Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
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Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caros confrades,
Vai ter lugar no próximo dia 5 de Outubro, em S. Teotónio, concelho de Odemira, um conjunto de iniciativas com o objectivo de comemorar o centenário da Implantação da República. Segue o programa e o convite aos descendentes dos repulicanos abaixo nomeados para estarem presentes. A iniciatia pertence a um grupo de cidadãos de S. Teotónio.
PROGRAMA:
9.00 H - ALVORADA E HASTEAR DA BANDEIRA NACIONAL, no edifício da Junta de Freguesia; Alunos do 1º Ciclo cantam o Hino Nacional
09.30 H - ABERTURA DA EXPOSIÇÃO EVOCATIVA, no Anfiteatro da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo
14.00 H - DESFILE DA BANDA FILARMÓNICA PELAS RUAS DE S. TEOTÓNIO
14.30 H - SESSÃO SOLENE, no anfiteatro da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo.
Intervenções:
- Presidente da Câmara Municipal de Odemira, JOSÉ ALBERTO GUERREIRO
- Presidente da Assembleia Municipal de Odemira, NATÁLIA CABECINHA
- Presidente da Junta de S. Teotónio, JOSÉ MANUEL GUERREIRO
Intervenções de Historiadores:
- CONSTANTINO PIÇARRA – “Elite Republicana do Distrito de Beja”
- ANTÓNIO MARTINS QUARESMA – “ República em Odemira: Um Percurso Particular”
- SOARES FERNANDES – “Homenagem à República e aos Republicanos de S. Teotónio”
Chamada dos Descendentes e apresentação da medalha comemorativa
16.00 H - DEBATE
17.00 H - PORTO DE HONRA, no Anfiteatro da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo
17.30 H - DEPOSIÇÃO DE FLORES NO BUSTO DO DR. MANUEL FIRMINO DA COSTA
Breve alocução de homenagem
18.00 H - ROMAGEM AO CEMITÉRIO ONDE ESTÃO SEPULTADOS OUTROS NOTÁVEIS REPUBLICANOS, com deposição de uma coroa de flores
Convidam-se os descendentes dos republicanos referidos na lista seguinte, a estarem presentes na sessão de homenagem, no dia 5 de Outubro, na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de S. Teotónio.
JOSÉ BARREIROS SIMÕES
PEDRO SIMÕES
ANTÓNIO INÁCIO PIÇARRA
JOSÉ JOÃO DA COSTA
JOÃO PEDRO DA COSTA
DANIEL BOTELHO CAMACHO
PEDRO JOÃO DA COSTA
MANUEL JOÃO DA COSTA
MANUEL PACHECO NOBRE
ÁLVARO PINCHO DA COSTA
JOSÉ PACHECO NOBRE
JOÃO PEDRO SIMÕES
MANUEL FIRMINO DA COSTA
JOAQUIM GUERREIRO
JOSÉ VIANA GONÇALVES
ABÍLIO HENRIQUE FERNANDES
JOSÉ DANIEL BOTELHO
JOSÉ DIAS
PEDRO JOÃO DA COSTA
ANTÓNIO BOTELHO
MANUEL FRANCISCO RODRIGUES
JERÓNIMO SIMÕES BARREIROS
MANUEL SEBASTIÃO VIEGAS JR.
MANUEL ROSÁRIO
JOSÉ GUERREIRO DO VALE DE LINHARES
MANUEL JOAQUIM DA CRUZ
JOSÉ LOUÇÃO
ANTÓNIO DUARTE RAMOS
JOSÉ RAFAEL GONÇALVES
JOSÉ ENCARNAÇÃO DE MATOS
JOSÉ SIMÃO
MAURÍCIO GOES
JOÃO CANDEIAS RIBEIRO
JOSÉ MIGUEL GUERREIRO
FORTUNATO DA SILVA CAEIROS
MANUEL FRANCISCO MESTRE
JOÃO VIANA GONÇALVES
JOSÉ INÁCIO SIMÕES
ANTÓNIO PORFÍRIO
Melhores cumprimentos,
Vânia Viegas
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Lamento mas nós vamos antes comemorar os 867 anos da fundação de Portugal aqui ;
http://www.reallisboa.pt/ral/2010/09/cinco-de-outubro-2010-todos-em-guimaraes/
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro José Tomás de Melo Brayner
Portugal não nasceu em Guimarães, mas sim em Ourique!!!
Pobres dos alentejanos. Ninguém lhes liga, quer eles sejam republicanos ou monárquicos!!!
Será preciso virem os estrangeiros escreverem a História de Portugal???
Vejam o que escreveu um Alemão que visitou Portugal no século XVIII:
".... Messejana é uma localidade que tem ainda antigos muros, como em alguns lugares d' Espanha, sobretudo na velha Castela. O campo eleva-se e forma colinas d' uma ardósia argilosa, e cobertos de campos de trigo, que continuam até Panoyas, vila que fica à distância duma légua daqui [de Messejana]. Aproxima-se o famoso campo de batalha, que é nomeado de Campo de Ourique, lugar onde há muitas colinas, que é pouco cultivado e está coberto de matos e do Cistus monspeliensis. É desta batalha d' Ourique que data o início da monarquia portuguesa. Portugal, que tinha o direito de conquistar estes territórios aos Mouros, tinha cabido em divisão ao Conde Henrique, pelo seu casamento com Teresa, filha do rei de Castela. O seu filho, Dom Afonso Henriques, fez guerra à sua mãe, aos Castelhanos e aos Mouros. Teve uma vitória incontestável a 25 de Julho de 1139, com um exército de 2.000 homens, sobre cinco reis Mouriscos, que comandavam cerca de 200.000 homens. Conservou o título de rei, de que se tinha intitulado na batalha, e nomeou-se Dom Afonso primeiro. Subi a uma colina [Monte Serro, entre Panoyas e Messejana] para observar o campo. Um camponês ao ver um estrangeiro, aproximou-se de mim, e interrogou-me com a cortesia portuguesa, que fazia lá. Perguntei-lhe se era aqui o Campo de Ourique? Após me ter afirmado que sim e sobre o desejo que testemunhava, de me mostrar o lugar onde se disputou esta famosa batalha, pôs-se logo à minha disposição, e detalhou-me igualmente todas as circunstâncias deste acontecimento memorável, como se ele mesmo tivesse participado na batalha. Ele não se esqueceu mesmo de dizer-me que ela [a batalha] se deu nos grandes calores de verão. Prova-se um sentimento delicioso ouvir o povo contar a história dos tempos recuados.
O Leitor que seja curioso poderá ler uma bonita descrição desta batalha, encontrá-la-á no terceiro canto dos Lusíadas. Deixámos, à esquerda [de Panoyas] a localidade d' Ourique; e seguimos, a estrada que nos conduz a Garvão, aldeia situada num vale agradável, e fico muito surpreendido de encontrar neste país desprovido de grandes cidades, uma estrada como esta tão bem pavimentada,[graças à Camara de Panoyas] como este bonito caminho que continua apenas durante mais uma légua. As montanhas surgem d' aqui [de Garvão] até Amoreiras e S. Martinho, duas pequenas aldeias situadas na encosta d' uma cadeia de elevadas montanhas, que se estendem de leste a oeste da Serra de Monchique..."
"O Leitor que seja curioso poderá ler uma bonita descrição desta batalha, encontrá-la-á no terceiro canto dos Lusíadas."
Mas já o príncipe Afonso aparelhava
o Lusitano exército ditoso,
contra o Mouro que as terras habitava
de além do claro Tejo deleitoso;
já no Campo de Ourique se assentava
o arraial soberbo e belicoso,
defronte do inimigo Sarraceno,
posto que em força e gente tão pequeno.
Em nenhua outra cousa confiado,
senão no sumo Deus que o Céu regia,
que tão pouco era o povo baptizado,
que, para um só, cem mouros haveria.
Julga qualquer juízo sossegado
por mais temeridade que ousadia
cometer um tamanho ajuntamento,
que para um cavaleiro houvesse cento.
Cinco reis mouros são os inimigos,
dos quais o principal Ismar se chama;
todos exprimentados nos perigos
da guerra, onde se alcança a ilustre fama.
Seguem guerreiras damas seus amigos,
imitando a formosa e forte Dama
de quem tanto os Troianos se ajudaram,
e as que o Termodonte já gostaram.
A matutina luz, serena e fria,
as estrelas do polo já apartava,
quando na Cruz o Filho de Maria,
amostrando-se a Afonso, o animava.
Ele, adorando Quem lhe aparecia,
na Fé todo inflamado assim gritava:
"Aos Infiéis, Senhor, aos Infiéis,
e não a mim, que creio o que podeis!"
Com tal milagre os ânimos da Gente
Portuguesa inflamados, levantavam
por seu Rei natural este excelente
Príncipe, que do peito tanto amavam;
e diante do exército potente
dos imigos, gritando, o céu tocavam,
dizendo em alta voz: "Real, real,
por Afonso, alto Rei de Portugal!"
Destarte o Mouro, atónito e torvado,
toma sem tento as armas mui depressa;
não foge, mas espera confiado,
e o ginete belígero arremessa.
O Português o encontra denodado,
pelos peitos as lanças lhe atravessa;
uns caem meios mortos e outros vão
a ajuda convocando do Alcorão.
Cabeças pelo campo vão saltando,
braços, pernas, sem dono e sem sentido,
e doutros as entranhas palpitando,
Pálida a cor, o gesto amortecido.
Já perde o campo o exército nefando;
correm rios do sangue desparzido,
com que também do campo a cor se perde,
tornado carmesim, de branco e verde.
Já fica vencedor o Lusitano,
recolhendo os troféus e presa rica;
desbaratado e roto o Mauro Hispano,
três dias o grão Rei no campo fica.
Aqui pinta no branco escudo ufano,
que agora esta vitória certifica,
cinco escudos azuis esclarecidos,
em sinal destes cinco Reis vencidos
Cpts
Zé Maria
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro Confrade
Esta homenagem lembra-me as homenagens da II república.Será que tb vai a Mocidade Portuguesa?
Tenham dó de mim e digam-me quem paga isto tudo.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Em 1912 e 1913 a República Portuguesa ocupou largo espaço na imprensa europeia, mas não com as manifestações de admiração nem com os louvores que os seus propagandistas haviam ambicionado. A velha guarda do movimento republicano, que sempre sonhara com o reconhecimento internacional dos seus ideais “humanitários”, via-se forçada a reconhecer que a imagem da república, nos círculos europeus, estava muito longe do desejado. As notícias sobre maus tratos infligidos aos presos políticos tinham transposto fronteiras e conquistado as atenções da opinião pública nos países com mais ascendente sobre a nação lusa.
A imprensa inglesa deu ampla cobertura às acusações de injustiça, crueldade e tirania no tratamento dos presos políticos. Os grandes órgão da imprensa britânica, o “Times”, o “Spectator”, o “Morning Post”, reproduziam com abundância de pormenores os casos de humilhação, violência, tortura, abuso de poder e tratamento desumano nas prisões portuguesas. A Duquesa de Bedford, presidente da Associação de Visitadoras de Prisões, deslocou-se a Portugal nos princípios de 1913 e visitou várias prisões, onde encontrou motivos para um indignado protesto que publicou em Londres. As suas denúncias sobre as prisões portuguesas foram propagadas por uma comissão de apoio aos presos políticos portugueses, que se formou na capital inglesa. Em 22 de Abril de 1913 teve lugar um “meeting” para difundir as notícias, recolhidas de vários lados, sobre tratamentos desumanos nos cárceres da república. Tinha-se publicado, entretanto, o folheto intitulado “Portuguese Political Prisoners – A British National Protest”.
Aí se falava de violências contra os presos políticos, detenções arbitrárias, presos agredidos e privados de alimentação ou higiene, longos prazos de prisão sem julgamento, o uso do capuz penitenciário, a detenção das duas senhoras que ajudavam os presos políticos, a tortura e envenenamento do preso António Ribas, etc.
Todo este burburinho à volta do tratamento que a república dedicava aos seus opositores incomodava os influentes do regime, expondo ao mundo uma imagem deles radicalmente oposta a tudo o que se vangloriavam de representar. Os mais intransigentes apressaram-se a contradizer as notícias, fazendo publicar rasgados elogios do regime prisional português, mas ao mesmo tempo formava-se à volta do presidente da república uma forte corrente de opinião favorável à amnistia dos crimes políticos.
Os defensores da amnistia recusavam-se a acreditar nas acusações de maus tratos, mas reconheciam que a república estava mal vista dentro e fora do país, graças às notícias que se tinham espalhado sobre esta matéria, pelo que aconselhavam a libertação dos presos políticos. A ambiguidade desta corrente republicana “moderada” está patente num discurso em que António José de Almeida, a 5 de Março de 1912, clama pela necessidade da amnistia. O grande tribuno afirma sem hesitações que acredita na “brandura” do regime, e apresenta provas disso: “os tribunais estão pondo em liberdade com razão juridica ou sem ela, não me compete a mim investigá-lo, quasi todos os conspiradores , ao mesmo tempo que dalgumas cadeias fogem muitos deles”. Depois de ter amalgamado estes casos, tratando no mesmo plano aqueles que fogem da prisão e os que são postos em liberdade por ordem do tribunal, como se todos eles fossem provas da benevolência republicana, reconhece que outra interpretação pode ser dada aos mesmos factos. Haverá quem diga que os juízes e os guardas prisionais, impressionados pela injusta prisão de tantos inocentes, restabelecem a justiça deixando sair da cadeia quase todos os opositores do regime. Seja qual for a versão verdadeira, o que importa, para o fundador de “A República”, é que a impressão de tirania se divulgou, e para combatê-la muito ganhará o regime se decretar a amnistia (António José de Almeida, Quarenta Anos de Vida Literária e Política, Vol. III. Lisboa, 1934).
Os jornais republicanos “O Século” e “A Capital”, em resposta às acusações da imprensa inglesa, encomendaram aos seus repórteres uma visita pelas prisões – Penitenciária, Limoeiro e Aljube. Os jornalistas voltaram dos calabouços maravilhados com as condições de vida oferecidas aos presos, com a boa disposição destes e com o conforto e a higiene dos estabelecimentos prisionais, superiores aos de alguns hotéis com pretensões de luxo. O jornal satírico “Os Ridículos” comentava que as descrições das prisões, de tão embevecidos louvores que teciam, davam vontade ao cidadão comum de ir para a rua soltar uns vivas ao rei, para poder experimentar durante alguns tempos a deliciosa hospitalidade dos cárceres da república.
Entretanto o presidente da república visitara também a Penitenciária, em Maio de 1912, ficando aterrado com o deprimente espectáculo que se oferecia aos seus olhos. “Podiamos dizer que n´esse dia vimos com os proprios olhos, como se fosse uma realidade, o imaginado Inferno de Dante!…”, diria ele mais tarde nas suas memórias (Manuel d´Arriaga, Na Primeira Presidencia da Republica Portugueza – Um Rapido Relatorio. Lisboa, 1916). Manuel de Arriaga sempre fora opositor do sistema penitenciário, que para redimir o criminoso o isolava do mundo, e desde a visita que fez à prisão central de Lisboa tornou-se um dos mais ardentes defensores da amnistia, insistindo com o governo para que aprovasse medidas de clemência.
O governo mostrava-se mais cauteloso, não querendo dar sinais de fraqueza aos inimigos da república. Estava consciente do mau nome que a questão das prisões trazia à república, mas preferia agir no campo da propaganda. Em princípios de 1913 as oficinas da Imprensa Nacional davam à estampa um folheto escrito em inglês, com a resposta às acusações da duquesa de Bedford. Aí se juntavam as reportagens dos jornais republicanos, uma carta do director da Penitenciária ao director do “Times” e alguns regulamentos prisionais. Estes últimos eram de aprovação recente, posteriores à campanha da imprensa britânica, mas mesmo assim foram usados como argumentos contra a boa fé dos acusadores. Lendo este folheto percebe-se que as autoridades republicanas, sob a pressão da campanha internacional, tinham ordenado mais moderação no tratamento dos presos.
De tudo isto resultaram, a breve ou longo prazo, melhores condições de vida para os presos políticos, a abolição do capuz penitenciário, “que nunca deveria ter sido usado por presos políticos”, como observou o escritor Aubrey Bell, e a libertação de muitos dos que estavam na prisão sem culpa formada.
