Desfazendo Inverdades- II
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Desfazendo Inverdades- II
Caros Confrades:
Tendo em vista tentar esclarecer dúvidas que se puseram à minha chamada de atenção para um erro genealógico com alguma divulgação na Net (que faz o Dr. Cristóvão da Costa filho de Afonso da Costa, alcaide-mor de Lagoa e assim da linhagem do célebre Soeiro da Costa) e porque só agora me foi possível fazê-lo já que estive de férias e entretanto o tópico "Desfazendo Inverdades" foi eliminado, por ter descambado em ataques pessoais pouco edificantes, volto à presença de todos numa 2ª versão. Para relembrar e melhor compreensão do tema passo a postar as comunicações que entre mim e o Prof. Francisco Doria se estabeleceram.
Autor: SUÃO 30-07-2008, 17:01
Caros confrades:
"Grão a grão enche a galinha o papo" é adágio popular famoso e muito verdadeiro.
Também nestas lides genealógicas.
Hoje é um grão. Amanhã, com a ajuda de todos os investigadores de boa-vontade, serão milhões de contributos sempre na busca da verdader genealógica.
Apelo à generosa participação de todos. É hora. Isto está um caos !!!!!
Vamos denunciar e corrigir todos os erros que conhecemos. Todos. Tanto faz se produtos da ignorância, se da má fé e da vigarice deliberada.
Da minha parte começo com a denúncia do seguinte erro, muito publicitado na Net por diverses sites e blogs nacionais e brasileiros:
1- Costas Dorias nada têm a ver com os Costa dos alcaides-mores de Lagos, descendentes por varonia legítima do célebre herói Soeiro da Costa.
A filiação do Dr Cristóvão da Costa, c.c. Guiomar de Caminha (c.g no Algarve e Brasil), em Afonso da Costa, alcaide-mor de Lagos, é falsa. O Dr. Cristóvão da Costa é personagem totalmente diferente de um outro Cristovão da Costa, MFCR, (este sim filho do referido Afonso da Costa), cuja descendência legítima, os Costas de Gamboa, de Lagos, é gente bem conhecida dos estudiosos da nobreza algarvia.
Parece que se desenham mais tentativas de entroncar várias e diferentes famílias Costas nesta dos Costas de Soeiro da Costa. Cá estarei para denunciar essas habilidades.
A propósito, reproduzo a carta que enviei para um Blog do Prof. Francisco Doria, já que o fiz de forma pública, alertando o mesmo erro.
Caro Prof. Doria:
Uma nota apenas. Fazer genealogia não é tarefa tão simples quanto à partida parece. Actualmente acresce-lhe uma dificuldade, geral e não específica: o acesso à informação em quantidade sem a necessária e correspondente ferramenta para uma correcta avaliação.
O senhor é vítima desse desajuste. Baseia-se em autores que "vão a todas" não se inibindo de tratar todos e mais alguns títulos familiares (por exº, neste caso, os Costas) sem o mínimo apetrechamento requerido. Avançam hipóteses e hipóteses e mais hipóteses, opiniões, crenças, profissões de fé etc, etc, etc, as mais absurdas possíveis, sem argumentos e critérios minimamente fundamentados. Na maior parte dos casos baseiam-se tão só e simplesmente na onomástica e cronologia das pessoas envolvidas nos docs. que conhecem (uma pequena minoria disponível em bases de dados).
O resultado, já trágico no presente, sê-lo-á ainda mais no futuro se as coisas se mantiverem neste nível. O erro, a ignorância e o atrevimento, são tão velhos quanto a existência humana o é, mas o seu eco e consequências fazem sentir-se hoje numa dimensão nunca vista e altamente preocupante.
O Dr. Cristóvão da Costa (dos Costas Dórias) nada, mas absoluta e rigorosamente nada, tem a ver com o MFCR Cristóvão da Costa (filho do alcaide-mor de Lagos Afonso da Costa) a que se refere o doc. do Corpo Cronológico reproduzido neste seu Bolg. Este é o genearca dos Costa de Gamboa, de Lagos, cuja geração e descendência é bem conhecida dos estudiosos da famíla Costa de Lagos (de Soeiro da Costa).
Com os meus cumprimentos,
Miguel Côrte-Real
Autor: doria_gen 19-08-2008, 13:04________________________________________
Prezado Miguel,
Como disse uma vez meu falecido orientador de doutorado, Leopoldo Nachbin, errar erramos todos; você escreve, você erra...
Mas, como você sabe, baseei-me num documento de 1520 no qual está ***expressamente*** dito que o Dr. Cristóvão da Costa - reitor da universidade, e depois chanceler da relação - era filho do alcaide-mor de Lagos. Diga-me qual o alcaide, então, na mesma faixa cronológica em que teria nascido o Dr. Cristóvão, que é quando ainda encontramos Afonso (de Soeiro) da Costa exercendo a alcaidaria.
Lembro-lhe que o Dr. Cristóvão da Costa é amplamente documentado, desde praticamente seu bacharelado em cânones em Salamanca até depois de seu reitorado.
Cordialmente,
Francisco Antonio Doria
Autor: SUÃO 20-08-2008, 16:58
Prezado Prof. Francisco Doria,
O atraso da minha resposta deve-se apenas ao facto de me encontrar de férias. Já que fui obrigado a tratar de uns assuntos aqui na Net aproveitei para dar uma espreitadela ao Genea e dei com a sua resposta à minha comunicação inicial.
Se o ofendi na secura das minhas palavras peço-lhe que me releve da falta. Não era de todo, não será nunca, essa a minha intenção. Sem tempo para o básico do dia a dia, para aqui e acolá meter a colherada é absolutamente necessário que vá directo ao essencial, descurando muitas vezes a forma como o faço. Reconheço a falta e rogo-lhe que me perdoe o estilo, agora e de futuro.
Posto isto, adianto que a minha intenção ao intervir neste espaço tem apenas um fito: cooperar tanto quanto posso e sei para que os erros genealógicos se não avolumem, tentando evitar decepções futuras.
