Termo "Alfacinha"
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Termo "Alfacinha"
Recebi de uma prima moradora da cidade de São Paulo, Brasil, uma carta com referências a respeito de meu ancestral Joaquim José de Souza Corcoróca, dizendo ele ser um "Alfacinha". Ainda não consegui encontrar em nenhum dicionário da lingua portuguesa (Brasil) o significado desta palavra. Joaquim José de Souza Rêgo é o seu nome de batismo. Entretanto na idade adulta o encontrei com o nome modificado Souza Rêgo para Souza Corcoróca . Os motivos até que eu pude fazer algumas conjecturas, Apesar de ter ancestralidade portuguesa ele foi o primeiro diretor de uma colônia de imigrantes alemães em Santa Catarina (Colônia Santa Isabel). Também pude encontrar o nome de seus pais: João José de Souza Rêgo e Ellena Rosa de Jesus (casados em 4.04.1818) na Vila de Nossa Senhora do Desterro, SC, Brasil e de seus avós Manoel de Souza Rêgo e Anna Francisca da Conceição. Bisneto de João do Rêgo (Freguesia do Santíssimo Sacramento, Recife, Pernambuco,Brasil) e de Innocência Francisca de Souza da mesma Freguesia. Acredito que estes últimos eram portugueses. Entretanto não sei se das ilhas ou continentais. Eis a questão. Por que Joaquim José de Souza Corcoróca era um "Alfacinha"? Gostaria de cter ajuda nesta elucidação. Abraço a todos
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RE: Termo "Alfacinha"
Cara Maria
É muito comum chamar-se "alfacinha" a uma pessoa nascida e criada em Lisboa. Quando essa mesma pessoa tem igualmente mãe e avó materna igualmente nascidas em Lisboa, diz-se até "alfacinha de gema". Presumo que a expressão tenha a ver com "ovo"= origens, como o princípio da vida. Vou aguardar que mais algum confrade se pronuncie, pois não tenho bases para afirmar categoricamente.
Com os meus cumprimentos
Maria
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RE: Termo "Alfacinha"
Bom dia:
Já agora, em aditamento, transcrevo este excerto, explicando a razão da expressão "alfacinha":
«Alfacinhas – A origem da designação perde-se: há quem explique que nas colinas de Lisboa primitiva verdejavam já as "plantas hortenses utilizadas na culinária, na perfumaria e na medicina" que dão pelo nome de alfaces. ‘Alface’ vem do árabe, o que poderá indicar que o cultivo da planta começou aquando da ocupação da Península pelos fiéis de Alá. Há também quem sustente que, num dos cercos de que a cidade foi alvo, os habitantes da capital portuguesa tinham como alimento quase exclusivo as alfaces das suas hortas.
O certo é que a palavra ficou consagrada e, de Almeida Garrett a Aquilino Ribeiro, de Alberto Pimentel a Miguel Torga, os grandes da literatura portuguesa habituaram-se a tomar ‘alfacinha’ por lisboeta.»
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Termo "Alfacinha"
Bom dia a todos,
Caro João,
contrapondo o que disse, a parte da história "alfacinha" que conheço, é que é em virtude dos alimentos dos habitantes da capital que se tornam conhecidos como tal; após a entrada na cidade das gentes "saloias", ou seja os habitantes de Mafra, Torres Vedras, e outras gentes estremenhas, que traziam por hábitos muitos costumes, e por serem responsáveis no passado pela alimentação dos lisboetas com produtos hortículas, ficaram com a alcunha de "alfacinhas".
Cpts,
Augusto
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RE: Termo "Alfacinha"
Caros confrades,
O que eu sei tem a ver com as gentes saloias, mas não no sentido que o confrade Augusto diz. Terão sido os das regiões à volta de Lisboa a baptizar os lisboetas domingueiros do séc. XIX que se passeavam pelos "termos" da cidade, aperaltados com laços farfalhudos da moda nas camisas sobre o peito. Os "saloios", por troça passaram a denominá-los de "alfaces", visto que era o que lhes lembrava os ditos laços e logo, de "alfacinhas".