Carlos Bobone
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
cara Vânia Viegas, não me leve a mal, mas prefiro antes ir a Guimarães.
VIVA O REI!
ABAIXO A REPUBLICA!
ABILIO CARDOSO BANDEIRA
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Viva El-Rei!
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
O país está num lodaçal sem fim, mas há sempre um espacinho, tipo clube recreativo ou mesmo clube de cavalheiros refinados, onde se dão vivas ao Rei e morte à República....e normalmente, fica-se por aí, porque pouco mais haverá a dizer.
É pena, porque se os monárquicos tivessem alguma solução - uma única que fosse - bem que gostava de ouvir...
Sim, porque passarmos de República a Monarquia só para mudarmos o tipo de chefia de Estado, parece-me muito pouco nas actuais circunstâncias.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caros senhores,
ao colocar aqui o convite e programa para que se dirigissem a S. Teotónio, não tencionava de modo algum causar algum tipo de celeuma fosse com monarquicos ou com republicanos.
Esta iniciativa partiu de um grupo de pessoas que sendo descedentes de republicanos acharam por bem homenagea-los e logo a iniciativa é paga do seu próprio bolso!
Não me encontro incluida nesse grupo e apenas divulguei aqui a iniciativa a pedido do dito grupo de pessoas.
Sendo visita regular neste forum, acredito que o mesmo ainda é de caracter livre, estando aberto a todos, sejam eles monárquicos e a republicanos. Pessoalmente, acho que cada um deve ir à comemoração onde se sentir melhor.
Espero sinceramente que o assunto fique por aqui e se respeitem as convicções de cada um.
Cumprimentos,
Vânia Viegas
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caros senhores,
ao colocar aqui o convite e programa para que se dirigissem a S. Teotónio, não tencionava de modo algum causar algum tipo de celeuma fosse com monarquicos ou com republicanos.
Esta iniciativa partiu de um grupo de pessoas que sendo descedentes de republicanos acharam por bem homenagea-los e logo a iniciativa é paga do seu próprio bolso!
Não me encontro incluida nesse grupo e apenas divulguei aqui a iniciativa a pedido do dito grupo de pessoas.
Sendo visita regular neste forum, acredito que o mesmo ainda é de caracter livre, estando aberto a todos, sejam eles monárquicos e a republicanos. Pessoalmente, acho que cada um deve ir à comemoração onde se sentir melhor.
Espero sinceramente que o assunto fique por aqui e se respeitem as convicções de cada um.
Cumprimentos,
Vânia Viegas
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Cara Vania
claro que este site é livre, mas o pedido dos descendentes é venenoso e a senhora foi manipulada.Este site é essencialmente simpatizante da Monarquia.
Quantos aos descendentes (nova aristocracia?) gostava de lhes perguntar se vivem bem e se fazem parte da exclusiva Maçonaria irregular jacobina /socialista que são outra vez os donos (enriquecidos) deste novo lamaçal (pelos vistos vivem bem se vão pagar a boda aos pobres).
Que festejem muito bem e façam bom proveito, nós, os não descendentes (filhos das tristes ervas) é que pagamos a factura.
Cumprimentos
ptp
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Já agora , esta homenagem provinciana lembra-me as homenagens parolas ou labregas dos filmes de Fellini ou dos filmes neo realistas italianos do pós-guerra .Portugal não evoluiu nada graças a Deus. Deverá ser hilariante o hastear da bandeira e os meninos da escola, todos domingueiros, cantarem o hino , como deverá ser hilariante a banda a tocar nas ruas , com os seu pançudos e as meninas com as cornetas em uniformes de péssimo gosto.
Claro que deverá , nesta confusão ideológica, hastear-se a bandeira do pcp, logo retirada pelo presidente da Câmara comunista, todo engravatado, uma vez que o marxismo -leninismo nunca adorou a 1ª república que se fartou de malhar na classe operária.
ISTO É UMA PANDEGA!
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Cara Vânia Viegas:
De facto, na situação em que estamos, o país não está para aturar essas palhaçadas de "descendentes" dos próceres republicanos. Certamente alguns deles vira casacas, militantes de partidos monárquicos antes do 5 de Outubro, que à pressa se fizeram militantes do novel regime...
Como diz um confrade neste tópico, "o país está num lodaçal sem fim".. para onde a 3.ª República o conduziu.
O chefe de Estado, para não perder a reeleição, não ata nem desata. A constituição da República já lhe manieta as mãos a poucos meses da....reeleição. A vontade de a não perder, garantindo mais cinco anos de "poleiro", aprisiona-o totalmente.
Quanto mais teremos de aguentar esta gente que nos desgoverna?
Nada disto aconteceria numa chefia de estado hereditária, onde o poder constitucional do chefe de estado se manteria inalterado, não sujeito a ciclos e contraciclos eleitorais...
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Reflexões no Centenário da República
Temos um candidato a chefe de estado, apoiado pelo partido do governo, que “espreita”, “aperta” e “condiciona”, ainda mais, a actução do chefe de estado legitimamente eleito.
No exacto período em que mais precisamos de uma chefia de estado livre, plena, vigilante e mobilizadora:
---O governo tem de mostrar ao universo eleitoral (uma importante fracção dos portugueses) que o chefe de Estado não lhe convém, nem a si nem principalmente à nação. Que o “candidato” por si apoiado é que convinha ao país. Não lhe interessa por isso que o presidente da república apareça como o catalizador de consensos tão necessários ao país.
---Por sua vez, o chefe de estado tem de mostrar colaboração com o governo (seduzindo eleitoralmente os potenciais simpatizantes deste) ou, no mínimo, aparente autismo. Mostrando-se distante do seu partido de origem para sugerir independência deste. Independência que, mesmo que genuinamente a tivesse, nunca seria assim aceite pelo restante espectro partidário.
Como aguentaremos estes longos meses, com uma chefia de estado no estertor final, na gestação da seguinte, com o chefe de estado semi ausente, num limbo em que o regime republicano o coloca? Como aguentará o país esta democracia ?
Em Espanha, governo e oposição, com a discreta mediação do rei, puseram-se de acordo para bem da nação.
Esta é a diferença entre uma e outra forma de chefias de Estado. Entre república e monarquia. Sem demagogias para enganar o Zé pagode de Odemira ou de Miranda do Douro. É nas situações de dificuldade limite que as virtualidades dos regimes vêm ao de cima e se aferem.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caros confrades
Tinha feito o propósito de não intervir neste tópico mas não resisti.
Este forum é interessantissimo mas segundo o seu titulo é sobre questões de genealogia. Não é, segundo tudo se indica, monarquico nem republicano. Monarquicos parecem ser os membros mais interventivos deste forum. Pois que o sejam, como eu sou republicano e tambem parece ser a confrade Vania Viegas.
Não gosto particularmente da manifestação anunciada e não irei lá, obviamente, mas respeito que se convoquem os descendentes dos intervenientes da revolução de 5 de Outubro.
Não é o que fazem neste forum vários dos seus membros investigando os seus ascendentes e reivindicando serem descendentes e representantes de nomes, titulos nobiliarquicos, etc?
Nestas coisas de "fé" ninguem convence ninguem e muito menos nas notas deste forum.
È obvio, que concordo com a análise sobre o momento politico actual e subscrevo o que diz o confrade Antonio Taveira sobre o actual Chefe de Estado, mas segundo a Constituição Republicana pode ser substituido de 5 em 5 annos, e mesmo assim não poderá cumprir mais de dois mandatos.
È o principio da escolha do Chefe de Estado que me faz Republicano. Não serve, venha outro. O Rei é vitalicio e hereditario! Quem me garante que essa pessoa e a sua descendencia serão as pessoas adequadas para o cargo?
E ainda saliento o facto de, apesar do momento actual, terem ocorrido no passado crises bem piores provocadas por assuntos dinásticos. Um problema na familia real e o pais perdeu a independencia.
E já que caiu o anatema sobre a confrade Vania Viegas que caia outro sobre mim
Desafio os membros monarquicos deste forum para que nos contem o que fizeram em 1910 os seus antepassados para defenderem o Rei e as instituições monarquicas.
Dentro dessas personalidades apenas me ocorre o nome de D. Thomaz de Mello Breyner, cuja postura antes e depois de 1910 sempre foi respeitada e admirada.
Mário Marques
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RE: RELEXÕES NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA - II
Caro Mário Marques:
Também eu não queria intervir mais nestes temas. Mas o convite para os descendentes dos republicanos de Odemira foi irresistível. Gostava de saber quantos republicanos haveria naquele concelho antes de 1910. E era fácil. Bastava saber quantos votos teve o partido republicano nas últimas eleições antes do 5 de Outubro...
Mais do que palavras, exaltando dialéticas, vejamos os resultados das chefias de estado.
Sem demagogias baratas, nem cegos preconceitos, comparemos países vizinhos e afins. Perguntemo-nos qual dos países preferíamos de cada par abaixo indicado. Uns com chefias de estado assentes em monarquias e outros em repúblicas, nomeadamente:
Inglaterra - Irlanda
Koweit - Iraque
Bélgica - França
Canadá - Estados Unidos
Marrocos - Argélia
Suécia - Finlândia
Japão - Coreia
Mónaco - S. Marino
Luxemburgo - Alemanha
Jordânia - Síria
Irão Xá - República do Irão
Espanha - Portugal
Onde prefeririam viver? Sob que instituições ? Monarquia ou República ? Até, concedo, não escolhamos entre o último par pois seria uma escolha dolorosa.
Se o resultado destas escolhas que individualmente possamos fazer, não for de onze a zero (11-0), será certamente próximo de um Portugal – Inglaterra em … hóquei em patins.
Então, qual a cegueira de uns tantos festejarem o centenário de uma chefia de estado com tais deméritos ?
Será que existe algum complexo de menoridade por, em monarquia, não (?) poderem ser chefes de estado ? Será que isso os diminui ?
Não compare situações da idade média com as actuais. Não é sério. Ou quer que compare a república de Cromwell e as situações que gerou com a actual monarquia britânica.
Cumprimentos,
António Taveira
PS- Na minha família tive monárquico e republicanos. Um deles foi o primeiro administrador de um concelho transmontano, nomeado em 5 de Outubro de 1910 por Adelino Samardã para tal cargo. Foi-o por poucos meses, pois pediu a demissão desiludido com o regime. Mas não sou monárquico pelo que o meus antepassados fizeram, ou não fizeram, foram ou não foram. Sou-o por acredito que o meu país seria melhor...
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro PTP,
Perdoar-me-á, mas parece-me excessivo dizer que este site é essencialmente simpatizante da Monarquia.
É certo que existem muitos confrades monárquicos, que provavelmente se sentem mais à vontade aqui para exteriorizarem o que pensam.
Por outro lado, existem participantes que descendem de famílias nobres e por força do seu estatuto social - obtido em monarquia - são monárquicos, o que eu até certo ponto compreendo e até acho coerente.
Como também compreendo, ainda que me faça alguma impressão, que aqueles que alcançaram o estatuto de nobres em plena república e através de conhecimentos, compadrios, apoios, etc, se sintam na obrigação de defender a causa monárquica.
Mas, dito isto, salta à vista que muitos que por aqui andam são republicanos ou nem sequer se envolvem dessa dicotomia, porque nasceram em república e nem sequer concebem uma mudança no regime.
Por fim e pelo que me tenho apercebido ao longo destes anos todos de Geneall, o objectivo deste site nunca foi congregar monárquicos ou servir de rampa de lançamento ou suporte à causa monárquica.
E seria um péssimo caminho, depois de tantos anos de trabalho em prol da Genealogia, permitir que este espaço se transformasse num clube monárquico virtual, quando foi o próprio Geneall a contribuir fortemente para a divulgação da Genealogia junto de toda a sociedade, quebrando a ideia tão enraizada que fazia desta ciência um mero passatempo de velhos aristocratas.
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Num País falido e a viver à custa dos Alemães como é o nosso caso pergunto:
09.30 H - ABERTURA DA EXPOSIÇÃO EVOCATIVA, no Anfiteatro da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo
Porque carga de água têm os Alemães de nos pagar esta exposição provinciana????
14.00 H - DESFILE DA BANDA FILARMÓNICA PELAS RUAS DE S. TEOTÓNIO
Porque carga de água um Alemão que se levanta às 6.00 da manhã para ir trabalhar, tem de pagar com os seus impostos o desfile de uma Banda Provinciana
14.30 H - SESSÃO SOLENE, no anfiteatro da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo.
Intervenções:
- Presidente da Câmara Municipal de Odemira, JOSÉ ALBERTO GUERREIRO
- Presidente da Assembleia Municipal de Odemira, NATÁLIA CABECINHA
- Presidente da Junta de S. Teotónio, JOSÉ MANUEL GUERREIRO
Intervenções de Historiadores:
- CONSTANTINO PIÇARRA – “Elite Republicana do Distrito de Beja”
- ANTÓNIO MARTINS QUARESMA – “ República em Odemira: Um Percurso Particular”
- SOARES FERNANDES – “Homenagem à República e aos Republicanos de S. Teotónio”
Chamada dos Descendentes e apresentação da medalha comemorativa
16.00 H - DEBATE
Porque que raio têm os desgraçados dos Alemães pagar todas estas estupidezes?
17.00 H - PORTO DE HONRA, no Anfiteatro da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo
Quem paga o Porto? Os Alemães claro, ao menos façam uma cerveja de honra
17.30 H - DEPOSIÇÃO DE FLORES NO BUSTO DO DR. MANUEL FIRMINO DA COSTA
Breve alocução de homenagem
18.00 H - ROMAGEM AO CEMITÉRIO ONDE ESTÃO SEPULTADOS OUTROS NOTÁVEIS REPUBLICANOS, com deposição de uma coroa de flores
Quem paga as flores para depois irem para o lixo? Os Alemães coitados.
Com toda esta imcompetência dos Republicanos, e com todo este tipico viver acima das suas possibilidade prevejo para breve aclamar El Rei Dom Duarte II de Portugal
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RE: RELEXÕES NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA - II
Caro António Taveira,
Permita-me que o cite, com a devida vénia e respeito, porque já trocámos impressões aqui no fórum e sempre de forma civilizada:
"Sem demagogias baratas, nem cegos preconceitos, comparemos países vizinhos e afins. Perguntemo-nos qual dos países preferíamos de cada par abaixo indicado. Uns com chefias de estado assentes em monarquias e outros em repúblicas, nomeadamente:
Inglaterra - Irlanda
Koweit - Iraque
Bélgica - França
Canadá - Estados Unidos
Marrocos - Argélia
Suécia - Finlândia
Japão - Coreia
Mónaco - S. Marino
Luxemburgo - Alemanha
Jordânia - Síria
Irão Xá - República do Irão
Espanha - Portugal"
Meu caro António Taveira, não consigo resistir: que raio de comparação...(eu até admito que com algum jeitinho se arranjavam exemplos melhores)...
Vejamos alguns exemplos:
Inglaterra v. Irlanda: Tirando a crise económico-financeira, que tem afectado mais a Irlanda, trata-se de um país excelente a todos os níveis, dos que mais evoluiram nos últimas décadas. É um colosso cultural, uma nação evoluída e civilizada, um verdadeiro caso de sucesso. Tomáramos nós, neste cantinho cinzento e atrasado, chegar aos pés da Irlanda.....
Bélgica v. França: Esta comparação é difícil de entender. A França (só) é dos países mais importantes do mundo, uma grande potência a todos os níveis. Imaginar o Mundo sem a França é como imaginar um carro sem rodas ou volante. A Bélgica é um país rico e evoluído, mas pouco interessante, algo cinzentão e em risco de acabar, tal como a conhecemos, porque flamengos e valões já quase não se entendem.
Canadá v. EUA: Mais uma comparação bizarra. Os EUA são a maior potência mundial, em todos os aspectos, não apenas económico e militar. O melhor cinema e música vem de lá, são líderes em muitas áreas, como é notório. Além do mais, é um país onde tem reinado a estabilidade política, uma nação onde os presidentes costumam ter poder e ser respeitados. O Canadá é outro país excelente, em muitos aspectos parecido com os EUA e que no essencial é uma república, com o pormenor de ter uma Rainha, sentada num trono a milhares de km's de distância. Não pode, por isso, servir de exemplo como monarquia. Acresce que a figura da Rainha tem autoridade no Reino Unido, mas cada vez menos nos outros reinos.
