em casa de necessidade
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em casa de necessidade
ex. mos sr
num registo de baptismo de um antepassado aparece o seguinte texto "aos 3/2/1693 baptizei Manuel Martins Pinto em casa de necessidade a Vicente filho de Maria solteira, filha de Antonio Manuel e Benta Manuel disse ser seu pai Jose Pinto, solteiro"
podem me explicar o significado da expressao em casa de necessidade.
grato
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RE: em casa de necessidade
Caro Confrade:
Os recém nascidos eram muitas vezes baptizados em casa, por um dos presentes, por "virem em perigo de vida".
Nesse caso, quando iam à Igreja o Padre só "colocava os Santos Óleos".
Geralmente o padrinho ou madrinha era quem baptizava em casa.
Ainda hoje é permitido e se pratica. Qualquer cristão pode baptizar, com as palavras:
"Eu te baptizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"
Cumprimentos
Nelita
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... em casa, de necessidade, ...
Cara Srª ?,
Ponha-lhe vírgulas, e já entende:
-"... baptizei em (sua) casa, de (por) necessidade, a Vicente, filho de Maria, ..."
Em suma, o Sr Manuel Martins Pinto baptizou o Vicente, em casa da sua mãe, Maria, provavelmente na altura do nascimento ou pouco depois, por achar que a criança não sobreviveria, e portanto, por achar que uma intervenção rápida com o Sacramento era uma necessidade inadiável.
Cumprimentos cara Srª ?.
Victor Ferreira
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RE: ... em casa, de necessidade, ...
Caros confrades
Eu diria que há um erro de leitura. O que estará escrito será "em caso de necessidade", ou não?
Cumprimentos
João Cordovil Cardoso
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RE: ... em casa, de necessidade, ...
Caro João Cordovil Cardoso,
... Ou isso.
É provável e foi a primeira coisa que me ocorreu. Mas como não vi o texto, não arrisco desconfiar da leitura.
Com as vírgulas, melhor, as pausas de leitura, a expressão «de necessidade», de carácter popular, alternativa a «por necessidade» não deixaria de fazer sentido.
Cumprimentos.
Victor Ferreira
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RE: ... em casa, de necessidade, ...
Caro Victor Ferreira
Concordo com o João Cordovil Cardoso, mas sobretudo penso que no assento deverá constar “baptizou”. Dessa forma é que estaria certo: Aos tantos de tal, Fulano baptizou, em caso de necessidade, a Vicente...
Na sua versão, igualmente o verbo teria que estar na terceira pessoa do singular.
Cumprimentos,
Manuel.
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RE: ... em casa, de necessidade, ...
Caro Manuel,
O trecho transcrito é:
"... aos 3/2/1693 baptizei Manuel Martins Pinto em casa de necessidade a Vicente filho de Maria solteira, filha de Antonio Manuel e Benta Manuel disse ser seu pai Jose Pinto, solteiro. ...".
Não sabemos o que vem antes e o que se segue.
Para perceber exactamente o que quer transmitir, precisaríamos de o conhecer na totalidade.
Dito isto, e com base em alguns milhares de assentos que já li, pese embora as fórmulas variarem de região para região e de pároco para pároco mesmo na mesma igreja, a versão que proponho não padece de nenhuma incongruência.
As 'pausas' que atribuo à leitura do texto dão-lhe um sentido possível, tão provável como outro qualquer dos também possíveis, e no meu, sem qualquer alteração de letras, e por conseguinte, de palavras.
Repare que o trecho transcrito pode ser uma declaração, do tipo: "Eu, o Cura, aqui escrevo o que ouvi do Fulano, que conheço e a que dou fé: aos 3/2/1693 baptizei, Manuel Martins Pinto, em casa, de necessidade, a Vicente filho de Maria solteira, filha de Antonio Manuel e Benta Manuel disse ser seu pai Jose Pinto, solteiro. ..." a que se seguiria o testemunho do Cura que apôs os Santos Óleos em cerimónia posterior na Igreja, etc. (como certamente conhece e sabe). E isto sem mudar nenhuma letra.
E pronto. Ficámos na mesma, como a lesma, porque ninguém viu o texto original na íntegra, e isto tudo - a minha versão, a sua e a do João, podem ser todas disparates totais e não terem nada a ver com o que ocorreu ...
Os meus cumprimentos, respeitosos e cordiais como sempre a qualquer pessoa que como o Manuel e o João gostem desta cavaqueira fundamentada mas leve, como um tempo de férias (que hão de vir um dia destes, hão de vir ... eu tenho fé ...).
Victor Ferreira
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RE: ... em casa, de necessidade, ...
