Avós paternos do primeiro rei de Portugal
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Avós paternos do primeiro rei de Portugal
Caros Confrades
Alguém me consegue explicar porque tradicinalmente o Conde Dom Henrique descende dos Duques de Borgonha
e não daqueles gravados nas pedras das figuras seguintes:
http://77.54.231.195/cdm
Atentamente
Baptfausto
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro confrade
Tradicionalmente o Conde D. Henrique não descende dos Duques de Borgonha, tradicionalmente o conde D. Henrique descende de Sancha de Barcelona, irmã de Raimundo de S. Gilles e de Geza, Rei da Hungria. Foi a partir de 1580 que o domínio espanhol introduziu essa "filosofia" nos meios académicos, mas como poderá verificar não dá certo de lado nenhum, nem do lado dos Duques nem dos Condes de Borgonha. É tudo uma farsa e faz parte do establishment de Roma e Castela. Nem D. Henrique descende de Borgonha, nem o "seu primo D. Raimundo" é seu primo ou teve alguma vez o Dom!!!
Tradicionalmente o nosso primeiro Rei era húngaro, e só quem não conhece minimamente as bases da fundação de Portugal poderá dizer o contrário!!!
-Camões, humanista e poeta
-D. Diogo de Sousa, capelão de D. João II e arcebispo de Braga
-Duarte Galvão, historiador, humanista e diplomata.
-Fernão Lopes, guarda-mor da Torre do Tombo,
todos eles foram unânimes em escrever que o Conde D. Henrique era de linhagem húngara!!!
E de facto, o Conde D. Henrique não tinha nada de parentesco com "Dom Raimundo" e com quem tinha encobriram-no até ainda há pouco tempo!!! D. Henrique era de facto e simultaneamente primo co-irmão e tio por afinidade de Afonso Jordão, filho de Raimundo de S. Gilles e de Elvira de Castela, irmã de D. Teresa.
Basta ver os casamentos que se fizeram com base na Casa dos Condes de Barcelona e dos condes de Toulouse assim: D. Afonso Henriques casou com D. Mafalda, uma prima, filha de Amadeu III Conde de Sabóia e de Matilde d´Albon. Faidiva de Toulouse, uma filha de Afonso Jordão, casou com Umberto III, conde de Sabóia, filho de Amadeu III Conde de Sabóia e de Matilde d´Albon e irmão de D. Mafalda, Rainha de Portugal!!!
Faidiva de Toulousse que era simultaneamente prima de D. Afonso Henriques e de D. Mafalda, passou por casamento a ser também cunhada de ambos!!!
Os Condes de Sabóia apoiavam os Condes da Sicília, e Raimundo de S. Gilles foi depois também casado com uma filha de Rogério Conde da Sicília, Sicília que era um grande centro de cultura árabe, grega (bizantina). Foi com base nesta aliança que se fundou Portugal, as tropas dos condes de Sabóia e Sicília (normandas) estiveram a apoiarem D. Afonso na luta e conquistas.
Não foi por acaso que ele foi logo casar com a filha de um dos seus apoiantes, afinal tinham todos laços familiares!!! Como vê aqui não cabe Borgonha, só vergonha, uma Vergonha Nacional!!!
Quem está a frente do Ministério da Cultura!!!
Saudações
Zé Maria
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro José Maria
Um Jurista ligado à Banca. Claro!
Membro da Comissão Nacional para as Comemorações do 50º Aniversário da Declaração dos Direitos do Homem , como convém.
E Grande Cavaleiro da Ordem da Liberdade!
Esta Ordem, não conheço. Será que também se reclama descendente da Ordem do Templo?
É que parece que em Partilhas, tudo é possível!Surgem parentes de todos os lados!
Embora não conste que os Cavaleiros Templários usassem colares.
Enfim, nada que tenha a vêr com Portugal. Comme d´habitude!
Saudações
Airmid
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro Confrade
No Livro de Genealogia Ilumunada, do Infante D. Fermando, da autoria de António de Holanda e Simon Bening o Conde Dom Henrique, é identificado como sendo filho do Rei da Hungria- Estevão (Fólio 7).
Mais uma vez, não constam Borgonhas!