Cpmts,
Marcos Soromenho Santos
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RE: Termo "Alfacinha"
Caro confrade Marcos,
de facto também conheço essa versão!
aqui à uns anos quando li o livro da Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães, das histórias "Uma viagem no tempo", que em que os personagens viajam a 1908 (altura em q é assassinado D.Carlos), um dos personagens envolve-se com pessoas da época e vai parar aos arrabaldes de alvalade, benfica e outros, para comer e beber e cantar...
Ora no final da história é comentado vários aspectos da época, entre eles o termo alfacinha.
Cpts,
Augusto
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RE: Termo "Alfacinha"
Caros Amigos,
Ao menos de nós, os tripeiros, ninguém duvida porque somos assim chamados...:))
Confesso-vos que também já ouvi uma outra versão sobre a expressão alfacinha, mas foi-me contada por um sportinguista de gema, da última vez que o SCP foi campeão. Mas acho que esse tão desejado triunfo toldou por completo o raciocínio do meu amigo sportinguista, pelo que não atribuí muita credibilidade à tese!
Abc,
João Pombo
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RE: Termo "Alfacinha"
Caro João,
saberá que são tripeiros ao quadrado...
pois por dois momentos as gentes da invicta abdicaram da carne para comer as "tripas":
1.º Na preparação da armada que foi conquistar Ceuta; e
2.º Para alimentar as tropas liberais.
Pelo menos é a ideia que eu tenho...
Cpts,
Augusto
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RE: Termo "Alfacinha"
Caro Augusto:
Quanto mais tripeiro melhor, seja ao quadrado, ao cubo...
Avanço com mais esta explicação para o termo "alfacinha", que poderá ir ao encontro do que o Augusto referiu:
"A origem do termo Alfacinha para designar os Lisboetas não está claro, e a sua primeira referência clara surge com Viagens na Minha Terra, em 1846: "Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço...".
Segundo uma explicação, o termo advém do facto de na zona da cidade de Lisboa a alface ser uma planta abundante, e dada a origem árabe da palavra, ter sido cultivada em larga escala durante o período muçulmano.
Esta abundância de alfaces, está também ligada à outra explicação, que põe a origem do termo no facto de ter sido o único alimento disponível aos habitantes durante um cerco." (sic; fonte: Wikipédia)
A ser assim, existem algumas similitudes com a origem do termo "tripeiro".
Abc,
João Pombo
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RE: Termo "Alfacinha"
Caro João,
avanço mais uma semelhança com essa belíssima terra.
Apesar de nado e criado em Lisboa, não o sou de "gema"...
A minha mãe e irmãos nasceram na Invicta terra!, nomeadamente na freguesia de Ramalde.
Já os meus avós maternos já lá nasceram também!
e mais um detalhe... Não sei se é "Portista", mas o meu avô era construtor civil e também participou na empreitada de um estádio líndissimo...
o Estádio das Antas! a minha mãe, lembra-se de pequenina, acompanhar o meu avô e assistir às obras...
Uma obra que ficou a cargo do meu avô foi uma balaustrada que existe entre a foz do Douro e o Castelo do Queijo. é uma estrutura de cor amarela com floreiras se bem me lembro...
Abc,
Augusto Costa
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RE: Termo "Alfacinha"
Caro Augusto:
O meu pai é lisboeta e a minha mãe bracarense, daí que se calhar não me possa qualificar de tripeiro de gema, mas é assim que me sinto, por isso não me levem a mal os mais puristas nestas coisas. Aliás, o Porto para mim é um estado de alma, "a state of mind", como dizem os ingleses.
Sou portista, gostava muito do Estádio das Antas e gosto imenso do actual, pese embora lhe faltem, ainda, os pergaminhos e memórias do anterior.