Quando afirmo que o Dr. Cristóvão da Costa não é filho do alcaide-mor Afonso da Costa faço-o fundamentadamente. Caso contrário não seria absoluto e taxativo; levantaria ou alvitraria apenas dúvidas e suposições. Nada mais. Mas não foi o caso, se reparar na minha intervenção inicial. Por isso não vou dicutir nem alimentar polémicas. Alertei-o apenas para um ERRO genealógico. Se quiser aceitar a minha chamada de atenção, óptimo. Caso contrário, mantém mais um erro no imenso universo deles, que, infelizmente, pelo andar da carruagem, tenderá a aumentar desmesuradamente.
Quanto ao documento do Corpo Cronológico que cita, há muito que integra o meu título de Costa de Lagos, de Soeiro da Costa. Família que domino razoavelmente bem, assim como os filhos e descendentes de Afonso da Costa, alcaide-mor de Lagos. Daí que conheça bem a biografia de Cristóvão da Costa, que casou em Lagos com larga descendência varonil (Costa Gamboa) e feminina e ocupou vários cargos do maior relevo no regimento de Lagos, ONDE SEMPRE VIVEU E MORREU.
Asseguro-lhe que está equivocado quanto à pretendida filiação do nobre magistrado Dr. Cristóvão da Costa (cc Guiomar de Caminha).
O conteúdo do mandado régio que refere de forma alguma permite a ilação que o Prof. tira dele. Talvez por insuficiência paleográfica sua, ou de quem o leu por si, mas na verdade o que nele se diz é tão só: " dees a Xpouam da Costa ffilho do alcaide moor de Lagos cinquenta mill réis que lhe despachamos alem de seu casamento".
Onde o Prezado Prof. Doria leu DOUTOR Cristóvão da Costa não sei, MAS QUE NÃO ESTÁ LÁ, NÃO ESTÁ !
Poderia alongar-me muito mais mas creio não ser necessário.
Os Costas destes dois homónimos e contemporâneos são famílias totalmente diferentes. Em comum só têm mesmo o apelido.
Aliás, penso não será difícil encontrar a assinatura do seu nobre magistrado, dadas as funções que exerceu e o volume de documentos que expediu. Depois é só compará-la com a do fidalgo algarvio (que já tem da quitação dos 50$000 réis que ele recebeu) e verá as diferenças.
Com os meus melhores cumprimentos,
Miguel Côrte-Real
Autor: doria_gen 21-08-2008, 12:16
Prezado Miguel,
Grato por sua resposta. Tinha feito leitura paleográfica similar à sua (onde v. leu dees, tinha lido does, por exemplo); fiz a identificação devido entre outros fatores à cronologia perfeita, e à posição considerável do Dr. Cristóvão. Estou levantando de novo a documentação do Dr. Cristóvão da Costa, para ver onde isso nos leva. Sim, pensei em comparar as assinaturas, mas o problema é que, nos atos universitários, o Dr. Cristóvão assina uma forma latinizada do nome, Cristofforus - antes do doutorado, não lhe encontrei exemplares da assinatura ordinária - enquanto vi, ao pé daquela página, a assinatura do recipiente do dinheiro, com certeza.
Você saberia qual a origem familiar do Dr. Cristóvão? Documentos posteriores, um século depois, dão-no como parente dos do Armeiro-Mor. Mas sou cético a respeito.
Você poderia, em particular, mandar-me cópia de alguns documentos referentes ao ``seu'' Cristóvão da Costa? Meu email para msgs profissionais é fadoria@gmail.com; mande com cópia para fadoria@pep.ufrj.br, meu email institucional; por favor.
E - chame-me Francisco Antonio, ou Doria, como o fazem todos os meus amigos portugueses. Por favor.
Cordialmente,
Francisco Antonio Dória
PS: Vou estar ausente nos próximos dias. Presido uma sessão de um congresso científico em Viena, terça vindoura, e depois faço lá uma conferência; em seguida vou à Itália, onde discuto dois papers com um amigo - e vou a Florença, mostrar à minha filha o que resta dos Acciaiolis (mas você não vai querer agora tirar-me estes antepassados, espero...)
Autor: doria_gen 21-08-2008, 14:52
Dr. Cristóvão da Costa, o que sei
Esta vai ser uma msg algo longa.
Do Auctarium Chartularii... (Lisboa, 1973, 2 vols.)
1509, 21 de março - Cristóvão da Costa atestado como uma das vozes da eleição para a cadeira de cânones.
1512, 20 de fevereiro - bacharela-se em lei em Salamanca.
1518, 10 de março - referido como bacharel por Mestre Gil ao conselho.
1522, 15 e 16 de agosto - Referido como Doutor na arguição do exame privado em leis do bacharel Gonçalo Lourenço.
1523, 26 de outubro - Referido como desembargador. Cito:
``...pareceo o doctor cristouam da costa do desembargo delRey noso Senhor e apresentou hi huu~ aluara do dicto Senhor...
1525, 14 de janeiro - Referido como membro do conselho da universidade.
1526, 9 de maio - conselho nomeando o Dr. Cristóvão da Costa como vice-reitor.
(Daí o restante é sabido.)
No depoimento de 1592 perante a inquisição de seu neto homônimo Cristóvão da Costa, ou Cristóvão da Costa Doria, o Dr. Cristóvão da Costa é dado como casado com Guimar Caminha. Num artigo notório - tenho-no online, assim como várias das fontes primárias que o sustentam - do Dr. Eugenio de Andrea da Cunha e Freitas, Guimar Caminha dá-se como filha herdeira do Dr. Fernão Vaz Caminha, do desembargo também.
Tiveram três filhos (dep. de 1592):
- Florença da Costa, casada com Antão Bernardes Tinoco.
- Dona Francisca da Costa, casada com Antonio Correia; vivos em 1592.
- Fernão Vaz da Costa, que parece ter sido o primogênito, casado com Clemenza Doria, genovesa, no documento de 1592.
Atestado no Brasil em 1549; casa-se com Clemenza Doria, viúva, em 1557. Morre Fernão Vaz em 1567/8.
Florença da Costa e Antão Bernardes Tinoco tiveram um filho (Eugenio de Andrea):
Luiz Bernardes da Costa. Recebeu carta d'armas (Costas plenos; nela se diz serem parentes dos do Armeiro-Mor) em 14.7.1605; † 7.5.1629. Casou com Ana de Almeida. P.d.
