Questões-Dúvidas: Jornaleiro
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Questões-Dúvidas: Jornaleiro
Boa Tarde!
Tenho 2 questões (dúvidas) as quais agradecia que os caros confrades me ajudassem.
-Através da investigaçao genealógica da minha familia encontrei numa certidão de nascimento do meu trisavô, cuja profissão é jornaleiro, gostaria de saber do que se trata dessa mesma profissão, á letra sei que tem a ver com jornais?
-Outra questão é o motivo de apelidos (religiosos)a respectivas mulheres no meu -caso á minha trisavó - (Theresa de Jesus), assim sucessivamente sem corresponder aos seus pais Joaquim José de Adaga e Victorina da Conceição?
Os melhores cumprimentos
Paulo de Medeiros Rodrigues
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RE: Questões-Dúvidas: Jornaleiro
Caro confrade Paulo Rodrigues
A não ser que seja muito, muito jovem, penso que a certidão do seu trisavô respeitará aos finais do século XIX. Assim sendo, a profissão de "jornaleiro" deriva do termo "jorna", isto é, trabalho ao dia, normalmente ligado às tarefas do campo. A "jorna" é um dia de trabalho. Também se diz "receber a jorna", isto é, receber o pagamento respeitante a um dia de trabalho. Jornaleiro não tem a ver com jornal. A não ser que se trate do indivíduo que vende jornais. Mas para saber, tem que contextualizar o termo na época e no local. Vamos imaginar o interior do país, beiras, alentejo e trás os montes. Antes de 1900 não estou a ver indivíduos a distribuir/vender jornais pelas aldeias e vilas, a não ser concentrados num único local de venda. Portanto, quase de certeza que se trata de um trabalhador rural ao serviço de outrem, trabalhando de sol a sol.
Quanto ao apelido da sua trisavó, não percebo qual a sua dúvida. Se bem deduzi da sua pergunta, estranha que a sua antepassada tenha um nome religioso, ao invés de seguir as pisadas de outros nomes familiares? Colocar nomes compostos religiosos foi sempre uma prática corrente, de acordo com as preferências dos padrinhos, pais ou até se as crianças nasciam no dia de determinado santo. A escolha depende muito das circunstâncias e do meio cultural e religioso. Por exemplo, quando uma criança era depositada na roda, quase sempre levava o nome da madrinha/padrinho ou o nome do santo daquele dia.
Ainda sobre os nomes, não se admire se no mesmo núcleo familiar, entre muitos irmãos, cada um apareça com apelidos diferentes. Mas isso é uma outra questão e eu aconselho a ver outras mensagens postadas neste forun sobre essa matéria.
Espero ter dado uma ajudinha. veja o que outros confrades dizem sobre o assunto.
Cumprimentos
Maria
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RE: Questões-Dúvidas: Jornaleiro
Caro Paulo Rodrigues,
1. Jorna significa "trabalho feito durante um dia, especialmente por um trabalhador rural", podendo também designar o salário que se recebe por esse trabalho.
Jornaleiro é o trabalhador que se emprega na jorna. No Portugal rural, jornaleiro era uma categoria profissional e social que enquadrava os "sem-terra", i.e. as pessoas que não sendo proprietários agrícolas dependiam destes para sobreviver.
Creio que alguns párocos reservavam a categoria "proprietário" para os "grandes" agricultores, porque já encontrei vários "jornaleiros" que possuiam documentadamente algumas propriedades.
2. de Jesus pode ser apelido ou nome próprio. No baptismo apenas se registava o nome próprio, os apelidos eram escolhidos mais tarde e era até bastante frequente usar apelidos de avós e bisavós sem usar os dos pais... já para não falar dos casos em que em cada acto de registo a mesma pessoa é identificada com apelidos completamente diferentes.
Cumprimentos,
Peixeira Marques
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RE: Questões-Dúvidas: Jornaleiro
Cara Maria David agradeço a informação prestada, e sim tem razão ainda sou muito novo, mas com interesse pela genealogia "grande", no entanto "ignorante" ainda nesta matérias.
O meu trisavô, tratava-se de um individuo que nasceu em 1874, no Baixo Alentejo, compreendi entao a questao do jornaleiro, muito obrigado.
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RE: Questões-Dúvidas: Jornaleiro
cara Peixeira Marques, muito obrigada pela informação prestada, fiquei de certo esclarecido, atenciosamente grato Paulo Rodrigues
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RE: Questões-Dúvidas: Jornaleiro
Sem querer abusar da sorte, gostaria que alguem me auxiliasse numa informação como encontrar os nomes dos filhos de um respectivo casal (Exemplo: Trisavós, Bisavós) e assim sucessivamente. Em que certidão? Se é que existe alguma certidão especifica.