Já vivi na Foz do Douro e conheço bem as balaustradas de que fala. São lindíssimas, sobretudo umas na zona mais próxima da rotunda do Castelo do Queijo. Em dias cinzentos, com alguma neblina, toda essa zona ganha uma beleza singular, tipicamente portuense.
Não desfazendo Lisboa, o Porto é uma grande cidade, que merecia um destino bem melhor.
Pena que num fórum de genealogia, este tema das cidades acabe por ficar normalmente de lado.
Abc,
João Pombo
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RE: Termo "Alfacinha"
Caro João,
um último complemento, tive um tio-avô Gualdino Ribeiro de Queirós, que fez as famosas corridas da boavista ao castelo do queijo...
Além de que foi também um grande escuteiro (desenhava como ninguém), e tocava violino...
Daqueles homens que há poucos....
Abc,
Augusto Costa
Ps: o meu avô "tripeiro" chamava-se Inácio da Cruz Neves.
dizia a minha avó que a família do marido vinha da galiza.
como vê raízes são muitas...
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RE: Francisco Mendes e Faustina Maria-Albufeira
Caro Sr. Marcos Santos,
penso que seja o Marcos Pedro Soromenho S. Santos, descendente de Francisco Mendes de S.Clemente Loulé e Faustina Maria, de Albufeira. Gostaria de saber se tem mais informação do casal acima, meu marido tem-os como antepassados.
Os meus cumprimentos,
Fernanda Farrajota
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O do meio é esprimido
Olá.
Tenho estado a acompanhar esta troca de msgs e já agora aproveito para levantar a questão: essa história de hostilidade entre norte e sul, POrto e Lisboa, isso existe? E vice-versa? Sempre me pareceu um disparate pq, conforme dizem, as raizes estão por todo o lado e para Lisboa migrou muito povo do Norte e do Sul. Pessoas com coragem para avançar no desconhecido. Portanto, o "sangue" é o mesmo.
Sou do centro, não conheço o Norte mas claro, mesmo sendo "de gema" até uma das avós, o resto dos ovos vêm de cima.
O Sul conheci e aí deparei com hostilidade que desconhecia sequer. Mas aqueles que ouvi maldizer, foram os primeiros a se mudarem para Lisboa.
Cumprimentos a todos os portugueses:
centro, norte, sul e arquipélagos.
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RE: O do meio é esprimido
Cara Cristina:
A hostilidade ou rivalidade existe, mas é evidente que depende das pessoas.
Terá certamente razões históricas, derivadas do facto de Lisboa ser capital e concentrar o poder político, económico (cada vez mais), etc...
Depois e a somar a isto tudo, temos ainda o futebol e as vitórias, nos últimos anos, do FCP.
Mas deixe-me dizer-lhe que não vejo mal nenhum nesta rivalidade, desde que não se ultrapassem os limites do razoável.
Pelo mundo fora, existem situações idênticas, de rivalidade entre cidades, algumas vizinhas, entre vilas e aldeias, etc...
Curiosamente e ao contrário do que se possa pensar, os lisboetas são os que dão mais importância a estas coisas.
Dou-lhe um exemplo:
Costumo ir esporadicamente a Lisboa, por motivos profissionais e não só.
Sempre que vou tomar um café e apesar de não ter um sotaque carregado do Porto, não há empregado de café que não faça logo um comentário a perguntar se sou do Norte. Agora imagine aqueles empregados que gostam de futebol e que são do Benfica ou do Sporting (habituados a perder nos últimos anos), os comentários que fazem...
Curiosamente, não tenho a mesma experiência com taxistas, que normalmente (é o que me tem acontecido) são quase todos oriundos do norte do País.
Já o mesmo não acontece aqui no Porto, pois que se um lisboeta, mesmo com sotaque carregado, entrar num café e pedir uma bica, o empregado serve-lhe o café como se nada fosse. Quer lá saber se é lisboeta, algarvio, alentejano, etc...