Marrocos v. Argélia: Actualmente, não vejo grandes diferenças, honestamente. Ou melhor, a segunda é, apesar de tudo, mais democrática que o Reino de Msrrocos, que é uma monarquia absoluta.
Luxemburgo v. Alemanha: Não sei que dizer desta comparação.... Imagino que haja uma diferença que abone a sua tese, mas ultrapassa-me por completo. Mas eu diria que o primeiro é uma fatia de um bolo saboroso e a segunda o bolo inteiro...
Jordânia v. Síria: Farinha do mesmo saco....Aliás, até as primeiras-damas (Rainha Rania e a mulher do Assad) são parecidas, ambas bonitas e elegantes (prefiro a da Síria). Fora isso é a mesma coisa. Concedo que o Rei da Jordânia seja mais simpático e mais diplomata e que apesar de tudo, o regime seja mais "agradável".
Mónaco v. S. Marino: Mais uma vez uma comparação que me ultrapassa. Eu como gosto de mar, escolhia o Mónaco, mas dispensava os Grimaldis e respectivos escândalos.
Suécia v. Finlândia: Esta comparação faz-me lembrar aquela pergunta que se costuma fazer às crianças: Gostas mais do papá ou da mamã? Meu caro António Taveira, se a Suécia é um Ferrari, a Finlândia é um Lamborghini, se uma é uma morena escaldante, a outra é uma loiraça de parar o trânsito....Existem diferenças dignas de assinalar? Não, pois são ambas dos melhores países do mundo....
Pérsia v. Irão: Apesar de tudo, preferia o Xá ou Khomeini. Mas a opção é comparável a escolher entre um cancro no fígado e um nos intestinos....ambas são más demais.....
Respeitosos cumprimentos e não me leve a mal estes comentários.
João Pombo
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RE: RELEXÕES NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA - II
Caro João Pombo:
Não percebi o resultado das suas escolhas. Se as fez, manteve-as secretas. Tem esse direito, não o nego. A escolha não será certamente pela "dimensão" nem pelo "poderio" mundial de cada país. Mas, na proximidade entre cada par de países, para qual se inclinaria ? Se tivesse de escolher entre um e outro país de cada par, qual o resultado ?
Para mim seria onze a zero, porque não conseguia escolher entre Portugal e Espanha, senão seria 12-0. E óbviamente que não é por serem monarquias que as escolheria, é ao contrário, por os preferir que sou monárquico.
Essa de o Canadá ser uma repúbilca com uma rainha tem graça. Todas as monarquias ocidentais são uma república com rei (ou rainha). Nós durante largos anos fomos uma monarquia com o rei... no Brasil.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: RELEXÕES NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA - II
Caro António Taveira,
Com sabe, tenho acompanhado várias das suas intervenções no forum, e fico com a impressão de que se trata de uma pessoa correcta, com inegável cultura e sentido de investigação. Pelo que fiquei surpreendido quando vi esta sua última intervenção! É, como sempre, o velho "argumento", que os melhores países são os de regime monárquico, e os piores, republicanos:
1- Já o disse antes neste espaço, e repito: não existe uma única causa ou factor chave para o desenvolvimento das nações; um factor importante é sem dúvida o regime político, mas a discussão situa-se basicamente entre democracia-estado totalitário - não me recordo de alguma vez ter lido em trabalhos de história económica o argumento que o facto de o chefe de estado ser o rei incentivar o desenvolvimento. No entanto, estou sempre disposto a aprender: convido-o a indicar-me algum trabalho sério que se centre nesta questão.
2- A sua lista de países "vizinhos e afins" deixa logo algo a desejar. Concordo que os pares que indicou são vizinhos. Mas "afins"? Depende do que quiser dizer com isto. Como sabe, a vizinhança não pressupõe imediatamente "afinidade" . Nem a afinidade depende da vizinhança.. será o Canadá "afim" dos Estados Unidos? Afinal, são dois países com população, território, e história diferentes, por exemplo. Outros pares serão ainda mais fáceis de rebater.
3- Mesmo assim, dos pares que indicou, e usando de memória indicadores como o PIB, dificilmente seriam 11-0 a favor dos monárquicos. Por exemplo, neste caso os EUA estão à frente do Canadá, a Irlanda do RU, a França da Bélgica (que não sei se vai continuar a existir tal como é durante muito mais tempo). Mas obviamente estes países não estão à frente por terem presidentes em vez de reis, da mesma maneira que os países mais desenvolvidos que são monárquicos não o são devido a terem um rei..
4- Já agora, em vez do par Japão - Coreia, sugiro o alternativo Coreia do sul - Coreia do Norte, bem mais vizinhas! É que a Coreia do Norte está-se cada vez mais a assemelhar a uma monarquia: A Kim Il-Sung sucedeu seu filho Kim-Jong-il, o qual tudo indica que virá por sua vez a ser sucedido pelo filho, Kim Jong-un! :) Esta foi para finalizar em tom de brincadeira.
Em suma, deixemo-nos de monarquias e repúblicas, e dediquemo-nos a algo muito mais interessante, e o propósito, penso eu, talvez erradamente, deste forum: a Genealogia.
Cumprimentos,
E. Simões
P.S.
Descobri mais uns Beliagos, em inícios de 1600, e vou colocá-los no tópico respectivo. Agradecia a sua opinião..
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RE: RELEXÕES NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA - II
Caro Eduardo Simões:
Nem a república é a raiz do mal nem a monarquia é a raiz da virtude.
Entre cada par de países afins (proximidade geográfica e cultural), um uma monarquia e o outro uma república, qual seria a sua escolha ? Não posso comparar a Austrália à Indonésia ou a Nova Zelândia à Malásia. Posso comparar Portugal à Espanha e a Inglaterra à Irlanda.
Para mais disse, objectivamente, como é que o actual chefe de estado, por estarmos numa república, está impedido de contribuir para desatar o impasse político actual. E o que vai acontecende em Espanha por não ter essas amarras... Quem quer ser cego...feche os olhos.
Eu já dei a minha opinião : 12 a zero. Tem o direito de não responder que respeitarei o seu silêncio. Mas poupe-me os sofismas, não me venha com Pibs ou quejandos. A pergunta é simples, qual o resultado ? Qual o país de cada par que prefiriria?
A Coreia do Norte assemelha-se não a uma monarquia mas a uma república totalitária onde o poder passou de pai para filho : como aconteceria no Iraque de Sadam ou aconteceu na Síria ou em Cuba (onde o poder se transmite entre irmãos).
Verei com todo o gosto os Beliagos que colocar no tópico.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Reflexões no Centenário da República
Caros confrades e em especial Antonio Taveira
O tom de conversa que este tópico tomou nas suas ultimas intervenções é um exemplo de moderação e correcção que muito me apraz e que contrasta com algumas intervenções anteriores neste e noutros tópicos.
Eu acho que a discussão Monarquia - Republica é uma questão de fé. Ninguem, aqui neste forum, vai fazer alterar a opinião dos outros, já que os argumentos são bem conhecidos de parte a parte.
Não é, em minha opinião, a forma de escolher o chefe de estado que por si só resolverá os problemas de um pais
Acho, sinceramente, que a solução dos problemas depende das capacidades e "estofo moral" das pessoas chamadas a resolve-los nesse momento. Pode ser Rei, Presidente ou qualquer um de nós nos seus direitos e obrigações civicos, desde que o saiba fazer.
O nosso problema é que capacidade, vontade e "estofo moral" são caracteristicas bastante arredias da nossa sociedade,
Os meus cumprimentos
Mário Marques
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Coisas de "fé"...
[Não é o que fazem neste forum vários dos seus membros investigando os seus ascendentes e reivindicando serem descendentes e representantes de nomes, titulos nobiliarquicos, etc? - Nestas coisas de "fé" ninguem convence ninguem e muito menos nas notas deste forum.]
Ó, Mário, coisas de fé?
Genealogia não é religião, meu caro... Não divaga em compêndios teológicos. Deve ser baseada em factos. É-se ou não descendente de alguém. Não há meio termo. Havendo dúvidas, não se deve correr nem para a direita e nem para a esquerda. Que permaneça a dúvida; é o mais sensato e intelectualmente honesto. E nem adianta desatar a ladainha do "Hare Krishna" misturada aos costados de Carlos Magno... Definitivamente, não são coisas de "fé"... mesmo que intencione pespegar-nos com suas opiniões.
Ademais, que tem a ver os descendentes, de republicanos ou monárquicos, com as acções dos seus antepassados? "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram?" (Ezequiel 18:1-2).
Cumprimentos,
Granada
P.S. Evite anacrônismos. Não lhe cai bem comparar passado com presente e muito menos dar uma de "oráculo-mor" da política...
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RE: Reflexões no Centenário da República
Aqui, concordamos.
Cumprimentos,
Granada
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RE: Reflexões no Centenário da República - III
Caro Mário Marques:
Estou globalmente de acordo consigo, com uma ressalva. A escolha monarquia/república não é uma questão de fé. É uma questão de crença, raciocínio e inteligência. A maior parte assobia para o lado. Outros, pelos seus antepassados terem estado de um dos lados da barricada, mantêm-se emocionalmente ligados às ideias dos ascendentes. Uns, por saudosismo social, são monárquicos. Outros, por preconceito social, republicanos. E tudo isto tolda o raciocínio. Dois preconceitos republicanos manietam muito boa gente.
1º Preconceito: todos podem “ascender à chefia do estado”
O que é preferível: uma cega inflexibilidade, permitindo teóricamente que todos os cidadãos sejam chefes de estado, mesmo arcando com as consequências políticas negativas de tal solução? Ou, se uma chefia de estado hereditária permitir uma melhor vida colectiva, porque não limitar a uma família o exercício dessa função, enquanto a todos for conveniente ?
Qual o dogma, ou o preconceito, que não permite aceitar uma solução eventualmente melhor para toda a nação ?
2º Preconceito: monarquia e nobreza
Não se pode confundir monarquia com nobreza. O poder real não decorre da nobreza. Eu acredito numa monarquia em que a única nobreza seja a de… sentimentos. Certamente como no Canadá ou na Nova Zelândia. Não me interessa, nem à nação, suponho, que se criem viscondes ou marqueses. Era mesmo o que mais nos faltava. Não faz nenhum sentido, no Portugal do futuro, uma nobreza social.
O rei de Portugal nunca foi, ao longo de oito século de história, um nobre inter pares. Pelo contrário, foi sempre um estrénue defensor do povo contra os abusos da nobreza, herdeira do patriciado romano. Foi contra esta nobreza que o poder real e o Estado se foram moldando. Ao contrário das oligarquias da república romana que geraram o imperador, o poder real no Portugal medieval vai sendo construído pela subtracção de poderes aos grandes senhores, laicos ou religiosos.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro José Maria
Talvez a culpa do esquecimento, seja dos próprios Alentejanos. Que cegos, continuam sob o domínio do Ramo da Maçonaria, a que pertencia Álvaro Cunhal.
Foi muito interessante, assistir à luta fraticida da Maçonaria, pelo 1º Lugar no Mal Amado Concurso "Os Grandes Portugueses".
Ganhou a Maçonaria Inglesa, com Salazar o que sendo significativo, não teve tradução prática.
Enquanto as Máscaras do Presente, não cairem, a maioria dos portugueses não poderá saber quem é.
Melhores Cumprimentos
Airmid
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RE: Reflexões no Centenário da República - III
Caro António Taveira
O que afirma, insere-se exactamente no que eu disse. Todos os argumentos são conhecidos de parte a parte.
Concordo que a crença alicerçada em tradições e preconceitos influencie as pessoas nesta matéria. Mas "raciocínio" e "inteligência" dá para tudo até para ser anarquista, bombista, trotskiquista, tudo.
Pessoalmente, considero que não são as tradições familiares, já que os meus antepassados também andaram por todas as barricadas, nem os preconceitos que aponta, mas sim e precisamente o raciocínio e a inteligência que me guiam.
É pela inteligencia que recuso aceitar que a chefia de estado hereditária, por si só, contribui para a melhoria da vida colectiva.
É pela inteligencia que entendo muito bem o que diz sobre viscondes ou marqueses.
Quando o Rei ia à guerra fazia nobres e dava bens aos que o acompanhavam. Nos séculos seguintes fazia nobres os que o apoiavam em matérias de governo. Hoje todos os governos fazem os seus "nobres" e dão benesses, só que na forma de lugares bem remunerados. Estes lugares são mais importantes nas sociedades modernas, quer seja Republica ou Monarquia.
Paciência! Que pena, não estarmos de acordo em tudo.
Os meus cumprimentos
Mário Marques
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro Mário Marques:
Nem a república é a raiz do mal nem a monarquia é a raiz da virtude. Mas à vantagens e defeitos na chefia de estado num e noutro caso.
Como pode um chefe de estado em República representar os portugueses falecidos em Álcácer Quibir ou na injusta guerra colonial a que a 2ª república nos levou e da qual não nos tirou. Como se pode aspirar à chefia de estado, e ao comando supremo das forças armadas, ofendendo os sentimentos de tantos combatentes e das familias daqueles que perderam a vida ? Mesmo que numa eventual maioria, numa 2.ª volta, escolhido por uma modesta parcela de 15 por cento dos portugueses? Como pode tal sistema lançar portugueses contra portugueses ? Como pode tal eventual chefe de estado ser como tal aceite por tantos ? Como pode a chefia de estado ser um tal factor de divisão entre portugueses ?. Uma monarquia em vez de exarcebar paixões alivia as tensões políticas
Se, entre aqueles pares de países que referi, não faz uma escolha preferindo as 12 monarquias às 12 repúblicas, num extraordinário “score” de doze a zero, anda lá perto. Porque não tentar perceber o porquê deste resultado e o que dele se deverá às virtualidades da chefia de estado hereditária ?
Será que os espanhois são tolos ? e os ingleses ? e os dinamarqueses ? E os holandeses ? e os suecos ? e os noruegueses ? e os canadianaos ? e os belgas ? e os australianos ? e os japoneses ? e os neozelandeses ? Os portugueses cá andam a festejar o centenário de um regime que, em década e meia, nos colocou na cauda da Europa.
Permita-me que o cite :
“É pela inteligencia que recuso aceitar que a chefia de estado hereditária, por si só, contribui para a melhoria da vida colectiva.”
Não se recuse, compare. De facto, tratando-se de uma recusa de aceitação entra no 1º PRECONCEITO:
todos podem “ascender à chefia do estado”. O que é preferível: uma cega inflexibilidade, permitindo teóricamente que todos os cidadãos sejam chefes de estado, mesmo arcando com as consequências políticas negativasde tal solução? Ou, se uma chefia des estado hereditária permitir uma melhor vida colectiva, porque não limitar a uma família o exercício dessa função, enquanto a todos for conveniente ? Qual o dogma, ou o preconceito, que não permite aceitar uma solução eventualmente melhor para toda a nação ?
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro Mário Marques:
Nem a república é a raiz do mal nem a monarquia é a raiz da virtude. Mas há vantagens e defeitos na chefia de estado num e noutro caso.
Como pode um chefe de estado em República representar os portugueses falecidos em Álcácer Quibir ou na injusta guerra colonial a que a 2ª república nos levou e da qual não nos tirou. Como se pode aspirar à chefia de estado, e ao comando supremo das forças armadas, ofendendo os sentimentos de tantos combatentes e das familias daqueles que perderam a vida ? Mesmo que numa eventual maioria, numa 2.ª volta, escolhido por uma modesta parcela de 15 por cento dos portugueses? Como pode tal sistema lançar portugueses contra portugueses ? Como pode tal eventual chefe de estado ser como tal aceite por tantos ? Como pode a chefia de estado ser um tal factor de divisão entre portugueses ?. Uma monarquia em vez de exarcebar paixões alivia as tensões políticas
Se, entre aqueles pares de países que referi, não faz uma escolha preferindo as 12 monarquias às 12 repúblicas, num extraordinário “score” de doze a zero, anda lá perto. Porque não tentar perceber o porquê deste resultado e o que dele se deverá às virtualidades da chefia de estado hereditária ?