- D. Apolônia da Costa, c.c. o primo Diogo Mendes da Costa.
- D. Maria de Almeida, c.c. o primo Antonio de Sá Doria, irmão de Diogo.
- Pedro Homem da Costa, c.g. até o século XIX.
(Lembro aqui o outro Pedro Homem da Costa, dos Doze de Inglaterra.)
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Diogo Mendes da Costa, Antonio de Sá Doria, e outro irmão, Francisco da Costa, eram filhos de Francisco de Abreu da Costa, algarvio, e de Francisca de Sá Doria; n.p. de Diogo Mendes da Costa e de Beatriz de Ares, algarvios (depoimento de Fco. de Abreu da Costa perante a inquisição, 1592); n.m. de Fernão Vaz da Costa (filho do Dr. Cristóvão) e de Clemenza Doria.
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Apurei que um neto, ou sobrinho-neto, ou próximo parente de Soeiro da Costa atesta-se em 1504, tendo tido um irmão, então já falecido, Gonçalo da Costa. Chamava-se Soeiro ***Mendes da Costa***. Outro dessa gente de Soeiro da Costa parece ter sido o navegador Afonso Lopes da Costa, atestado em 1522.
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Pensei na possibilidade do parentesco entre Francisco de Abreu da Costa e o sogro, Fernão Vaz da Costa. Essa gente vivia atravessando o Atlântico, e, parece, mais ficava em Portugal que no Brasil. O primogênito de Fernão Vaz da Costa e Clemenza Doria, Nicolau da Costa, foi assassinado em Lisboa c. 1570/80 (depoimento do irmão, 1592).
Autor: doria_gen 19-08-2008, 18:02
Pezado Miguel Seixas,
Errare humanum est. Mas não creio estar errado nesse caso.
1 - Um documento bem conhecido, datado de 1.5.1520, e acessível online, declara expressamente que o Dr. Cristóvão da Costa, da Relação, era filho do alcaide-mor de Lagos.
2 - No Auctarium Chartularii Universitatis Portugalensis (vol 1 e 2, Lisboa, 1973), Cristóvão da Costa é referido desde 21 de março de 1509. E', mais adiante, dito ser bacharel em cânones por Salamanca. Nasceu, portanto, antes de 1490 - estimo que em 1485/7. Sua carreira toda se acha ali documentada.
E Afonso da Costa, documentadamente, foi alcaide-mor de Lagos de 1472 a (depois de) 1496. Portanto, quando nasceu o Dr. Cristóvão da Costa, era alcaide-mor de Lagos este Afonso da Costa.
3 - Teríamos que supor tivessem dois alcaides-mores de Lagos, contemporâneos, filhos homônimos e coetâneos. Uso, aqui, a navalha de Ockham.
Obviamente respeito muito Miguel Corte Real, e vou acrescentar suas críticas ao que tenho postado. Apesar do tom pesado, digamos assim, de seu texto, lembro que toda crítica é sempre bem vinda. E' esse quase um princípio popperiano...
Cordialmente,
Francisco Antonio Doria
Link directo:
RE: Desfazendo Inverdades- II
Caro Francisco António Dória,
Não duvido da veracidade da afirmação do seu falecido orientador Leopoldo Nachbin “errar erramos todos; você escreve, você erra...”. É óbvio, faz parte da condição humana. Só que há erros e erros. Uns inevitáveis, outros indesculpáveis. No rol destes últimos situam-se os que advêm de uma postura irresponsável. Quando se guia um automóvel todos sabemos que se está sujeito a ter um acidente. Mas se parte logo grosso para a viagem…. Casos há até onde o desastre deixa de ser um risco para se transformar numa evidência, dado o estado de alienação.
Esse tipo de irresponsabilidade manifesta-se em todas as áreas. A genealogia não é excepção. Se não há documentos a suportar as filiações mas apenas convicções, deduções, hipóteses e atrevimentos, então o despiste é mais do que certo e à primeira curva. Tratam-se de erros escusados e inaceitáveis. Porque fruto de uma irresponsabilidade inadmissível. Devia ser crime, punível por lei, tal qual o condutor que em estado miserável vai para a estrada. Ou o médico que opera sem nunca ter usado o bisturi. Espera-se que cada um esteja de posse das faculdades mínimas e suficientes para o exercício da função. Caso contrário é certo que os erros sucederão em catadupa. E aí estaremos noutro domínio...
Os outros erros, esses todos cometemos. E por aqui me fico. Mas como é de erros que falamos, corrijamo-los:
Meu :
A quitação dos 25$000 reais recebidos por Cristóvão da Costa não foi assinada por ele, como por lapso (sem o texto à frente) adiantei ao dizer que era possível verificar a sua assinatura na referida quitação, mas por um seu procurador que apresentou a respectiva procuração feita em Lagos.
Seus :
1- Adianta que o citado documento é “PALEOGRAFICAMENTE INCONCLUSIVO” !!! Por razões óbvias, de decoro, abstenho-me de comentar a sua afirmação. Limito-me a garantir-lhe que não é nada fácil encontrar diplomas desta tipologia e época com igual clareza e correcção paleográfica. Tudo se lê, repito tudo, SEM A MENOR DÚVIDA QUE SEJA. Que isto fique entendido e arrumado.
E para desfazer quaisquer dúvidas que teimem em permanecer, deixo-lhe a leitura integral do documento em epígrafe.
Dom Manuel per gracca de Deus Rey de Purtuguall e dos/ Alguarues d’aaquem e d’alem mar em Africa senhor de Guinee/ cetera mandamos a vos Fernamd’Aluarez thezoureiro de nosas/ moradias que de (sic) dinheiro que este anno presemte de bc xx/ rreceberdes de nosas rrendas do rregno dees a Christouam/ da Costa ffilho do alcaide moor de Lagos cimquoenta/ mill reaes que lhe despachamos alem de seu casamento/ avendo rrespeyto a seus seruiços de que tinha aluara de/ lembrança que ao asinar desta foy rrota peramte nos/ dos quaaes L rreaes lhe fazee boom pagamento/ ao tempo per nos limitado. E per esta nosa carta/ com seu conhecimento mandamos a vos nosos comtadores/ que volos leuem em comta. Dada em Euora a primeiro de/ Mayo el Rey o mandou per o comde do Vimioso e do/ seu comselho e vedor de sua fazenda que do Porto a fez/ de j bc xx.