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Francisco Mendes e Faustina Maria-Albufeira
Cara Fernanda Farrajota,
Sou de facto descendente desse casal. Apenas tenho nota dos seus nomes como pais de Francisca Maria Mendes, natural de Albufeira, que casou com Simão de Sousa em 1736 (http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=188934).
Não tenho sobre esse casal mais notícias do que isso, além da natural afeição de oitavo-neto, grato pela existência que me permite respirar. Não sei como eram nem o que faziam, mas permito-me imaginá-los numa Albufeira branca e desaparecida dos séc. XVII/XVIII, com os olhos num horizonte azul sobre um mar sereno.
Fico a aguardar que me desvende os nomes do nosso parentesco, com a ansiedade genealógica de quem se encanta por estas artes.
Cumprimentos familiares,
Marcos.
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RE: Francisco Mendes e Faustina Maria-Albufeira
Caro Marcos:
Do casal Simão de Sousa e Francisca Maria Mendes tenho os seguintes filhos:
-Hiria Jacinta Rosa de Jesus (de quem descende meu marido) cc. José Fernandes
é a única que não encontrei a data de nascimento
- Margarida nasc. 20/7/1740
- Francisca nasc. 25/9/1742
- Duarte nasc. 17/5/1747 é gémeo do Manuel, este casado com Josefa Teresa
- Rodrigues
- Domingos nasc. 19/1/1750
Sobre o Francisco Mendes e Faustina Maria não consegui descobrir os antepassados, parece que os registos paroquias de Albufeira se perderam num incêndio.
Tenho os antepassados do Simão de Sousa, não sei lhe interessam. Sobre a descendência tenho bastantes descendentes. Numa propriedade da família Farrajota, em Loulé, costumava haver um almoço encontro das famílias Farrajota e Rocheta. Meu marido descende da família Farrajota (que é uma família única ) e da Sousa Fernandes, lado materno. Uma Sousa Fernandes casou com um Rocheta, depois um Rocheta casou-se com uma Farrajota, daí esse almoço ser Farrajota/Rocheta. Os Sousa Fernandes /Rocheta são descendentes do Francisco Mendes e da Faustina Maria. Há muitos casamentos entre Sousa Fernandes e Farrajota.
Pode pedir o meu endereço electrónico ao genea.
Por acaso o meu único filho chama-se Marcos, era o nome de meu sogro que era casado com uma descendente da Francisca Maria Mendes.
Os meus melhores cumprimentos,
Fernanda
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RE: Alfacinha
Prezados confrades.
Adorei ter iniciado este fórum no qual pude ver tanto interesse em vê-lo respondido e questionado . Agradeço a cada um de vocês que, com suas respostas pode me me oferecer um maior conhecimento sobre os portugueses. Pude até descobrir que aí em Portugal como aqui no Brasil há diferenças e as vezes algumas hostilidades entre os nortistas e os sulistas. Mas isso é bom para mostrar a cultura que cada um transmite aos seus. Só fico no aguardo que alguém me fale sobre os Rêgo. Sobre eles aí em Portugal. Será que eles vieram para o Nordeste Brasileiro (Pernambuco)como portugueses continentais ou eram açorianos. Quem sabe este fórum possa se tornar ainda maior e mais alegre, com pessoas dialogando mesmo de tão longe. Um abração a todos e mais uma vez muito abrigada.
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RE: Francisco Mendes e Faustina Maria-Albufeira
Caro primo Marcos,
Como esta?
Gostei de ler esta sua mensagem onde se mostrou bastante inspirado. Não sabia que tinha tambem raizes Louletanas !!!
A minha avó materna, Elisa das Cândeias da Costa de Sousa era Louletana tal como os seus avós, deixo-lhe a titulo de curiosidade o pouco que sei sobre estas minhas origens Algarvias.