Será que os espanhois são tolos ? e os ingleses ? e os dinamarqueses ? E os holandeses ? e os suecos ? e os noruegueses ? e os canadianaos ? e os belgas ? e os australianos ? e os japoneses ? e os neozelandeses ? Os portugueses cá andam a festejar o centenário de um regime que, em década e meia, nos colocou na cauda da Europa.
Permita-me que o cite :
“É pela inteligencia que recuso aceitar que a chefia de estado hereditária, por si só, contribui para a melhoria da vida colectiva.”
Não se recuse, compare. De facto, tratando-se de uma recusa de aceitação entra no 1º PRECONCEITO:
todos podem “ascender à chefia do estado”. O que é preferível: uma cega inflexibilidade, permitindo teóricamente que todos os cidadãos sejam chefes de estado, mesmo arcando com as consequências políticas negativasde tal solução? Ou, se uma chefia des estado hereditária permitir uma melhor vida colectiva, porque não limitar a uma família o exercício dessa função, enquanto a todos for conveniente ? Qual o dogma, ou o preconceito, que não permite aceitar uma solução eventualmente melhor para toda a nação ?
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: RELEXÕES NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA - II
Caro António Taveira,
Eu não vou fazer a comparação que pretende, tipo totobola (1x2), porque seria impossível fazer algumas das escolhas.
É evidente que escolhia o Koweit ao Iraque, mas a comparação é injusta, devido à história do Iraque nas últimas décadas. Estamos a falar dum país que viveu numa das mais horrendas ditaturas da história mundial e que agora vive no rescaldo da guerra e intervenção americana. Qualquer opção é melhor do que o Iraque. Se calhar, preferia viver numa favela do Rio de Janeiro do que em Bagdad ou Bassorá.
Outra escolha quase impossível: Suécia v. Finlândia. A ter de escolher, nunca seria com base no critério monarquia-república. Provavelmente trata de investigar qual destes países tem um clima melhor, uma gastronomia melhor, acolhe melhor os estrangeiros, etc... Mas qualquer que fosse a escolha, estaria a optar por um dos dois melhores países do mundo.
Bélgica v. França: Escolhia a França, claro. A Bélgica nunca me seduziu e, como disse, corre o risco de se desagregar. Além de que a família real belga nunca deveria figurar como um exemplo para os monárquicos (com a excepção do Rei Balduíno).
Luxemburgo v. Alemanha: Sem dúvida, Alemanha. Nunca escolheria o Luxemburgo tendo a Alemanha por opção. Salvo se quisesse ter muitos portugueses por perto, mas se optasse por viver no estrangeiro, para que queria portugueses por perto?
Japão v. Coreia do Sul: Eventualmente escolhia o Japão, mas são países culturalmente parecidos.
Espanha v. Portugal: Escolhia sempre o meu país, apesar de tudo.
Inglaterra v. Irlanda: Provavelmente escolhia a Irlanda.
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Cara AIRMID
A culpa não é propriamente só dos alentejanos, é de todos os portugueses. Em 1833 os alentejanos lutaram nas mesas de Panoyas contra a Maçonaria francesa ao mesmo tempo que os bascos também contra ela lutavam em Nájera!!!
Enquanto não se souber distinguir o que é nefasto para Portugal seremos sempre um País a afundar-se no lodo, e no lodo, quanto mais se mexe mais se afunda!!!
Portugal foi fundado em Panoyas em 1139 e foi derrotado em Panoyas em 1833. Panoyas é o princípio e o Fim!!!
Claro que em Panoyas ninguém vai comemorar a verdadeira Fundação da Monarquia, lá não há Palácios, agora, tal como no tempo de D. Afonso Henriques, só há campos tapados de estevas!!!
E enquanto não houver homens como D. Afonso Henriques que se encham de coragem arregacem as mangas e se embrenhem no campo e lutem por Portugal, este nosso país tem os dias contados, cada vez se afundará mais, nesta angústia em que se arrasta desde 1833, quer tenha sido Monarquia ou República. O que está em causa não é o Regime, o que está em causa é Portugal!!!
E Portugal já tem eternamente o seu Rei, agora só é preciso aos portugueses, descobri-lo!!!
Eu já o descobri, ou melhor, Deus mostrou-mo, mas ao que parece, não foi só a mim, também já o tinha mostrado a Garcia Sanchez de Nájera III !!!
Só Ele é Real!!! Real, Real, por Cristóvão Colombo, Alto Rei de Portugal!!!
Por incrível que pareça só Ele Salvará Portugal!!!
Enquanto as Máscaras do Presente, não cairem, a maioria dos portugueses não poderá saber quem é.
Saudações fraternas
Zé Maria
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro António Taveira,
Vai desculpar-me a intromissão, mas há uma comparação, entre Espanha e Portugal, que eu me permito fazer. É que uma Monarquia chefiada por Don Juan Carlos e Doña Sofia não é a mesma coisa que uma Monarquia chefiada pelos Duques de Bragança. A distância cultural, de património histórico e de competências adquiridas em virtude de uma especial educação e preparação, é abissal e, nesse sentido, inviabiliza qualquer comparação, no plano abstracto, sobre qual dos regimes é melhor.
Com os melhores cumprimentos,
Luís Froes
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro Luis Froes:
Agradeço a sua intervenção. Eu posso comparar, teórica e abstractamente, regimes. Não comparo, porque não faz qualquer sentido, pessoas. Para isso não faltam comentadores que destacam as qualidades da meia dúzia de candidatos a presidentes da república que vamos tendo.
Como não faz sentido, perdoe-me divirgir da sua opinião, comparar os representantes das várias casas reais. Cá, ali ou...acoli. Ainda sou do tempo, em 1974/1975, em que monárquicos espanhois me descreviam as incapacidades de D. Juan Carlos para reinar...
Com os melhores cumprimentos,
António Taveira
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Oh Vânia!
E onde param as republicanas de Odemira? Não me diga que aí não havia mães, mulheres ou filhas. Ou será que tem um realista e aristocrático pudor de se desnudarem da cinta para cima! Não pudendo assim expressar e exteriorizar o seu patriotismo republicano.
Soltem as republicanas de Odemira sem pejo nem "soutien"!
Aguerreiro
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro António Taveira,
Claro que podemos comparar regimes no plano teórico e abstracto. E podemos comparar pessoas, em especial quando o sistema pelo qual optamos se caracteriza pela sucessão dinástica, com tudo o que um regime familiar implica.
Sobre o reinado de D. Juan Carlos, creio que a História se encarregará de apreciá-lo com rigor e objectividade. Mas podemos desde já adiantar que o General Franco, ao designá-lo seu sucessor, teve o cuidado de providenciar a sua familiarização com as funções oficiais e os deveres públicos que mais tarde lhe caberiam, em virtude dessa mesma sucessão.
E, não menos importante, o facto da actual Rainha de Espanha ser também ela filha de Reis representa uma enorme segurança para a preservação de um património histórico que, por mais que hoje se tente fingir que não, foi construído e alicerçado em alianças entre iguais.
Cumprimentos,
Luís Froes
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro Antonio Taveira
O que eu depreendi é que o confrade se considera Monárquico por crença, sim,mas fundamentalmente oela inteligencia.
Pelas mesmas razões opto eu pelas cores verde e vermelha.
E afirma, entendi eu, que só por preconceito e não pela inteligência se não possa aceitar as vantagens para o bem colectivo de uma familia ocupando hereditariamente a chefia de Estado.
Entendendo assim o seu pensamento respondi-lhe que é pela inteligência que eu perfilho a opinião contrária. Não concordamos. Paciencia!
E já agora, tem ideia qual seria a família a escolhida? A minha, a sua, ou por concurso publico? Ou perfilha a opinião da maioria dos monárquicos escolhendo a de Duarte Pio de Bragança? E diga-me lá! Essa escolha é pelo preconceito ou pela inteligencia?
Os meus cumprimentos
Mário Marques
Post-scriptum - Talvez seja preconceito mas desde já imagino a resposta.
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro Luis Froes:
Estou de acordo consigo na análise que faz, apesar de achar que não faz qualquer sentido fazer comparações.
Mas cada experiência de vida tem as suas virtualidades. E, falando em virtulidades, creio que as do regime monárquico são suficientes para relevar uma eventual menor preparação do 1.º rei duma nova monarquia em Portugal.
A casa real portuguesa, após a revogação da lei do banimento, vive entre nós há seis décadas, sendo por todos geralmente estimada e considerada. E, ao longo destas seis décadas, sem a menor mácula ou "incidente", por mais insignificante que seja. E, tem sido um longo escrutínio...
Com os melhores cumprimentos,
António Taveira
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro Mário Marques:
A bandeira nacional, com o verde rubro que tanto incomodou Guerra Junqueiro e perdoe-me, todas as pessoas de bom gosto, não é a bandeira dos republicanos. Essa era outra. Como a azul e branca não é a bandeira da monarquia. A bandeira nacional vai mudando ao saber das convulsões políticas. Houve várias em monarquia e tem-se falado em mudar a bandeira em república.
Se as suas razões são as mesmas das minhas para se afirmar republicano, não de escrever "recuso-me a aceitar"...
Optaria maioritáriamente pelas 12 monarquias em detrimento das 12 repúblicas ? Sei que nunca o disse. Mas, se sim, isso não o leva a reflectir no porquê de tão "absurdo" resultado? Porque será que em países próximos, geográfica e culturalmente, nos "sentimos melhor" em monarquias ? Mesmo que as diferenças sejam pequenas. E, essas pequenas diferenças tendem a tornar-se decisivas nos momentos de grandes crises nacionais.
Quanto a qualquer escolha da família reinante a escolha será sempre do povo. Como em 1385 e 1640.
Eu participarei nessa escolha atento aos valores da nossa histórtia.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro António Taveira
A minha referencia ao vermelho e verde foi uma figura de estilo para não repetir mais uma vez a palavra Republica ou republicano, sem no entanto, ter algum problema em escreve-las.
A história das bandeiras é por demais conhecida
Nenhum dos argumentos pro-Monarquia aqui apresentados é para mim novo. São sempre os mesmos, repetidos e repetidos e por isso estou cansado desta conversa e deste tópico
O Argumento de ser a Monarquia o factor de desenvolvimento em alguns dos paises europeus também tem sido muito usado. Pois eu respondo sempre da mesma maneira: Uma coisa não tem a ver com outra já que as familias reais não intervém directamente nas economias nem no governo dos referidos paises. A rainha de Inglaterra lê os discursos que o primeiro ministro trabalhista ou conservador lhe dá para ler. E temos ainda os casos da Alemanha e da França,....
Neste assunto não estamos mesmo de acordo. Espero ter o prazer de voltar a conversar consigo e encontrar temas ou assuntos em que possamos estar de acordo.
Tenho dito.
Muito obrigado
Mário Marques
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro José Maria
A culpa é efectivamente dos Portugueses, de há 500 anos, que renegando a Filosofia dos seus Ancestrais, transmitiram aos seus filhos, uma Cultura e uma Religião que não era a sua.
Mas a culpa também é dos actuais portugueses, que não fazem o menor esforço, para descobrir as suas verdadeiras origens, e permitem que estrangeiros desclassificados, destruam a sua Terra.
Diz-me que em Panoyas ninguém comemorará a Verdadeira Fundação da Monarquia, porque lá não há Palácios.
E eu digo-lhe, que esses seus desvios de Esquerda, só confundem quem nos lê.
Porque, o José Maria sabe muito bem, que nós não procuramos Palácios!
E que me recorde, em Panoyas não existiam só Campo de Estevas. HAVIA UM POÇO!
O POÇO D´ARMAS!
Se alguém o destruíu, não foram seguramente OS VERDADEIROS PORTUGUESES!.
Melhores Cumprimentos
Airmid
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Cara AIRMID
O POÇO DAS ARMAS???
Já se foi!!!A culpa é efectivamente dos Portugueses, de há 500, que renegando a Filosofia dos seus Ancestrais, transmitiram aos seus filhos, uma Cultura e uma Religião que não era a sua.
O POÇO DAS ARMAS onde D. Afonso Henriques acampou depois da Batalha e discursou à população e mudou o nome da povoação para Panoyas, já foi destruído e o brasão de Armas, segundo me dizeram foi levado para Ourique!!!
O POÇO DAS ARMAS era uma referência para o povo de Panoyas, também era conhecido como o POÇO DO CONCELHO!!!
O POÇO DAS ARMAS em Panoyas estava relacionado com o Milagre de Ourique , mas ainda pode haver por perto a Fonte do Milagre!!! (ambos foram abençoados pela mesma religiosa de Bizâncio)
http://fontesanta.wordpress.com/fonte-de-milagre/
http://fontesanta.files.wordpress.com/2009/03/poder-symbol.png
Saudações fraternas
Zé Maria
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro José Maria
Um Símbolo Alquimico. Uma Fonte Santa. Os IMACULADOS.
Se começam a vasculhar, destróiem tudo como é hábito.
Saudações
Airmid
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro Joãp Pombo
Eu disse que este site tinha uma componente monárquica mais acentuada(claro que o senhor sabe isso) , não disse que este site era monárquico, para isso há muitos por aí.
Por curiosidade, os republicanos sempre escarneceram da genealogia, como se fossem de geração espontanea, só que nestes últimos tempos e seguindo o clube Soares / Santos Silva, existe agora uma genealogia republicana que só por isso faz republicanos os descendentes.Forma curiosa de se fundar uma nova aristocracia.Brinquei com isso, mas pensado bem existem aristocracias de variadas origens.Pois seja! Neste centenário aparecem como cogumelos os descendentes da república, que exigem honras.Tal e qual os descendentes de titulares que, e muito bem, aspiram ao uso desses titulos.
Que se honrem os "descendentes" da república tal como os descendentes dos titulares das honras por serviços à Pátria em tempo de EL-REI. Assim, andaria bem a Democracia (só que não é assim que se passa, os descendentes dos vencedores continuam a pisar os vencidos, passados 100 anos).
Se queriam falar de genealogia aqui tem!
Abraço
ptp
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Talvez por isso e em provocação quiseram qiue os seus nomes aparecessem neste site .Curiosidade engraçada!
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Espero que se divirtam muito com semelhante seca de programa. Bem merecem ir para lá ouvir loas e fingir que estão muito interessados. Se descendessem de gente decente dava-lhes os parabéns. Assim, espero que sobrevivam a tamanha hipocrisia e n-ao morram, de cancera!!
Fernando Andrade
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro Confrade Mário Marques
Eu sei que não perguntou a minha opinião, mas eu recordo-lhe, que POR-TU-GRAAL é um País Parcialmente Submerso, que alguns, teimam há Milénios levantar do Fundo do Oceano Atlântico, enquanto outros, utilizam todos os meios para o impedir.
A Família, Caro Confrade, é UNA.
UNA, UMA ou ONAH ou ONAI.
E quem a Chefiará será O QUE ERGUER A EXCALIBUR, DO FUNDO DO LAGO.
As suas cores, nunca poderão ser o Verde e o Vermelho, porque o Sol já não cruza a Constelação do Dragão, mas sim, a de AQUÁRIO.
Melhores Cumprimentos
Airmid
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RE: Reflexões no Centenário da República - IV
Caro Confrade
A sua opinião é muito redutora, e a função unificadora, moderadora e estabilizadora, resultando do pacto histórico /afectivo entre o povo e a instituição real .Esta é que é a grande verdade, que a chefia republicana do Estado nunca conseguirá ter do povo.Tudo isto influi no desempenho dos vários governos e no desenvolvimento da sociedade
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro Fernando Andrade,
A sua intervenção, para além de ressabiada, é de mau gosto, aliás de péssimo gosto, como o foi uma de outro confrade, com alusões ao peito das mulheres republicanas.
Há pessoas decentes em todos os quadrantes ideológicos, incluindo naqueles que perfilham ideais republicanos.
Por outro lado, a decência e integridade das pessoas nada tem que ver com os seus antepassados. Felizmente, não existe nenhuma regra genética que nos condene à "indecência" e falta de integridade dos nossos antepassados - e todos temos antepassados bons e maus.
Com intervenções destas, seria de esperar que se encerrasse este tópico.
Até por uma questão de coerência, visto que não me recordo de algum republicano frequentador deste fórum ter extravasado os limites mínimos de cortesia e educação, designadamente em tópicos marcadamente "monárquicos", v.g. sobre o Rei D. Carlos (onde lhe foram tecidas loas, sem que algum republicano tenha faltado ao respeito à memória desse antigo chefe de estado, bem pelo contrário: foram até ressaltadas as poucas qualidades da pessoa em causa).
