Alcunhas que ajudam
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Alcunhas que ajudam
Caros colegas,
As alcunhas tem realmente me ajudado a avançar nas pesquisas. Tenho vários exemplos. Um deles é a alcunha Peixinho em Alcains. Nem sempre o nome é acompanhado da alcunha. Percebi-a pela primeira vez em Manuel Martins Peixinho que se casou com Maria Sanches Goulão em 08.08.1689. Manuel Martins Peixinho era filho de Manuel Martins Canhenha e Maria Antunes. E agora? Onde está o Peixinho? Será que é pelo lado do Manuel Martins Canhenha? Parece-me que Canhenha é uma espécia de peixe (outra alcunha!) Localizei o casamento de Manuel Martins Canhenha e Maria Antunes em 06.02.1652. Os pais de Manuel Martins Canhenha eram Manuel Martins e Isabel Gonçalves. Os pais de Maria Antunes eram Tomé Antunes e Maria Gil. Novamente sem Peixinhos.
Até hoje eu não consegui localizar o casamento de Tomé Antunes e Maria Gil. Talvez Maria Gil seja natural de outro lugar. Eu estava parado neste ramo.
Mas um dia localizei o óbito de Miguel Martins Peixinho em 26.09.1650. Ele era Peixinho embora não carregasse o Antunes.
Então localizei o casamento de Miguel Dias com Ana Tomé em 21.08.1593. Como os pais de Miguel Dias são Gonçalo Dias e Mécia Martins, suspeitei que se tratava do mesmo Miguel Martins. Procurei então o batismo de um filho Tomé cerca de 1610 posto que Tomé Antunes teve filhos entre 1635 e 1655. Achei o batismo de Tomé em 20.12.1610. Eu já tinha quase certeza que havia driblado um casal fim de linha. Em um outro dia vi referência ao Tomé Antunes como Tomé Antunes Peixinho. Estava concluída a questão. Infelizmente Maria Gil, mulher de Tomé Antunes Peixinho, não usava alcunha e sem o casamento fica quase que impossível definir seus pais.
As alcunhas Tourão, Corenta (ou Quarenta), Canhenha, Murrento, Geminado, etc. tem me ajudado em Alcains. Parece-me que os padres em Alcains incorporavam o modismo local e usavam as alcunhas sem preocupações. Já vi tantas que talvez eu precisa-se relacionar para não esquecer. Algumas delas, que poderão me ajudar algum dia, são Pouco Caldo e Maluco. Nunca se sabe...
Por curiosidade os Peixinhos de Alcains também são antepassados de António Trigueiros Coelho de Aragão, pois sua antepassada Maria Martins, casada com Aleixo Coelho em 14.07.1680, era neta de Tomé Antunes Peixinho.
Cumprimentos
Lourval
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Maluco - Molucas?
Também tenho essa alcunha de Maluco documentada num ascendente na primeira metade do século XVII: "André Francisco o Maluco". O que significaria? Penso que não significaria "louco". Ele era rico, ficou como cabeça de casal num encabeçamento em 1623 e era dos poucos que assinavam com o próprio nome, quando o comum era assinarem de cruz. De resto, ele não era o único que usava este apelido na sua área. Terá alguma coisa a ver com o Maluco, ou seja as ilhas Molucas?
Cumprimentos,
Luís
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RE: Maluco - Molucas?
Caro Luís
Tanto quanto sei, ou pelo menos ouvi, quanto às ilhas Molucas ou Mulucas, é precisamente o contrário. Nós ter-lhe-íamos posto o nome de Malucas, mas os ingleses para pronunciarem "a", escreviam com "u" ou "o". Ontem como hoje!
Massivo em vez de maciço, impacte em vez de impacto, Guantánamo em vez de Guantanamo, Flórida em vez de Florida, Dinossaurios em vez de Dinossauros, etc, etc, etc. Não é que tenha qq formação em língua portuguesa ou em História, mas quem tiver certamente saberá explicar melhor que eu.
É uma questão de personalidade, abandonar as palavras portuguesas para adaptar estrangeiras!
Quanto à alcunha, não é preciso ser maluco para ser alcunhado disso. Mas que às vezes dá jeito, lá isso dá.
Cordiais cumprimentos
Manuel da Silva Rolão
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RE: Maluco - Molucas?
