Mistério da família RAMOS - bastardos?
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Mistério da família RAMOS - bastardos?
Caros participantes,
Será que alguém me poderia ajudar no seguinte:
A minha bisavó, que faleceu com quase 100 anos, dizia que nós, a familia Ramos de Trancoso, eramos aparentados com a familia dos "Ferreirinhas' da Régua como ela os chamava.Eu ouvi tambem esta história quando era criança.Nunca ninguem na nossa familia investigou .Estando pessoalmente interessada em genealogia e passadas estas decénias todas , penso que ela se referia á familia da D. Antónia Adelaide Ferreira,chamada a "Ferreirinha"da localidade de Peso da Régua. O problema reside no facto de , se isto fôr verdade, seremos parentes da referida familia via ilegitima. O caso seria provavelmente relação tipo criada/patrão.
Como filhos bastardos não são ,na maioria das vezes reconhecidos pelo pai, e as certidões não possuem os dados todos concernentes a paternidade será bastante dificil averiguar este assunto . Ou não? Será que a minha bisavó levou o mistério para a cova ? :-) Faço apelo aos confrades mais experientes !
PS -Ë lógico que já vi a linha legitima da familia Ferreira e tal como esperava aí não encontrei nada.
Ficaria muito agradecida a quem me possa elucidar.
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A resposta está ...
... no que descobrir com a sua pesquisa!
Cara Senhora,
Como bem parece ter percebido, os adivinhos fogem deste Forum (pelo menos que eu tenha conhecimento, embora nunca se saberá se algum Professor Macumba já se travestiu de interveniente: às vezes parece).
Como tal, o que se pode dizer sobre o que haverá de fazer começa pelas recomendações do costume.
As dificuldades para fazer essa pesquisa que pretende são as mesmas que teria se a estivesse a fazer apenas e só com o intuito de conhecer o que venha nos paroquiais, ou seja, o que é mais fácil de conhecer.
Faça isso. Comece por aí.
Se num ponto qualquer do processo lhe aparecerem razões para aprofundar a pesquisa, então nessa altura é que deve pôr-se alerta e tomar atenção às pistas que possa seguir. Nessa altura volte a este Forum, exponha as suas questões e haverá certamente sempre alguém pronto a contribuir com um palpite.
E perguntará: 'mas o que são «razões para aprofundar a pesquisa»?'
[- Mas o que são «razões para aprofundar a pesquisa»?]
Não apenas filhos fora do casamento, mas casamentos em locais distantes validados na freguesia de origem do nubente (no caso, longe de Trancoso), padrinhos ou testemunhas de sacramentos que possam ser da, ou estar de alguma forma ligados à, família de D Antónia Ferreira ou às suas propriedades (empregados, capatazes, p.ex.), ou mesmo referências a essas propriedades ou às terras onde se situavam.
Estas são apenas algumas pequenas achegas, mas já percebeu a ideia, creio.
Como vê, tem algum trabalho de sapa: estudar bem D Antónia e as propriedades que possuía, as localidades, alguns nomes dos seus funcionários que eventualmente tenham escapado nos registos da Casa Ferreira ... É que quando chegar à época nos paroquiais terá que conhecer alguns desses nomes para não passar por cima deles se lhe aparecerem nos registos.
Outra coisa que pode ajudar são os registos de compra e venda de propriedades ou de transacções diversas, p.ex., vendas de vinho. Pode ser que algum dos seus ancestrais tivesse relações comerciais com a Casa Ferreira.
Bom, acho que já chega por hoje. Já tem assunto para as próximas três férias grandes. Se tiver dúvidas, volte a este seu Tópico, não abra outro.
Boas pesquisas e bom trabalho.
Os melhores cumprimentos, do
Victor Ferreira ... ops! querem ver que também ... não ... há mais 'Marias' na terra.
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Em tempo:
Sobre o pedido que faz em outro Tópico «...Família Ramos de Trancoso ...»:
O mais provável é não existir «uma» família Ramos no Concelho de Trancoso. Devem existir inúmeras. Mesmo se especificar uma determinada Freguesia pode haver mais que uma e pode ser que não tenham nada a ver umas com as outras. Ramos é um 'sobrenome' votivo, uma aposição de carácter religioso, como da Cruz, do Rosário, Quaresma, dos Santos, da Natividade, dos Reis, etc., e que acaba por se fixar como apelido na geração seguinte. Se recuar umas gerações verá que o seu primeiro «Ramos» dessa linha será em primeiro lugar provavelmente uma mulher, e em segundo, filho/a de um Pais, ou Fernandes, ou Gonçalves ou outro apelido qualquer.
Não procure por apelidos: pode ser o melhor caminho para ficar a falar sozinha. Procure nos livros paroquiais, em Viseu, no caso.
Cumprimentos.
VFerreira
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RE: A resposta está ...
Caro Vitor ,
Muito obrigada pela sua pronta simpatia em reponder ao meu apelo !
Como bem diz tenho um bom trabalho á minha frente...