Cumprimentos
Airmid
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro José Maria
O que mais me intriga, na Genealogia Iluminada do Infante d. Fernando, é que no Fólio 7, do Rei Estevão da Hungria e de sua mulher, partem três ramos:
O do nosso Conde DOM Henrique, e mais dois , no da direita, a figura representada não empunha uma espada mas sim uma cruz, enquanto na outra mão segura um livro, e tem o Nome de Aymérico.
Saudações
Airmid
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caros confrades
E então donde vem Guilherme de Lorena
Cumprimentos
Baptfausto
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro confrade
O Guilherme de Lorena vem mais uma vez da parte dos castelhanos, que não querem por nada associar a fundação do nosso país à Hungria e ao Império Sacro Romano-Germânico e aos Templários!!! Portugal para Castela e Roma, é-lhe uma pedra no sapato!!!
Então os portugueses antes de 1580 não saberiam quem fora o pai do nosso primeiro Rei de Portugal???
A Rainha Santa Isabel que implementou ainda com mais vigor a sua religião do Culto do Espirito Santo, não saberia quem tinha sido o pai do primeiro Rei de Portugal, que introduziu este culto originário da Hungria/Grécia??? D. Vataça que era prima da Rainha D. Isabel e que primeiramente se refugiou na Sícilia não saberia quem era Manfredo??? http://www.geneall.net/I/per_page.php?id=402957 , D. Vataça que depois se refugiou em Aragão não saberia quem era Pedro III de Aragão ??? http://www.geneall.net/H/per_page.php?id=300
"Olha estoutra bandeira, e vê pintado
O grã progenitor dos Reis primeiros.
Nós Úngaro o fazemos, porém nado
Crêem ser em Lotaríngia os estrangeiros.
Depois de ter com os Mouros superado,
Galegos e Leoneses cavaleiros,
A casa Santa passa o santo Henrique,
Por que o tronco dos Reis se santifique."
(Camões)
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro Confrade
Zè Maria
Solicito que me indique o livro ondes estes versos se encvontram.
Se for nos Lusiadas agradecia que me indicasse o canto.~
Muito obrigado
Cumprimentos
Baptfausto
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro confrade
“Os Lusíadas “- Canto III, Estrofes 25, 26, 27 e 28
25
"Destes Anrique, dizem que segundo
Filho de um Rei de Ungria exprimentado,
Portugal houve em sorte, que no mundo
Então não era ilustre nem prezado;
E, para mais sinal d'amor profundo,
Quis o Rei Castelhano, que casado
Com Teresa, sua filha, o Conde fosse;
E com ela das terras tornou posse.
26
"Este, depois que contra os descendentes
Da escrava Agar vitórias grandes teve,
Ganhando muitas terras adjacentes,
Fazendo o que a seu forte peito deve,
Em prémio destes feitos excelentes,
Deu-lhe o supremo Deus, em tempo breve,
Um filho, que ilustrasse o nome ufano
Do belicoso Reino Lusitano.
27
"Já tinha vindo Anrique da conquista
Da cidade Hierosólima sagrada,
E do Jordão a areia tinha vista,
Que viu de Deus a carne em si lavada;
Que não tendo Gotfredo a quem resista,
Depois de ter Judeia sojugada,
Muitos, que nestas guerras o ajudaram,
Para seus senhorios se tornaram;
28
"Quando chegado ao fim de sua idade,
O forte e famoso Úngaro estremado,
Forçado da fatal necessidade,
O espírito deu a quem lhe tinha dado,
Ficava o filho em tenra mocidade,
Em quem o pai deixava seu traslado,
Que do mundo os mais fortes igualava;
Que de tal pai tal filho se esperava.
“Os Lusíadas” Canto VIII, Estrofe 9
"Olha estoutra bandeira, e vê pintado
O grã progenitor dos Reis primeiros.
Nós Úngaro o fazemos, porém nado
Crêem ser em Lotaríngia os estrangeiros.
Depois de ter com os Mouros superado,
Galegos e Leoneses cavaleiros,
A casa Santa passa o santo Henrique,
Por que o tronco dos Reis se santifique."
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro José Maria
Está tudo nos Lusíadas!
Por isso a Inquisição primeiro e depois a Maçonaria Francesa, venderam até hoje a sua interpretação adulterada.
Com excelentes resultados como se pode vêr!
