Processos do santo ofício digitalizados
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Processos do santo ofício digitalizados
Caros confrades
Estou com dificuldades em aceder aos seguintes processos do santo ofício:
Simoa de Lucena -IL/2442
Gomes Fernandes Preto -IL/8486
Inês de Lucena - IL/4231
Algum dos frequentadores poderá fazer a gentileza de tentar aceder a qualquer um, para se perceber se é um problema geral?
Caso alguém já tenha consultado qualquer destes processos ou trabalhe os núcleos familiares correspondentes, poderá entrar em contacto comigo, para acerto de dados?
Fico muito agradecida pela diligência.
Com os meus melhores cumprimentos
maria
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Carissimos colegas do Forum,
Aproveito este post para perguntar se existe algum indice de todos os processos do Santo Oficio que se possa consultar online.
Estou especialmente interessado em saber se existe algum processo de alguém de fafe em Braga.
A base de dados da torre do tombo é particularmente dificil de utilizar : http://digitarq.dgarq.gov.pt/asearch
Agradeço a ajuda.
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Boa tarde
Em primeiro lugar, queria esclarecer que deve procurar pela antiga denominação de Fafe, que era Montelongo ou Monte Longo.
Após uma consulta rápida, só encontrei um Processo digitalizado, de 1636, que é o do Padre André do Canto de Almeida, que era natural do Funchal mas era morador em São Gens, Montelongo.
Encontrei igualmente um processo não digitalizado de 1753, de um Custódio Francisco.
Não conheço a existência de qualquer índice, mas não excluo a possibilidade de que esse índice exista.
Boa sorte
Mário César Navarro
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Obrigado Mário,
Vou investigar esses proecssos que indicou.
Miguel
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Boa tarde Maria David,
Só agora vi este tópico e peço-lhe mais informações sobre estas Simoa e Inês de Lucena se por acaso tiver (naturalidade, filiação, etc...).
Muito obrigado e votos de Bom Ano Novo
JMSA
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Boa noite, caro Confrade
Simoa de Lucena e Inês de Lucena são primas direitas entre si, filhas de duas irmãs, netas de meus 11ºs avós.
Encontrará na base de dados da TT-on line os respectivos sumários sobre os pais e naturalidade, através dos números dos respectivos processos; é mais prático dar-lhe esta orientação que escrever aqui tudo, o que espero compreenda.
Sobre os processos em si, neste momento já consigo aceder a eles mas por falta de tempo ainda não os analisei.
Agradeço os seus votos de Bom Ano Novo que retribuo, esperando que 2012 não seja tão mauzinho como todos estamos à espera. Há reviravoltas nos meandros da política de interesses, a nível mundial, que talvez nos permitam aquele mínimo de optimismo para encarar o futuro. Vamos a ver.
Maria
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Muito obrigado pela sua mensagem. Já consultei a TTonline e já vi os processos. O meu interesse está na relação de parentesco que estas teriam com a minha antepassada http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=288046 mas não consegui, para já, encontrar qualquer pessoa em comum. Outra curiosidade é que esta Domingas de Lucena aparece nos processos da filha e dos netos como cristã-velha e o baptizado da sua filha foi realizado na capela de sua casa. A Simoa e a Inês de Lucena já aparecem como cristãs-novas e os seus pais também. De qualquer maneira existirá quase de certeza um parentesco entre elas.
Quanto ao seu optimismo em relação ao novo Ano que vai começar deixe-me dizer que tembém o partilho um pouco consigo. Acredito mesmo que os nossos governantes, a medo, também têm essa esperança mas infelizmente não depende só deles e de nós mas muito do contexto internacional. De qualquer forma a situação de individamento do nosso País era insustentável e era urgente que os portugueses compreendessem esta realidade e embora com muitos sacrifícios e desilusões entendo que, até agora, a mensagem passou o que só mostra a inteligência e bravura deste povo com séculos e séculos de história. Temos e vamos acreditar que melhores dias virão e que todos os esforços agora pedidos contribuirão para um futuro melhor para nós e nossos filhos.