Tenho de estudar a vida e tudo o que concerne a D.Antónia mas há pontos de interrogação que se me deparam:
-não tenho dados nenhuns quanto a datas. Seria o" ïncidente" (chamemos-lhe assim :-) ) no tempo dela? Seria posteriormente no tempo de um dos filhos? Assim depara-se-me um "time frame" bastante longo o que tornará a investigação ainda mais penosa .
-Pelo que me diz no meu outro mail concernente á minha familia Ramos de Trancoso , ao qual amavelmente tambem me respondeu, levanta-se a questão se (ainda por cima para facilitar a coisa ) nesse espaço de tempo em que conduzirei a minha pesquisa o apelido dos meus antepassados seria Ramos ou outro qualquer...
Isto são os meus desabafos...não sei se estarei á altura da montanha que se me depara!
Tenho no entanto algumas perguntas, não querendo abusar da sua boa vontade , mas gostaria de saber se :
.existe alguns registos especificos onde eu poderia ver os nomes de funcionários dessa familia. Fez menção dos registos da Casa Ferreira. Onde os poderei consultar? Existe algum estudo publicado sobre esta família ? Mas mesmo que exista não abrangerá com certeza informações tão detalhadas.
.um casamento num local distante mas validado na freguesia do nubente assume uma categoria diferente da de um assento de casamento efectuado nessa dita freguesia, isto no caso de eu ter de pedir uma cópia?
.qualquer pessoa pode pedir os registos de transacções comerciais e de propriedade da familia Ferreira? Não há leis ou obstáculos á invasão de propriedade?
.Trancoso pertence ao districto da Guarda e não de Viseu, não é?
Victor Ferreira...ops! querem ver que também...no fim poderemos ser aparentados! Ah! Ah! Ah!
Desde já grata pela sua paciência ...e humor,
A. Claro
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RE: A resposta está ...
Caro A. Claro
Pode não ter nada a ver mas ao ler o seu apelido "Claro" recordei-me que, na série da RTP "A Ferreirinha", existia um empregado da confiança da D. Antónia que se chamava António Claro ... Poderá ser (ou não) um princípio para a sua pesquisa ...
Cumprimentos,
Luís Figueira
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RE: Em tempo:
Exactamente,
O meu apelido e Ramos, que vem da zona do Sabugal, Guarda, no entanto descobri que nao existiam Ramos antes do meu bisavo. Antes eramos Pereira, depois passamos a Pereira Ramos, e agora so Ramos.
-Luis Ramos
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RE: Em tempo:
Caro Luis,
No seu mail diz ter descoberto não existir outros Ramos antes do seu avô. O vosso apelido de familia era Pereira. Trata se portanto dos tais casos de ädopção de apelido votivo?
- A minha pergunta é se investigou o nome Ramos apenas na região de Sabugal ou se a sua pesquisa abrangeu uma zona maior no distrito da Guarda?
Como poderá avaliar esta informação poderá ser relevante para mim. Eu sou Ramos pelo lado materno e estes eram de Trancoso, Guarda. O meu bisavô chamava-se Manuel Ramos casou com Rosa Pereira, minha bisavó. Coincidência com os Pereira Ramos da sua familia...?
A. Claro
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RE: A resposta está ...
Caro Luis,
Ai, ai...era bom demais para ser verdade mas Claro é o lado errado da minha familia neste caso. O destino a pregar partidas? :-)
O incidente que pretendo averiguar tem a ver com o lado materno , familia Ramos.
É um Ramos que ando á procura. Mas qual o meu espanto ! Que grande ironia , de tantos apelidos portugueses esse António ser um Claro....(?) Ainda por cima sendo Claro um dos apelidos menos comuns.
De qualquer modo muito obrigado pelo seu mail !
A. Claro
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(Ainda) Em tempo:
É como diz, caro Luis Ramos (ou Pereira, se quiser).
O seu exemplo é paradigmático.
E como ele, virtualmente todos os outros.
Bom, ao fim e ao cabo todos - repito - todos os apelidos começaram um dia. Não há apleidos 'revelados' por obra e graça do divino.
Tenha sido por alcunha, por nome de uma propriedade, de um rio, de uma montanha, de uma mata, de um objecto, ou pelos nomes cristãos dos pais (os patronímicos), por patronímicos falsos ou fixados (patronímocos que não derivam do nome do pai) ou simplesmente porque os pais ou os próprios gostavam, seja pelo que for, os apelidos não são mais que diferenciadores que há uns séculos atrás e até bem pouco tempo andavam a flutuar nas famílias sem nenhuma garantia de continuidade controlada.
Só a pesquisa dos registos de sacramentos e outros documentos permitem clarificar quem é filho de quem. E mesmo assim ...
Bom, boa continuação das suas investigações, e viva o Sabugal, Sortelha, Aldeia da Ponte, Alfaiates e as demais terras fronteiras, que se bem preservadas, voltarão a ser visitadas e mais povoadas.