São intervenções como a sua que dão mau nome à causa que parece defender e que, pelos vistos, não interessa nem ao Menino Jesus (daí talvez o ressabianço ou frustração subjacentes à sua intervenção).
João Pombo
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
E vão comerar o quê? A 1ª república da anarquia, a 2ª república da ditadura, ou 3ª da corrupção e da morte do País?
A causa que defendo foi destruída do modo que todos nós muito bem conhecemos. substituída por esta que defende e que nunca foi sufragada. Em relação ao "Menino Jesus", acho que ele tem muito mais interesse do que possa pensar.
Siinceramente, a sua intervenção não consegue fazer piorar o nome da causa que defende e muito menos, suscita em mim, o menor dos interesses em voltar a responder-lhe.
Fernando Serrão Andrade
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Diz V.Exa "as poucas qualidades da pessoa em causa".
Caro Senhor João Pombo, como é que pode dizer uma coisa dessas de um autêntico artista, politico e patriota??????a bibliografia é extensa, é só ler.
Tão bom que até o mataram.
Será o Afonso Costa( o exemplo do que um politico não deve ser e parece que, autor moral de vários crimes, segundo mutos historiadores independentes ) , como já ouvi dizer na TV , o maior estadista do séc XX (Mário Soares dixit)????
O país está mesmo um loudaçal moral, económico e cultural.
Venha a revolução e desta vez com sangue, à Espanhola, parece que lá resultou.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Não estão em causa as comemorações: por mim, não se comemorava nada, nem sequer vitórias futebolísticas, pelo menos até ultrapassarmos esta fase negra.
Está em causa a forma como certas pessoas defendem os seus ideais, muito pouco elevada e sem qualquer consideração pelo que os outros pensam.
Nem todos os republicanos de antanho eram canalhas indecentes, e mesmo esses têm descendentes sérios e trabalhadores.
Do mesmo modo que nunca me ouvirá dizer que a maioria dos nossos reis eram pândegos inconsequentes, debochados e desprovidos de utilidade, que não fosse passar o dia a comer e beber, debaixo da sotaina do padre ou se calhar a fazer coisas piores...
E esse argumento mata-me: a causa nunca foi sufragada........... Acha que ainda viveriamos em república se efectivamente a maioria dos portugueses fossem monárquicos? Bem sei que somos carneiros com brandos costumes, mas apesar de tudo conseguimos derrubar uma ditadura de mais de 4 décadas.... Se os portugueses quisessem genuinamente voltar ao pré-5/10, já isso teria acontecido há muito tempo..........fosse com D. Duarte, com D. Rosário, com o Loulé ou com o Manuel das Couves.............
É uma pena o fórum não ter sido fechado a novas admissões há uns anos atrás....que saudades dos velhos tempos, em que as pessoas se conheciam (pessoal e virtualmente)......
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Infelizmente tenho de concordar com o confrade João Pombo. pois a sua primeira intervenção foi de péssimo gosto e gravemente prejudicial à causa que também defendo além de convidar ao encerramento do tópico.
A segunda foi melhor mas, na medida em que utlilizou Rui Ramos - as três Repúblicas foram cunhadas por ele em recente artigo que eu próprio trouxe a este fórum - ficamos com a desagradável ideia de que as suas ideias próprias, são as primeiras.
No entanto, não resisto a responder à sua pergunta:
Vão comemorar, ponto final parágrafo.
Enquanto comemoram, evitam que a comunicação social se interesse por outros assuntos mais actuais, sempre vão aparecendo em posições de destaque, colhendo dividendos políticos de factos a que são completamente alheios, dão alguma oportunidade aos quadros menores do partido de apareceram em bicos dos pés e, sobretudo, dão imenso dinheiro a ganhar a técnicos de publicidade, tipografias, etc.. Tal como uma ex-ministra da Saúde que deu campanhas de publicidade à recém criada empresa do mano, estas coisas são uma das melhores formas de recompensar correligionários sem que isso seja de imediato evidente.
Claro que nos cartazes evidenciam atroz mau gosto, bem na tradição do verde e vermelho. Quando me lembro de Brigitte Bardot e, sobretudo , da Catherine Deneuve, que deram expressão à "República" francesa e vi "aquilo" ... só consegui imaginar que talvez fosse parecida com alguém muito importante mas que eu de todo deconheço, como talvez, sei lá, a mãe do engenheiro.
A. Luciano
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
PTP,
Certamente que percebeu que nesse particular, as minhas palavras foram propositadamente exageradas, dado o teor da conversa com o confrado Fernando Andrade.
Reconheço algumas das qualidades que aponta ao Rei D. Carlos, pese embora entender - se calhar sem razão - que um chefe de estado deve ser julgado pela sua capacidade de liderança e patriotismo e não pelos dotes artísticos, simpatia, carisma, etc....
João Pombo
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Adenda : na Monarquia Constitucional os soberanos podiam meter-se em todas as saias mas não em sotainas.Como se sabe o constitucionalismo foi tão violento com a Igreja como a 1ª república.
Os Soberanos Constitucionais nunca foram "beatos" antes pelo contrário.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro João Pombo
Não se esqueça que D.Carlos era um rei constitucional, só que a classe politica não o largava para formar governos, foi empurrado para a politica sem apelo nem agravo.
Cumprimentos
ptp
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro PTP,
Concedo algum excesso da minha parte em relação ao Rei D. Carlos. Aliás, nem sequer me sinto particularmente apto a falar sobre esse monarca.
Peço desculpa aos monárquicos razoáveis e de bom senso que andam aqui pelo fórum se porventura as minhas palavras foram ofensivas, pois não era essa a intenção.
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro João Pombo
Não tem de pedir desculpa por nada, aliás respeito todos os republicanos que fundamentam a sua convicção de forma honesta, sem preconceitos e livres da propaganda maçonica/jacobina.
Com os meus melhores cumprimentos
ptp
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro João Pombo
Estou consigo, como é óbvio. Nunca vi, neste Fórum, um republicano faltar ao devido respeito á monarquia e aos seus ideais e passado histórico reconhecido, e...há muitas vezes monárquicos a darem mau nome á causa!
Com muita mágoa, pois seria uma reconhecida falta face a um dos valores fundamentais da democracia, a liberdade de expressão, julgo que este tópico devia ser apagado, encerrado é curto!
Um abraço
Maria Benedita
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
É um sábado, este primeiro dia de Fevereiro de 1908.
Cinco horas da tarde em Lisboa. No Terreiro do Paço encontra-se uma pequena multidão que não tira os olhos do rio que nasce em Espanha e vem morrer em Portugal. Entre os mais atentos destacam-se dois homens com especial preocupação. Conheço-os do café Gelo, do Rossio. Um é o Manuel Buíça, que esconde uma carabina que trás debaixo de um longo varino. O outro é o Alfredo Costa, com um revólver pronto que transporta no bolso. Ambos estão ligados à maior sociedade secreta revolucionária existente em Portugal. A Carbonária, espécie de ramo armado da velha Maçonaria secular.
Poucas horas antes, no café Gelo, numa mesa a um canto que fica perto da porta para a cozinha, estiveram o Manuel Buíça e mais quatro pessoas. Três são desconhecidos o quarto é o Alfredo Costa. No meio da animação geral, aquela mesa é talvez a mais sossegada de todas. A imagem é a de um pacato empregado de escritório almoçando tranquilamente fora de casa e que tivesse convidado alguns colegas para o acompanharem ao café. O criado levanta os pratos e serve mais cerveja. Os três desconhecidos saem para dar lugar a um outro. A conversa decorre em tom baixo, sem pressas, como quem trata de negócio seguro. Buíça sorri ao encarar com o freguês sentado na mesa vizinha à minha e atira-lhe, acaso, um dito banal:
- Estamos aqui, estamos em Timor...
É o primeiro a levantar-se e a partir. Oiço-o ainda dizer aos que ficam:
- Vou entregar esta bengala e vou buscar o varino e o resto.
O varino está na moda. Chama-se assim a um capote, ou capa abotoada, que cobre o corpo até aos pés. É óptimo para o frio e muita gente o usa, mesmo em dias de sol, como o deste sábado lisboeta. É óptimo para alguém se misturar entre o público que circula nas ruas e passar despercebido. Um bom abrigo e uma boa forma de esconder uma arma das vistas inconvenientes.
Por volta das 4 horas da tarde deixam o Rossio dirigindo-se para o Terreiro do Paço onde se misturam entre os que esperam a chegada do rei.
Cinco homens, segundo ouvi falar, tomam lugar no Terreiro do Paço, algum tempo antes da chegada real. Dá nas vistas de muita gente um deles, de barba negra, com uma capa comprida, e que se coloca junto de uma árvore, frente ao Ministério, não longe de um quiosque ali existente. É o Manuel Buíça.
No vasto estuário, desde os confins do Mar da Palha, frente a Cacilhas já se vislumbra os contornos do barco que todos esperam naquele momento. É o vapor D. Luís, que trás de volta à capital a família real que rege os destinos do País legado por D. Afonso Henriques em 1143.
O rei D. Carlos regressa de férias em Vila Viçosa onde fora caçar numa das suas propriedades da Casa de Bragança. O paço ducal de Vila Viçosa, um dos maiores palácios portugueses é o preferido para as férias da família real, sobretudo durante a época da caça. O melhor que tem este Palácio é a grande tapada que o circunda, numa extensão de quinze quilómetros. Nela se sucedem os prados e os bosques, os lagos propícios à pescaria e as coutadas de veados e de corças.
Logo no princípio de Janeiro deste ano de 1908, o soberano, a rainha e os dois filhos haviam vindo para Vila Viçosa. O mais novo, D. Manuel, volta mais cedo para Lisboa. O primogénito, D. Luís Filipe, fica até ao fim das férias da família, companheiro inseparável do pai nas suas caçadas.
Agora é a hora da partida. Em Vila Viçosa, D. Luís Filipe acompanha os pais, a caminho da carruagem que os leva a todos à estação do caminho-de-ferro. Tencionam voltar por alguns dias durante o Carnaval e o soberano anuncia-lhe que vai mandar fazer obras no palácio.
D. Carlos deixa o traje civil e enverga a farda de generalíssimo; a tarja escarlate da gola cinge-lhe os refolhos da nuca e do duplo queixo; a pala do boné carregada para os olhos dá-lhe uma severidade exagerada.
O régio casal e o seu filho mais velho partem da gare da vila alentejana pelas 11 horas e 40 minutos da manhã a caminho do cais fluvial do Barreiro.
O sol a pino invade a campina alentejana, por onde corre já o comboio em que a família real regressa a Lisboa. Até onde a vista alcança, sob o céu muito azul, os campos são imensas manchas pardas. Faltam precisamente sete semanas para que chegue a Primavera, e os campos estejam verdes, e as searas principiem a romper. Faltam sete semanas apenas, também, para que o príncipe herdeiro complete os vinte e um anos.
A atenção do príncipe prende-se em sua mãe. Vestida de escuro, a rainha vai calada e tem um aspecto triste, que lhe não é próprio. O pesado casacão em que se abriga e os ornatos do chapéu tornam ainda maior a sua estatura, de mais de um metro e oitenta de altura. O seu silêncio é significativo do desagrado com que regressa a Lisboa. Na véspera pedira ao filho para convencer o rei a atrasar por alguns dias a viagem, mas a diligência resultara inútil. Para D. Carlos estava fora de questão ficar mais um dia em Vila Viçosa.
Já no comboio, o casal régio segue em silêncio, entregue aos seus pensamentos. E reparando que o pai ainda não acendeu hoje um único charuto, ele que é inseparável dos seus «Aquilas» e considerado o rei mais fumador da Europa, D. Luís Filipe sente que alguma coisa excepcionalmente grave preocupa o soberano.
A atmosfera é de inquietação em toda a comitiva que acompanha a família real, conforme me descreve um amigo que faz parte dessa corte. Durante a viagem não se fala outra coisa que não seja o ambiente de tensão que se vive em Lisboa. Sabe-se que a vida do rei corre sério risco. Da capital fora perguntado para Vila Viçosa que espécie de transporte deveria ser utilizado no Terreiro do Paço: se os automóveis cobertos, se as carruagens abertas, (landaus). De lá se respondeu que os últimos.
Apontando para o landau descoberto, puxado a uma parelha, que espera a família real para a conduzir ao Palácio das Necessidades, o tenente-coronel Alfredo de Albuquerque explica aos que o rodeiam:
- Foi el-rei que quis assim. Eu tencionava mandar automóveis. Mas el-rei telegrafou-me a mandar o contrário. Por ordem de Sua Majestade é que a família real vai em carruagem aberta.
A tarde continua normal. À medida que o sol declina para o lado da barra do Tejo, a sombra invade a grande praça pombalina. Dignitários da Corte, altos funcionários públicos, duas dúzias de famílias nobres, as marquesas do Faial e do Lavradio, a condessa das Alcáçovas e a de Figueiró, os condes de Sabugosa, um herói das recentes campanhas de África, o capitão Roçadas, oficiais do Exército, conversam em grupos, para passar o tempo. Em redor da duquesa de Palmela fala-se da estreia dessa noite: pela primeira vez vai cantar-se no São Carlos o Tristão e Isolda. Em torno dos ministros o tema predominante é, ainda, a intentona revolucionária de terça-feira passada, 28 de Janeiro, e o tema dá margem para toda a espécie de conjecturas. Fala-se mesmo em atentados, mas o general Malaquias de Lemos, comandante da Guarda Municipal, parece ignorar os boatos que correm durante todo o dia pela cidade, segundo os quais a deportação de chefes revolucionários presos irá provocar atentados bombistas.
O navio D. Luís encontra-se, agora, frente ao Terreiro do Paço. Na viagem de comboio, um descarrilamento à entrada estação de Casa Branca alterara a hora de chegada. Rapidamente aproxima-se do cais de desembarque. Um apito seco ordena o afrouxamento da marcha. Os guindastes das passadeiras, com dois homens à manivela, aprestam-se para franquear aos recém-chegados as suas pontes levadiças.
Vejo o rei, a rainha e o príncipe, sentados na popa, a estibordo, aguardando o termo da manobra. D. Carlos, de pequeno uniforme de generalíssimo, boné agaloado a oiro e capote de gola carmesim. D. Amélia, de grande chapéu enfeitado de flores, o casaco negro de marta com a gola soerguida, e luvas brancas. D. Luís Filipe, chapéu alto e sobretudo negro.
O príncipe, ao descortinar o vulto do irmão infante D. Manuel no aglomerado que os espera, clama lá de cima:
- Tivemos um descarrilamento!
No Terreiro do Paço tudo parece tranquilo. Continuo perto do Buiça que segue atentamente as movimentações que se desenrolam.
Do lado oriental da praça o movimento é o normal àquela hora da tarde; do lado oposto, o enfiamento da Rua do Ouro que vai até ao cais fluvial, [situava-se à direita do Cais das Colunas, do lado oposto à actual estação do Sul e Sueste] está vedado ao trânsito de veículos para dar passagem, dentro em breve, às carruagens do rei e do seu séquito. Ali há gente pelas janelas dos ministérios, gente ao longo da arcada, gente em grupos no passeio da placa central, junto às árvores e aos quiosques de venda de jornais.
Deviam ter chegado às quatro e um quarto da tarde e passam das cinco quando a ponte é lançada entre o navio e o cais. Desembarcam. Estou agora mais afastado do Buiça.
Passam todos muito perto de mim. Vem à frente a rainha, seguida pelo rei e pelo príncipe real. D. Amélia logo se encaminha ao encontro do filho mais novo, para o beijar com ternura. D. Luís Filipe e o irmão abraçam-se. D. Carlos corresponde às continências militares, recebe os cumprimentos dos ministros e dos fidalgos, ouvem-no dizer ao chefe do Governo, João Franco, que siga com a comitiva e que vá direito ao palácio. Uma pequena afilhada da rainha dá-lhe um ramo de flores, recebe em troca um beijo. À entrada da sala de espera detêm-se num discreto recanto em conversa confidencial com alguns fiéis. Pouco depois a rainha aproxima-se do grupo e intervém na conferência. Andam no ar mil suspeitas e incertezas. A conversação prolonga-se por vários minutos. O visconde de Asseca, estribeiro-mor, volta a perguntar a D. Carlos se prefere atravessar a cidade de automóvel ou de carruagem aberta. Escolhe a carruagem aberta.