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=983978
Um abraço
João
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RE: Francisco Mendes e Faustina Maria-Albufeira
Olá parente Marcos,
esqueci-me de informá-lo que a alteração feita no genea já foram dados que forneci em Janeiro, que entretanto já estão desactualizados. Tenho estado muito lentamente a rever todos os microfilmes de Loulé, faço a pesquisa em Oeiras. Espero descobrir mais qualquer coisa, sobre a Francisca Maria Mendes, de Albufeira, pensei que tivesse alguma informação. Quem sabe se um dia quando menos esperar a encontro, já me tem acontecido.
Um bom dia,
Fernanda
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RE: Alfacinha
Olá Maria da Luz,
desculpe ter invadido o seu tópico com outro assunto mas quando vi uma resposta do sr. Marcos Soromenho não resisti em questioná-lo sobre a ligação à família de meu marido.
Espero que aqui no fórum possa ter ajuda na pesquisa aos seus antepassados. Talvez abrindo outro tópico sobre a família Rêgo, tenho uma pesquisa bem grande de norte a sul do país mas não tenho nenhum dado que a possa ajudar. Sei que tenho uma grande família no Brasil, alguns que gostaria de saber se deixaram descendência porque teria uma bonita história de amor para lhes contar.
Os meus cumprimentos,
Fernanda Farrajota
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RE: O do meio é esprimido
Caro João Pombo,
Há muito que sinto o desejo de conhecer o norte do país e pisar o mesmo chão dos meus antepassados. Por isso se um dia sentisse essa tal "hostilidade" ia ficar magoada. Porém, não daria importância ao caso. Creio que é uma questão de mentalidade.
O bom mesmo é esquecerem-se estes disparates. E não os propagar sobe qualquer pretexto. Nem ao se falar de clubes de futebol nem por outro meio qualquer. Porque senão um dia, quando se vai a ver, já estamos contaminados com este "vírus" e nem nos demos conta. Nada de desvalorizar os outros nem de sobrevalorizar-se a si mesmo.
Agradeço-lhe ter-me respondido. Fiquei com receio que fosse um tema conflictuoso, ou um "tabu" e também isso é preciso combater.
Porém, foge um "pouco" à essência deste site (é um parente em segundo grau). Se quiser debater mais o assunto disponibilizo o meu endereço f a m i l i a--carvalho @ h o t m a i l ponto com. Terei gosto.
Só mais uma coisa: não sei a que cafés de Lisboa vai mas tem a certeza? Será que não se limitam a constatar o óbvio, sem conotação alguma senão querer fazer conversa a partir do óbvio? Acho que as pessoas dos cafés, se forem a fazer uma observação e não se limitarem a continuar a atender os restantes, não o fazem por malícia. É típico perguntar algo para puxar conversa. Se você usar um uniforme, começa por aí, se tiver sotaque será por aí e se aparecer com um bebé será por aí...
Amistosos cumprimentos,
Cristina Carvalho
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RE: Francisco Mendes e Faustina Maria-Albufeira
Caro primo,
Possivelmente encontramo-nos também em terras algarvias. Vê se aprofundas essa investigação e vais dando notícias.
Um abraço,
Marcos
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RE: Francisco Mendes e Faustina Maria-Albufeira
Cara parente,
Agradeço-lhe o seu contacto e as informações que dá. Tem graça a coincidência dos "Marcos".
Quanto aos antepassados de Simão de Sousa, apenas tenho o que está no site. Caso tenha mais alguma notícia, agradeço que me informe. Relativamente aos descendentes de que tem nota, gostaria também de obter esses dados.
É sempre bom encontrarmos parentes interessados por genealogia.
Um abraço familiar e amigo,
Marcos.
