Família Cyrne (Cirne) e Cyrne de Madureira do Porto.
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Família Cyrne (Cirne) e Cyrne de Madureira do Porto.
Assunto: família Cyrne (Cirne) e Cyrne de Madureira do Porto.
Artigo” Canto do Cirne” de D.Ancestro, Jornal Expresso, Sábado, 31-Outubro-1981.
“Quanto aos mais antigos ascendentes da família Cirne e aos seus solares, ficam-se normalmente os genealogistas por um João Cirne “o Velho”, Mordomo-Mor da Rainha D.Filipa, Sr. da Qtª do Creste em S. Salvador do Campo, Barcelos, que recebeu em dote ao casar com Maria de Sottomayor, neta do Senhor desse Castelo, na Galiza.
Destes foi neto o célebre Manuel Cirne, Feitor de D.João III na Flandres (1537); quando aí estava, chegando o Imperador Carlos V a Bruxelas e decidindo oferecer um banquete ao embaixador do Rei de Portugal – para o que convidara também o Príncipe da Dinamarca e o Legado do Papa – fez Manuel Cirne iluminar as ruas da cidade com fogueiras de canela, uma das especiarias cobiçadas desse tempo, o que lhe trouxe a admiração do Imperador.
Admiração que lhe valeu, do soberano espanhol, uma duradoura amizade e a concessão de um Brasão de Armas, ainda que possívelmente as usassem já os seus ascendentes ( leia “ O Brasão de Armas dos Cirnes – um dos mais belos do armorial português – e o problema das suas origens”, da autoria do eminente genealogista e heraldista Dr.António Pedro de Sousa Leite, por onde ficará também a saber que a Casa de Cimo de Vila, em S. Tiago de Fonte Arcada, que pertenceu aos ascendentes do autor, tem um magnífico portal do Séc.XVII com armas plenas de Cirne).
Veja na Igreja de S. Pedro de Agrela, senhorio que lhe pertenceu, o tampo de mármore azul negro da sepultura deste Manuel Cirne, que prolongando a aura de lenda que o rodeara em vida, se fez sepultar sentado.
Tinha casado 2ª vez com D. Filipa Brandão, Srª da Honra de Guminhães (Caldas de Vizela), que se tornou o principal solar desta família, vindo a pertencer por casamento, aos Carvalho Rebelo Menezes, da Casa do Poço em Lamego.
Outro dos grandiosos solares que pertenceram aos Cirnes, é o Paço de Lanhezes, em Ponte de Lima, que, também por casamento, veio a pertencer aos Condes de Almada.
Outros mais haveria que citar: o Morgado de Guilhabreu, em Vila do Conde, a Casa do Poço das Patas, no Porto, etc.,etc.,etc., D.Ancestro”.
Cumprimentos,
Aníbal C.M.Pacheco
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RE: Família Cyrne (Cirne) e Cyrne de Madureira do Porto.
Caros confrades,
Passo a transcrever um trecho do "BOLETIM DA ACADEMIA PORTUGUESA DE EX-LIBRIS"
-O BRASÃO DOS CIRNES - um dos mais belos do armorial português - e o problema da sua origem.
pelo Dr. António Pedro de Sousa Leite
da Academia Portuguesa de Ex-Libris
Pág.26
"Pois bem: chegámos à elucidativa conclusão de que essas grandes famílias, como os Mandevilles, os Nevils, os De Bohuns, os próprios Duques de Lancastre, os Condes de Stafford, os Condes de Buckingham, os Beauchamps, e os Bourchiers, Condes de Eu na Normandia, para mencionar apenas os principais, ostentavam, umas vezes como armas, outras como timbres, outras ainda como empresas e suportes, o belo cisne heráldico das armas falantes de um remoto antepassado comum - Adam Fitz Swanne (Swan, significa cisne ), senhor de vastos territórios no norte da Inglaterra, no tempo de Guilherme o Conquistador. Quer dizer: com o decorrer dos tempos, o apelido Fitz Swanne havia-se perdido por completo, porque todas estas casas nobres descendiam do referido cavaleiro por linhas femininas, mas o cisne, esse mantivera-se nos brasões dessas famílias, vogando altivamente através dos séculos e perpetuando-se nos vitrais das igrejas, nas pedras de armas de castelos e sepulturas, nas folhas de pergaminhos dos armoriais e nas próprias páginas dos cronistas. Assim, por elas sabemos que, no duelo entre o Duque de Norfolk e Henry de Bolingbroke, Duque de Lancastre, este último, apesar de ter por armas os lises e os leopardos da Inglaterra, preferiu entrar na liça com o cavalo coberto por magnífico caparazão de veludo azul e verde, sumptuosamente bordado com cisnes e antílopes, heráldicos animais, que lhe vinham de sua mulher, Mary de Bohun..."
Cumprimentos,
Aníbal C.M. Pacheco
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