Não demoram mais de um quarto de hora os cumprimentos. O conde de Figueiró anuncia que tudo está pronto para a partida. A família real sobe para o landau guiado pelo cocheiro Bento Caparica. O príncipe é o primeiro a subir. Sobe depois o infante, o rei em seguida - e os três conservam-se de pé nos seus lugares, aguardando a subida da rainha. Esta sobe, ramo de flores na mão, na face um sorriso enigmático.
Sentado o rei à esquerda da rainha, enquanto em frente fica o seu filho mais velho, ao lado do qual se senta D. Manuel, o cortejo põe-se, finalmente em marcha.
Paira um certo nervosismo. D. Carlos leva um revólver Smith & Wesson calibre 32, que mantém na mão, fora do coldre, no bolso do capote. Atrás da carruagem régia vai a da casa civil, a dos dignitários de serviço.
De súbito, do lado da praça, quase em frente do Ministério da Fazenda, agora estação dos CTT, ouve-se o estalido seco duma primeira detonação.
Às cinco horas e vinte minutos, o comando dos Bombeiros de Lisboa recebe do posto n.º 8 a seguinte mensagem: «Ouvimos agora muitos tiros aqui no Terreiro do Paço. Próximo do Ministério da Guerra há muita gente em alvoroço. Foi o desembarque de Suas Majestades. Bombeiro 231.»
Um homem de longo varino e barbas, vindo da placa central do Terreiro do Paço, tira uma carabina da capa, assenta o joelho em terra e desata a disparar. É o Manuel Buíça com a sua Winchester, que se colocou à retaguarda da carruagem a cerca de cinco a oito metros de distância abrindo fogo sobre o rei. Logo ao primeiro tiro acerta no pescoço de D. Carlos, quebrando-lhe a coluna vertebral e matando-o instantaneamente.
Outros tiros soam pelo Terreiro do Paço que se transforma num campo de batalha, enquanto o Buíça continua implacável na sua acção. Dispara um segundo tiro atingindo o ombro esquerdo do monarca que cai para a direita sobre a rainha.
E logo, repentinamente, um vulto franzino de rapaz, de Browning FN, de calibre 7,65 em punho, corta o cordão de curiosos e polícias, põe o pé no estribo do lado esquerdo da carruagem real e dispara duas vezes sobre D. Carlos, já sem vida. É o Alfredo Costa que secunda Buíça. Apavorada, a rainha fustiga a cabeça do homicida, que procura alvejar de novo o monarca.
Estabelece-se a confusão do pânico. Soltam-se gritos de angústia. Procuro refúgio nas arcadas. Vejo o príncipe D. Luís Filipe levantar-se e apontar o seu Colt, de calibre 38, mas, antes de poder disparar, já o Costa abria fogo sobre ele, atingindo-o na região do externo atravessando-lhe o pulmão.
Embora ferido, o príncipe consegue ainda disparar quatro tiros sobre o regicida, que caiu por terra, onde é morto à espadeirada e a tiro pela polícia.
Entretanto, o Buíça continua a disparar, e, revelando uma pontaria espantosa, atinge o príncipe na cabeça. A bala atravessa-lhe a face esquerda, saindo-lhe pela nuca. O príncipe tomba na bancada da frente. Estoiram mais tiros, quase simultâneos, cinco, dez. O infante, ao amparar o irmão, é atingido num braço por um projéctil. A rainha esforça-se por acudir aos filhos, recebendo nos braços o cadáver do marido. O cocheiro, ferido numa das mãos, lança os cavalos à desfilada.
Na vertigem do terror o tenente Figueira abate o homem das barbas com uma estocada - recebendo, apontada por ele, uma bala na coxa.
Três minutos decorridos. Outra mensagem do posto n.º 8:
«5 horas e 23 minutos. Estação n.º 8. - Dizem como certo que mataram Sua Majestade el-rei D. Carlos. - Bombeiro n.º 231.»
No meio da maior confusão, o landau real procura abrigo no Arsenal, enquanto os restantes carros da comitiva largam à desfilada em todas as direcções.
Para a carruagem, que havia parado, subira a condessa de Figueiró, que chora e grita, abraçada ao príncipe, que dá os últimos sinais de vida, amparado pelo Visconde de Asseca e pelo Marquês do Lavradio.
Dentro do Arsenal, onde me encontro agora, a muito custo o corpo de D. Carlos é retirado da carruagem, que está alagada de sangue, e daí levado em peso para dentro da casa dos curativos, onde o príncipe real estava já estendido numa maca de ferro de tela crua.
Acomodado o corpo do rei sobre um colchão no sobrado, colocando-lhe sob a cabeça uma almofada, tudo sem lençol nem fronha, alguns dos presentes tentam vedar com algodão em rama um fio de sangue que lhe assoma aos lábios. D. Carlos tem o aspecto de ter morrido de congestão cerebral. Vêm-se-lhe as feições congestionadas e os lábios quase pretos.
Daí a uns 10 minutos, o médico Dr. Moreira Júnior que, depois de o auscultar, faz abrir os olhos de rei, diante dos quais passa repetidas vezes a chama de um fósforo, e lhe aproxima a mesma chama das extremidades dos dedos da mão direita, declara o que já se sabia: D. Carlos está morto.
- E o príncipe? - pergunta alguém.
- Está morto também.
Em seguida começam a guardar os objectos que o rei trazia consigo, encontrando-se um relógio oxidado na algibeira das calças, preso à cinta por uma corrente de ouro, um lenço e um charuto, e nas algibeiras do outro lado achou-se-lhe um saco de revólver, vazio, e nada mais. Não se viu carteira alguma.
Ao despir o corpo para o médico observar as feridas, verifica-se que uma das balas entrara justamente ao meio das costas, no ponto da comissura das espáduas, e saíra pela barba por baixo do queixo, deixando um orifício em cruz exactamente como uma lancetada; mais acima, perto da nuca e também no meio, havia outro buraco de bala.
As costas das camisolas estão ensopadas em sangue. Lavadas as feridas, procede-se à aplicação de ligaduras e em seguida, sem o tirar do colchão, depõem o corpo sobre uma cama de ferro que ali rapidamente se armou. De seguida, trazem dois tocheiros e um crucifixo, que colocam numa banca ao centro, e vem um eclesiástico, acompanhado de sacristão, que reza o Ofício junto de cada um dos dois mortos.
A este propósito, uns anos antes, mais concretamente em 1890, o poeta Guerra Junqueiro satirizara as práticas cinegéticas do soberano através dos versos «O Caçador Simão», onde previa que o caçador acabaria por ser caçado, numa clara alusão à possibilidade de a Monarquia findar pela morte violenta do rei.
Simão é o último dos nomes próprios do rei D. Carlos. Agora, o penúltimo rei da monarquia que dominava Portugal de aquém e de além-mar, jazia sem vida, também ele abatido como qualquer animal de caça, diversão a que se dedica com entusiasmo desmedido.
Na verdade, em matéria de caçadas, D. Carlos não deixa margem para dúvidas. Quer pelo o seu apego, quer pela sua pontaria estava entre os melhores. Só na última surtida, três dias antes da sua morte, cinco raposas, sete perdizes, um tordo e noventa coelhos provaram o sabor das suas balas e a certeza da sua mira. Em Vila Viçosa existe um alvo onde o rei acertou, a uma distância de 30 passos, dez vezes consecutivas no mesmo buraco de bala, mesmo ao centro.
Senhor de uma pontaria infalível, o monarca manuseava espingardas de caça, de guerra, pistola ou revólver com igual exactidão e engenho. À pistola, enfiava sucessivas balas em buracos de fechaduras.
Desde os sete anos que anda nestas lides do tiro. Aos nove deu às escondidas algum dinheiro ao ajudante-de-campo do pai para lhe comprar uma espingarda de dois canos, para pólvora e chumbo.
Conhecido como grande apaixonado da vida ao ar livre, D. Carlos não perde muito tempo dentro dos gabinetes da governação.
A sua educação fora orientada por alguns dos melhores mestres da altura. Júlio Joubert Chaves inicia-o nas primeiras letras. Depois, António José Viale e Alves de Sousa ensinaram-lhe português, latim, grego, geografia e história. Aprendeu alemão com Schneider e Röder e inglês com Coolinggrige e Davidson. Na química, física, matemática e história natural, foi seu professor Augusto José da Cunha. De desenho foi primeiro mestre Teodoro da Mota. Na música recebeu lições de Manuel Inocêncio dos Santos. Na ginástica teve Pedro Martins e no jogo de armas contou com Petit e António Martins. Foram o coronel Vito Moreira e Gromicho Couceiro quem lhe ensinaram equitação e Maria Teresa de Assis Mascarenhas quem o assistiu na educação doméstica. Teve lições de pintura com Miguel Ângelo Lúpi e Henrique Casanova e colheu ensinamentos de zoologia do professor Manuel Paulino e de Alberto Girard.
Desportista, caçador, cientista, agricultor e artista, dotado de um grande talento para a pintura, D. Carlos evidencia-se, sem favor, como um dos reis mais cultos de toda a história portuguesa.
D. Carlos vivia como rei de um País de que não desejava ter muitas maçadas. Entre as maçadas e as caçadas não hesitava na escolha.
Desde muito cedo fizera de Vila Viçosa um local de eleição para as suas digressões cinegéticas e de lazer relaxante. Os ministros e até o próprio presidente do Ministério tinham de rumar até esta vila alentejana quando havia algo a tratar ou o rei os chamava.
Foi o que sucedeu no dia anterior ao regresso fatídico de 1 de Fevereiro de 1908.
Nesse dia recebe o ministro da Justiça, que ali se desloca com um decreto elaborado pelo Governo reunido na noite de 30 para 31.
No dia 28 de Janeiro tinha rebentado em Lisboa um movimento revolucionário que, praticamente, já estava condenado mesmo antes de sair para a rua.
Tudo correra mal para os conjurados, que não conseguiram levar por diante qualquer dos seus intentos. Nas vésperas tinham sido presos alguns dos principais cabecilhas da revolta, entre os quais Luz de Almeida, chefe máximo da Carbonária, detido no dia 25 junto ao Jardim da Estrela. Igual sorte tiveram João Chagas, António José de Almeida, França Borges e outros destacados dirigentes republicanos, que vão logo parar às enxovias de João Franco quando a este lhe chegou o cheiro do esturro.
Às 4 da tarde, ao sinal dado a partir do antigo elevador da Biblioteca, na Calçada de S. Francisco, respondeu em força o aparato policial que esperava a oportunidade para fazer mais algumas prisões de apreciável significado: Afonso Costa, Ribeira Brava, Egas Moniz e mais um lote de gente influente vai fazer companhia aos que já estavam a contas com a Polícia.
João Franco não deixa margem para dúvidas, quanto às suas intenções de esmagar tudo o que possa causar-lhe embaraços. «Os republicanos estão precisando de sabre como de pão para a boca», dizia ele com todo o arrojo.
Como recorda Raul Brandão, as coisas eram de tal ordem que só se ouvia dizer: «Venha tudo, venha o pior, venha o Diabo do Inferno que nos livre disto!»
«Até as mulheres estão furiosas com o Franco» diz Raul Brandão. «Há-as que dizem: ‘Eu vou matá-lo!’ Mas há também quem o defenda e aplauda como nenhum ministro foi defendido e aplaudido. Um padre franquista barafusta em plena Rua do Ouro: ‘Eu até agora dizia que o João Franco tinha uns c. que não cabiam em Lisboa. Agora, não, agora digo bem alto: o João Franco tem uns c. que não cabem em Portugal!’»
Mas nem todos pensavam desta forma: «Isto termina, fatalmente, por um crime ou por uma revolução», advertia o monárquico Júlio Vilhena, assustado com as proporções das arremetidas franquistas.
Declara D. Carlos I: “Precisava de uma vontade sem fraqueza para levar as minhas ideias a bom fim. João Franco foi o homem que eu desejava.” Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.
O penúltimo rei de Portugal é o resultado do cruzamento de quase todas as casas reais europeias. Tem primos espalhados pela Europa fora.
Há dezanove anos que D. Carlos é rei de Portugal. Em 19 de Outubro de 1889, na velha cidadela de Cascais, assistira ao termo da penosa agonia de seu pai, D. Luís I, e fora sua mãe a rainha D. Maria Pia a primeira pessoa a prestar-lhe a homenagem.
- Abençoo-te, Carlos, para que sejas tão bom rei como foste bom filho - dissera, na mesma altura, ao cobrir-se com os véus de viuvez, a mãe do novo soberano.
Começou, aliás, da pior forma o reinado de D. Carlos.
Logo em Janeiro de 1890, a Inglaterra exigiu, em termos brutais, que Portugal renunciasse ao chamado «mapa cor-de-rosa», nome dado ao projecto de se aproveitarem as explorações portuguesas no interior do continente africano para se estabelecer a ligação entre Angola e Moçambique. O Governo cedeu e ordenou a retirada portuguesa de alguns territórios já ocupados.
O seu reinado poderá dividir-se em fases distintas, correspondentes a outros tantos aspectos da política interna e externa portuguesas.
Na fase, que decorre nos três anos que se seguem imediatamente à ascensão ao trono do novo monarca, pretende inaugurar um período de verdadeira regeneração nacional, que substitua a cansada demonstração partidária do governo de seu pai D. Luís. Ao cingir a coroa, em 1889, D. Carlos ouve exortações veementes para que exerça o poder pessoal que, na verdade, e mesmo no âmbito da Carta, competia aos soberanos constitucionais.
É António Enes, jornalista, escritor e homem de Estado, falando-lhe do que se esperava do jovem rei, e exortando-o a preparar-se para o governo «como para uma luta entrecortada de incertezas e aventuras em que o afrontarão mais adversidades do que o ajudarão os favores das circunstâncias e serviços dos homens, de dia para dia mais acanhados de estatura e mais falsos e egoístas de coração.» E que acentuava, como se pressentisse a tragédia final: — «Espera-se do reinado novo uma política nova que conserve o bom e corrija o mau da política velha: mas, por isso mesmo, o senhor D. Carlos há-de sentir a coroa de ouro cravar-lhe espinhos na fronte e o manto pesar-lhe nos ombros com todo o enorme peso da ventura e da honra de um país que tão pouco faz da sua parte para ser venturoso e conservar-se honrado.»
É também Oliveira Martins, aconselhando-o a corrigir o «indefinido sentimento de tédio e desconsolação que tem invadido muitos dos que melhores serviços podiam prestar ao seu país»
«Em tais circunstâncias, com tais elementos, como se pode ser Rei? De um modo só: reinando, isto é, governando.» E acrescentava, recordando a apóstrofe célebre de José Falcão, destacado adversário da realeza: - «Se a Monarquia nos pode salvar, faça-o: o nosso alvo é o País e não o sistema.»
Será precisamente com a falência do rotativismo partilhado durante vários anos entre os partidos dinásticos Regenerador e Progressista que D. Carlos se «lembra» de João Franco em Maio de 1906: «Há muito a fazer e temos, para bem do País, que seguir por caminho diferente daquele trilhado até hoje; para isso conto contigo e com a tua lealdade e dedicação, como tu podes contar com o meu auxílio e com toda a força que te devo dar.» - Anuncia o rei na carta em que convida João Franco a formar governo.
Este, não só aceita como não demora muito a entrar em ditadura, dissolvendo o Parlamento em Abril de 1907, contra a forte oposição tanto de republicanos como dos demais partidos monárquicos.
Do rei tem todo o apoio para esta decisão: «São precisas obras e não palavras. De palavras, bem sabemos, está o País farto», escreve D. Carlos na carta que envia na altura ao chefe do seu Governo. Já algum tempo antes tinha respondido a um pedido de demissão de João Franco com esta argumentação: «Há muita coisa a fazer e creio que se pode e deve fazer e temos de seguir o nosso caminho doa a quem doer.»
Era suposto que os governos resultassem da composição partidária das câmaras de deputados e que estes resultassem da vontade dos cidadãos, expressa pelo voto. Na prática, porém, é quase sempre o contrário que sucede. É dos governos que resulta a composição da Câmara dos Deputados e escassíssimas vezes perde as eleições para deputados o partido que as faz, isto é, o partido que está no poder quando elas se efectuam.