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RE: Francisco Mendes e Faustina Maria-Albufeira
Cara Fernanda,
A revisão lenta das fontes é sempre reveladora de novas informações que à primeira vista não se deram a conhecer. Fico contente que esteja a fazê-la. Por vezes irrompem Franciscas conhecidas que nos vão indicando caminhos insuspeitos para grandes descobertas. A pesquiza genealógica, entre o policial e o puzzle, torna-se assim num trabalho viciante carregado de boas surpresas, e algumas angústias. No entanto, o saldo é sempre positivo.
Diga quais são as suas actualizações, para que eu possa completar as minhas notas. Fico grato.
Marcos.
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RE: O do meio é esprimido
Cara Cristina:
Como viu e pelo menos aqui neste fórum, o tema "Norte-Sul" não se presta a grandes polémicas e muito menos é assunto tabu.
Em relação aos cafés, reafirmo que já senti uma certa "hostilidade", mas nada que me faça tirar o sono, nem sequer pedir o livro de reclamações.
Como disse, acho normal que estas rivalidades existam, desde que não excessivamente exacerbadas.
Mas vou-lhe só contar uma que me aconteceu em Janeiro passado, em Lisboa. Estava num restaurante indiano, perto da Alameda, e no final do jantar, estive, mais a minha companhia, à conversa com o dono do restaurante, um indiano nascido em Angola e que veio para Portugal aquando da independência deste país. Creio que terá nascido português e a verdade é que grande parte da vida dele, passou-a em Lisboa.
Estava ele a aliciar-me com a perspectiva de uma viagem à India, tendo o cuidado de me alertar para os perigos e inconvenientes, sujidade de certas ruas e locais, doenças, alergias, vírus, algumas zonas mais perigosas, etc, quando me disse que eu não ia notar grande diferença, sendo do Porto, onde existem - na cabeça dele, claro - imensas aldeias, caminhos e estradas poeirentas, casas de palha, etc...
Achei piada ao comentário, paguei a conta, despedi-me e saí, de estômago cheio e sem lhe levar a mal o comentário, próprio de uma pessoa que poucas vezes deve ter saído de Lisboa, desde que chegou do ultramar.
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: O do meio é esprimido
Caro João:
Conta-me um episódio peculiar e retribuo-lhe com um exemplo idêntico. Mas o meu aconteceu no estrangeiro. No norte de Inglaterra um indivíduo ao saber que era de Portugal, supôs que estava felicíssima por viver na sua cidade, já que do "lugar de onde eu vinha" andava "descalça na terra batida e era muito pobre para comprar sapatos". O cómico da situação é que o local em questão era uma cidade de pouco luxo, com carência de tanta coisa que me acostumei por aqui. Mas serve-lhe de exemplo para ver a que ponto as ideias "pré-concebidas" e não actualizadas podem distorcer percepções. No entanto, não considero este tipo de situação o verdadeiro exemplo de "hostilidade", mas apenas desconhecimento partindo de ideias que não evoluiram. Quando falei de "hostilidade" referia-me à atitude de descriminação, permanente e gratuita, quiça disfarçada, de pessoas que podiam ser mais esclarecidas e insistem em maltratar um indivíduo meramente por este ser natural de... E nem o tempo e a possibilidade de ficar a conhecer a pessoa os faz sair desse caminho.
Mas ainda bem, que este não é tema tabu ou polémico... há tempos que queria saber se este "mito" estava "vivo e de saúde" e pude agora ficar mais esclarecida.
Cumprimentos
CC
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Termo
Alfacinha é uma designação popular de etimologia incerta para designar os naturais de Lisboa.
A sua primeira referência clara surgiu em meado do século XIX, na obra "Viagens na Minha Terra", de Almeida Garrett (1846): "Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço..." e não tem nada a haver com ovo! ????
Alfacinha de gema, quer dizer alguém nascido em Lisboa, com a mãe e avó materna também de Lisboa...
Idêntico ao Paulistano e Paulista de S. Paulo no Brasil.
