por essa pessoa baseia-se no seguinte facto:
O registo de nascimento em 1816 de um meu trizavô dá-o com neto materno do Capitão-mor Antonio de Barros Carvalhais de Vilarinho de Freires, arredores da Regua, e afilhado do seu primo materno Victorino de Barros. Parece-me que se tratará desse tal Victorino de Barros Carvalhais. Ainda não encontrei nada sobre estas pessoas mas vou continuar a busca.
Mário Marques
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RE: Jerónimo Pereira de Vasconcelos
meu nome é isla meu email é islacorno@gmail.com por favor contact me
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RE: Jerónimo Pereira de Vasconcelos
Caros José Roberto de Vasconcelos e José Filipe Menéndez,
Tenho grande interesse na pessoa de Jeronimo de Vasconcelos, se puderem me fornecer informações de quaisquer natureza ficaria imensamente agradecida.
Atenciosamente,
Walquiria Tofanelli
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RE: Jerónimo Pereira de Vasconcelos
Cara Walquiria Tofanelli
Lamento não lhe poder acrescentar outros dados sobre o Jerónimo Pereira de Vasconcelos, para além daqueles que disponibilizei nos primeiros conteúdos deste tópico a ele referidos. Esses mesmos dados foram extraídos, como salientei, de um dos volumes da "Nobreza de Portugal e do Brasil", superiormente dirigida por Afonso Zúquete.
Melhores cumprimentos,
Filipe Menéndez
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RE: Jerónimo Pereira de Vasconcelos
Bom dia Filipe Menéndez,
Muito Obrigada por responder. De qualquer forma já foram muito proveitosas as informações que você disponibilizou.
Fico muito agradecida,
Walquiria Tofanelli
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Vitorino de Barros Carvalhais.
Caro Mário Marques
Se ainda se não extinguiu o interesse que manifesta, eis algo que poderá esclarecê-lo:
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Notariais de Vila Real. 1.º Ofício; 02.Abr.1819 – [070]:
Esponsais e dote que fazem João da Silva Monteiro e sua mulher Dona Bernarda Benedita Barbosa e Silva a sua filha Dona Maria do Carmo Barbosa e Silva, para haver de casar com o Doutor Vitorino de Barros Carvalhais, de Vilarinho de Freires, actual Juiz de Fora de Castelo Rodrigo.
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Casamentos de São Pedro, 02.Mai.1819 – [217]:
Doutor Vitorino de Barros Carvalhais, filho do Capitão António de Barros Carvalhais e de sua mulher Dona Ana Joaquina, da freguesia de Nossa Senhora das Neves de Vilarinho dos Freires de Malta, e actual Juíz de Fora de Castelo Rodrigo.
Dona Maria do Carmo Barbosa e Silva, natural desta freguesia, filha de João da Silva Monteiro, natural de Vilar de Maçada, e de sua mulher Bernarda Benedita Barbosa e Silva, natural da freguesia de São Miguel de Cristelo, bispado do Porto.
Testemunhas presentes José Pereira de Sousa Peixoto, desta freguesia, e António Ferreira Correia Mourão, da vila de Lordelo, e o Padre Joaquim José Baptista, desta freguesia.
Nota: a mãe da noiva e sua gémea Custódia, irmãs de Custódio Barbosa e Silva, nasceram em 1762, em Cristelo, concelho de Paredes. Verifica-se que João da Silva Monteiro era cunhado de Custódio Barbosa e Silva.
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Cordiais cumprimentos,
Manuel Cravo.
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