Caro Victor Ferreira
Eu não disse, nem penso, que a sua interpretação de “em casa de necessidade...”, como significando “em casa, por necessidade,...”, padeça de qualquer incongruência; apenas me parece melhor a versão do João Cordovil Cardoso, “em caso de necessidade,...”, por imaginar ser essa a fórmula com que o baptismo menos formal, habitualmente realizado pela parteira, pudesse surgir justificado nos manuais de conduta dos párocos.
O que faz menos sentido, a meu ver, é a forma verbal “baptizei”.
À criança foi dado o nome de Vicente; a que propósito surge então o Manuel Martins Pinto?
Na transcrição que nos foi apresentada quem baptizou? O redactor do assento, o pároco, e, embora não esteja explicitamente dito nas suas mensagens, compreende-se que a sua leitura é “em tantos de tal, baptizei, EU, Manuel Martins Pinto...”
Ora, quem baptiza “em casa, por necessidade”, ou “em caso de necessidade”, não é o pároco; se o fosse, e mesmo que a cerimónia tivesse sido realizada em casa da parturiente, a validade do baptismo não ofereceria dúvida e a menção seria dispensável.
A meu ver, o pároco não baptizou a criança, por estimar que o baptismo fora realizado e válido, como afirmou a Nelita, e dá nota apenas das circunstâncias em que ele ocorreu.
Segundo as regras, que em tempos me foram explicadas em outro tópico, não se podia baptizar uma criança duas vezes. É esse o motivo do baptismo “sub conditione”.
O pároco, baptizava condicionalmente, por não estar certo da efectividade da cerimónia anterior, realizada por outrem, por regra em situação de morte iminente da criança.
Em assentos portuenses surge até uma palavra que, segundo creio, é apenas de uso local. O pároco escrevia que a criança havia sido “enchampelada” (“enxampelada”, “enchapelada”, “enxapelada”, “encapelada”) pela parteira, razão por que a baptizava “sub conditione”.
Fácil é dissipar as dúvidas, se quem lançou o tópico nos fornecer o nome do pároco, que deve constar nos assentos adjacentes.
A forma verbal “baptizei” estará correcta se o pároco se chamar Manuel Martins Pinto, e deverá ler-se “baptizou” se assim não acontecer.
Poderemos então ir para férias incondicionalmente, pois com um problema desta magnitude filosófica por resolver, quem poderá lançar um olho displicente e apreciador às Angel Kisses que, nesta quadra, povoam os areais?
Férias “enchampeladas”, duvidosas, “sub conditione”, não obrigado!
Apelo pois ao MAFS para que nos retire deste doloroso impasse.
Cumprimentos, e permita-me que elogie a sua benemérita disponibilidade para continuadamente expor aos principiantes os modos sensatos de abordagem destas matérias, fazendo o milagre de se não repetir, e servindo-nos sempre agradável leitura.
Manuel.
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RE: ... em casa, de necessidade, ...
texto tal como no registo
Aos tres dias do mes de fevereiro do ano mil seiscentos noventa tres baptizou Manuel Martins Pinto em caso de necessidade a Vicente filho de maria, solteira filha de António Manuel e sua mulher Benta Manuel do lugar de Carvalhal, disse ser seu pai Jose Pinto , solteiro do lugar de barreiro desta freguesia eu lhe pus os Santos Oleos....
grato pelas explicaçoes
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CASAMENTO POR NECESSIDADE
Aqui vai um exemplo de casamento "por necessidade" ocorrido no Rio de Janeiro.
1922- Aos 63 anos, em 15-04-1922, X casou “por necessidade”com Anna F A, “esta gravemente doente mas em seu perfeito juízo”, com 50 anos de idade, f leg deAntonio PA e Maria F, bat freg de Bananal-SP, viúva de Antonio CA. O casamento foi realizado na Rua Benedito Hipólito 181. Testemunhas: MartinhoLC e Conceição S(ACMRJ/Livro AP-1104, fls 156v, termo 53).
FGJ
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RE: ... em casa, de necessidade, ...
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texto
texto tal como no registo
Aos tres dias do mes de fevereiro do ano mil seiscentos noventa tres baptizou Manuel Martins Pinto em caso de necessidade a Vicente filho de maria, solteira filha de António Manuel e sua mulher Benta Manuel do lugar de Carvalhal, disse ser seu pai Jose Pinto , solteiro do lugar de barreiro desta freguesia eu lhe pus os Santos Oleos....
grato pelas explicaçoes
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RE: ... em casa, de necessidade, ...
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texto tal como no registo
Aos tres dias do mes de fevereiro do ano mil seiscentos noventa tres baptizou Manuel Martins Pinto em caso de necessidade a Vicente filho de maria, solteira filha de António Manuel e sua mulher Benta Manuel do lugar de Carvalhal, disse ser seu pai Jose Pinto , solteiro do lugar de barreiro desta freguesia eu lhe pus os Santos Oleos....
grato pelas explicaçoes
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