Até breve
JMSA
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Caro confrade
Fui ver, de imediato, a sua ligação, pois os nomes pareceram-me familiares e queria dar-lhe uma ajudazinha. Efectivamente, tenho um Miguel Lopes e uma Maria de Lucena que, lamentavelmente, nada têm a ver consigo. O Miguel é filho de Manuel Lopes Henriques e Leonor Mendes Pereira; a primeira Maria de Lucena que tenho é filha de Simão de Lucena e Constança Lopes e a segunda Maria de Lucena é filha de Pedro Lopes Carabaça e Isabel Dias. Como vê, esta nossa cristã novice anda em voltas e reviravoltas e vemo-nos em papos de aranha para deslindar estas ligações familiares.
Resta-me acrescentar que os meus Lucenas (e são muitos) estão ligados entre si. Se encontrar algo de novo que me possa ajudar, diga, por favor.
Cumprimentos e sempre ao dispor
Maria
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Cara Maria
Se nao se importar gostava de uma sua opiniao pois sei que tem muitos conhecimentos nesta materia. Estou a ajudar uma amiga principiante e que encontrou um antepassado, Manuel Joao, cujo assento de casamento diz ser filho de pais incognitos e baptisado em St. Justa, Lisboa. Calculando posiveis datas fomos la' procurar o seu baptismo e os unicos Manueis nessa condicao sao "que veio da Inquisicao" e "esta crianca veio dos carceres do St.o Oficio". Link http://digitarq.adlsb.dgarq.gov.pt/viewer?id=3653312 TIF 36, do lado esquerdo e link http://digitarq.adlsb.dgarq.gov.pt/viewer?id=3653311 TIF 1058, ultimo assento 'a direita.
Como nao tem o nome dos pais acha viavel encontrar-se o processo dos pais procurando naqueles anos e ver quais os casais que tivessem um filho pequeno de nome Manuel? Ou 'e mesmo uma perda de tempo? E ja' agora, acha que teriam sido tirados aos pais ou sera' que os pais foram mortos?
Muito agradeco qualquer comentario ou sugestao que possa fazer.
Com os melhores cumprimentos.
Rosario
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Boa noite, cara Rosário
Começo por lhe dizer que não sou, assim, tão "expert" como me julga. Isso é simpatia sua. Agradeço, no entanto, a sua opinião tão elogiosa.
Respondendo directamente à sua questão, para lhe dar uma resposta objectiva e sobre aquilo que penso, terei que lhe dizer que não acho ser possível garantir seja o que for nesse assunto.
Explico porquê:
1 Por aquilo que sei, as crianças retiradas às mães cristãs-novas, presas nos cárceres da Inquisição, segundo o que me disseram outros investigadores, (não sendo, portanto, matéria que eu domine, já que se prende mais com a história e não só... e daí basear-me em informações cedidas por outros) eram entregues a:
a) familiares das presas que dessem garantias, à partida, de não estarem envolvidos nas mesmas circunstâncias que levaram à prisão dessas mães (por exemplo, práticas de judaísmo, para dar um exemplo)
b) famílias cristãs que se comprometiam em criar essas crianças na fé católica, afastando-as totalmente das suas famílias de origem
c)instituições de órfãos, que depois canalizariam essas crianças para serem adoptadas por outras famílias.
2 Manuel João foi baptizado em Sta.Justa e dizem os dois assentos de baptismo de dois Manuel que se tratavam de filhos de pais incógnitos. Como as crianças mencionadas vieram da Inquisição, nada lhe diz que as crianças eram descendentes de cristãos-novos, embora eu pense que seja o mais plausível. A Inquisição não "atacou" só cristãos-novos!