Ho conde do Vymyoso/
Conheçeo e comfesou Christouão da Costa rreçeber de Fernam-/ d’Alluarez vymte e çimquo myll reaes que he a metade/ destes cinquenta myll reaes comteudos neste desem-/ bargo os quaes por ele rreçebeos Saluador Afomso merca-/ dor morador em Lagos per vertude de hüa sua precuraçam/ que mostrou abastante que parecia ser fecta e asy-/ nada per Vicente Vaaz tabaliam em Lagos aos Biij dias d’Agosto/ desta presente era e por verdade asynou aquy o dicto Sal-/ vador Afomso em Évora aos xxxij dias d’Agosto de j bc
xx.
Salvador Eytor Anriquez
Afonso
L rreaes a Christouam da Costa filho do alcaide mor de Lagos de merçe/ alem de seu casamento em Fernamd’Aluarez de que ha lembrança/ he rrota/
conhecimento do cumprimento
2- “Apurei que um neto, ou sobrinho-neto, ou próximo parente de Soeiro da Costa atesta-se em 1504, tendo tido um irmão, então já falecido, Gonçalo da Costa. Chamava-se Soeiro ***Mendes da Costa***. Outro dessa gente de Soeiro da Costa parece ter sido o navegador Afonso Lopes da Costa, atestado em 1522”.
Conheço muito bem o documento. Gostaria de saber como é que do seu conteúdo apurou tal relação de parentesco entre os dois manos Costa e Soeiro da Costa! Bem sei que me DEI AO TRABALHO de o ler na sua totalidade, mas os únicos factos que consigo apurar, e NADA MAIS... são os seguintes:
a) Existência de dois irmãos inteiros: Gonçalo da Costa e Soeiro Mendes da Costa;
b) Filiação dos mesmos em Lopo Afonso e sua mulher Maria Gonçalves, moradores que foram nas Astúrias na vila de “Ujlhes” e já defuntos em 13.05.1514 (e não 1504);
c) Gonçalo da Costa, partiu de Lisboa por marinheiro com João da Nova na célebre nau “Froll de Lla Mar”, tendo feito testamento antes de partir (aprovado por Duarte de Sequeira, tabelião de Lxª), onde deixou por testamenteiro e seu universal herdeiro o dito irmão Soeiro Mendes;
d) Gonçalo da Costa partiu de Lisboa com o Vice-Rei “por marjnheiro da naao froll della maar”, na armada do Marechal, e morreu na Índia solteiro e sem geração antes de 13.05.1514.
e) Soeiro Mendes da Costa, “esturyano e morador em ha ujlla de Uilhes nas Esturyas” ou “jstureanno do Principado das Esturjas d’Ovedo marjnheiro morador em Navezer (?), concelho della vjlla d’Avjas”, Principado das Astúrias, e herdeiro de Gonçalo da Costa em 13.05.1514;
f) Soeiro Mendes da Costa herdou os 24$230 reais que eram devidos ao seu defunto irmão por 6 quintais de pimenta de suas quintaladas de 2 anos que venceu na Índia; por procurações que passou aos mercadores Mestre Fernando, morador em Lxª na R. dos Mercadores, e Afonso Guterres, morador em Vila Nova de Portimão, acabou por receber a dita quantia em dinheiro o seu citado último procurador das mãos de Brás da Costa, rendeiro e recebedor do almoxarifado de Silves, em 05.11.1514.
Agora no domínio das hipóteses: não vejo nada que permita estabelecer um parentesco desta gente com Soeiro da Costa. Estatutariamente parece-me gente diferente…..
Uma vez mais não sei o que lhe faz crer ser a gente de Soeiro da Costa e de Afonso Lopes da Costa a mesma. Mistérios que desconheço. Não se deverá certamente apenas ao facto de ambos serem portadores do apelido Costa. Manifestamente é pouco, muito pouco, numa época onde pessoas apelidadas Costa havia aos pontapés, para todos os gostos e qualidades, e o nome próprio Soeiro não era, de todo, exclusivo da linhagem do célebre guerreiro…
3- “procurei saber quem foram os alcaides-mores de Lagos de 1496 (ou depois) até 1520. Houve, creio, um Costa Corte Real entre esses, mas não sei se seu exercício durou todo o período”.
Não não houve. Nenhum Costa Côrte-Real foi alcaide-mor de Lagos em época alguma.
Respostas a algumas questões que coloca:
1-“Você saberia qual a origem familiar do Dr. Cristóvão? Documentos posteriores, um século depois, dão-no como parente dos do Armeiro-Mor. Mas sou cético a respeito.”
Ao contrário do seu cepticismo eu tendo a dar crédito a essa tradição. Justamente pela citada carta de armas dela fazer eco. No fundo o desfasamento temporal entre o armoriado e o magistrado é +- 100 anos, 3 gerações. Perfeitamente dentro do domínio da memória oral. À partida não vejo razões para duvidar.
Finalmente, para ajudar a demovê-lo do seu erro genealógico, que é a pretensa filiação do Dr. CC no alcaide-mor de Lagos, envio-lhe parte do borrão do meu título de Costas de Soeiro da Costa, o qual cruzado com os dados biográfico-cronológicos que nos disponibilizou, se outros elementos não houvesse, bastam para deitar por terra essa hipotética e fidalga filiação do Dr. Cristóvão da Costa.
Aliás, deixe-me perguntar-lhe o seguinte: no mínimo não achou estranho que assim sendo essa ascendência nunca se tenha espelhado nem nos nobiliários nem nos nomes próprios e apelidos usados na descendência do magistrado? Onde é que estão os nomes “Soeiro”, “Afonso”, “Pedro” ou o apelido Ferreira tão usuais e simbólicos da linhagem do fidalgo Soeiro da Costa ????
Cronologia do Magistrado CC por si postada
1509, 21 de março - Cristóvão da Costa atestado como uma das vozes da eleição para a cadeira de cânones.