Caro Manuel da Silva Rolão,
segundo vejo na wikipedia, a região era conhecida como Al-Maluk. E acrescentam:
«Pela extrema dificuldade em se atravessar metade da Terra, saindo de Mascate ou de Áden, os comerciantes que faziam tais viagens eram apelidados de "malucos", que acabou como sinônimo de "louco"».
Mas sei qual o fundamento disto. Falta-me um dicionário etimológico para ver a origem da palavra.
Às tantas o meu antepassado tinha sido comerciante no Oriente!
Coordialmente,
Luís
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RE: Maluco - Molucas?
Caro Luís
Desculpe não o tratar pelo apelido, mas como não o colocou...
Claro que nunca é de descartar qq hipótese, nem considerar que não era possível ser comerciante no Oriente. Não era tão raro quanto isso. A minha opinião neste caso, é que se tinha comércio no Oriente, deveria ser judeu. Nos processos da Inquisição que vi, como eram obrigados a declarar o que tinham e onde, e onde tinham ido, fora de Portugal, na maioria dos casos lá vinha a ligação com o Oriente.
Ou então lá teve algum cargo e no regresso levou com a alcunha. Por exemplo a um Tavares (dos Tavares que estiveram 200 anos em Tànger e onde tiveram vários cargos), como tinha vivido em Tânger, ficou com a alcunha de Tangerino.
Cordiais cumprimentos
Manuel da Silva Rolão
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Maluco - Molucas?
Caro Luís,
Sinceramente eu não sei te dizer. Mas sei que a filha do Maluco, de Alcains, era citada nos registros como Maluquinha.
Há também os Tabacos em meus costados em Alcains. Fica a pergunta: por quê Tabaco? Trabalhariam com o comércio de tabaco?
Talvez o Manuel Rolão saiba dizer.
Meu bisavô, natural da Póvoa de Rio de Moinhos, tinha pai natural de Alcains. Meu bisavô que imigrou para o Brasil, tinha a mania de apelidar todo mundo. Um dos apelidos que ele criou para um de seus conhecidos foi "dez pras dez" por causa da posição de seus pés quando ele parava.
Abraços
Lourval
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RE: Maluco - Molucas?
Caro primo Lourval
O ser apelidado tabaco, pode realmente ter vindo por comercializar tabaco. E lá voltamos nós aos judeus, em que muitos deles eram estanqueiros do tabaco ou vendedores de tabaco.
E voltando ao maluco. Tenho um camarada de Armas, de nome Coelho, cuja alcunha era "Lapin le Fou " e que de maluco não tinha nada (só espero que ele não leia isto). Há nomes de que já não me lembro, mas se me disserem a alcunha, sei logo de quem se fala.
Seria o mesmo antigamente, tendo ficado muita alcunha por apelido. Ali para os nossos lados, lembro-me de Louro, Alto, Canhoto, Moreno, Gordo, etc.
Um abraço
Manuel da Silva Rolão
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Maluco - Molucas?
Caro Primo Manuel da Silva Rolão.
Que eu descendo de judeus, eu não tenho a menor dúvida. Documentalmente eu já me liguei a pelo menos dois ou três casais, todos do Distrito de Castelo Branco.
Isto sem se falar de que cientificamente já está provado que um em cada três portugueses descende de judeus.
A propósito daquele apelido que meu bisavô ´inventou´, não era dez pras dez mas sim dez pras duas.
Tenho lido muitos registros em várias localidades mas Alcains é recordista no uso de alcunhas. Eu também tenho Toutou entre meus avoengos e esta alcunha persistiu uns duzentos anos.
A alcunha ´murrento´ (o que significará?) também está entre os meus e o mais antigo é Manuel Fernandes Murrento que se casou em Alcains em 02-03-1627 com Catarina Vaz Afonso. Localizei o batismo dele em 28-12-1605 e era filho de Manuel Fernandes e Domingas Martins. Estou parado aí, por enquanto.
Localizei o óbito de Ana Lopes, a Murrenta, em 22-07-1593. Sei que é minha antepassada, mas não sei ligar...ainda. Acho que ela é mãe ou de Manuel Fernandes ou de Domingas Martins. Mas como estes nasceram cerca de 1575, talzez nunca descubra.
Abraços
Lourval
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