Espero ter redigido bem a pergunta!
Atenciosamente Grato
Paulo de Medeiros Rodrigues
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RE: Questões-Dúvidas: Jornaleiro
Caro Paulo Rodrigues
Felicito-o pelo entusiasmo em relação à genealogia!!! É sempre muito gratificante ver um jovem ocupar, desta forma, parte do seu tempo livre....porque fazer genealgia ocupa muito tempo. Parabéns.
Não tenha receio de tirar dúvidas. NINGUÉM nasce ensinado! Eu, quando comecei, tropecei muitas vezes e fiz muita coisa errada que hoje, a esta distância, me parece tudo demasiado óbvio.
Não quero desmoralizá-lo mas...não há uma certidão onde vá encontrar a papinha feita, para grande aborrecimento de todos nós. Contudo, curiosamente, num assento de um bisavô meu, vinham escarrapachados os nomes de todos os filhos que ele deixou quando morreu, com as respectivas idades, o que é raro. O mais comum acontecer é haver menção do número de filhos e nem todos os registos trazem isso.
Portanto, vou dizer-lhe o que será mais fácil, sem lhe garantir que consiga fazer um levantamento completo.
Na posse do nome dos seus avós, tente saber onde casaram. A partir daí, vá à freguesia de casamente e comece a ver os livros de assento de baptismo, folha a folha. Demorado, não é? ...mas quem disse que fazer genealgia era como comer um rebuçado? veja quem é baptizado e que tenha o mesmo nome de pais e avós. Claro que será mais fácil partir de alguém que já conhece. Imagine que o seu pai, filho dos tais seus avós, nasceu num dado ano. E que o casamento dos seus avós é de 5 anos antes. Pode começar a procurar outros tios recuando 6 anos. Às vezes, o casamento verificava-se depois do nascimento de um filho, até mesmo muitos anos depois. É uma questão de intuição e de paciência.
Fará o mesmo para os seus bisavós, trisavós, e por aí fora. Não esqueça que normalmente os casamentos davam-se na freguesia de baptismo ou morada da noiva (não significa que fosse sempre assim) e quase sempre os filhos nasciam na mesma terra e freguesia. Mas também podiam nascer em freguesias ou terras diferentes. E assim sendo, tem a sua vidinha muito mais complicada. Mas comece devagar....Primeiro pelos ancestrais na linha directa. Mais tarde, vai ter mais desenvoltura nos arquivos e treino nas pesquisas e poderei dar-lhe outras dicas.
Atenção a uma coisa MUITO IMPORTANTE: nada tem valor do que fizer se não retirar as respectivas fontes! Isto significa que, quando encontrar um assento (seja de baptismo, casamento ou óbito), deverá pedir uma fotocópia simples para efeitos de investigação genealógica ou registar num caderno seu o nome, nomes dos pais e respectivas freguesias, os dos avós no caso de constarem, os nomes dos padrinhos, testemunhas, as datas que constarem e, o FUNDAMENTAL, o arquivo onde encontrou, freguesia, concelho, distrito, número do livro ou microfilme e folha donde recolheu a informação. Isto é importante por dois motivos: prova onde foi recolher os dados (e qualquer pessoa poderá comprovar) e facilita-lhe a a vida em caso de querer voltar ao mesmo assento.
Se fizer uma fotocópia do assento, registe por trás ou peça ao arquivo que o faça, o nome do arquivo, a freguesia, concelho e distrito, o número do livro e a respectiva folha onde consta o assento.
Vou dar-lhe um exemplo para poder ver como faço:
Tenho um tetravô que nasceu em 12.09.1784.
O registo na minha base consta assim:
Registo de Baptismo:
ANTT, Registos Paroquiais, freg.S.Tiago, conc.Belmonte, dist.Castelo Branco, mic.83, item 5, Lv.B 4, fl.11v.
Isto siggnifica que foi na Torre do Tombo que o encontrei, nos registos paroquiais, foi baptizado na freguesia de S.Tiago da vila de Belmonte, distrito de Castelo Branco, estava no microfilme 83, no item 5 que compreende o livro de baptismos número 4 da mesma freguesia e o assento descobri-o no verso da folha número 11.
Espero ter sido clara e que este exemplo o ajude.
Disponha sempre.
Maria
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RE: Questões-Dúvidas: Jornaleiro
Cara Maria,
Muito obrigado, pelas informações prestadas, de certo que vão me ajudar muito, e obrigado pela paciencia.
Antensiosamente Grato
Paulo Rodrigues
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