O importante é a versão e não o facto

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O importante é a versão e não o facto

#233125 | chartri | 01 jul 2009 21:01

O importante é a versão e não o facto


Judy Wallman é uma pesquisadora de genealogia e histórico de famílias no sul da Califórnia. Recentemente ela resolveu conduzir uma pesquisa em sua própria árvore genealógica e descobriu o seu tio-bisavô, Remus Reid era o ancestral comum entre ela e o atual Senador pelo Estado de Nevada, Harry Reid. Ela e o Senador Reid tinham em Remus um ancestral comum.
Ela descobriu também que seu tio-bisavô Remus Reid havia morrido enforcado, condenado por roubo de cavalos e roubo de trem no Estado de Montana, em 1889. A única fotografia disponível de Remus Reid mostra seu enforcamento, no Território de Montana, em 1889. No verso da fotografia de Remus Reid obtida por Judy durante sua pesquisa, estava a seguinte anotação: 'Remus Reid, ladrão de cavalos, encarcerado na Prisão do Território de Montana em 1885, fugiu em 1887, roubou o trem Montana Flyer por seis vezes. Foi preso pelos detectives da Agência Pinkerton, foi condenado e enforcado em 1889.'

Judy então enviou um e-mail ao Senador Harry Reid solicitando informações sobre seu ancestral comum, Remus Reid, sem mencionar o que já sabia.
Os assessores de Harry Reid enviaram-lhe o seguinte resumo bibliográfico sobre Remus, para ser inserido em sua pesquisa genealógica:

"Remus Reid foi um famoso vaqueiro e cowboy no Território de Montana. Seu império comercial cresceu a ponto de incluir a aquisição de valiosos exemplares de cavalos de raça, bem como um íntimo e profícuo relacionamento com a Ferrovia de Montana. A partir de 1883 ele dedicou vários anos de sua vida ao serviço do governo estadual. Após isso ele licenciou-se para reiniciar seu relacionamento com a Ferrovia. Em 1887 ele foi o elemento fundamental em uma importante investigação conduzida pela famosa Agência de Detectives Pinkerton. Em 1889 ele veio a falecer durante uma importante cerimonia cívica realizada em sua homenagem, quando a plataforma sobre a qual ele estava cedeu logo após seu discurso"

Que tal?
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

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RE: O importante é a versão e não o facto

#233146 | joão pombo | 01 jul 2009 22:29 | Em resposta a: #233125

Caro Ricardo:

O texto tem imensa piada, sem dúvida, mas não corresponde à verdade.
A Sra. Judy Wallman não existe e obviamente que o senador em questão nunca "adourou" o percurso do seu antepassado.
Parece que nos EUA circulam muitas histórias destas, aquilo a que os americanos chama de "hoax". Estive agora a pesquisar, e li a mesma história com outros protagonistas: Desde Tipper Gore a Hillary Rodham Clinton, passando por outros políticos menos conhecidos.
Mas dá que pensar......

Cumprimentos,
João Pombo

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RE: O importante é a versão e não o facto

#233147 | Mavasc | 01 jul 2009 22:33 | Em resposta a: #233125

Caro Ricardo Charters


Tal e qual! Exactíssimo!
Insinua o caríssimo confrade que um senador dos E.U.A. podia ter como ancestral um ladrão de cavalos? Ou de comboios? Nunca! Ou teria que o confessar publicamente, pedindo desculpas a todo o mundo, e prometendo não seguir os passos do avôzinho para se redimir! E, já agora, seguiu ou não?

Um abraço

Maria Benedita

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RE: O importante é a versão e não o facto

#233159 | chartri | 01 jul 2009 23:10 | Em resposta a: #233147

Cara Maria Benedita

Estas histórias tem piada. São bem construídas e parecem verdade. É como aquela daquele padre que teve não sei quantos filhos e o rei lhe perdoou por ter sido um elemento válido no povoamento do Reino....

Existe uma associação de genealogistas nos Estados Unidos à qual só podem pertencer quem tenha um antepassado condenado à morte, ou procurado. Parece que tem muitos sócios e que procuram "honrar" a memória dos seus (deles) antepassados !
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

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RE: O importante é a versão e não o facto

#233161 | chartri | 01 jul 2009 23:20 | Em resposta a: #233146

Cao João Pombo

Efectivamente esta "estória "parece ser COMPLETAMENTE FALSA : http://www.snopes.com/politics/humor/horsethief.asp

Mas é bem engraçada e mostra como muitos genealogistas douram a "pílula" quando ela é difícil de engolir pelos familiares. E temos muitos exemplos destes, nomeadamente durante o sec XIX.
Quando escrevi o meu livro : http://www.guardamor.com.pt/livro.php?id=965 tive alguns remoques de meus familiares pois contei a verdade. Disseram: "não valia a pena ser tão preciso,,,"
Como diz o povo, "no melhor pano cai nódoa". E nas melhores famílias há sempre uns podres que há quem queira esconder, ou goste esconder.

Cumprimentos amigos
Ricardo Charters d'Azevedo

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RE: O importante é a versão e não o facto

#233182 | joão pombo | 02 jul 2009 08:37 | Em resposta a: #233161

Caro Ricardo Charters d'Azevedo,

Há muita gente a querer adourar a "pílula", sem dúvida, mas este excerto da sua mensagem inicial é talvez a cereja no topo do bolo:

"Em 1889 ele veio a falecer durante uma importante cerimonia cívica realizada em sua homenagem, quando a plataforma sobre a qual ele estava cedeu logo após seu discurso".

Melhor que isto não há! ehehehe

Abraço,
João Pombo

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RE: O importante é a versão e não o facto

#233235 | chartri | 02 jul 2009 21:46 | Em resposta a: #233182

Caro João Pombo

Tem toda a razão. Foi essa frase que me "impressionou": faltou-lhe o chão debaixo dos pés...

Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

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