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Alfacinha
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"Terão sido os "saloios" das regiões à volta de Lisboa a baptizar os lisboetas domingueiros do séc. XIX, que se passeavam pelos "termos" da cidade, aperaltados com laços farfalhudos da moda nas camisas sobre o peito. Os "saloios", por troça passaram a denominá-los de "alfacinhas", visto que era o que lhes fazia lembrar os ditos laços."
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Esta resposta consta de uma mensagem
inserida neste tópico.
É a que faz mais sentido.
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Sc.
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Termo
... interessante a história dos saloios...
Nunca tinha ouvido falar.
Mas daí até ser "a que faz mais sentido", é um passo muito grande...
(talvez baseados na mente do povo brasileiro?)
Houvi sim, durante durante anos, sobre o facto de os Lisboetas comerem muita alface... uma das versões foi publicada no Borda D'Água...
Não há certeza sobre a origem do termo, mas há diversas versões que buscam explicá-la.
De acordo com o Gabinete de Estudos Olisiponenses, em 1943 Fernanda Reis publicou um artigo no Boletim do Grupo Amigos de Lisboa intitulado Alfacinhas, e conta que andou pela capital a perguntar a razão do nome: “Explicaram-me que tal apelido viera aos da capital por serem muito amigos de alfaces e por as comerem exageradamente”.
Uma explicação trazida na coluna "O Poço da Cidade", num jornal de 1984, o termo advém do facto de na região da cidade de Lisboa a alface ser uma planta abundante…
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A Alface
Autor:Rvcasa,
Presumo que não conhece Lisboa, nem os Concelhos limítrofes.
Esse Borda de Água é alguma fonte informação credível?
Também não deve conhecer bem o povo Brasileiro.
Cumprimentos
Rf.
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Viagens na minha terra
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A obra foi publicada originalmente em folhetins na Revista Universal Lisbonense entre 1845 e 1846, sendo editada em livro apenas em 1846. Tida como obra única no Romantismo português por sua estrutura e linguagem inovadoras, Viagens na minha terra é um marco para a moderna prosa portuguesa e um importante documento de referência para entender a decadência do Império Português.
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"Pois ficareis alfacinhas para sempre."
...Aquele Passeio Público que existiu no Rossio, serviu para retratar a sociedade Lisboeta à
época, etc.
http://www.historiadeportugal.info/passeio-publico-do-rossio/
Sc.
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Termo
Caros:
Um ano antes da publicação das Viagens na Minha Terra a expressão “alfacinha” já era conhecida, e publicou-se na mesma Revista Universal Lisbonense (número de 1 de fevereiro de 1844), redigida por Antonio Feliciano de Castilho. Aí, o artigo n.º 2655 é um pequeno conto intitulado “Ensino dado por um saloio a um alfacinha”, em que “alfacinha” parece ter o sentido de “morador em Lisboa e peralvilho”. É esse ainda o sentido da frase de Garrett, que não interpelava todos os lisboetas...
O alargamento a todos os lisboetas mais facilmente viria de quem os visse de fora, e esse novo sentido já se encontra na Collecção de proverbios, adagios, rifãos, anexins sentenças moraes e idiotismos da língua portuguesa, de P. Perestrello da Camara, publicada no Rio de Janeiro em 1848, em que se refere: “Alface ou alfacinha (Alcunha de todo o filho de Lisboa, ou lisbonense)”.
Melhores cumprimentos,
Marcos Sousa Guedes
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Alfacinha
[Almeida Garrett à data da publicação das viagens da minha terra; 1844.] Estávamos no
reinado de Dª Maria II, tinha passado uma década da Guerra Civil, Portugal continuava
mergulhado na escuridão etc.
"Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço."
Era um Grito de alerta para a classe Aristocrata de Lisboa, que se mantinha com pouca atitude perante os problemas do País. A Nobreza estava falida, valia tudo, os comerciantes
mais abastados contraiam matrimónio com moças da alta sociedade, e já não havia qualquer
impedimento relacionado em ser ou não de "sangue azul".
Sc.
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