Assim, os governos mudavam não tanto pela natural expressão da vontade do eleitorado, mas porque o rei os fazia cair. E muitas vezes a Câmara dos Deputados era dissolvida porque, na sua composição actual, não seria favorável a um novo governo.
A chave de todas as escolhas é, portanto, o rei. A queda dos governos e a dissolução das câmaras de deputados eram levados a efeito por decisão régia. É ele quem determina a oportunidade e o sentido da mudança. Baseia-se regularmente na opinião dos chefes partidários que considera mais representativos, mas a decisão final é sempre dele. Da opção régia dependiam a oportunidade e a orientação partidária que, com toda a probabilidade, iria ser seguida no futuro mais próximo.
O monarca ficava assim sistematicamente exposto ao desgaste constante, quer, para uns, como autor formal das crises, quer, para outros, como suporte artificioso de situações impopulares para evitar a abertura de crises.
É neste cenário que lança João Franco na governação ditatorial e que, em Novembro de 1907 dá uma entrevista ao jornal Le Temps, onde explica: «Caminhávamos não sei para onde. Foi então que dei a João Franco os meios de governar. Fala-se da sua ditadura, mas os outros partidos, os que mais gritam, pediram-me, também, a ditadura. Para a conceber, exigia garantias de firmeza. Precisava de uma vontade sem fraqueza para levar as minhas ideias a bom fim. João Franco foi o homem que eu desejava.»
Opinião diversa tinham outros que, como Magalhães Lima, grão-mestre da Maçonaria, haveria de escrever: «A ditadura franquista, com os seus corregedores à maneira de Pina Manique, irritava a opinião, e pode bem dizer-se que muito contribuiu para acelerar a marcha da República».
Vive-se num período em que tudo o que estava a acontecer servia para dar mais razão aos que nunca paravam de conspirar contra o poder monárquico.
«Sabe-se hoje que foi por essa ocasião que maior incremento tomou a propaganda revolucionária e que maior desenvolvimento tomaram as associações secretas, cuja organização até essa data estava apenas vagamente esboçada.» Estas palavras do franquista Álvaro Pinheiro Chagas são bem elucidativas quanto aos efeitos da política repressiva de João Franco.
A par da repressão franquista, ia aumentando o número de fabricantes clandestinos de bombas artesanais, que de vez em quando se davam a conhecer, principalmente quando violentas explosões punham a descoberto as suas actividades secretas, como acontece em Agosto e em Novembro de 1907, uma na Rua de Santo António, à Estrela, outra na Rua do Carrião, estando nesta última implicado o então estudante e jovem jornalista Aquilino Ribeiro.
A explosão das bombas de dinamite na Rua do Carrião vem pôr as sociedades secretas na lista das prioridades da polícia secreta monárquica que destaca para as investigações um dos seus mais hábeis peritos, o agente Ciro, bem conhecido dos revolucionários.
Enquanto isto, D. Carlos, em carta a João Franco, ia dizendo: «Quanto aos anarquistas… não me admira que nestes momentos turvos alguns apareçam e alguma coisa tentem; mas para isso é que nós cá estamos e por certo nem a ti nem a mim será o medo que nos fará mudar caminho. Cada vez mais me convenço que o caminho que nós traçamos é o bom, para não dizer o único e portanto já sabes que me encontras ao teu lado a ao governo, por pensamentos, palavras e obras!»
Logo de seguida, em entrevista ao jornal francês Le Temps, na qual o rei se reafirma solidário com o governo franquista diz que «tudo está calmo em Lisboa, como no país» e que «só os políticos se agitam».
Contrariamente ao que o rei pensava, o tempo era de actividade constante para conspiradores. Todos quantos tivessem gosto pela intriga e pela aventura dispunham de muito por onde escolher.
Aberta a todas as classes sociais e perspectivada para um objectivo mais voluntarioso e desinibido, a Carbonária Portuguesa depressa se transforma numa autêntica vanguarda popular. Nela cabem todos os que amam a conspiração, todos os que desejam combater, todos os que estão dispostos a passar da «teoria à prática».
Médicos, engenheiros, advogados, professores de todos os ramos de ensino, estudantes, oficiais superiores do Exército e da Armada, sargentos, alguns administradores de concelho, funcionários públicos de todas as categorias e de todos os ministérios, proprietários, lavradores, comerciantes, lojistas, empregados de comércio, actores, operários, cocheiros, condutores e guarda-freios, ferroviários e — não há que duvidar — até agentes e guardas da Polícia chegam a fazer parte da Carbonária Portuguesa.
A rainha-mãe Maria Pia aponta o dedo a João Franco: “Diziam que o senhor era o coveiro da monarquia. Foi pior. Foi o assassino de meu filho e de meu neto.” Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.
A par com a famosa questão dos adiantamentos, que fazem da família real o maior devedor do erário público, na Câmara dos Pares do Reino, em 1906, são feitas acusações em que se afirma terem sido gastas nos arranjos da sala de jantares solenes do Palácio das Necessidades, e nas iluminações eléctricas deste Palácio e dos da Ajuda e Belém, quantias que rondam as fabulosas somas de 131 891$715 réis para o primeiro caso e 354 082$333 réis para os segundos.
O país vive dias amargos. A todo o momento surgem novos confrontos com as forças policiais. D. Carlos escreve a João Franco e incita-o: «seja como for e suceda o que suceder, temos que caminhar para diante, ainda que a luta seja rude e áspera (e espero-a) porque aqui mais do que nunca, parar é morrer, e eu não quero morrer assim… nem tu!»
«Sem luta não há prazer em vencer, e a vitória sem combate, e combate sério, nunca é uma vitória duradoura», declara o monarca.
A contrastar com esta determinação estão as dúvidas que se ouvem por todo o lado.
Até mesmo os grandes partidos do constitucionalismo monárquico procuram manter-se a uma certa distância de João Franco.
Os progressistas de Luciano de Castro e José de Alpoim aconselham reacção enérgica contra a Ditadura, enquanto, por seu turno, os regeneradores marcam uma posição de franca hostilidade ao Governo, com o seu chefe, Hintze Ribeiro, a falar nestes termos:
«Ninguém é mais monárquico do que eu, mas quero a Monarquia aliada à Liberdade e não ao Absolutismo. É assim que eu sou monárquico. Mais um ano deste Governo e Portugal tornar-se-á republicano.»
Mas a violência franquista não estava para perder sem-cerimónia a sua brutalidade.
No dia 31 de Janeiro, João Franco consegue convencer o rei a assinar um decreto que agrava grandemente a situação dos oposicionistas detidos nos cárceres da ditadura.
Era o tal decreto que, no fundo, habilitava o Governo a eliminar todos os discordantes da sua política e é a última recordação que o monarca vai deixar ao povo.
Ao assiná-lo, parece que ainda murmurou:
«Assino a minha sentença de morte.»
Na verdade, na tarde do dia seguinte, D. Carlos caía às balas de dois carbonários que, no dizer de vários depoentes, em princípio, «apenas» se dispunham a eliminar o ditador João Franco.
No dia 1 de Fevereiro de 1908, nenhumas providências excepcionais foram tomadas porque para João Franco não havia razões algumas para tal… D. Manuel alude a este facto no seu diário: «Aquele Terreiro do Paço estava deserto, nenhuma providência! Isso é que me custa mais a perdoar ao João Franco.»
Da velha rainha-mãe Maria Pia ouve incriminações contundentes:
- Diziam que o senhor era o coveiro da monarquia. Foi pior. Foi o assassino de meu filho e de meu neto.
«A vossa obra, Senhor Presidente», teria dito ao chefe do Governo a rainha-mãe, D. Maria Pia, indicando-lhe os cadáveres do filho e do neto estendidos no chão do Arsenal.
«Se», dirá mais tarde o antigo ministro da monarquia António Cabral, «o Sr. João Franco tem abandonado o poder, desse por onde desse e houvesse o que houvesse, em vez de ir para a ditadura!... Quantos desgostos profundíssimos teria poupado à sua alma alanceada! De quantos danos teria livrado o País! Quantos desastres, quantos crimes, quantos infortúnios teria evitado!...»
A consumação do regicídio foi um acto descaradamente público enquanto perpetuado por homens a cara descoberta. Porém, nunca suficientemente esclarecido ao ponto de se saber muito mais do que aquilo que todos viram no Terreiro de Paço.
Falou-se sempre de outros cúmplices que, inclusive, estiveram envolvidos directamente no atentado do Terreiro do Paço.
Um grupo de que faziam parte além de Buíça e Costa, um tal José Nunes e outros, teria reunido na Quinta do Xexé, aos Olivais, e ali, na madrugada de 1 de Fevereiro, combinam o plano que os encaminha desde cedo para o local onde tudo irá acontecer.
Manuel José dos Reis da Silva Buíça, de 32 anos, transmontano natural de Bouçais, professor num colégio privado, antigo sargento do Exército medalhado como atirador de 1ª classe e Alfredo Luís da Costa, de 23 anos, alentejano natural de Casével, caixeiro, antigo empregado dos Grandes Armazéns do Chiado, são executores que desaparecem tão rápido como tinham aparecido.
Na manhã de dia 1, Alfredo da Costa foi a casa de Meira e Sousa, na Rua Nova do Almada, onde conta ao director do jornal O País tudo o que está para acontecer. Este tenta dissuadi-lo e faz até menção de lhe fechar a porta, porém nada consegue face à reacção de Costa que tira de um bolso a pistola e volta o cano contra si próprio e diz:
- Ou me deixa sair ou mato-me já aqui!... «Tem que ser…». Prossegue o futuro regicida. «Agora peço-lhe ainda uma coisa. Uma obra de caridade… É que eu não escapo… Tenho uma irmã; é uma garota que está na minha terra… Proteja-a; faça por ela o que puder…»
Cerca das 5 horas da tarde, portanto, mais ou menos meia hora antes do atentado, o mesmo Meira e Sousa, subindo a Rua do Ouro, cruza-se com o Costa e comparsas, que, por sinais, o saúdam dirigindo-se para o Terreiro do Paço a caminho do local onde vão praticar a proeza.
Meira segue em direcção ao Rossio, ali permanecendo na companhia do armeiro Heitor Ferreira, que terá sido o importador da carabina alemã com que o Buíça haverá de, momentos depois, matar o príncipe real.
A morte do rei traz o desânimo às fileiras monárquicas que não poupam o chefe do Governo, apontando-o como o principal culpado do que tinha acontecido no Terreiro do Paço.
Quando o tentaram avisar de que a vida do rei corria sério perigo responde: «Pois quê? É lá possível tocar em el-rei... Todas as medidas estão tomadas. Há polícia em Vila Viçosa, a linha do caminho-de-ferro está vigiada. Que mais quer? Boatos, sempre boatos…».
O próprio rei desconfiava do ambiente que o circundava. Não ignorava que a sua vida andava em perigo permanente. Quando lhe falavam das circunstâncias ameaçadoras, a resposta invariavelmente era esta: - As minhas armas estão sempre carregadas.
E um dia, denunciando a sua apreensão, chama João Franco e diz-lhe:
- Oh! João, tu disseste que irias caçar no terreno dos republicanos. E se eles caçam a minha pessoa ou a tua? - Pessoa alguma se atreveria, meu senhor (foi a resposta).
- Eu sei lá, João... eu sei lá.
D. Carlos sentia que havia algo que não estava correcto; e um dia, passeando com o seu ajudante, tenente-coronel José Lobo de Vasconcelos, desabafa: «Tu julgas que eu ignoro o perigo em que ando? No estado de excitação em que se acham os ânimos, qualquer dia matam-me à esquina de uma rua. Mas, que queres tu que eu faça? Se me metesse em casa, se não saísse, provocaria um grande descalabro. Seria a bancarrota. E que ideia fariam de mim os estrangeiros, se vissem o rei impedido de sair? Seria o descrédito. Eu, fazendo o que faço, mostro que há sossego no País e que têm respeito pela minha pessoa. Cumpro o meu dever. Os outros que cumpram o seu.»
«O rei morreu na tarde do 1.º de Fevereiro, no Terreiro do Paço. A Monarquia morreu essa noite, no Paço das Necessidades», escreve alguns meses depois um jornal republicano.
Penúltimo e trigésimo segundo soberano de Portugal, D. Carlos foi uma figura histórica incontornável, tendo reinado num dos mais conturbados períodos da vida política nacional.
Portugal que D. Carlos tem para reinar é aquele que Guerra Junqueiro retrata no poema Pátria, com um vigoroso quadro do País no fim do século. É um texto que ilustra a atitude derrotista e o mito da decadência. Destacam-se algumas afirmações como as que se seguem:
«- Os políticos:
«Dois partidos monárquicos, sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, na hora do desastre, de sacrificar à monarquia ou meia libra ou uma gota de sangue.
Um partido republicano composto sobretudo de pequenos burgueses da capital, adstritos ao sedentarismo crónico do metro e da balança, gente de balcão, não de barricada, com um estado-maior pacífico e desconexo de velhos doutrinários, moços positivistas, românticos, jacobinos e declamadores.»
- A burguesia:
«Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal.»
- O clero:
«Um clero português desmoralizado e materialista, um clero jesuítico, estrangeiro ou estrangeirado, força superior cosmopolita, invencível, adaptando-se com elasticidade inteligente a todos os meios e condições.»
- O exército:
«Um exército que importa em 6000 contos não valendo 60 réis, como elemento de defesa e garantia autonómica.»
- O povo:
«Humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai, um povo que eu adoro, porque sofre e é bom.»
- A economia:
«Um regime económico baseado na inscrição e no Brasil, perda de gente e perda de capital, autofagia colectiva, organismo vivendo e morrendo do parasitismo de si próprio.
Humanizar o ensino, nacionalizar a indústria, um clero português e cristão, a justiça fora da política, o exército fora de S. Bento, os burocratas para a burocracia, o professorado para as escolas, o poder legislativo entregue às forças independentes e vivas do País, arrotear o solo, colonizar a Africa — tudo era possível, tudo era simples desde que nos dessem uma fé, uma crença, vida luminosa, uma alma!»
E foi neste Portugal que ocorreu o 1.º de Fevereiro de 1908. Dia em que morreu D. Carlos I, penúltimo rei da Monarquia Portuguesa.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro A. Luciano
Comemoramos, é evidente, são 100 anos desde que os nossos avós, jovens e idealistas, quizeram um futuro melhor para Portugal. Se se concretizou o ideal republicano, discuto-o com republicanos, com a certeza, porém, de que a intenção era boa e de que a monarquia não faria melhor.
Quanto á Brigitte Bardot e á Caterine Deneuve...bolas, estamos velhos, mas não vale a pena poová-lo á saciedade! Há novinhas giras, netas, talvez, da Deneuve e da Bardot! ( esta última está um caco, nem velhinha bonita consegue ser!!!)
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Cara Maria Benedita,
Fiquei surpreendidíssimo por esse “comemoramos” no contexto de resposta à minha mensagem (repito: no contexto de resposta à minha mensagem).
Como não vejo motivos etários, ideológicos ou outros para a utilização do plural majestático, tenho de lhe perguntar que parte dos 10 milhões de euros (repito: 10 milhões de euros) lhe tocam?
Quase que fico com pena do confrade João Pombo, perdido lá pelos confins de Aveiro e que nem terá tal sorte nem creio que, pelo menos, apareça na TV.
De facto, ao contrário da Deneuve, a BB não envelheceu bonita. Aquela cara engelhada parece-me o reflexo de longos anos de um quotidiano com excessiva maquilhagem. Mas conserva alguma beleza interior pois, como saberá, tornou-se uma furiosa defensora dos direitos dos animais; possivelmente também por se ter desiludido dos homens, talvez por bem os conhecer.
Mas o que queria realçar é que a República Francesa, talvez a mãe de todas as Repúblicas, tem demonstrado em diversos momentos não ter perdido o bom gosto. Em França ser-me-ia mais difícil dizer que a Monarquia é mais bonita enquanto em Portugal me é fácil dizer que a República é muito mais feia.