Saudações
Airmid
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Cara AIRMID
Venderam-se os doutores, venderam-se todos pelo poder do ouro. Só Amor, o Deus Lusitano não se vendeu, nem que para isso tenha de fazer sacrifícios humanos!!!
Ainda ninguém tinha visto que Amor, tanto tempo passado e ainda ninguém tinha visto Amor, nos Lusíadas, o Deus que Camões conhecia muito bem, ele e o Duque de Bragança e a sua Academia da Luz, que lá para os lados de Terena juntos andaram a estudar as aras de um seu Templo!!!
Tu, só tu, puro AMOR, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero AMOR, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Amor, somente o Deus Lusitano poderia sacrificar Inês, por amor à Pátria Lusa. Amor, não se satisfaz com as lágrimas, com a tristeza, mas como um deus severo em todo aquele que falte à sua Fé, exige banhar seus altares (“aras”) em sangue humano: por isso requer sacrifícios humanos.
Por isso a Inquisição primeiro e depois a Maçonaria Francesa, venderam até hoje a sua interpretação adulterada.
Mas o "minino cupido" acertou-lhes em cheio!!! Ele é o Herói português que venceu todos os deuses pagões, a Inquisição e a Maconaria francesa!!!
Hoje, tal como ontem só já nos poderá valer o Deus Amor!!! Por Amor de Deus, que venha Ele!!!
Saudações
Zé Maria
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Cara AIRMID
Como não poderia deixar de ser, é a Cultura do Ouro. Já houve tempo em que as pessoas estavam primeiro que o Ouro!!!
Tem um grande corriculum!!!
"O ministro da Cultura português, José António Pinto Ribeiro, defendeu ontem a criação de um academia dedicada à Língua Portuguesa porque o modelo da actual Academia das Ciências de Lisboa está "esgotado".
Segundo afirma a Agência Lusa, Pinto Ribeiro deu como exemplo a Real Academia da Língua Espanhola que «tem como função preservar a unidade da língua e o seu objectivo é tratar da língua espanhola com o objectivo de a fixar, a limpar, dar brilho, de preservar a sua unidade». O ministro ainda acrescentou que «em Portugal não temos nenhum instrumento para cumprir esse objectivo».
Em opinião de Pinto Ribeiro, «não temos dicionário da Academia, não temos vocabulário, técnico e científico, não temos um conjunto de instrumentos de Língua. Não fazemos aquilo que a Real Academia Espanhola faz que é em cada 48 horas responder a todas as perguntas de língua que lhe são feitas».
Perante os deputados o ministro incluiu a criação desta Academia de Língua Portuguesa num conjunto de instrumentos de defesa da Língua Portuguesa, aos quais se juntam ainda a refundação do Instituto Camões, a criação do Fundo da Língua Portuguesa e o Novo Acordo Ortográfico."
Está à vista que se nós não temos capacidade para cumprir esse objectivo, só restará ao ministro a solução de nos integrar na exemplar Real Academia Espanhola!!! Assim já ficaria refundido o Instituto Camões!!!
De uma cajada mataria logo dois coelhos, e mostraria o seu lado de valorizar o Ouro!!!
Saudações fraternas
Zé Maria
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro José Maria
Então sua Excelência, o Ex,ou quiçá, futuro Ministro da Cultura, quer defender a Língua Potuguesa com o Novo acordo Ortográfico.
Bué da fixe!
Que isto de acentos é complicado, e o melhor é nem usar nenhum, ya! Nice!
E sua Excelência, o futuro Ex da Cultura ou quiçá, o Ex futuro da Cultura, a bem da Lusa Língua, quer refundar o Instituto Camões, em Instituto Don Calderón de La Barca, El fazedor de Zarzuelas.
Muito bem visto!
E Olé!
E Arriba Espanha! E El TGV! E El Alqueva Castellano!
Saudações
Airmid
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
E Olé!
E Arriba Espanha! E El TGV!
Deixe-me rir, como se eu ao menos não soubesse conduzir um TGV!!!