1512, 20 de fevereiro - bacharela-se em lei em Salamanca.
1518, 10 de março - referido como bacharel por Mestre Gil ao conselho.
1522, 15 e 16 de agosto - Referido como Doutor na arguição do exame privado em leis do bacharel Gonçalo Lourenço.
1523, 26 de outubro - Referido como desembargador. Cito: ``...pareceo o doctor cristouam da costa do desembargo delRey noso Senhor e apresentou hi huu~ aluara do dicto Senhor...
1525, 14 de janeiro - Referido como membro do conselho da universidade.
1526, 9 de maio - conselho nomeando o Dr. Cristóvão da Costa como vice-reitor
Junte-lhe os seguintes factos relativos ao fidalgo CC filho do alcaide-mor Afonso da Costa :
Em 01.04.1518 vivia em Lagos sendo dito “fidalgo da casa real filho do alcaide-mor de Lagos Afonso da Costa e de sua mulher Aldonça Ferreira”; ele e Pêro Lopes Batevias, FCR, são ainda referidos “testamenteiros que sam da alma de Affonso da Costa alcaide mor que foy desta villa e de Aldonça Ferreira sua molher” .
Em 08.08.1520, em Lagos, o tabelião Vicente Vaz lavra-lhe a procuração que Cristóvão da Costa faz ao mercador Salvador Afonso, também aí morador, para por ele receber a quantia já nossa conhecida que lhe foi despachada por D. Manuel.
Agora conclua.
Com amizade,
Miguel Côrte-Real
COSTAS, de Soeiro da Costa, alcaide-mor de Lagos
I- Soeiro da Costa, alcaide-mor de Lagos já em 7.10.1433 . Almoxaride da mesma vila por carta de confirmação de 30.04.1439, “como ho era em tempo del Rej dom Joham” por outra tal de 08.05.1433 . Vedor das obras de Lagos por carta de confirmação de 01.05.1439, “como ho era Martym Afomso de Merlloo” por outra tal de 07.11.1433 . “Sem embargo de ja ter carta de coudel Soeiro da Costa cavaleiro e alcaide de Lagos”, por carta de 28.09(?).1451 o monarca fez mercê do cargo de coudel de Lagos a Martim Gil, aí morador, criado do Infante D. Henrique . Ainda vivia em Março de 1471. Teve mais as seguintes mercês: carta de administração das obras de Lagos ; carta. de bens confiscados ; carta. de serventuário em seu ofício ; padrão de 200.000 libras de tença no almoxarifado de Lagos por carta de 18.05.1439, assim como a tinha no reinado de D. Duarte ; padrão de 5$000 reais brancos de tença . Certamente não é ele, mas um homónimo, o vedor dos vassalos do Crato .
Filhos :
2-Afonso da Costa, que segue
2-N..., mulher de Lançarote da Ilha, escudeiro criado do Infante D. Henrique, almoxarife de Lagos por carta de 06.04.1443 , que recebeu doação de certos bens em Lagos e mercê para contratar .
II- Afonso da Costa, alcaide-mor de Lagos por c. de 05.02.1452, a pedido do Infante D. Henrique, “porquanto era tall que delle era bem mereçedor e visto per nos seu rrequerimento e jso mesmo os boons servyços”, com preito e menagem e em substituição de seu pai Soeiro da Costa, que renunciara . Sendo cavaleiro da casa do conde de Vila Real (capitão e governador de Ceuta), teve mercê da dita alcaidaria para seu filho maior em 20.02.1464 . Carta de lembrança de cargo . Carta de doação da alcaidaria-mor de Lagos . Na qualidade de cavaleiro e alcaide-mor de Lagos é procurador de Filipa de Paiva, mulher de Francisco Portocarreiro (FCR e anadel mor dos besteiros da real câmara em 29.11.1486 ), num instrumento de aforamento aí feito a 06.10.1496 de um pedaço de terra alagada no reguengo do Paúl . Morreu em data próxima anterior a 12.11.1510 .
Casou com Aldonça Ferreira.
Filhos :
3-Pedro da Costa, que segue
3-Cristovão da Costa, continua § 3
3- João Gonçalves da Costa, escudeiro fidalgo da casa real em 1518 (“filho do alcaide mor que foi de Lagos”)
3-Diogo da Costa, fidalgo da casa real em 1520 (“filho do alcaide mor de Lagos e irmão de Gonçalo Ferreira”)
3-Gonçalo Ferreira, que poderá ser o do mesmo nome, ou um seu parente e homónimo (tio materno?), que a 12.03.1509, sendo fidalgo da casa de D. Manuel, teve carta de confirmação do emprazamento da “quintam a que chamam a Torre d’Alvor”, a qual propriedade, por carta de D. Afonso V de 21.12.1463, fora coutada a Lopo Rodrigues, cavaleiro de sua casa .
3-Inês Ferreira, 2ª mulher de João Vaz Côrte-Real, fidalgo da casa real, que recebia no almoxarifado de Lagos uma tença anual de 15$000 reais entre 1523 e 14.12.1526 , c.g. (titº de Côrte-Real, de Tavira)
3-Teresa Ferreira, casou com Lançarote de Freitas, c.g. (titº de Freitas, de Lagos)
III- Pedro da Costa, cavaleiro-fidalgo da casa de D. Manuel, alcaide-mor de Lagos por c. de 12.11.1510 , já falecido em 11.08.1542 . Foi o último alcaide-mor de Lagos desta família, tendo passado a mesma alcaidaria para os Silvas, regedores do reino, por carta de mercê de 14.02.1532 outorgada em sua vida a João da Silva, regedor da Casa da Suplicação . Teve um forno de cozer pão em Lagos que fora de seus primeiros sogros, por carta de 09.04.1497 . Sendo designado cavaleiro da casa real em 21.04.1497, obteve a tença anual, paga desde 01.01. desse ano, de 10$000 reais brancos pelo seu serviço e por uma sua saboaria que tinha em Lagos e que deixou .