Como decerto já percebeu, não sou democrata - também não sou anti-democrata porque não tenho alternativas credíveis - mas realmente, se depois de dezenas de anos de experiência, o melhor que a democracia tem para nos oferecer é um Berlusconi ou um Sarkozy, eu concluo que, como método, falhou. Aliás o Sarkozy, apesar de uma expressão algo apalhaçada, não só escapa como se redime pela escolha da companheira; comparar os incumbentes do Eliseu com os de Belém, é deprimente.
A. Luciano
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Permita-me concordar com o senhor em gênero, número e grau.
Abraço,
D.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro Senhor A. Luciano,
Há tempos, não tive oportunidade de lhe responder num outro tópico, pois acabou por ser encerrado.
Em relação às suas intervenções neste tópico, tenho de reconhecer que, infelizmente, também sou forçado a concordar com algumas das suas afirmações.
Mas, dito isto, peço-lhe a bondade de me explicar esta afirmação, que transcrevo:
"Quase que fico com pena do confrade João Pombo, perdido lá pelos confins de Aveiro e que nem terá tal sorte nem creio que, pelo menos, apareça na TV."
Estará a confundir-me com outro João Pombo?
É que, para além de não ter qualquer relação com a cidade de Aveiro, também não tenho com as suas cercanias ou arredores, ou em bom português, com os seus "confins".
Acresce que esta é a segunda vez que V. Exª. menciona o meu nome com algumas referências pessoais/profissionais (que me lembre).
A primeira vez, fazendo menção de uma profissão, que pode ou não ser a minha, mas que para aqui não é chamada (ainda lhe poderia agradecer se escrevesse uns livrinhos de genealogia, mas como não é o caso...).
A segunda (supra), com uma referência geográfica falsa.
Esclareço que não teria mal nenhum se fosse verdadeira, pois Aveiro é uma cidade simpática e agradável e a região centro tem, apesar de tudo, algum dinamismo económico.
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro A. Luciano
Surpreendido com o comemoramos? O caro confrade de aprimoradíssimo português e não menor capacidade cognitiva?
Nunca pensei ter que lhe explicar, a si, particularmente, este plural, mas...aí vai:" nós, republicanos, comemoramos." Dos 10 milhões de euros não me toca um só eurinho, mas...comemoro, a convite da Câmara Municipal de Anadia, e em representação de meu Avô, em...duas exposições:" Letras e Cores-Ideias e Autores da República" e " República Portuguesa, 100 anos e 100 Livros". Resta esclarecer que irá ser apresentada uma monografia, " Republicar Anadia, Memórias da Implantação da República". Grande parte do trabalho constava já de um livro de Nuno Rosmaninho, " Anadia e a 1ª República", cuja leitura recomendo pois é interessantíssimo no que respeita á criação das Termas da Curia e ao papel desempenhado por D. Emília Seabra, mulher de José Luciano de Castro, na política bairradina, quer em monarquia quer em república.
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
A minha cara Benedita tb é "descendente" , agora percebo porque é republicana à força.
Cumprimentos amigos
ptp
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Porquê cara Benedita? contradiz-se , por um lado fala em liberdade de expressão por outro clama pelo encerramento do tópico(vulgo censura)em que ficamos?
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
ai ai ai Cara Benedita , esperava mais de si .
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro PTP
Este tópico tem participações tão feiosas como um Berlusconi ou um Sarkozy! Participações que não são brilhantes para quem se afirma monárquico, como bem esclareceu o meu caro João Pombo, advogado da Imbicta e erradamente confundido com Prof. da Bairrada!
Quanto a ser "descendente", sou "bi- descendente", o que agrava a situação, republicana por convicção ( podia ter puxado aos miguelistas beirões de quem igualmente descendo) mas altamente respeitadora das convicções de cada um, mesmo que contrárias ás minhas, e nada facciosa!
O tópico está feio, apague-se!
Um abraço
Maria Benedita
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Cara Benedita,
basta ser constitucionalista, não peço mais e não lhe ficava mal, tendo em atenção que a república nunca foi pessoa de bem!
Olhe , ontem o Senhor Sócrates, 1º ministro desta república, foi-me à carteira, nem na 1ª república...podiam-me degredar , meter-me uns balázios mas à carteira não iam.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Cara Maria Benedita e caro PTP,
Não falemos em carteira, pois ontem, antes de ir para casa jantar (tarde e a más horas), passei por uma bomba de gasolina para encher o depósito, pagar o seguro do carro, pagar o imposto de circulação (matrícula de Setembro), pagar a minha seg. social privativa, carregar o saldo do telemóvel, pagar a conta da internet e, para cúmulo, pagar uma batelada de IRS (para mim, pelo menos).
Tive pelo menos esperança de chegar a casa e relaxar um pouco no sofá, com um cigarro - enquanto aguardava o jantar - mas infelizmente nem isso: as notícias iam de mal a pior, cada canal sua desgraça, só ouvi falar de crise, desemprego, desiquilíbrio orçamental, falência do estado, orçamento, duodécimos (para uns uma desgraça, para outros nem tanto), enfim, um desfiar de desgraças...
Infelizmente, tudo isto é real, já nem sequer são invenções dos média, sequer exageros para aumentar as audiências.
A pergunta que faço é como foi possível chegarmos a este ponto....um país pequeno, ordeiro, de brandos costumes, minimamente organizado e pacífico merecia melhor e tinha tudo, ou quase tudo, para ser pelo menos um país decente.
Desde a década de 80 que oiço falar em crise e felizmente, esta nunca me afectou muito, pelo menos da forma como afecta a maioria dos cidadãos.
Neste momento, tenho a nítida percepção (ou sensação) do descalabro....não há sequer uma luzinha ao fundo do túnel.
Espero que este texto não sirva para os indispôr ou deprimir, pois não é essa a minha intenção.
Aproveito e envio um abraço a ambos, pois embora não vos conhecendo pessoalmente, são pessoas com quem gosto de trocar impressões aqui neste fórum, que no fundo funciona como uma espécie de sala de convívio entre amigos e pessoas que se respeitam e estimam (infelizmente a admissão no clube é livre e por vezes aparecem convivas que não estão à altura da simpatia, interesse, cultura e piada daquele núcleo de confrades que fizeram e fazem deste fórum um dos melhores da internet).
Um abraço a ambos e um excelente fim de semana.
João Pombo
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Graças a Deus, não tenho republicanos nos meus costados... O fardo moral seria pesadíssimo. E não tem nada que ver com preconceitos, pois, como disse Einstein, "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito."
Crises... isso me remete, por outro lado, a Claude Lévi-Strauss, quando afirmou que "o mundo começou sem o homem e pode acabar sem ele." Será o mesmo, em menor escala, o que acontece com Portugal, com o Brasil, com as nações... O bicho homem é tenebroso.
Valha-nos Deus!
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RE: Comemoração ...
Caro João Pombo,
Não me leve a mal.
O que acontece é que, inúmeras vezes, quando faz uma intervenção, logo aparece a confrade Maria Benedita a apoiá-lo e por associação, quando a confrade Maria Benedita faz uma intervenção, logo me ocorre referi-lo.
Aveiro foi erro meu. Quanto à sua profissão, não terá relevância neste fórum, mas entendo que pode para aqui ser chamada, na medida em que, há já muito tempo, foi aqui por si identificada.
Finalmente, abusando da sua lamentada concordância com alguma coisa do que escrevi, aproveito para insistir explicando que a escolha da figura representativa da República agora comemorada, tinha alternativas. Se a França tem a Bruni, nós temos a Bruna que, se não canta, teve a virtude de nos fazer realizar que Mirandela não são apenas alheiras. E depois poderíamos dizer com toda a propriedade que tínhamos uma República Real, ... além de que não imagino melhor símbolo para esta República do que uma professora de actividades extra-curriculares.
A. Luciano
PS. - Para os que eventualmente não percebam nada e, não imagino porquê, queiram perceber, pesquisem Bruna Real Mirandela no Google.
A.L.
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Numa coisa tenho de concordar com V. Exª., Sr. Conde de Granada: "o mundo começou sem o homem e pode acabar sem ele."
Aliás, estou mesmo convencido de que é isso que vai acontecer. E é muito bom que nos mentalizemos disso, pois as coisas não têm de ser sempre assim, tal como as conhecemos.
Mas já não será para o nosso tempo, nem sequer dos nossos filhos, netos e bisnetos.......
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Comemoração ...
Caro A. Luciano,
Hesitei se devia responder, mas agradeço a explicação.
J. Pombo
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
"Graças a Deus, não tenho republicanos nos meus costados... O fardo moral seria pesadíssimo."
Deus é Pai! Valeu-lhe nesta questão de costados, como confessa. Não lhe deu arcaboiço, mas também não o sobrecarregou!!!
Valha-me Deus!!!
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro João Pombo
Muito obrigado , o sentimento é mutuo!
PTP
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RE: Comemoração do Centenário da República em S. Teotónio - Odemira
Caro João Pombo
Aí segue um abraço , um tanto molhado pois andei á chuva, mas nem por isso menos caloroso.
Gosto muito da maneira civilizadíssima com que sempre participa neste Fórum, e aprecio muito especialmente o enorme respeito e compreensão com que encara opiniões divergentes das suas.
Quanto á crise...ela está por toda a Europa e States, não há como fugir a ela. Mas uma coisa lhe digo ao ouvido, e, se afirmar que lha disse, nego: metade deste povo , do colarinho branco ao descamisado, vive em economia paralela, não entra em estatísticas, não paga impostos nem contribuições e...vai-se safando. É por isso que seguimos de crise em crise sem ainda termos afundado o barco. Tenhamos esperança!
Maria Benedita
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RE: Tenha esperança
Cara Maria Benedita,
É sina nossa discordar.
De facto há quem olhe para o copo e diga meio cheio e quem diga meio vazio (sabedoria "popular" mais uma vez pouco feliz pois estará meio cheio quando em processo de enchimento e meio vazio quando de esvaziamento; se não se conhecer o processo está meio, sem adjetivação.
Então a crise não é tão grave como aparenta por metade da população viver em economia paralela?
Bom, ao contrário do que se pensa a economia paralela - que não tem controlo fiscal mas por vezes até tem administrativo - pode ser estimada com alguma fiabilidade pela análise de desvios de parâmetros macroeconómicos. É assim que a UE sabe calcular a fuga ao IVA sem saber controlá-la a não ser com elevadíssimos custos administrativos impostos a todos e, sobretudo num país de micro-empresas, mais nocivos do que o mal que nem assim conseguem eliminar. Inquéritos de campo - como os realizados à realidade agrícola - se o poder quisesse, poderiam caracterizá-la com a necessária fiabilidade estatística. Do que penso saber - talvez algo ultrapassado se a actual crise teve já efeitos sigificativos, o que não vejo grandes motivos para suceder - andará por valores entre 20 e 25%, um pouco acima dos espanhóis mas abaixo dos italianos.
Agora, nem tudo o que não tem visibilidade estatística é bom.
Quando me reformei, além de uma dedução "compensatória" por despesas que deixaria de fazer - transportes, representação, etc. - foi-me retirada uma grossa fatia correspondente ao IRS que deixaria de pagar. Recentemente o governo entendeu submeter as pensões de reforma a IRS mas, claro, não submeteu os Bancos ao recálculo de valores, ainda que fosse para "divisão do mal pelas aldeias". Como o imposto não afecta o valor tributável, estou estatisticamente exactamente como estava há anos mas perdi a terça parte do meu rendimento fixo.
Dou-lhe melhor exemplo. Inúmeros portugueses tinham dois empregos, ainda que um em tempo parcial (não resisto a contar um caso autêntico de um homem que fazia o turno noturno, para ganhar mais alguma coisa, quando saía ia conduzir um minibus escolar - conduzia crianças depois de uma noite em branco - depois ia dormir e levantava-se cerca das 5 da tarde para voltar a conduzir o minibus, seguia-se algum tempo livre e ia fazer o turno da noite).
Mas como ia dizendo, muitos desses perderam um dos empregos e nem constam das estatísticas de desemprego nem têm qualquer compensação (excepto em certos casos alguma redução da carga fiscal). Conheço um que, entre outros cortes forçados, "dispensou" os medicamentos preventivos.
Ainda mais um. Um membro da minha família, colabora com uma organização privada que presta assistência a idosos. Têm protocolos com a Segurança Social mas significativa componente é de voluntariado. Tive assim conhecimento do caso de três senhoras de idade que viviam num prédio degradado de um bairro tradicional, compartilhando um segundo andar alto sem elevador e que, por efeito da idade, já não conseguiam sair de casa há 4 anos sendo apoiadas por boas vontades diversas. Os jovens que contactaram com elas ficaram de tal forma impressionados - tratava-se de senhoras educadas - que logo se quotizaram para lhes comprar uma televisão.
Tenha esperança.
A. Luciano
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RE: Tenha esperança
Caro A. Luciano
Não é sina nossa discordarmos em tudo, apenas em quase tudo!
Confesso-me completamente de acordo com o que escreve, mais, se há questão que me motive é a dos idosos nomeadamente no que respeita a quantitativo de pensões, despesas médicas e medicamentosas e condições de vida.
Se me perguntar o que perdi nos últimos 10 anos, digo-lhe que foi bastante, mas nem faço contas para não me incomodar . Repare que sou cardíaca!
Falo em economia paralela pois lido com ela todos os dias e até já me rio da habilíssima maneira como o português consegue contornar toda e qualquer lei. Isto de passar parte do ano nos "confins da zona de Aveiro" é uma espécie de curso, tipo "Novas Oportunidades", de fuga ao fisco, ao recibo, ao IVA, etc, etc, etc. E a verdade é que, na aldeia, as pessoas vivem bem, já têm acesso a Universidades da Terceira Idade, a cursos de pintura, a ginásios e hidroginásticas e a tudo o mais que, em Lisboa, é reservado á classe média. Sento-me, ao fim da tarde, no jardim e vejo gente a fazer jogging e com tenis de marca nos pés. Longe vai o trabalhador de enxada dos meus tempos de infância, agora quem pega na sachola sou eu, e sem jeiteira nenhuma!
Asim, viva a economia paralela! E viva o João Pombo que, aos 30 anos, deve pensar em copos meio cheios e não nos meio vazios dos sessentões ( você É sessentão, eu ...minto na idade!)
E como me parece, ao que tenho lido, que há quase duzentos anos que este país está em crise, tenhamos esperança!
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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Comemorando ...
Cara Maria Benedita,
Outros Republicanos,
Outros Confrades,
Desejando associar-me à comemoração do centenário desta República, deixo uma nota optimista, bem inserida no espírito que a ela preside:
Adivinha-se já a chegada do frio e irão falecer muitos idosos pensionistas da Segurança Social.
Óptimas notícias para o ministro dos Assuntos Sociais.
A. Luciano
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RE: Comemorando ...
Caro A. Luciano
Essa nota optimista ...prescreveu. Não existe qualquer Ministro dos Assuntos Sociais!
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Tenha esperança
Cara Maria Benedita,
Escrevi uma mensagem em resposta à sua, mas não aparece publicada (terei feito log in?).
Aproveito e rectifico que estou bem mais perto dos 40 do que dos 30.
Concordo consigo em relação à economia paralela: há milhares de portugueses que só assim sobrevivem, como sabemos.
Uns chamam-lhe fuga ao fisco, outros coisas piores. Eu, nas actuais circunstâncias, chamo-lhe de técnica de sobreviência.
Tudo o que diz em relação ao nosso país é verdade. Aliás, nem é preciso recuar 100 anos para constatarmos a evolução do país. Eu que tenho 37 lembro-me bem de como eram as ruas no Porto há mais de 25 anos. Vivia então na zona da Foz do Douro, que não é propriamente uma zona carenciada, e a maior parte das ruas eram pouco mais que miseráveis.
Como este, poderia dar muitos mais exemplos.
Mas se tem havido evolução em muitas áreas, para mim o essencial está por fazer: os portugueses continuam atrasados, com um profundo défice cultural, cívico e na educação.
Criaram-se mais escolas, universidades públicas e privadas, politécnicos, abriram museus e espaços culturais, teatros, etc, mas eu pessoalmente não noto grande evolução no homem e na mulher portuguesa.
Em 100 anos seria de esperar muito mais.
Daí eu defender uma nova república - com ou sem suporte numa revisão constitucional - mais participativa, mais voltada para os cidadãos e, acima de tudo, governos que apostem a sério na qualificação dos cidadãos.
Um abraço, com esperança nos próximos 100 anos!
João Pombo
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