Já há muito tempo que eu sei o que se passa, o que os espanhóis querem é a linha do TGV para depois porem os seus comboios de mercadorias directamente e a grande velocidade para o Porto de Sines. Toda a gente ligada ao meio ferroviário sabe disso, os espanhóis até querem fazer eles próprios a linha à sua custa!!! Tudo o resto que se tem falado sobre o TGV é palha, o fundo da questão está na mercadoria que os espanhóis querem desviar dos portos bascos, afim de pressionar os bascos na sua causa independentista. Quanto ao TGV propriamente dito, não sei quem irá viajar nele, os portugueses certamente nem terão dinheiro para viajar cá dentro quanto mais ir para fora. Basta ir a Santa Apolónia e ver os clientes que há para o comboio hotel que faz a ligação entre Lisboa e a capital espanhola!!!
E sem clientes para que se quer o TGV???
Como vê, comigo, o TGV ficava mesmo parado, nem era capaz de arrancar com ele quanto mais atingir 574,8 Km/h. http://videos.sapo.pt/8y7oZy5N8NQMFdQzedG3
É que a ETA não está a dormir e os bascos sempre tiveram uma boa relação com Portugal, desde o tempo dos Mendonças e Haro que muito Colombo ajudaram!!!
Os nossos governantes que olhem mas é para a História de Portugal!!! Não é o TGV que nos vai tirar da cauda da Europa, dêem mas é condições às pessoas para que elas cá possam viver condignamente, porque o nosso país ao contrário do que nos querem fazer ver, é um País rico, há é por aí muita gente a roubar!!!
Só se o TGV for para os ladrões se escaparem mais depressa!!!
Saudações fraternas
Zé Maria
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal A Extinção de Portugal
Caro José Maria
O Portugal de que fala, não existe, e foram exactamente os governantes que o extinguiram.
36,6%, dos portugueses querem o aumento dos impostas e o aumento da Dívida Externa. São os Socialistas. Votaram a extinção de Portugal!
7,9 dos portugueses, querem a Ditadura do Proleteriado, ou seja a escravatura de todos os que não cabem nessa definição, seja ela qual for. São os comunistas.
9,8%, dos Portugueses, não se importam que lhes matem os filhos, e os pais, se lhes forem incómodos. São os Bloquistas. Votaram na extinção da Humanidade!
Saudações
Airmid
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro Confrade Baptfausto
Os antepassados do Conde D. Henrique são profundamente tratados nos primeiros volumes da revista da Associação Portuguesa de Genealogia (APG) sobre a ascendência de D. Afonso Henriques (veja as capas no sítio da APG na internet) e são da Borgonha. Também pode pesquisar o assunto aqui do fórum pois tem sido amplamente discutido.
As pedras que refere foram gravadas muitos séculos depois da morte de D. Henrique (mais de 500 anos) e divulgam meras lendas sobre misteriosos reis húngaros que ninguém identificou (Camões também divulgou essas lendas que bebeu na mesma fonte). Se ler os melhores historiadores medievais portugueses ficará esclarecido sobre o infundado dessas gravações... Não se deixe iludir.
Saudações
Sérgio Sodré
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro Sérgio Sodré
Clap! Clap! Clap!
(palmas)
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro Sérgio Sodré
Compreendo a sua posição, talvez Camões fosse um ignorante sobre a materia!!! Talvez ele se deixasse iludir como muitos outros por historias que foram escritas e apoiadas por uma neta do Conde D. Henrique!!
E para a Igreja, certamente que não valerá a pena conotar o dito D. Henrique com os cátaros e a linhagem do Santo Graal!!!
"Olha estoutra bandeira, e vê pintado
O grã progenitor dos Reis primeiros.
Nós Úngaro o fazemos, porém nado
Crêem ser em Lotaríngia os estrangeiros.
Depois de ter com os Mouros superado,
Galegos e Leoneses cavaleiros,
A casa Santa passa o santo Henrique,
Por que o tronco dos Reis se santifique."
(Camões)
Mas se de facto D. Henrique era da linhagem de Borgonha, não seria cátaro necessariamente, pena foi que o seu filho D. Afonso Henriques tivesse degenerado e voltado às costas à Casa do seu pai e passasse a fazer reuniões e conferências e tratados de casamentos com os seus primos cátaros entre eles os Condes de Toulouse e Barcelona!!!
De facto não convém mesmo nada a gente se iludir a si mesmo!!!
É que a filha de D. Afonso Henriques e neta de D. Henrique devia de estar desajustada da época e era uma bruxa, por passado 300 anos a Joana ficou Louca a defender o que ela já tinha defendido, a sua linhagem do Santo Graal!!! Louco está o Mundo, ou seria só a Louca que tinha um exército de loucos atrás dela!!!