Casou duas vezes. Primeiro, antes de 09.04.1497, com Aldonça Jaques, que instituiu uma capela na igreja matriz de Lagos , sendo já defunta em 1508 , filha de Rui Dias Jaques, cavaleiro da casa de D. Afonso V em 18.07.1474 , juiz pela ordenação de Lagos em 1479, que serviu D. Afonso V nas guerras de Castela com criados seus e em Alcácer de África e era “cavaleiro fidalguo morador em Lagos” em 10.04.1483 , obteve 10$000 reais anuais de tença e era já morto em 04.10.1484 , e de sua mulher Brites Gonçalves (titº de Jaques, de Lagos), os quais tiveram em 08.07.1474 confirmação do aforamento de um forno de cozer pão em Lagos que depois foi de seu genro; depois com Catarina Mendes Correia, “alcaideça”, que, a 05.05.1546, obteve confirmação régia de forno de cozer pão em Lagos “no arabalde da dita villa na rrua que vay da Ribeira dos Touros pera Santo Espirito” , e era morta já em 1562, filha de Joane Mendes Correia e de sua mulher Inês da Franca (titº de Correia, de Sabóia).
Filhos do 1º casamento :
4-Afonso da Costa, moço-fidalgo da casa de D. João III com 1000 réis de moradia .
Filhos do 2º casamento :
4-António da Costa Correia, que segue no § 1
4-Francisco Correia da Costa, MFCR em 26.02.1551 , que segue no § 2
4-Leonor da Costa, mulher de João Fernandes da Costa, moradores em Lagos a 20.05.1557, quando obtêm carta de confirmação de um aforamento de forno aí localizado , o qual será provavelmente o do mesmo nome que sendo eleito provedor da misericórdia de Lagos não quis jurar nem servir, pelo que foi riscado de irmão em auto de 20.11.1581 , e era juiz da ordenação e dos órfãos de Lagos em 30.08.1585 , c.g. (titº de Costa de Aguiar, de Lagos).
§ 3
III- Cristovão da Costa, filho 2º de Afonso da Costa e de sua mulher Aldonça Ferreira nº II, “filho do alcaide mor de Lagos”, vivia em Lagos em 01.04.1518, quando é dito fidalgo da casa real filho do alcaide-mor de Lagos Afonso da Costa e de sua mulher Aldonça Ferreira; ele e Pêro Lopes Batevias, FCR, são referidos “testamenteiros que sam da alma de Affonso da Costa alcaide mor que foy desta villa e de Aldonça Ferreira sua molher” . Em 01.05.1520 obteve de D. Manuel mercê de 50$000 reais além de seu casamento “avendo rrespeyto a seos seruiços de que tinha aluara de lembrança que ao asinar desta foy rroto peramte nos”; Salvador Afonso, mercador, morador em Lagos, recebeu metade da referida quantia em Évora a 31.08.1520, por procuração que dele tinha datada de 08 do mesmo mês e ano, feita em Lagos pelo tabelião Vicente Vaz .
Casou antes de 01.05.1520.
Filhos :
4-Afonso da Costa de Gamboa, que segue
? 4-Joana de Gamboa, falecida em Lagos a 20.05.1620, enterrada pela
respectiva misericórdia, foi mulher de Fernão Valarinho, pais de:
5-Catarina da Costa, falecida em Lagos a 07.09.1620,
enterrada pela respectiva misericórdia , s.m.n
IV- Afonso da Costa de Gamboa, que teve carta de perdão a 23.12.1573, sendo morador em Lagos, atendendo a que era nesta cidade “hüa das pryncipaees pesoas fidallguo de lynhajem e muito bem hacustumado e avya symquo annos que servya de capitão de hua companhya em que me tynha feyto muito servyço asy de dia como de noyte ma terra he nas fortalezas como no campo e semdo muyto comtyno no exersicio das armas e alardos com seus soldados e muyto delligemte hem hacudyr aos rrebates com suas bamdeyras e estamdo elle por meu mandado provemdo huns autos de hüa brygua que se fezera amte o sargemto mor e seus soldados a xbij d’Outubro do ano pasado de Lxxij tendo comsyguo ho stprivão […] e outras pesoas semdo ja de noyte se ordenara na rrua hüa brjgua junto de sua casa e ouvymdo o tom das armas e o meu apelydo sayra com hüa halabarda na mãao com tenção de apazigar os da brjgua não sabemdo que hera com hum seu filho e hum Grjgorjo Gonçaluez que emtão se chamava Johão Gonçaluez por ter mudado o nome que hera o com que o dito seu filho brjguava com furja he impeto arremetera ha elle e se metera no dicto a hallabarda de que ouuera hüa ferjda no peyto da qual vyera ha falecer dahy a bij dias (…)” .
Casou com Leonor Fernandes .
Filhos :
5-Cristovão da Costa de Gamboa, que segue
5-Catarina da Costa, falecida em Lagos a 20.08.1620.
Aí casou (SM) a 02.02.1593 com Gil Valarinho Jaques, filho de Diogo
Valarinho, falecido na mesma cidade a 03.03.1619, e de sua mulher
Catarina Jaques.
V- Cristovão da Costa de Gamboa, nasceu cerca de 1558 e morreu em Lagos a 07.07.1620, sendo enterrado pela respectiva misericórdia como irmão que era. CFCR e capitão de infantaria em Lagos , onde “exercitou o mesmo posto muitos annos achandose em varias ocaziois que se oferecerão com os mouros Ingrezes e mais enemigos desta coroa” .
Casou com Isabel Jaques, a quem morreu em Lagos, a 10.03.1621, seu escravo captivo de nome Vicente .
Filho :
6-António da Costa de Gamboa, que segue
? 6-D. Catarina Jaques, falecida em Lagos a 29.06.1674
VI- António da Costa de Gamboa, baptizado em Lagos (SM) a 19.06.1599, aí morreu a 28.05.1626, sendo enterrado na misericórdia. Capitão da ordenança de Lagos por alguns anos .
Casou com Maria Franco.
Filhos :
7-Cristovão da Costa de Gamboa, que segue
7-Maria da Luz de Gamboa, baptizada em Lagos (SM) a 09.12.1620, aí
morreu a 28.05.1693.