Melhores cumprimentos beirãos (que eu cá também sou 100% da cêpa)
Victor Ferreira
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RE: Em tempo:
Caro Colega,
O nome Ramos, assim como Pereira tem origem em Quadrazais, Sabugal. Penso que sera concidencia termos antepassados com o mesmo apelido.
Aconselho a contactar o Arquivo Distrital da Guarda e obter assentos. Se quiser posso lhe explicar melhor como o fazer.
Cumprimentos,
Luis Ramos
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«Foi V quem pediu um ...?»
Cara Srª,
Vamos ver se respondo de forma útil a algumas das suas questões:
- precisamente porque não tem dados quanto a datas é que tem que fazer genealogia da mais pão-com-pão que se pode definir: arquivos Distritais, livros paroquiais;
- tem razão, lapso meu: Trancoso é Guarda. Foi a pressa. Tem é que saber as Freguesias (são mais de quarenta …) que lhe interessam, o que novamente, só a caminhada pelos seus pais, avós, bisavós e seguintes lho indicará;
- desabafe à vontade que o seu desabafar, com o devido respeito, tem graça;
- como pode imaginar, não faço ideia se há ou não registos publicados ou não da antiga casa Ferreira de D Antónia. Contacte alguém na Sogrape (vá ao site) e tente por eles saber onde pára o provável arquivo da Casa Ferreira. A partir daí vá tirando nabos à púcara, cavando e construindo socalcos. É assim que se começa, e quando reparar já tem uma vinha na encosta. E quiçá com ‘benefício’;
- o casamento era em geral feito na terra da noiva. Nunca vi nenhum caso, mas é provável que um casamento feito fora da terra onde a noiva assistisse (fosse paroquiana regular) ficasse averbado ou em registo próprio ou em nota no registo de Baptismo. Só a pesquisa o dirá;
- o que lhe sugeri foi tentar arranjar documentos de transacções dos seus ancestrais nos papeis de família ou nos notários da época, de que também costuma haver livros nos Distritais. No hipotético arquivo da Casa Ferreira (não necessariamente da «família») ou no que conseguir consultar a partir do contacto com a Sogrape, com a Casa do Douro ou outras instituições com o mesmo potencial para fonte de informação, vai procurar por região, por nome de algum seu ancestral, isso se as transacções se constituírem em um fundo arquivístico distinto. Se não terá que imaginar ou pedir ajuda ao funcionário, para descobrir a melhor maneira de lá chegar.
Bom, espero não estar a contribuir para lhe causar uma dor de cabeça.
Mas sempre tem bom remédio: um cálice de Porto … Ramos Pinto?...
Cumprimentos e mãos à obra. Comece pelo «jogo simples» e deixe que os problemas, pistas, e necessidade de mais palpites se apresentem ao longo do processo.
Victor Köpke, digo, Ferreira
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RE: Em tempo:
Caro Luis,
Muito obrigada pela sua oferta.
O meu caso é que estou a residir no estrangeiro e confesso que não sei bem qual é o procedimento a seguir nesta situação, não me podendo deslocar ás devidas instâncias como era meu desejo. Bastante frustrante. Tenho pouca fé na velha máquina burocrática portuguesa, confesso-me culpada, mesmo estando aí (fala infelizmente a voz da experiência) quanto mais tentar obter variadas informações e cópias de documentos do estrangeiro. Nem sequer sei se o farão e qual o procedimento?
A.Claro
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RE: «Foi V quem pediu um ...?»
Caro Vitor,
Mais uma vez grata pela sua boa vontade e pelas suas directrizes que considero muito úteis.
Quem me faz sorrir nunca me dá dores de cabeça. Gostei dessa do cálice de Porto !
cump.,
A. Claro
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RE: Em tempo:
Caro Colega,
Tambem resido no estrangeiro, na costa Oeste do Estados Unidos. Por favor coloque aqui a informacao dos seus antepassados (nomes e datas de nascimento, casamento, etc. ou datas aproximadas). O Arquivo Distrital da Guarda e bastante eficiente, mas nem rapido, nem barato.
Tambem tive um antepassado do Sabugal de apelido Ferreirinho (de 1600 e tal), mas nem os pais, nem os filhos tinham esse nome.
Luis Ramos
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RE: Em tempo:
Caro Luis,
Muito obrigada!! Aprecio imenso a sua oferta. Fá-lo-ei assim que tiver obtido mais algumas informações para lhe poder enviar.
M/ melhores cumprimentos,
A. Claro
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RE: (Ainda) Em tempo:
Caro A. Claro,
Sobre o António Claro da novela da Ferreirinha o seu nome era António José Claro da Fonseca, nascido em Vila Real, filho de Sebastião Claro da Fonseca. O António José era o meu bisavô e foi homem de confiança da Da. Antónia tendo sido á sua morte nomeado testamenteiro e posteriormente administrador da empresa A.A. Ferreira Sucrs.
Em Vila Real, Chaves e outros locais de Trás os Montes há muitos descendentes desta família pois o Sebastião tinha três filhos e todos tiveram bastantes filhos. É muito provável que você descenda desta linha.
Atentamente
Pedro Claro da Fonseca
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