E já agora com que bandeira combatia o Conde D. Henrique???
Saudações
Zé Maria
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro Sérgio Sodré:
Por mim continuo a pensar que a investigação sobre a ascendência borgonhesa do conde dom henrique não estará concluída - e portanto essa ascendência não pode ser dada como assente - até que haja uma análise crítica da chamada "Crónica de Fleury", que eu saiba a única fonte dessa ascendência; trata-se, ao qua consigo saber, de um texto medieval francês oportunamente descoberto e publicado entre 1595 e 1610 por vários historiadores franceses. Com a Restauração Portuguesa, houve um interesse especial em publicitar essa ligação, até porque fazia dos reis de Portugal um ramo dos Capetos de França; mas uma parte da actividade desses franceses, próximos do Cardeal de Richelieu, era dirigida ao confronto "de prestígio" entre Capetos-Bourbons e Habsburgos de Espanha-Áustria (as grandes potências europeias da época).
Que eu saiba também, nem os historiadores universitários (José Mattoso e a sua escola) nem o saudoso Doutor Luiz Vaz de São Payo, no seu estudo sobre a ascendência de Afonso Henriques, fizeram mais do que aceitar essa filiação, entre nós difundida logo a seguir a 1640 por Duarte Ribeiro de Macedo e depois imposta pela autoridade de D. António Caetano de Sousa e Tomás António do Bem, entre outros (contra, curiosamente, a opinião de Salazar y Castro, que poderá não ter sido imparcial (?), como refere o próprio Caetano de Sousa). De modo que, na verdade, à luz da historiografia moderna tudo isto devia ser tratado como um assunto em aberto. Há também um artigo publicado por Hans Brünner (creio ser este o nome, não tenho como verificar) na revista que cita sobre esse tema - mas falta sempre o necessário exame à fiabilidade das fontes francesas (nem sequer pude apurar se existe ainda esse manuscrito de Fleury ou se apenas sobrevive a cópia publicada no séc. XVI - neste último caso, devemos lê-la como lemos o nosso Frei Bernardo de Brito...)
A questão 'húngara', entretanto e provisoriamente, não tem propriamente argumentos sólidos a sustentá-la - embora se não possa dizer que se reduz a uma lenda criada de raíz 500 anos após a morte de Henrique. Existem, salvo erro, fontes do séc. XV que a referem, e bem poderão ter-se perdido outras anteriores. Em qualquer caso, vale a pena notar que houve, segundo algumas fontes que parecem merecer crédito, um "rei húngaro", com idade para ser o pai do nosso Conde, exilado na Alemanha e genro de um imperador Henrique (o IV do nome, salvo erro), o que poderia justificar a transmissão do nome próprio... Não sei de referências a que tenha tido filhos; mas seria um bom candidato, que passa pelo menos alguns testes de "compatibilidade" (quero dizer, os seguintes: (i) transmissão do nome próprio Henrique, neste caso do seu avô materno, (ii) graus de parentesco de Afonso Henriques com Mafalda de Sabóia dentro da margem permitida para não haver impedimento, (iii) conciliação da 'origem húngara' com o 'nado na Lotaríngia' de que fala Camões...) que a tornam mais plausível do que o seria a história de um improvável cavaleiro vindo directamente da longínqua Hungria para Toledo... o que de facto, posto assim, parecerá fábula.
Talvez um dia alguém tenha meios para resolver esta questão.
Melhores cumprimentos,
Marcos de Sousa Guedes
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RE: Avós paternos do primeiro rei de Porugal
Caro Marcos de Sousa Guedes
Agradeço as suas muito relevantes informações.
Melhores cumprimentos
Sérgio Sodré
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Avós paternos do primeiro rei de Portugal
Boa noite...
Com que base caro José Maria afirma que o conde Dom Henrique seria de origem húngara?
Obrigado.
José Olímpia
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Avós paternos do primeiro rei de Portugal
Também já li que o Conde D. Henrique era um cavaleiro que esteve em Jerusalém, irmão de Bernardo de Claraval. Ver o livro de Fredy Silva "Portugal a primeira nação templária" livro com muitas fontes documentais transcritas.
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