3 Uma das crianças focadas foi baptizada em 1729 e outra em 1734. Era usual as crianças serem baptizadas aos 8 dias de existência, salvo algumas excepções que se prendiam, em geral, com a saúde das mesmas. Embora o intervalo de tempo não seja muito significativo, como iria descobrir, de entre N processos, um hipotético nascimento de um menino que foi retirado a sua mãe durante a sua prisão? Seria moroso...e no caso de haver mais que um....LOUCURA completa!
4 Os processos dos cristãos-novos seguem um padrão e há um momento em que os presos são convidados pela Mesa a declinarem a sua genealogia. Ficamos a saber como eram compostas as suas famílias o que, de uma maneira geral, não fugia muito à verdade, quando investigamos vários processos e cruzamos as informações. Aparecem, por vezes, omissões, umas que se percebe que foram involuntárias, outras que denotam uma preocupação em salvaguardar alguns membros. A verdade é que nunca saberemos, exactamente, as razões que presidiram a essas omissões. Por outro lado, até ao momento não me surgiu nenhum processo em que uma mãe dissesse que tinha dado à luz um filho, que lhe deu o nome de Manuel e que lhe foi retirado pela Inquisição. Temos o caso de uma criança, filha do dramaturgo António José da Silva e de Leonor Maria de Carvalho, nascida nos Cárceres quando a mãe se encontrava presa, mas a verdade é que a mãe nunca mencionou o nome que lhe deu! E a verdade é que ainda hoje, quase 3 séculos volvidos, ainda se procura o rasto dessa criança. Alguns investigadores inclinam-se que mal nasceu foi entregue a um dos seus tios paternos, para ser criada; outros dizem que foi entregue a outra família, cristã, para que se perdessem as suas ligações ao judaísmo; alguns dizem que lhe mudaram e nome e apelidos; por último, o célebre romancista Camilo Castelo Branco, na sua obra "O Judeu", apresenta esta situação: Leonor Maria de Carvalho, depois da morte do marido, refugia-se na Covilhã, em casa de um tal Simão de Sá e depois de deixar passar algum tempo sobre a tragédia da morte do "Judeu" e com vista a deixar assentar a poeira, se passou para Amsterdão com seus filhos, a criança nascida nos cárceres e Lourença, regressando os mesmos a Portugal, muitos anos depois, já casados e com filhos.
Ora o problema que coloca, de um dado Manuel João que foi baptizado em Sta.Justa e dado como filho de pais incógnitos, não me parece que seja esclarecido pela busca de eventuais processos do TSO que o mencionem textualmente. Não quero desanimá-la mas é o que penso. A única possibilidade de se saber (eventualmente) qualquer coisa será através da descendência do mesmo Manuel João. Imagine que os filhos desse Manuel João passaram pelo TSO. Pela análise desses processos tenta-se "construir" uma árvore familiar: hão-de aparecer descrições de parentes, relatos de denúncias de vizinhos e amigos, etc. Tentando encontrar o máximo de processos de toda essa gente, cruzar toda essa informação, ver se em algum momento alguém menciona o facto de o tal Manuel João ter sido nascido nos càrceres, ser filho de A ou B ou parente de X. Mas acho que tal seria encontrar agulha em palheiro!!!!
Não sei se fui clara mas, sinceramente, não me ocorre outra solução. Desejo-lhe boas pesquisas! Se lhe puder ser útil em mais alguma coisa, disponha.
Cumprimentos
Maria
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RE: Processos do santo ofício digitalizados
Estimada Maria,
Aha! Afinal eu sempre tinha razao em vir bater 'a sua porta ;)) Tambem pensei que fosse pouco provavel descobrir alguma coisa mas quiz confirmar nao fosse ela perder uma oportunidade de avancar.
Muito obrigada pelas suas consideracoes e informacoes muito uteis tanto para mim como para a minha amiga.
Com os melhores cumprimentos.
M. Rosario
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