7-Brites, baptizada em Lagos (SM) a 06.07.1624, s.m.n
VII- Cristovão da Costa de Gamboa, baptizado em Lagos (SM) a 13.07.1622, aí morreu a 15.5.1678, sendo enterrado na misericórdia. Capitão da ordenança, irmão da misericórdia, e procurador de Lagos às Cortes de 1668. CFCR com 1000 réis de moradia por alvará de 08.02.1672, pelos serviços prestados no Algarve . Tendo respeito aos serviços “feitos de soldado e capitão da ordenança desde o anno de 646 ate o de 667 achando se em varias ocaziois particularmente vindo as armadas da costa invadir aquelle reino fazer sua obrigação e da mesma maneira asitindo nas Cortes do anno prezente por procurador da mesma cidade de Lagos e todos os autos e conferencias dellas e por sentensa do juizo das justificasois lhe pertencer a aução dos servisos de seu pai obrados em praca de capitão da ordenança por alguns anos e dos servisos de seu avo Christovão da Costa que na propia cidade exercitou o mesmo posto muitos annos achando se em varias ocaziois que se oferecerão com os mouros ingreses e mais enemigos desta coroa e pella mesma sentença lhe pertencerem tambem os servicos de seu vizavo Afonso da Costa de Gamboa feitos na mesma cidade de capitão em tudo o que se ofereceo” teve mercê de 20$000 réis de tença com o hábito de Cristo, por alvará de 15.10.1668 . Cavaleiro da ordem de Cristo por carta de 08.03.1669 .
Casou com Francisca Rosado.
Filho :
8-António da Costa de Gamboa, que segue
VIII- António da Costa de Gamboa, nasceu a 06.08.1664, sendo baptizado em Lagos (SM) a 13 seguinte.
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RE: Desfazendo Inverdades- II
Prezado Miguel,
Face ao que posta, encerra-se aqui o caso. Vou corrigir o que escrevi no blog — não vou fazê-lo de imediato, porque estou hoje chegando de viagem, e assoberbado de compromissos. Mas vou, claro, fazê-lo.
Há alguns pontos que gostaria de comentar na sua msg, e vou fazê-lo em pvt, oportunamente. Só um ponto ao qual torno: há uma antiga tradição, espelhada em fontes secundárias, que afirma, como disse, serem parentes os Costas do Armeiro-Mor e os Costas Dorias. Um só documento — uma só fonte primária — o afirma, sem detalhes, a referida carta de brasão de Luis Bernardes da Costa. Mas nesses parentescos vagos não confio. Lembro — já que estou voltando da Itália — um exemplo famoso, aquele dos laços de família entre o papa Pio IV e os Médicis históricos, os de Florença. Foi tal parentesco afirmado de parte a parte, e inclusive o papa, Giovanni Angelo de' Medici no século, adotou as armas dos Médicis toscanos. Sem que o parentesco na verdade exista, pois os Médicis milaneses (de Pio IV) e os florentinos têm origens diversas.
Cordialmente,
Francisco Antonio Doria
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RE: Desfazendo Inverdades- II
Caro Francisco:
Fico à sua disposição para toda e qualquer troca de impressões. Assim como sei que o Francisco me ajudará nas minhas dúvidas e limitações, porque todos, mas todos mesmo, as temos. Por isso mesmo a palavra de ordem das pessoas de boa vontade deveria ser cooperar. Claro que na medida das possibilidades de cada um.
Quanto á referida tradição do parentesco entre Costas Dórias e Costas do Armeiro-mor compreendo os seus argumentos. Sei do cuidado que é necessário ter com estas relatos nobiliárquicos. Mas como não estou de posse de factos ou argumentos que levem a contradizer tal afirmação, à partida não vejo razões para dela duvidar.
Por outro lado sabe-se que uma numerosa parentela de D. Álvaro da Costa beneficiou da sua ascensão, valia e protecção. É vê-los (Costas, Lemos e quejandos) matriculados nos livros de moradias de D. Manuel, D. João III, D. Sebastião e no exercício de cargos da administração régia. Nada me repugna que o Dr. Cristóvão da Costa protagonizasse mais uma dessas situações. Aquilo que se pode vislumbrar do seu perfil sócio-profissional até me sugere isso mesmo. Como há um documento a mencionar expressamente essa ligação não vejo razão para que à priori se descarte essa pista de investigação.
Com amizade,
Miguel Côrte-Real
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RE: Desfazendo Inverdades- II
Caro Suão
Vi hoje um tópico por si aberto sobre o livro "Os Costa Faro...." que entretanto deve ter sido encerrado.
Queria perguntar-lhe, por curiosidade e sem pretender polémicas pois não percebo nada dessa genealogia em que se baseia para tão energicamente contrariar a origem de Henrique da Costa Faro
Muito obrigado
Mário Marques
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PATRANHA (2ª) Pedro da Costa, alcaide-mor de Lagos: suposto pai de Henrique da Costa (Faro)
Caro Mário Marques,
Acredite que também a mim as polémicas não me motivam. Todavia soube recentemente da edição de um livro dos Brito e Faro onde se estabelece uma pseudo ligação entre Henrique da Costa (Faro) e Pedro da Costa, alcaide-mor de Lagos, neto do célebre Soeiro da Costa, de Lagos.
Mas como o dever de corrigir o erro deve sobrepor-se ao temor da polémica, aqui estou a denunciá-lo:
ESSA LIGAÇÃO É PURO DEVANEIO, PURA FANTASIA OU PURA HABILIDADE. NADA DE DOCUMENTAL PERMITE ESTABELECÊ-LA.
BRITOS E FARO E DEMAIS DESCENDENTES DE HENRIQUE DA COSTA (FARO) NADA TÊM A VER COM A LINHAGEM DOS COSTAS, ALCAIDES-MORES DE LAGOS.
Para acabar de responder à sua questão eu baseio-me no conhecimento documentado da família Costa do célebre guerreiro algarvio Soeiro da Costa, alcaides-mor de Lagos; os autores do citado livro, de positivo e documentado, em nada.
Cumprimentos,
Miguel Côrte-Real
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RE: PATRANHA (2ª) Pedro da Costa, alcaide-mor de Lagos: suposto pai de Henrique da Costa (Faro)
Caro Miguel Côrte-Real,
É bem possível que polémicas não o motivem mas já me parece que erros - que nem sempre são patranhas - o sobreexcitam.
