D. João VI

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D. João VI

#15157 | dduque | 03 jan 2002 11:28

Caros membros do fórum,
tenho uma grande dúvida: caso a monarquia fosse restaurada no Brasil, e tivéssemos um rei/imperador de nome João, seria ele D. João I ou II, visto que D. João VI foi, entre 1815 e 1822, rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves?
Os títulos de nobreza concedidos nesse período valem para os dois países ou apenas para Portugal (ou Brasil)?
Um abraço,
Diego Duque

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RE: D. João VI

#15158 | Cascais | 03 jan 2002 11:47 | Em resposta a: #15157

Caro Diego Duque

D. João VI de Portugal, foi I de nome no Brasil, portanto haver outro D. João no Brasil seria II.
Os titulos concedidos nesse periodo, no Brasil, têm que ser aí reconhecidos, e depois “valem” em qualquer outro país.

Cumprimentos,
José Duarte Valado Arnaud

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RE: D. João VI

#15165 | Cascais | 03 jan 2002 14:12 | Em resposta a: #15157

Analisando melhor a sua questão; é no tempo de D. João III que começa colonização sistemática do Brasil, devendo-se considerar este, o primeiro deste nome com Rei do Brasil.
Assim sendo, a haver outro D. João como Rei ou Imperador seria o V.

Depende do critério dos Brasileiros.

Cumprimentos,
JVA

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RE: Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves

#15173 | Portuguez | 03 jan 2002 15:22 | Em resposta a: #15157

Caro Diego Duque

D.Joao VI retirou a condicao colonial ao territorio brasileiro da Monarquia quando para ali tranferiu a capital, apenas isso. O Principado do Brasil era mero titulo honorifico, o Brasil uma colonia e nao um principado componente do territorio do Reino, como o era o Reino do Algarve. Isto até 1807.

D.Joao VI nao se intitulou Rei de Portugal Brasil e Algarves... mas sim Rei do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves, o que vem na tradiçao do centralismo unitario administrativo portugues, tanto na Metropole como nas colonias. Antes, o titulo regio era Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquem e d'Alem mar em Africa, etc., nao mencionando a parte mais substantiva da Monarquia Portuguesa. Existe uma diferença importante entre uma Monarquia Dual (casos de Espanha/Portugal, e da Austria/Hungria) e um Reino Unido (casos de Portugal/Brasil e do actual Reino Unido). Naquele caso, manteem-se separadas as Coroas e os Estados, com administraçoes distintas, moedas distintas,leis distintas, numeraçoes dinasticas distintas (Um dos nossos reis Filipes chega a enviar um Embaixador de Portugal a Roma... onde coabitava um Embaixador de Espanha). Neste ultimo caso, dizia eu, porem, forma-se um unico Estado com uma unica administraçao, leis unicas, moeda unica, uma unica Coroa e a mesma numeraçao dinastica.

E se assim nao fosse, a independencia do Brasil nao seria celebrada em 1822, mas logo em 1807. Embora Pedro Calmon tenha escrito um notavel livro historico metaforicamente chamando de "O Rei do Brasil" a D.Joao, este principe foi apenas o Rei no Brasil, o que ee diferente.

Em 1807, aos portugueses do Brasil foram conferidos os mesmos direitos que aos portugueses de Portugal, e ao Brasil foi dado estatuto paritario com a parte europeia da Monarquia - o que nao aconteceu com os portugueses dos "Algarves", a parte composta pelas possessoes coloniais africanas e asiaticas que como tal continuariam a ser administradas por governadores coloniais.

Assim, quaisquer graças e/merces conferidas durante a capital portuguesa no Rio de Janeiro sao unicas e proprias do Estado Portugues. O que nao invalida que o Imperio Brasileiro nao tenha respeitado direitos adquiridos anteriormente à sua existencia, o que ja ee outro assunto, e tem que ver com o Tratado de Paz e Amizade de 1825 que lhe reconheceu a independencia. Acredito alias que a esperança que restava a D.Joao VI ao ratificar este tratado fosse a de que a sua morte conduzisse à reuniao dos dois Estados na forma de Monarquia Dual sob a chefia de D.Pedro, ja que o projecto de Reino Unido se tornara absolutamente impossivel pela situaçao politica criada pela franco-maçonaria burguesa aqui no seu "canapé da Europa". Daí o mesmo tratado reservar para D.Joao VI o titulo de Imperador do Brasil, sendo tratados como Majestades Imperiais ate ao final das suas vidas ele e D.Carlota Joaquina. D.Pedro seria assim, por este texto, Imperador reinante por abdicaçao de seu Pai. Mas o projecto falhou como se sabe, dada a pressao neocolonialista inglesa sobre o Brasil e a divisao fomentada entre os portugueses dos dois lados do Atlantico.

Resumindo, nao existiu a meu ver um D.Joao I do Brasil (mesmo o Tratado nao o designa como tal) e os titulos conferidos ate ao retorno real a Lisboa sao inteiramente portugueses, bem como quaisquer decretos nobiliarquicos de D.Pedro que possam existir ate ao "Fico", primeira desobediencia aberta (com consequencias juridicas..) ao Estado Portugues do Regente, ainda Principe do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves.

Bom Ano e os Melhores Cumprimentos

Alexandre Tavares Festas

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RE: D. João VI

#15192 | Vasco Jácome | 03 jan 2002 21:01 | Em resposta a: #15157

Caro Diego Duque

Na altura do vosso D. Pedro IV, já dois Pedros tinham reinado em Portugal e Brasil: o II e o III (consorte de D. Maria I, mas designado D. Pedro III).
Não obstante, D. Pedro IV no Brasil adoptou o I e o filho D. Pedro II.

Parece-me lógico que nos casos em que se funda uma nova Casa soberana, a contagem reinicia.

Aliás, já foi o que aconteceu com D. Afonso Henriques, que foi Afonso I apesar de na Casa reinante até então já ir em D. Afonso VII.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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