O seu primeiro contacto com Chico Dória foi duplamente infeliz: primeiro porque entendeu dar-lhe publicidade com expressões menos temperadas - considerando tratar.se de duas pessoas com educação e actividade educativa a nível universitário - antes de dar tempo a uma resposta privada; depois - e aqui terá sido azar - porque conseguiu fazer coincidir o que, a terceiros pareceria um ataque quase pessoal com a recente viuvez de Dória, após mais de 25 anos do único casamento de ambos e 5 dolorosos anos de luta contra um câncer.
Já que não o fez - porventura por nada mais lhe interessar de Costas que os seus do Soeiro - parece-me útil deixar a a eventuais interessados a informação de que no seguimento Dória retomou as investigações com grande ajuda do dr. Manuel Abranches de Soveral - que suspeito ter sido quem visou com essa “boutade” dos genealogistas que vão a todas mas posso estar enganado - e que a filiação do dr. Cristóvão da Costa se encontra já documentalmente estabelecida no dr. Afonso Madeira, físico-mór de D. João II. O Costa será assim materno e, por enquanto, indeterminado.
Terá concerteza toda a razão nesta “Patranha (2ª)” mas, mais uma vez foi duplamente infeliz: primeiro porque Patranha (2ª) pressupõe uma Patranha (1ª) e esta foi claramente erro mas não patranha e na medida em que o erro está já corrigido a “recuperação” é inoportuna e deselegante; segundo porque mais uma vez se deixou levar por excitamentos desnecessários e a primeira mensagem que enviou no tópico eliminado, além do desculpável lapso de ter duplicado o texto, estava pouco compreensível, para dizer o mínimo.
A. Luciano
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RE: PATRANHA (2ª) Pedro da Costa, alcaide-mor de Lagos: suposto pai de Henrique da Costa (Faro)
Caro Miguel Côrte-Real
Obrigado pela resposta
Mário Marques
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RE: PATRANHA (2ª) Pedro da Costa, alcaide-mor de Lagos: suposto pai de Henrique da Costa (Faro)
Caro A. Luciano,
Agradeço o seu juízo sobre intervenções infelizes. Obviamente que estou em total desacordo, mas isso são questões que pouco ou nada interessam neste forum genealógico . Só lhe agradecia mais moderação nos "excitamentos" proferidos.
A autoria de hipóteses genealógicas muito pouco fundadas no conhecimento minimamente significativo das respectivas famílias transcende em muito o autor que citou. Que bom que era se confinasse a esse caso! Ando há 30 anos a estudar a nobreza algarvia e acredito que ainda estou longe de terminar. Será provavelmente deficiência minha, mas é assim!
Quanto ao "2ª" da patranha quis apenas informar que se trata da 2ª vez que alguém tenta entroncar nesta linhagem, e por coincidência no mesmo varão Pedro. Quanto à pseudo recuperação do tema Dr. Cristóvão da Costa precipitou-se, visto não ter sido eu que a fiz. Mas descanse que para mim daí não vem mal nenhum ao mundo. Foi apenas um erro, daqueles que todos cometemos.
Cumprimentos
Miguel Côrte-Real
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RE: PATRANHA (2ª) Pedro da Costa, alcaide-mor de Lagos: suposto pai de Henrique da Costa (Faro)
Caro Miguel Côrte-Real,
Reli a minha mensagem e a sua resposta. Aguardei algum tempo e voltei a fazê-lo. Ainda o fiz uma terceira vez. Nada mais há a dizer mas decidi oferecer-lhe um conselho gratuito:
Investigue, publique mas, no intervalo, fique calado; ou seja, não estrague o que faz bem com o que não faz bem.
A. Luciano
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RE: PATRANHA (2ª) Pedro da Costa, alcaide-mor de Lagos: suposto pai de Henrique da Costa (Faro)
Caro A. Luciano,
As suas intervenções foram claras e suficientemente elucidativas. Não gaste mais energias nem se sobrecarregue com grandes esforços. Os traumas e dificuldades que o atormentam, decerto de nascença e estruturais, dificilmente as superará de modo próprio. Peça ajuda e mude de paragens.
Miguel Côrte-Real
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RE: PATRANHA (2ª) Pedro da Costa, alcaide-mor de Lagos: suposto pai de Henrique da Costa (Faro)
Caro A. Luciano,
Completamente off-topic, mas será possível enviar-me um e-mail para joaopombolopes@sapo.pt?
Respondi-lhe no último tópico em que participámos, mas entretanto o tópico desapareceu.
Cumprimentos,
João Pombo
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Desfazendo Inverdades- II
Na genealogia dos Antas-Moraes, do ilustre Francisco Antonio Doria (que gostaria imensamente de perguntar isso diretamente, mas nao consegui ate' agora) menciona la' Leonel Daniel Furtado casado com Gracia Mendes, ele portugues judaizante - gostaria de saber se alguem saberia sobre a fonte e origem desta informacao, estes nomes constam na Genealogia Paulistana de Taques, contudo ao adendo x-n eu gostaria de saber, como descendente destes personagens da Sao Paulo do seculo XVIII
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Desfazendo Inverdades- II
Carissimo Francisco Antonio Doria,
eu queria perguntar e gostaria mesmo imensamente de receber uma resposta, sobre a fonte do dado que encontrei no eu trabalho genealogico sobre Antas-Moraes, tem la' um Leonel, ou DAniel Furtado, que esta' mencionado que se tratava de um portugues judaizante, e ao final, vem reafirmando que os Furtados eram judaizantes, somente gostaria de saber, por gentileza, sobre a fonte do dado, para mim e' muito importante, e' uma busca minha, e preciso saber de onde e' a fonte, obrigado,
muito obrigado,
A.Xavier de Marins
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Desfazendo Inverdades- II
Caro Miguel Côrte-Real,
A propósito de desfazer eventuais inverdades, gostaria de saber se alguma vez se deparou, nas suas investigações sobre os Pais do Amaral, com algum documento que referisse qualquer um dos Gaspar Pais do Amaral referidos no Felgueiras Gayo e, consequentemente, no Geneall.
Antecipadamente grato,
apresento os meus melhores cumprimentos,
Pedro Sousa
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